Psicoterapia Breve
Psicoterapia Breve
Psicoterapia Breve
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOTERAPIA BREVE
Bruna Machado
Michel Ferreira
PETRÓPOLIS - 2019
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOTERAPIA BREVE
Bruna Machado
Michel Ferreira
PETRÓPOLIS - 2019
INTRODUÇÃO
1 CONTEXTO HISTÓRICO
A psicoterapia breve surge como uma forma de suporte de problemas de saúde mental da
inacreditáveis perseguições do regime nazista, muitos são os sofrimentos encarados pelo ser
humano, que havia achado que, com a terrível experiência da 1ª Guerra Mundial, jamais
repetiria tamanho e tenebrosa experiência humana. Mas o que esta devastadora Guerra deixa
humano se distende ao insuportável e suas marcas estão, até hoje, presentes na população
para realizar os atendimentos e o alto custo das consultas, impedindo assim que os sujeitos de
Nesta ocasião, o número de pessoas necessitadas de apoio psicológico cresce muito mais do
que o de psicanalistas, que não podem dar conta de tratamentos longos como anteriormente.
pela população empobrecida, do preço das seções analíticas, assim como a imensa dificuldade
de verbalização das classes menos favorecidas. Não bastassem estes fatores, o tempo se torna
escasso para uma recuperação psicológica, com vista à reconstrução de cidades, países, e de
experiência de Ferenczi, e muitos outros autores juntam-se a este movimento, surgindo outras
psicoterapia breve. Surgem nesse momento novas configurações teóricas com relação à
prática breve, incluindo conceitos que Braier os dividiu em: planejamento da psicoterapia,
clínicas em psicoterapia breve foram apresentadas por Malan, Knobel, Ussandivaras, Simón e
Kesselman. Contudo, apesar da evolução das técnicas breves, a psicanálise ainda recebe
2 PRINCIPAIS TEÓRICOS
Embora Freud tenha por diversas vezes manifestado sua preocupação com esse
prolongamento excessivo e a princípio encorajado algumas iniciativas para abreviá-lo, ele
próprio não buscou formas de diminuir a duração da análise, e acabou por criticar a iniciativa
de seus discípulos, por diversas razões. Ainda durante a vida de Freud alguns psicanalistas
tentaram introduzir modificações teóricas e técnicas no processo psicanalítico, visando
abreviá-lo, especialmente Ferenczi e Rank.
Outras contribuições relevantes à prática breve foram apresentadas por Malan (considerado o
“pai” da psicoterapia focal), propôs alguns critérios para a indicação da psicoterapia focal.
São eles: ter um foco definido, resposta positiva do paciente a esse foco e motivação
suficiente para o tratamento.
Malan partindo do trabalho de Balint propõe que a princípio seja estabelecida uma hipótese
psicodinâmica de base, a partir de um diagnóstico que inclui entrevistas e testes psicológicos.
A ideia é identificar o conflito primário, que é reeditado na problemática atual do paciente.
Sobre a hipótese psicodinâmica de base se planeja o trabalho terapêutico, que é feito através
da interpretação ativa e seletiva, e tem tempo e objetivos delimitados. Dedicou-se
intensamente ao estudo de casos clínicos, inclusive com acompanhamento aprofundado e
prolongado, visando um maior conhecimento do problema da seleção de pacientes e dos
resultados da psicoterapia.
adota uma postura bastante ativa, que visa levar o paciente a se defrontar com seus conflitos.
O processo é focalizado e limitado entre 12 e 18 sessões.
3 MODELOS
Como dissemos se trata de um tipo de tratamento psicológico que tem foco e tempo
determinados.
A atenção deve recair sobre uma queixa específica do paciente, que será trabalhada após uma
análise do seu quadro. Para isso, já nas primeiras consultas é definido um foco, bem como as
estratégias para alcançá-lo. Nesse sentido, a psicoterapia breve se divide em três modalidades:
A. Estrutural ou de impulso
B. Relacional
Já nesse caso, preocupa-se menos com a técnica, com o tempo e com critérios, dando mais
importância ao momento presente e à experiência particular do paciente.
C. Integrativo ou eclético
Por fim, nessa modalidade o psicoterapeuta utiliza vários recursos, que, posteriormente, serão
analisados e adaptados à situação atual do paciente. O foco, de toda forma, sempre será a
necessidade do paciente.
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4 METODOS UTILIZADOS
Inicial
O psicoterapeuta faz uma avaliação curta, cuja finalidade é identificar a real situação do
paciente e o meio em que ele está inserido. Ainda nessa fase é elaborado um planejamento
terapêutico com a queixa a ser trabalhada, bem como o objetivo a ser atingido e as estratégias
de tratamento.
Medial
Aqui serão colocadas em prática as estratégias estabelecidas na primeira fase. Se for
necessário, o especialista fará adaptações de acordo com o progresso da terapêutica, e também
uma revisão sobre o trabalho até o momento.
Final ou terminal
Já nessa etapa, o paciente e o psicoterapeuta caminham para a finalização do processo,
analisando o trabalho já realizado. Além disso, é realizado um estudo dos objetivos
alcançados e daqueles que se mantiveram até o fim da terapia.
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Os principais critérios de indicação para uma psicoterapia breve são: inteligência acima do
normal; ter tido pelo menos uma relação significativa com outra pessoa durante sua vida; estar
vivendo uma crise emocional; capacidade para interatuar bem com o terapeuta-entrevistador e
expressar sentimento; motivação para um trabalho duro. durante o tratamento; uma queixa
principal específica; reconhecimento do caráter psicológico de suas perturbações; capacidade
de introspecção que lhe permita transmitir honestamente o que possa reconhecer de si mesmo;
desejo de se compreender e uma atitude de participação ativa na procura; disposição para
tentar mudanças.
Os pacientes que podem se beneficiar de uma psicoterapia breve são, de acordo com Fiorini
(2008, p. 40), “aqueles que apresentam transtornos psiquiátricos crônicos, fora de fases
agudas. Por exemplo, quadros paranoides, obsessivo-compulsivos, psicossomáticos crônicos,
perversões sexuais, dependência químicas, caracteropatias graves e sociopatias”. Alguns
autores citam ainda que o paciente deve sofrer de transtornos de início recente e agudo que
motivem o tratamento, a psicopatologia deve ser de caráter leve e circunscrito, ter uma
personalidade básica sadia, história de relações pessoais satisfatórias e estar num momento
propício (ALMEIDA, 2010).
Por fim, pode-se dizer que a psicoterapia focal pode abranger uma demanda muito grande,
trazendo benefícios não só a esfera social do paciente, mas também melhorando suas
condições de percepção do mundo interno e externo. No entanto, é aconselhável que o
terapeuta (ainda na entrevista inicial) faça um levantamento das possibilidades que o seu
paciente possui para realizar atendimento em psicoterapia breve, pois como verificado, nem
todos estão sujeitos ao tratamento, visto os critérios indicativos e contra indicativos para tal
análise (ALMEIDA, 2010; OLIVEIRA, 2002).
6 CASO
Joao (nome fictício), 26 anos, sexo masculino, solteiro, caucasiano branco, brasileiro,
segundo grau completo, trabalhador autônomo, evangélico, estatura e peso médios,
proveniente do Estado da Paraíba, Brasil.
B. Impressões iniciais
C. Queixa principal
D. Sintomas apresentados
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Até os seis anos de idade, Joao morou com os pais e os irmãos, desfrutando de uma família
bem estruturada. Seus pais sofreram um acidente de automóvel em decorrência do qual sua
mãe faleceu; o pai, então, começou a ingerir bebida alcoólica de forma abusiva, chegando a
entregar os filhos a parentes e desaparecer. Separado dos irmãos, Joao passou a morar com a
avó paterna e um tio. Nessa época, começou a ser responsável por todas as atividades
domésticas (lavar, passar, cozinhar e varrer), enquanto a avó e o tio permaneciam deitados
fumando, tomando café e vendo televisão.
Só aos dez anos de idade começou a estudar e, aos treze anos, começou a trabalhar como
entregador de gás, fazendo as entregas em uma bicicleta. Nessa época, precisava realizar as
atividades domésticas, estudar e trabalhar. Por conta do acúmulo de tarefas, a avó do paciente
passou a acompanhar de perto a realização do serviço doméstico, alegando que estava sendo
mal feito. Quando não gostava do resultado, repreendia o neto com agressões físicas e verbais.
Ao completar 18 anos, Joao realizou o que ele disse ser o seu maior sonho na época: sair de
casa e morar só. Ele se mudou para uma cidade vizinha e conseguiu um emprego de caixa de
supermercado, morando sozinho ali por três meses, até conseguir um amigo para dividir as
despesas de um apartamento. Apesar de tímido, relatou conseguir se relacionar
satisfatoriamente com as pessoas, principalmente no ambiente de trabalho.
Aos 24 anos, nos tempos livres, começou a vender roupas de porta em porta para
complementar a renda e, assim, poder comprar uma motocicleta. Realizou a compra aos 25
anos, mas, como não tinha muita prática, passou a receber instruções de direção de um amigo.
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Logo começou a conduzir o veículo sozinho, apesar de ainda não possuir a carteira nacional
de habilitação (CNH). Com maior facilidade de locomoção para vender roupas, Joao
abandonou o emprego fixo.
Depois de muito tempo sem ver a avó, em um dia de trabalho, Joao a encontrou
ocasionalmente na rua. Ao reconhecê-lo, ela se dirigiu até ele, que estava em sua motocicleta
parado em um sinal de trânsito e o agrediu com uma bolsa no momento em que Joao dava a
partida no veículo, provocando uma queda que provocou uma forte pancada na cabeça. Em
decorrência disso, o paciente passou dois dias no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e
aproximadamente dois meses com a perna direita imobilizada. Na ocasião, por não possuir a
CNH, sua motocicleta foi apreendida. Cinco meses depois, já recuperado, Joao voltou a
trabalhar com vendas, utilizando a motocicleta de um amigo. Resolveu iniciar as aulas na
autoescola para obter a CNH e realizar o seu trabalho de forma legal. Porém, nas quatro
tentativas feitas até a primeira sessão de psicoterapia, sofreu com todos os sintomas
anteriormente citados e, consequentemente, não obteve êxito. O paciente relatou ainda que
passou a ter uma dificuldade repentina para conduzir o veículo em questão, mesmo para fazer
as vendas como de costume, pois não conseguia se concentrar como antes no trânsito e, por
isso, tinha receio de sofrer outro acidente. Os prejuízos físicos e materiais que resultaram do
acidente foram apontados por ele na tentativa de justiçar as dificuldades que se apresentavam,
mas também foi relatada a associação direta do veículo à imagem da avó.
Os principais sintomas apresentados pelo paciente foram: insônias e pesadelos constantes que
envolviam conteúdos de agressão e humilhação; reações de fuga e esquiva exageradas,
especialmente em relação a atividades que envolvessem o uso de motocicletas ou a conversas
relacionadas à sua família; falta de concentração, especialmente no trânsito; episódios de
pânico (taquicardia, transpiração, tremores e medo de morrer); e a dificuldade em conduzir
motocicletas
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F. Súmula
G. Hipóteses de trabalho
H. Evolução do caso
O paciente foi acompanhado sistematicamente, nos dois meses em que frequentou as sessões
de PDB, em encontros que ocorriam em média duas vezes por semana. O ponto de partida
para o estabelecimento da relação terapêutica em PDB foi a entrevista preliminar, realizada
mediante as duas primeiras sessões com o paciente e conduzida pelo terapeuta com o objetivo
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de: estabelecer uma relação terapêutica, viabilizar a elaboração de uma história clínica
(anamnese), avaliar o diagnóstico-prognóstico, promover uma devolução diagnóstica-
prognóstica, estipular metas terapêuticas, delimitar a duração do tratamento, explicitar o
método de trabalho e fixar as normas de trabalho
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
LUSTOSA, Maria Alice. A Psicoterapia breve no Hospital Geral. Rev. SBPH, Rio de
Janeiro, v. 13, n. 2, p. 259-269, dez. 2010 .Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S151608582010000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 Out.
2019.