A Menina Que Roubava Livros

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Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la

A obra A Rapariga Que Roubava Livros passa-se no período da Alemanha


nazista, mais precisamente do período entre 1939 e 1943, quando a Segunda
Guerra Mundial, começava a fazer adeptos e inimigos, mas principalmente,
vítimas.
A protagonista é a pequena Liesel Meminger, uma menina alemã de 10 anos,
que vive a guerra de perto, um período cruel e radical, onde a intolerância e o
racismo, eram os principais norteadores .A narradora é a Morte, que traz até
nós a história de Liesel, da sua família, das suas alegrias, tristezas e privações,
é uma voz peculiar, amiúde irónica e impessoal, mas muitas outras vezes
emocionante .

Liesel é uma criança especial. Aos 11 anos, o seu irmão mais novo morre e no
funeral seu Liesel rouba o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais
se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um
sentido à sua existência
Liesel é separada da mãe e é acolhida por um casal que acolhe crianças, Hans
e Rosa Hubermann. Apesar das dificuldades iniciais de adaptação e da relação
mais difícil com Rosa uma mãe exigente, mas acolhedora, Liesel cria laços
fortes com os dois, especialmente com Hans um pai humilde. A adaptação de
Liesel é também facilitada por amigos que tornam seus dias cinzentos,
coloridos e cheios de aventura e pelo amor que descobre ter às palavras e aos
livros, onde elas se entrelaçam para criar mundos mágicos nos quais Liesel
gostaria de viver. Também está presente na vida da menina Max, um judeu
fugitivo que encontra refúgio no porão de Hans e Rosa.
Numa época onde há incerteza do próximo amanhecer, a menina alemã,
encontra nas palavras, o seu refúgio. Ao roubar o seu primeiro livro Liesel dá
início a sua história, como a ladra de livros da rua Himmel..Liesel rouba livros,
mas não é algo patológico: a ânsia de aprender, de esquecer as dificuldades, e
a impossibilidade que tem de os obter de outra forma, levam a jovem a ficar
com livros que não lhe pertencem, resgatando-os de uma fogueira ou da
biblioteca esquecida de pessoas que dão trabalho à sua mãe.

Ao mesmo tempo que acompanhamos o dia-a-dia de Liesel, Markus Zusak vai


subtilmente complementando a história com uma variedade de personagens
secundárias bem desenvolvidas e com o contexto de privação, medo e
opressão que se vivia. Há momentos no livro em que pouco parece acontecer,
o que de certo modo acaba por quebrar o ritmo da história, mas depois somos
largamente recompensados com momentos de partir o coração e que
dificilmente deixarão alguém indiferente – lembro-me, por exemplo, das
marchas dos judeus.

Pela originalidade da voz narrativa, a envolvência da escrita de Markus Zusak,


as personagens memoráveis e os momentos marcantes do enredo e pelas
reflexões que traz ao leitor no que respeita à importância das palavras e aos
extremos a que o ser humano pode chegar, este é um livro que recomendo
sem quaisquer reservas. 

Poucos livros me emocionaram como este. 


A Rapariga Que Roubava Livros, de Markus Zusak, é uma obra incrível.
Fantástica.

Entrei um pouco a medo nesta história. Afinal era narrada pela Morte. A ideia
que se tem desta entidade está ligado ao negativo, mas a Morte acaba por se
revelar uma companheira sempre presente, uma figura com uma missão
trágica mas necessária. Por isso mesmo, a Morte acompanha toda a narrativa
e as suas observações tão drásticas, directas e dotadas de compaixão acabam
por arrebatar.

Só depois de existir uma ligação com a Morte é que se conhece Liesel, a


menina que também é conhecida como "a rapariga que roubava livros".Criança
vítima da pobreza e intolerância, perde a família e vai morar com um casal
alemão cujos filhos já são adultos e saíram de casa. A forma como esta menina
vai conquistando e sendo conquistada é gradual e verdadeira e as
peculariedades dos novos pais são uma delícia.

É impossível não gostar logo de Hans. O homem de coração puro e "olhos de


prata", começa a revelar-se uma das personagens mais queridas da trama. É
impressionante como os seus actos, palavras e intenções me tocaram. A cada
página, este homem revela-se uma surpresa e o exemplo do poder da
compaixão, tolerância e bondade. Já Rosa demora mais tempo a conquistar.
Mulher de modos rudes, deixa uma primeira impressão desagradável, mas
acaba por se mostrar dona de um coração de ouro. Ela é o motor daquela
família.

Com o desenrolar da trama, a vida de Liesel recebe mais dois homens de


grande importância. O primeiro é Rudy, típico menino que quer ser sempre o
vencedor de todos os jogos. Ele é a imagem do amigo fiel e dedicado que está
sempre presente e nada exige em troca. Depois surge Max, o judeu fugitivo
que coloca a família de Liesel em perigo e que se torna no autor de histórias
que funcionam como alegorias da situação que estão a atravessar.

E Liesel? Preciso de falar mais de Liesel. Ela é uma rapariga curiosa,


observadora, difícil de ser conquistada. Não tem medo de se meter numa luta e
não é considerada grande aluna. Conhece bem o que é compaixão, mas
transgride muitas regras, sendo algumas delas em proveito próprio. Tem
dificuldade em perdoar e arrepende-se de muito do que não fez. É humana,
jovem e credível. Uma personagem que dificilmente me vai deixar.

O cenário da acção principal é a Rua Himmel, em Munique, na Alemanha. O


período decorre entre 1939 e 1943, o que coincide com um conflito militar
mundial. Quando se pensa na tragédia da Segunda Guerra Mundial, o
pensamento depressa vai para os campos de batalha da Europa e para os
campos de concentração e extermínios. Esses dois cenários estão presentes
na obra de forma indirecta, sendo o foco escolhido o do povo alemão mais
carenciado.

Ao acompanhar a vida de Liesel, é possível ver de que forma o nazismo e a


guerra afectaram o povo alemão. Com o passar das páginas assiste-se a um
empobrecimento rápido e sente-se o crescer do clima de medo e tensão.
Também é possível observar a dor de seguir leis que não são entendidas e o
desespero de ir contra valores e princípios.

Os livros que Liesel roubava ou adquiria funcionaram como escape da


realidade e como fontes de alento, força e esperança. Markus Zusak faz
reflectir sobre o poder dúbio das palavras, que consoante o usuário podem
funcionar como armas de destruição ou mensageiros de paz e felicidade.

O estilo e linguagem de Markus Zusak são muito peculiares. A história forte é


contada de uma forma bela e quase poética. Fiquei rapidamente rendida.
Destaco as notas da Morte que vão surgindo ao logo da leitura e enaltecem
situações ou palavras mais marcantes. 

A Rapariga Que Roubava Livros é um dos melhores livros que li nos últimos
tempos. Podia continuar a escrever sobre tudo o que adorei, pois acreditem
que muito não foi falado, mas não sei quando iria parar e o quanto iria revelar.
Quem leu de certo que vai compreender esta sensação e para quem não teve
ainda a oportunidade de ler este livro, aqui fica um conselho: leiam. É
marcante, é forte, é brilhante.

Zusak utiliza a cruel realidade da época associada à inocência e alegria infantil


das personagens, para nos levar a várias aventuras e a um carrossel de
sentimentos. A cada acontecimento, emocionamo-nos e agarramo-nos a esta
história, como se fizéssemos parte da pobre cidade de Molching, próxima a de
Munique, onde a história se passa.

A Menina Que Roubava Livros, tem como fator crucial a narrativa pelos olhos
da morte, a única presente em todos os acontecimentos, mas que retrata tudo
de forma simples e emocional, sem deixar de cumprir o seu verdadeiro papel:
ceifar as pobres vítimas da Segunda Guerra Mundial.

A maneira como os alemães são retratados no livro de Zusak são muito mais
humanos e muito menos generalizados do quê grande parte dos livros, como
os do ultra nacionalista Tom Clancy, por exemplo. Não só traz uma
aproximação maior com as pessoas criadas no livro, aproximando o leitor mais
dos personagens pela assemelhação de sentimentos do que pelo heroísmo
surreal e pejorativo à outras nações, como também faz com que o leitor sinta
ainda mais o peso e a aflição de certas situações que ocorrem no livro.
 È uma obra que bate de frente na generalização, no estereótipo e no
preconceito incubado e distribuído pelo ultra nacionalismo e lobismo de alguns
países. Mas principalmente como os livros podem nortear as pessoas para
uma boa direção (mesmo sendo roubados neste caso) mesmo em tempos
onde a compaixão e a empatia são raros commodities.

Os livros desempenham um papel central no processo de resiliência de Liesel,


pois medeiam muitas das suas relações significativas e constituem-se como
fatores de proteção, permitindo à sua mente e imaginação evadirem-se da dura
realidade. O primeiro livro que lê com a ajuda do pai adotivo, O manual do
coveiro, cruza o seu caminho num momento de dor e perda, durante o
enterro do seu irmão mais novo. Ainda sem saber ler, a rapariga rouba o
livro esquecido na neve por um dos rapazes que enterraram o seu irmão.
Ele é o único vínculo físico com a sua família biológica.

A obra “A rapariga que roubava livros” relata a história de uma jovem: Liesel
Meninger. Apaixonada por livros, acaba por desenvolver o hábito de "roubar"
obras ilícitas para ler ao seu amigo Max. Max era um judeu que morava
clandestinamente em sua casa. Trata-se de uma obra bastante envolvente e
marcante.
Liesel era uma rapariga simples e inteligente que vivia com os seus pais
adotivos Hans, um pintor acordeonista que ensinara Liesel a ler na cave de sua
casa, e Rosa, uma mulher dura e mal-humorada num pequeno subúrbio em
Munique(Alemanha), em 1939 durante a segunda Guerra Mundial. Max era um
desconhecido que vivia na cave da família Hubermann e, uma das
personagens mais notável, seria Rudy , o melhor amigo de Liesel. A Morte, a
narradora omnipresente, sente-se cansada de recolher tantas almas em tão
pouco tempo, observa a estranha natureza dos humanos com compaixão e
fascínio.
Todos os dias são uma luta constante pela sobrevivência e a escassez de tudo
o que é necessário à vida era cada vez maior. Desta forma, o autor transporta-
nos para os típicos momentos de pânico vividos nesta época, em poucas
palavras, tornando a obra inesquecível. Os bombardeamentos eram cada vez
mas frequentes, até que um dia, a rua Himmel foi atingida sem nenhum aviso
prévio a meio da noite. Liesel, por sorte, não conseguiu dormir nessa noite e
decidiu ir ler para a cave um dos seus livros roubados, por isso ela foi a única
sobrevivente. Os pequeno gestos de Liesel quando abraça o pai e mãe que já
fora levados pela Morte, e quando vê a rua da sua infância devastada e o seu
melhor amigo a dormir eternamente, são sem dúvida sentidos pelo leitor.
Mesmo assim, Liesel nunca perdeu a capacidade de sonhar e seguiu a sua
vida acompanhada sempre dos seus melhores amigos, que nunca a
abandonaram: os livros.
É uma obra destinada a tornar-se um clássico. Rica em pormenores que
demonstram o ambiente pavoroso vivido numa cidade em guerra e que apesar
de toda esta tristeza relatada, o escritor consegue fazer com que o livro se
torne animado com inúmeras brincadeiras relativas aos tempos sem
preocupações, aos tempos de criança que são recordados pelos leitores com
muito carinho e saudade. “A rapariga que roubava livros” é uma obra que nos
remete para a inocência de uma rapariga de 9 anos e ao mesmo tempo nos descreve
o sofrimento da guerra. É uma obra estritamente bem conseguida e trabalhada que
prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no
coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura.

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