O Brincar e o Aprender Na Educação Infantil
O Brincar e o Aprender Na Educação Infantil
O Brincar e o Aprender Na Educação Infantil
O BRINCARSAÚDE
E O APRENDER NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Copyright © Portal Educação
91p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-66104-54-7
CDD 370.3078
SUMÁRIO
Curiosidade:
Naquela época, a criança era vista como adulto em miniatura. Vestia-se como um
adulto e o acompanhava como se fosse um. Chegava-se ao ponto de aos sete anos de idade
receber uma carteira de identidade “jurídica”, pois ela era reconhecida como um ser competente
o suficiente para tomar decisões, e principalmente como alguém capaz de trabalhar.
A infância era um período muito breve. Assim que a criança já fosse capaz de se
movimentar com mais autonomia, e que não precisasse dos cuidados maternos em tempo
integral, ela passava a pertencer oficialmente ao mundo dos adultos. 5
Mais adiante chega a Revolução Industrial, trazendo para a história uma transformação
tecnológico-científica. E junto com ela uma reestruturação na família que
por sua vez, passa a desenvolver uma consciência pedagógica, moral e
espiritual com seus filhos. E é exatamente aqui que pela primeira vez surge
a “criança-aluno” e não mais a “criança-adulto”. Deste modo, a infância é
legitimada sob um olhar de proteção, afeto e socialização (em um meio escolar).
Com o amadurecimento desse processo na sociedade, é que mais uma vez o conceito
de infância sofre mais uma metamorfose. Agora trazido por uma experiência de socialização, em
que a infância vem munida de fantasia, de sentimento, de intuição, de corporeidade, de
linguagem e de lógica, é que enfim se está diante de um “sujeito social” e/ou da chamada
infância recuperada. Aqui a criança vai à busca do conhecimento, da criatividade e do pensar!
Atualmente a criança tem identidade própria, logo possui seus direitos assegurados
pelo poder Público do Estado.
Sugestão de Leitura:
A criança marca e é marcada pelo meio social em que vive. Assim, ao interagirem
neste meio, elas revelam suas percepções através de brincadeiras e expressam seu
conhecimento através das múltiplas linguagens. A escola vem a contribuir imensamente para
este desenvolvimento.
Mas esse é um processo que ocorre lentamente ao longo do tempo, pois no início a
escola era basicamente assistencialista, atendendo principalmente os orfanatos e as classes
populares, cuja intenção era sanar certas carências tanto das crianças como das famílias. Não
se considerava questões ligadas à cidadania e a princípios de igualdade e liberdade.
Curiosidade:
Mas foi no século XX que a educação infantil teve seu verdadeiro salto. E foi através
da implementação da LDB 9394/96 que foram estabelecidas diretrizes a serem alcançadas em
nosso país. Então esta é a primeira etapa da educação básica com o objetivo de tratar do
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade. (Seguem no final deste módulo
os principais tópicos da LDB).
Citação:
“O trabalho direto com as crianças pequenas exige que o professor tenha uma
competência polivalente. Ser polivalente significa que ao professor cabe trabalhar os conteúdos
de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos
específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente
demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional que deve tornar-se, ele
também, um aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares,
dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o
trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com
as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação.” (RCNEI, 1998, p. 41)
No título III, do Direito à Educação e do Dever de Educar, artº, IV, afirma que: “O dever
do Estado com a educação pública será efetivado mediante a garantia de (...) atendimento
gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade.” Creches para
crianças de zero a três anos e pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade.
A frase citada anteriormente: “A criança marca e é marcada pelo meio social em que
vive”, revela uma perspectiva sociointeracionista. Na qual a pré-escola não é mais aquele local
onde os pais simplesmente deixam seus filhos enquanto trabalham para se tornar então um local
onde há uma proposta pedagógica que reconhece na criança um sujeito histórico-social que é
capaz de produzir conhecimento.
9
Curiosidade:
Lev Vygotsky (1896- 1934) psicólogo russo morreu aos 37 anos de tuberculose. Seus
estudos giravam em torno de diferentes áreas como: a arte, a literatura, a lingüística, a filosofia,
a neurologia, o estudo das deficiências e a educação. Suas maiores contribuições foram às
teses sobre: relação indivíduo/sociedade, sobre as funções psicológicas do homem e sobre o
cérebro, visto como órgão principal da atividade mental, entre outras.
Citação:
Progresso
LDB – Leis
Escola
de Diretrizes
assistencialista
+ e Bases 10
+
Modernização
Escola para a
+
burguesia
- socialização
- atendimento aos cuidados essenciais e ao desenvolvimento de sua identidade
Volume 1: Introdução
13
Todo trabalho do qual se almeje resultados é regido por metas ou objetivos. O RCNEI
apresenta objetivos para a educação infantil em seus três volumes:
0 a 3 anos de idade:
Ter uma imagem positiva de si, agindo de acordo com suas potencialidades e
limitações
Reconhecer e enfrentar situações de conflitos, utilizando recursos internos e
respeitando as demais crianças
Valorizar a cooperação e a solidariedade, compartilhando vivências e
desenvolvendo atitudes colaborativas
Brincar
Adotar hábitos sobre o cuidado com o corpo como; higiene, alimentação,
conforto e segurança
Reconhecer e compreender que faz parte de um grupo, no qual deve seguir
regras de convívio social respeitando a todos
Cada criança possui sua bagagem histórica social, com capacidades inatas, afetivas,
emocionais e cognitivas, que ao somar com novas aprendizagens, que ocorrem através da
interação com o outro e com o meio, ela cresce, se desenvolve e influencia o ambiente em que
vive.
Para compreender o motivo destes objetivos e para que se suceda uma aprendizagem 15
real, se apresentará as fases de desenvolvimento proposta por Piaget.
Sensório-motora
Pré-operatória
Operatório-concreto
Operatório-formal
1) Etapa sensório-motora
Vai do nascimento aos dois anos de idade aproximadamente. Nela, o bebê baseia-se
exclusivamente em percepções sensoriais e em esquemas motores para resolver problemas,
que são essencialmente práticos: bater numa caixa, jogar uma bola ou objeto qualquer, etc.
Neste período, embora a criança já tenha um princípio inteligente ela ainda não possui um
pensamento formulado, no qual, por exemplo, se evoca o passado ou fala-se sobre o futuro. Ela
está presa no aqui e agora, no presente. Para conhecer o que lhe cerca, lança mão de
esquemas sensório-motores: pega, balança, joga, bate, morde... Formando assim os conceitos,
percebendo os objetos que balançam, os que não balançam, os que são pesados, os que são
leves e assim por diante. E estes esquemas também são usados para conhecer as pessoas.
Curiosidade:
Você sabia, que nesta fase, por volta dos cinco meses de idade, se um objeto que um
bebê estiver brincando for coberto por um pano ou simplesmente sair do campo de sua visão,
ele dirige imediatamente sua atenção para outro ponto, como se este objeto estivesse deixado
de existir? E é só por volta dos oito meses que se dá conta que o objeto continua ali, debaixo do
pano ou em outro lugar. Então ele passa a experimentar o prazer de esconder este objeto e
descobri-lo inúmeras vezes!
2) Etapa pré-operatória
A etapa pré-operatória, que segue aproximadamente entre os dois até os sete anos de
idade, é essencialmente marcada pelo aparecimento da linguagem oral. Esta fase também é
fundamentalmente representacional (simbólica) onde suas ações seguem uma ordem elaborada
mentalmente.
Neste momento a criança tem a atenção voltada para si, marcando esta fase com o
egocentrismo (pensamento centrado no ego, no sujeito), o que proporciona um pensamento
lento restrito e concreto.
Outra característica desta fase é o animismo. Este termo indica que a criança atribui
sentimentos e intenções, o que é próprio do ser humano, a objetos e animais. Por exemplo, diz
que uma parede é má, por ela ter escorregado e ter batido a perna na parede.
As crianças de dois a sete anos têm imensa dificuldade para elaborar, entender e 17
cumprir regras.
3) Etapa operatório-concreta
Há três operações intelectuais importantes que mais se desenvolvem aqui, que são a
seriação, a conservação e a classificação.
4) Operatório-formal
A principal característica desta etapa que gira a partir dos doze anos aos dezesseis 18
aproximadamente, é o fato do pensamento se tornar livre das limitações da realidade concreta.
Isso leva a capacidade de desenvolver o raciocínio lógico e dedutivo.
Devido à grande seriedade que se deve ter em relação ao ato de educar, é que se
citou anteriormente que iriam ser expostos no final deste módulo os tópicos da LDB, os quais
interferem mais na educação infantil. Para que se tenha a oportunidade de refletir principalmente
sobre a ação do professor, bem como sobre as mais diversas situações das escolas espalhadas
sobre o país.
Da Educação
SEÇÃO I
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe
a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base
na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre
que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de
transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as
normas curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive
climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o
número de horas letivas previsto nesta Lei.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de
acordo com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo
de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais,
quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino
fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase
anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola,
que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na
série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento
escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do 20
currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com
níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de
ensino em seus regimentos;
VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu
regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigido a freqüência mínima de
setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de
conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações
cabíveis.
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação
adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do
estabelecimento.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições
disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do
disposto neste artigo.
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma
parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo 21
da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade
social e política, especialmente do Brasil.
§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis
da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente
curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população
escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos.
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena,
africana e européia.
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da
quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a
cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as
seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino
promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de
cada região, especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e
interesses dos alunos da zona rural;
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do
ciclo agrícola e às condições climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
TÍTULO V
CAPÍTULO I
Da Educação Infantil
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e
registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental.
TÍTULO VI
Dos Profissionais da Educação
“O brincar não é uma preparação para nada, é fazer o que se faz em total aceitação...”
(Maturana, 2004, p. 231). O Brincar é a mais bela forma de linguagem inocente de uma criança.
Esta é uma atividade que quando realizada espontaneamente, é vivida só no presente, com total
entrega, cuja atenção é voltada para ela própria e não para seus resultados.
25
Winnicott (1896 – 1971) psicanalista inglês, afirma que brincar é sinal de saúde, pois
quando uma criança está bem, sempre irá buscar uma atividade lúdica. Ele ressalta que as
brincadeiras também podem ser úteis para detectar problemas físicos e psicológicos, isso
porque quando uma criança brinca, ela expressa sentimentos e pensamentos.
Um brinquedo
O que é um brinquedo?
Sem alegria
Sem história.
(TOQUINHO, 1987)
2.1 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
Brincar é uma ação que permeia toda a história da humanidade. Aristóteles classificou
a evolução do homem em três períodos:
Mas somente depois de muito tempo é que a ONU (Organização das Nações Unidas)
instituiu no artigo 31 da Convenção dos Direitos Humanos o seguinte: “Toda criança tem direito
ao descanso e ao lazer, a participar de atividades de jogos e recreação apropriadas à sua faixa
etária, usufruindo livremente da vida e das artes”. (ONU, 1995).
Isto quer dizer que o adulto responsável por uma criança deve oportunizar o direito de
brincar. A forma com que se viabiliza este direito é simples, basta deixar que a criança explore
um determinado objeto ou brinquedo, que a deixe livre para criar e com afetividade e respeito se
pode até interagir com os pequeninos de maneira a tornar o ambiente confortável e feliz.
É logo nos primeiros dias de vida que um bebê começa a brincar. Quando ele
responde aos estímulos de sua mãe com risos ou com o olhar, ele está se comunicando através
do brincar.
Porém, há ocasiões em que à própria criança solicita não só aos professores, mas
também aos pais ou familiares que entrem na brincadeira com elas, o que é muito salutar, pois
vem a reforçar os laços afetivos. A criança sente-se ao mesmo tempo prestigiada e desafiada
quando existe um adulto brincando. Este, por sua vez pode levar a criança a fazer descobertas e
a viver experiências que tornam o brincar mais rico.
Mas também existe outra situação, onde o pedagogo pode e deve direcionar atividades
onde as brincadeiras tenham um espaço determinado, com materiais determinados e
principalmente com objetivos específicos a serem alcançados. Aí sim cabe uma intervenção
pedagógica intencional.
Sugestão de Leitura:
Amar e Brincar Fundamentos esquecidos do humano
Humberto Maturana e Gerda Verden-Zoller
29
A música tem um caráter importantíssimo no mundo infantil, pois ela se faz presente
antes mesmo da palavra, já na vida intra-uterina, que o futuro bebê consegue ouvir sons, como
as batidas do coração da sua mãe. Mas tarde, se percebe que o próprio corpo produz diversos
sons. E à medida que vai se desenvolvendo pode despertar interesse por instrumentos musicais
ou simplesmente cultivar o hábito de cantar e até dançar.
Vygotsky afirmava que a criança ao brincar criava uma situação imaginária onde
sempre existiam regras.
Em sala de aula, à medida que o lúdico é vivenciado e valorizado, a criança passa a ter
oportunidade de interagir com o outro e com o conhecimento.
Veja o que Kichimoto fala sobre este universo.
Citação:
"(...) brincando(...)as crianças aprendem(...) a cooperar com os companheiros(...),
A obedecer às regras do jogo(...), a respeitar os direitos dos outros(...), a acatar a
autoridade (...), a assumir responsabilidades, a aceitar penalidades que lhe são impostas(...), a
dar oportunidades aos demais(...), enfim, a viver em sociedade."
(Kichimoto, 1993, p. 110)
Universo Lúdico
Brincar
Convêm aqui fazer um alerta sobre os brinquedos eletrônicos. É claro que num
primeiro instante as crianças acham interessante um carrinho que faz mil representações ao
apertar o botão do controle remoto, mas logo elas dispersam. Isto ocorre porque este tipo de
brinquedo não desperta a criatividade e tão pouco a estimula a continuar brincando. Portanto, é
válido fazer uma seleção criteriosa dos brinquedos a serem apresentados para a criança.
Os brinquedos não precisam ser sempre industrializados. Pelo contrário, quanto mais
diversificados melhor. É muito prazeroso para a criança se seus pais ou professores puderem
confeccionar com ela, por exemplo, um jogo de boliche utilizando material reciclável, com
garrafas plásticas, jornal e meias velhas. Além de tudo, ainda estará desenvolvendo a
consciência sobre a preservação do meio ambiente, algo tão discutido atualmente.
Outro brinquedo que sempre gera muita discussão entre pais, educadores e psicólogos
são as “arminhas”, espadas e revólveres. Estas armas de brinquedo por si só não fomentam a
violência. Para que uma criança tenha um comportamento agressivo é necessário que haja um
conjunto de fatores envolvidos. Não adianta simplesmente os pais não comprarem armas de
32
brinquedo, porque em um breve instante o faz-de-conta da criança pode transformar sua mão
em um revólver, ou seja, não é com essa atitude que a violência irá deixar de existir. O que os
pais podem fazer é não incitar a violência e sempre manter um diálogo aberto dentro de casa e
isso vale para a escola também.
2.4 BRINQUEDOTECA
Os brinquedos disponíveis devem ser os mais variados possíveis. Eles devem ser
novos, usados, de madeira, de pano, de plástico, feitos com sucata, antigos e modernos.
Também devem ter jogos, livros, CDs, instrumentos musicais,
fantoches, fantasias, argila, acessórios em geral, materiais
33
alternativos (sucata), materiais para recorte e colagem, giz de
cera, lápis de cor, tinta... E claro, para crianças de diversas
idades.
Curiosidade:
Você sabe quando surgiu a brinquedoteca? A brinquedoteca surgiu pela primeira vez
nos Estados Unidos em 1934. E no Brasil foi em 1973 com um Sistema de Rodízio de
Brinquedos e de Materiais Pedagógicos, ou seja, muitos brinquedos foram centralizados e
passaram a funcionar como uma biblioteca de brinquedos. Já pensou em algo semelhante para
sua escola?
- Brinquedoteca escolar: é uma sala aonde os alunos vão para brincar e retirar
brinquedos para levar para a casa, exatamente como uma biblioteca
Para montar uma brinquedoteca é necessária uma sala grande, ventilada, bem
iluminada, com banheiros e bebedouros adaptados ao tamanho das crianças e
preferencialmente com área externa com areia e espaço para correr e pular. Além é claro de
poder contar com uma equipe de profissionais com formação adequada a cada função, como; o
pedagogo, o recreacionista e o brinquedista.
Toda criança brinca? Não. Nem todas as crianças têm a felicidade de brincar. Por quê?
Precisam trabalhar
São proibidas, pois tem que tirar notas altas
São adultos em miniatura 35
Tem déficit lúdico
Pode fazer barulho ou bagunça e acaba atrapalhando o adulto
Estes são apenas alguns exemplos que ainda ocorrem. A sociedade e o poder público
devem atentar-se a estes fatores, para que cada vez mais sejam cumpridos os direitos das
crianças. Veja o que diz a Declaração universal dos direitos da criança.
Citação:
"... A criança deve ter todas as possibilidades de entregar-se aos jogos e às atividades
recreativas, que devem ser orientadas para os fins visados pela educação; a sociedade e os
poderes públicos devem esforçar-se por favorecer o gozo deste direito". (Declaração universal
dos direitos da criança, 1959)
Curiosidade:
Curiosidade:
Platão dizia que corpo é um lugar transitório da existência no mundo de uma alma
imortal.
Cada um de nós somos corpos. Nosso corpo é a primeira fonte de conhecimento de
nós mesmos. É um instrumento de aprendizado, pelo qual percebe a si e ao mundo que nos
cerca. Quanto maior a consciência corporal maior será a percepção externa.
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos, estando o corpo
ocupando um espaço no ambiente, vai captando imagens, recebendo sons, sentindo cheiro,
sabor, dor e calor, em constante movimento. O corpo é o seu centro, o seu referencial, para si
mesma, para o espaço que ocupa e para com o outro. É com o corpo que se aprende e se
37
comunica através do choro, do mamar, do rir...
É através do corpo que se lê o mundo, que lhe dá um significado e que se relaciona.
Este corpo é o resultado da interação entre a nossa percepção individual e a imagem
social. Este fato pode levar a aceitação ou a recusa do próprio corpo. E nesta recusa, podem
ocorrer transtornos fisiológicos ou psicológicos. Já a aceitação demonstra maturidade e/ou
equilíbrio frente aos estereótipos existentes na sociedade mesmo enquanto criança pequena.
Sendo assim, cabe a escola disseminar a noção de diversidade e estimular a auto-estima.
É fundamental que os professores tratem cada aluno pelo nome, bem como assegurar
que todos conheçam o nome um do outro. Para isso, podem-se utilizar inúmeras atividades
como as brincadeiras e cantigas de roda em que se pode inserir o nome das crianças,
proporcionando além de um ambiente lúdico um ambiente seguro e prazeroso.
Observe a postura de Rafael Yus, que trata de uma educação integral holística, e veja
se esta se assemelha a sua realidade ou não.
Citação:
Esta educação integral dos sentidos vai muito além da preocupação em aumentar a 38
capacidade sensorial das pessoas; pois envolve todo um processo de educar perceptivamente,
interiorizando objetos, emitindo juízos, levando à imaginação e à consciência. Dessa forma, essa
educação proporciona ao indivíduo um maior conhecimento de seu corpo, sensibilizando-o cada
vez mais à singularidade de suas sensações e permitindo uma maior identidade corporal.
Esquema corporal é a consciência de que o corpo tem uma linguagem própria, que tem
o dom de comunicar-se consigo mesmo e com o outro. Quando a criança consegue desenhar
seu corpo é porque ela já o tem internalizado, ou seja, ela já possui uma imagem mental
representativa.
Este se constrói à medida que a criança reconhece e percebe como funciona cada
parte de seu corpo, e também se dá quando ela tem uma consciência inicial da dimensão do
esforço necessário para realizar uma determinada ação.
Não basta que a criança apenas saiba nomear as partes de seu corpo oralmente. É
preciso que ela o vivencie, que ela o perceba e o sinta, sabendo controlá-lo sempre que
necessário.
Em sala de aula há inúmeras atividades que podem ser feitas para a criança iniciar seu
autoconhecimento. Eis algumas sugestões:
Citação:
“A linguagem do corpo implica supor que há uma linguagem que pertence ao corpo e
outra que não é do corpo, segunda seria a linguagem da palavra. Portanto, haveria duas
linguagens, ou muitas mais: a linguagem do tônus muscular, a linguagem das posturas, a
linguagem das atitudes, a linguagem da coluna vertebral, a linguagem da língua, etc.” (Levin,
2000, p.80)
Citação:
41
2.7 SHANTALA
Por que ao nascer muitos bebês ganham um quarto cor-de-rosa sendo menina e azul
sendo menino? Por que ainda existem escolas só para meninas e outras só para meninos?
Para começar esta conversa, é preciso deixar claro que brincadeira não tem sexo. E
que meninos e meninas têm direitos iguais. A criança deve ter a oportunidade de vivenciar
diferentes papéis, para que esta experiência venha contribuir na formação de sua identidade.
Até pouco tempo atrás (e se vê ainda hoje) a moral era muita rígida e opressora. Hoje
estamos em um período de transição, onde conceitos e referências estão mudando, alguns
evoluindo outros se perdendo. Mas o fato é que há mudanças na maneira de pensar e agir.
Romper com idéias antigas como, por exemplo: “menino não chora” e “não brinca de
boneca” e aquela idéia que o menino tem que resolver tudo batendo, chutando, agredindo...
Realmente exige muita dedicação e tempo, pois desfazer algo que vem marcando gerações
através da história não é algo tão simples.
Mas esta desigualdade entre os sexos vem mudando gradativamente. À medida que a
mulher foi se inserindo no mundo do trabalho, vários aspectos da referente à
família também foram se modificando e evoluindo.
Muitas vezes o menino dentro de casa observa a figura paterna
cuidando de seu irmãozinho mais novo, dando a mamadeira, ou simplesmente
dividindo os afazeres domésticos com a mãe, e isto certamente refletirá em
alguma brincadeira, pois se sabe que muitas vezes ela imita o cotidiano do adulto. Então é
possível encontrar um garoto brincando de boneca, sendo que ele apenas estará fazendo uma
releitura de seu presente e projetando seu futuro, uma vez que haja, quando adulto, a
possibilidade de um dia ser pai.
Quem já não ouviu a seguinte frase? “Menino troca chuteira por sapatilhas!” Há um
número muito pequeno, mas existem meninos que se encantam pelas piruetas do balé e
enfrentam o desafio e o preconceito ao exercer algo que gostam. Em nenhum momento este
gosto ou esta aptidão para o balé interfere em sua sexualidade.
O mesmo acontece com a menina. A idéia que ela deve sempre ter uma postura
delicada, brincando somente de casinha e de boneca remete a um tempo em que se acreditava 43
que a única alternativa a qual esta menina tinha quando ficasse adulta era de ser mãe e/ou de
ser esposa. Em nenhum momento se está desmerecendo estes papéis, apenas se estão
questionando quais podem ser as expectativas para o futuro de uma menina, além do que diz a
história, já que hoje tudo está evoluindo.
É de se questionar porque uma menina não pode ter a experiência de brincar de
carrinho se em seu dia-a-dia ela não só vê, mas vivencia sua mãe dirigindo para levá-la para
escola? E por que não querer que a menina experimente jogar futebol se ela vê na TV uma
seleção feminina de futebol ganhar medalhas nos jogos Pan-Americanos?
O preconceito e o medo de alguns pais que seus filhos possam se tornar homossexual
acaba interferindo inclusive na escola. E é na escola que se pode e se deve iniciar um trabalho
de desmistificação dessa idéia. Afinal, o tipo de brincadeira não tem influência sobre a opção
sexual, uma vez que as crianças nem pensam sobre isso, elas querem apenas se divertir
brincando.
Então, a escola pode proporcionar maior integração entre os sexos não só através de
atividades específicas, mas principalmente pela postura dos professores e até mesmo através da
organização da sala de aula. A questão de gênero pode fazer parte da proposta curricular da
escola.
A formação da identidade ocorre tanto em casa quanto na escola. Mas a diferença está
que na escola, isto é tratado a partir de objetivos específicos de acordo com a faixa etária.
Embora a descoberta do corpo, as observações de atitudes dos adultos e as referências que se
tem a partir de um modelo de masculinidade e feminilidade ocorrem a todo instante,
independente de tempo e lugar.
Esta questão vem sendo observada em diversos setores. Na literatura infantil já se tem
histórias em contextos diferentes. Apresentando personagens onde a menina é esportista ou
jornalista. O que facilita aos professores selecionar as histórias que possam contribuir para
formação de seus pequeninos.
Outro ponto importante é a escolha e a disposição dos brinquedos em sala de aula.
Primeiramente eles nunca devem estar separados em caixas anunciando: brinquedos para as
meninas (bonecas, ursinho...) e de outro lado brinquedos para os
meninos (carrinho, bola...) eles devem estar misturados, para que
cada criança tenha a liberdade de escolher com o que deseja brincar
naquele momento. E ainda deve-se levar em consideração a mensagem que passam
determinados brinquedos, ou seja, se na sala de aula só se têm bonecas tipo magra e loira de 44
cabelos lisos e nunca bonecas pequenas e negras ou com cabelos ruivos. Vale
questionar sobre os estereótipos que estão sendo passados de forma sutil e até
inconsciente.
Sendo assim, cabe aos professores discutirem as relações de gênero para
que se encontre formas de ressignificar a própria história.
Para ter claro o conceito de algumas palavras que aparecerão neste módulo, começou-
se buscando no dicionário a definição de símbolo, que significa por analogia, aquilo que
representa ou substitui alguma coisa. E simbolismo conceitua-se como uma expressão realizada
mediante símbolos.
Da mesma forma com que a criança cria suas fantasias, o adulto mesmo sem 45
perceber, está a todo o tempo simbolizando coisas. Na literatura, na arquitetura, nas artes e no
dia-a-dia, em situações bem rotineiras se está fazendo representações simbólicas. O Cristo
Redentor, por exemplo, o que passa para a sociedade brasileira? E a Estátua Liberdade o que
passa para os americanos? Um cristal, o que transmite? A História das Mil e uma Noites? O que
passa? Cada uma dessas citações é repleta de simbolismo, cada qual vista por inúmeros
ângulos.
3.1 INTERAÇÃO
A interação de crianças de idade diferentes, bem como com crianças que possam 46
apresentar alguma necessidade especial, vem a contribuir imensamente para o processo de
desenvolvimento e aprendizagem. Lembrando que se deve levar em consideração a
característica de cada criança no momento de agrupá-las e de organizar as atividades, que
deverão atender simultaneamente a individualidade de cada uma e o perfil do grupo como um
todo. Há momentos que será necessário agrupar crianças que se encontram em nível
semelhante de desenvolvimento e em outros momentos a necessidade será de agrupar crianças
com níveis de desenvolvimento diferentes.
Então o professor pode viabilizar situações de conversas orientadas onde haja troca de
experiências, em que a criança possa expressar seus pensamentos e sentimentos, dando
espaço e tempo para que cada uma também possa confrontar e reformular seus conhecimentos.
Quando uma criança constrói uma regra para boa convivência do grupo, ela está
demonstrando certo amadurecimento ou pelo menos uma disposição para a cooperação. Isto faz
com que ela perceba e se responsabilize pelos seus atos. As sanções criadas para os momentos
em que as regras não são cumpridas podem partir tanto das crianças quanto do professor. Com
o passar do tempo, as regras estabelecidas podem ser reconstruídas, à medida que não são
mais necessárias, pelo fato de todos ou a maioria da turma já terem automatizado tal regra ou
simplesmente porque há outros combinados que precisam ser adotados.
Sendo assim, pode-se dizer também que a boa convivência necessita de um equilíbrio
emocional, que por sua vez depende da qualidade das manifestações afetivas do meio, em
especial dos vínculos estabelecidos entre o professor e entre as crianças.
Para facilitar a interação com a criança o professor pode agir a partir das observações
dos itens abaixo: 47
Vygotsky traz a interação como ponte para o aprendizado. Isto se traduz da seguinte
maneira: Quando uma criança consegue realizar algo sozinha, ou seja, sem a ajuda do outro,
Vygotsky denomina este estado como zona de desenvolvimento real. E quando fala da zona de
desenvolvimento potencial, se refere à capacidade da criança em realizar tarefas com a ajuda do
adulto. E por fim conceitua-se de zona de desenvolvimento proximal à distância entre aquilo que
a criança consegue executar sozinha com iniciativa e autonomia e aquilo que ela realiza com a
ajuda de um adulto ou de outra criança que já possui tal habilidade.
Desta forma fica evidente que a interação vai além de aproximar crianças de diferentes
idades e ao se tratar da escola, o professor deve conhecer estas premissas para promover a
interação e a mediação do conhecimento.
Veja esta frase do artista espanhol, Pablo Picasso (1881-1973) ao se referir ao pintor
renascentista Rafael Sanzio, ele revela o valor do desenho dos pequeninos.
Citação:
“Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para aprender
a desenhar como as crianças". (Picasso) 48
O homem em sua origem, sempre utilizou o desenho como uma linguagem, registrava
a sua história nas pedras, nas cavernas e nas árvores.
Hoje as crianças já nascem em um ambiente onde o desenho está presente a todo
instante, nas imagens da televisão, nos rótulos de produtos, nas placas nas ruas, nos jornais,
etc.
Uma das características mais importantes do desenho infantil é sem dúvida a
espontaneidade. No desenho livre a criança exterioriza o que está pensando naquele exato
instante.
Sem que ninguém tenha que ensinar, ela pega um lápis e já sai rabiscando o que vê
pela frente, parede, móveis... Sendo que, ás vezes, pega até o batom da mãe. Há um prazer
gigantesco em deixar sua marca, seja aonde for.
Porém, há crianças que num primeiro momento se esquivam, ou seja, demonstram
resistência para desenhar, por não saberem se expressar graficamente ficam com medo. Mas
quando um professor percebe este comportamento ele pode estimular seu aluno apenas
agrupando-o, uma vez que a criança veja o seu colega desenhando ele pode passar a se
motivar, pois em grupo há troca de experiências e com isso os estímulos podem vir a ser
mútuos.
O desenho também pode ser dirigido. O professor pode solicitar que desenhem a
história que ele acabou de contar. Ou ainda que desenhem algo que acabaram de vivenciar.
Então, embora a imaginação seja livre o tema é específico. Isto implica na capacidade de criar
imagens mentalmente e em seguida representá-las.
É importante que o professor solicite que a criança relate a sua produção, pois é algo
muito pessoal e volátil, uma vez que o significado dado a cada desenho muda de tempo em
tempo.
O desenho propicia...
Sugestão de leitura:
Para maior compreensão da evolução gráfica de uma criança, segue abaixo as fases
do grafismo, que são um parâmetro e não algo rígido que toda criança deve passar. Lembrando
que esta acompanha os estágios de desenvolvimento segundo Piaget.
Rabiscação
(2 anos)
- Percebe o meio com subjetividade
- Procura imitar tudo e todos
- Observa os movimentos
- Demonstra curiosidade e desejo em explorar objetos
- Apresenta coordenação motora grossa
- Leva tudo a boca
Garatuja
1. Garatuja desordenada
Chama-se desordenada por se aproximar muito da rabiscação. A criança rabisca
em diferentes direções, ora os traços são fortes ora são leves. Gostam muito de fazer
movimentos circulares com o braço, o que faz com que se repitam muitos rabiscos em forma
de círculos variando em tamanho.
Ao desenhar, começa a explorar as cores, geralmente opta por cores mais fortes, pois
elas “aparecem” mais no papel.
2. Garatuja controlada
Aqui a criança passa à controlar um pouco mais seus movimentos. Tenta dar vida aos
antigos círculos fazendo animais ou pessoas. Começa a aparecer um sentido no que produz. E o
mesmo desenho pode ter mais de um significado.
3. Garatuja intencional
Nesta terceira categoria, surge mais um elemento além da tentativa da figura humana
de um animal. Este vem dar idéia de contexto, de cena, muito embora isto ainda se pareça mais
com rabiscos só que carregado de significado.
É também neste período que a criança começa a narrar o que desenha, explicando
cada traço e construindo novas referências à medida que ouve o outro. Por exemplo, quando ela
diz que está desenhando uma borboleta, o adulto que está próximo a ela pode fazer várias
perguntas como: “Quantas borboletas têm aí?” “Quais são as cores?” “Onde elas vivem?” Então
as respostas podem surgir no próprio desenho de maneira a enriquecê-los.
Pré-esquema
(4 anos)
1. Pré-esquemática (4 e 5 anos)
A criança passa a representar através do desenho aspectos de sua realidade, bem
como algumas de suas fantasias. Os seus registros tornam-se mais completos.
A partir de agora, a criança já percebe o valor do desenho e o utiliza para expressar
seus pensamentos e sentimentos.
A figura humana passa a ser apresentada de uma forma mais aproximada da real,
colocando braços e pernas, olhos, boca, nariz e até as orelhas.
Já segura o lápis com mais firmeza, chegando mais perto do movimento da pinça.
Ainda explora as cores e prefere as mais fortes, como o vermelho, azul e verde.
2. Pré-esquemática (5 e 6 anos)
Na pré-esquemática 5 e 6 anos ocorre a conquista da forma. O desenho revela o
realismo, há organização espacial e é rico em detalhes. As figuras estão num contexto que se
relacionam umas com as outras.
“As diferenças individuais, o tipo de estímulo e a época em que a criança começa a ser
estimulada agrupam crianças heterogênea quanto ao desenvolvimento gráfico. É comum
encontrarmos, por exemplo, numa classe de pré-escola (crianças de 4 e 5 anos) desenhos das
fases da garatuja controlada, da garatuja intencional e do pré-esquema. O professor deve
respeitar essas individualidades sem comparar os trabalhos de seus alunos.” (Stabile, 1988, p.
38)
54
Há dois tipos de expectativa frente ao desenho infantil por parte do professor. Uma é
aquela que almeja que o registro da criança se aproxime mais do objeto real. A outra é aquela
que identifica o desenvolvimento da criança e a estimula e a respeita.
O professor não deve impor regras ou noções de estética como feio e bonito, pois isto
restringe a capacidade criadora e pode até inibi-la. Ao intervir, é preciso que ele ajude a dar
confiança para os alunos.
Trazer para sala de aula obras e artistas da sua cidade bem como os grandes
clássicos contribuem para a valorização da arte enquanto cultura, e ao mesmo tempo motiva as
crianças a desenharem, obtendo novas referências.
Se o desenho é uma forma de expressão, logo ele é uma linguagem. Através desta
linguagem a criança cria e recria integrando a imaginação e a reflexão, partindo de sua
experiência e da observação que faz sobre o meio em que vive.
3.3 O JOGO
55
O jogo caracteriza-se por uma fonte de socialização, aprendizagem e
conhecimento. Fornece as crianças componentes simbólicos e materiais, que contribuem
para a construção dos processos cognitivos, motores (controle muscular, equilíbrio, entre
outros) estéticos, éticos e socioafetivos.
O jogo permite a criança tal satisfação e prazer que nem sempre encontra em
muitas outras atividades, portanto é um rico instrumento para o professor.
Assim o jogo navega entre aspectos objetivos e subjetivos de cada um. Sua ação é
repleta de simbolismo que dá sentido a própria ação.
Citação:
“Os jogos, historicamente, são de grande valor, não apenas pelo interesse que
universalmente despertam nas crianças, mas também pela alegria que manifestam ao jogar... os
jogos trazem, ainda, a grande vantagem de oferecer, aos que deles participam excelentes
oportunidades para o desenvolvimento físico, mental, emocional e social.” (Negrine, 1994, p. 13)
Ao tratar do jogo como uma atividade livre e espontânea, muitas vezes esquece-se que
neste sentido se inclui também o não jogar, que é de total direito da criança. Convém lembrar
que o professor deverá estar em alerta caso esta atitude for se repetindo ao longo do tempo.
Há também crianças que brincam com um amigo imaginário, e que apesar de estar
brincando sozinha, ela está imaginando, simbolizando.
Também há outras situações que a criança não quer brincar com o grupo, mas brinca
próximo a ele. Porém, deve ficar claro que a aproximação física não significa que todos estejam
brincando da mesma coisa.
Nesta situação é fácil prever que a lei do mais forte prevalece. O mais forte pode
significar ser o mais experiente, determinado ou ainda o mais informado. Algumas vezes impor a
sua vontade pode indicar um ponto de agressividade, ou até causar dependência de uma criança
com a outra.
57
É imprescindível que o professor se faça presente para mediar esta situação, pois na
maioria das vezes as crianças ainda não apresentam desenvoltura o suficiente para reverter este
quadro.
Essas salas podem conter: espelhos, tapetes, colchonetes, bastões, bolas, escadas,
cavalos de pau, almofadas, equipamentos de equilíbrio entre outros.
Uma vez que o jogo possa ser percebido por diferentes pontos de vista, apresentar-se-
á a concepção de jogo de acordo com os seguintes estudiosos: Henri Wallon, Jean Piaget e Lev
Vygotsky.
Curiosidade:
Henri Wallon nasceu na França. Antes de chegar à psicologia, passou pela filosofia e
pela medicina. Assumiu uma postura interacionista. Sua obra é marcada pela abordagem
Para Wallon o jogo não deve ter função subordinada a um fim, pois perde a ludicidade
que possui.
Ele fala muito sobre o jogo de papai e mamãe no qual as crianças buscam reproduzir a 59
vida do adulto, levadas pela motivação de descobrir o seu corpo e o corpo do outro, procurando
reciprocidade. Este tipo de jogo caracteriza a evolução psíquica da criança.
Jogo funcional
São os que buscam a exploração dos movimentos corporais (movimentar os braços,
tocar objetos, reproduzir sons...) e ao sentir prazer com isso, passa a repeti-los inúmeras vezes
Jogos de ficção
São os que envolvem o faz-de-conta. Aqui é a imaginação que impera. A criança
joga de representar de casinha, de professora, de médica...
Jogos de aquisição
Envolvem a capacidade de escutar, de olhar, de compreender e de imitar. Aqui é
onde inicia a reprodução das canções de ninar por exemplo.
Jogos de fabricação
Estes jogos consistem em agrupamentos de objetos, improvisação e criação de
novos brinquedos.
Piaget classifica os jogos em três tipos de acordo com as estruturas mentais vista
anteriormente.
60
Jogos de exercício
Representa a forma inicial do jogo na criança, refere-se ao estágio sensório-motor.
É aqui que ela toma consciência de suas novas capacidades, pois cada nova
aprendizagem que faz, ela volta a utilizar estes jogos que acabam por formar novos
esquemas de ação ou de conduta.
O jogo de exercício caracteriza-se pelo puro prazer que por sua vez, traz um
significado a ação.
Apesar de estes jogos aparecerem nos primeiros anos de vida, eles reaparecem
durante toda a infância e muitas vezes até na idade adulta.
Jogos simbólicos
Refere-se ao período pré-operatório dos 2 aos 7 anos aproximadamente.
Nesta fase a criança ainda encontra o mesmo prazer dos jogos anteriores, porém
neste momento ela passa a usar os símbolos.
Há então a presença do faz-de-conta onde a criança utiliza outros objetos para
simbolizar que está comendo, ou dormindo, ou fazendo qualquer outra atividade.
Os jogos simbólicos apresentam uma evolução até a criança chegar aos sete anos de
idade.
Nos primeiros anos desta fase, ou seja, dos dois aos quatro anos aproximadamente, a
criança utiliza seu próprio corpo para fazer as representações que deseja, como, por exemplo,
imitar animais, no caso do gato ela se ajoelha ficando em quatro apoios e imita o som do gato.
Ao se aproximar dos sete anos, onde surge o pensamento intuitivo, os jogos passam a
ter uma representação mais “fiel” da realidade. Aqui a criança busca coerência nas palavras, no
ambiente e na ação, ou seja, ela não vai ao brincar colocar uma boneca muito grande dentro de
um berço pequeno, pois sabe que isto não será possível.
61
Jogos de regras
No jogo anterior, o símbolo substituiu o exercício, agora a regra vai substituir o
símbolo.
Neste momento, a criança alcançou a capacidade de reversibilidade do pensamento
operatório concreto. Além disso, há a necessidade dela trabalhar com a atenção, concentração,
raciocínio e sorte.
- O jogo é lúdico
- A assimilação predomina a acomodação
- O jogo estrutura-se pela organização mental
- As regras aparecem com a socialização da criança
- A imitação permeia a fase inicial do jogo
Citação:
Ele também fala que uma das maiores conquistas da criança está no uso do
brinquedo, pois é aí que ela projeta, observa o mundo adulto e que faz as primeiras menções
62
aos valores. Cada ação dentro do faz-de-conta fornece uma linha de conduta à criança, não só
pela própria situação, mas por seu significado.
A visão que Vygotsky tem sobre o jogo é bastante diferenciada. Diz que o prazer no
jogo não é característica definidora, pois afirma que existem outras atividades que proporcionam
muito mais prazer para a criança, por exemplo, mamar no seio da mãe. E ainda diz que há jogos
que não proporcionam prazer em si mesmo, como é o caso dos jogos que só levam ao prazer se
a criança atingir um excelente resultado.
Jogos de fabricação
(buscam a combinação)
4 O APRENDER
Sendo assim, o professor deve planejar suas aulas partindo sempre daquilo que seus
alunos já conhecem. Porém, nem sempre é fácil detectar o conhecimento prévio de cada um. As
crianças menores, por exemplo, é bem difícil principalmente pelo fato de ainda não fazer uso da
linguagem oral. Isto faz com que o professor utilize estratégias de observação bem específicas,
como a percepção das expressões faciais, das brincadeiras, dos movimentos entre outros. Já
com as crianças maiores, podem ser adotadas estratégias em que sejam utilizadas as múltiplas
linguagens.
Citação:
“Por aprendizagem significativa entendo uma aprendizagem que é mais do que uma
65
acumulação de fatos. É uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no
comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e
personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de
conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência." (Rogers,
1988, p.271)
Curiosidade:
O professor então pode organizar seu trabalho a partir dos seguintes princípios:
66
Para entendermos como ocorre o aprendizado, precisamos conhecer um pouco sobre
o funcionamento do cérebro desde o nascimento de um bebê.
Neurônio
Aproximadamente aos três anos de idade, os dendritos chegam a um tamanho tal que
o número de conexões aumenta imensamente, o que gera a culminância da capacidade de
aprendizagem no bebê.
67
Sugestão de leitura:
Ginástica Cerebral
Brain Gym
Citação:
(Gym, 1986, p. 4)
Nos quadros a seguir, veremos então como pais e professores podem estimular as
crianças a fim de ampliar sua capacidade de aprendizagem.
70
- cante e sorria em diversos momentos, como à hora do banho ou da alimentação por exemplo.
- conte histórias
- demonstre afeto
- faça perguntas ao bebê estimulando uma resposta, e a cada tentativa que ele fizer demonstre
satisfação
- quando o bebê apontar para um objeto que ele queira alcançar, pergunte o que ele quer
71
- nesta fase o bebê costuma falar sempre no presente então é importante que o adulto
mostre a ele como falar no tempo futuro e passado (isto pode ser feito, por exemplo, numa
conversa no final do dia sobre as coisas que fizeram as que estão fazendo e as que farão logo
mais a noite)
- pode começar a ensinar as “palavras mágicas” como; por favor, muito obrigado,
desculpa ou licença...
- as histórias contadas nesta faixa etária podem conter frases repetitivas, pois facilitam
o exercício da memória, sendo que é comum que eles solicitem que o adulto conte inúmeras
vezes a mesma história
- nesta fase os pequeninos também podem tentar vestirem-se sozinhos, pelo menos as
peças de roupas mais fáceis
- a orientação anterior também serve para a hora da alimentação, mas vale lembrar
que os objetos utilizados devem acompanhar o tamanho da criança, ou seja, os talheres e pratos
devem ser pequenos e preferencialmente de plástico
- converse sempre
Dos 3 anos aos 6 anos
- faça perguntas mais complexas para que a criança tenha que elaborar uma resposta
adequada
- ao contar histórias, pode utilizar diferentes tons de voz para interpretar cada
personagem
Primeiramente é bom colocar que estes dois termos fazem parte quase que
diariamente do vocabulário de um profissional da área da educação, o psicopedagogo, que
trabalha diretamente com as dificuldades de aprendizagem do indivíduo. Ensinante e aprendente
são dois personagens que se encontram interligados entre si e com a circulação do
conhecimento. O ensinante e o aprendente podem ser mãe e filho, filho e mãe, pai e mãe, mãe e
pai, aluno e professor, professor e aluno, avó e neto, neto e avó e assim por diante.
Já foi colocado anteriormente que, enquanto instituição escolar o professor encontra-se
na posição de ensinante e o aluno na posição de aprendente. Porém, é possível sim acumular
ou articular estas duas posições, pois o professor (ensinante) aprende com seu aluno
(aprendente) através da observação e da interação, como ele deve agir, como trabalhar com
esta criança e vice-versa.
73
Aprendente Ensinante
Ruth Rocha
74
Mas esta idéia foi superada à medida que a mente da criança ia sendo desmistificada.
Eu enfrentava os batalhões,
E ensaiava o rock
Para as matinês
Chico Buarque
“João e Maria”
Claro que, não se pode esquecer que é estritamente necessário que a criança tenha
diversos momentos em que ela possa brincar pelo brincar, ler e ouvir histórias pelo simples
prazer, sem qualquer intervenção pedagógica, apenas com o olhar do cuidado por parte do
adulto. Pois se mostrou desde o primeiro módulo a tamanha importância deste ato para a
criança.
76
Assim como também é evidente que quando se for empregar a brincadeira como canal
de aprendizado intencional sobre um determinado conhecimento. É preciso que o professor
tenha clareza e consciência de tudo o que propõe, tanto em relação às atividades quanto a teoria
que o embasa.
Citação:
“Por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita uma busca
de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção
do saber fazer.”
Para ilustrar como é possível aprender brincado, utilizando, por exemplo, brinquedos
que tenham peças de encaixe. É só observar a forma criativa com que a criança tenta encaixar
as peças, em um incessante exercício de criatividade, ao imaginar a figura que se deseja montar
ao uni-las e o raciocínio ao pensar se aquela peça vai suportar ficar sobre a outra. E o mais
impressionante é observar a capacidade (em determinada faixa etária) de transformação do
abstrato para o concreto, ou seja, a criança recria o que imaginou e repassa para o mundo real,
no aqui e agora.
Sugestão de leitura:
Jogos Matemáticos 1
Athurma quantifica e classifica
Clarissa S. Golbert
77
Passa bola
A) Material:
- meia de náilon
- jornal
- durex colorido
B) Como fazer:
Cortar as garrafas ao meio dispensando a parte de baixo, ficando sob a forma de uma
taça. Colocar durex na extremidade de cada garrafa cortada. Fazer uma bola de meia.
C) Como brincar:
Em dupla, um de frente para o outro, joga a bola direcionando a taça do companheiro,
sem deixar cair.
Seqüência de atributos
A) Material: 78
- tampas
- papel colorido
- cola e tesoura
B) Como fazer:
C) Como brincar:
Enrola-bola
A) Material:
- meia de náilon
- jornal
B) Como fazer:
79
No centro do cordão de algodão, pendure a corda fina de 40 cm, faça uma bola de
meia e prenda na ponta da corda fina.
C) Como brincar:
Em dupla, cada um prende uma ponta do cordão de algodão na sua cintura, girando o
quadril a fim de que a bola se enrole no cordão.
A) Material:
B) Como fazer:
Este jogo consiste num conjunto de diferentes pares que produzem sons iguais a cada
2 caixas. Há cada 2 caixas de fósforo, colocar o mesmo objeto pequeno e em quantidade iguais.
C) Como brincar:
Espalhar as peças na mesa e a criança procura os pares ouvindo o som de cada uma.
Quem fechar mais pares, ganha o jogo.
Quebra-cabeça
A) Material: 80
- folhas de papelão
- figuras
- cola e tesoura
B) Como fazer:
C) Como brincar:
Caça-palavras
A) Material:
- figuras pequenas
- sulfite 60 colorida
- canetinha
- cola e tesoura
B) Como fazer:
Selecionar figuras com mesmo motivo (animais, família, frutas...). Cortar a sulfite 60 em
tiras retangulares de 3 cm X 10 cm aproximadamente e colar uma figura numa das
extremidades, escrever o nome da figura ao lado. Fazer cartelas menores de 3 cm X 3 cm e
escreva todas as letras do alfabeto 2 vezes e 3 vezes as vogais. Guardar todo este material na
caixa de fósforos.
C) Como brincar: 81
Distribuir as cartelas com as figuras para as crianças. Cada um deverá buscar as letras
iguais as dos nomes escritos nas cartelas, reescrevendo assim o nome das figuras.
Vaivém
A) Material:
- 4 argolas coloridas
- durex colorido
- tesoura
B) Como fazer:
C) Como brincar:
O vaivém é um jogo de duplas onde cada criança segura em duas argolas e uma delas
dá um impulso abrindo os braços, jogando o objeto para o outro, que repete a operação.
4.9 JOGOS
Busca de sapatos
A) Material:
- sapatos
B) Número de jogadores: 82
- no mínimo 4
C) Organização:
Cada jogador tira um dos sapatos, coloca misturado com os dos outros.
D) Como brincar:
Passa-passa
A) Material:
- 2 bolas
B) Número de jogadores:
C) Organização:
D) Como brincar:
Ao sinal do professor o primeiro da fila passa a bola para trás um por um até chegar ao
último, que deverá correr até a frente da fila e sentar-se. O jogo reinicia até que todos tenham
executado o jogo. A equipe que terminar primeiro é a vencedora.
A) Material:
83
- CDs
B) Número de jogadores:
C) Organização:
D) Como brincar
Mar e terra
A) Material:
B) Número de jogadores:
- a escolher
C) Organização:
O professor vai dizendo, mar, terra, mar, mar... E os jogadores devem se movimentar
de acordo com a orientação. Quem errar pode ficar um tempo determinado fora do jogo.
A) Material: 84
- nenhum
B) Número de jogadores:
- a escolher
C) Organização:
Dois grupos de jogadores. Um grupo será a rede e o outro os peixes. Os que são rede
deverão formar uma roda, e os peixes deverão ficar dentro da roda.
D) Como brincar:
Os peixes deverão tentar escapar da rede, e a rede deverá se mexer de um lado para
o ouro, fazendo com que os peixes não escapem. O que conseguir escapar será o vencedor.
Este poderá trocar de posição.
Grandes e pequenas
A) Material:
B) Número de jogadores:
- a escolher
C) Organização:
Os jogadores correm livremente em todas as direções.
D) Como brincar:
4.10 BRINCADEIRAS
Encaixes
A) Material:
- caixas de papelão
B) Desenvolve:
C) Como brincar:
Deixar o bebê explorar o material. Ele irá reconhecer o tamanho e o peso aos poucos.
Colocar um pote dentro do outro, mostrando que o menor cabe dentro do maior. Vire os potes e
empilhe-os.
Esconde-esconde
A) Material:
- se desejar pode utilizar objetos e tecidos, mas não é necessário
B) Desenvolve:
C) Como brincar:
O professor pode se esconder atrás de uma porta ou debaixo do berço e chamar pelo 86
bebê. Depois de alguns instantes retorna. Isto pode ser feito cobrindo e descobrindo objetos em
frente ao bebê.
Estica e encolhe
A) Desenvolve:
B) Como brincar:
- jornal
- CDs
B) Organização:
Em duplas.
C) Como brincar:
Distribuir as folhas de jornal pelo chão. Cada dupla fica em cima de uma folha. Todos
começam a dançar. Não pode rasgar e nem sair de cima do jornal. Vence quem chegar ao final
da música com o jornal melhor conservado, mas tem que dançar não vale ficar parado.
A) Música:
87
Escravos de Jô
Jogavam caxangá:
Tira, bota,
B) Material:
C) Organização:
D) Como brincar:
Cada criança com sua bola. Enquanto canta, pega a sua bola e coloca em frente ao
colega da direita. Ao cantar: “Tira, bota”. Todos tiram a bola de frente do colega e colocam em
sua frente. Quando cantar: “Guerreiros com guerreiros ” retomam os movimentos. Ao cantar
“Zigue, zigue, zá”, todos seguram a bola e movimentam-na de um lado para o outro, e no fim
coloca-a em frente ao colega do lado direito.
Mãozinhas falantes
A) Material:
- boneca
B) Organização:
C) Como brincar:
88
Uma criança sai da sala por alguns segundos. Enquanto isso os demais jogadores
escondem na sala de aula a boneca ou outro objeto desejado. Quando a criança que estava fora
retornar ela começa a procurar. Seus colegas irão ajudar da seguinte forma: Toda vez que a
criança se aproximar do objeto escondido os participantes levantam as mãos e batem palmas,
bem alto. Quando a criança estiver longe do objeto procurado, os participantes baixam as mãos
e batem palmas, bem baixinho. Se a criança encontrar a boneca ela terá o direito de escolher
seu sucessor. Mas se não conseguir, haverá sorteio para escolher quem será o próximo.
GLOSSÁRIO
89
REFERÊNCIA
FERNANDEZ, Alicia. A Inteligência Aprisionada. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. 90
GYM, Brain. Ginástica Cerebral. 3ª ed. Porto Alegre: Século XXI, 1996.
LEVIN, Esteban. A Clínica Psicomotora. O corpo na Linguagem. 3ª ed. Rio de Janeiro: Vozes,
2000.
REGO, Tereza. Vygotsky Uma Perspectiva Histórico-Cultural Da Educação. 15ª ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 1994.
STABILE, Rosa Maria. A Expressão Artística na pré-escola. 1ª ed. São Paulo: FTD, 1988.