Fascículo3 - Inundações - Urbanas - V27 - 08 - 12
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2012
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - PHA2537 – Água em Ambientes Urbanos
Fascículo 3: Inundações Urbanas
Sumário
Introdução..........................................................................................................................2
Situação no Brasil............................................................................................................5
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Introdução
O ano de 2007 representou um importante ponto de controle para a população
mundial, pois a partir de então, metade da população mundial passou a viver em
centros urbanos (UN-Habitat, 2007). A figura 1 ilustra esta situação, mostrando a
porcentagem de urbanização de cada país, incluindo cidades grandes, com mais de 1
milhão de habitantes.
Figura 1: Porcentagem de urbanização de cada país e megacidades pelo mundo. Fonte: United Nations,
Department of Economic and Social Affairs, Population Division: World Urbanization Prospects, the 2011
Revision. New York 2012.
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concentrada, difundindo-os para além do espaço urbano (JATOBÁ, 2011). Segundo
estimativas do Fundo de População das Nações Unidas, a soma de todas as áreas
urbanas ocupa somente 2,8% da superfície terrestre (UNFPA, 2008), no entanto,
grande parte dos impactos ambientais tem sido gerada nestas áreas.
Dados da ONU mostram que o desenvolvimento de apenas 5% das cidades em
expansão tem planejamento (GENTLEMAN, 2007), e é esta falta de planejamento que
ocasiona grande parte dos impactos ambientais urbanos e também das situações de
risco à população. A urbanização é uma situação em que aumenta a exposição da
população aos riscos: ocupação humana em áreas de risco de desabamentos e
enchentes, poluição hídrica, poluição atmosférica, contaminações de água e solo por
produtos perigosos, geração de resíduos, são algumas situações às quais a sociedade
fica exposta (JATOBÁ, 2011). Muitas vezes, a falta de infraestrutura apropriada, com
condições básicas de habitabilidade, como redes de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, coleta de lixo, obras de contenção de encostas e drenagem de
águas pluviais aliadas às más condições de habitação agravam estas situações de risco
(JATOBÁ, 2011).
Como consequência da urbanização, a valorização da terra pressiona a ocupação
de áreas impróprias, o que propicia a formação de assentamentos humanos
inadequados, como invasões e favelas, com poucas áreas verdes e sem a oferta de
serviços básicos como abastecimento de água e coleta de esgoto. Muitas vezes, o leito
maior e às vezes o leito menor dos rios acabam sendo ocupados por edificações. A
urbanização também atrai contingente populacional, o que causa desagregação
cultural e perda de identidade com o local, o que dificulta a mobilização política. Além
disso, o Poder Público não costuma realizar planejamento a médio e longo prazo,
dando preferência para obras de grande visibilidade, que nem sempre resolvem
problemas importantes da cidade. Todos estes aspectos acabam por agravar alguns
problemas das grandes cidades.
Enchentes têm sua frequência e magnitude aumentadas devido à urbanização,
uma vez que a ocupação inadequada do espaço urbano causa impermeabilização do
solo, além de produzir obstruções no escoamento superficial, através de drenagem
inadequada, obstruções em condutos e assoreamento (TUCCI, 1999).
Um dos problemas relacionados à rápida urbanização é a sensibilidade às
enchentes, como resultado da concentração de pessoas em áreas suscetíveis à
inundação, falta de planejamento na gestão de águas urbanas, falta de planejamento
urbano, dentre outros (ZEVENBERGEN et al, 2008). A figura 2 mostra a situação das
inundações urbanas no mundo, de acordo com a população das cidades e de acordo
com a severidade das inundações, sendo as marcadas em vermelho as mais graves.
Na figura 2, é possível observar a região do sudeste brasileiro como uma região
que concentra tanto um contingente populacional expressivo, como situações severas
de inundações urbanas, as quais a população dessa região está acostumada a vivenciar
nas épocas de chuva.
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Figura 2: Situação das inundações urbanas no mundo. Fonte: United Nations, Department of Economic
and Social Affairs, Population Division: World Urbanization Prospects, the 2011 Revision. New York 2012
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Situação no Brasil
Figura 4: Episódios de cheia mais significativos no Brasil em 2011. Fonte: ANA, 2012.
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Causas de Enchentes Urbanas no Brasil
Figura 5: Caminhos da água de chuva em um ambiente urbanizado. Fonte: ICLEI BRASIL, 2011.
Figura 6: Produção de escoamento superficial de acordo com a impermeabilização do solo. Fonte: In Stream
Corridor Restoration: Principles, Processes, and Practices (10/98). By the Federal Interagency Stream
Restoration working Group (FISRWG) (15 Federal agencies of the U.S.) apud
www.nrcs.usda.gov/.../chap3/fig3-21.jpg
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renda, deixando de lado a gestão dos espaços onde se encontram populações menos
favorecidas. Áreas mais periféricas, onde o crescimento populacional é maior, sofrem
com problemas de invasão e ocupação de áreas de risco, como áreas com risco de
enchentes e escorregamentos, áreas perigosas especialmente nas épocas chuvosas.
Figura 7 mostra uma situação comum em áreas urbanas, a ocupação de áreas de
várzea, uma das causas de inundações urbanas.
A ocupação do leito de inundação dos corpos d’água no meio urbano configura
um dos maiores problemas de gestão das grandes cidades. As inundações são
frequentes e a parcela da população que ocupa estas áreas se vê frequentemente
afetada por estas enchentes, e ao mesmo tempo, não têm outra opção de moradia.
Configura-se uma situação de difícil equacionamento pelo Poder Público.
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O aumento da produção de sedimentos, seja pela produção de resíduos sólidos,
seja pelas atividades de construção, limpeza de terrenos, ou pelo carreamento de
sedimentos pelo escoamento superficial, pode causar assoreamento nos corpos d’água
e na micro e macrodrenagem, com redução da capacidade de escoamento dos
condutos. Adicionalmente, os fluxos de escoamento superficial apresentam alta
velocidade, em decorrência da impermeabilização, o que causa erosão, e,
consequentemente, mais produção de sedimentos (ICLEI BRASIL, 2011; TUCCI, 1999).
A elevada produção de lixo pelas cidades também é um problema, pois obstruir
canais de drenagem, ocupando espaços destinados ao escoamento. Além disso, a
presença de lixo torna as condições sanitárias das águas escoadas ainda piores (TUCCI,
1999; TUCCI, 2008).
A própria infraestrutura urbana instalada de forma desorganizada pode causar
problemas na drenagem, obstruindo os caminhos do escoamento com obras de
drenagem inadequadas, aterros, reduções na seção de escoamento, dentre outros.
Com a impermeabilização, há uma redução da infiltração no solo, o que aumenta os
volumes de escoamento superficial e diminui a recarga de aquíferos, o que pode
prejudicar a disponibilidade futura de água (TUCCI, 1999). A Tabela 1 mostra os efeitos
hidrológicos de vários problemas urbanos relacionados à inundações.
Além de todas estas causas, é preciso lembrar também que a gestão das águas pluviais
urbanas no Brasil tem sido feita com base em um princípio equivocado: a drenagem deve
retirar a água excedente o mais rápido possível do seu local de origem. Dentre as
consequências desta abordagem, pode-se citar:
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- Poluição Difusa: poluentes sem origem definida (metais pesados, óleos e
pesticidas) são diluídos nos escoamentos até os cursos d’água.
- Redução do escoamento básico: a impermeabilização das superfícies esgota
aquíferos ao reduzir sua recarga natural.
- Erosão e assoreamento: devido aos escoamentos em alta velocidade..
- Desperdício do recurso hídrico: A remoção de água pluvial impede que ela seja
utilizada para fins não potáveis, como lavagens de logradouros públicos, rega de
jardins ou harmonia paisagística (ICLEI BRASIL, 2011; TUCCI, 1999).
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Planejamento da Gestão de águas pluviais
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A gestão de águas pluviais sofre pressões das mudanças ocorridas na cidade,
como o aumento populacional, a criação de legislações mais rígidas de controle de
qualidade da água ou a ocorrência de episódios severos de chuvas têm imposto
desafios á gestão, o que justifica a necessidade de integração interdisciplinar e
também interinstitucional. A tabela 2 mostra as diferenças entre a abordagem
convencional e a gestão sustentável, que é a tendência atual.
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medidas estruturais têm elevado custo, o que não significa que este tipo de medida
seja descartável ou que seja evitada. Na verdade, o controle de enchentes deve
envolver a integração entre medidas estruturais e não-estruturais. Para algumas
situações, certamente soluções estruturais serão necessárias, mas elas devem ser
implantadas levando em conta o contexto da bacia, sendo racionalmente planejadas
(TUCCI, 1999).
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conjunto de calhas, que direcionam a água para um reservatório, disponibilizando-a
para usos residenciais não potáveis. Apesar de promissor, tanto pela simplicidade
como pelo potencial econômico, já que pode reduzir gastos nas contas de água, o
sistema requer manutenção constante e reforço de estruturas, o que pode
desencorajar sua instalação (TUCCI, 1995 apud SOUZA, 2004).
Há também o controle da cobertura vegetal. O reflorestamento de bacias pode
ter um alto custo associado, mas causa melhoria no sentido de interceptar parte da
precipitação, retendo água nas copas arbóreas e arbustivas, promovendo a
evapotranspiração. Quanto mais cobertura vegetal, menor o escoamento superficial
produzido no terreno, pois a cobertura vegetal propicia a infiltração no solo (SOUZA,
2004; TUCCI, 2007).
Medidas Estruturais Intensivas
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Medidas não-estruturais
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legislação brasileira de uso e ocupação do solo é exigente, mas não é devidamente
cumprida, sendo assim, são necessárias as medidas não-estruturais para
complementar a ação da legislação e das medidas estruturais no combate às
enchentes.
Um exemplo interessante a destacar é o Sistema de Alerta de Inundações de São
Paulo – SAISP, que realiza o monitoramento hidrológico da região metropolitana de
São Paulo, em parceria com o DAEE – Departamento de Água e Energia Elétrica,
através de uma rede telemétrica e de radares meteorológicos, com previsões
atualizadas a cada vinte minutos. O SAISP produz mapas hidrometeorológicos e
previsões de inundações para a região (PISANI; BRUNA, 2011).
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A mudança de mentalidade presente nestas ações está na essência da passagem
do modelo de gestão atual da drenagem urbana para um modelo mais sustentável de
gestão das águas pluviais urbanas.
É preciso introduzir conceitos novos nas escolas de engenharia, deixando de se
basear apenas em episódios do passado para criar soluções para os problemas de
enchentes, é preciso inovar, utilizar alternativas novas, como medidas não-estruturais,
infraestruturas “verdes”, e investir na gestão, e não apenas soluções estruturais para
controle de enchentes. Neste sentido, é importante que se combata a resistência dos
profissionais a mudança. Uma abordagem que pode ser promovida é a aplicação de
projetos-piloto, para avaliar a viabilidade de medidas estruturais e não-estruturais de
controle e prevenção de enchentes, pois eles fornecem base para o planejamento e
investimentos em maior escala.
Para que todas essas mudanças possam ocorrer, é preciso que aconteça uma
mudança na legislação, para que soluções alternativas sejam legalmente aceitas e
incentivadas, incluindo também uma maior regulação sobre as águas pluviais urbanas.
Uma preocupação adicional deve ser a redução dos custos de implantação das
soluções alternativas, através do incentivo de desenvolvimento do mercado de
fornecedores de equipamentos e de projetos.
Também é preciso reforçar a ideia de que o controle de enchentes não é realizado através
de ações pontuais, mas sim de um controle permanente e de ações integradas, com
fiscalização de possíveis violações da legislação e do ordenamento territorial, com a remoção
constante de famílias de locais de risco, com o encorajamento da participação da sociedade na
confecção dos Planos Diretores, com programas contínuos de comunicação e também com
obras estruturais (TUCCI, 1999). O quadro 2 resume algumas ações que levam à uma gestão
mais sustentável das águas pluviais urbanas.
Quadro 2: Ações que resultam nas melhores práticas de gestão de águas pluviais.
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A gestão dos recursos hídricos é de atribuição estadual, enquanto que a gestão
de uso e ocupação do solo é de atribuição municipal, bem como a gestão dos resíduos
sólidos gerados por uma cidade, ou a gestão de obras de microdrenagem, que também
é de atribuição municipal. É preciso ultrapassar a ideia de que a gestão de uso e
ocupação do solo e de infraestrutura urbana, como água, esgoto, transporte público,
gestão da micro e macrodrenagem, dentro outros, não têm relação com a questão da
água no meio urbano. Todas as esferas apresentam alguma relação. É preciso superar
a visão setorizada e fragmentada do planejamento urbano (TUCCI, 2008; SILVA;
PORTO, 2003).
Muitos municípios não possuem estrutura adequada para aplicar um planejamento
urbano adequado, integrado, não fragmentado. É necessária uma mudança nas
estruturas institucionais responsáveis pela gestão das águas pluviais, para que sejam
possíveis as ações transversais a diversas áreas responsáveis pelo planejamento e
operação da área urbana. É necessária, portanto, uma integração entre os diferentes
componentes que se relacionam com a água no meio urbano, nas diversas esferas de
gestão, de forma a se garantir não apenas a gestão integrada dos recursos hídricos,
mas também para garantir que não ocorram incompatibilidades entre as ações
voltadas à gestão dos recursos hídricos no meio urbano (TUCCI, 2008; SILVA; PORTO,
2003).
A questão das enchentes é um problema que envolve a integração de diferentes
esferas de gestão. É preciso promover a coordenação institucional na gestão das águas
pluviais, inclusive com criação de órgãos de coordenação, que tenham visão mais
ampla da drenagem urbana e também da gestão das águas municipais como um todo,
incluindo também abastecimento, coleta e tratamento de esgotos e gestão ambiental.
Por fim, é preciso superar a visão unitária do ciclo da água urbano, evoluindo
para uma visão mais complexa em termos de escala, interações e integração. Esta
evolução é um dor fatores que definirá a vulnerabilidade à enchentes das cidades do
futuro (ZEVENBERGEN et al, 2008).
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gestão ambiental municipal, promovendo o conceito de saneamento ambiental
integrado.
Em 1998, foi elaborado o Plano Diretor de Drenagem (PDD), o primeiro do País.
Este Plano resultou no diagnóstico das áreas com maior incidência de inundações, o
que possibilitou o mapeamento destas áreas e a priorização de intervenção nas
mesmas, incluindo projetos de drenagem e disponibilização de serviços de
atendimento emergenciais (PMSA, 2011). Foi também instituída a Política Municipal de
Gestão e Saneamento Ambiental.
Tanto o Plano Diretor de Drenagem, como a Política Municipal de Gestão e
Saneamento Ambiental, como Plano Diretor Municipal estabeleceram diretrizes
atualizadas e integradas quanto ao abastecimento de água, esgotamento sanitário,
manutenção de áreas verdes, coleta e disposição de resíduos sólidos, redução da
poluição, proteção das áreas de mananciais, assim como a promoção da educação
ambiental e participação social nos processos de tomada de decisão, o que
representou um avanço significativo para a gestão ambiental municipal.
Ainda, em 2011, o órgão também incorporou a gestão de riscos ambientais
através da Defesa civil do município (PMSA, 2011). A integração dos serviços de
saneamento ambiental por um único órgão municipal, fez com que a cidade de Santo
André aperfeiçoasse a distribuição de águas, a coleta e tratamento de esgoto, a
drenagem urbana, a gestão de resíduos sólidos e a gestão ambiental do município
como um todo. Esta mudança na gestão foi fundamental para um município que
possui uma grande parcela de seu território em áreas de mananciais (cerca de 55%) e
de proteção ambiental.
A gestão integrada dessas esferas do saneamento resulta na otimização dos
serviços, nas manutenções necessárias e proporciona melhores resultados ao próprio
município.
Com 15 anos, o SEMASA já pode promover algumas mudanças positivas. Dentre
os 70 pontos de alagamento identificados no PDD, 40 já foram solucionados (ICLEI
BRASIL, 2011 apud PMSA, 2011b). Com a realização dos serviços de saneamento pelo
próprio município, foi possível adequá-los à realidade local e ter maior independência
para executar as ações que a cidade necessitava. O modelo de gestão do saneamento
ambiental adotado por Santo André demonstra a importância de trabalhar de maneira
integrada as diversas esferas do saneamento e da gestão ambiental do município. Para
que os municípios planejem e alcancem cenários futuros com índices elevados de
qualidade ambiental, se faz necessária essa integração e visão holística das diversas
ações. A criação de leis, estabelecimento de diretrizes modernas, elaboração do plano
diretor de drenagem, e instituição de um órgão nos modelos do SEMASA pode ser o
início da mudança na gestão do saneamento ambiental que muitos municípios
brasileiros necessitam (ICLEI BRASIL, 2011).
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Referências bibliográficas
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