Artigo de Ana Lúcia Neuropsicologia

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 14

GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

ANA LÚCIA DA SILVA CIANCIO

TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM - DISLEXIA

NITERÓI
2019
GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

ANA LÚCIA DA SILVA CIANCIO

TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM - DISLEXIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial à obtenção do título
especialista em Neuropsicologia dificuldade de
aprendizagem

NITERÓI
2019
TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM - DISLEXIA

Autora. ANA LÚCIA DA SILVA CIANCIO

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo verificar a dificuldade de aprendizagem na dislexia em relação a
leitura e a escrita. Ele foi realizado através de pesquisas bibliográficas, artigos de revisão, livros e
monografias entre outros. Teve como questões a avaliação neuropsicológica em relação a dislexia,
aprendizagem, causas, sintomas, avaliações e tratamentos. Mostra também a diferença entre a
dificuldade de aprendizagem e o transtorno de aprendizagem e a importância da avaliação por equipes
multidisciplinares com psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista e neuropsicólogo para
que formule hipóteses explicativas, e apresente qual será o caminho terapêutica, ou seja, o processo
diagnóstico e adaptação do disléxico no meio social.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem. Cérebro. Dislexia. Avaliação. Tratamento.

analuciaciancio@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

O objetivo principal desse estudo foi identificar a dificuldade de aprendizagem


nos disléxicos, as causas desse transtorno, tratamentos e intervenções. Como a
neuropsicologia entre outras áreas pode ajudar no tratamento de pessoas portadoras
de dislexia. A relevância do estudo desse tema compreende-se no esclarecimento da
diferença entre dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem. De acordo
com (SELIKOWITZ,2001.p.28) em todos os tipos de dificuldade de aprendizagem , a
incidência em meninos supera numericamente na incidência em meninas, numa
proporção de três para um. A dislexia é um dos principais distúrbios que afetam o
aprendizado é uma alteração dos neurotransmissores cerebrais que impede uma
criança de ler e compreender com a mesma facilidade com que as crianças da mesma
faixa etária . Todo desenvolvimento da criança é normal, trata-se de um problema de
base cognitiva que afeta a habilidade linguísticas associadas a leitura, escrita é também
a aritimética ( DROUET.2003,p.137).Nesse artigo será citado as dificuldades de leitura
e escrita,a metodologia utilizada foram artigos, livros e outros .A dislexia normalmente é
diagnóstica quando a criança está na escola; na maioria das vezes, ela não se torna
evidente até que aumentam as exigências do trabalho acadêmico, a partir dos oito anos
de idade, as causas desse transtorno são neurobiológicas e genéticas, ela é herdade. .
A dislexia não tem cura, mais sim melhoras de acordo com o tratamento, por isso, deve
ser respeitado o ritmo de aprendizagem de cada indivíduo dentro de suas
possibilidades.

1 DESENVOLVIMENTO

2.1 Dificuldade de aprendizagem e transtorno de aprendizagem

A dificuldade de aprendizagem é uma condições passageiras que acontece quando


influências do mundo externo dificultam o processo de aprendizagem. Diversos fatores
podem causar dificuldades de aprendizagem, como questões emocionais, problemas
familiares, alimentação inadequada e um ambiente de ensino desfavorável para que a
aprendizagem ocorra de forma adequada na assimilação de conteúdos . A
dificuldade de aprendizagem pode ser de origem tanto cultural quanto cognitiva ou até
mesmo emocional. É importante ressaltar que:

Dificuldade de aprendizagem(D.A) é um termo geral que se refere a um grupo


heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na
aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e
do raciocínio matemático. Tais desordens consideradas intrínsecas ao indivíduo,
presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema central, podem
ocorrer durante toda a vida.... (Collares e Moysés, 1992.32)

Fonseca (1995), afirma que o enfoque das dificuldades de aprendizagem está no


indivíduo que não rende ao nível que se pode supor e esperar a partir do seu potencial
intelectual e afirma que ainda não se conseguiu um consenso na definição das
dificuldades de aprendizagem no âmbito educacional, devido a falta de uma teoria
sólida e coesa nos paradigmas e pressupostos que expliquem a ambiguidade e
legitimidade de tais dificuldades. O transtorno de aprendizagem podem ser congênitos
ou adquiridos, não se definiu uma causa única, mas os déficits neurológicos são
evidentes ou suspeitos, as influências genéticas estão frequentemente envolvidas.
Crianças com transtorno de aprendizagem são identificáveis quando se reconhece
uma discrepância entre seu potencial e o desempenho acadêmico. Para determinar as
deficiências, necessárias avaliações da fala, linguagem, cognitiva, educacional,
médica e psicológica, avaliações do comportamento social e emocional para planejar
o tratamento e monitorar o progresso. Em relação a essa questão, ainda é importante
frisar que uma criança que apresenta dificuldade escolar não apresenta,
necessariamente, algum transtorno de aprendizagem (OHLWEILEK,2006).

2.2 Parte do cérebro responsável pela aprendizagem

O cérebro comanda todas as nossas atividades e sentimentos, tais como memória e


outras. Ele é a estrutura mais complexa do universo, localizado dentro da caixa
craniana, comanda as atividades, por exemplo memória e fala. Parte do cérebro
temos: Lobo frontal, estende por trás da testa, responsável também pelas funções do
aprendizado, do pensamento, da memória e da fala. Lobo parietal, localizado por trás
do frontal, se estende até a parte posterior da cabeça, responsável pelas percepções
espacial e pelas informações sensoriais de dor, calor e frio. Lobo occipital , é o menor
dos quatro, situado na parte posterior do temporal, recebe e processa as imagens
visuais. Lobo temporal, localizado na base do parietal, até a altura dos ouvidos é
responsável pelos estímulos auditivos. Cerebelo, parte do encéfalo responsável pela
manutenção e equilíbrio, pelo controle do tônus muscular,dos movimentos voluntários
O cérebro lê letras, as letras são tratadas por estruturas cerebrais de grande especi
ficidade funcional. Há redes neuronais específicas para o tratamento das letras
diferentemente de números, desenhos ou sentido das palavras. Área específica no
hemisfério esquerdo do cérebro que é responsável pela codificação ortográfica, está
em estreita conexão com as representações fonológicas correspondentes as
informações ortográficas. O cérebro identifica uma palavra usando informações
ortográficas, e o faz de forma inconsciente. As representações ortográficas e
fonológicas são interconectadas e sustentadas por redes neurônios. O princípio
alfabéticos, as letras do alfabeto(grafemas) não representam sons; elas representam
fonemas. O princípio alfabético é o primeiro passo para a aprendizagem da leitura, e
constitui o fator que melhor prediz o desempenho de leitura. Sem dominar o princípio
alfabético é impossível ler palavras novas. A consciência fonêmica, isto é, a
capacidade de identificar fonemas na fala está relacionada com o desempenho
posterior em leitura. Dominar o código alfabético, ou seja, conhecer as regras de
funcionamento do conjunto das correspondências grafemas e fonemas. Aprender a ler
é diferente de ler e de compreender, deve extrair o som representado pelas grafemas
e comparar esse som com o significado da palavra que dele resulta. O ato de ler
implica habilidade a fluência. A fluência torna possível ler com velocidade e a velocida-
de é fundamental para possibilitar a compreensão. Ter fluência é necessário por causa
da limitação da memória de curto prazo. O cérebro só consegue lidar com poucos
conjunto de informações no máximo sete itens de cada vez, um item pode ser uma
letra, uma sílaba ou uma palavra. Ler, consiste em identificar a palavra a partir de
letras escritas. Escrever significa o contrário dada uma palavra falada (som),
escrever consiste na capacidade de registrar o que foi ouvido de maneira
ortograficamente correta. Existem duas vias pela qual a leitura é processada: via
sublexial (ou fonológica) é via lexical( ou ortográfica). A via sublexical mecanismo de
conversão grafema, fonema que agrega específicas sobre as relações letra e som,
sendo a via utilizada na leitura de pseudopalavras e palavras regulares (via afetada no
subtipo de dislexia fonológica). A via lexical baseia-se no reconhecimento direto, das
palavras. O cérebro de disléxicos, devido às falhas nas conexões cerebrais, não
funciona desta forma. No processo de leitura, os disléxicos recorrem somente à área
cerebral que processa fonemas, tem dificuldade em diferenciar fonemas de sílabas,
pois sua região cerebral responsável pela análise de palavras permanece inativa. Sua
ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e,
portanto, a criança disléxica não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou
estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê
aparenta ser nova e desconhecida (SELIKOWITZ,2001,p.4). De acordo com
SELIKOWITZ (2001,p.49), a leitura é um processo complexo. A criança deve ver
claramente as formas das letras para que elas possam ser transmitidas para o
cérebro. As formas das letras devem ser transmitidas em sequência para o cérebro, e
sua posição exata no espaço deve ser mantida. Em um leitor competente, o processo
que desenvolve em seu cérebro quando lê é automático, a criança tem um depósito de
palavras armazenadas em seu cérebro, área conhecida como léxico, que reconhece
palavras-familiares. Outro aspecto importante na leitura é a compreensão. O léxico é
conectado a uma espécie de dicionário no cérebro, conhecido como sistema
semântico, este armazena os significados de todas as palavras que você conhece e
permite que todas as palavras conhecidas sejam enquadradas em seus respectivos
significados (SELIKOWITZ,2001,p.50). Quando um indivíduo tem um léxico bem
equipado e pode usá-lo para o reconhecimento de palavras, ele está no estágio
automático(ou ortográfico) da leitura. A maioria das crianças normais não alcançam
este estágio até os 8 a 10 anos de idade, e uma criança disléxica terá dificuldade de
alcançar mesmo depois desta idade.

2.3 Dislexia

A partir do século XIX passou-se dar mais atenção crianças com problemas de leitura
e que não apresentavam fracassos nas demais disciplinas escolares e não tinham
qualquer deficiência .Quem descreveu esses distúrbios de leitura pela primeira vez, foi
James Kerr em 1896. Dislexia tem base neurológica, e que existe uma incidência
expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma
pequena ramificação do cromossoma, por ser dominante, torna dislexia altamente
hereditária que o disléxico tem mais desenvolvimento em uma área específica de seu
hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Alteração nos
neurotransmissores cerebrais que impede uma criança de ler e compreender com a
mesma facilidade com que fazem as crianças com a mesma faixa etária independente
de qualquer causa intelectual, cultural ou emocional. Figueira (2012) analisa que é
comum ouvir, quando se trata do tema dislexia, correlacionada com a palavra doença.
Trata-se de uma dificuldade, um distúrbio de ordem congênita, hereditária. Há
diferente níveis de dislexia (leve, moderada e aguda), a duração do acompanhamento
profissional não é precisa. Complementa Figueira (2012) que vale lembrar que tal
acompanhamento não visa uma cura, pois não há cura. Trata-se de fornecer meios
para que o disléxico possa caminhar com as próprias pernas. Cândido(201,p.13) diz
que a [...] dislexia é um transtorno de aprendizagem que se caracteriza por dificuldade
em ler, interpretar e escrever. Sua causa tem sido pesquisada e várias teorias tentam
explicar o porquê da dislexia. Há uma forte tendência que relaciona a origem a
genética e a neurobiologia. A dislexia pode ser do tipo congênita ou do
desenvolvimento, adquirido e ocasional. Sendo a dislexia congênita ou do
desenvolvimento o que nasce com o indivíduo. Uma das causas, pode ser
comprovada alteração hemisfério cerebral, onde os hemisférios invertidos ou em
tamanho exatamente iguais, quando o considerado normal é que o esquerdo seja
maior que o direito. Dislexia adquiridas na qual ocorre por consequência de algum
acidente, por exemplo, anoxia (falta de oxigenação no cérebro), acidente vascular
cerebral (derrame) e outros acidentes que podem afetar o cérebro. Dislexia ocasional
que é quando a dislexia aparece em ocasiões e é causada por fatores externos. Ex.
estresses, excesso de atividades e hipertensão. Classificação da dislexia existe três
tipos, dislexia fonológica, dislexia lexical e dislexia mista. Dislexia fonológica
(dificuldade de operar a rota fonológica) a dificuldade está em ler palavras não
familiares, sílabas sem sentido ou pseudopalavras, maior desempenho na leitura de
palavras familiares, dificuldade de tarefas que envolvam memória e consciência
fonológica, acarretando dificuldade de compreensão no que foi lido. Também se tem
dislexia lexical, dificuldade na rota lexical, apresentam a rota fonológica preservada,
afetando a leitura de palavras irregulares. Assim os disléxicos deste tipo, leem
lentamente e com erros. Dislexia mista, o indivíduo apresenta comprometimento nas
duas vias, a via lexical e a via fonológica, que são casos mais graves. Dislexia
disfonética ou fonológica, dificuldade na leitura oral de palavras pouco familiares, que
se encontram na conversão letra-som e é normalmente, associada a uma disfunção
do lóbulo temporal. A dislexia diseidética ou superficial é caracterizada por uma
dificuldade na leitura relacionada a um problema visual, cujo processo e deficiente, lê
por um processo elaborado de análise e síntese, fonética está associada às
disfunções do lóbulo occipital. Dislexia visual, existe deficiência na percepção visual o
sujeito não visualiza cognitivamente o fonema. Dislexia auditiva, dificuldade na
percepção auditiva, ou seja, não audiabiliza o fonema. As principais característica
observada na dislexia são; alterações na velocidade de nomeação de material verbal e
memória fonológica de trabalho, dificuldades em provas de consciência
fonológica(rima, segmentação e transposição fonêmica),nível de leitura abaixo do
esperado para idade e nível de escolaridade, escrita com trocas fonológicas e
ortográficas. Bom desempenho em raciocínio aritmético, nível intelectual na média ou
acima da média, déficits neuropsicológicos em funções perceptuais, memória, atenção
sustentada visual, problemas na seleção e recrutamento de recursos cognitivos
necessários para o processamento da informação visual e funções executivas
planejamento, memória operacional, capacidade de mudanças de estratégias
cognitivas.

1.1 Avaliação da dislexia

Crianças com 5 anos deve ser capaz de traçar e a identificar todas as letras e com 6
anos a escrever e ler sílabas e palavras simples, para que quando cheguem aos 7
anos saibam ler qualquer texto. No disléxico a idade de leitura pode ser até dois anos
inferior à idade cronológica e esse déficit se traduz em dificuldade e demora para ler,
geralmente observa-se também grafia ruim e erros ortográficos ao escrever, assim
como omissão de letras e espelhamento. A partir do momento em que a criança
começa a sentir dificuldade para acompanhar a classe é preciso realizar um
diagnóstico com a finalidade de detectar a causa do não aprender. As vezes a
dificuldade pode estar nos métodos adotados pelas escolas, na forma como as
escolas conduzem o processo de alfabetização e ensino. É preciso que um grupo de
profissionais realize a investigação e a análise dos déficits funcionais, trace o perfil da
criança, formule hipóteses explicativas e apresente, qual será o caminho terapêutico
( Zorzi et al.2012). Deve ser feita a avaliação com uma equipe multidisciplinar,
composta por fonoaudiólogo, psicopedagogo, médico , neuropsicólogo e psicólogo,
a equipe é solicitada quando a necessidade de um laudo para auxiliar educadores,
terapeutas e pais de pessoas envolvidas no tratamento de indivíduos com dislexia .
O médico oftalmologista realizará o exame de acuidade visual, a fim a de verificar se
há déficit visual. O médico neurologista irá verificar e afastar comprometimentos,
neurológicos por meio de exame neurológico tradicional e do evolutivo. A avalição
médica vai contribuir no diagnóstico ou o descarte em razão de lesões que possam
explicar o desempenho deficitário da leitura. Pode realizar a avaliação por imagem. O
fonoaudiólogo vai fazer a avaliação audiométrica, avaliação da linguagem escrita. O
psicopedagogo , verificará o desempenho acadêmico da criança é compatível a
seu nível escolar e idade. Irá investigar também as atitudes da criança
frente a escola e a aprendizagem. Fornecerá estratégias (baseada também na
consciência fonológica) para que a criança com dislexia supere suas dificuldades. O
psicólogo e o neuropsicólogo, conduzirá a avaliação de praxias, agnosias, linguagem,
memória e processos intelectuais. Na avaliação neuropsicológica o termo de funções
executivas é utilizado para designar uma ampla variedade de funções cognitivas que
envolvem o planeamento, a flexibilidade, a fluência verbal, a inibição, a velocidade de
processamento, a atenção dividida, a memória de trabalho entre outras. Em termos
neuroanatômicos, o adequado desempenho das funções executivas está
particularmente depende (mas não limitado da integridade e maturação do lobo pré-
frontal e temporal). Memória de trabalho, envolve o armazenamento temporário e o
processamento de informação verbal e visuoespacial Os neuropsicólogos propôs um
modelo explicativo de funcionamento neurológico para dislexia, utilizam de testes para
avaliação. Lima, Salgado e Ciasca(2008) propõem uma bateria neuropsicológica para
a avaliação. Avaliação das habilidades escolares, básicas de leitura, escrita e cálculo:
Teste de desempenho escolar (TDT) ( Stein, 1994). Avaliação do nível intelectual e
diversas funções neuropsicológicas. Escala de inteligência Weschsler para crianças
(WISC-IV) (Rueda, Noronha, Sisto, Santos & Castro, 2013). Avaliação da maturidade
visomotora: Teste Gestáltico Visomotor de Bender (B-SPG), (Sisto, Noronha & Santos,
2005). Avaliação da atenção, sustentada visual, teste de cancelamento (figuras
geométricas e letras em fileiras), (Toledo, 2005). Teste das trilhas (TMT-A/B), (Spreen
& Strauss, 1991). Teste cor-palavra de Stroop (SCWT), (Spreen & Strauss, 1991),
capacidade de planejamento, torre de Londres (TOL). Inventário de depressão infantil
(CDI), (Gouveia, Barbosa, Almeida & Gaião, 1995). Inventário de comportamento da
infância e adolescência (CBCL), (Bordin, Mari & Cauro, 1995). No teste de inteligência
como o WISC-IV, é necessário que o resultado esteja dentro dos padrões de
normalidade em sujeito com dislexia , sendo este um dos critérios diagnósticos para
tal transtorno.

1.2 Tratamento

Moura (2012) explica que a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de


fonemas o desenvolvimento do vocabulário a melhoria da compreensão e fluência da
leitura. Ajudar o disléxico a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e exige muita
atenção, mas toda criança disléxica necessita apoio e paciência, pois essas crianças
sofrem de falta de autoconfiança e baixa estima pois se sentem menos inteligentes
que seus amigos. Será trabalhado a consciência fonológica por meio do trabalho com
discriminação e manipulação fonêmica, cujo objetivo é a compreensão da leitura. O
lúdico, a brincadeira , os jogos educativos podem ser um instrumento de valia para
propiciar ao disléxico uma abordagem mais agradável na busca de superações na
melhora do rendimento escolar. O desenvolvimento da abstração da criatividade e
imaginação , fator de desenvolvimento da autoestima e do bom equilíbrio emocional e
de sociabilidade. Em todo tratamento é importante destacar a identificação de sons,
lendo em voz alta com o auxílio de um adulto para corrigi-los repetidas vezes.
Segundo Tavares (2008): O professor deve ler as atividades da criança de tal maneira
que ele não subestima a sua habilidade. Respostas orais são as melhores indicações
de sua habilidade do que o trabalho escrito. A avaliação deve ser de acordo com o seu
conhecimento e não com suas dificuldades e seus erros ortográficos (Tavares,
2008,p.22). Deve-se respeitar o ritmo de aprendizagem, reforço positivo, incentivar a
autoconfiança e evitar que leia em voz alta, para que não sejam constrangidos diante
de todos. Com exercícios para desenvolver os domínios perceptivos , linguístico e
psicomotor , permitirá que a criança, possa melhorar seu desempenho na leitura e
escrita, e melhorar o rendimento escolar. Os indivíduos com dislexia podem,
necessitar de intervenção específica numa ou mais áreas, devendo ser analisadas as
áreas fortes e fracas, bem como as prioridades, pois em alguns casos pode ser
prioritária uma intervenção a nível acadêmico mas noutros casos pode ser
fundamental trabalhar inicialmente aspectos emocional ou comportamental. As áreas
de intervenção, variam também com a faixa etária em que se encontra o indivíduo,
pois em idades mais precoces poderá ser essencial, trabalhar a consciência
fonológica e a descodificação da leitura ao passo que em idades avançadas já será
mais relevantes trabalhar com a compreensão e as competências de estudos.

2 CONCLUSÃO

Resultado desse artigo, permitiram observar que de acordo com as conclusões


dos estudos analisados , a avaliação neuropsicológica é também primordial no
diagnóstico da dislexia, envolvendo os educadores e familiares que estão em contato
direto com os disléxicos, e com o entendimento e esforço conjunto contribuir para o
sucesso na aprendizagem, pois, o disléxico precisa aprender a lidar com sua
dificuldade. A dislexia não tem como causa a falta de interesse de motivação de esforço
ou de vontade , deve ser respeitado o ritmo de aprendizagem.

3 REFERÊNCIAS

BAVER, JAMES.J. Ultrapassando as barreiras do preconceitos. São Paulo, Casa do


psicólogo, 1997.
CARDOSO, MARTINS C. (org) 1996. Consciência fonológica e alfabetização.
Petrópolis. João Batista Araújo e Oliveira. Alfa 3ª edição.s. .
CÂNDIDO, Edilde da Conceição – Psicopedagogia para a dislexia nas séries
iniciais ao ensino fundamental- Especialização em psicopedagogia- Universidade
Cândido Mendes – Rio de Janeiro, RJ.2013.
CAPOVILLA, A.G. Contribuição da neuropsicologia cognitiva e da avaliação
neuropsicológica à compreensão do funcionamento cognitivo humano. Caderno
de psicopedagogia, 6(11), 2007.
COLLARES, C.A.L. e MOYSÉS,M.A.A. A estória não contada dos distúrbios da
aprendizagem. Caderno CEDES nº 28, Campinas: Paperus, 1992,pp.31-48
DROUET RCR. Distúrbio da aprendizagem. 4º ed. São Paulo. Ática; 2003.p.137
FIGUEIRA, Guilherme Luiz Mascarenhas. Um olhar psicopedagógico sobre a
dislexia. Especialização em Psicopedagogia. Universidade Cândido Mendes, Niterói.
RJ.2012;
FONSECA, VITOR. Introdução as dificuldades de aprendizagem. Ed. Artmed.RS.
1995.
LIMA, R.F., SALGADO, C.A., & CIASCA, S.M.( 2008). Desempenho neuropsicológico
fonoaudiológico de crianças com dislexia do desenvolvimento e. Psicopedagogia,
25(78), 226-235
MOURA, Suzana Paula Pedreira Tavares . A dislexia e os desafios pedagógicos.
Especialização em Orientação Educacional e Pedagógico,(2012).
SELIKOWITZ, Mark, Dislexia e outras dificuldades de aprendizagem. Rio de
Janeiro: Editora Revinte R, 2001
OHLWEILER,L. Introdução. In: ROTTA, N.T.OHLWEILER,L; RIESGO, R.S. (orgs)
Transtorno de aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto
Alegre: Artmed, 2006.p.3-8.
ZORZI, JL.A. Introdução fonoaudiológica nas alterações da linguagem infantil. Rio
de Janeiro: Revinter, 2a ed; 2002.

Você também pode gostar