Filosofia Social
Filosofia Social
Filosofia Social
Filosofia Social
Conselho Editorial EAD
Dóris Cristina Gedrat (coordenadora)
Mara Lúcia Machado
José Édil de Lima Alves
Astomiro Romais
Andrea Eick
CDU 101
ISBN: 978-85-5639-149-0
10
1
Concepções de
filosofia, atitude
e campos
filosóficos
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
professor de graduação e pós-graduação no
Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
• O que é?
• Como é?
• Por que é?
Atividades
Questões.
1 - Qual o significado de philosophia e a quem é atribuí-
da a invenção dessa palavra?
2 - Conforme Roberto Gomes diferencie “filosofia racio-
nal séria” e “filosofia como enxergar um palmo diante do
nariz”.
3 - Explique, em breves palavras, cada um dos motivos
25
apontados por Ricardo Gomes para defender que a
filosofia brasileira seja concebida como “enxergar um
palmo diante do nariz”.
4 - Escreva um texto de 8 a 15 linhas expressando sua
compreensão da afirmação de Nelson Rodrigues: “o
mais grave defeito dos personagens de romance
brasileiro é serem incapazes de cobrar um escan-
teio”. Lembre de relacionar sua reflexão com a filo-
sofia como “enxergar um palmo diante do nariz”.
5 - Explique a “atitude filosófica”.
6 - Tente adotar a atitude filosófica diante de alguma
situação do dia-a-dia. Veja a diferença entre “eu acho”
e “eu penso”. Partilhe a experiência no próximo en-
contro.
Referências comentadas
Quem desejar ampliar e aprofundar o que foi abor-
Concepções de filosofia, atitude e campos filosóficos
26
GOMES, Roberto. Crítica da razão tupiniquim. 10.ed.
São Paulo: FTD, 1994. 120p.
Referências
27
Auto-avaliação
Marcar “V” quando for verdadeira a frase e “F” quan-
do for falsa.
Gabarito
F, F, F, F, V, V, V, V.
28
2
Gênese da
filosofia e a
filosofia antiga
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
professor de graduação e pós-graduação no
Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
36
2.2 Filosofia antiga
Compreende o período que vai do século VI a.C. ao
século VI d.C. Esse período é composto pelos quatro
períodos da filosofia grega.
romano
Compreende os séculos III a.C. ao século VI d.C. A
conquista da Grécia pelos Macedônios (Alexandre Mag-
no) em 322 a.C. marca o início do período helenístico.
Também conhecido como período cosmopolita ou filo-
sofia cosmopolita, porque os filósofos afirmavam que o
mundo (não a pólis) era a sua cidade. Isso aconteceu por-
que o domínio romano instituiu os imperador e os reis.
Esses passaram a decidir os rumos das cidades, não mais
o povo. Outra característica desse período é a substitui-
51
ção da vida pública pela vida privada (intimidade e vida
interior) nas reflexões filosóficas.
Esse período caracteriza-se por grandes explicações que
buscam entender a realidade como um todo, composto por
todas as relações entre os seres humanos e a natureza e
esses com a Divindade. As preocupações voltaram-se para
a ética, a física e a teologia, uma vez que ocupar-se com a
política dizia respeito apenas aos imperadores.
Três grandes sistemas destacam-se nesse período:
epicurismo, estoicismo e neoplatonismo.
O epicurismo, fundado por Epicuro (324–271 a.C.),
propunha que o ser humano precisa buscar o prazer, pois
é o início e o fim de uma vida feliz. Dividia os prazeres
em dois grandes grupos: os que encantam o espírito (boa
conversação, contemplação das artes, audição de boa
música) e os prazeres mais imediatos que, mais movi-
dos pela explosão das paixões, podem causar dor e so-
frimento. É importante não confundir o epicurismo com
a busca desenfreada de prazer mundano defendida pelo
hedonismo. Por isso, os epicureus exercitavam a
ataraxia, termo que designa a ausência de dor, a quie-
tude e a imperturbabilidade da alma.
O estoicismo, fundado por Zenão de Cício (336–263
a.C.), Ilha de Chipre, caracterizou-se por defender que
Gênese da filosofia e a filosofia antiga
Atividades
Questões. Gênese da filosofia e a filosofia antiga
1- Qual foi a grande razão para o surgimento da filoso-
fia?
2- Explique a diferença que Pierre Grimal vê entre
mythos e logos.
3- Defina “cosmogonia” e “teogonia”.
4- Por que a filosofia de Éfeso ficou conhecida como
mobilista?
5- Explique, com suas palavras, os dois caminhos con-
cebidos por Parmênides para se conhecer a realida-
de: essência e aparência.
6- Relacionando com os dias atuais, escreva um texto de
53
10 a 15 linhas sobre a importância dos dois momentos
do diálogo crítico de Sócrates: a ironia e a maiêutica.
Referências comentadas
LARA, Tiago Adão. Caminhos da razão no ocidente:
a filosofia nas suas origens gregas. Caminhos da ra-
zão. Petrópolis: Vozes, 1989, v.1. 231p.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Ma-
ria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
Gênese da filosofia e a filosofia antiga
54
Auto-avaliação
Marcar com “X” apenas as questões corretas.
56
3
Filosofia
patrística e
medieval
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
professor de graduação e pós-graduação no
Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
Atividades
Questões.
1- A filosofia patrística se caracteriza por afirmar a su-
perioridade da fé em relação à razão. Você considera
isso certo? Por quê?
2- Explique com suas palavras o método da disputa, cri-
ado pela filosofia medieval.
3- Por que a filosofia medieval é conhecida como
escolástica?
4- Uma das influências do Tomismo no serviço social
foi o combate a todos os aspectos diferentes e desto-
antes como sendo “problemas” que precisam ser eli-
minados. No seu entender, esse é um princípio im-
portante para o trabalho do assistente social? Por quê?
Referências comentadas
Filosofia patrística e medieval
66
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Ma-
ria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2002.
Auto-avaliação
1 - Marcar a alternativa correta.
a) A filosofia patrística tem esse nome por causa
da pátria romana. ( )
67
b) A filosofia patrística caracteriza-se por valori-
zar mais a fé que a razão, por estabelecer um
dualismo entre corpo e alma, por desconfiar dos
dados dos sentidos e, por conceber a verdade
como um conhecimento eterno a ser buscado em
Deus. ( )
c) A filosofia medieval caracteriza-se por estabe-
lecer a mais completa e definitiva separação
entre razão e fé. ( )
Gabarito
1- B
2- Verdadeiro
3- Verdadeiro
4- Verdadeiro
68
4
Filosofia
renascentista e
moderna
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
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de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
te a natureza e a sociedade.
Questões.
1- Comente a frase do filósofo renascentista Montaigne
“e se não o puder, fique na dúvida, pois só os loucos
têm certeza absoluta em sua opinião”.
2- Apresente, em breves palavras, as três mudanças te-
óricas propostas pela filosofia moderna.
3- Segundo Francis Bacon, o ser humano precisa livrar-
se de quatro tipos de ídolos. Quais são eles?
4- Galileu Galilei propôs um método matemático-expe-
rimental. Explique-o.
81
5 - Quais são as quatro regras do método científico se-
gundo René Descartes?
6 - Na sua percepção, que importância pode ter para o
serviço social o pressuposto de John Locke de que o
ser humano ao nascer é uma tábua rasa?
Referências comentadas
LARA, Tiago Adão. Caminhos da razão no
Ocidente: a filosofia ocidental do Renascimento aos
nossos dias. 5.ed. Coleção Caminhos da razão.
Petrópolis: Vozes, 1999. v.3.
Referências
Filosofia renascentista e moderna
Auto-avaliação
Marcar com “X” apenas as questões falsas.
Gabarito
V, V, V, F, V, F, V.
83
5
Filosofia
iluminista e
contemporânea
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
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de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
e mythos (mito).
A filosofia ocidental sempre teria atribuído um valor
absoluto a um dos elementos da oposição, analisando o
outro a partir desse. Isso, segundo ele, fomentou conceitos
e concepções absolutos. Esses conceitos precisam ser
desconstruídos e compreendidos na cultura em que foram
produzidos mediante a análise da linguagem, porque a
linguagem seria a estrutura essencial de uma cultura.
Jean Baudrillard (1929-2004), filósofo e sociólogo
francês, defende a tese da espetacularização da realida-
de. Em outras palavras, a mídia teria o poder de criar 105
uma hiper-realidade e convencer as pessoas de que ela
é mais real que a própria realidade. Ou seja, simula uma
realidade e “fecha” as pessoas dentro dela. Esse proces-
so ele denomina de simulacro.
Atividades
Questões.
1- Por que filosofia Iluminista?
2- Comente as quatro afirmações básicas do Iluminismo.
3- Relacione com o trabalho do assistente social a frase
de Voltaire: “devemos julgar um ser humano mais
pelas suas perguntas que pelas respostas”.
4- Explique as duas formas de conhecimento concebi-
das por Immanuel Kant: conhecimento puro e co-
nhecimento empírico.
5- Quais foram os dois pontos básicos da filosofia de
Hegel?
6- Construa ou busque em livros e na Internet um exem-
plo da dialética hegeliana: tese – antítese – síntese.
Filosofia iluminista e contemporânea
Referências comentadas
OLIVEIRA, Manfredo; ALMEIDA, Custódio. O Deus
dos filósofos contemporâneos. 1.ed. Coleção Cristi-
anismo e Libertação. Petrópolis: Vozes, 2003. 247p.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Ma-
ria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13.ed. 6a.
reimpressão. São Paulo: Ática, 2006.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia – his-
tória e grandes temas. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filo-
sofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6.ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
Auto-avaliação
Assinale “V” (Verdadeiro) ou “F” (Falso).
Gabarito
V, F, V, V, V, V, F, V.
Filosofia iluminista e contemporânea
108
6
Correntes
filosóficas:
positivismo e
neotomismo
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
professor de graduação e pós-graduação no
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de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
6.1 O Positivismo
O pai e criador do Positivismo é Augusto Comte
(1789–1857), nascido em Montpellier, na França. Ele cons-
truiu um sistema filosófico com a intenção de superar a
incerteza e os aspectos vagos, presentes na filosofia ide-
alista. Defendia que o espírito humano é incapaz de ob-
ter noções absolutas, por isso deveria abandonar a bus-
ca pela origem e destino do universo e suas causas ínti-
mas, e dedicar-se a, pelo raciocínio e pela observação,
descobrir suas leis de funcionamento, suas relações in-
variáveis de sucessão e semelhança. Essa deveria ser a
113
1 - Realidade - positivismo preocupa-se apenas com a
pesquisa de fatos concretos, deixando de lado as es-
peculações sobre causas e origens dos fenômenos.
2 - Utilidade - busca conhecimentos que positivamente
contribuem para o aperfeiçoamento individual e co-
letivo.
3 - Certeza - os conhecimentos positivos possibilitariam
o estabelecimento da harmonia lógica (certeza) na
mente dos indivíduos. Essa certeza produziria a har-
monia em toda a espécie humana.
4 - Precisão - a certeza produzirá a precisão, isto é, enun-
ciados rigorosos, sem ambigüidades, opondo-se ao
vago das especulações metafísicas.
5 - Organização - conhecimento positivo, preciso e cer-
to é um conhecimento que é produzido mediante um
processo organizado, metódico e sistematizado.
6 - Relatividade - o conhecimento positivo não é um
conhecimento absoluto, pois é relativo aos dados
obtidos em relação aos fatos. Ou seja, é um conheci-
mento que defende o aperfeiçoamento e ampliação
contínuos dos conhecimentos já estabelecidos.
Correntes filosóficas: positivismo e neotomismo
tente social;
• concebendo o ato e a potência como qualidades do
indivíduo, definiu a “melhora do indivíduo” (torná-
lo aquilo que por natureza ele pode ser) como seu
objeto. Logo, realizar a potência inerente em ato era
um processo individual-pessoal, não social, dispen-
sando a compreensão e articulação contextual-estru-
turais. Tratava-se de desenvolver as potencialidades
do indivíduo, como se sua fragilização fosse resulta-
do de algum desajuste nesse desenvolvimento;
• não buscava as causas sociais e estruturais das desi-
gualdades e desajustes pois, ou eram da vontade de
Deus que os permitia (se aconteceu ou está nessa si-
120 tuação é porque Deus quer), ou as providenciava (era
a causa delas). Se Deus permitia é porque como o ser
máximo e pleno, de alguma forma, estava dirigindo
esse indivíduo para realizar a finalidade de seu ser.
O trabalho do assistente social seria uma das ativida-
des que o ajudariam a perceber essa finalidade últi-
ma de seu ser.
Atividades
Questões.
1 - No seu entender, o amor, a ordem e o progresso do
Positivismo deveriam fundamentar o trabalho do (a)
assistente social? Por quê?
2 - Comente a frase: “a neutralidade não é possível no
trabalho do assistente social”.
3 - Relacione as principais influências no Neotomismo
no serviço social.
Referências comentadas
123
“Beber na fonte” é imprescindível para se compreen-
der uma corrente filosófica ou um filósofo. Essa obra é
um clássico que traz os pressupostos do Positivismo na
ótica de seu criador.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Ma-
ria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13.ed. 6a.
reimpressão. São Paulo: Ática, 2006.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia – his-
tória e grandes temas. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filo-
sofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6.ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
Correntes filosóficas: positivismo e neotomismo
Auto-avaliação
Assinale com “X” apenas as alternativas verdadei-
ras.
Gabarito
V, V, F, V, V, V.
125
7
Correntes
filosóficas:
materialismo
dialético –
princípios e leis
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
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Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
• no acolhimento da vítima;
• na análise do conteúdo e da forma do mau trato;
• na descoberta das suas causas e da sua essência;
• na identificação do individual, do particular e do
geral;
• na articulação das possibilidades e recursos para a
superação do mau trato.
Atividades
Questões.
1 - Como você entende o pressuposto materialista de que
“a matéria é anterior à consciência”?
2 - Explique a compreensão marxista de Modo de Pro-
dução.
3 - Busque ou formule um exemplo para cada um dos
tipos de alienação concebidos por Marx.
146
Referências comentadas
Quem desejar ampliar e aprofundar o que foi abor-
dado nesse capítulo poderá ler:
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Ma-
ria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2002. 147
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13.ed. 6a.
reimpressão. São Paulo: Ática, 2006.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia – his-
tória e grandes temas. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filo-
sofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6.ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: méto-
dos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 334p.
ANDERSON, Perry. Considerações sobre o marxis-
mo ocidental nas trilhas do materialismo histórico.
São Paulo: Boitempo, 2004, 239p.
Auto-avaliação
Assinale com “X” apenas as alternativas Falsas.
Correntes filosóficas: materialismo dialético – princípios e leis
Gabarito
V, F, V, V, F, V, V.
149
8
Correntes
filosóficas:
materialismo
dialético –
exigências, cuidados
e categorias
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
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Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
154
Além das exigências, é importante sinalizar alguns
cuidados fundamentais:
Atividades
Questões.
1 - Relate brevemente uma situação, depois a analise
atendendo as quatro exigências do Método Dialético.
166
2 - Leia a crônica abaixo e responda as questões.
A lâmpada mágica da democracia
(Título original: Mande um anjo! de Rubem Alves)
Toninho: no próximo dia dez vão se completar três
meses da sua partida. Você sabe que eu não votei em você.
Mas poderia. Eu confiava em você. Eleito, fiquei à sua
disposição para ajudar no que fosse possível. Tínhamos
sonhos comuns. Gostávamos de jardins. Foi sobre jardins
que conversamos na última vez em que estivemos juntos.
Inspirado naquele artigo meu “Sobre política e jardina-
gem” você me revelou que estava planejando começar
um projeto de formação de jardineiros em Campinas. E
me convidou para cooperar. Mas é claro! Pois eu acho
que a jardinagem é a melhor escola da política. Cidada-
Questões.
a) Conforme o texto acima, respaldando-se no Materi-
Referências comentadas
CODO, Wanderley. O que é alienação. Coleção Pri-
meiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1985. 96p.
Referências
Correntes filosóficas: materialismo dialético – exigências,cuidados e categorias
170
Auto-avaliação
Relacione a coluna superior com a inferior.
( )Objetividade da análise.
( )Consciência metódica, trânsito entre o individual e
o geral, análise da totalidade e de suas partes.
( )É a categoria que possibilita verificar a abrangência
e a interconexão essencial em cada fenômeno ou ob-
jeto.
( )É aquilo que produz um fenômeno.
( )É o que acontece sem haver condições para tal.
( )É o que deve acontecer em determinadas condições.
( )É a parte superficial e mutável do fenômeno.
( )É a parte mais profunda da realidade objetiva.
( )É aquilo que já se materializou.
( )É aquilo que ainda não aconteceu.
Gabarito
4, 1, 6, 7, 5, 3, 2, 9, 10, 8.
171
9
Correntes
filosóficas:
filosofia da
libertação
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
professor de graduação e pós-graduação no
Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
175
9.1 Síntese da vida e da
obra de Enrique Dussel
Sua vida pode ser dividida em quatro períodos: 1934
- 59; 59 - 69; 69 - 75; e de 75 até hoje. Nasceu em La Paz,
Argentina, perto dos Andes argentinos, em 1934. Embo-
ra sendo filho de médico, conviveu com a pobreza des-
de criança entre os índios e os mestiços empobrecidos
do campo. Em 42 entrou para a Ação Católica, onde per-
maneceu por 15 anos. Chegou a tornar-se presidente da
Federação de Estudantes da Universidade de Mendoza,
bem como de toda a diocese. Lutou contra o peronismo
entre 54 e 56. De 53 a 57 estudou belas artes e, especial-
mente, filosofia tomista.
Em 57 foi para a Espanha fazer doutorado em filoso-
fia, onde, na tese de 1.200 páginas, a partir da concepção
de bem comum de Maritain, defende os direitos da pes-
soa diante do bem comum. Nas férias de 57 e 58 foi para
a Terra Santa, onde conheceu um padre operário fran-
cês. Convidado, voltou em 59 e permaneceu por dois
anos, durante os quais trabalhou como carpinteiro e pes-
Correntes filosóficas: filosofia da libertação
Seu (do outro) direito absoluto, por ser alguém, livre, sa-
184 grado, funda-se em sua própria exterioridade, na consti-
tuição real de sua dignidade humana” (...) A provocação,
a interpelação do outro sempre traz consigo a história de
um povo. “O rosto do outro... revela realmente um povo,
mais do que mera pessoa singular... é o rosto de um sexo,
de uma geração, de uma classe social, de uma nação, de
um. (DUSSEL. Filosofia da Libertação, p.49-50)
1
O outro ser humano não como indivíduo isolado, sozinho, mas como
rosto duma família, dum grupo, duma comunidade, dum povo, duma
nação. 185
rá diante de nós de forma provocante, questionadora e
denunciante. Ele não aceita ser “algo”, pois é “alguém”.
É alguém “exterior” ao nosso mundo, centro de seu pró-
prio mundo e de sua liberdade.
Liberdade aqui não é somente uma certa possibilida-
de de escolher entre diversas mediações que dependem
do projeto cotidiano. Liberdade agora é a
incondicionalidade do outro com relação ao mundo no
qual sou o centro. O outro como outro, isto é, como cen-
tro de seu próprio mundo (embora seja um dominado
ou oprimido), pode dizer o impossível, o inesperado, o
inédito em meu mundo, no sistema. Todo o homem, cada
homem, enquanto é outro é livre, e enquanto é parte ou
ente de um sistema é funcional, profissional ou membro
de uma certa estrutura, mas não é outro. É-se outro na
medida em que se é exterior à totalidade, e nesse mes-
mo sentido se é rosto (pessoa) humano interpelante. Sem
exterioridade não há liberdade nem pessoa (DUSSEL,
1977, p.51).
Atividades
1 - Ao longo da semana, permitir que um “outro”, na
Proximidade, se manifeste como “Outro” diante da
minha Totalidade.
Referências comentadas
DUSSEL, Enrique. 1423: o encobrimento do outro.
Petrópolis: Vozes, 1993.
Correntes filosóficas: filosofia da libertação
Referências
DUSSEL, Enrique. Filosofia da Libertação. São Pau-
lo: Loyola/Unimep, 1977.
DUSSEL, Enrique. 1492: o encobrimento do outro.
Petrópolis: Vozes, 1993.
DUSSEL, Enrique. Caminhos de libertação latino-
americana. São Paulo: Paulinas, 1985, V.IV, 194p.
BOUFLEUER, José P. Pedagogia Latino-americana:
Freire e Dussel. Ijuí: UNIIJUÍ, 1991, 135p.
Auto-avaliação
Correntes filosóficas: filosofia da libertação
Gabarito
V, V, V, V, F, V, V.
Correntes filosóficas: filosofia da libertação
196
10
Correntes
filosóficas:
fenomenologia
Arno Vorpagel Scheunemann é assistente
social, mestre e doutor em Teologia,
professor de graduação e pós-graduação no
Serviço Social da ULBRA/Canoas. É autor
de todos os capítulos deste livro-texto.
Arno Vorpagel Scheunemann
tência.
Atividades
1 - Realizar uma entrevista com 3 a 5 pessoas pergun-
tando:
a) O que é mais importante: os acontecimentos em
si (como acontecem na realidade) ou o sentido
que esses acontecimentos têm para você (aqui-
lo que você pensa e sente a respeito)?
b) Suas decisões no dia-a-dia baseiam-se mais nos
acontecimentos em si ou naquilo que você sen-
te e pensa a respeito dos mesmos?
OBS: Relatar as respostas relacionando-as com a “es-
sência dos fenômenos” da fenomenologia.
Referências comentadas
SCHÜTZ, Alfred. Fenomenologia e relações sociais.
Correntes filosóficas: fenomenologia
206
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Ma-
ria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13.ed. 6a.
reimpressão. São Paulo: Ática, 2006.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia – his-
tória e grandes temas. 16.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filo-
sofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 6.ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social:
métodos e técnicas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
334p.
ANDERSON, Perry. Considerações sobre o marxis-
mo ocidental nas trilhas do materialismo histórico.
São Paulo: Boitempo, 2004, 239p.
Auto-avaliação
Assinale “V” (Verdadeiro) ou “F” (Falso).
Correntes filosóficas: fenomenologia
207
5 - O segundo momento do método fenomenológico
compreende: a suspensão e a redução transcenden-
tal. ( )
6 - Para a Fenomenologia não existe consciência pura,
pois para qualquer conhecimento é necessário que o
entendimento se sinta atraído por algo. ( )
7 - Para a Fenomenologia a essência dos fenômenos e
objetos não está na idéia, porque ela é construção da
razão e da consciência, mas na experiência pré-refle-
xiva. ( )
8 - Considerando a intencionalidade da consciência,
não existe realidade ou mundo, absolutamente ob-
jetivos. ( )
Gabarito
F, V, F, V, F, V, V, V.
Correntes filosóficas: fenomenologia
208