Café Com Palavra JEJUM

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A PRÁTICA DO JEJUM

O QUE É O JEJUM?

É a abstinência total ou parcial de alimentos por um período definido e propósito


específico. Tem sido praticado pela humanidade em praticamente todas as épocas,
nações, culturas e religiões.
Para nós cristãos a prática é com finalidade espiritual, muitos cristãos ainda
desconhecem o que a Bíblia diz acerca do jejum ou receberam um ensino distorcido
ou não receberam ensinamento algum sobre este assunto.
O propósito desse estudo é despertar-nos para a compreensão e prática deste
princípio que, sem dúvida, é uma arma poderosa.
Não há regras fixas na Bíblia sobre quando jejuar ou qual tipo de jejum praticar,
isto é algo pessoal. Mas a prática do jejum, além de ser recomendação bíblica, traz
consigo alguns princípios que devem ser entendidos e seguidos.

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE JEJUM?


No Velho Testamento na lei de Moisés, os judeus tinham um único dia de jejum
instituído: o do Dia da Expiação (Lv 23.27), que também ficou conhecido como “o dia
do jejum” (Jr 36.6) e ao qual Paulo também cita em (At 27.9).
A bíblia não fala da prática do jejum como uma ordem, contudo, apesar de não
haver um imperativo acerca desta prática, a Bíblia está cheia de menções ao jejum.
Fala não apenas de pessoas que jejuaram e da forma como o fizeram, mas conclui
que nós também jejuaríamos e nos instrui na forma correta de fazê-lo.
O ensino de Jesus sobre o jejum, revela que o Mestre esperava que
jejuássemos:

“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas;


porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em
verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando
jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens
que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará.” (Mt 6.16-18).

Embora Jesus não esteja mandando jejuar, suas palavras revelam que ele
esperava de nós esta prática Ele nos instruiu até na motivação correta que se deve
ter ao jejuar e quando disse que o Pai recompensaria a atitude correta do jejum, nos
mostrou que tal prática produz resultados!
As epístolas não falam de forma doutrinária sobre jejum, mas não quer dizer
que não seja importante, isto, acaba sendo um equívoco para algumas pessoas que
se baseiam só nelas!
Quando estava para ser assunto ao céu, deu ordem aos seus apóstolos que
ensinassem as pessoas a guardar TUDO o que Ele tinha ordenado (Mt 28.20),
inclusive o modo correto de jejuar! O próprio Jesus praticou o jejum, e lemos em Atos

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que os líderes da Igreja também o faziam. O jejum, portanto, deve ser parte de nossas
vidas e praticado de forma equilibrada, dentro do ensino bíblico.

PROPÓSITO DO JEJUM

“O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de seu
jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais suscetível ao
Espírito de Deus”. Kenneth Hagin

O jejum não tornará Deus mais bondoso ou misericordioso para conosco, ele
está ligado diretamente a nós, à nossa necessidade de romper com as barreiras e
limitações da carne. O jejum deixará nosso espírito atento pois mortifica a carne e
aflige nossa alma. Jesus deixou-nos um ensino precioso acerca disto quando falava
sobre o jejum (Mateus 2:18-22)
O odre era um recipiente feito com pele de animais, que era devidamente
preparada, mas com o passar do tempo envelhecia e ressecava. O vinho, era o suco
extraído da uva que fermentava naturalmente dentro do odre. Portanto, quando se
fazia o vinho novo, era sábio colocá-lo num recipiente de pele (o odre) que não
arrebentasse quando o vinho começasse a fermentar, e o melhor recipiente era o odre
novo.
Com essa ilustração Jesus estava ensinando-nos que o vinho novo que Ele
traria (o Espírito Santo) deveria ser colocado em odres novos, e o odre (ou recipiente
do vinho) é nosso corpo. A Bíblia está dizendo com isto que o jejum tem o poder de
“renovar” nosso corpo. A Escritura ensina que a carne milita contra o espírito, e a
melhor maneira de receber o vinho, o Espírito, é dentro de um processo de
mortificação da carne.
O propósito primário do jejum é mortificar a carne, o que nos fará mais
suscetíveis ao Espírito Santo.

Muitos entendem o Jejum como um sacrifico no sentido de sofrimento, dor e


pesar, mas sacrifico significa oferecer algo de forma voluntária que traz uma ideia de
prazer.

Mas apesar do propósito central do jejum ser a mortificação da carne, vemos


vários exemplos bíblicos de outros motivos para tal prática:

1. No Velho Testamento encontramos diferentes propósitos para o jejum:


 Consagração – O voto do nazireado envolvia a abstinência/jejum de
determinados tipos de alimentos (Nm 6.3,4);
 Arrependimento de pecados – Samuel e o povo jejuando em Mispa, como sinal
de arrependimento de seus pecados (1 Sm 7.6, Ne 9.11);
 Luto – Davi jejua em expressão de dor pela morte de Saul e Jônatas, e depois
pela morte de Abner. (2 Sm 1.12 e 3.35);

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 Aflições – Davi jejua em favor da criança que nascera de Bate-Seba, que estava
doente, à morte (2 Sm 12.16-23); Josafá apregoou um jejum em todo Judá
quando estava sob o risco de ser vencido pelos moabitas e amonitas (2 Cr
20.3);
 Buscando Proteção – Esdras proclamou jejum junto ao rio Ava, pedindo a
proteção e benção de Deus sobre sua viagem (Ed 8.21-23); Ester pede que
seu povo jejue por ela, para proteção no seu encontro com o rei (Et 4.16);
 Em situações de enfermidade – Davi jejuava e orava por outros que estavam
enfermos (Sl 35.13);
 Intercessão – Daniel orando por Jerusalém e seu povo (Dn 9.3, 10.2,3)

2. Nos Evangelhos
 Preparação para a Batalha Espiritual – Jesus mencionou que determinadas
castas só sairão por meio de oração e jejum, que trazem um maior revestimento
de autoridade (Mt 17.21);
 Estar com o Senhor – Ana não saía do templo, orando e jejuando
frequentemente (Lc 2.37);
 Preparar-se para o Ministério – Jesus só começou seu ministério depois de ter
sido cheio do Espírito Santo e se preparado em jejum (prolongado) no deserto
(Lc 4.1,2);

3. Em Atos dos Apóstolos vemos a Igreja praticando o jejum em diversas situações,


tais como:
 Ministrar ao Senhor – Os líderes da igreja em Antioquia jejuando apenas para
adorar ao Senhor (At 13.2);
 Enviar ministérios – Na hora de impor as mãos e enviar ministérios
comissionados (At.13:3);
 Estabelecer presbíteros – Além de impor as mãos com jejum sobre os
enviados, o faziam também sobre os que recebiam autoridade de governo na
igreja local, o que revela que o jejum era um princípio praticado nas ordenações
de ministros (At 14.23).

4. Nas Epístolas só encontramos menções de Paulo de ter jejuado (2 Co 6.3-5; 11.23-


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DIFERENTES FORMAS DE JEJUM

Há diferentes formas de jejuar as que encontramos na Bíblia são:

 Jejum PARCIAL. Normalmente o jejum parcial é praticado em períodos maiores ou


quando a pessoa não tem condições de se abster totalmente do alimento (por
causa do trabalho, por exemplo). Lemos sobre esta forma de jejum no livro de
Daniel:

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“Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. Manjar desejável não
comi, nem carne, nem vinho entraram em minha boca, nem me ungi com óleo
algum, até que se passaram as três semanas.” (Dn 10.2,3).

O profeta Daniel diz exatamente o que ficou sem ingerir: carne, vinho e manjar
desejável. Provavelmente se restringiu à uma dieta de frutas e legumes, não sabemos
ao certo. O fato é que se absteve de alimentos, porém não totalmente. E embora tenha
escolhido o que aparentemente seja a forma menos rigorosa de jejuar, dedicou-se a
ela por três semanas.
Em outras situações Daniel parece ter feito um jejum normal (Dn 9.3), o que
mostra que praticava mais de uma forma de jejum. Ao fim deste período, um anjo do
Senhor veio a ele e lhe trouxe uma revelação tremenda. Declarou-lhe que desde o
primeiro dia de oração o profeta já fora ouvido (v.12), mas que uma batalha estava
sendo travada no reino espiritual (v.13) o que ocorreria ainda no regresso daquele
anjo (v.20). Aqui aprendemos também sobre o poder que o jejum tem nos momentos
de guerra espiritual.

 Jejum NORMAL. É a abstinência de alimentos, mas com ingestão de água. Foi a


forma que nosso Senhor adotou ao jejuar no deserto. Cresci ouvindo sobre a
necessidade de se jejuar bebendo água; meu pai dizia que no relato do evangelho
não há menção de Cristo ter ficado sem beber ou ter tido sede (e ele estava num
deserto!):
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito,
no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo Diabo. Nada comeu naqueles
dias, ao fim dos quais teve fome.” (Mt 4.2).

Denominamos esta forma de jejum como normal, pois entendemos ser esta a
prática mais propícia nos jejuns regulares (como o de um dia).

 Jejum TOTAL. É abstinência de tudo, inclusive de água. Na Bíblia encontramos


poucas menções de ter alguém jejuado sem água, e isto dentro de um limite: no
máximo três dias.
A água não é alimento, e nosso corpo depende dela a fim de que os rins funcionem
normalmente e que as toxinas não se acumulem no organismo. Há dois exemplos
bíblicos deste tipo de jejum, um no Velho outro no Novo Testamento:

 Ester, num momento de crise em que os judeus (como povo) estavam condenados
à morte por um decreto do rei, pede a seu tio Mardoqueu que jejuem por ela: “Vai,
ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais,
nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também
jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que seja contra a lei; se perecer,
pereci.” (Et 4.16).

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 Paulo, na sua conversão também usou esta forma de jejum, devido ao impacto da
revelação que recebera: “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu,
nem bebeu.” (At 9.9).

 Jejum de OUTRAS COISAS. Não tem base bíblica é uma questão pessoal e cabe
a cada um entender pelo Espírito Santo o que você precisa oferecer a Deus para
ter mais intimidade.

CONCLUINDO

Precisamos entender que no período do Jejum não posso esquecer da


ORAÇÃO, leitura da PALAVRA, no período da refeição que não vou comer devo usá-
lo para a busca em DEUS!
Haverá períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair mais para o jejum, e
épocas em que faremos o jejum sem muita urgência. Para esses últimos dias essa
prática tem sido imprescindível para a nossa consagração!
Nossa oração é que o Espírito Santo tenha liberdade e os nossos ouvidos
atentos para seu chamado!

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