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N.

o 132 — 8-6-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3221

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Ficha técnica

Mutuário: LIPOR — Serviço Intermunicipalizado de


Resolução do Conselho de Ministros n.o 49/99 Tratamento de Lixos da Região do Porto.
Mutuante: Banco Europeu de Investimento (BEI).
Considerando que o regadio dos Minutos insere-se Finalidade: financiamento parcial do Projecto
no Projecto do Aproveitamento Hidroagrícola dos «LIPOR — Central de Incineração».
Minutos, que permitirá beneficiar uma área de cerca Montante: EUR 42 417 435 (PTE 9 100 000 000).
de 1500 ha, utilizando os recursos hídricos provenientes Utilização: até 18 meses após a assinatura do contrato
da barragem dos Minutos; de empréstimo, numa ou mais tranches, a acordar com
Considerando que as obras deste aproveitamento o BEI.
hidroagrícola assumem uma importância inquestionável, Prazo do empréstimo: 18 anos.
Carência: 8 anos.
dadas as conhecidas potencialidades da região no sector Reembolso: 10 prestações anuais consecutivas, com iní-
da agricultura e a importância que o seu desenvolvi- cio em 2007 e a última em 2017.
mento terá no reforço da capacidade produtiva regional, Taxa de juro: taxa aberta relativamente a cada uma das
impõe-se proceder à classificação desta obra como obra moedas a utilizar segundo os regimes de taxa fixa,
de interesse regional, nos termos dos artigos 6.o e 7.o taxa variável e taxa fixa revisível.
do Decreto-Lei n.o 269/82, de 10 de Julho. Juros: trimestral ou anual, conforme o regime de taxa
Esta classificação possibilitará ainda a criação da res- de juro escolhido.
pectiva entidade que ficará responsável pela sua explo- Bonificação de juros: o equivalente a 2% a.a., tendo
ração e conservação, nos termos dos artigos 49.o e 50.o como referência a taxa de juro aplicada pelo BEI em
do Decreto-Lei n.o 269/82, de 10 de Julho. euros com a duração de 10 anos com 2 anos de carência
Assim: de capital, aplicada a um montante com um limite
Nos termos da alínea g) do artigo 199.o da Cons- máximo de EUR 42 417 435.
tituição, o Conselho de Ministros resolveu: Garante: República Portuguesa.
Classificar o aproveitamento hidroagrícola dos Minu- Taxa de garantia: nula.
tos como obra de interesse regional do grupo II, nos
termos dos artigos 6.o e 7.o do Decreto-Lei n.o 269/82,
de 10 de Julho. MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS,
Presidência do Conselho de Ministros, 21 de Maio DA EDUCAÇÃO E DA SAÚDE
de 1999. — O Primeiro-Ministro, António Manuel de
Oliveira Guterres. Portaria n.o 413/99
de 8 de Junho
Resolução do Conselho de Ministros n.o 50/99 o
O Decreto-Lei n. 35/90, de 25 de Janeiro, definiu
Considerando que o Banco Europeu de Investimento um conjunto de modalidades de acção social escolar
se propõe conceder à LIPOR — Serviço Intermunici- susceptíveis de apoiar o percurso dos alunos ao longo
palizado de Tratamento de Lixos da Região do Porto da sua escolaridade, de entre as quais se destaca o seguro
um empréstimo até ao montante equivalente a escolar destinado a garantir a cobertura financeira na
EUR 42 417 435 (PTE 9 100 000 000), destinado ao assistência a alunos sinistrados. A evolução verificada
financiamento parcial da construção de uma central de no sistema educativo aconselha a que se proceda à revi-
incineração de resíduos sólidos na área metropolitana são do regulamento até agora existente, alargando às
do Porto; crianças que frequentam os jardins-de-infância e aos
Considerando que foi ouvido o Instituto de Gestão alunos dos ensinos básico e secundário, incluindo os
do Crédito Público (IGCP), nos termos do disposto na ensinos profissional, artístico e recorrente, as acções de
alínea l) do n.o 1 do artigo 6.o dos respectivos Estatutos; prevenção e protecção em caso de acidente escolar.
Considerando que foi emitido o parecer da Ministra As inovações ou aperfeiçoamentos mais relevantes do
do Ambiente de 12 de Março de 1999, nos termos do novo regulamento do seguro escolar compreendem o paga-
disposto no n.o 1 do artigo 14.o da Lei n.o 112/97, de mento de eventual indemnização por danos morais, a alte-
16 de Setembro: ração no cálculo dos montantes das indemnizações tendo
Assim: por referência o salário mínimo nacional, a indemnização
Nos termos da alínea g) do artigo 199.o da Cons- devida a sinistrado menor de idade, depositada a prazo,
tituição, o Conselho de Ministros resolveu definir a sem prejudicar a possibilidade de o encarregado de edu-
seguinte orientação: cação levantar até 5 % do capital, por ano, ao invés da
Deverá ser prestada a garantia pessoal do Estado, para mera movimentação dos juros creditados. Igualmente, o
cumprimento das obrigações de capital e juros, ao emprés- cálculo do prémio do seguro escolar passa a fazer-se por
timo bancário, no montante de EUR 42 417 435 referência ao salário mínimo nacional. O seguro escolar
(PTE 9 100 000 000), a contrair pela LIPOR — Serviço garante, ainda, os prejuízos causados a terceiros pelo aluno,
desde que sujeito ao poder de autoridade do órgão de
Intermunicipalizado de Tratamento de Lixos da Região
gestão do estabelecimento de educação ou ensino ou que
do Porto junto do Banco Europeu de Investimento, des-
resulte de acidente em trajecto cuja responsabilidade lhe
tinado ao financiamento parcial da construção de uma
seja total ou parcialmente imputável.
central de incineração de resíduos sólidos na área metro-
A cobertura do seguro escolar passa a ser mais abran-
politana do Porto, nas condições constantes da ficha téc-
gente, uma vez que os motivos de exclusão são clara-
nica em anexo.
mente diminuídos, aumentando, ainda, os montantes a
Presidência do Conselho de Ministros, 21 de Maio atribuir por indemnização.
de 1999. — O Primeiro-Ministro, António Manuel de Foi ouvida a Confederação Nacional das Associações
Oliveira Guterres. de Pais.
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Assim, ao abrigo do artigo 17.o do Decreto-Lei 2 — O seguro escolar abrange ainda os alunos que
o
n. 35/90, de 25 de Janeiro: se desloquem ao estrangeiro, integrados em visitas de
Manda o Governo, pelos Ministros das Finanças, da estudo, projectos de intercâmbio e competições despor-
Educação e da Saúde, o seguinte: tivas no âmbito do desporto escolar, quanto aos danos
1.o A presente portaria aprova o Regulamento do não cobertos pelo seguro de assistência em viagem a
Seguro Escolar, que é publicado em anexo. que se refere o artigo 34.o, desde que a deslocação seja
2.o O Regulamento do Seguro Escolar entra em vigor previamente comunicada à direcção regional de edu-
a partir do ano escolar de 1999-2000. cação respectiva, para efeitos de autorização, com a
antecedência mínima de 30 dias.
Em 20 de Maio de 1999.
Pelo Ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos II — Do acidente escolar
Santos, Secretário de Estado do Tesouro e das Finan-
ças. — Pelo Ministro da Educação, Guilherme d’Oliveira Artigo 3.o
Martins, Secretário de Estado da Administração Edu- Noção
cativa. — Pela Ministra da Saúde, Francisco Ventura
Ramos, Secretário de Estado da Saúde. 1 — Considera-se acidente escolar, para efeitos do
presente Regulamento, o evento ocorrido no local e
tempo de actividade escolar que provoque ao aluno
REGULAMENTO DO SEGURO ESCOLAR
lesão, doença ou morte.
I — Noção e âmbito 2 — Considera-se ainda abrangido pelo presente
Regulamento:
Artigo 1.o a) O acidente que resulte de actividade desenvol-
vida com o consentimento ou sob a responsa-
Seguro escolar
bilidade dos órgãos de gestão do estabeleci-
1 — O seguro escolar constitui um sistema de pro- mento de educação ou ensino;
tecção destinado a garantir a cobertura dos danos resul- b) O acidente em trajecto nos termos dos arti-
tantes do acidente escolar. gos 21.o e seguintes do presente Regulamento.
2 — A prevenção do acidente escolar e o seguro esco-
lar constituem modalidades de apoio e complemento Artigo 4.o
educativo que, através das direcções regionais de edu-
Prevenção do acidente escolar
cação, são prestados aos alunos, complementarmente
aos apoios assegurados pelo sistema nacional de saúde. 1 — A prevenção do acidente escolar traduz-se:
a) Em acções de informação e formação dirigidas
Artigo 2.o aos alunos e ao pessoal docente e não docente,
destinadas a prevenir ou a reduzir os riscos de
Âmbito
acidente escolar;
1 — O seguro escolar abrange: b) Em programas da iniciativa das direcções regio-
nais de educação ou dos organismos centrais
a) As crianças matriculadas e a frequentar os jar- do Ministério da Educação que contemplem,
dins-de-infância da rede pública e os alunos dos designadamente, o estudo comparado dos meios
ensinos básico e secundário, incluindo os ensi- utilizados por outras instituições congéneres,
nos profissional e artístico, os alunos dos esta- nacionais ou estrangeiras.
belecimentos de ensino particular e cooperativo
em regime de contrato de associação, e ainda, 2 — As acções referidas na alínea a) do número ante-
os que frequentam cursos de ensino recorrente rior são da iniciativa dos estabelecimentos de educação
e de educação extra-escolar realizados por ini- e ensino, em colaboração com serviços e instituições
ciativa ou em colaboração com o Ministério da locais com vista ao reforço da articulação entre a escola
Educação; e o meio em que se insere.
b) As crianças abrangidas pela educação pré-es- 3 — Para a concretização da política de prevenção
colar e os alunos do 1.o ciclo do ensino básico do acidente escolar, as direcções regionais de educação
que frequentem actividades de animação sócio- e os estabelecimentos de educação e ensino podem cele-
-educativa, organizadas pelas associações de brar acordos de colaboração, entre outros, com a Cruz
pais ou pelas autarquias, em estabelecimentos Vermelha Portuguesa, o Instituto Nacional de Emer-
de educação e ensino; gência Médica, o Serviço Nacional de Protecção Civil,
c) Os alunos dos ensinos básico e secundário que a Liga dos Bombeiros Portugueses, a Prevenção Rodo-
frequentam estágios ou desenvolvam experiên- viária Portuguesa e as associações humanitárias de bom-
cias de formação em contexto de trabalho, que beiros voluntários.
constituam o prolongamento temporal e cur-
ricular necessário à certificação; III — Do seguro escolar
d) Os alunos que participem em actividades do des-
porto escolar; Artigo 5.o
e) As crianças e os jovens inscritos em actividades Garantias
ou programas de ocupação de tempos livres,
organizados pelos estabelecimentos de educa- O seguro escolar garante a cobertura financeira da
ção ou ensino e desenvolvidos em período de assistência a prestar ao aluno sinistrado por aquele
férias. abrangido, complementarmente aos apoios assegurados
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pelos sistemas, subsistemas e seguros de protecção social dia do acidente inclui o acompanhante quando aquele
e de saúde de que este seja beneficiário, nos termos for menor de idade.
dos artigos seguintes. 3 — O direito conferido ao acompanhante no número
anterior é extensivo, nas mesmas condições:
Artigo 6.o
a) À deslocação necessária ao tratamento ambu-
Prestações
latório;
O seguro escolar garante ao aluno sinistrado a rea- b) Ao cumprimento das formalidades ou instru-
lização das seguintes prestações: ções determinadas pelos serviços competentes.
a) Assistência médica e medicamentosa; 4 — As prestações referidas nos números anteriores
b) Transporte, alojamento e alimentação indispen- não abrangem o pagamento de serviços extraordinários
sáveis para garantir essa assistência. e só serão asseguradas em estabelecimentos hoteleiros
cuja classificação não exceda as 3 estrelas.
Artigo 7.o
Assistência médica e medicamentosa Artigo 9.o
Transporte
1 — A assistência médica e medicamentosa abrange:
a) Assistência médica, geral e especializada, incluindo 1 — O transporte do sinistrado no momento do aci-
os meios complementares de diagnóstico e cirur- dente será o mais adequado à gravidade da lesão.
gia; 2 — Os transportes que o sinistrado deve utilizar são
b) Meios auxiliares de locomoção, de uso transi- os colectivos, salvo não os havendo ou se outros forem
tório, que serão obtidos, em regime de aluguer, mais indicados à situação em concreto e determinados
sempre que este seja um meio mais económico pelo médico assistente, através de declaração expressa.
que a respectiva aquisição; 3 — As despesas de transporte terão sempre que ser
c) Meios, incluindo aparelhos de ortopedia e meios justificadas por documento comprovativo da sua rea-
auxiliares de visão, receitados por médicos da lização.
especialidade, que se tornem necessários em 4 — No caso de o transporte se fazer em viatura par-
consequência do acidente. ticular, cujo recurso foi devidamente justificado, haverá
lugar ao pagamento de uma verba correspondente ao
2 — A assistência médica é prestada ao sinistrado número de quilómetros percorridos, ao preço unitário
pelas instituições hospitalares públicas. que estiver fixado na portaria que estabelece o subsídio
3 — A assistência médica pode ainda ser prestada ao de viagem em transporte em veículo adstrito a carreira
sinistrado por instituições hospitalares privadas ou por de serviço público para os funcionários públicos.
médicos particulares abrangidos por sistema, subsistema 5 — Para efeitos do disposto no número anterior, será
ou seguro de saúde de que aquele seja beneficiário. apresentado recibo de que conste:
4 — Em caso de internamento do sinistrado, este só a) A matrícula do veículo;
poderá efectuar-se em regime de quarto comum ou de b) O número de quilómetros percorridos;
enfermaria, nas instituições hospitalares públicas ou pri- c) A data e a finalidade do transporte, devida-
vadas, desde que abrangidas por sistema ou subsistema mente titulado por documento hospitalar de que
de que aquele seja beneficiário. conste a data da consulta ou dos tratamentos.
5 — Sempre que do acidente resulte dano ou inu-
tilização dos meios auxiliares de locomoção ou das pró-
teses que o sinistrado já utilizasse, as reparações neces- Artigo 10.o
sárias ou a sua substituição serão asseguradas pelo Indemnização
seguro escolar.
6 — As instituições integradas no Serviço Nacional A garantia do seguro escolar compreende, ainda, o
de Saúde facturam as despesas resultantes da prestação pagamento de:
de cuidados de saúde aos segurados, desde que estes a) Indemnização por incapacidade temporária, desde
sejam beneficiários de um subsistema público ou pri- que se trate de aluno que exerça actividade pro-
vado. fissional remunerada e cujo montante será o do
7 — No caso de os segurados não serem beneficiários prejuízo efectivamente sofrido devidamente com-
de qualquer subsistema e na qualidade de beneficiários provado;
do Serviço Nacional de Saúde, as instituições referidas b) Indemnização por incapacidade permanente;
no número anterior nada poderão facturar pela pres- c) Indemnização por danos morais.
tação de cuidados de saúde.
Artigo 11.o
Artigo 8.o
Cálculo da indemnização
Hospedagem, alojamento e alimentação
1 — A indemnização a que o sinistrado, vítima de
1 — O sinistrado tem direito a hospedagem, aloja- incapacidade permanente, tem direito é calculada em
mento e alimentação quando, por determinação médica função do grau de incapacidade que lhe seja atribuído.
ou da direcção regional de educação, tenha de se des- 2 — O montante é determinado com base no coe-
locar para fora da área da sua residência. ficiente de incapacidade, fixando-se o valor 100 em
2 — O direito a hospedagem, alojamento e alimen- 300 vezes o salário mínimo nacional, em vigor à data
tação necessários à assistência ao sinistrado no próprio do acidente.
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3 — O coeficiente de incapacidade é fixado por junta Artigo 16.o


médica, de acordo com a Tabela Nacional de Incapa-
Junta médica de recurso
cidades, publicada em anexo à lei dos acidentes de tra-
balho e doenças profissionais, em vigor à data do 1 — No caso de o sinistrado ou de o seu representante
acidente. legal não concordar com o resultado da junta médica,
4 — Pode, a requerimento do sinistrado e por decisão pode requerer a constituição de uma junta médica de
fundamentada do director regional de educação, ser atri- recurso.
buído, a título de indemnização por danos morais, mon- 2 — O prazo para entrega da reclamação é de 30
tante no valor de 30 % da indemnização calculada nos dias contados da notificação ao interessado do resultado
termos do n.o 1 do presente artigo. da junta médica.
3 — Da junta médica de recurso não podem fazer
Artigo 12.o parte os médicos que constituíram a junta médica de
cuja decisão se recorre, com excepção do médico assis-
Pagamento de indemnizações tente do sinistrado.
4 — A constituição da junta médica de recurso obriga
1 — Quando o sinistrado seja menor de idade, a o sinistrado a depositar, a favor da direcção regional
indemnização é depositada em conta a prazo, a favor de educação, uma caução correspondente ao valor dos
do sinistrado, na Caixa Geral de Depósitos, depois de respectivos encargos e que será perdida caso o recurso
conferida quitação à respectiva direcção regional de não venha a obter provimento.
educação.
2 — Quando o sinistrado seja maior de idade, a
indemnização é depositada em conta à ordem. Artigo 17.o
3 — Nos casos previstos no n.o 1 podem ser auto- Encargos
rizados, por despacho do director regional de educação,
levantamentos anuais, pelo encarregado de educação, As direcções regionais de educação não suportam os
dos montantes necessários a garantir o bem-estar do encargos decorrentes da presença do médico assistente
aluno, até ao máximo de 5 % da verba depositada. do sinistrado na junta médica de recurso, salvo quando
o resultado seja favorável ao sinistrado.
Artigo 13.o
Outras garantias Artigo 18.o
Despesas de deslocação, alojamento e alimentação
1 — O seguro escolar garante a deslocação do cadáver
e o pagamento das despesas de funeral. 1 — As despesas de deslocação, alojamento e alimen-
2 — O seguro escolar garante ainda os prejuízos cau- tação do sinistrado para efeitos de junta médica são
sados a terceiros pelo aluno desde que sujeito ao poder suportadas pelo seguro escolar.
de autoridade do órgão de administração e gestão do 2 — No caso de o sinistrado ser menor de idade ou
estabelecimento de educação ou ensino ou que resulte porque a situação assim o exige, pode ser acompanhado
de acidente em trajecto em que a responsabilidade lhe por pessoa por si indicada, sendo as despesas previstas
seja directamente imputável. no número anterior suportadas pelo seguro escolar.
3 — Às despesas referidas nos números anteriores
IV — Da junta médica aplica-se o disposto nos artigos 8.o e 9.o, com as neces-
sárias adaptações.
Artigo 14.o Artigo 19.o
Convocação de junta médica Não comparência à junta médica

1 — A junta médica reúne por iniciativa da direcção 1 — Se o sinistrado não puder comparecer à junta
regional de educação, a requerimento do sinistrado, ou médica, deve dar conhecimento do facto à direcção
do seu representante legal. regional de educação, com a antecedência mínima de
2 — O sinistrado é submetido a junta médica sempre cinco dias úteis, justificando a respectiva falta.
que se presuma a existência de incapacidade temporária 2 — Na ausência de comunicação ou da justificação
ou permanente ou a situação clínica assim o exija. atendível, fica o sinistrado responsável pelos encargos
3 — O sinistrado abrangido pelo regime do trabalha- correspondentes, salvo quando se trate de caso de força
dor-estudante será obrigatoriamente submetido a junta maior, devidamente comprovado, ou se o facto que
médica sempre que se presuma a incapacidade tem- determinou a falta não pudesse ser conhecido em
porária. momento anterior.
Artigo 15.o
Constituição de junta médica
Artigo 20.o
Nova convocação
1 — A junta médica é constituída, no mínimo, por
três médicos, sendo dois pertencentes, obrigatoria- 1 — Se o sinistrado, nos termos do artigo anterior,
mente, à saúde escolar, podendo o terceiro ser o médico não comparecer, será convocado para nova junta médica
assistente do sinistrado, sempre que este o requeira. no prazo de 60 dias.
2 — Quando a situação clínica o exija, a junta médica 2 — A falta injustificada a duas juntas médicas deter-
pode ser constituída por um ou mais especialistas, desde mina a exclusão da cobertura do seguro escolar e obriga
que mantenha um número ímpar de membros. à devolução dos montantes entretanto percebidos.
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V — Acidente em trajecto inquérito ao acidente ou, no caso das situações previstas


no n.o 4, comunicar a ocorrência à direcção regional
Artigo 21.o de educação respectiva, pela via mais expedita.
Noção
3 — O processo de inquérito referido no número
anterior constará de modelo publicado em anexo.
1 — Considera-se equiparado a acidente escolar o 4 — Se do acidente resultar a morte do aluno ou se
evento externo e fortuito que ocorra no percurso habi- presumir a existência de incapacidade permanente, a
tual entre a residência e o estabelecimento de educação competência referida no n.o 2 pertence à respectiva
ou ensino, ou vice-versa, desde que no período de tempo direcção regional de educação.
imediatamente anterior ao início da actividade escolar
ou imediatamente posterior ao seu termo, dentro do
limite de tempo considerado necessário para percorrer Artigo 24.o
a distância do local da saída ao local do acidente. Decisão
2 — Só se considera abrangido pelo número anterior
o aluno menor de idade não acompanhado por adulto 1 — Sem prejuízo do disposto no diploma que define
que, nos termos da lei, esteja obrigado à sua vigilância. o regime de autonomia, administração e gestão dos esta-
belecimentos de educação ou ensino, compete aos
órgãos de gestão das escolas do 2.o e 3.o ciclo dos ensinos
Artigo 22.o básico e secundário, com base no disposto no presente
Atropelamento regulamento, decidir sobre a qualificação do evento
como acidente escolar.
1 — Em caso de atropelamento, só se considera aci- 2 — Compete à direcção regional de educação res-
dente escolar quando, cumulativamente: pectiva decidir sobre a qualificação do evento como aci-
a) A responsabilidade seja imputável ao aluno dente escolar nos casos não abrangidos pelo número
sinistrado, no todo ou em parte, pelas autori- anterior e, ainda, nas situações seguintes:
dades competentes;
b) Ocorra no percurso normal para e do local de a) Casos de morte ou em que se presume a inva-
actividade escolar à residência habitual, em lidez permanente do aluno sinistrado;
período imediatamente anterior ao início da b) Atropelamento;
actividade ou imediatamente ulterior ao seu c) Situações de recurso a instituições hospitalares,
termo, dentro do período de tempo considerado médicos privados ou sem acordo com o sistema
necessário para ser percorrido a pé; nacional de saúde.
c) Seja participado às autoridades policiais e judi-
ciais competentes, no prazo de 15 dias, ainda 3 — Da decisão é sempre notificado o legal repre-
que aparentemente tenha sido ocasionado pelo sentante do aluno ou o aluno se maior, com a faculdade
aluno ou por terceiros cuja identificação não de recorrer:
tenha sido possível determinar no momento do
acidente; a) Das decisões do n.o 1 para o respectivo director
d) O aluno sinistrado seja menor de idade e não regional de educação;
esteja acompanhado por um adulto que, nos b) Das decisões referidas no n.o 2 para o Ministério
termos da lei, esteja obrigado à sua vigilância, da Educação.
salvo se este for docente ou funcionário do esta-
belecimento de educação ou ensino. VII — Exclusões

2 — Por despacho fundamentado do director regional Artigo 25.o


de educação e considerando as conclusões quanto à
Exclusão de garantia
ocorrência das autoridades policiais ou judiciais, desig-
nadamente quanto à impossibilidade de localização ou Excluem-se do conceito de acidente escolar e, con-
identificação do responsável pelo atropelamento, pode sequentemente, da cobertura do respectivo seguro:
o aluno sinistrado, cumpridos os demais requisitos do
número anterior, ficar abrangido pelo seguro escolar. a) A doença de que o aluno é portador, sua pro-
3 — O processo de inquérito a instaurar na sequência filaxia e tratamento, salvo a primeira deslocação
de atropelamento constará do modelo publicado em à unidade de saúde;
anexo. b) O acidente que ocorra nas instalações escolares
quando estas estejam encerradas ou tenham
VI — Do processo de inquérito sido cedidas para actividades cuja organização
não seja da responsabilidade dos órgãos direc-
Artigo 23.o tivos dos estabelecimentos de educação ou
Processo de inquérito
ensino;
c) O acidente que resultar de força maior, con-
1 — Qualquer agente educativo que tome conheci- siderando-se, para este efeito, os cataclismos e
mento de um acidente escolar fica obrigado a comunicar outras manifestações da natureza;
o invento ao órgão de gestão e administração do res- d) O acidente ocorrido no decurso de tumulto ou
pectivo estabelecimento de educação ou ensino. de desordem;
2 — O órgão de gestão e administração do estabe- e) As ocorrências que resultem de actos danosos
lecimento de educação ou ensino a que pertence o sinis- cuja responsabilidade, nos termos legais, seja
trado deve, obrigatoriamente, abrir um processo de atribuída a entidade extra-escolar;
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f) Os acidentes que ocorram em trajecto com veí- 4 — Estão isentos do pagamento do prémio de seguro
culos ou velocípedes com ou sem motor, que os alunos a frequentar a educação pré-escolar, a esco-
transportem o aluno ou sejam por este con- laridade obrigatória e os alunos deficientes.
duzidos; 5 — O não pagamento do prémio no momento da
g) Os acidentes com veículos afectos aos transpor- matrícula determina o seu pagamento em dobro.
tes escolares. 6 — Aos alunos que não tenham procedido ao paga-
mento do prémio do seguro escolar não serão entregues
quaisquer certidões ou diplomas, nem publicadas as res-
Artigo 26.o pectivas classificações até à respectiva regularização.
Exclusão de direitos
IX — Direitos e deveres do sinistrado
1 — Ficam excluídos dos direitos e garantias do
seguro escolar os sinistrados que por si ou por inter-
médio do respectivo encarregado de educação: Artigo 29.o
Direitos dos sinistrados
a) Assumam conduta prejudicial ao seu estado clí-
nico, designadamente os que abandonem os ser- O sinistrado tem direito às prestações e indemniza-
viços hospitalares em que estejam internados ções previstas no presente Regulamento.
ou em tratamento médico ambulatório, sem alta
autorizada, não se apresentem às consultas e
tratamentos determinados pelo médico assis- Artigo 30.o
tente, quando em tratamento ambulatório, ou Deveres dos sinistrados
o interrompam sem justificação aceitável;
b) Não observem as condições e as disposições do Os sinistrados e os seus representantes legais obri-
presente Regulamento ou não obedeçam às ins- gam-se a:
truções da direcção regional de educação; a) Utilizar a assistência nos termos definidos no
c) Tomem iniciativas à margem das instruções con- presente Regulamento, munidos do cartão do
tidas neste Regulamento, sem prévia concor- sistema ou subsistema de que sejam benefi-
dância da direcção regional de educação; ciários;
d) Não aceitem a indemnização atribuída no prazo b) Não efectuar pagamentos que considerem da
de 30 dias após a notificação, salvo se tiver sido responsabilidade do sistema ou subsistema de
requerida a constituição da junta médica de que sejam beneficiários, sem conhecimento das
recurso. autoridades escolares;
c) Não tomar qualquer iniciativa sem se assegu-
2 — Ficam excluídas do âmbito do seguro escolar as rarem, através do estabelecimento de educação
despesas realizadas ou assumidas pelos sinistrados ou ou ensino, que o sinistro se enquadra no âmbito
pelos seus representantes legais em claro desrespeito do presente Regulamento;
pelo presente Regulamento e, designadamente: d) Apresentar no sistema ou subsistema de saúde
a) As que não resultem de acidentes de actividade os originais dos documentos de despesa para
escolar participado pelo estabelecimento de efeitos de comparticipação;
educação ou ensino, nos termos do presente e) Apresentar no estabelecimento de ensino toda
Regulamento; a documentação comprovativa dos encargos
b) As que não se encontram devidamente jus- assumidos ou das despesas efectuadas, quando
tificadas. tenham direito ao respectivo reembolso;
f) Prestar todos os esclarecimentos que lhes sejam
VIII — Inscrição e prémio
solicitados por responsáveis do estabelecimento
de ensino ou pela direcção regional de edu-
cação;
Artigo 27.o g) Submeter-se aos exames médicos que sejam
Inscrição decididos pela direcção regional de educação;
h) Dar quitação de todas as importâncias que lhe
É obrigatória a inscrição no seguro escolar para os sejam entregues para reembolso de despesas
alunos matriculados em estabelecimento de educação que hajam efectuado ou da indemnização atri-
ou ensino público não superior. buída;
i) Participar, em tempo útil, o acidente escolar.
Artigo 28.o
X — Direito de regresso
Prémio

1 — Os alunos abrangidos pelo presente Regula- Artigo 31.o


mento pagam, no acto da respectiva matrícula, o prémio Direito de regresso
do seguro escolar.
2 — O prémio do seguro escolar é fixado em 1 % 1 — Sempre que por decisão judicial seja imputada
do valor do salário mínimo nacional, arredondado, por a responsabilidade do sinistro a terceiro, a direcção
defeito, à dezena de escudos. regional de educação exercerá sobre aquele o direito
3 — Os recursos financeiros resultantes do encaixe de regresso, relativamente aos encargos que suportou
de prémios de seguro escolar constituem receita das nos termos do presente Regulamento.
direcções regionais de educação, nos termos da Portaria 2 — Independentemente do disposto no número
n.o 727/93, de 12 de Agosto. anterior, a direcção regional de educação exercerá o
N.o 132 — 8-6-1999 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B 3227

direito de regresso, nos termos da lei, sempre que a c) Preenchendo e enviando, trimestralmente, às
responsabilidade pela ocorrência do acidente seja impu- direcções regionais de educação os mapas esta-
tável a terceiro. tísticos e financeiros dos acidentes ocorridos.

XI — Organização dos órgãos de administração e gestão 2 — Deverá estar disponível para consulta a docu-
dos estabelecimentos de ensino mentação seguinte:
Artigo 32.o a) Instruções do seguro escolar;
Obrigações dos órgãos de direcção e gestão da escola b) Circulares emitidas relativas ao seguro escolar;
c) Normas de prevenção do acidente e de segu-
1 — Devem os órgãos de gestão dos estabelecimentos rança;
de educação ou ensino: d) Cópias de avisos, recomendações e proibições
a) Aplicar o presente Regulamento, cabendo-lhes que estejam afixadas.
a primeira análise da ocorrência e a respectiva
decisão, considerando-a incluída ou excluída das Artigo 34.o
garantias do seguro escolar;
b) Relativamente a cada aluno, obter, no acto da Viagens ao estrangeiro
matrícula, todos os elementos referentes ao sis-
tema ou subsistema de saúde de que seja bene- 1 — Todas as iniciativas organizadas no âmbito do
ficiário, que farão parte integrante do respectivo estabelecimento de educação ou ensino que compreen-
processo. dem uma deslocação fora do território nacional deter-
minam a obrigatoriedade de celebração de um contrato
2 — No caso de se tratar de ocorrência enquadrada de seguro de assistência em viagem.
na definição de acidente escolar, nos termos deste Regu- 2 — O seguro referido no número anterior terá de abran-
lamento, a direcção do estabelecimento de educação ger todos os alunos envolvidos na iniciativa quanto a:
ou ensino está obrigada a: a) Despesas de internamento e de assistência
a) Providenciar pela condução do sinistrado à enti- médica;
dade hospitalar que prestará assistência, comu- b) Repatriamento do cadáver e despesas de fune-
nicando tal facto ao encarregado de educação; ral;
b) Elaborar o inquérito do acidente e recolher c) Despesas de deslocação, alojamento e alimen-
todos os elementos complementares indispen- tação do encarregado de educação ou alguém
sáveis ao seu preenchimento, o qual deverá ser indicado por este, para acompanhamento do
esclarecedor das condições em que se verificou aluno sinistrado.
a ocorrência;
c) Esclarecer, se for caso disso, o encarregado de
educação do teor do presente Regulamento;
d) Acompanhar, na medida do possível, a forma
como decorre o tratamento e a evolução clínica
do sinistrado, bem como os encargos que vão
sendo assumidos;
e) Verificar se a documentação que se pretende
entregar se considera, ou não, em condições de
ser aceite;
f) Zelar pela celeridade das comunicações e reem-
bolsos aos sinistrados ou aos seus representantes
legais;
g) Manter afixado um exemplar do Regulamento
do Seguro Escolar ou, em alternativa, afixar de
forma bem visível, em zona de acesso público,
a informação do local e do horário onde o
mesmo pode ser consultado, bem como indi-
cação da entidade ou entidades escolares que
poderão prestar esclarecimentos sobre o
assunto.
Artigo 33.o
Organização do seguro escolar

1 — Os órgãos de gestão e administração dos esta-


belecimentos de educação ou ensino devem manter
organizada a aplicação do seguro escolar, designada-
mente:
a) Constituindo o arquivo dos processos indivi-
duais, por número de ordem de ocorrência dos
acidentes;
b) Elaborando a lista nominal de sinistrados por
ano lectivo;
3228 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-B N.o 132 — 8-6-1999

MINISTÉRIOS DA ECONOMIA
E DA AGRICULTURA,
DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS

Portaria n.o 414/99


de 8 de Junho

Pela Portaria n.o 722-P12/92, de 15 de Julho, foi con-


cessionada à SABE — Sociedade Agrícola da Beira,
S. A., a zona de caça turística da Herdade dos Cancelos,
processo n.o 1148-DGF, situada no município de Castelo
Branco, com uma área de 611,8750 ha, válida até 15
de Julho de 2004.
A concessionária requereu agora a anexação à refe-
rida zona de caça de alguns prédios rústicos com uma
área de 557,2750 ha, sitos no município de Castelo
Branco.
Assim, com fundamento no disposto nos artigos 20.o
da Lei n.o 30/86, de 27 de Agosto, e 79.o e 81.o do
Decreto-Lei n.o 136/96, de 14 de Agosto, e ouvidos o
Conselho Cinegético Municipal e o Conselho Nacional
da Caça e da Conservação da Fauna:
Manda o Governo, pelos Ministros da Economia e
da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas,
o seguinte:
1.o É anexado à zona de caça turística criada pela
Portaria n.o 722-P12/92, de 15 de Julho, o prédio rústico
denominado «Herdade do Escrivão», com uma área de
557,2750 ha, sito na freguesia de Malpica do Tejo, muni-
cípio de Castelo Branco, ficando a mesma com uma

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