Arquitetura Islâmica
Arquitetura Islâmica
Arquitetura Islâmica
História
As paredes foram decoradas com pinturas de Jesus, Maria, Abraão, profetas e anjos. A
partir do Século VIII, a doutrina islâmica, baseada no Hadiz, proibiu o uso de imagens
em sua arquitetura, sobretudo as de humanos e de animais.
Uma das primeiras civilizações com a qual o Islã entrou em contato foi com a persa, da
qual os islâmicos absorveram abundantes elementos.
Muitas cidade, como Bagdá, por exemplo, foram erguidas junto a construções
precedentes, como Firouzabad, na Pérsia. É sabido que dentre as pessoas contratadas
por Al-Mansur para desenhar os planos da cidade, encontravam-se Naubakht, um antigo
persa seguidor de Zoroastro, e Mashallah ()ماشاءال, um antigo judeu de Khorasán, Irã.
Vista do interior da
Mesquita de Córdoba.
A construção da grande Mesquita de Córdoba, começada no ano785, marcou o começo
da arquitetura islâmica na península Ibérica e no norte da África. Essa mesquita se
destaca por seus arcos interiores em forma de ferradura.
Pouco antes de concluída a reconquista cristã, a influência islâmica teve seu derradeiro
impacto na arquitetura da Espanha, através do estilo mudéjar, mesclando elementos
cristãos e muçulmanos.
Arquitetura otomana
Os otomanos desenvolveram uma arquitetura de alto nível, nas terras que dominaram.
Dominaram a técnica de construir extensos espaços internos confinados por abóbadas, e
de alcançar a harmonia perfeita entre os espaços interiores e exteriores, assim como
entre a luz e a sombra. A mesquita deixou de ser um compartimento escondido e escuro,
com suas paredes cobertas por arabescos, para se tornar um santuário do equilíbrio
estético e técnico, da elegância refinada e, de uma forma indireta, do transcendental, do
divino.
Arquitetura fatímida
Mesquita de Al-Hakim.
Arquitetura mameluca
Mesquita do Sultão
Hassan, no Cairo, Egipto.
No reino dos Mamelucos (1250-1517) a arte islâmica recebeu um impressionante
florescimento, caracterizando-se pelo zelo religioso, que viria a se tornar um padrão de
arquitetura e das artes em geral. Suas técnicas apuradas utilizavam o claro-escuro e
outros recursos ópticos para produzir efeitos luminosos em seus edifícios. As abóbadas
majestosas, os pátios, e os Minaretes altíssimos (que podem ser vistos nos bairros mais
antigos da cidade do Cairo), são uma boa demonstração do explendor dessa arte.
A Grande mesquita de
Xi'an, China.
A primeira mesquita na China surgiu no Século VII, durante a Dinastia Tang, em Xi'an.
A Grande Mesquita de Xi'an, cujas atuais instalações datam da Dinastia Ming, não imita
a maioría das características associadas às mesquitas tradicionais, tendendo a
subordinar-se aos clássicos padrões da Arquitetura chinesa. As mesquitas localizadas na
China ocidental incorporam elementos tipicamente islâmicos, encontrados no Oriente
Médio, como minaretes altos, arcos curvos e terraços em forma de cúpula, mas as
mesquitas do leste tendem a se assemelhar a pagodes. Ainda assim, a China é renomada
por suas belas mesquitas, semelhantes a templos.
Grande Mesquita de
Djenné, em Mali, exemplo do estilo de arquitetura afro-islâmica
• O conceito do poder infinito de Alá, que é evocado por desenhos que repetem os
temas, sugerindo o Infinito.
• As formas humanas e animais raramente aparecem na arte decorativa, pois se
considera mais importante retratar a obra de Alá.
• A Caligrafía árabe é usada para realçar o interior de um edifício (ou o caminho
de acesso a ele, como no Taj Mahal), com citações do Alcorão.
• A Arquitetura Islâmica tem sido chamada de “arquitetura velada”, porque sua
beleza artística não raro se enconde nos espaços interiores dos edifícios (como
nos pátios), ocultando-se aos olhos do observador externo. Por outro lado, o uso
de formas majestosas, tais como grandes abóbadas e minaretes elevados,
pretende transmitir energia e alardear o poder e a cultura muçulmanas.
Referências
• Ettinghausen, Richard and Grabar, Oleg. (1987) The Art and Architecture of
Islam: 650 - 1250, Penguin, USA
• Copplestone, Trewin. (ed). (1963). World architecture - An illustrated history.
Hamlyn, London.
Arquitetura Islâmica
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib que, desde então,
se conhece como Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação
dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a Palestina,
Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor e Norte da África e Espanha. De origem nômade, os
muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer-se definitivamente e assentar as
bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos
conquistados, que no entanto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e
sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas
bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os
coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na
realidade, desde seu início, conceitual e religiosa, sendo sua beleza quase mágica. O luxo
e a opulência dos califados surgem como num conto das mil e uma noites,entre cúpulas
floridas e minaretes inalcançáveis.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma
espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura
significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis,
convidando-os à oração. Sua posição no núcleo urbano era sempre privilegiada. A
Giralda, em Sevilha, é um exemplo dos minaretes da arte andaluza.
As obras nascidas dessa cultura são grandiosas e deixam o espectador sem palavras.
Muitos de seus edifícios estão entre os escolhidos pela Unesco como patrimônio da
humanidade, desde a costa atlântica do Marrocos até os confins da China.
Arquitetura islâmica tenta construir
visões do Paraíso
A celebrada arquitetura islâmica tenta mostrar a magnificência de um Deus
onipresente e invisível através de uma "sinfonia de pedra" - harmônica,
matemática, racional, musical - que tenta simbolizar esta transcendência. Esta
é a opinião do filósofo e historiador da arte Roger Garaudy, ele próprio
convertido ao Islam depois de Ter sido dirigente do Centro de Formação
Política do Partido Comunista francês, com o qual rompeu no Maio de 68.
Luz
Para ele a luz - segundo símbolo - é tão evidente que nem sempre é
percebido. A luz, destaca ele, é referenciada incontáveis vezes como metáfora
da Divindade, da Revelação e portanto é evidente o papel da iluminação no
conjunto da Mesquita, reforçado por mil artifícios técnicos buscado pelos
arquitetos muçulmanos.
Palavra divina
]Contudo não há como negar que não houve apenas uma amálgama apenas
de estilos anteriores, mas uma verdadeira síntese baseada numa nova visão
de mundo. A arte muçulmana é extremamente conceitual, repleta de
significados inseridos nos detalhes, de símbolos flagrantes, mas sutis.
Talvez por isto mesmo jamais foi uma obra de autor, mas um concerto de
milhares de artesãos anônimos que tentavam louvar a seu Deus e não a si
mesmos. Assim no céu da arquitetura mais cintilante não brilha a estrela de
nenhum arquiteto, mas o esplendor de uma fé.
Unidade na diversidade
Do estilo básico da arquitetura islâmica surgiram cinco estilos diferenciados em
suas ênfases, materiais e recursos. Na península arábica, Síria e Egito
predominou um estilo mais fiel à tradição mediterrânea.
Interferências mútuas
Além disso a unidade da língua - mesmo nas regiões onde o árabe não era a
primeira língua ele falado pela elite - as estradas relativamente seguras e a
ampla circulação de mercadorias permitia o fluxo de idéias e pessoas.
Arquitetura Islâmica
As restrições religiosas à representação de figuras humanas e de animais no Islam
impediu a evolução de técnicas como a pintura e a escultura e acabou por transformar a
arquitetura na modalidade artística mais desenvolvido na cultura islâmica.
Sua origem é a casa de Muhammad (na cidade de Madina), que constava de um pátio
cercado por muros, com diversos aposentos ao redor.
Evolução Histórica
Do século VII, de quando datam as primeiras construções, feitas pela dinastia omíada,
até o século XVIII, início da decadência do império otomano, o Islam ergueu, em várias
regiões compreendidas entre a Espanha e a Índia, grande número de monumentos.
Com a dinastia abássida, instaurada no ano 750, a arte islâmica sofreu a influência da
Ásia, surgiram então os mausoléus, e a decoração se estilizou, a capital foi transferida
para Bagdá, no Iraque, onde se adotou um traçado urbano de forma circular, protegido
por uma muralha dupla.
Iniciada no século VIII, sofreu diversas ampliações ao longo dos dois séculos
posteriores, a mesquita de Córdoba tem 19 naves perpendiculares à qibla e um sistema
de construção original, no qual se combinam colunas e arcos em ferradura com arcos de
meio ponto, ao que tudo indica, uma influência da arte visigoda, decorados com
abóbadas alternadas em vermelho e branco. Seu mihrab é coberto de ricos azulejos
bizantinos, com profusão de motivos epigráficos e vegetais.
Outro grande exemplo da arte do califado de Córdoba foi a cidade palaciana de Medina
Azahara, construída por Abd al-Rahman III. No Egito, que se tornou independente com
os tulúnidas, foi construída no século IX a grande mesquita de Ibn Tulun, no Cairo; em
Túnis, os aglábidas ergueram a grande mesquita de al-Qayrawan.
Os seljúcidas, povos nômades das estepes convertidos ao islam que reunificaram por
algum tempo o Oriente Médio, estabeleceram seus centros em Isfahan e Tabriz. Foram
os responsáveis pela divulgação da madrasa (espécie de universidade na qual se
ensinavam teologia e ciências), em geral edificada junto a uma mesquita e estruturada
em torno de um pátio.
Também surgiu nessa época um novo tipo de minarete, de forma cilíndrica, apoiado
sobre uma base octogonal, como o da mesquita Pa-Minar de Zawara, cujo exterior era
decorado com cerâmica esmaltada em motivos geométricos. A arquitetura funerária
popularizou o mausoléu quadrado coberto com uma cúpula, como o de Sanyar, do
século XII.
Sua forma arquitetônica mais característica foi o mausoléu, cujo melhor exemplo é o
monumento funerário ao sultão Hassan, de planta quadrada e cúpula dourada sobre uma
base octogonal, no fim do século XI, após a desintegração do califado de Córdoba numa
série de reinos de taifas, a intervenção dos almorávidas, originários do sul do Maghrib,
permitiu um novo florescimento da arte na península ibérica e no noroeste da África.
Dois tipos de estruturas caracterizaram os períodos almorávida e almôada, do século XI
ao XIII, no Marrocos e na Espanha, um abrange as grandes mesquitas marroquinas,
como as de Tinmel e Hasan, em Rabat, e a de Kutubiya, em Marrakech, todas com
sólidos e grandes minaretes quadrados.
O outro tipo de arquitetura criou-se para fins militares, como fortificações e pontes com
arcos em forma de ferradura. Entre estas figuram a ponte Oudaia, em Rabat, e a ponte
Rabat, em Marrakech.
No norte da África, a arte não mudou muito nos séculos XIV e XV, o mesmo estilo de
mesquita continuou a ser construído, como a Grande Mesquita de Argel. A decoração
arquitetônica em estuco ou pedra esculpida ficou limitada geralmente a padrões
geométricos elaborados, temas epigráficos e alguns motivos vegetais.
Constava do alcácer, salões para atos oficiais (mexuar, ou sala de justiça, quarto de
Comares), área privada (pátio dos Leões, sala das Duas Irmãs), salas de banhos e
maravilhosos jardins, como os do Generálife.
Depois dos mongóis e dos turcomanos, chegaram ao poder na Pérsia os safávidas, que
promoveram a arte popular, proliferaram então as mesquitas e madrasas de quatro
eyvans e, na arquitetura palaciana, destacou-se o palácio Ali Qapu, com um segundo
andar repleto de colunas.
O império atingiu o apogeu nos séculos XV e XVI, quando Istambul se tornou grande
centro político e cultural, tendo a basílica bizantina de Santa Sofia como modelo,
proliferaram as construções monumentais, como as mesquitas de Suleiman II e de
Ahmed I, na mesma cidade.
•O conceito do poder infinito de Alá, que é evocado por desenhos que repetem os temas,
sugerindo o Infinito.
•As formas humanas e animais raramente aparecem na arte decorativa, pois se considera
mais importante retratar a obra de Alá.
•A Arquitetura Islâmica tem sido chamada de “arquitetura velada”, porque sua beleza
artística não raro se enconde nos espaços interiores dos edifícios (como nos pátios),
ocultando-se aos olhos do observador externo. Por outro lado, o uso de formas
majestosas, tais como grandes abóbadas e minaretes elevados, pretende transmitir
energia e alardear o poder e a cultura muçulmanas.