A ImportÂncia Das Oficinas Teatrais

OFICINA DE TEATRO: ESCOLA & CENA(1)
Tayne Melo Motta(2), Heverton Schimitz Lopes(3),

Mônica Ferreira Cassana (4)
(1)
Trabalho executado com recursos do FNDE/PET, do Ministério da Educação;
(2)
Bolsista do Programa de Educação Tutorial e acadêmica do curso de Letras; Universidade Federal do Pampa,
Campus Bagé; Bagé; Rio Grande do Sul; taynemotta18@gmail.com;
(3)
Bolsista do Programa de Educação Tutorial e acadêmico do curso de Letras; Universidade Federal do Pampa,
Campus Bagé; Bagé; Rio Grande do Sul; hevertongnfr@gmail.com;
(4)
Orientadora e tutora do PET Letras; Universidade Federal do Pampa;
Palavras-Chave: teatro, clássico literário, escola.
INTRODUÇÃO
O presente projeto partiu do interesse em promover uma atividade que envolvesse teatro como
atividade de socialização complementar ao ensino fundamental. Sabe-se, empiricamente e por inúmeras
pesquisas realizadas por muitos estudiosos do assunto, que a prática teatral proporciona oportunidades de
vencer a timidez, de melhorar a oralidade, a expressão corporal, a valorização do trabalho em equipe, entre
outros aspectos (DOLCI, 2004). Além disso, é preciso exaltar a importância de oferecer aos alunos a
possibilidade de conhecer e trabalhar com um clássico literário, o qual, provavelmente, possui uma
valorização periférica dentro da grade curricular atual.
Com base nesses elementos, a proposta deste projeto – desenvolvido no Programa de Educação
Tutorial (PET Letras) – tem como objetivo desenvolver uma oficina teatral para pré-adolescentes em uma
escola estadual de ensino médio do município de Bagé, com turmas de 7º a 9º anos, tendo o intuito de
trabalhar o lúdico, a criatividade, oportunizando situações em que serão necessários a fala, o corpo, a
agilidade, a concentração, a disciplina, e outros aspectos que o teatro utiliza para a comunicação e a
expressão.
METODOLOGIA
A oficina de teatro Escola & Cena está dividida em três fases. Ela teve seu início no mês de abril do
corrente ano, com previsão de término em dezembro do mesmo ano. Desde então, são realizados
encontros semanais, com duração de 1 (uma) hora no período da tarde.
Na primeira fase da oficina, foram apresentadas atividades dinâmicas a fim de conhecer os alunos
participantes, como também, uma atividade diagnóstica. Logo, foram realizados jogos teatrais de
espontaneidade, de expressão corporal, de improvisação e de criatividade, com o intuito de capacitar os
alunos a realizarem uma peça teatral.
A segunda fase da oficina de teatro ficou destinada à apresentação da peça teatral Macbeth de
William Shakespeare aos alunos. Foi feita a leitura da obra, estudo do texto e criação de personagem para
compreender a obra dramática.
E, por fim, a terceira fase da oficina, a qual está em andamento, está destinada à definição das
personagens, ensaios da peça, elaboração do cenário e figurino, e à apresentação final que será realizada
fora da escola, com entrada franca para toda a comunidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Embora o projeto esteja em andamento, percebe-se que alguns resultados já vêm sendo atingidos
pelos extensionistas. Um deles foi a superação gradual da timidez. Notou-se, até o presente momento, uma
evolução em relação a esse aspecto, pois no início da oficina, a maioria do grupo não se sentia à vontade
em expressar-se na frente dos colegas. Atualmente, pelo fato de o grupo estar mais unido e engajado, isso
é diferente, pois conforme Dolci (2004), o teatro proporciona ao aluno vencer a timidez, e para isso, o aluno
precisa sentir-se seguro e confiante para interpretar um personagem, devendo-se propiciar oportunidades e
um ambiente adequado para a atuação.
Um segundo aspecto que deve ser considerado diz respeito à capacidade de improvisação; esse,
também, aos poucos está progredindo: uns ajudam aos outros para aperfeiçoarem suas falas e expressões
corporais. Como afirma Dolci (2004), embora o Teatro trabalhe com um texto determinado e que será
memorizado e ensaiado por alunos/ atores, nenhum dia de ensaio é igual ao outro. Sempre haverá
momentos em que os alunos precisarão improvisar por diferentes razões, seja esquecimento de uma fala
ou até mesmo interferências da plateia. Ademais, é necessário lembrar o que os Parâmetros Curriculares
Nacionais dizem sobre a importância do teatro:
Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a oportunidade de se

desenvolver dentro de um determinado grupo social de maneira responsável,
legitimando os seus direitos dentro desse contexto, estabelecendo relações entre
o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a acolher e a ordenar opiniões,
respeitando as diferentes manifestações, com a finalidade de organizar a
expressão de um grupo.” (BRASIL, 1997, p. 52)
Além desses aspectos, a disciplina e o trabalho em grupo são resultados visíveis para o bom
andamento dos ensaios. Somente quando necessário, precisa-se chamar a atenção do grupo. Houve,
também, até o momento, melhorias nos aspectos relacionados à leitura, pois os alunos estão lendo o texto
teatral com mais fluência, percebendo a entonação que cada fala necessita.
Notou-se a melhora da relação entre o espaço escolar e o sujeito-aluno, pois a oficina não é
obrigatória a eles. Participam apenas aqueles que realmente estão dispostos. Eles sentem vontade em ir e
em estar na escola, sem a obrigatoriedade das disciplinas regulares. Além disso, espera-se, também, que a
peça teatral seja realizada no final do ano com sucesso e que os alunos sintam- se contentes com o que
produziram até lá. Dispondo de muito comprometimento e motivação.
E, por fim, é fundamental que o grupo consiga perceber a importância de estar trabalhando com um
clássico literário e que, embora possua mais de quatrocentos anos, os alunos gostaram e envolveram-se
com o a temática e o enredo da obra.
CONCLUSÕES
Até então, nota-se que os objetivos estão sendo atingidos gradativamente. Percebe-se a motivação e
interesse por parte dos alunos. Isso mostra que o lúdico, a criatividade, a expressão corporal estão sendo
despertadas ao longo da oficina.
Com isso, revela-se a importância de utilizar o teatro aliado à educação, pois esses alunos não só
aprendem a trabalhar coletivamente, como também permitem- se expressar-se com liberdade.
REFERÊNCIAS
BRASIL, MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte. Brasília:
MEC/SEF, 1997. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf > Acesso em 23 set.
2016.
MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. 6ª ed. São Paulo: Editora Ática, 1997.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. 4ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.

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Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a oportunidade de se

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