Valter José G. Da Silva - TEOLOGIA DO JEJUM E DA ORAÇÃO

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S E T E F A
Seminário Teológico Pr. Dr. Eliseu Feitosa de Alencar

Ficha técnica

CORPO ADMINISTRATIVO
Presidente - Pr. Valdemar de Jesus Silva
Vice Presidente - Pr. Sebastião Araújo da Silva
Diretor administrativo - Pr. Valter José Gimenes da Silva

Conselho fiscal:
Pr. Francisco da Silva Valentim
Pr. Marivalter Hermógenes
Pr. Elias Quirino Souza dos Santos

Revisão Teológica:
Pr. Moisés Madeira da Silva
Pr. Raimundo de Souza Mendes
Pr. Marivalter Hermogenes
Pr. Ademar Ferreira Junior
Pr. Josafá Feitosa da Silva

Suplentes:
Pr. Hélio Lopes
Pr. Pedro Madureira

Capa: Pr. Valter José Gimenes da Silva

Matéria: Cedida pelo Seminário Teológico Paulo Leivas Macalão, com a devida
autorização de seu Presidente Bispo Manuel Ferreira.

Revisão Textual: Drª Maria Vilma Coqueiro da Silva

Diagramação: Pr. Valter José G. da Silva

Todos os direitos de publicação reservados ao SETEFA

Igreja Evangélica Assembléia de Deus do Ministério de Madureira


Apresentação
Estrada da Usina, 1219 – B. Aviário / Rio Branco - AC. Cep. 69905-170
Deus tem feito despontar nos últimos tempos, obreiros voluntários, que se levantam no
Fone (68)
poder do Espírito Santo e realizam 3223excelentes!
trabalhos 6055 – 8119-2202
Precisamos acompanhá-los bem de perto, e fomentar ainda mais o fogo dessas
“faíscas”, trazendo para dentro do braseiro do Ministério, e apoiá-los como homens de Deus.
O Pastor Valter José, juntamente com a equipe de Revisão Teológica e outros
companheiros, têm sido algumas dessas “faíscas”, pois os mesmos, têm feito muitos esforços
pessoais para levantar a bandeira do ensino em nosso Estado, na confecção de dezoito
matérias, para nosso próprio seminário: (SETEFA) Seminário Teológico Pr. Dr. Eliseu Feitosa de
Alencar, seminário este, que é órgão vinculado à Igreja Assembléia de Deus do Ministério de
Madureira no Estado do Acre. Dessa forma, sei que estas matérias servirão para o bem de
todos obreiros e obreiras que querem ampliar seus conhecimentos bíblicos.
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Que Deus ilumine a todos quantos se aprofundam nas riquezas que a Palavra de Deus
nos oferece.
Pastor Valdemar de Jesus Silva
Presidente da CONEMAD-AC
Presidente do SETEFA
Presidente da IEAD

1 - Uma visão panorâmica sobre o Jejum

O Dicionário Silveira Bueno descreve: Jejum é a abstinência total ou parcial de


alimentos em certos dias, por penitência ou prescrição religiosa. No âmbito Cristão, o jejum é a
abstinência de alimentos, por um período definido e propósito específico.
O jejum é uma prática usada em quase todas as épocas, por quase todas nações,
culturas e religiões. Pode ser feito com intenção espiritual ou até mesmo medicinal, visto que o
jejum traz grandes benefícios físicos com a desintoxicação que produz no corpo. Vejamos
alguns benefícios medicinais do jejum

• Acalma a mente
• Torna mais claros os pensamentos
• Eliminação de toxinas físicas, causadas pelos alimentos.
• Bem - estar físico
• Desenvolvimento da autodisciplina e da força de vontade
• Aumento da auto - estima
• Aumenta a energia e a vitalidade do corpo

Apesar de percebermos que o jejum é benéfico ao corpo, queremos no entanto, estudá-


lo do ponto de vista bíblico.
Embora seja ignorado por muitos cristãos hoje, a Bíblia nos ensina acerca do jejum. É
até compreensível esse descaso de alguns cristãos quanto a esta prática, tendo em vista que,
ou receberam um ensino distorcido ou não receberam ensinamento algum sobre este assunto.
Creio que a Igreja de hoje em sua maioria vive dividida entre dois extremos: há aqueles que não
dão valor nenhum ao jejum, ou seja, passam até 20 ou 30 anos na Igreja sem praticar o jejum,
(nem mesmo uma simples consagração de poucas horas do dia), temos também aqueles que
extrapolam em sua ênfase sobre ele.
Penso que á vontade de Deus é despertar-nos para a compreensão e prática deste
princípio que, sem dúvida, é uma arma poderosa para o cristão.
A Bíblia não determina regras fixas sobre o momento em que se deve jejuar ou qual tipo
de jejum praticar, isto é algo pessoal a cada cristão. Entretanto, a prática do jejum é
recomendação Divina, e traz consigo alguns princípios que devem ser entendidos e vividos.
Vamos entender isso melhor!
2 - Jejuar é uma Ordenança Divina

O jejum não é uma doutrina, ou seja, não precisamos jejuar para adquirir a salvação. No
Antigo Testamento, mais precisamente na lei Mosaica, os judeus tinham um dia especifico para
jejuar: o “Dia da Expiação” (Lv. 23. 27), que também ficou conhecido como “o dia do jejum”
(Jr. 36. 6), do qual o Apóstolo Paulo se referiu como “o jejum” (At. 27. 9). Vejamos que não há,
nem no Antigo, nem Novo Testamento uma única ordem acerca de jejuarmos. Contudo, apesar
de não haver um imperativo ou uma determinação acerca desta prática, a Bíblia faz muitas
menções ao jejum. A Bíblia relata não apenas as pessoas que praticaram o jejum, ela descreve
também as formas como fizeram.
As Escrituras nos diz que nós também jejuaríamos, e nos instrui sobre a forma correta de
jejuar.
Muitos ensinadores falharam de maneira grave ao dizer que, por não haver uma ordem
específica para o jejum, então não devemos jejuar. Entretanto, quando consideramos o ensino
de Jesus sobre o jejum, não há como negar que o Mestre esperava que jejuássemos: "Quando
jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o
fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua
recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não
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parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará” (Mt. 6. 16 -18).
Nessa passagem, percebemos que Jesus não está ordenando o jejum, contudo suas
palavras revelam que Ele esperava de nós esta prática, ou melhor, a passagem bíblica dá-nos
entender que Jesus espera essa disponibilidade em cada cristão. Ele nos instruiu até sobre a
motivação correta ao jejuar. E quando disse que o Pai recompensaria a atitude correta do
jejum, nos mostrou que tal prática produz resultados!
Alguns teólogos dizem que se as epístolas não dizem nada sobre jejuar, então concluem
que o jejum não é tão importante, agindo dessa maneira desprezam o ensino de Jesus sobre o
jejum. Isto é um grande erro! Jesus não veio ensinar aos judeus viverem bem a Velha Aliança,
Ele veio instituir a Nova Aliança, e todos os seus ensinos apontavam para as práticas dos
cidadãos do reino de Deus. Quando estava para subir ao céu, deu ordem aos seus seguidores
que ensinassem as pessoas a guardar tudo o que Ele tinha ordenado (Mt .28. 20), isso inclui o
modo adequado de jejuar!
O próprio Jesus nos deixou o exemplo, Ele praticou o jejum, os líderes da Igreja Primitiva
também o faziam. Registros históricos dos “pais” da igreja também revelam que o jejum
continuou sendo observado, como prática dos crentes, muito tempo depois dos apóstolos. O
jejum, portanto, deve ser parte de nossas vidas, desde que praticado de forma equilibrada e
coerente, dentro dos parâmetros bíblicos.
Apesar de que o próprio Senhor Jesus tenha jejuado, por quarenta dias e quarenta noites
no deserto, e muitas vezes tenha ficado sem comer (quer por falta de tempo, ministrando ao
povo - Mc. 6. 31 - quer por passar as noites só orando, sem comer - Mc. 6. 46), devemos
reconhecer que Ele e seus discípulos não consideravam o jejum dos judeus de seus dias
(exceto o do dia da Expiação). Era costume dos fariseus jejuar dois dias por semana (Lc. 18.12),
mas Jesus e seus discípulos não o faziam. Aliás chegaram a questionar Jesus acerca disto:
“Disseram-lhe eles: Os discípulos de João e bem assim os fariseus freqüentemente jejuam e
fazem orações; os teus, entretanto, comem e bebem. Jesus, porém, lhes disse: Podeis fazer
jejuar os convidados para o casamento, enquanto está com eles o noivo? Dias virão, contudo,
em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias, sim, jejuarão” (Lc. 5. 33 – 35).
O Mestre mostrou não ser contra o jejum, e disse que depois que Ele fosse tirado do
convívio direto com os discípulos (voltando ao céu), eles haveriam de jejuar.
Jesus não se referiu ao jejum, somente para os dias entre sua morte e ressurreição, (ao
mencionar os dias em que eles estariam sem o noivo), e sim, aos dias a partir de sua morte.
Contudo, Jesus deixou bem claro que a prática do jejum, nos moldes do que havia em seus
dias não era o que Deus esperava. A motivação estava errada, as pessoas jejuavam para provar
sua religiosidade e espiritualidade, jejuavam se julgando mais santos que os demais, e Jesus
ensinou a fazê-lo em secreto, sem alarde.
Se não tomarmos os cuidados devidos o jejum pode ser uma prática vazia, isso
acontecera se não for feito de maneira correta. A Bíblia afirma-nos que isto aconteceu nos dias
do Velho Testamento, quando o povo começou a questionar: "Por que jejuamos nós, e não
atentas para isto? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta?” (Is. 58. 3-a). A
resposta de Deus foi, exatamente, a de que eles estavam jejuando de maneira errada: "Eis que,
no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso
trabalho. Eis que jejuais para contendas e para rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando
assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto". (Is. 58 . 3 - 4).
Por outro lado, o versículo está inferindo que se observado de forma correta, Deus
atentaria para esse jejum, e a voz deles seria ouvida.

3 - Qual o propósito central do jejum

Kenneth Hagin afirma acerca do jejum: “O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo
antes, durante e depois de seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se
mais suscetível ao Espírito de Deus”. O jejum não tornará Deus mais bondoso ou
misericordioso para conosco, ele está ligado diretamente a nós, à nossa necessidade de romper
com as barreiras e limitações da carne. O jejum deixará nosso espírito atento, pois mortifica a
carne e aflige nossa alma.
Jesus deixou-nos um ensino precioso acerca disto quando falava sobre o jejum:
"Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho romperá os odres; e tanto se
perde o vinho como os odres. Mas põe-se vinho novo em odres novos” (Mc. 2. 22).
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O odre era um recipiente feito com pele de animais, que era devidamente preparado.
Mas, com o passar do tempo envelhecia e ressecava. O vinho, era o suco extraído da
uva, que fermentava naturalmente dentro do odre. Portanto, quando se fazia o vinho novo, era
sábio colocá-lo num recipiente de pele (o odre), que não arrebentasse, na hora em que o vinho
começasse a fermentar, e o melhor recipiente era o odre novo. Com essa ilustração Jesus
estava ensinado-nos que o vinho novo que Ele traria (o Espírito Santo) deveria ser colocado em
odres novos, e o odre (ou recipiente do vinho) é nosso corpo. A Bíblia está dizendo, com isto,
que o jejum tem o poder de “renovar” nosso corpo. A Escritura ensina que a carne milita contra o
espírito, e a melhor maneira de receber o vinho, o Espírito, é dentro de um processo de
mortificação da carne.
Acreditamos que o alvo elementar do jejum é afligir a carne, e vivificar o espírito, e isso
nos fará mais aptos a recebermos o Espírito Santo de Deus. Há outros benefícios que
decorrerão disto, mas esta é a essência do jejum.
Alguns acham que o jejum é uma “varinha de condão” que resolve as coisas por si
mesmo, mas não podemos ter o enfoque errado. Quando jejuamos, não devemos crer no
Jejum, e sim em Deus. A resposta às orações flui melhor, quando jejuamos porque através
desta prática, estamos liberando nosso espírito na disputada batalha contra a carne, e por isso
algumas coisas acontecem.
Por exemplo, a fé é do espírito e não da carne; portanto, ao jejuar estamos removendo o
entulho da carne e liberando nossa fé para se expressar. Quando Jesus disse aos discípulos,
que não puderam expulsar um demônio por falta de jejum (Mt.17.21), ele não limitou o problema
somente a isto, mas falou sobre a falta de fé (Mt.17.19-20), como um fator decisivo no fracasso
daquela tentativa de libertação. O jejum ajuda a liberar a fé! O que nos dá vitória sobre o inimigo
é o que Cristo fez na cruz e a autoridade de seu nome. O jejum em si não faz vencer, mas libera
a fé para o combate e nos fortalece, fazendo-nos mais conscientes da autoridade que nos foi
delegada.
Mas, apesar do propósito central do jejum ser a mortificação da carne, vemos vários
exemplos bíblicos de outros motivos, para tal prática:

No Antigo Testamento:

• Consagração – O voto do nazireado envolvia a abstinência, jejum de


determinados tipos de alimentos (Nm.6. 3-4).
• Arrependimento de pecados – Samuel e o povo jejuando em Mispa, como
sinal de arrependimento de seus pecados (I Sm.7. 6 / Nm. 9.11).
• Luto – Davi jejua em expressão de dor pela morte de Saul e Jônatas, e
depois pela morte de Abner (II Sm.1.12 e 3. 35).
• Aflições – Davi jejua em favor da criança que nascera de Bate-Seba, que
estava doente, à morte (II Sm.12.16-23). Josafá apregoou um jejum em todo
Judá quando estava sob o risco de ser vencido pelos moabitas e amonitas (II
Cr. 20. 3).
• Busca de Proteção – Esdras proclamou jejum junto ao rio Ava, pedindo a
proteção e benção de Deus sobre sua viagem (Ed.8. 21-23); Ester pede que
seu povo jejue por ela, para proteção no seu encontro com o rei (Et. 4.16).
• Em situações de enfermidade – Davi jejuava e orava por outros que
estavam enfermos (Sl.35.13).
• Intercessão – Daniel orando por Jerusalém e seu povo (Dn. 9.3 e 10. 2-3).

No Novo Testamento:

• Preparação para a Batalha Espiritual – Jesus mencionou que, determinadas


castas só sairão por meio de oração e jejum, que trazem um maior
revestimento de autoridade (Mt.17. 21).
• Preparar-se para o Ministério – Jesus só começou seu ministério depois de
ter sido cheio do Espírito Santo e se preparado em jejum (prolongado), no
deserto (Lc. 4.1-2).
• Ministrar ao Senhor – Os líderes da igreja em Antioquia, jejuando para
adorar ao Senhor (At. 13.2).
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• Enviar ministérios – Na hora de impor as mãos e enviar ministérios
comissionados (At.13.3).
• Estabelecer presbíteros – Além de impor as mãos com jejum sobre os
enviados, o faziam também sobre os que recebiam autoridade de governo na
igreja local, o que revela que o jejum era um princípio praticado nas
ordenações de ministros (At. 14.23).

Atividade de Apoio
Você acredita que o jejum seja uma arma poderosa? Justifique.

4 - As diferentes formas de Jejum

As que são encontradas na Bíblia são:

4. 1 - Jejum Parcial.
Normalmente, esta forma de jejuar é praticada em períodos maiores ou quando a pessoa
não tem condições de se abster totalmente do alimento (por causa do trabalho, por exemplo).
Lemos sobre esta forma de jejum no livro de Daniel: "Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei
durante três semanas. “Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram em minha
boca, nem me ungi com óleo algum, até que se passaram as três semanas” (Dn.10. 2 - 3).
O profeta Daniel diz exatamente o que ficou sem ingerir: carne, vinho e manjar desejável.
Provavelmente se restringiu à uma dieta de frutas e legumes, não sabemos ao certo. O
fato é que se absteve de alimentos, porém, não totalmente. E embora, tenha escolhido o que,
aparentemente seja a forma menos rigorosa de jejuar, dedicou-se à ela por três semanas. Em
outras situações, Daniel parece ter feito um jejum normal (Dn.9:3), o que mostra que praticava
mais de uma forma de jejum.
Ao fim deste período, um anjo do Senhor veio a ele e lhe trouxe uma revelação
tremenda. Declarou-lhe que, desde o primeiro dia de oração, o profeta já tinha sido ouvido
(v.12), mas que uma batalha estava sendo travada no reino espiritual (v.13), o que ocorreria
ainda, no regresso daquele anjo (v.20). Aqui, aprendemos também sobre o poder que o jejum
tem, nos momentos de guerra espiritual.

4. 2 - Jejum Normal.
É a abstinência de alimentos, mas com ingestão de água. Acredita-se que foi a forma
como nosso Senhor jejuou no deserto. Passamos a vida ouvindo sobre a necessidade de se
jejuar bebendo água; os Teólogos dizem que no relato do evangelho não há menção de Cristo
ter ficado sem beber água ou ter tido sede. Mas, vejamos a parte final do versículo: "Jesus,
cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante
quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve
fome”. (Mt.4. 2).
Denominamos esta forma de jejum como normal, pois entendemos ser esta a prática mais
propícia nos jejuns regulares (como o de mais de um dia).

4. 3 - Jejum absoluto.
É abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos poucas menções de ter
alguém jejuado sem água, e isto dentro de um limite: no máximo três dias. A água não é
alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem normalmente e que as
toxinas não se acumulem no organismo. Há dois exemplos bíblicos deste tipo de jejum, um no
Velho outro no Novo Testamento: Ester, num momento de crise em que os judeus estavam
condenados à morte por um decreto do rei, pede a seu tio Mardoqueu, e aos demais que jejuem
por ela: “Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais,
nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos.
Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci” (Et.4.16).
Paulo, na sua conversão também usou esta forma de jejum, devido ao impacto da
revelação que recebera, esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu
(At.9.9).
Não há qualquer outra menção de um jejum total maior do que estes (a não ser o de
Moisés e Elias, numa condição diferente que explicaremos adiante). A medicina adverte contra
um período de mais de três dias sem água, como sendo nocivo. Devemos cuidar do corpo ao
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jejuar e não agredi-lo; lembre-se de que estará lutando contra sua carne (natureza e impulsos) e
não contra sua saúde ou seu corpo.

5 - Duração do Jejum, qual o tempo essencial?

Sobre quanto tempo deve durar um jejum, a Bíblia não determina regras desse gênero,
portanto cada um é livre para escolher quando, como e quanto tempo jejuar.

Exemplos de jejuns de duração diferente nas Escrituras:


1 dia - O jejum do Dia da Expiação (Lv. 23. 27)
3 dias - O jejum de Ester (Et.4.16) e o de Paulo (At.9.9).
7 dias - Jejum por luto pela morte de Saul (I Sm.31.13).
14 dias - Jejum involuntário de Paulo e os que com ele estavam no navio (At.27.33).
21 dias - O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (Dn.10.3).
40 dias - O jejum do Senhor Jesus, no deserto (Lc. 4.1-2).

OBS: A Bíblia fala de Moisés (Ex.34. 28) e Elias (I Re. 19. 8), jejuando períodos de quarenta
dias. Porém, vale ressaltar que estavam em condições especiais, sob o sobrenatural de Deus.
Moisés nem sequer bebeu água nestes 40 dias, o que humanamente é impossível. Mas ele foi
envolvido pela glória divina. O mesmo se deu com Elias, que caminhou 40 dias na força do
alimento que o anjo lhe trouxe. Isso é um jejum diferente que começou com um belo "depósito",
uma comida celestial. A Teologia acredita que Jesus não fez um jejum total com esta duração.
Isso é humanamente impossível.
Um outro detalhe de total importância é acerca dos votos. Muitas pessoas erram ao fazer
votos ligados à duração do jejum... Não é aconselhável ninguém fazer um voto de quanto tempo
vai jejuar, pois isso te deixará “preso” no caso de algo fugir ao seu controle. O melhor a fazer é
seguir o conselho bíblico: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque
não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não
cumpras” (Ec. 5.4-5).
É interessante que haja uma intenção e um alvo quanto à duração do jejum, no coração,
mas não transforme isto em voto. Muitas vezes, nos jejuns prolongados, no meio do caminho
somos forçados a interromper. Mas há também jejuns sem a intenção de prolongá-los e, no
entanto, isto acaba acontecendo mesmo sem termos feito os planos para isto. Se porventura
uma destas duas coisas acontecer, não há erro algum, o importante nisso tudo é fazermos o
jejum de forma sábia.

5. 1 - Jejum Prolongado
Há algo especial num jejum prolongado, mas deve ser feito sob a direção de Deus (as
Escrituras mostram que Jesus foi guiado pelo Espírito ao seu jejum no deserto – Lc. 4. 1).
Existem irmãos que dizem ter jejuado por cinco ou mais dias. Cada um deles confirma ter
recebido de Deus uma direção para tal.
Quanto ao jejum prolongado, vale ressaltar também que muitos, mas muitos cuidados
devem ser tomados. Não podemos brincar com o nosso corpo. Uma dieta para desintoxicação
do organismo, antes do jejum é recomendada, e também na quebra do jejum prolongado (mais
de 3 dias). Procure orientação e acompanhamento de uma pessoa mais preparada no assunto,
se o Senhor lhe dirigir a um jejum deste gênero. Há muitas instruções, na forma de literatura,
que também podem ser adquiridas.
Com isso, não queremos criar nem um ceticismo acerca do jejum, nosso propósito nesse
compêndio não é causar dúvidas, e sim instruir os alunos. Nosso objetivo, nesta matéria, é
apresentar informações sobre o jejum no âmbito religioso, e não entrar no âmbito fisiológico do
processo, principalmente porque não é nossa habilidade. Para isso, existem os médicos e
especialistas da área. Fazendo assim, estaremos evitando casos de doenças do estômago ou
problemas psicológicos. Infelizmente, freqüentemente, nos deparamos com casos dessa
natureza. Nosso lembrete é que, não devemos abdicar da prática do jejum, mas quando assim
procedermos, fazermos com prudência.

6 - É certo falar aos outros quando estamos Jejuando


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Algumas pessoas são extremistas quanto a discrição do jejum, enquanto outras, têm a
semelhança dos fariseus, tocam trombeta diante de si. Esses exibicionistas dizem: “Irmãos faz
tantos dias que eu estou jejuando”. Em Mateus 6.16-18, Jesus condena esse exibicionismo dos
fariseus que queriam parecer contristados aos homens, para atestar sua espiritualidade. Ele não
proibiu de se comentar sobre o jejum, senão a própria Bíblia estaria violando isto, ao contar o
jejum que Jesus fez. Como souberam que Cristo (que estava sozinho no deserto) fez um jejum
de quarenta dias? Certamente porque Ele contou! Não saiu gabando-se perante todo mundo,
mas discretamente, compartilhou sua experiência com os seus discípulos.
A maioria dos crentes começa a jejuar estimulados pelo relato das experiências de outros
irmãos. Depois é que começaram (aos poucos) a entender o ensino bíblico sobre o jejum.
Louvamos a Deus pelas pessoas que estimulam os demais irmãos a esta prática! Por exemplo:
na Sede da Assembléia de Deus Ministério de Madureira, em Rio Branco, já é de praxe, reunir-
se um grupo de irmãos todas as quintas-feiras para um Jejum coletivo. Temos ouvido diversos
irmãos em Cristo, testificarem de suas necessidades em praticar o jejum, mas por não acharem
forças para fazê-lo, procuraram a referida Igreja.
Contudo, precisamos tomar cuidado com determinados indivíduos, que não têm o que
acrescentar à nossa edificação e somente atacam e criticam. Penso que, de forma sábia e
cuidadosa, podemos estimular outros à prática do jejum, basta partilharmos nossas experiências
e incentivá-los. (Nota: A base desta 1ª parte do livro foi extraído da internet - Pr. Luciano Subirá).

7 - Metodologia do Jejum

7. 1 - Determine o tempo de duração


Antes de se começar um Jejum, deve-se estipular quantos dias se deseja jejuar, mas não
fazer disso um voto. Também deve-se escolher qual o tipo de jejum que será praticado; se
parcial ou total; se um jejum curto ou prolongado.

7. 2 - Tenha um objetivo em mente


Nunca se deve iniciar um jejum aleatório, ou seja, sem propósito. Ao jejuarmos devemos
ter um pedido a fazer a Deus; seja uma cura, uma decisão importante a ser tomada, vitórias
sobre as tentações, nos enchermos da unção de Deus. Enfim, poderíamos destacar inúmeros
motivos para praticarmos o jejum.

7. 3 - Prepare-se interiormente e exteriormente


Durante o período de jejum, evite atividades que exijam muito desgaste. Selecione os
exercícios espirituais que queira desenvolver. Prepare-se para não se deixar influenciar, com os
comentários negativos daqueles que não conhecem os benefícios desta prática.Concentre-se
nos seus objetivos e nas suas meditações.

Conclusão
Haverá períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair mais para o jejum, e épocas em
que quase não sentiremos a necessidade de fazê-lo.
Devemos ser sensíveis e seguir os impulsos do Espírito de Deus nesta área. Isto vale
não só para começar a jejuar mas até para quebrar o jejum.
Encerramos desafiando-o a praticar mais o jejum, e certamente você descobrirá que o
poder desta arma que o Senhor nos deu é difícil de se medir com palavras. A experiência
individual do aluno fortalecerá aquilo que temos dito.

ORAÇÃO

8 - A fonte do Poder

“Muita oração, muito poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração, nenhum
poder”. Esse ditado é um dos mais corretos que possa existir. A vida de um homem que ora é
diferente, isso é notório nas pregações, no ensino, na vitória diante dos problemas e das
tentações. Muitas histórias testificam desse poder encontrado na oração.
A natureza da oração é espiritual e não há como duvidar dessa verdade. A oração é a
chave das vitórias espirituais e sem ela não há vitória, nem poder, nem unção. Todas essas
palavras citadas estão ligadas diretamente com oração.
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A oração é o veículo que nos leva a Deus; é como o oxigênio dos cristãos; se ele faltar,
morreremos. É a forma de comunicarmos com Deus: “Suba à tua presença a minha oração,
como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina” (Sl 141.2).
Sintetizando, a oração é o combustível da vida espiritual, sem ela o cristão não sairá do lugar.

9 - Empecilhos à Oração

9. 1 - Pecado. O primeiro grande obstáculo á oração é o pecado, o Salmista declara: “Se eu no


coração contemplara a vaidade, o senhor não me teria ouvido” (Sl. 66. 18). Nessa passagem o
Salmista não está falando acerca de uma natureza pecaminosa. Cada pessoa que passou pela
terra teve uma natureza pecadora, com uma exceção: Jesus Cristo. Ele não conheceu pecado
(2Co. 5. 21). Nele não existe pecado (1Jo. 3. 5).
Mas, embora tenhamos uma natureza pecadora, só isso não impede nossas orações
serem ouvidas. É o contemplar o nosso pecado que impede que nossas orações sejam
atendidas. A palavra contemplar significa saber de alguma que está presente, reconhecê-la e
não fazer nada acerca disso. Se eu tenho consciência de algum pecado em meu coração,
reconheço sua presença, mas não estou disposto a enfrentá-lo honestamente, e fazer alguma
coisa acerca disso, então Deus não me ouve quando oro.
Essa reação de Deus é óbvia. Estamos sendo hipócritas. 1João 1. 6 esmera essa
verdade, estamos dizendo uma coisa e praticando outra. Ignorar nosso pecado é uma ofensa
aos olhos de Deus, pois “se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo mentiroso e sua
palavra não está em nós” (v. 10).
Não devemos consentir que o pecado permaneça em nossas vidas dessa maneira, mas
devemos removê-los drasticamente. Jesus disse: “Se teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e
lança-o de ti... E se tua mão direita te faz tropeçar corta-a e lança-a de ti” (Mt. 5. 29-30). Jesus
não está falando em termos literais, é óbvio. Cirurgia física não produz espiritualidade. Ele está
dizendo o seguinte: Resolva o pecado de maneira drástica antes que ele se espalhe e destrua
todo seu ser.
Por esse motivo, quando nos aproximarmos de Deus em oração, devemos ter um
período de confissão primeiro. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é Fiel e Justo para nos
perdoar...” (1João 1. 9).
9. 2 - Egoísmo. Um segundo obstáculo à oração é o egoísmo. Tiago destacou que, quando
somos egoístas em nossas orações, Deus não nos ouve. “De onde procedem as guerras
e contendas que há em vós?. De onde, se não dos prazeres que militam vossa carne?”
(Tiago 4.1). A passagem prossegue dizendo: “Cobiçais, e nada tens; matais e invejais, e
nada podeis obter; viveis a lutar e fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis,
e não recebeis porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (v. 2-3).
Aparentemente a congregação de Tiago estava tendo algumas discussões, divisões e
disputas dolorosas. Um dos motivos porque estavam divididos entre si era que não
estavam orando como deveriam. Estavam orando de maneira egoísta.
Não é errado orar por si mesmo, não devemos, no entanto colocar nossos pedidos à
frente da vontade de Deus, de maneira egoísta. Em Mateus 6. 9 -11, Jesus nos deixa um
exemplo da oração eficaz, em primeiro lugar deve-se orar pelos interesses de Deus aí então
podemos dizer: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Isso nos ensina que podemos orar por
nós mesmos. O Salmista Davi inúmeras vezes orou por si mesmo, pedindo proteção, vitórias,
poder, purificação. O próprio Jesus orou por si mesmo em diversas ocasiões, Paulo também
agiu assim.
Quando orarmos devemos ter isso em mente, Deus está pronto a ouvir nossas orações,
Ele está atento a tudo, seu desejo é resolver nossos problemas e não há como negar essa
verdade. A oração egoísta, entretanto, não é o mesmo que orar por nós mesmos. Orarmos
pelas nossas necessidades para podermos atender as necessidades dos outros. Isso é muito
diferente da atitude descrita em Tiago 4. 2 - 3. “...Nada tendes, porque não pedis, pedis, e não
recebeis, porque pedis mal, para esbanjares em vossos prazeres”. Sendo assim, nosso único
propósito de oração é satisfazer nossos próprios desejos.
Mas o propósito da oração não é autogratificação, o propósito da oração é realizar a
vontade de Deus. João enfatizou esta verdade quando escreveu: “E esta é a confiança que
temos para com Ele, que, se pedimos alguma coisa segundo a sua vontade Ele nos ouve”.
(1João 5. 14-15). Quando pedimos algo de acordo com a vontade Divina, Deus se
responsabiliza em nos atender.
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O propósito da oração não é fazer a vontade do homem no Céu, mas fazer a vontade de
Deus na terra, é nesse sentido que devemos estudar as Escrituras, para descobrirmos a
vontade de nosso Deus em nossas vidas.
Se é a vontade de Deus que prevalece nas orações, fica evidente que todo sentimento
egocêntrico deve, obrigatoriamente ser descartado das nossas orações. Se assim não acontecer
correremos risco de querer algo que Deus não aprova. “É como a história do filho que
insistentemente pedia ao pai que comprasse uma motocicleta e, lhe desse como presente, o pai
por sua vez não suportando mais tanta insistência e contrariando sua própria vontade, deu o
presente tão desejado do filho. Não muitos dias depois, o pai chorava a morte do filho que
falecera, num acidente causado pelo seu tão desejado presente. E, lamentado a perda do filho
dizia: Meu filho, eu sabia que você não tinha estrutura para ter esse presente”.
Creio que esta simples história serve como exemplo para nós. Quantas vezes, em
oração, insistimos tanto num pedido e não nos damos conta de que o tal pedido, talvez não seja
a plena vontade de Deus. Em outras palavras, Deus conhece o fundo dos nossos corações.
Além de conhecer o momento em que vivemos, Ele conhece também o futuro de cada um de
nós.
Um certo irmão em sua oração dizia: “Deus, me dê agora todas as bênçãos que o
Senhor reservou para minha vida inteira”. Mesmo que esta oração seja acompanhada de muita
fé ou parta de uma pessoa sincera a Deus, ela jamais poderá ser atendida, pois, nela o egoísmo
é quem fala mais alto. A oração deve ser embasada na vontade de Deus.

9. 3 - Deixar de Glorificar a Deus. Esse é o terceiro motivo pela qual a oração é impedida, é
deixar de glorificar a Deus. Honrar, exaltar a Deus é um dos propósitos principais da
oração. Quando isso não acontece, estamos deturpando os fundamentos básicos da
oração e, assim sendo, torna-se impossível Deus atender a oração. Como prova disso,
vejamos: “Santificado seja seu Nome” (Mt. 6. 9). Esta frase está logo após a introdução
da oração modelo, que Jesus nos deixou. Quando oramos, além de iniciarmos com
adoração e louvor a Deus, todos os pedidos que fazemos deveriam ser para agradar e
honrar ao Senhor. A exemplo disso, temos o pedido de Salomão. Ele teve a maior
oportunidade do mundo para pedir a Deus, o que talvez lhe parecesse gratificante
(vitórias sobre os inimigos, riquezas, honras, poder, etc), mas ao invés disso, pediu a
Deus que lhe desse de Sua sabedoria. Esse pedido agradou tanto a Deus que,
imediatamente Deus concedeu-lhe a resposta. É importante destacarmos que essa
benção alcançada por Salomão, veio acompanhada de outras Bênçãos não pedidas por
ele. Isso nos ensina que, quando oramos e pedimos a Deus algo para honrar e glorificar
Seu Nome, ele se encarrega de nos dar além daquilo que pedimos e merecemos
(Jeremias 33. 3).
Estamos acostumados a ouvir belas orações, e mesmo sem saber se estão sendo
ouvidas e respondidas por Deus, já nos sentimos conquistados por tão belas palavras, mas
muitas vezes não passam de orações “mecânicas” ou pragmáticas (cheia de regras e
formalidades). Se a oração não tiver em seu “contexto” a adoração a Deus, tornar-se-á vazia e
ineficaz.
Existem pessoas que passam horas de joelhos pedindo, pedindo e pedindo. Em nem um
momento de sua oração há um agradecimento a Deus pelas vitórias alcançadas e quando há,
não passa de um agradecimento ligeiro e superficial, o foco principal de sua oração é pedir; em
outras palavras, essa pessoa esta tão preocupada em receber que esquece de agradecer e
glorificar a Deus.
Imagine uma pessoa lhe pedindo algo, e você procura em sua memória algo que te
convença a ajudá-la. Alguma motivação para atendê-la, e mesmo não encontrando tais motivos,
você se submete a ajudá-la e atendê-la em sua necessidade. É indubitável que exista em cada
um de nós uma expectativa em ouvirmos uma frase: “Muito Obrigado”, esta frase é tão
curtinha e tão simples, mas é o bastante para nos sentirmos recompensados pelo ato que
fizemos.
Agora, imagine Deus em sua Onisciência, procurando algo na raça humana que
justificasse a morte de Seu Filho Jesus (seu único Filho). Vamos ser mais simples, imagine
Deus em sua Onisciência, procurando algum ato no ser humano que pague as bênçãos
dispensadas por Ele a cada um de nós. Infelizmente, o pecado tirou todas essas possibilidades.
Veja bem, mesmo sem motivos, a graça salvadora de Deus nos alcançou, e mais, somos
alcançados com as bênçãos do emprego, com a benção das curas, do ministério, do calçado,
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das vestes, do teto para nos abrigar, etc e etc. Veja, agora que, uma das formas deixadas por
Deus para agradecê-lo (a frase simples do muito obrigado) é através da oração. E quando em
nossas orações não há esse sentimento de gratidão, ou seja, quando somos ingratos A Ele, com
certeza estamos fechando as portas dos Céus, e criamos assim, uma grande barreira que
impedirá nossas orações de chegarem a Deus.

9. 4 - Discórdia no lar. Relacionamentos errados na família (I Pe 3.1-7). O não cumprimento


dos deveres dos cônjuges um para com o outro, impede o fluir das orações. A vida conjugal
deve ser posta diante de Deus. Quando as orações não estão sendo respondidas, pode haver
falha no relacionamento. Infelizmente muitos estão enroscados nesse embaraço.

9. 5 - Idolatria. Ídolos no coração (Ez. 14.3). Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma
o lugar de Deus na vida de alguém. É aquilo que se torna o objeto supremo da afeição.
Aquilo que mais ocupa o nosso pensamento. Deus deve ser supremo em nossa vida.
“Eu adoro isso ou aquilo”. Essa é uma pequena falha que muitos ainda precisam
corrigir. Na maioria das vezes dizem de forma simples e sem saber o real sentido da palavra
Adoração. É corriqueiro ouvimos pronúncias do tipo: “Eu adoro um prato de arroz doce” ou “Eu
adoro creme de cupuaçu”. Podemos apreciar um prato ou admirar uma pessoa, mas quando
expressarmos esse sentimento devemos dizer: Eu gosto disso ou daquilo, mas nunca eu adoro.
Para nós, cristãos, só podemos nos dirigir dessa forma á Deus, Ele sim é digno de toda
Adoração.
Como já dissemos, isso é uma pequena e simples falha. Mas se é falha porque não
corrigir?

9. 6 - Falta de perdão. Esse também é um motivo que leva Deus a rejeitar uma oração. A
oração do Pai Nosso, diz: “Perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores” (Mt. 6. 12). Se o perdão obtido por Deus está condicionado a perdoarmos
quem nos aborrece com calúnias, difamações, injúrias, ofensas, etc, então é lamentável dizer:
infelizmente, muitos cristãos jamais alcançaram perdão de Deus....
Você sabe porque a instrução da Bíblia sobre o perdão é tão importante? Porque Deus
sabe que se não perdoarmos uns aos outros, nós mesmos sairemos machucados e,
grandemente prejudicados. Quando não conseguimos exercer o perdão, damos uma grande
oportunidade para o diabo nos encher de rancor, de mágoas, de “sede” de vingança. A falta do
perdão nos causa toda sorte de desgraças, nos rouba a paz, nos tira o sono.
Mesmo em meio a grandes conflitos e discórdias entre nós, o melhor caminho a ser
tomado é o caminho do perdão, pois quando nos dirigimos a Deus em oração, Ele contemplará
em nós um coração sem culpa, sem peso, sem rancor e sem inimizades. Isso garantirá nosso
acesso ao céu, por intermédio da oração.

9. 7 - A Falta de Concentração Diante de Deus. “Falta de concentração!”. A frase soa de forma


tão simples e irrelevante que parece não ter sentido. Entretanto, quando a analisamos “ao pé da
letra”, nos damos conta de que é a mais pura verdade.
Vamos entender melhor: Vejamos que, nossa mente se move com muita facilidade, ela
nunca pede nossa permissão para continuar trabalhando. Por isso, existem os sonhos.
Sonhamos involuntariamente, ou seja, não conseguimos controlar os sonhos enquanto
dormimos. A mente do ser humano é autônoma, livre e independente. Muitas vezes, procuramos
nos concentrar em determinado assunto, mas em frações de segundos ou minutos percebemos
que nos desviamos dele. É assim que acontece quando estamos em oração; sem perceber,
estamos repetindo frases decoradas, sem pensar em seu real significado, e sem se dar conta
voltamos aos mesmos assuntos já orados, isto é, nosso coração e nossos desejos estão
completamente desligados de nossa mente. Começamos a orar e nosso pensamento vagueia,
muda de lugar, se tornam confusos. É aí, que as orações perdem seu valor e tornam-se
ineficazes.
Normalmente, a condição de nossas mentes, na vida cotidiana, é a mesma na hora da
oração, pois a vida é um conjunto integral. Entretanto, a mente pode ser governada pela
vontade. O exercício de concentração, em outras áreas, nos ajuda na concentração, enquanto
oramos. Aprender a estar quieto diante de Deus é um exercício muito difícil, ainda que,
tremendamente necessário, essa atitude resulta em grandes bênçãos espirituais (FAIFA).
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10 - Os motivos que nos levam orar

A oração tem o poder de transformar o caráter do homem e, além disso, ela também
confere autoridade. É através da oração, que os crentes podem influenciar o mundo todo, pois
intercedem pelas autoridades, pelos missionários, pelas famílias, pelos pobres, pelos
marginalizados. A presença de cada cristão, no mundo, faz a diferença através de suas orações.
Temos cristãos esparramados por todos os cantos do planeta, a igreja de Cristo está
difundida pelo mundo todo. Isso quer dizer: existem intercessores que, neste momento, estão
mudando a história do mundo com suas súplicas a Deus. A prova dessa verdade é o seu
resultado: cresceu muito o número de igrejas, missionários, pastores, bispos, evangelistas,
políticos evangélicos, organizações cristãs, sociedades missionárias em todas as partes do
mundo. O Pastor Valdemar de Jesus (Presidente da IEAD-AC.) em suas palavras define: “Hoje
não é mais discriminado quem é cristão; hoje é chique ser crente”. Mesmo em lugares mais
distantes, e lugares aonde ainda há proibições ao Evangelho de Cristo, a oração vem rompendo
todas barreiras e transformando vidas. Aleluia!!!

Vejamos quais os motivos que nos levam orar:

10. 1 - Oramos para obter vitória sobre as Tentações


Jesus nos adverte dizendo: “Orai, para que não entreis em tentação” (Lc. 22. 40). Ele
conhece com muita propriedade a nossa carência da proteção de Deus contra as tentações,
pois Sua vida estava cercada por grandes tentações. Vejamos por que Jesus dizia isso: Pedro é
exemplo claro daquilo que muitos de nós somos: presunçosos e equivocados sobre nós
mesmos. Jesus advertiu a Pedro: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos
peneirar como trigo” (Lc 22.31). Procurando salvar sua aparência diante dos demais discípulos.
Pedro responde: “Senhor, estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão, como para a morte” (Lc.
22. 33). Esse procedimento esmera nossa realidade, é exatamente assim que agimos. Mas
Jesus conhecia bem a Pedro, como nos conhece. Conhecia o limite de Pedro, como conhece o
nosso. Por isso, Ele diz: “Orai, para que não entreis em tentação”.
Em sua Onisciência, Jesus conhece a fragilidade das nossas boas intenções, de
vivermos uma vida reta e justa aos olhos de Deus. Ele sabe que é impossível vencer as
tentações de cada dia, sem oração. Muitos estão derrotados, por falta da vida de oração.
Vamos entender melhor: Se algo não é licito ou não condiz com a Bíblia, mesmo assim
nos sentimos atraídos; aí está o nosso ponto fraco, e sobre ele recai a tentação. Por exemplo,
sendo você uma pessoa bem casada, ajustada no matrimônio, sexual e afetivamente,
seguramente não será o adultério sua maior tentação. Você será tentado no ponto frágil de sua
personalidade e carências. Em relação a isso você precisa orar a Deus, com perseverança, se é
que deseja viver uma vida cristã séria e abençoada. Qual é o seu ponto fraco? Ore por ele
agora. Se for batizado com Espírito Santo, ore em línguas estranhas, pois nem seu vizinho, nem
mesmo o nosso maior adversário (diabo) descobrirá suas debilidades.
Existe uma história de um certo pugilista (lutador de boxe), grande e bem treinado
lutador, que, porém tinha um ponto fraco, pelo qual seus adversários se aproveitavam disso,
para derrotá-lo. Seu treinador ao perceber sua grande debilidade, começou a treiná-lo de forma
diferente. Apesar do sofrimento do boxeador, o treinador insistentemente batia em seu pronto
fraco forçando-o a criar uma forma de se defender. Com o passar dos dias aquele determinado
local (o ponto fraco do lutador), passou a ser, exatamente o ponto de maior resistência do
pugilista.
É desta mesma forma que a oração age em nossas vidas. Quando percebemos que
estamos sendo tentados pelo inimigo, em um determinado ponto de nossa vida, devemos,
imediatamente, criar a nossa defesa através da oração. Agindo assim, estaremos preparados
para vencer as tentações.

10. 2 - Ações de Graças


“Rendam graças ao Senhor por sua bondade e por suas maravilhas para com os filhos
dos homens” (Sl 107. 8).
Esta forma de oração é o reconhecimento de tudo que Deus tem feito por nossas vidas
ou pela vida de outros. Na realidade, apesar de parecer ser tão simples e fácil agradecer a
Deus por todos os benefícios feitos por nós, muitas vezes nos descuidamos desse aspecto ou
passamos ligeiramente por ele. O agradecimento em oração é tão necessário, quanto o pedir. O
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agradecimento é resultado de nossa fé, pois anunciamos que nossas súplicas foram atendidas
por Deus. “A fé que pede se expressa na petição e a fé que aceita, em ações de graças. Em
tudo sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições... com ações de graças”. (Fl 4.6). A
falta da oração de ação de graça é um sinal de nossa incredulidade: “Porquanto, tendo
conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças” (Rm 1.21). A
incredulidade se origina na insensibilidade espiritual. Ser grato a Deus é reconhecer seu poder,
suas bênçãos, sua providência, sua generosidade. Dar graças é reconhecer que não
merecemos nada, mas Deus nos alcançou, mesmo assim.

10. 3 - Oramos para cooperarmos com o Reino de Deus


“Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara” (Mt. 9.38).
A Bíblia nos ensina que o Mestre Jesus confiou aos seus discípulos a habilidade de orar,
interceder pelo mundo, como ele mesmo haveria de interceder, mais tarde. Cristo enviou seus
discípulos a divulgar as boas novas e lhes ofereceu a poderosa arma da oração para sustentá-
los, naquela jornada e para despertar outros para a missão.
Nos dias hodiernos, essa importante arma chamada oração transcende os limites
geográficos; oramos pelos missionários em diversas partes do país e do mundo, pelos cristãos
esparramados e, por vezes, perseguidos, e temos a certeza de que Altíssimo está ouvindo, e
atendendo às nossas súplicas.
Não há dúvidas de que missionários do outro lado do planeta podem ser alcançados com
as bênçãos, se tão somente nós desse lado de cá, orarmos a Deus com sinceridade. Isso
acontece porque a oração não precisa de passaporte ou autorização para transpor barreiras,
basta um crente fiel se dispor a cooperar com Deus na intercessão, para Ele abençoar seus
filhos, em qualquer parte do mundo.
Deus se agrada, quando cooperamos com Ele. Cooperemos com Ele na disseminação
do bem; quanto mais oramos em favor do próximo, mais estaremos colaborando com o Senhor.
Precisamos orar pelos nossos líderes eclesiásticos: Bispos, Pastores, Evangelistas,
Presbíteros, dirigentes de Congregações, etc. Pelos líderes políticos: Presidente, Governadores,
prefeitos, deputados, vereadores, etc. Não se engane, essa missão é da Igreja de Cristo, você
pode mudar a trajetória do país, pelo poder da oração. Devemos orar pelos juízes, militares, pela
cidade, pelo bairro onde moramos.
Devemos interceder pelos não convertidos. Embora seus corações parecem
endurecidos, tenhamos a fé de que a ação do Espírito Santo assemelha-se à dinamitação de
rochas; é Ele quem esmiúça a resistência dos corações. Cooperemos, pois, com Deus, através
de nossa vida de oração: persistente, dedicada, envolvente.

10. 4 - Oramos para obter vitória sobre Satanás.


A missão da Igreja, na terra, não tem outra finalidade senão trazer os que estão em
trevas para a Luz, que é Cristo. Como prova dessa verdade, Ele deixou-nos toda autoridade nos
céus e na terra, e essa autoridade serve, exclusivamente, para que anunciemos a sua Palavra, e
realizemos sua obra neste mundo. Depois de curar um endemoninhado, Ele nos assegurou
isso:
“Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino
de Deus sobre vós. Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em
segurança todos os seus bens. Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele, vence-o, tira-
lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos. Quem não é por mim é contra mim; e
quem comigo não ajunta espalha” (Lc 11. 20 - 23).
O versículo esmera a vontade de Jesus, Ele espera que tomemos de Satanás aqueles
que ele tomou de Deus e os aprisionou. A Bíblia, em Judas 23, confirma essa verdade: “Salvai-
os, arrebatando-os do fogo”. Vejamos o que o Apostolo Paulo escreveu ao Jovem Timóteo:
“Livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos Por ele para cumprirem a sua
vontade” (II Tm 2.26). Essa autoridade Divina nos permite prender a Satanás. São Palavras do
próprio Jesus: “As portas do inferno não prevalecerão contra a sua igreja” (Mt 16.18,19).
Tudo isso parece muito fascinante, mas um cuidado não pode ser jamais esquecido,
para, de fato, podermos derrotar a Satanás, precisamos, indubitavelmente estar cheios da unção
de Deus e revestidos de suas armaduras (Ef 6.10-20). Se isso não acontecer, simplesmente
seremos, terrivelmente envergonhados pelo adversário. Sobre esse mesmo assunto o Pr. Tácito
da Gama Leite define: “Enquanto vivemos uma vida cheia do Espírito Santo e cumprimos nosso
papel de intercessores com Cristo e o Espírito Santo, podem surgir emergências inesperadas e
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sermos confrontados pela manifestação do poder de Satanás; porém somos aptos a repreendê-
lo imediatamente; precisamos fazer uso da autoridade que Cristo nos confere todas as vezes
que tivermos necessidade dela. Em outras situações, é necessário um combate intenso em
oração; para ele, são sugeridos os seguintes recursos. Alegre-se na vitória de Cristo sobre
Satanás e seus espíritos demoníacos, no Calvário”.

11 - Uma lição vital sobre a oração

11. 1 - Orar significa receber ordens, e não dá-las


Na maioria das vezes, as pessoas têm uma idéia errada de Deus. É de estarrecer, mas
existem pessoas que acreditam que Deus é seu empregado ou um moço de recados. A oração
de tais pessoas é uma verdadeira confusão, eles querem barganhar com Deus dizendo: “Se tu
cumprires tua parte, eu cumpro a minha”. Amados, a oração não faz parte de um
relacionamento comercial entre Deus e o homem. Deus é soberano, dono de nossas vidas, não
podemos barganhar com Ele. Quantos absurdos temos ouvido de pessoas desprovidas do real
sentido da oração. Quem, já não ouviu pronuncias do tipo: “Deus eu determino que tu faças
assim ou assado” ou “Deus eu quero isso ou aquilo aqui e agora”. Quando nos dirigimos a Deus
em oração devemos estar com os corações quebrantados diante dEle. Sua palavra nos adverte
que Ele abate os soberbos, faz descer ao pó os exaltados, Deus não é um comerciante que
recebe propostas ou barganhas, nem muito menos empregado de ninguém. Ele é o poderoso
Deus e nós somos servos. Será que temos sido servos em nossas orações?
A oração não nos dá o direito de subirmos ao trono de Deus e dizer a Ele o que
queremos, Pelo contrário, ela nos coloca à disposição de Deus, assim Ele pode operar em nós e
através de nós. Vejamos o que a Bíblia nos ensina: “Ora, aquele que é poderoso para fazer
infinitamente mais do que pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a
Ele seja a glória na Igreja e em Cristo, para todo sempre” (Ef. 3. 20). Quando nos prontificamos
e recebemos, não damos ordens, Deus nos abençoa mais do que poderíamos pedir ou
imaginar.
Orar é ouvir o que Deus tem a nos dizer. O perigo, nessa história toda é que muitos
crentes não param para ouvir a voz de Deus, estão tão preocupados em pedir que não se dão
conta de que Deus quer falar com eles.
Infelizmente a maioria dos cristãos não ouvem a Deus. Vão a Ele só para falar! Contudo,
as Escrituras revelam que qualquer pessoa que foi usada por Deus, aprendeu a permanecer em
Sua presença, até ouvi-lo. A Escritura deixa claro que o Senhor quer falar a cada um de nós:
“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a esquerda,os teus ouvidos
ouvirão atrás de ti uma palavra dizendo: este é o caminho, andai por ele” (Is. 30:21).
Houve um caso de uma garotinha que estava morrendo de leucemia. Ao achegar-se à
porta da morte, ela lutou contra o pensamento de morrer. Mas uma manhã, quando sua mãe
entrou no seu quarto, a menina estava toda brilhante e feliz. “O que aconteceu contigo?”
Perguntou a mãe, admirada.
A garotinha respondeu: “Um anjo veio e disse-me que eu vou viajar. Deus veio, pegou
minha mão e andou comigo por um belo jardim. Ele me disse: ' Amanhã você virá para cá, para
ficar comigo”.
Deus falou àquela menina e tirou toda dor e o medo de seu coração! Ao partir para estar
com Ele, no dia seguinte, ela tinha paz total.
Diga-me, quando você está em comunhão com Jesus, você recebe direção dEle. Ele lhe
diz o que fazer e quando e como fazê-lo? Alguns crentes não crêem que Deus faça isto. Mas
Jesus diz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz... e elas me seguem” (Jo. 10. 27).
Não há como atravessar a sua provação, a menos que você fique a sós com Jesus e
clame: “Senhor, És o Único sobre a terra que pode me ajudar. Só Tu conheces a saída para
este sofrimento. Então vou permanecer aqui até que Tu me digas o que devo fazer. Não irei a
lugar nenhum até que fales ao meu coração!”
Este é o tipo de relacionamento que é agradável a Deus! Significa parar tudo, toda
atividade, até que você ouça Sua voz. Só então você O ouvirá falando claramente ao seu
coração.

Atividade de Apoio
Você já recebeu alguma vitória através da oração? Descreva como isso aconteceu.
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12 - Natureza da Oração

Orar é muito mais profundo do que dizer meras palavras; ela não deve sair simplesmente
da garganta do crente e sim do fundo alma, a oração é uma atitude do coração, é a disposição
do espírito diante de Deus. Ela é praticada quando a pessoa se sente incapaz diante dos
problemas, diante das lutas, das enfermidades, somente quando a pessoa tem a certeza de que
depende de Deus para sua vida, é que buscará a sua face. A oração está ligada, diretamente
com a Fé; a pessoa que se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe, que Ele ouve as suas
orações e que tem o poder de atendê-las, segundo a Sua vontade. Se a oração não tiver á Fé
como Fundamento, não há sentido nela.
O ato da oração sempre consiste de três graus de intensidade naqueles que oram:
• Primeiramente, a oração coloca em movimento nossas emoções; isso significa que
devemos escancarar as portas de nosso coração para Deus; significa derramar diante
Dele as mais profundas e secretas emoções. Há pessoas que ao orar, tentam inutilmente
esconder de Deus alguma coisa. Não existe nada em nós que Deus não tenha todo
conhecimento, porém Ele quer que nos entregamos por inteiro, sem reservas.
• Em segundo lugar, a oração coloca em movimento nossa inteligência; isso quer
dizer que, as palavras proferidas nas orações são produtos do pensamento das pessoas,
dos conceitos formados, das convicções adquiridas. A pessoa inteligente ora, quando
sente a necessidade da ajuda de Deus, sente-se incapaz de realizar, por si só, as tarefas
que Deus lhe confere, é humilde e depende de Deus. Embora o entendimento não seja o
primeiro impulso para a oração, proporciona-lhe a direção, quando iluminado pelo
Espírito Santo. A energia original da oração será suprida pela emoção.
• Em terceiro lugar, orar é colocar em movimento a vontade; ela pressiona a petição,
luta contra o comodismo e o pecado. Esses três ingredientes da oração: as emoções, a
inteligência e a vontade, também, permeiam toda atividade cristã, embora um possa
sobrepujar o outro. A oração sempre será um ato conjunto desses três elementos. Se
não for assim, a oração será um mero exercício intelectual estéril, ou uma rotina
mecânica e não espiritual.

A Bíblia em II Reis nos dá o exemplo de Josias. Vejamos que as penalidades de Deus


seriam grandes, mas o coração do rei se sensibilizou. Deus lhe mandou a palavra de consolo:
“Porque o teu coração se enterneceu... eu mudei a forma de julgar”. Existe uma relação da
Escritura em nós, do espírito submisso em relação a Deus e da capacidade de encontrarmos
tempo para Deus, em oração. Josué nunca se afastava da tenda da congregação, ao tempo de
sua tenra juventude (Ex 33.11). Tal atitude resultou na entrega do comando do povo em suas
mãos. A sementeira que fez na juventude resultou na colheita maravilhosa da sua última etapa
de líder, quando afirmou: Eu e a minha casa serviremos ao Senhor (Js 24.15).
Oração consiste no uso do espírito em busca de Deus. A oração é comunhão; a alma
busca e encontra contato com Deus.
A oração prepara o ser humano para adorar, e o leva à posição de adoração. O ser
humano estará sempre pronto a adorar aquilo que reconheça como Deus. Mas somente o
crente encontra em Deus o deleite de sua adoração.
Somente pelo exercício da oração, o ser humano pode atingir o ápice de sua
compreensão a respeito do poder, e presença de Deus. E pela oração e conseqüentemente
adoração, o ser humano atinge o maior privilégio que lhe foi concedido: encontrar no poder de
Deus o valor e os valores supremos da vida. Existe um enriquecimento espontâneo na vida
prática da oração. (Famosas orações não respondidas – Warren W. wiersbe).

13 - Qual a posição apropriada, do corpo, na oração?

É uma tremenda bobagem achar que Deus só ouve nossas orações se estivermos
ajoelhados ou voltados para o altar da Igreja, (existem cristãos que acredita que Deus só ouve a
oração, se estivermos nessas posições citadas acima). A esses, eu pergunto: “Onde estava o
púlpito quando Jonas clamou a Deus, do ventre do peixe?” Quando oramos de joelhos no chão,
estamos reconhecendo a Soberania de Deus, estamos nos humilhando perante a sua Presença,
porém existem ocasiões que é praticamente impossível estarmos ajoelhados, mas nem por isso
devemos deixar de orar.
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A Bíblia menciona pessoas orando em pé (Ne. 9. 4 - 5), sentadas (1Cr 17. 16 / Lc 10.13),
ajoelhadas (Ed 9. 5 / Dn 6.10 / At 20. 36), acamadas (Sl. 63. 6), curvadas até o chão (Ex. 34. 8 /
Sl. 95. 6), prostradas no chão (2Sm. 12. 16 / Mt. 26. 39) e de mãos levantadas aos céus (Sl. 28.
2 / Is. 1. 15 / 1Tm. 2. 8).

14 - O resultado da oração

Os resultados da oração são objetivos; como tais não podem ser desvinculados, pois a
vida humana e sua realidade, ao redor, também não podem ser separadas. A oração traz
resultados imediatos, mas também, ao longo de toda uma caminhada de fé. Dentro dessa
caminhada, surgem as formas variadas de apreciarmos o caminho da oração. É através da
oração que o caráter do ser humano é transformado, aliais, só ela tem esse poder para
transformar o caráter de uma pessoa má, em uma pessoa de bom caráter. Essa transformação
que falamos, é inevitável no momento que, uma pessoa por mais perversa que seja ou mais
desacreditada da sociedade, se dispõe a apresentar a Deus sua posição de miserável pecador.
Sua oração com certeza passa a fazer uma mudança em sua vida. Hábitos pecaminosos são
abandonados, e vidas são elevadas a novos planos; um novo eu vai emergindo do antigo eu
por causa de uma vida de oração. Ela transforma o homem que fuma, numa pessoa liberta do
cigarro, ela transforma um ébrio e desonrado em um cidadão respeitado, transforma um
prostituto e sem compromissos em um sério pai de família. Esse é o poder da oração, funciona
na mortificação da carne e na vivificação do espírito. A oração também pode impedir o
desenvolvimento de uma mentalidade terrena. A dedicação de um tempo para oração,
esquecendo-se dos cuidados e afazeres deste mundo, estimula uma consciência mais pura e
direcionada para Deus. Quanto mais as pessoas se dedicam à oração, menos as coisas do
mundo podem aprisioná-las.
É inegável que a oração traz a comunhão com Deus, isso qualquer cristão tem plena
consciência, sendo assim, é incontestável que ela possui um efeito sobre o caráter do que ora. A
oração é o combustível espiritual de cada um de nós; através dela podemos distinguir o anseio
de Deus para nossas vidas; uma vida conduzida pela oração há de buscar os alvos mais
elevados. A oração é disciplina e ensino. Na vida, precisamos nos submeter às autoridades que
nos cercam. Através da prática da oração, estaremos aprendendo a nos submeter à vontade de
Deus e com isso nos treinamos a sermos obedientes e disciplinados. As formas que Deus nos
trata, ensina-nos como procedermos, ele vai ensinando-nos, gradativamente, através da Bíblia,
dos símbolos, dos dons, conduzindo-nos à perfeição em Jesus. A educação cristã é formação
de hábitos, de uma filosofia de vida, de pensamento e ações conforme o modelo de Cristo;
nesse processo, a oração é o elemento principal. Ela fortalece a mente, revigora, conscientiza
do pecado, produz humildade, dependência à vontade de Deus, estabelece a paz em nossos
corações. “Não andeis ansiosos de coisas alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante
de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo
Jesus” (Fl. 4. 6-7).
São abundantes as bênçãos que alcançamos através da oração. São muitos os seus
benefícios. Vejamos alguns:

• Guarda-nos na hora da tentação: “Vigiai e orai, para que não entreis em


tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
• Cura das enfermidades: “Está alguém entre vós doente? Chame os
presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo,
em nome do Senhor” (Tg 5.14).
• Abre as portas à pregação da Palavra de Deus: “Suplicai, ao mesmo
tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de
falarmos do ministério de Cristo, pelo qual também estou algemado” (Cl 4.3).
• Dá-nos vitória: “...três vezes por dia, se punha de joelhos, e orava, e dava
graças, diante do seu Deus, como costumava fazer” (Dn 6.10).

Algumas orações mencionadas nas Escrituras

Oração dominical (PAI NOSSO) Mt. 6. 9 -13 / Lc. 11. 2 - 4


Oração pela cura do leproso - Mt. 8. 2 / Mc. 1. 40 / Lc. 5. 12
17
Oração pelo centurião - Mt.8. 6-8 / Lc. 7. 6 - 7
Oração para acalmar a tempestade - Mt. 8. 26 / Mc. 4. 38 / Lc . 8. 24
Oração do endemoninhado gadareno - Mt. 8. 29. Mc. 5. 7 / Lc. 8. 28
Oração de Jairo - Mt. 9.18 / Mc. 5. 22-23 / Lc. 8. 41 - 42
Oração de agradecimento de Jesus ao Pai - Mt.11. 25- 26 / Lc.10. 21
Benção da multiplicação dos pães - Mt. 14. 19 / Mc. 6. 41 / Lc. 9. 16 / Jo. 6. 11
Oração de Jesus sobre o monte - Mt.14. 23 / Mc. 6. 46
Jesus ora no deserto - Mc. 1. 35 / Lc. 5. 16
Oração da mulher estrangeira - Mt.15. 21- 28 / Mc. 7.24 - 30
Benção da segunda multiplicação dos pães - Mt.15. 36 / Mc. 8.6
Oração pelo homem lunático (possuído) - Mt. 17.14 -15 / Mc. 9. 17-18
Oração do cego de Jericó - Mt. 20. 30 - 33 / Mc. 10. 47-51 / Lc. 18. 38 - 41
Benção na ceia do Senhor - Mt. 26. 26 - 27 / Mc. 14. 22 - 23 / Lc. 22.17-19
Oração na cruz - Mt. 27. 46 / Mc. 15. 34 / Lc. 23. 46
Oração do homem cego - Mt. 9. 27- 28
Oração de Pedro quando andou na água - Mt.14. 30
Jesus ora pelo surdo e mudo - Mc. 7. 34
Oração de Simeão no Templo - Lc. 2. 29 - 32
Oração de Jesus no batismo - Lc. 3. 21
Oração de Jesus antes da escolha dos apóstolos - Lc. 6. 12 - 13
Oração de Jesus no monte da transfiguração - Lc. 9. 28 - 29
Oração dos dez leprosos - Lc.17. 12 - 13
Oração de Jesus para que Pedro tivesse fé - Lc.22. 31- 32
Benção sobre o pão na estrada de Emaús - Lc. 24. 30
Oração de um homem da nobreza, por seu filho - Jo. 4. 47- 49
Oração de Jesus no túmulo de Lázaro - Jo.11. 41- 42
Oração de Jesus respondida pelo Pai - Jo.12. 27 - 28
A oração sacerdotal de Jesus - Jo.17

15 - Oração, um relacionamento Pessoal

A definição de um relacionamento pessoal é: convivência, intimidade, forte amizade,


comunhão. (Dicionário Brasileiro Globo). Imagine comigo, o que um pai mais gostaria de ouvir
de seus filhos? Eu, por exemplo tenho dois. E para mim, embora seja bastante limitado em
minhas percepções, não é muito complicado saber o que eles necessitam, mesmo quando eles
não falam o que querem. Especialmente, quando se trata de coisas materiais, procuro, não lhes
negar tudo aquilo que está dentro das minhas possibilidades, e que penso necessário para o
seu crescimento físico, mental, social, e espiritual. Entretanto, o que eu mais gostaria de ver
neles, e estou certo de que é também o que eles mais procuram em mim, embora nem sempre
deixamos isto transparecer, é uma relação pessoal de amor, respeito, comunhão e amizade. Se
nós, que somos humanos, cheios de limitações sabemos do que nossos filhos estão carentes e
temos o maior prazer em atender, nosso Pai celeste, o Deus Todo poderoso, com toda a certeza
também sabe o que precisamos, o que é melhor para cada um de nós, Ele tem muito prazer em
responder aos anseios dos seus filhos. Aleluia!!!
Valnice M. em seu livro: Série - Escola de Oração, em outras palavras define que: Deus,
que é nosso Papai do céu se agrada dos filhos que o procuram, não simplesmente pelo que Ele
tem para oferecer, mas por quem Ele é, pelo prazer de estarem com Ele em comunhão e
intimidade. Queridos, Deus é conhecedor do que precisamos, isso é patente aos seus olhos.
Ora, se nós o conhecemos como um Pai que nos ama, e que se preocupa com cada detalhe da
nossa vida, sabemos que podemos confiar em seu amor e providência, e, portanto, aquilo que
necessitamos deixa de ocupar o primeiro lugar, na agenda dos nossos encontros e conversas
com Ele.
Para entendermos ainda melhor essa relação entre nós e Deus, enfatizamos que, como
pai, o que mais gostaria de ouvir dos meus filhos não é uma enorme lista de itens que precisam,
e quem sabe, a maioria são pedidos absolutamente desnecessários, mas o que gostaríamos é
de estar com eles, poder amá-los e se sentir amado por eles, desfrutar de uma amizade viva,
verdadeira, íntima e pessoal. O nosso Pai (Deus), quer ter uma verdadeira comunhão conosco,
e como prova disso, nos deixou a porta aberta para comunhão, vejamos: em Hebreus 10 contém
uma promessa singular, diz que a porta de Deus está sempre aberta para nós, concedendo-nos
18
acesso (comunhão) total ao Pai. Aleluia!!! Vejamos: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar
no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou
pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-
nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má
consciência e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10. 19-22).
No mesmo capítulo, mais adiante somos advertidos de que o dia do Senhor está
próximo: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (verso 25). Deus está dizendo:
“Agora mesmo, ao se aproximar o tempo da volta de Cristo, você necessita buscar a minha
face”. Chegou a hora de nos dirigir a Ele, em oração, e buscarmos uma íntima comunhão com o
Pai.
Não podemos permitir que a verdade venha a escapulir de nós! Devemos estar alertas,
pois possuímos uma porta aberta para a presença santa de Deus, através da oração. O sangue
de Cristo já nos abriu o caminho, e nada se coloca entre nós e o Pai. Temos todo o direito de
entrar no santo dos santos, para receber todo o socorro de que necessitamos!
É muito bom ter comunhão com Deus
Devemos também ressaltar que, assim como existem bons relacionamentos entre pais e
filho, existem relacionamentos que são verdadeiros fiascos. Não existe consideração nem
respeito. Quando assim acontece, não é difícil haver contendas ou divergências. Isso se dá,
justamente, pela falta de amor e a falta de um diálogo entre ambos. Não abstendo desta
verdade, queremos advertir que, Deus, nosso Pai celeste, já provou e tem provado seu imenso
Amor para conosco (João 3. 16), entretanto Ele espera de cada um de nós, não simplesmente
uma grande lista de pedidos. Ele espera de nós um coração cheio de vontade de estar ao seu
lado, confidenciando as mais intimas necessidades de filho, Ele espera um filho cheio de
gratidão e alegria, e nunca um filho barganhador: “Pai, ou o Senhor me dá isso e aquilo ou
não tem acordo conosco”.
Jesus, ao afirmar que o nosso Pai sabe o que necessitamos, muda completamente todo
o conceito prático que temos da oração. Jesus demonstrou que, nossas necessidades fazem
parte da agenda de Deus, antes mesmo que tenhamos consciência delas. Ele apresenta uma
forma de relação com o Pai, a partir da oração.
Concluímos esse tópico dizendo: O primordial de nossas orações não é nós e nossas
necessidades, mas Deus e nossa comunhão com Ele. Oramos, não para reivindicar nossas
necessidades, pois nem merecemos isso - oramos para demonstrar amor e afeto por nosso Pai.
A oração deve trazer um verdadeiro sentimento de procura, de um filho que quer se aproximar
do Pai e ter comunhão com Ele.

16 - Por que orar é tão difícil?

A Bíblia deixa claro que a resposta para tudo em nossa vida é a oração misturada com a
fé. O apóstolo Paulo registra: “Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam
conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças” (Filip. 4. 6). Paulo está nos dizendo: “Busquem o Senhor em todas as áreas da sua vida.
E agradeçam-no antecipadamente por lhes ouvir!”
A ostentação do Apóstolo é simples e objetiva: ore sempre em primeiro lugar! Não é para
orarmos só em última instância: Temos o exemplo bíblico da mulher que sofria a 12 anos, com
uma enfermidade terrível (hemorragia); procurou todos os médicos da época, gastou toda sua
fortuna, buscou todos os recursos possíveis e por fim encontrou Jesus (a solução de seu
problema). Muitas vezes isso ocorre conosco, vamos primeiro atrás dos amigos (dos políticos,
advogados, etc), quando não dá jeito, corremos atrás do pastor ou de um conselheiro, para
acabar finalmente, de joelhos. Não é assim que Jesus nos ensina. Vejamos: “Buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas”
(Mateus 6. 33).
Nosso Dever é, necessariamente ir até o Senhor, antes de ir a qualquer outra pessoa!
É de causar espanto, mas vermos cristãos arrasados. Pois famílias estão se
esfacelando, casais se divorciando por coisas tão banais, pessoas que por anos andaram em
fidelidade a Cristo estão vivendo com medo e em derrota. Cada uma dessas pessoas tem sido
derrotada por algo; pecado, depressão, mundanismo, cobiça.
E cada ano que passa, parece que os seus problemas vêm piorando. No entanto, o que
mais nos deixa chocados é que, poucos destes cristãos chegam a mencionar a oração como a
19
solução para seus problemas. Infelizmente, eles utilizam fitas gravadas, livros, conselheiros,
programas de ajuda pelo rádio ou tv, todos os tipos de terapias, mas, raramente a oração.
Por que é tão difícil para os cristãos, durante as crises, buscar a Deus em favor de
necessidades desesperadoras? Afinal de contas, a Bíblia sustenta um longo testemunho de que
Deus ouve os clamores dos seus filhos, e os responde com terno amor: Vejamos alguns
exemplos: “Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao
seu clamor” (Salmo 34.15). “Clamam os justos, e o Senhor os escuta e os livra de todas as suas
tribulações” (verso 17). “Porque Ele livrará o necessitado quando clamar, como também ao aflito
e ao que não tem quem o ajude” (Salmo 72. 12). “Clama a mim e responder-te-ei e...” (Jeremias
33. 3).
“E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma cousa segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos
certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito” (I Jo. 5. 14-15). “...Muito pode, por sua
eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5.16). “E tudo quanto pedirdes em oração, crendo,
recebereis” (Mateus 21. 22). “...a oração dos retos é o seu contentamento” (Provérbios 15. 8).
“O Senhor...atende à oração dos justos” (verso 29). “Atendeu à oração do desamparado e não
lhe desdenhou as preces” (Salmo 102. 17).
Esses versículos são promessas que estabelecem uma prova esmagadora do cuidado
de Deus. E são tão profundas e numerosas, que não dá para compreender como qualquer
cristão poderia não alcançá-las!
Caros irmãos em Cristo, a Bíblia nos fornece mais do que promessas. Ela também nos
adverte quanto aos perigos de se negligenciar a oração: “Como escaparemos nós, se
negligenciarmos tão grande salvação?...” (Hebreus 2. 3). Em grego a palavra “negligenciarmos”
aqui significa “não nos interessarmos, não levarmos a sério”.
Isso nos leva a crer, que Deus está profundamente ferido pela negligência da oração por
parte do seu povo, em nossos dias. Jeremias escreve: “Acaso, se esquece a virgem dos seus
adornos ou a noiva do seu cinto? Todavia, o meu povo se esqueceu de mim por dias sem conta”
(Jeremias 2. 32).
Paira no ar a pergunta que tem resposta: Como pode o próprio povo de Deus, que
ostenta viver da Fé, e que está sob ataque constante do inferno, enfrentando problemas e
tentações de todos os lados, passar semanas e semanas sem jamais buscá-lo? E como podem
declarar que o amam e crêem em suas promessas, e contudo jamais se achegar ao seu
coração?

17 - Aprendendo a dar Prioridade à oração

Prioridade é a importância que se deposita em algo. E os cristãos que negligenciam a


oração perverteram as suas prioridades!
Muitos cristãos garantem que oram, se, e quando têm tempo. Porém a cada semana,
buscar a Cristo se torna menos importante para eles do que lavar o carro, limpar a casa, visitar
os amigos, comer fora, fazer compras, assistir aos esportes. Simplesmente, a oração não é
priorizada em suas vidas, aliás, a oração ocupa um dos últimos lugares do tempo de suas vidas.
A Bíblia nos afirma que, em tempos antigos, as coisas não eram tão diferentes. Nos
tempos de Noé e de Ló, as pessoas tinham suas grandes prioridades; que eram comer e beber,
comprar e vender, casar e cuidar da família. Não tinham tempo para ouvir mensagens do juízo
de Deus, que chegava. E assim, ninguém estava preparado quando o julgamento caiu sobre
eles!
Olhando por esse prisma, fica evidente que nada mudou, com o passar dos séculos.
Para a maioria dos cristãos, a oração permanece no fundo da lista de prioridades. E o que
encabeça essa lista é a sua renda, segurança, o prazer, a família.
É claro, para muitos, orar nem participa da lista. Mas isso não magoa Deus tanto, quanto
a valorização que ele recebe de Seus próprios filhos!
Hoje, milhares de cristãos atravessam o país para receber oração de algum ministro,
profeta ou evangelista (atrás de profecias, atrás de receber uma benção de Deus). Estes crentes
desejam sentir o toque de Deus e uma experiência estática de Sua presença. Mas mesmo que
consigam o que buscam, a experiência só dura um tempo curto. E, ironicamente, todo o tempo
em que estão viajando, e buscando o toque de Deus, eles não gastam cinco minutos em oração!
O profeta Malaquias escreve: “Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é
isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu
20
governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? - diz o Senhor dos Exércitos”
(Malaquias 1. 8).
A Palavra está dizendo: “Vocês estão trazendo qualquer animal velho da criação para
sacrificar na presença de Deus. Porém estas oferendas são desleixadas, descorteses e de
segunda mão. Experimentem dar este tipo de oferta para o seu governador. Ele os lançará fora
de sua presença!”
Deus esperava que o seu povo percorresse o seu rebanho cuidadosamente, examinando
um por um dos animais, para escolher o mais perfeito dentre eles para Lhe sacrificar. E hoje
igualmente, Deus espera o mesmo de nós. Ele deseja o nosso tempo de qualidade, o tempo
sem pressa ou correria. E devemos fazer deste tempo uma prioridade!
O fato é o seguinte: nenhum cristão vai separar tempo para a oração, a menos que ela
se torne a sua primeira prioridade na vida, acima de tudo mais - acima da família, da carreira, do
lazer, de tudo. De outro modo, o seu sacrifício estará pervertido!

18 - A oração recebida por Deus vem daquele que:

• Tem temor a Deus: “Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhe o
clamor e os salva” (Sl 145. 19)
• Guarda com diligência seus mandamentos: “E aquilo que pedimos dele
recebemos, porque os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é
agradável” (I Jo 3. 22).
• Humilha-se: “Pois aquele que requer o sangue lembra-se deles e não se
esquece do clamor dos aflitos” (Sl 9. 12).
• É justo: “E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e se
houver cometido pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados. Muito pode, por sua eficácia a suplicado justo” (Tg 6. 15-16).
• Pede com fé em nome de Cristo: “E tudo quanto pedirdes em meu nome,
isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14. 13).
• Pede segundo a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos para
com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve” (I Jo 5. 14).
• Busca a Deus de todo o coração: “Então, me invocareis, passareis a orar a
mim, e eu vos ouvirei” (Jr 29. 12).
• Espera em Deus: “Espere confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para
mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl 40.1).

Exemplos de orações eficazes


A Bíblia está cheia de exemplos de orações que foram poderosas e eficazes.

• Não há dúvida de que Daniel orou ao Senhor na cova dos leões, pedindo para
não ser devorado por eles, e Deus atendeu o seu pedido (Dn 6.10, 16 - 22).
• Os cristãos primitivos oraram, incessantemente a Deus pela libertação de
Pedro da prisão, e Deus enviou um anjo para libertá-lo (At 12.3-11 - cf. 12.5 ).
Tais exemplos devem fortalecer a nossa fé e encher-nos de disposição para
orarmos de modo eficaz, segundo os princípios delineados na Bíblia.
• O rei Ezequias adoeceu e Isaías lhe declarou que morreria (2Rs 20.1 / Is
38.1). Ezequias, reconhecendo que sua vida e obra estavam incompletas,
virou o rosto para a parede e orou, intensamente a Deus, para que
prolongasse sua vida. Deus mandou Isaías retornar a Ezequias, para garantir
a cura e mais quinze anos de vida (2 Rs 20. 2 – 6 / Is 38. 2-6).
• Deus respondeu às orações de Elias em pelo menos quatro grandes
ocasiões, em todas elas redundaram em glória ao Deus de Israel (Tg 5. 17 -
18).
• Moisés fez numerosas orações intercessórias às quais Deus atendeu, mesmo
depois de Ele dizer a Moisés que ia proceder de outra maneira.
• Sansão, arrependido, orou pedindo uma última oportunidade de cumprir sua
missão máxima de derrotar os filisteus; Deus atendeu essa oração, ao lhe dar
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forças suficientes para derrubar as colunas do prédio, onde os inimigos
estavam exaltando o poder dos seus deuses (Jz.16. 21- 30).

Atividade de Apoio
Cada aluno deve fazer uma pesquisa detalhada sobre a vida de um personagem da
Bíblia, que tenha alcançado vitória, através da oração.

19 - A oração com fé remove montanhas

“Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém
disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se
fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes,
crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11. 22-24).
Os membros de uma pequena igreja nas montanhas de Great Smoky (EUA) construíram
um novo prédio, em um terreno que haviam recebido por doação. Dez dias antes da
inauguração, o inspetor de obras da localidade informou ao pastor que o estacionamento era
insuficiente para o tamanho do prédio. Se a igreja não dobrasse o tamanho do estacionamento,
não poderia usar o salão. Infelizmente, a igreja já havia ocupado cada polegada do escasso
terreno, com exceção da colina que ficava atrás do prédio. Para criar mais vagas no
estacionamento, seria necessário remover a colina. Na manhã do domingo seguinte, o pastor
anunciou, corajosamente que, à noite, queria reunir-se com todos os membros da igreja que
tivessem fé para remover montanhas. Eles teriam uma noite de oração para pedir a Deus que
removesse a colina, e providenciasse o dinheiro suficiente para asfaltar o estacionamento, antes
da inauguração, no domingo seguinte. No horário combinado, reuniram-se para orar 24 dos 300
membros da igreja. Eles oraram durante cerca de três horas. Às 22 horas o pastor disse o último
“Amém”. Conforme está planejado, inauguraremos o salão no próximo domingo, garantiu ele.
“Deus nunca nos abandonou, e creio que também desta vez Ele será fiel”.
Na manhã seguinte, quando estava trabalhando em seu gabinete, alguém bateu com
força na porta. Ao responder entre, apareceu um empreiteiro de aspecto rude, que tirou seu
capacete. “Desculpe, pastor, sou da empreiteira de obras da localidade vizinha. Estamos
construindo um enorme centro de compras e precisamos de terra. O senhor estaria disposto a
nos vender uma parte da colina que fica atrás da igreja? Nós pagaremos a terra que tirarmos e
asfaltaremos, gratuitamente o espaço vazio, desde que possamos dispor da terra,
imediatamente. Não podemos continuar com a construção do shopping, antes que a terra esteja
depositada no local e, suficientemente compactada”.
O novo salão foi inaugurado no domingo seguinte como tinha sido planejado, e no evento
de abertura, estavam presentes muito mais membros "com fé para remover montanhas" do que
na semana anterior.
Seja sincero: você teria participado daquela reunião de oração? Algumas pessoas dizem
que a fé é produzida pelos milagres. Mas outras sabem: milagres resultam da fé!
Nota: Extraído da revista Chamada da Meia-Noite, fevereiro de 2000

Conclusão
A Bíblia dá-nos um modelo de oração. Ela diz em Mateus 6. 9-13 “Portanto, orai vós
deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-
nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores; e não
nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória,
para sempre, Amém.”

Bibliografia:
Famosas orações não respondidas – Warren W. wiersbe – 1989
Prática da Oração – Seifa – 2002
Série - Escola de Oração - Valnice M.
www.estudosbiblicos.com - Pr. Luciano Subirá
World Challenge, Lindale, Texas, USA - 1999.
22

Coordenação Geral

Pr. Valter José G. da Silva

Bacharel em Teologia Pela Faculdade FAIFA.


Bacharel em Teologia Pelo Seminário Maior de Ensino Teológico do Pantanal (IBA).
Autor dos Livros: Teologia da Liderança Cristã – Teologia do Jejum e da Oração –
Discipulado – Homilética, (SETEFA) – Manual de Mensagens – O que são Mensagens
Subliminares – Filho de Pastor.

Questionário de Teologia do Jejum e da Oração.


Nome:___________________________________ data / /
Professor________________________________

Coloque ( V ), se a frase for Verdadeira e ( F ), se a frase for falsa.

1- ( ) A Bíblia não determina regras fixas sobre em que tempo se deve jejuar ou qual tipo de
jejum praticar, isto é algo pessoal a cada cristão. Entretanto, a prática do jejum é recomendação
Divina.

2- ( ) A Escritura nos diz que nós também jejuaríamos, e nos instrui sobre a forma correta de
jejuarmos.

3- ( ) O Jejum absoluto é abstinência de tudo, inclusive de água.


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4- ( ) A oração é o veículo que nos leva a Deus

5- ( ) “Muita oração, muito poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração, nenhum
poder”. Esse ditado não é verdadeiro.

6- ( ) Orar é muito mais profundo do que dizer meras palavras.

7- ( ) Muitos estão derrotados porque têm uma vida de oração.

8- ( ) Orar significa receber ordens, e não dá-las

9- ( ) A definição de um relacionamento pessoal é: convivência, intimidade, forte amizade,


comunhão.

10- ( ) A oração guarda-nos na hora da tentação

Marque x na alternativa Certa.

11 - “O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu jejum. Mas,
jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais suscetível ao Espírito de Deus”. Quem
afirmou estas palavras?
1- ( ) Kenneth Hagin.
2- ( ) Martin Lutero
3- ( ) Billy Gran
4- ( ) Todas alternativas estão certas

12 – É abstinência de tudo, inclusive de água. Estamos falando do jejum:


1- ( ) Parcial
2- ( ) Normal
3- ( ) Absoluto
4- ( ) Todas alternativas estão certas

13 – O ato da oração sempre consiste de três graus de intensidade daqueles que oram.
1- ( ) Primeiramente, a oração coloca em movimento nossas emoções;
3- ( ) Em segundo lugar, a oração coloca em movimento nossa inteligência;
2- ( ) Em terceiro lugar, orar é colocar em movimento a vontade;
4- ( ) Todas as alternativas estão corretas
14 – Falando ainda sobre a oração, definimos que:
1- ( ) Devemos dar prioridade a oração 3- ( ) A oração não tem poder
2- ( ) Não devemos dar prioridade a oração 4- ( ) Todas alternativa estão certas

15 – Na metodologia do jejum, o cristão deve:


1- ( ) Determinar o tempo de duração, mas não fazer disso um voto
2- ( ) Ter um objetivo em mente
3- ( ) Prepare-se interiormente e exteriormente
4- ( ) Todas as alternativas estão corretas

16 – A lição sugere pelo menos seis motivos que impedem nossas orações. Quais são:
1- ( ) Pecado, egoísmo, deixar de glorificar a Deus, discórdia no lar, Idolatria, a falta de
concentração diante de Deus
2- ( ) Não entrar na Igreja, mascar chiclete, assobiar.
3- ( ) Se concentrar, dar muita glória, harmonia no lar.
4- ( ) Todas as alternativas estão corretas

17 – Segundo o que está escrito em Marcos 11. 22 – 24, a oração com fé remove:
1- ( ) casas 3- ( ) Florestas
2- ( ) Vales 4- ( ) Montanhas
24
18 – Jejuar é uma ordenança Divina, através da qual obtemos salvação?
1- ( ) Sim 3- ( ) Talvez
2- ( ) Não 4- ( ) Todas alternativas estão certas

19 – Em que texto bíblico está registrada a oração modelo?


1- ( ) Malaquias 3.10 - 14
2- ( ) Lucas 19. 33 - 38
3- ( ) Apocalipse 21. 7 - 23
4- ( ) Mateus 6. 9 - 13

20 – Qual o nome do Presidente e do vice-presidente do SETEFA


1- ( ) Pr. Valter José e Pr. Sebastião Araújo da Silva
2- ( ) Pr. Valter José e Pr. Valdemar de Jesus Silva
3- ( ) Pr. Valdemar de Jesus Silva e Pr. Sebastião Araújo da Silva
4- ( ) Nenhuma alternativa

Boa Sorte!!!

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