TCC Direito Silvana
TCC Direito Silvana
TCC Direito Silvana
RA:
JAGUARIÚNA
2019
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
RESUMO
Diante da evolução da sociedade o aumento das atividades criminaispromovidas por
indivíduos que perante o sistema penal não são consideradas responsáveis pelos
seus atos gerou inúmeras discussões sobre a redução da maioridade penal. A
sociedadebrasileira como um todo enfrenta inúmeros problemas com
atividadesilícitas, inclusive juvenis. Sobre a óptica da análise e solução do problema
surgiua proposta da redução da idade penal para dezesseis anos, pois há um
consenso que irá diminuir ou resolver, pelo menos em números percentuais a
gravidade desse problema que afeta a sociedade brasileira. A Constituição Brasileira
como um todo prevê a inimputabilidade dos menores de 18 anos, que acabam
respondendo pelos atos criminais ou infrações penais pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente. Existem inúmeros doutrinadores,pensadores e formadores de opiniões
que promovem discussões sobre o assunto e se de fato diminuirá a criminalidade e
a violência ou atividades criminais praticadas por menores de dezoito anos de idade,
entretanto ocorreque um indivíduo que possui idade completa de dezoito anos
comete um homicídio estará sujeitopelo Artigo 121 do Código Penal Brasileiro ao ser
condenado à uma pena que pode variar de seis a vinte anos de reclusão. Quando o
crime como, por exemplo, um homicídio é cometido por um indivíduo que possui
idade inferior aos dezoito anos, não é considerado crime e sim um ato infracional,
sendo que será de cunho do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei
8.069/90, que irá solicitara medida sócio educativa para o menor prevendo a
privação daliberdade no máximo de três anos, deste modo crê-se que o Estatuto
daCriança e do Adolescente torna-se ineficaz e de baixo critério por demais, que
acaba tonando-se benéfico para os indivíduos que não possuem a maioridade.
Oíndice decriminalidade perpetradas por adolescentes que possuem idade entre
doze e dezoito anos possuem um crescimento exponencial acelerado nos últimos
anos ediante desse fator a sociedade brasileira não aceita que esses menores
infratoressimplesmente por não possuírem dezoito anos continuem sendo
consideradosinimputáveis.
o intuito de verificar qual seria
a opção mais pertinente, sem causar prejuízos à sociedade. Por fim, na conclusão,
demonstra-se que no Brasil não há a mínima condição de se reduzir a idade penal,
pois o sistema carcerário brasileiro é falho, sendo que adotar essa medida implicaria
em punir a vítima. Verifica-se ainda a incapacidade do Estado em não reaver suas
políticas públicas, investindo em medidas pertinentes como educação e combate à
desigualdade social. O método de abordagem do estudo é o dedutivo, com análise
bibliográfica e documental.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 05
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 07
2.1 Objetivo Geral....................................................................................................................................... 07
2.2 Objetivo Específico .............................................................................................. 07
3.0 REVISAO DA LITERATURA .............................................................................. 08
3.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FAMÍLIA E DO DIREITO SUCESSÓRIO ............ 08
3.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O CÓDIGO CIVIL DE 2002.............10
3.3 CONCEITO ATUAL DE FAMÍLIA ....................................................................... 17
3.4 TIPOS DE FAMÍLIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ............... 18
3.5 UNIÃO POLIAFETIVA E O PRINCÍPIO DA MONOGAMIA................................ 19
3.6 MATRIMONIAL ................................................................................................... 22
3.7 INFORMAL ......................................................................................................... 22
3.8 HOMOAFETIVA .................................................................................................. 23
3.9 MONOPARENTAL24 .......................................................................................... 24
4.0PARENTAL OU ANAPARENTAL ....................................................................... 25
4.1 DA SUCESSÃO .................................................................................................. 25
5.0 CONCLUSÃO .....................................................................................................
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
1.0 INTRODUÇÃO
2.0 OBJETIVOS
3.1 MAIORIDADE
3
GOMES, O. Direito de Família. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998. p. 33.
Abstendo-se dos conceitos pelos doutrinadores ointento do legislador é definir
a família não apenas como instituição jurídica devendo observar a sua importância
perante a sociedade em diversas formas e variações.
É inegável que qualquer ser humano que receba o dom da vida, está ligado
de alguma maneira ao seio familiar, independentemente de condições financeiras,
raça, cor, religião, sendo que a partir do momento que são concebidos e se
encontram no ventre materno, já possuem laços familiares.
2
LÔBO, P. Direito Civil: família. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 2.
3
DIAS, M.B.Manual de direito das famílias: de acordo com o novo CPC. Imprenta: São Paulo, Revista dos
Tribunais, 2016, p. 35.
compreensão do conceito de família diante do ordenamento jurídico evoluem
denotando um tema que sofre mutações com o avanço do tempo.
De acordo com Wald (2002p.24, 25)4, é denotado que a evolução dos direitos de
família segue a trajetória da própria família, a tentativa de conservar a estrutura da
sociedade pela materialização do vínculo matrimonial gerou o engessamento do
afeto em um casamento indissolúvel.
4
WALD, 2002. p. 24-25.
7
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira. O companheirismo: Uma espécie de família. 2ª ed. Rev. Atual. E ampl.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001
6
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 6: Direito de Família. 8ª ed. Rev. Atual. São Paulo:
Saraiva, 2011.
estabelece entre “qualquer dos pais e seus descendentes”, pouco
importando a existência, ou não, de casamento entre os genitores (art. 226,
§4º). [..]
7
THEODORO JÚNIOR, H. apud GOMES, 1998. p. 34.
8
Ibid, p. 34.
Verifica-se, com efeito, do exame do texto constitucional;
9
PEREIRA, R. C. Da união estável. _________; DIAS, M. B.; (Coord.). Direito de Família e o novo Código Civil. 2.
ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002. p. 230.
10
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Concubinato e União Estável.7. ed., rev. e atual. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
11
Ibid . p. 35
A evolução do conhecimento científico, os movimentos políticos e sociais do
século vinte e o fenômeno da globalização acenderam mudanças profundas na
estrutura da família e nos ordenamentos jurídicos de todo o mundo, acrescenta o
mencionado autor, que ainda enfatiza:
12
PEREIRA, R. C. Da união estável. _________; DIAS, M. B.; (Coord.). Direito de Família e o novo Código Civil. 2.
ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002. p. 230.
Esses direitos são agora obrigatoriamente exercidos pelo casal em sistema
de cogestão, devendo as divergências ser solucionadas pelo juiz (CC art. 1.567,
parágrafo único). O dever de prover à manutenção da família deixou de ser um
encargo do marido, incumbido à mulher de acordo com as possibilidades de cada
qual (art. 1.568).
O princípio ora em estudo não admite distinção entre filhos legítimos, naturais
e adotivos, quanto ao nome, poder familiar, alimentos e sucessão; permite o
reconhecimento, a qualquer tempo, de filhos havidos fora do casamento; proíbe que
conste no assento do nascimento qualquer referência à filiação ilegítima; e veda
designações discriminatórias relativas à filiação; d) Princípio da paternidade
responsável e planejamento familiar.
Dispõe o art. 226, § 7º, da Constituição Federal que o planejamento familiar é
livre decisão do casal, fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável.
13
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves, 1934 – O poder constituinte / Manoel Gonçalves Ferreira Filho. – 5. Ed.
Rev. – São Paulo: Saraiva, 2007.
O princípio abrange a livre decisão do casal no planejamento familiar (CC, art.
1.565), intervindo o Estado apenas para propiciar recursos educacionais e científicos
ao exercício desse direito (CF, art. 226, § 7 º).
Emerge agora novo conceito de família, que tem como elemento identificador
a afetividade, aexpansão do conceito de família para além do casamento permitiu o
reconhecimento de outras entidades familiares.
Com isso as uniões de pessoas do mesmo sexo, as chamadas uniões homo
afetivas buscaram inserção no âmbito do Direito das famílias.
14
FERRAZ, Anna Cândida da Cunha. Processos informais de mudança da Constituição: mutações constitucionais
e mutações inconstitucionais. SãoPaulo: Max Limonad, 1986.
Conforme ensina COULANGES (2006).15
Assim, o art. 226 denota que “a entidade familiar é plural e não mais singular,
tendo várias formas de constituição”.
15
COULANGES, Fustel de. A cidade antiga: estudos sobre o culto, o direito, as instituições da Grécia e de Roma.
Tradução de Cretella Jr. J. E Agnes Cretella. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
16
DIAS, 2009. p. 69.
17
BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil.
O segundo eixo transformador “encontra-se no § 6º do art. 227. É a alteração
do sistema de filiação, de sorte a proibir designações discriminatórias decorrentes do
fato de ter a concepção ocorrida dentro ou fora do casamento”. A terceira grande
revolução situa-se “no artigo 5º, inciso I, e 226, § 5º.
Conforme Dia (2006, p.53)a família é uma das instituições mais importantes
da sociedade e ao longo dos anos passou por diferentes transformações e
evoluções, e com isso o Ordenamento Jurídico brasileiro incidiu o reconhecimento
de novas configurações de famílias a partir da vigência da Constituição Federal de
1988, que ampliou o conceito de família que se mantinha restrito aos moldes do
casamento, passando a tutelar e abonando a proteção às demais formas de
manifestação, entre elas a união estável, a família monoparental, as famílias
recompostas ehomoafetivas 18
18
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito de Famílias. 3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
Conforme preceitua Dias (2010, p. 44)19, “a manutenção da família visa,
sobretudo, buscar a felicidade”, e desde a vigoração da Constituição Federal de
1988, foram reconhecidas outras formas de família, diferente do modelo, fica óbvio
que antes desse reconhecimento esses tipos de família já eram constituídos, porém,
com o advento da Constituição de 1988essas famílias sobrevieram a ser
juridicamente reconhecidas tendo os seus direitos resguardados por lei.
19
DIAS, M.B.Manual de direito das famílias: de acordo com o novo CPC. Imprenta: São Paulo, Revista dos
Tribunais, 2016
20
GOMES, O. Direito de Família. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
21
VECCHIATTI, Paulo Roberto Iotti. UNIÃO POLIAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR CONSTITUCIONALMENTE
PROTEGIDA. Revista Libertas, Ouro Preto, v. 2, n. 2, p.2-30
entender, lhes proporcionaria a dignidade e felicidade que todos os
sereshumanos objetivam alcançar em suas vidas.
Em consideração à “repersonalização do direito de família”, pela a
primaziado princípio da dignidade humana, da liberdade e o reconhecimento
doutrinário dopluralismo dos entes familiares, pode-se afirmar estarem abarcadas
pelo caput doart. 226 da CF/88 as uniões poliafetivas.
EnsinaVecchiatti(2016, p. 30)22
22
VECCHIATTI, Paulo Roberto Iotti. UNIÃO POLIAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR CONSTITUCIONALMENTE
PROTEGIDA. Revista Libertas, Ouro Preto, v. 2, n. 2, p.2-30.
23
Ibid
roupagem axiológica imposta ao Direitode Família foi questionado o “princípio” da
monogamia, confrontando emdireta oposição ao princípio da dignidade.
Sob essa visão Lôbo (2006, p.247)24 afirma que ao perder a qualidade de
princípio geral do direito de família com o fim da exclusividade da família
matrimonial, a monogamia persiste somente como um “princípio específico”,
aplicável apenas à entidade familiar constituída mediante casamento .
Entretanto que não se trata não se trata a monogamia como um princípio, mas sim
umaregra justaposta restritamente à vedação de
multíplicesinclusõesmatrimonializadas.
24
LÔBO, Paulo Luis Neto. A Repersonalização das Relações de Família. In: DEL’OLMO, Florisbal de Souza;
ARAÚJO, Luís Ivani de Amorim (coords.). Direito de Família Contemporânea e Novos Direito: Estudo em
homenagem ao Professor José Russo. Rio de Janeiro: Forense, 2006
Conforme crítica Diniz (2005)25, a boa parte dos manuais de Direito Civil
tendem a apresentar amonogamia como um pressuposto, um dado, a partir do qual
se geramdesdobramentos na lei em tese chamada “Da superação da monogamia
como princípio estruturantedo estatuto jurídico da família”.
3.6 MATRIMONIAL
3.7 INFORMAL
Esse fator se deve a uma gama variada de fatores que entre eles destaca-se
a condição sócia econômica e os preconceitos de uma sociedade arcaica e
25
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. V. V, Direito de Família. 20. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005
26
MATOS, Ana Clara Harmatiuk. “Novas” entidades familiares e seus efeitos jurídicos. In: Família e
Solidariedade:Teoria e Prática do Direito de Família. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008
27
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito de Famílias. 3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006
28
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito das Famílias. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris,
2010
retrógrada, no cenário nacional essa união tornou-se uma alternativa rápida e
simples, sem o prejuízo de que se uma das pessoas viesse a faltar à outra não teria
nenhum direito sobre os bens do de cujus.
3.8HOMOAFETIVA
29
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito da Famílias. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009
30
RIOS, ROGER RAUPP. O princípio da igualdade e a discriminação por orientação sexual: a homossexualidade
no direito brasileiro e norte americano. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. p. 21-61.
31
DIAS. Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8. Edição. Revista, atualizada e ampliada. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
direito natural, inalienável e imprescritível, ninguém pode realizar-se como ser
humano se não tiver asseverado o respeito ao exercício da sexualidade, conceito
que compreende a liberdade sexual e a liberdade da livre orientação sexual.
3.9 MONOPARENTALIDADE
32
DIAS, M.B.Manual de direito das famílias: de acordo com o novo CPC. Imprenta: São Paulo, Revista dos
Tribunais, 2016.
33
LEITE, Eduardo de Oliveira. Famílias monoparentais: a situação jurídica de pais e mães solteiros, de pais mães
separados e dos filhos na ruptura da vida conjugal. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1997.
34
Está localizado em Paris, InstitutNational de laStatistique et desÉtudesÉconomiques (INSEE) coleta e publica
informações da economia e sociedade francesas, realizando periodicamente o censo da nação, sendo
semelhante ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (do Brasil) e ao Instituto Nacional de Estatística (de
Portugal).
ocidente, sendo denotado como grupocomposto por qualquer um dos pais ou seus
descendentes.
A família é deliberada monoparental quando exclusivamente um dos
progenitoresconvive com seu(s) filho(s) sobre o mesmo teto, aconjuntura de
Monoparentalidadeatualmente pode ser efêmera, ou seja, pode nutrir sua
composiçãoindividualcategoricamente ou por um breve período. (KALOUSTIAN,
1998).35
Quando na existência de um filho que coexiste com um dos pais a
Monoparentalidade é concretizada, incidindo por situaçõesabstrais à pretensão do
genitor comopela sua oportuna disposição.
A Monoparentalidade pode ser instituída desde a sua ascendência ou
emanada do término de uma família constituída pelo matrimonio, sendo quesob essa
ótica é presumível que se institua porque a mãe gerou um filho, entretanto a
paternidade não foi apurada ou houve adoção. (VIANA, 1998, p. 32)36.
[...]”Ela pode ser estabelecida desde sua origem, ou decorre do fim de uma
família constituída pelo casamento. Nessa diapasão é possível que ela se
estabeleça porque a mãe teve um filho, mas a paternidade não foi apurada,
ou porque houve adoção, ou pode resultar da separação judicial ou do
divórcio. Nessa linha temos a família monoparental formada pelo pai e o filho,
ou pela mãe e o filho, sendo que nos exemplos há o vínculo biológico, ou
decorre de adoção por mulher ou homem solteiro. Nada impede que o vínculo
biológico que une os membros dessa família, não decorra de encontro sexual,
mas resulte de procriação artificial. A mãe solteira submetesse à inseminação
artificial, não sabendo quem seja o doador.” [...] (VIANA, 1998, p. 32).
35
KALOUSTIAN, Silvio M. (Org.). Família brasileira: a base de tudo. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
36
VIANA, Marco A. S. Da ação de investigação de paternidade. São Paulo: Del Rey, 1998
37
VITALE, Maria Amália F. Famílias monoparentais: indagações. Serviço Social & Sociedade São Paulo, ano 23,
n. 71, set. 2002, ed. especial, p. 49.
Conforme ensina Karpel (1994)38, esse conceito de família sofreu um
acréscimo significativo em virtude da separação dos casais que possuíam frutos
desses relacionamentos, os filhos, sendo que a família monoparental não é dotada
de estatuto jurídico próprio, com direitos e deveres específicos, diferentemente do
casamento e da união estável.
Quando os filhos atingem a maioridade ou emancipam,o poder familiar cessa
acarretando redução doinstituto monoparental, com inclusãoaos direito em caso de
conflito que são aplicados obrigatoriamente sem restrições, como impenhorabilidade
dos bens de família, entendido como sua família.
Segundo Dias (2007)39, é de extrema importância denotar a família que
desenvolve uma estrutura de convívio com crianças e adolescentes sob a guarda de
uma só pessoa, ainda que não parentes, aufere a denominação de família
monoparental, satisfazendoa diferença de proles e inexistência de relacionamento
de ordem sexual.
Aessência de uma família composta por dois irmãos afetuosos não constitui
dizeres que as suas partesconsiste em órfãos ou pessoas sem parentes,para o
entendimento de como esses irmãos ao mesmo tempo possam constituir uma
família anaparental sócio afetiva se faz necessário tecer explanações sobre as
famílias simultâneas.
38
KARPEL, Mark A. Evaluatingcouples: a handbook for practitioners. New York: W. W., 1994.
39
DIAS, Maria Berenice. Direito das Famílias. 4ª Edição. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2007.
40
RUZYK, CARLOS EDUARDO PIANOVSKI. Famílias Simultâneas: da Unidade Codificada à Pluralidade
Constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.
Ainda segundo Ruzyk(2005)41, o elemento da tautocronia familiar engloba as
circunstâncias em que uma pessoa é denotada como elemento de duas ou mais
entidades familiares diversas entre si. Que originariam diversas hipóteses de
configuraçãoacaudilhadassob a perspectiva da conjugalidade e relação entre pais e
filhos, quanto à perspectiva da conjugabilidade, ou seja, a manutenção institucional
de uma família em paralelo com aessência de um matrimonio ou união estável.
41
Ibid.
42
TEPEDINO, GUSTAVO. Novas Formas de Entidades Familiares: Efeitos do Casamento e da Família Não
Fundada no Matrimônio. Temas de Direito Civil. Rio de Janeiro: Renovar, 2008. p. 393-443.
43
MORAES, MARIA CELINA BODIN DE. A família democrática. Na medida da pessoa humana: um estudo de
direito civil-constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 2010. p. 207-234.
Conforme Matos (2004, p. 168)44, deve ser denotado o cabimento da
vocação sucessória aos irmãos sócio afetivos, bem como quaisquer direitos
asseverados às relações familiares.
4.0 SUCESSÃO
44
MATOS, ANA CARLA HARMATIUK. União entre pessoas do mesmo sexo: aspectos jurídicos e sociais. Belo
Horizonte: Del Rey, 2004, p. 160-168.
45
LOBÔ, Paulo Luiz Netto. Direito Civil: Sucessões, op. cit.,2009, p. 149.
46
“A Constituição não refere à sucessão em geral, mas apenas à herança. Ou seja, foi elevado à garantia
constitucional o direito daqueles que se qualificam como herdeiros do falecido, (autor da herança), mas não
qualquer sucessor. A Constituição não define quem seja herdeiro, o que remete ao legislador
infraconstitucional. Mas este está limitado ao fim social da norma constitucional, que é a proteção das pessoas
físicas que possuam com o autor da herança relações estreitas de família ou de parentesco. Todos os demais
sucessores têm tutela restritamente infraconstitucional e desde que não afetem a preferência atribuída pela
Constituição aos qualificados como herdeiros. Os legatários, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, entes ou
entidades não personificadas, são sucessores, mas não são herdeiros”. (LÔBO, Paulo Luiz Neto. Direito Civil:
sucessões, op. cit, 2009, p. 39).
47
Artigo 5º da Constituição Federal de 1988: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXX - é garantido o direito de
herança;
48
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito de Família. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v. 5. p. 17.
Segundo afirma Gonçalves (2017, p. 19)49.
49
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 6: Direito de Família. 8ª ed. Rev. Atual. São Paulo:
Saraiva, 2016.
testamento, mas não abrange todos os bens, a sucessão legítima será aplicada
conformeArt 1788.50
50
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo
ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima
se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
51
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade
52
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. V. V, Direito de Família. 20. Ed. São Paulo: Saraiva,
2014, p.18.
53
VENOSA, Sílvio de Salvo . Direito Civil : Direitos Reais . v. 5 . 12ª ed . São Paulo : ed. Atlas, 2003.
Entretanto por outro lado, o parentesco em linha colateral ocorre quando os
indivíduos não possuem descendência uma das outras, embora constituam o
mesmo tronco ancestral comum (irmãos, tios, sobrinhos, primos). Considera-se grau
o número de gerações que separa os parentes.
Denota Farias (2010)54, pela ordem de preferência indicada no diploma civil,
os descendentes serão os primeiros a serem convocados para o recebimento da
herança, sendo que dentro de uma mesma classe de parentes o grau mais próximo
exclui o mais remoto.
Na linha reta a identificação do herdeiro que sucederá o autor da herança é
sobremaneira simples, pois basta contar o intervalo que distancia uma geração da
outra.
Segundo Dias (2011)55, existindo a hipótese de existência de filho e neto do
falecido, o primeiro será apreciado com a herança, uma vez que é acatadocomo
parente em linha reta em primeiro grau do de cujus.
O neto do falecido apenas herdará em caso de inexistência de filhos ou se
houver direito de representação de seu ascendente que seja pré-morto ao autor da
herança. Na ausência de parentes na classe dos descendentes, a herança será
deferida aos ascendentes do autor da herança, sendo assim, a existência de pai e
avô do falecido obsta a concessão da herança ao avô, parente em linha reta
ascendente em segundo grau do autor da herança.
De acordo ainda com Diniz (2005)56, quanto ao parentesco em linha colateral,
distinto é o critério para a convocação dos herdeiros do falecido, para que se
identifique qual o parente colateral que será beneficiado com a herança, subir até o
ascendente comum das pessoas para comparação e posteriormente declinaronde
se encontra o parente colateral, na situação que conta-se um grau para cada
geração.
Segundo Oliveira (2002)57, sob esta ótica denota-se que os irmãos são
parentes colaterais em segundo grau, o tio e o sobrinho são parentes colaterais em
54
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito das Famílias. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris,
2010.
55
DIAS. Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8. Edição. Revista, atualizada e ampliada. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2011.
56
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. V. V, Direito de Família. 20. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
57
OLIVEIRA, Euclides de; HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Do Direito de Família. In: DIAS, Maria
Berenice; PEREIRA, Rodrigo da Cunha (coord.). Direito de família e o novo Código Civil. 2ª ed. 2ª tir. Belo
Horizonte: Del Rey, 2002.
terceiro grau; e os primos, como o tio-avô e o neto-sobrinho são parentes colaterais
em quarto grau. Ressalta-se que, para fins de direito sucessório, considera-se
apenas o parentesco colateral até o quarto grau.
SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
58
BARROS, Washington Monteiro, Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. Curso de Direito Civil
Imprenta: São Paulo, Saraiva, 2016.
59
DIAS, M.B.Manual de direito das famílias: de acordo com o novo CPC. Imprenta: São Paulo, Revista dos
Tribunais, 2016.
Os indivíduos que optam pela realização do testamento, normalmente não
possuem filhos e, evidenciando como principal objetivo beneficiar o cônjuge ou
outros indivíduos em detrimento de ascendentes.
O artigo 1.860, do Código Civil, denota que possui a capacidade de testar toda
pessoa física de direito natural, que não seja declarada incapaz pela lei e que no
momento do testamento estiver em pleno discernimento, desta forma se o individuo
optar pelo testamento sobre efeito de álcool, medicamentos fortes ou qualquer tipo
de droga não será valido esse testamento.
60
GOMES, O. Direito de Família. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
61
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires
Coelho, Paulo Gustavo Gonet Branco – 2. Ed. Rev. E atual. – São Paulo: Saraiva 2008. (paginas 14,15,16, 17)
receber por testamento as pessoas elencadas no art. 1.801 do Código Civil
Brasileiro, sob a pena de nulidade.
62
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional / Alexandre de Moraes. – 27. Ed. – São Paulo: Atlas, 2011.
Conforme Lobo (2004, p. 138) 63, para isso são denotadas premissas, onde
todos os parentes são herdeiros,ou seja, todos possuem “legitimidade” para
herdar, todos são herdeiros legítimos, não somente os parentes, o cônjuge e o
companheiro são herdeiros legítimos, entretanto nem todos fazem jus à herança,
sendo herdeiros em potencial.
63
LÔBO, Paulo. A repersonalização das relações de família. Revista Brasileira de Direito de Família. Porto Alegre,
IBDFAM/Síntese, n. 24, p. 138, jun-jul. 2004.
64
DIAS. Berenice. Manual de Direito das Famílias. 5. Ed.. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.
IV - aos colaterais.
Portanto, cada inciso do art. 1.829 refere-se a uma classe de herdeiros. Note
que no corrente diploma foi estabelecida a herança concorrente do cônjuge com
descendentes e ascendentes.
65
CRUZ, Paulo Márcio. Fundamentos do Direito Constitucional./ Paulo Márcio Cruz. / 2ª edição./Curitiba: Juruá,
2003.
66
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 4ª ed. Rev. Atual. E ampl. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007.
67
VENOSA, Sílvio de Salvo . Direito Civil : Direitos Reais . v. 5 . 12ª ed . São Paulo : ed. Atlas, 2003.
HERDEIROS COLATERIAS
Como exemplificado:
68
NOTA: INVENTÁRIO SUCESSÕES. DECISÃO QUE ESTIPULOU A INCIDÊNCIA DO ART. 1.790, INCISO III, DO
CÓDIGO CIVIL, COM A DETERMINAÇÃO DE HABILITAÇÃO DOS PARENTES COLATERAIS DO AUTOR DA HERANÇA.
EQUÍVOCO EVIDENCIADO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 1.829, INCISO III, E ART. 1.838, AMBOS DO CÓDIGO
CIVIL, A FIM DE VEDAR A DISTINÇÃO ENTRE CÔNJUGE E COMPANHEIRA SOBREVIVENTES PARA FINS
SUCESSÓRIOS. INTELIGÊNCIA DO ART. 226, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Com a promulgação da
Constituição de 1988 e a elevação da união estável à condição de entidade familiar para conferir-lhe maior
proteção do Estado, pode-se falar que a família é gênero, de que são espécies o casamento e a união estável. A
distinção aos direitos sucessórios dos companheiros - inciso III do art. 1.790 do Código Civil - viola o princípio
constitucional da igualdade, uma vez que confere tratamento desigual àqueles que, casados ou não,
mantiveram relação de afeto e companheirismo durante certo período de tempo, inclusive, contribuindo para
o desenvolvimento econômico da entidade familiar. Os Tribunais pátrios têm admitido à aplicação do art. 1.829
do Código Civil não só para o cônjuge, mas, também, para a companheira, colocando-as em posição de
igualdade na sucessão. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO.
(TJ-SC - AG: 20130579574 SC 2013.057957-4 (Acórdão), Relator: Gilberto Gomes de Oliveira. Data de
Julgamento: 11/06/2014, Segunda Câmara de Direito Civil Julgado) (grifos meus).(TJ-RS - AI: 70059080705 RS,
Relator: Jorge Luís Dall’agnol Data de Julgamento: 28/05/2014, Sétima Câmara Cível, Data de Publicação: Diário
da Justiça do dia 03/06/2014). (grifos meus).
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NOTA: Tendo a Constituição Federal, em seu art. 226, § 3º, equiparado a união estável ao casamento, o
disposto no art. 1.790, III, do Código Civil vigente colide com a norma constitucional prevista, afrontando
princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, resguardados na Carta Constitucional, razão para ser
negada vigência ao disposto legal. À união estável são garantidos os mesmos direitos inerentes ao casamento,
efeito que se estende ao plano sucessório, mormente no caso em exame onde autora e de cujus viveram more
uxório por três décadas, obtendo o reconhecimento judicial desta união como estável aos fins da C. F.
Inexistindo descendentes e ascendentes, é da companheira sobrevivente o direito à totalidade da herança,
excluindo-se os parentes colaterais. EMBARGOS INFRINGENTES ACOLHIDOS. SUSCITADO INCIDENTE DE
RESERVA DE PLENÁRIO. (SEGREDO DE JUSTIÇA). (Embargos Infringentes Nº 70027265545, Quarto Grupo de
Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: André Luiz PlanellaVillarinho, Julgado em 10/07/2009).
(TJ-RS - EI: 70027265545 RS, Relator: André Luiz PlanellaVillarinho. Data de Julgamento: 10/07/2009, Quarto
Grupo de Câmaras Cíveis, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 25/08/2009) (grifos meus).
sobrinhos, os irmãos recebem por cabeça e os sobrinhos por estirpe, em
representação dos genitores pré-mortos’’.
Sendo assim, para que exista a união estável entre duas pessoas é
necessário que haja convivência pública, contínua e duradoura, visando à
constituição de uma entidade familiar.
70
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 8: Direito de Família. 8ª ed. Rev. Atual. São Paulo:
Saraiva, 2014.
71
GIORGIS, José Carlos Teixeira. Arqueologia das famílias: da ginecocracia aos arranjos plurais. In: Direito das
Famílias: Contributo do IBDFAM em homenagem a RODRIGO CUNHA PEREIRA. Organização Maria Berenice
Dias. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
Prescreve o artigo 1723:
72
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 6: Direito de Família. 8ª ed. Rev. Atual. São Paulo:
Saraiva, 2011
IV- aos colaterais.
Segundo Hesse (1991)74, contudo, não ocorre com o cônjuge, pois não
havendo descendente ou ascendente, este terá direito a totalidade da herança. Não
terá que dividir com os colaterais do de cujus, conforme disposto no art. 1829 inciso
III.
73
GRISARD FILHO, Waldyr. Famílias Reconstituídas: novas uniões depois da separação. 2ª ed. Rev. E atual.
Editora Revista dos Tribunais. São Paulo, 2010
74
HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Tradução Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: S. A.
Fabris, 1991.
Importante salientar que o atual código não dispõe sobre o direito de
habitação do companheiro. No caso concreto, é necessário fazer uma aplicação
analógica do mesmo direito assegurado ao cônjuge.
INDIGNIDADE
Esta forma de exclusão pode atingir qualquer modalidade de sucessor, sendo eles
legais ou testamentários, desde que pratiquem qualquer dos atos previstos no artigo
1814 do Código Civil:
75
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, volume 6: Direito de Família. 8ª ed. Rev. Atual. São Paulo:
Saraiva, 2012, p.32.
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da
herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu
cônjuge ou companheiro;
DESERDAÇÃO
I - ofensa física;
II - injúria grave;
I - ofensa física;
II - injúria grave;
DA UNIÃO POLIAFETIVA
[...] ” O objetivo é assegurar o direito deles como uma família, com esse
documento eles podem recorrer a outros direitos, como benefícios no
INSS, seria o primeiro passo. A partir dele, o trio pode lutar por outros
direitos familiares". [...]