Flutter Atrial

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ARTIGO DE REVISÃO

Flutter atrial: implicações na abordagem


da clínica de urgência
Atrial flutter: implications on the approach of clinical urgency
Alexandre Bomfim Rodrigues1, Allan Patrocínio Pereira1, Ana Paula Pereira de Oliveira1, André Gonçalves Marinho1,
Bruno Leonardo Duarte Pereira1, Carla Cristina Duarte de Melo1, Daniel Motta Costa Lopes1, Fernando Duarte de
Oliveira1, José Carlos Serufo2

RESUMO

O flutter atrial é uma arritmia cardíaca do grupo das taquiarritmias supraventriculares 1


Acadêmico(a) Curso de Medicina da Faculdade de Medi-
cina da Universidade Federal de Minas Gerais;
(TSV), com prevalência estimada de 85:100.000 habitantes e surge, frequentemente, nos 2
Professor do Departamento de Clínica Médica da Fa-
atendimentos de urgência clínica. Pode se manifestar por frequências atriais de 220 a culdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais.
360 bpm, com episódios durando de segundos a horas. Sua apresentação clínica varia
de forma oligossintomática até lipotímia, principalmente quando a frequência ventri-
cular é alta, com risco de lesão miocárdica. Associa-se, em geral, a doenças cardíacas
prévias ou a condições sistêmicas como a tireotoxicose. Ocorre de forma paroxísti-
ca ou crônica, revestindo-se, algumas vezes, de grande dificuldade no diagnóstico
diferencial com outras TSV. O controle do flutter atrial utiliza métodos de controle da
frequência cardíaca e de cardioversões farmacológica e não farmacológica, cuja esco-
lha baseia-se, principalmente, nas condições clínicas do paciente. Este artigo objetiva
estabelecer os critérios atuais para a abordagem do flutter atrial e sua diferenciação
com outras TSV.
Palavras-chave: Flutter Atrial; Emergências; Cardioversão Elétrica

ABSTRACT

Atrial flutter is a cardiac arrhythmia which is part of the Supraventricular Tachyarrhythmia


(STs) group the estimated prevalence of 85 cases per 100,000 people, and appears frequently
in the urgent care clinic. The arrhythmia can manifest atrial frequencies from 220 to 360 bpm
with episodes that may last from seconds to hours. Furthermore, its clinical presentation
varies from oligossymptomatic forms to presyncopes, mainly with high ventricular response,
when there is significant risk of myocardial damage. It is in general associated to previous
cardiac or systemic conditions (e.g. thyrotoxicosis). It occurs either in paroxysmal or chroni-
cle forms, sometimes with great difficulty for differential diagnosis with other STs. The atrial
flutter control uses methods of heart rate control and pharmacological or non-pharmacolog-
ical cardio version, whose choice is based primarily on the patient’s clinical conditions. This
article aims to gathering information that would provide the current criteria for the approach
of atrial flutter regarding its accurate diagnosis and its differentiation from other STs.
Key words: Atrial Flutter; Emergencies; Electric Countershock

introdução
Instituição:
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais.
O flutter atrial é uma arritmia cardíaca que foi reconhecida em 1910 por Jolly e
Ritchie, tendo seus mecanismos eletrofisiológicos investigados em 1921.1 Está en- Endereço para correspondência:
Av. Prof. Alfredo Balena, 190
globado entre as taquiarritmias supraventriculares (TSV), apresentando-se, pos- CEP: 30130-100
Belo Horizonte/MG
sivelmente, sob a forma paroxística ou crônica. Apresenta-se com frequência em E-mail: danielmottador@yahoo.com.br

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Flutter atrial: implicações na abordagem da clínica de urgência

consultas em setores de atendimento de urgência, O flutter atrial, particularmente do tipo II, é raro
sendo difícil diferenciá-lo de manifestações arrasta- na ausência de fatores predisponentes (lone atrial
das, assim como de outras TSV, especialmente em flutter), ocorrendo nas taxas de 1-8%.3,7,8 É mais co-
primeiro atendimento.2 Este artigo objetiva promover mumente detectado na disfunção do ventrículo es-
a atualização sobre a sua abordagem diagnóstica e querdo, em doença cardíaca reumática e congênita
como diferenciá-la de outras TSV. e após cirurgias cardíacas.5-7 Existe multiplicidade
de outras condições predisponentes (tabela I), com
distribuição variável de acordo com a idade, sendo
DEFINIÇÃO as mais comuns em adultos e em crianças o pós-
operatório de cirurgia cardíaca e insuficiência cardí-
O flutter atrial representa a arritmia atrial de aca congestiva, respectivamente,3 e as cardiopatias
frequência entre 250 e 300 batimentos por minuto congênitas.9
(bpm), em que os estudos eletrofisiológicos mos-
tram a presença de vários circuitos reentrantes. Es-
tes circuitos frequentemente ocupam grandes áreas Tabela 1 - Condições predisponentes para o desen-
volvimento do Flutter Atrial.
do átrio, circulando eixos anatômicos ou funcionais
denominados de macrorreentradas.¹ É necessário Doenças cardíacas Outras
para que se inicie a presença de um mecanismo Doenças valvares: prolapso
mitral10, doença cardíaca Tireotoxicose
precipitador, representado por extrassístole atrial, fe- reumática.
nômenos de reentrada ou, provavelmente, fibrilação Infarto agudo do miocárdio 11,12 Obesidade
atrial associada.3 Pericardite Troboembolismo pulmonar.
O flutter atrial apresenta dois tipos: I ou típico, Pós-operatório de cirurgias Doença pulmonar obstrutiva
subdividido em anti-horário e horário; e II ou atípi- cardíacas. crônica.

co. Na forma típica, o circuito gira em torno do anel Cardiopatias congênitas Outras doenças pulmonares.
tricúspide e tem como limites a crista terminal ou, al- Outras cardiopatias que cursam Intoxicação digitálica
com disfunção de VE e ICC (rara)13,14
gumas vezes, o sino venoso. O flutter atípico ocorre
VE: Ventrículo Esquerdo, ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva
tanto no átrio direito como no esquerdo e se apresen-
ta de formas variadas.1
A conduta na urgência não requer a obtenção É pouco conhecido o papel da inflamação sobre
dessas características eletrofisiológicas, desde que o flutter atrial, entretanto, esta é evidenciada pelo au-
o tratamento inclua conversão elétrica ou farmaco- mento nos níveis séricos de Proteína C Reativa e de
lógica. A opção terapêutica pela ablação por radio- Interleucina 6.15 O sistema nervoso autônomo pode
frequência, entretanto, requer a especificação das ter papel no desencadeamento do flutter atrial, como
alterações eletrofisiológicas.3 da fibrilação atrial, por intermédio da predominância
da atividade simpática sobre a parassimpática que
ocorre alguns minutos antes do início da arritmia.16
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA

A epidemiologia do flutter atrial é pouco conheci- DIAGNÓSTICO


da na população geral. Sua densidade de incidência
encontra-se em 88/100.000 pessoas/ano, variando de O fluttter atrial apresenta-se comumente na forma
5 a 587 por 100.000 pessoas com menos de 50 e mais paroxística, durando de segundos a horas. A sintoma-
de 80 anos, respectivamente. É 2,5 vezes mais fre- tologia é mais significativa quando há flutter paroxís-
quente nos homens, com seu risco aumentado em 3,5 tico com resposta ventricular rápida. A palpitação é
vezes em pacientes com insuficiência cardíaca e em o sintoma mais comum, e ainda podem ser relatados
1,9 vezes naqueles com doença pulmonar obstrutiva dispneia, desconforto torácico, fraqueza e lipotímia.
crônica.4 Sua incidência, assim como na fibrilação A lipotímia é rara na ausência de cardiopatia subja-
atrial, é maior quando há doença cardíaca de base cente. A poliúria pode ser evidenciada devido à libe-
com aumento do átrio esquerdo e insuficiência do ração de peptídeo natriurético atrial decorrente do
ventrículo esquerdo ou biventricular.5-7 aumento das pressões atriais.17

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O exame físico revela pulsos periféricos com rit- atrial não estiverem evidentes, por exemplo, com a
mo acelerado, geralmente regulares. As ondas A em manobra vagal, a administração de fármacos blo-
canhão também podem ser identificadas e decorrem queadores do nodo AV (diltiazem, adenosina) e de
da contração atrial em valva tricúspide fechada. A beta-bloqueadores. As ondas F que poderiam sugerir
ausculta cardíaca pode revelar intensidade variável outras TSV tornam-se mais delineadas, melhor visu-
da primeira bulha cardíaca.17 alizadas em derivações inferiores e anteriores, facili-
O eletrocardiograma apresenta ativação elétrica tando o diagnóstico. As ondas F apresentam-se com
atrial com frequência de 220 a 360 bpm, mais comu- predomínio de negatividade em derivações inferiores
mente em torno de 300. As ondas P são substituídas em que a fibrilação atrial revela positividade. O uso
por ondas F (de fluter), melhor observadas no plano de um eletrodo esofágico durante o estudo eletrocar-
frontal nas derivações inferiores (DII, DIII e aVF) e diográfico pode ser útil para o diagnóstico. O estudo
no plano horizontal nas derivações que melhor vi- eletrofisiológico é indicado apenas em casos em que
sualizam o átrio, isto é, as anteriores (V1 e V2). Não se programa a ablação por cateter.17,18,19
se observa, em geral, linha isoelétrica. O traçado as-
sume aspecto festonado ou serrilhado, com ondas F
difásicas em derivações inferiores, com predomínio ABORDAGEM NA URGÊNCIA
de negatividade. O flutter atrial possui condução AV
usualmente de 2:1, frequência regular de 130 a 150 A abordagem do flutter atrial na urgência depen-
bpm e má resposta à digitalização, aos bloqueadores de, fundamentalmente, das condições clínicas do
de canais de cálcio e aos beta-bloqueadores, compa- paciente. Os pacientes que se apresentam hemodi-
rado com a fibrilação atrial. Observa-se, raramente, namicamente instáveis, com insuficiência cardíaca
condução AV 1:1, com frequência ventricular em tor- congestiva, choque ou infarto agudo do miocárdio,
no de 240-250 bpm em ausência de pré-excitação, beneficiam-se da Cardioversão Elétrica Sincronizada
apresentação associada à maior letalidade.17,18 com 50 J de energia como terapia inicial. É impor-
O flutter persistente, quando se associa com fre- tante controlar adequamente a frequência cardíaca,
quência ventricular elevada, pode desencadear de com o intuito de evitar exaustão miocárdica2 quando
forma reversível hipertrofia miocárdica (taquimio- a cardioversão imediata não for possível ou houver
cardiopatia). Em idosos, a condução AV pode ser opção pela cardioversão farmacológica (figura 1).
ainda de 3:1 ou 4:1, com frequência ventricular mais
bem tolerável. 18 Controle da frequência ventricular:
bloqueadores do nó AV
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Flutter Atrial
As relações entre flutter e fibrilação atrial são com-
plexas e, por isso, o diagnóstico diferencial nem sem-
pre é imediato. É frequente que ambas as arritmias se
apresentem em um mesmo paciente, em momentos Instável Estável
hemodinamicamente hemodinamicamente
diferentes. Há tendência de indivíduos inicialmente
identificados com flutter atrial apresentarem, ao lon-
go dos anos, fibrilação atrial.18
O flutter se apresenta geralmente com frequência
Cardioversão Controle de Cardioversão:
atrial e ventricular, respectivamente, de 300 e 150 elétrica frequência: Elétrica
bpm, correspondendo ao bloqueio átrio-ventricular bloqueadores Farmacológica
2:1. A fibrilação atrial é identificada com frequência do NAV Marca-passo atrial
atrial e ventricular, respectivamente, entre 400 e 650
Figura 1 - Manejo do flutter atrial. NAV: nó átrio-
e 60 e 100 bpm. É possível utilizar mecanismos que ventricular (adaptado de Blomström-Lun-
aumentem o bloqueio AV, removam os complexos dqvist C, et al. J Am Coll Cardiol 2003; 42:
QRS ou aumentem o intervalo R-R, evidenciando as 1493-531).
ondas F, quando as ondas características do flutter

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As drogas mais usadas no controle da frequên- 76%, dofetilida IV - 34-70%, amiodarona IV - 22-41%,
cia ventricular são os bloqueadores de canal de sotolol IV - 20-40%).17
cálcio (diltiazem e verapamil), beta-bloqueadores, As drogas da classe III são as mais eficazes na
amiodarona e digoxina. O diltiazem intravenoso cardioversão do flutter atrial; dentro dessa classe, a
(IV) age rápida e eficazmente na redução da fre- ibutilida parece mais eficaz. A ibutilida IV deve ser
quência cardíaca, atingindo-se frequência menor evitada em pacientes com fração de ejeção do ven-
que 100 bpm em 30 minutos.17 A hipotensão surge trículo esquerdo menor que 35%, cardiopatia estru-
em 10% dos pacientes, principalmente nos que pos- tural grave, intervalo QT prolongado ou doença do
suem disfunção ventricular esquerda.2,17 O verapa- nó sinusal. Seu uso associa-se com a incidência de
mil IV apresenta eficácia similar ao diltiazem IV no torsades de pointes entre 1,5% a 3%.2,17,18
controle rápido da frequência. Sua desvantagem é
associar-se a maior incidência de hipotensão sinto-
mática.2,17 Os beta-bloqueadores IV são tão eficazes Anticoagulação
quanto os bloqueadores de canal de cálcio IV no
controle da frequência cardíaca. A amiodarona IV O risco de embolia no flutter atrial situa-se entre
possui efeito superior ao da digoxina IV no controle 1,7 e 7%. O ecocardiograma apresenta a incidência
de frequência, entretanto, ambos são menos efica- de 0 a 34% de material ecodenso e coágulos em
zes do que os bloqueadores de canal de cálcio e pacientes com flutter atrial sem anticoagulação, in-
beta-bloqueadores.2 A vantagem a ser considerada cidência que tende a aumentar 48 horas após a sua
no uso de beta-bloqueadores, bloqueadores de ca- instalação.2 As normas de conduta em relação anti-
nal de cálcio ou amiodarona é que ocasionalmente coagulação na fibrilação atrial devem ser estendidas
convertem o flutter para ritmo sinusal.2 ao flutter atrial.
A anticoagulação plena (RNI entre 2 e 3) deve ser
priorizada quando o flutter atrial perdurar mais de 48
Cardioversão não farmacológica horas, desde que não haja contraindicações, antes
de qualquer forma de cardioversão, devido ao risco
A cardioversão elétrica externa sincronizada é o de eventos tromboembólicos. A cardioversão elétrica
procedimento de escolha para a cardioversão rápida ou farmacológica deve ser considerada somente se o
do flutter atrial quando o paciente se encontra instá- paciente estiver anticoagulado com RNI entre 2 e 3,
vel hemodinamicamente.17,18 Trata-se de procedimen- se o flutter atrial perdurar menos de 48 horas ou se
to seguro, que requer baixas doses de energia (50 J) o ecocardiograma transesofágico excluir a presença
e tem eficácia entre 95 e 100%.2,17 Esse procedimento, de trombos atriais.2,17
por necessitar de sedação, pode ser contraindicado
em casos de padrão respiratório limítrofe, ou em pa-
cientes que acabaram de fazer refeições. Pode ser im- CONCLUSÃO
plantado, nesses casos, um marcapasso atrial, cuja
eficácia média de cardioversão é 83%.17 Esse proce- A proposição desta atualização foi a de mostrar
dimento é mais comumente usado em pacientes com as normas sobre a abordagem sobre o flutter atrial,
flutter que se segue à cirurgia cardíaca. incluindo seu diagnóstico, suas caracterísitcas eletro-
fisiológicas e sua abordagem terapêutica.

Cardioversão farmacológica
REFERÊNCIAS
Os efeitos da cardioversão farmacológica não são
imediatos como os da cardioversão elétrica, ocor- 1. Tai CT, Chen SA. Eletrophysiological mecanisms of atrial flutter. J
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mais comumente usadas, bem como suas taxas de 2. Blomstrom-Lundqvist C, Scheinman MM, Aliot EM. ACC/AHA/
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cardioversão, são os antiarrítmicos da classe Ia (pro-
cular arrhythmias–executive summary. a report of the American
cainamida IV - 14%), classe Ic (flecainamida IV - 13%, College of Cardiology/American Heart Association task force
propafenona IV - 40%) e classe III (ibutilida IV - 38-

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