Forjamento Parte 1
Forjamento Parte 1
Forjamento Parte 1
AUTOR:
HÉLIO DE BRITO COSTA
FLORIANÓPOLIS, 1995.
ÍNDICE DO CAPÍTULO III
III. 1 - INTRODUÇÃO 1
III. 2 - FORJAMENTO LIVRE
III. 2.1 - Operações Unitárias de Forjamento
III. 2.2 - Recalque de Peças Cilíndricas
III. 2.3 - Recalque de Peças Prismáticas
III. 2.4 - Estiramento à Forja
III. 2.5 - Furação
III. 2.6 - Aspectos Tecnológicos do Forjamento Livre
III. 3 - FORJAMENTO EM MATRIZ
III. 3.1 – Generalidades
III. 3.2 - Métodos do Forjamento em Matriz
III. 3.3 - Características Tecnológicas das Peças Forjadas em Matriz
III. 3.4 - Operações Posteriores ao Forjamento
III. 4- EQUIPAMENTOS DE FORJA
III. 4.1 - Generalidades sobre Máquinas de Forjamento
III. 4.2 - Tipos de Máquinas para Forjamento
III. 4.3 - Martelos de Forja
III. 4.4 – Prensas
III. 4.5 - Máquinas Especiais de Forjamento
III. 5 - EXIGÊNCIAS DE MATERIAL E ENERGIA PARA O FORJAMENTO EM
MATRIZ
III. 5.1 - Classificação das Formas de Peças Forjadas em Matriz
III. 5.2 - Material Exigido
III. 5.3 - Trabalho de Forjamento em Matriz
III. 5.4 - Força de Forjamento
III. 5.5 - Força de Rebarbação e Furação
III. 6 - DEFEITOS EM FORJADOS
BIBLIOGRAFIA
CAPÍTULO III: FORJAMENTO
III. 1 - INTRODUÇÃO
(j) Cunhagem - operação, geralmente a frio e empregando matriz fechada ou aberta, que visa
produzir uma impressão bem definida na superfície de uma peça, sendo usada para fabricar moedas,
medalhas (Fig. III.2.2), talheres e outras peças pequenas, bem como para gravar detalhes de
diversos tipos em peças maiores.
(k) Fendilhamento - operação que consiste em separar o material, geralmente aquecido, por meio de
um mandril de furação provido de gume (Fig. III. 2.3-a); depois que a ferramenta foi introduzida até
a metade da peça, esta é virada para ser fendilhada do lado oposto.
(1) Expansão - operação que visa alargar uma fenda ou furo, fazendo passar através do mesmo uma
ferramenta de maiores dimensões (Fig. III. 2.3-b), geralmente se segue ao fendilhamento.
Como etapas de forjamento podem ser ainda executadas operações de corte, dobramento,
curvamento, torção, entalhamento, etc.
Fig. III. 2.2 – Cunhagem de medalhão Fig. III. 2.3 – (a) Fendilhamento e (b) Expansão de furo.
ln h1 ln h0 (III. 2.1).
h
0 h
1
Na prática, contudo, sempre existe um certo atrito entre as matrizes e a peça, o qual retarda o
deslocamento das faces do cilindro sobre as matrizes e gera assim uma elevação da pressão local na
interface, que cresce simetricamente desde as bordas do cilindro até o centro da interface (Fig.
III.2.4-b). Quanto maior o atrito (expresso, p.ex., como um coeficiente de atrito, ), mais elevada
será esta colina de atrito e maior será pressão média na interface, pr, que é o valor que mais
interessa para o cálculo da carga de forjamento. A Fig. III. 2.4.-c ilustra também que, para o mesmo
coeficiente de atrito, um cilindro da mesma altura, mas de maior diâmetro dá origem a uma colina
de atrito mais elevada a consequentemente a uma pressão interfacial média mais alta (5).
Em virtude do atrito, surgem regiões de escoamento restrito na peça, com forma
aproximadamente cônica, logo abaixo da interface com a matriz (Fig. III.2.5-a). Fora destas regiões
o material tem mais liberdade de escoar lateralmente e, em conseqüência, o cilindro forma um bojo,
tendendo a assumir forma de barril (Fig. III. 2.5.-b). Cilindros altos (a relação limite h/D no caso de
aços forjados a quente fica entre 1,4 e 1,6 (6)) tendem a formar dois bojos, um junto a cada base
(Fig. III.2.5-c). Trata-se de deformação heterogênea induzida pelo atrito.
Fig. III. 2.4 .- Distribuição da pressão interfacial no recalque de um cilindro: (a) sem atrito: (b) com
atrito e maior relação diâmetro/altura (D/h): d) dobramento da superfície lateral sobre as bases no
recalque com atrito de aderência (5).
Fig. III. 2.5: (a) Zona de fluxo restrito em um cilindro junto a interface com a ferramenta durante o
recalque e seu efeito sobre a forma que a peça assume: (b) Barrilamento de um cilindro baixo. (c)
Barrilamento de um cilindro alto (6).
Fig. III. 2.6: Fator de atrito no recalque de peças cilíndricas, em função do coeficiente de atrito e da
razão D/h.
O erro cometido pelo emprego das expressões III 2.3 a III. 2. 5, cuja dedução assumiu
deformação homogênea da peça, é minimizado assumindo-se que D representa um diâmetro médio
da peça recalcada, D , calculado com base no volume constante do cilindro:
. D . h1
2
V A .h
0 0
A. h1 (III. 2. 6)
4
Ao e A representam as áreas transversais inicial e média da peça recalcada, respectivamente (5).
Ao se avaliar a exeqüibilidade de uma operação proposta de recalque, a primeira
preocupação é se o ferramental pode suportar a pressão interfacial e a força total. A pressão média
na interface é:
pr = Qacs . ecs (III. 2. 7)
ecs e Qacs devem ser calculados para a geometria que prevalece no final da etapa de recalque
considerada, já que a pressão cresce continuamente (por causa do encruamento e/ou do efeito da
taxa de deformação, bem como do aumento da razão D/h). A força neste ponto (carga de
forjamento) é:
Pr = pr . A (III2. 8)
A é a área média da secção transversal da peça no final da etapa, calculada a partir da equação
III.2.6.
Nota-se que quanto maior a razão D/h e maior o coeficiente de atrito, , maior o volume das
regiões de escoamento restrito em relação ao volume total da peça, e maior será a pressão
necessária ao forjamento (Fig. III.2.7). Este aumento aparente da resistência é comumente
denominado “endurecimento geométrico’’. Quando as zonas de fluxo restrito começam a interagir
diretamente, verifica-se uma inflexão para cima na curva de pressão para recalcar em função da
redução da altura ou deformação”.
Fig. III.2.8: Tensões secundárias no plano que contém o eixo do cilindro, induzidas pelo
barrilamento durante o recalque: (a) peça baixa; (b) peça alta [6].
Outro problema que pode limitar o recalque é a f7ambagem das peças (Fig III.2.10-a), tanto
mais provável quanto major for a altura inicial em relação ao diâmetro. Por isto é conveniente
limitar a razão ho,/DO a 2 (Fig. III.2.11-a) Ademais, quando o atrito sobre as matrizes é muito baixo,
qualquer imprecisão na forma da peça pode fazer com que ela se deforme de modo enviesado
(distorção); portanto, em tais casos convém limitar a relação ho / Do a 1,5 [8].
Fig. III. 2.9- Trincas em peças recalcadas devido: a) exaustão da ductilidade na conformação a frio.
B) tensões trativas secundárias geradas pelo barrilamento no trabalho a quente [5].
Fig. III. 2.10: Peça (a) flambada, e (b) distorcida (enviesada), durante o recalque
Considerando a Fig III. 2 12, a mesma causa que impede o fluxo de material na direção de w
eleva a pressão interfacial mínima, necessária para manter o escoamento plástico, de cerca de
15,5% sobre a tensão de escoamento em compressão uniaxial (compressão simples), mesmo nas
bordas das interfaces peça-matriz. Na presença de atrito, sugerida pela "colina" na distribuição de
pressão local, a pressão de recalque será igual ao valor médio desta distribuição de pressão, dado
por:
pr = ecp. Qacp (III. 2 9)
onde: ecp ( 1,155. ecs) é a tensão de escoamento em compressão plana a Qacp é o fator de
atrito em compressão plana. Sob condições de atrito coulombiano, ,
Qacp = (h / .b). {exp (.b / h) - 1} (III 2. 10)
Para valores do produto .b / h não superiores a 0,6 a expressão III. 2. 10 pode ser
aproximadamente calculada por:
Qacp = 1 + b/(2h) (III. 2.11)
Se, porém, as condições forem de aderência na interface,
Qacp = b /(4. h) + 1 (III. 2. 12)
A Fig. III. 2.14 mostra a variação de Qacp com a relação b/h para diferentes condições de
atrito [5]. A carga de forjamento será:
Pr = pr. br w (III. 2. 13)
Onde: w é suposto constante e b é um valor médio calculado a partir da constância de volume da
peça e da altura para a qual a carga é calculada.
Um exemplo freqüente deste tipo de recalque é o achatamento da extremidade de uma barra
ou pino [5].
Fig. III. 2.13: (a) Divisores de fluxo e alteração de secções transversais (a) quadradas e (b)
retangulares durante o recalque [2]. (c) Aspecto assumido por uma secção transversal inicialmente
quadrada de um tarugo, após o início do recalque [7].
Fig. III. 2.14: Variação do fator de atrito em compressão plana (Qap) com a relação (b/h) e com o
coeficiente de atrito [5].
Fig. III.2.15: Esquema do estiramento à forja de uma barra prismática por mordidas sucessivas.
Fig. III.2.16: Formas sucessivas que assume uma barra prismática, ao ser parcialmente estirada à
forja, mantendo a secção quadrada ao final [8].
Fig. III.2.19: Risco de flambagem quando a relação entre a altura e a largura da secção a ser forjada
for maior que 3,5:1.
Fig. III.2.21: (a) Estiramento e (b) alargamento de peça tubular curta sobre mandril [7].
Fig. III.2.22: Estiramento de peça tubular longa sobre mandril, em uma prensa hidráulica [7]
Para fins de análise, considere uma peça prismática de secção retangular (altura inicial ho,
largura inicial wo) sendo mordida por um par de matrizes alinhadas de face plana e espessura b
(Fig. III. 2.23). Durante a operação o material tende a deslizar ao longo da superfície das
ferramentas, tanto na direção X1 como na direção X2; portanto surgem tensões de atrito na interface
ao longo de ambas as direções, opondo-se ao movimento do material (Fig. III. 2.24).
Além das forças de atrito, o deslocamento de material na direção X2 (alargamento, ou
expansão lateral) encontra também oposição do material adjacente que está fora da zona de
deformação, em consequência, quanto maior a relação w/b, mais o estado de deformação da peça
tende à biaxialidade (ou seja, deformação plana com 2 = 0, de acordo com a Fig. III.2.23).
O alargamento em uma operação de estiramento à forja pode ser convenientemente medido pelo
seguinte índice [1]:
w1
s w ln w0
(III.2.14)
h
ln h0
h1
Tem-se assim que, se s = 1, toda a deformação ocorre como alargamento, enquanto s = 0
indica que ocorre puramente alongamento.
Fig. III.2.24: Tensões de atrito e fluxo do material no estiramento com deformação plana [6].
Encontrou-se que s depende principalmente da chamada razão de mordedura, b/wo, de
acordo com a expressão:
s = (b/wo) / (1 + b/wo) (III.2.15)
A partir da definição de s (III. 2.14) a largura média final da peça pode ser estimada por:
Para fins práticos considera-se estado plano de deformações sempre que w/b > 10 [1, 5].
Contudo, é preciso notar que os elementos de volume da zona deformada junto às faces laterais da
peça (face 1 na Fig. III. 2.23) não ficam sujeitos à mesma restrição ao deslocamento lateral que os
elementos situados mais no interior, e por isto sofrem inevitavelmente alguma expansão lateral. Ou
seja, a deformação neste processo sempre apresenta alguma heterogeneidade, com um alargamento
da peça - mesmo quando insignificante para fins práticos - que incide especialmente sobre os
elementos de volume adjacentes às bordas laterais. Assim, estes elementos ficam com 2 > 0,
enquanto que os elementos de volume mais centrais da zona deformada apresentam 2 = 0 e 1 = -3
(estritamente, deformação plana). Por conseguinte o estiramento (alongamento) desses elementos
mais laterais é 1 = - 2 - 3, menor que o dos elementos mais centrais, os quais interagem com
aqueles procurando desfazer a diferença de deformação. A Fig. III.2.25 ilustra que entalhes
previamente introduzidos nas faces laterais de uma peça se abririam durante o estiramento da
mesma, por causa dessa interação, indicando que surgem tensões secundárias trativas na direção
junto às faces laterais. Mesmo em peças não entalhadas estas tensões trativas têm a possibilidade de
originar fissuras nas bordas laterais, especialmente na presença de defeitos preexistentes que podem
se ampliar como trincas [6].
Tal como no recalque, o atrito nas interfaces gera zonas de escoamento restrito no volume da
peça, junto às interfaces com as ferramentas (Fig. III. 2.26), tornando ainda mais heterogênea a
deformação e causando bojamento nas faces laterais e na frontal. Quando a redução de espessura é
grande e o barrilamento intenso, surgem tensões secundárias trativas paralelas à direção X 3 nos
bojos (tal como ocorre em cilindros recalcados, Fig. III 2.8), as quais, se suficientemente intensas e
encontrando condições favoráveis no material (p. ex., defeitos nas bordas, segregação intensa,
inclusões), podem gerar profundas trincas longitudinais (plano X1-X2) a partir das faces [6].
O valor local da pressão nas interfaces cresce das bordas para o centro ao longo das direções
X1 e X2 (colinas de atrito). Com deformação plana, tem-se ao longo de b uma distribuição de
pressão semelhante a mostrada na Fig. III. 2.13.
Fig. III. 2.25: (a) Faixas de material lateral, que sofre alargamento ao ser estirado; (b) entalhes
introduzidos nestas regiões; (c) abertura desses entalhes em razão das tensões secundárias trativas
que se desenvolvem naquelas faixas durante o estiramento [6].
onde: Qicp é o fator de endentação (ou de deformação heterogênea) em compressão plana, que
pode ser determinado aproximadamente [1] pela expressão:
Qicp = 0,8 + 0,2.(h/b) (III. 2.19)
Válida para h/b entre 1 e 9. Para valores maiores de h/b, o fator Qicp estabilizar-se-ia em
torno de 2,6 (cf. Fig. 11. 8.5) [5]. Na prática, contudo, é preciso notar que a deformação
heterogênea quando h > b gera tensões secundárias trativas longitudinais (paralelas a Xd no
interior da peça (cf. Fig. II.8.4-b), as quais oferecem o perigo de trincamento do material; por isto é
conveniente limitar o valor inicial ho/b a no máximo 3 [5,6]. Este motivo requer a adoção de
valores elevados de b no estiramento de peças grandes (p. ex., lingotes), o que aumenta a área
resistente (= b.w) e exige máquinas poderosas, tais como grandes prensas hidráulicas, com
capacidades que podem chegar à faixa de 50.000 tf . A carga de forjamento será:
Pc = pe.b.w (III.2.20).
Fig. III.2.26: (a) Regiões de escoamento restringido no material devidas ao atrito durante o
estiramento à forja; (b) Forma tridimensional esquemática de uma destas regiões, adjacente à matriz
inferior [6].
Fig. III.2.27: (a) Início do processo de furação; (b) fluxo de material durante a operação; (c) tensões
trativas secundárias que surgem na peça [2].
Peças mais espessas, em que o arredondamento da borda de entrada do furo poderia se tornar
demasiado, são furadas simultaneamente a partir de ambos os lados [2, 5] (Fig III.2.30). Podem
também ser furadas com um punção oco, sem conicidade, tendo a extremidade com a parede
reforçada (para reduzir o atrito nas superfícies laterais) ou levemente biselada (para facilitar a ação
de corte) (Fig. III.2.31) [2]; neste caso parte do material deslocado flui para o interior do punção,
formando um tarugo, e o restante escoa para fora, alterando as dimensões da peça.
Fig. III.2.28: Abertura de um furo passante com auxílio de um punção flutuante maciço [2].
Fig. III. 2.29: Furação de peça delgada usando anel de corte [2].
Fig. III. 2.31: Furação com punção oco: (a) com extremidade reforçada; (b) com extremidade
biselada [2].
O material de partida é usualmente preparado por corte a frio (bitolas de até 300 mm) ou
cisalhamento (bitolas de até 150 mm) a frio ou em temperaturas na faixa de 300 a 4000C para
materiais mais duros; ou ainda, no caso de bitolas muito grandes por meio de quebra de blocos
previamente entalhados, ou por oxi-corte [2, 8]. Para o aquecimento existem diversos tipos de
fornos, intermitentes ou contínuos. O óxido que comumente se forma na superfície das peças
(carepa) deve ser removido antes do forjamento (usualmente por quebra a remoção com ar
comprimido), para evitar problemas como incrustações na superfície das peças e desgaste das
matrizes [8].
Fig.III. 2.34 - Uso de uma ferramenta anular para formar uma pega para tenazes na base de uma
peça durante o recalque [8].
Quando se parte de lingotes fundidos, que são extensamente usados para o forjamento livre
de grandes componentes, é necessária uma grande quantidade de deformação a quente, para se
eliminar totalmente qualquer traço da microestrutura bruta de fundição (lingotismo).
A maioria das operações de forjamento livre não requer lubrificação, exceto pelo uso de
pequenas quantidades de pó de carvão (ou, eventualmente, serragem de madeira) em operações de
furação, para evitar, pela queima em contato com o metal aquecido, a aderência dos punções em
furos profundos [2, 8].
A título de exemplo, a Fig. III. 2.35 ilustra as etapas do forjamento livre de um grande
gancho a partir de um bloco laminado de secção quadrada em uma prensa hidráulica [2]
Fig. III. 2.35 - Etapas da fabricação de um gancho de grandes dimensões. (a) Estiramento prévio da
barra, com rolamento, (b) conformação do corpo, com recalque prévio do trecho a ser curvado, (c) e
(d) etapas de pré - dobramento; (e) e (f) curvamento da porção central; (g) acabamento lateral; (h)
limpeza da peça pronta com maçarico de oxicorte (escarfagem) (i) gabarito deslocável para
verificação das secções transversais [2].
A Fig. III.2.36 ilustra uma grande alavanca interfìxa, e a Fig. III.2 37 as etapas principais da
sua fabricação [2]. Tratando-se de uma peça que, além dos furos, não exigirá qualquer usinagem
posterior, necessita cuidado especial no forjamento para ter assegurada a sua precisão dimensional
Forja-se diretamente sobre urna barra laminada de secção quadrada, com auxilio de um
manipulador, pequeno veículo automotivo possuindo a frente garras capazes de segurar a peça a
forjar, elevá-la, deslocá-la, gira-la e posicioná-la corretamente na zona de trabalho, em uma prensa
hidráulica.
A primeira operação, não mostrada, consiste no estiramento da barra até atingir a secção
inicial maior da alavanca. Em seguida, abrem-se, por meio de cunhas, sobre a prensa, entalhes para
delimitar os trechos da barra que serão adicionalmente estirados (etapas a e b). Executa-se então
esse estiramento e, ao se rebater o deslocamento transversal, dá-se também uma inclinação lateral à
peça (c). Para fazer o arredondamento da cabeça o forjador dá uma série de pancadas leves,
recuando a peça um pouco após cada uma; no decorrer desta operação a peça é girada de 90 0, para
rebater novamente o deslocamento transversal, e de 180°, para garantir a simetria. A rebarba que
resulta é removida com auxílio de uma talhadeira acanelada (f) Da mesma maneira se procede ao
cortar a peça da barra e produzir a outra cabeça Se em qualquer etapa o material se resfria abaixo da
temperatura adequada para o forjamento, é preciso reaquecê-lo. Finalmente, procede-se a limpeza
da peça e a usinagem dos furos.
Fig. III.3.1: Matrizes múltiplas para a execução de etapas sucessivas do forjamento de peças
complexas.
Fig. III. 3.4 – Etapas sucessivas de forjamento de uma peça em matriz: (a) barra inicial; (b) após
distribuição de massa; (c) dobrada; (d) pré-conformada (esboçada); (e) acabada.
Fig. III. 3.5: Distribuição da pressão na cavidade das matrizes durante o forjamento de uma pá de
turbina (a) sem formação de rebarba, e (b) com formação de rebarba.
Fig. III. 3.6: (a) Esquema da zona de formação da rebarba em uma matriz de forjamento; (b)
Detalhe da mesma; (c) Vista em corte da cavidade das matrizes, mostrando inclinações laterais,
raios de arredondamento e distribuição da pressão.
Fig. III. 3.7: Dobramentos intermediários no forjamento de virabrequins: (a)com alongamento da
peça e redução da secção; (b) sem alongamento nem redução da secção; (c) com defasamento (5).
Fig. III. 3.8: Curva típica da variação de pressão de forjamento com o curso da matriz móvel, no
forjamento com formação de rebarba.
Fig. III. 3.9: Processos básicos de movimentação de material no forjamento em matriz: (a) recalque
sem alargamento; (b) recalque com alargamento; (c) ascensão (extrusão inversa).
No projeto desta etapa procura-se dimensionar a rebarba de modo que a extrusão do metal
através da garganta seja mais difícil do que o preenchimento do mais intrincado detalhe das
matrizes; mas isto não deve ser feito em excesso de modo a criar cargas de forjamento intensas
demais, com os consequentes problemas de desgaste ou quebra das matrizes. O ideal é projetar a
relação de rebarba (b/h) mínima necessária para o total preenchimento das matrizes.
A rebarba da forma final é removida em uma operação posterior de rebarbação,
representando uma perda inevitável de material no processo (Fig. III. 3.4-e).
Na etapa de conformação final é útil distinguir dois processos básicos de movimentação de
material:
(i) Recalque: redução da altura inicial com escoamento de metal perpendicularmente à direção
do movimento das matrizes; chama-se alargamento quando ocorre uma grande movimentação
transversal de material sob atrito.
(ii) Extrusão: escoamento de material numa direção paralela à do movimento das matrizes. Quando
o sentido do movimento do material é contrário ao do trabalho, tem-se a extrusão inversa ou
ascensão, que geralmente aumenta a altura da peça a envolve um grande deslocamento de material
sob atrito; neste caso são requeridas tensões elevadas na garganta da rebarba, para possibilitar a
ascensão completa do material na matriz [l] (Fig. III. 3.9).
Valores recomendados para a espessura da garganta da rebarba, obtidos a partir dos
resultados experimentais do estudo de grande número de peças forjadas, podem ser calculados pela
expressão:
h 0,015 A pe
Onde: Ape é a área da peça forjada projetada num plano perpendicular à direção de forjamento sem
incluir a rebarba.
Quando essa área projetada for circular pode-se usar:
h = 0,015 Dpe
Onde: Dpe é o diâmetro da área projetada, sem rebarba.
As pré-formas constituem a fase mais difícil e mais crítica do projeto do forjamento. Um
projeto adequado garante um escoamento sem defeitos, o preenchimento total da matriz e a mínima
perda de material por rebarba.
No projeto de pré-formas observam-se usualmente os seguintes princípios [l]
(i) A área da cada secção transversal ao longo do comprimento da peça deve ser igual à área da
secção final com a rebarba;
(ii) Os raios de todas as concavidades da pré-forma devem ser maiores do que os raios
correspondentes na forma final;
(iii) A secção transversal da pré-forma deve ser mais alta e mais estreita que a secção final, de modo
a acentuar o escoamento de recalque e minimizar o de extrusão.
Idealmente o escoamento na etapa final de acabamento deve ser apenas lateral em direção as
paredes da matriz, sem cisalhamento longitudinal nas interfaces peça - matriz, a fim de minimizar o
atrito, a carga de forjamento e o desgaste das matrizes.
Fig. III. 3.10: (a) Formação de dobras em torno de cantos vivos salientes; (b) Desenho correto da
matriz, com cantos salientes arredondados; (c) Fluxo do material em torno do canto vivo.
(04) Todas as superfícies paralelas à direção de forjamento devem ser inclinadas (Fig. III .3.13) .
MOTIVO: Facilitar a remoção das peças desde a matriz, à qual de outro modo poderiam ficar
aderidas. A inclinação das superfícies internas de peças ocas é indispensável no forjamento a
quente, pois com o resfriamento e contração elas aderem às saliências da matriz, só podendo ser
retiradas com dispositivos especiais. A inclinação das superfícies externas também é importante
porque a matriz, uma vez retirada a carga, recupera-se elasticamente, tendendo a prender a peça.
Os valores usuais de inclinação (ângulo de saída) ficam em torno de 30 a 6° para forjados de
aço a quente (Fig.III.3.6-c) e são fixados por normas, como a NBR 8999 (*). Em casos especiais
(matrizes bipartidas e/ou providas de ejetores, etc.) é possível minimizar ou mesmo dispensar o uso
de tais inclinações.
Fig. III. 3.11: Forjamento de um volante (a) em configuração desfavorável; (b) em configuração
adequada, com arredondamentos a variação progressiva da espessura da alma.
Fig. III. 3.12: Formação de uma dobra durante o forjamento de uma peça.
Fig. III. 3.13: Forma incorre to (a) a correta (h) da cavidade das matrizes para o forjamento de uma
peça nervurada.
(*) Norma NBR 8999 da ABNT "Forjados do aço a quente em matriz fechada - tolerâncias
dimensionais e afastamentos permissíveis". Outras publicações da ABNT que tratam do forjamento
são as normas NBR 6188. 6325. 6915 (matérias primas) 8549. 8638 (peças forjadas) 8641
(tratamento térmico) e a especificação EB 391 (Forjados de aços carbono para construção naval).
(05) Devem ser evitados fundos (paredes normais à direção de forjamento) finos. MOTIVO: Fundos
finos são regiões onde o fator de atrito é elevado (relação b/h alta) e o resfriamento do material é
rápido (no forjamento a quente); ambos os fatores elevam muito a pressão de forjamento. É
vantajoso, também, tornar os fundos mais espessos no sentido do deslocamento do material
(Fig.III.3.11).
(06) As espessuras de paredes, ressaltos a nervuras, obtidos por elevação de material da matriz,
mantêm uma relação direta com a altura dos mesmos (altura de elevação).
MOTIVO: Na ascensão do material a resistência devida ao atrito cresce com a relação
perímetro/área transversal; além disso, numa nervura fina o material (trabalhado a quente) se resfria
mais rapidamente, aumentando ainda mais a resistência (tal como nos fundos finos). Quanto maior a
altura, maior a espessura mínima a maior o raio de arredondamento da base da nervura.
(07) Deve-se evitar peças com grande assimetria de forma e de volume.
MOTIVO: Tais peças têm a tendência de saltar fora da matriz; se possível devem ser forjadas duas
a duas, cortando-se depois o forjado ao meio (Figs.III.3.14 e 111.3.15).
Fig. III.3.14: Exemplo de peça assimétrica: cabeça de martelo(a), forjada aos pares, que são
posteriormente secionados no plano indicado (b).
Fig. III.3.15: Exemplo de peça assimétrica: biela (a), de que se podem forjar duas ou mais por vez,
conforme as disposições mostradas em (b), (c) e (d) [8].
(10) A rebarba deve ser posicionada no local mais adequado à sua remoção posterior e ao
preenchimento total da cavidade da matriz.
Obs: A linha da rebarba situando-se num plano horizontal simplifica e diminui o custo das matrizes
e das ferramentas de rebarbar e deve ser colocada numa posição tal que o seu preenchimento seja
mais difícil que o de qualquer recesso das matrizes (Fig. III. 3.18; III.3.19).
Fig.III. 3.18: Exemplo de posicionamento da rebarba influindo na qualidade da peça: (a) posição
desfavorável; (b) posição que assegura boa qualidade, mas implica em matrizes muito caras; (c)
solução intermediária, com melhor desempenho que (a) e menor custo que (b).
Fig. III. .3.19: Exemplo de rebarba ("flash") reversa: virabrequim forjado.
(11) Sempre que possível convém subdividir peças complicadas em partes simples a serem forjadas
individualmente e depois unidas por algum processo adequado (p. ex.: soldagem).
MOTIVO: Simplificar e possibilitar maior precisão às operações de forjamento, eliminando
também a necessidade de se empregar um único material para toda a peça (o que resulta em
economia, no caso dos materiais caros).
(12) Sempre que for necessário as peças recebem sobre medidas para usinagem.
Obs.: A usinagem de peças forjadas limita-se em geral às superfícies de ajuste, acoplamento ou
deslizamento e aos furos, bem como serve para eliminar defeitos superficiais e variações nas
medidas: as sobre medidas correspondentes devem ser as menores possíveis, não só para poupar
material, mas também para manter o material superficial, que em peças forjadas a quente tem
normalmente granulação mais fina e melhores propriedades mecânicas que as do núcleo.
(13) A precisão do forjamento leva em conta o efeito da contração térmica das peças (no caso de
trabalho a quente) e de certo grau de desgaste das matrizes.
Obs: No caso de forjamento a quente a cavidade das matrizes é sempre um pouco maior (0,75 até
2%, em casos extremos) do que as medidas finais da peça. Tais tolerâncias são previstas em normas
como a NBR 8999 da ABNT e a DIN 7550.
Fig. III.3.20: Anel de rolamento forjado em duas operações, (a) a (b) rebarbado com o ferramental
mostrado em (c). Em (d), a peça pronta. p significa "linha de partição".
Fig. III.3.21: Rebarbação (a e c) a furação (b e d) de peças forjadas em matriz. Em a e b só uma das
ferramentas tem gume de corte; em c e d ambas o têm.
Para melhorar o acabamento superficial, empregam-se [7, 8’9] - tamboreamento - com peças
pequenas e sem reentrâncias;
- jateamento com areia ou com granalha de aço - remove completamente as crostas de óxido
(carepa), tendo, porém o inconveniente de amassar e esconder pequenas fissuras superficiais
eventuais;
- decapagem química - fornece uma superfície em que qualquer defeito porventura remanescente
pode ser facilmente detectado; contudo, variações na espessura da crosta de óxido podem tornar
difícil a obtenção de uma superfície completamente limpa; e é necessário um tratamento de
neutralização após a decapagem, para remover os resíduos do agente decapante, que poderiam vir a
corroer o metal da peça.
Finalmente, para melhorar as propriedades mecânicas das peças forjadas utilizam-se
tratamentos térmicos diversos, selecionados em função do material da peça e dos resultados
visados.
(*) Consultar as Tabelas III.A (Características de Martelos e Prensas) e III.B (Materiais Típicos de
Matrizes para Processos de Conformação) no final do capítulo III.
Verifica-se, assim, que o forjamento em martelos exige maior quantidade de trabalho do que
o forjamento da mesma peça em qualquer tipo de prensa.
Outro fator a ser considerado é o rendimento da máquina, que pode ser definido pela
relação:
Trabalho efetivamen te consumido na conformaçã o
m Trabalho fornecido pelo acionament o da máquina
O rendimento (m) depende de fatores como o motor, sistema de acionamento, atrito nas
guias, condições de trabalho, ou seja, a exploração plena ou parcial das possibilidades da máquina.
Seus valores variam entre limites suficientemente amplos para que não se possa, em princípio,
encontrar apenas com base neste critério um tipo de máquina nitidamente mais vantajoso do que os
outros. A tabela III.4.2. mostra valores para o rendimento das diversas máquinas de forjamento.
Tabela III. 4. 2 - Rendimento de diversas máquinas de forjamento [9].
Máquina Rendimento (m)
Martelos de queda livre 0,2 a 0,5
Martelos pneumáticos 0,05 a 0,55
Prensas de fricção 0,1 a 0,45
Prensas de manivela 0,2 a 0,65
Prensas hidráulicas 0,1 a 0,6
(b) PRENSAS:
(b.l) Prensas Hidráulicas;
(b.2) Prensas Mecânicas:
(b.2.1.) VERTICAIS:
- Prensa de excêntrico;
- Prensa de manivela;
- Prensa de fricção.
(b.2.2.) HORIZONTAIS:
- Recalcadoras (forjadoras, encabeçadoras) horizontais.
- Máquinas de forjar.
Martelos de Forja
São, em princípio, as máquinas mais baratas para o forjamento em matriz, apresentando
grande versatilidade e segurança de trabalho, em virtude da possibilidade de se repartir a
conformação entre diversos golpes, sem risco de sobrecarga [8, 9].
Há diferentes tipos construtivos de martelos, que se podem agrupar da seguinte forma:
- verticais
- Martelos de Contragolpe
- horizontais
Fig. III. 4.l: Representação esquemática de um martelo de bigorna. Tem-se: (a) Travessão com o
sistema de acionamento ou elevação; (b) Montantes com guias; (c) Urso; (d) Bigorna; (e) Fundação;
(f) e (g) Matrizes; (h) Base.
p .S
v 2.H g
m e
(III.4.6)
m
A fim de se evitar solicitações excessivas da estrutura, a velocidade máxima é mantida na
faixa de 5 a 7m/s; entretanto, essas velocidades podem ser obtidas com cursos sensivelmente
menores do que no caso de martelos de queda livre, sendo por isto os martelos de duplo efeito mais
rígidos e compactos.
Contudo, somente são usados para elevadas exigências de energia, quando os de bigorna se
tornam inviáveis. Para as menores capacidades de trabalho, os martelos de contra golpe são
antieconômicos. A Fig. III. 4.8 mostra os campos de aplicação dos diversos tipos de martelos.
A chabota inferior possui um peso cerca de 2 a 5% maior que a superior, para que ambas se afastem
de per si, e permaneçam afastadas, após cada golpe.
Fig. III. 4.4: Funcionamento esquemático de um martelo de tábua. (a) Posição baixada, (b) Posição
levantada.
Fig. III. 4.5: Mecanismo de elevação da massa cadente, utilizados em martelos de queda [4].
Fig. III. 4.6: Corte de um martelo pneumático com comando por um distribuidor único. 1- árvore de
manivela; 2- Compressor; 3- Cilindro do martelo; 4- Êmbolo; 5- Distribuidor; 6- Bigorna, 7- Selim
de forjamento.
A transmissão do movimento a chabota inferior é conseguida por fitas de aço (até aprox.
40.000kgfm (Fig. III.4.7) ou hidraulicamente (para maiores capacidades -Fig. III. 4.9) .
A quantidade de trabalho (energia de impacto) pode ser expressa por:
Wi = (1 / 2) (ml + m2) v2 (III.4.7)
onde: (ml, m2 = massas das chabotas)
Fig. III. 4.7 - Marte1o de contragolpe de acionamento por cilindro superior e acoplamento dos ursos
por fita de aço. Modelo Bêché. A - Urso superior e haste do êmbolo: b - Urso inferior, c - fita de aço
múltipla, d - Polias, e Amortecedores de borracha, f - Distribuidor.
Fig. III. 4.8 - Campo de aplicação dos martelos (martelos de queda e de duplo efeito) e martelos de
contra golpe.
Fig. III. 4.9 - Martelo de contragolpe com transmissão hidráulica do movimento do urso superior
(acionado) ao inferior. Sistema Schloemann. Quando o urso superior (b) desce, os êmbolos (a)
deslocam a massa líquida (c), que faz subir o êmbolo (d) elevando o urso inferior (e). As diferenças
de seção dos dois cilindros dos êmbolos (a) e do cilindro do êmbolo (d) asseguram a igualdade das
velocidades dos dois ursos.
Fig. III. 4.10 – Prensa hidráulica de quatro colunas e um cilindro. (a) Cilindro. (b) Êmbolos; (c)
Travessão porta-cilindro. (d) Coluna (e) Mesa. (f) Carro. (g) Cilindro de retrocesso e (h) Êmbolo do
mesmo.
onde Mt = torque;
e = excentricidade;
= ângulo do excêntrico em relação ao ponto morto inferior (Fig. III. 4.13).
Admite-se como capacidade nominal (força máxima admissível) a força disponível quando o
excêntrico está a 300 do seu ponto morto inferior (PMI).
A estrutura da prensa deve ser então, dimensionada com base nessa força.
O diagrama de trabalho da operação deve, evidentemente, situar-se abaixo do diagrama de
força disponível da prensa (Fig. III.4.13).
Fig.III. 4.15- Vista em corte de uma prensa de cunha. a) Excêntrico; b) Cunha de acionamento; c)
Carro; d) Mesa; e) Sem fim de variação do curso; f) Coroa em que engrena esse sem fim. A cunha,
em seu movimento alternativo, desloca o carro, que desliza em guias na armação da prensa e na
cunha. A coroa “f” se situa sobre uma bucha excêntrica cuja rotação permite, então, aumentar ou
diminuir a excentricidade do elemento a.
Fig. III. 4.16 - Representação esquemática do sistema de acionamento de uma prensa de joelho e
diagrama de força disponível em função da posição angular do excêntrico.
Fig. III.4.20: Forjamento de um bujão com a cabeça sextavada, sem inclinações numa prensa de
fricção. a e b são as matrizes e c é o ejetor.
Fig. III. 4.24a - Vista em corte de uma recalcadora horizontal (máquina de forjar), com separação
horizontal das morsas.
Fig.III. 4.24b - Vista de uma recalcadora horizontal com separação horizontal das morsas.
Fig. III. 25 - Automatização do forjamento em máquinas de forjar, com separação vertical das
morsas, por meio de tenazes de transporte de material em processamento.
Fig. III.4.26 - Laminador de forja com eixos em balanço. a) Laminador (detalhe da zona de
trabalho); b) Detalhe dos segmentos; c) Peça produzida (Pré-forma).
Fig. III. 4.27 - Laminador de forja com eixos porta-segmentos bi-apoiados.
Fig. III.4.29 – Recalque livre de uma barra em uma recalcadora elétrica. A barra a recalcar é
depositada fria entre as mandíbulas abertas, A, da máquina. Depois de fechadas as mandíbulas,
entra em ação o carro, B, que empurra a barra de encontro a bigorna, C. Estando a bigorna e as
mandíbulas ligadas aos pólos de um transformador, D, ao ser estabelecido o contato entre a barra e
a bigorna, é fechado o circuito e a corrente, passando através da barra, aquece-a à temperatura de
recalque. A bigorna recua permitindo grande recalque.
Fig. III.4.30 - Forjamento de válvula. Solução “a” é conseguida numa máquina de forjar
(recalcadora horizontal convencional), e demanda três etapas intermediárias, em virtude dos
problemas de f1ambagem do material. A solução “b” requer apenas uma distribuição de massas,
feita numa recalcadora elétrica e o forjamento final é feito numa prensa de fricção.
Fig. III. 4.31 - Recalcadora elétrica vertical. a) Cilindro de recalque; b) Cilindro de compensação do
volume recalcado; c) Morsas de fixação da barra; d) Bigorna; e) Cilindro de acionamento das
morsas.
As recalcadoras elétricas dispõem da possibilidade de regulagem bastante precisa da
temperatura de forjamento, e são produzidas em versões horizontal e vertical. A versão vertical,
usada para a produção de peças de pequeno tamanho, é bastante compacta, sendo usada em
associação com uma prensa, na qual se processa a conformação final (3). A figura III. 4.31 mostra
uma dessas máquinas, com acionamento óleo-hidráulico.
Fig. III. 4.33 - Laminador vertical de anéis de quatro estágios. Esquema de funcionamento.
Fig. III. 4.34 - Princípio de funcionamento de uma máquina de forjamento rotativo.
Fig. III. 5.1: Classificação das formas das peças forjadas, segundo Spies.
TABELA III.5.1 - Valores usuais de Mo/Mi para aços, em função do equipamento aquecedor.
Fornos de mufla, a óleo 3 a 4%
Fornos a óleo 2,5 a 3%
Fornos de mufla, a gás 2,5 a 3%
Fornos a gás 2 a 2,5%
Fornos elétricos 1 a 1,5%
Fornos de alta freqüência 0,5 a 1%