Memorex - Constitucional v1

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Constitucional 2 – Memorex V1

mesma nacionalidade, até um determinado grau.


Nacionalidade: Este é o chamado ius sanguinis.
 Nacionalidade é o vínculo jurídico que se estabelece
Modos de aquisição de Nacionalidade Originária
entre o indivíduo e o Estado, pelo qual aquele se
torna parte integrante do povo deste. (art 12, I, “a” a “c”, CF/88)
Compete ao direito interno de cada Estado definir quem são
seus nacionais. a) nascidos no Brasil, ainda que filhos de pais
estrangeiros, quando estes não estiverem à serviço
Espécies de Nacionalidade de seu País;
b) nascidos no estrangeiro de pai brasileiro OU mãe
 Nacionalidade Originária (natos): poderá ser brasileira, desde que qualquer deles esteja a servido
decorrente tanto do local do nascimento da pessoa, do Brasil (ius sanguinis, com a condição de os pais
quando da sua ancestralidade (Nacionalidade estarem a serviço do Brasil);
Circunstancial). c) nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro OU mãe
Resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual brasileira, desde que venham a residir em território
de acordo com os critérios estabelecidos pelo Estado brasileiro e optem, em qualquer tempo, pela
(sanguíneos ou territoriais) será estabelecida. Cuida- nacionalidade brasileira ou registrado em repartição
se de aquisição involuntária. competente. (ius sanguinis, mais a residência no
Brasil e opção).
Pode ser dividida em Ius Soli e Ius Sanguinis.
Modos de aquisição de Nacionalidade Derivada
 Nacionalidade Adquirida/Derivada/Secundária
(naturalizados): aquela que se adquire em segundo  No Brasil só é possível adquirir nacionalidade
lugar, decorrente da opção do interessado em ser derivada através da Naturalização que só poderá se
nacional de um determinado Estado (Nacionalidade dar por uma das formas previstas no art. 12, II, “a” e
Afetiva). “b”, da Constituição. Sendo a primeira chamada pela
doutrina de ordinária e a segunda de extraordinária
Adquire-se por ato volitivo, depois do nascimento ou quinzenária.
(em regra pela naturalização). Cuida-se de aquisição
voluntária. A Nacionalidade é resultante da Nacionalidade Derivada e Seus Critérios
manifestação de um ato de vontade.
 Naturalização Ordinária: Aos originários de países de
A primeira nacionalidade é circunstancial, enquanto a segunda língua portuguesa (art. 12, II, ‘a’, da CF/88).
é afetiva, pois mesmo que haja, e é comum que exista, por a) residência no Brasil por um ano ininterrupto; e
parte do nacional em razão do local do nascimento ou da b) idoneidade moral.
ancestralidade uma afetividade em relação ao País onde
nasceu ou de seus pais, este mão é o fator determinantes de  Naturalização Extraordinária: Para os estrangeiros
sua nacionalidade. Já para os naturalizados somente a sua de qualquer nacionalidade (art. 12, II, ‘b’, da CF/88):
opção pode estabelecer vínculo de nacionalidade, uma vez a) residir no Brasil há mais de quinze anos
que não existe imposição de naturalização. ininterruptos;
b) não possuir condenação penal; e
c) requerer a naturalização.
Nacionalidade Originária e Seus Critérios
Poderão ser atribuídos aos portugueses com
A Nacionalidade Originária pode ter duas origens, ou ela é Ius residência permanente no Brasil, quando houver
Soli ou Ius Sanguinis. reciprocidade em favor dos brasileiros os mesmos
direitos atribuíveis a estes.
 Critério da Territorialidade – Determina a
nacionalidade de uma pessoa de acordo com o local
de seu nascimento – ius soli. É adotado o conceito
Tratamento Dispensado a Natos e Naturalizados
político de território alcança, além do espaço
 Não poderá ocorrer distinção entre brasileiros natos
delimitado entre as fronteiras, o mar territorial, a
e naturalizados salvo os casos previstos no próprio
zona de exploração econômica exclusiva, o espaço
texto constitucional e, ainda, que poderão ser
aéreo, navios e aeronaves militares, onde quer que
atribuídos aos portugueses com residência
estejam, e navios e aeronaves civis, com bandeira do
permanente no País, quando houver reciprocidade
País, em águas internacionais ou em espaço aéreo
em favor dos brasileiros, os mesmos direitos
internacional.
atribuíveis a estes.
Não se trata, nesse caso de direito a ser atribuído em
 Critério da Consanguinidade – A nacionalidade de
razão da naturalização, mas ao cidadão português
uma pessoa é determinada pela origem de seus
que esteja residindo no Brasil em caráter
ascendentes. Serão, por esse critério, considerados
permanente, quando o mesmo direito for garantido
nacionais aqueles que possuírem ascendentes da
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aos brasileiros em igual situação em território GLOSSÁRIO
português.
 Entrada – a entrada no Brasil é livre a todo
RESTRIÇÕES ORIUNDAS DA NACIONALIDADE DERIVADA estrangeiro, contanto que o interessado em ingressar
no País cumpra os requisitos legais, obtendo o visto
a) impedimento para ocupar cargos privativos de
correspondente
brasileiros natos: Presidente da República e Vice,
Presidente da Câmara e do Senado Federal, Ministro
 Permanência – trata-se da estada do estrangeiro no
do Supremo Tribunal Federal, carreira diplomática,
Brasil sem o caráter de provisoriedade, ou seja, diz
oficial das Forças Armadas e Ministro de Estado da
respeito à estada daquele estrangeiro que veio para
Defesa (CF, art. 12, § 3º); Qualquer cargo na linha
o Brasil com o intuito de se estabelecer
sucessória do Presidente, ou que influencie no
definitivamente em território brasileiro, do mesmo
futuro do país (rol taxativo).
modo como a entrada, sujeita às regras legais.
b) somente brasileiros natos podem ser indicados para
a composição do Conselho da República, como  Direitos Civis e Políticos – os direitos civis, embora
representantes dos cidadãos (art. 89, VII, CF); possam ser exercidos por estrangeiros, sofrem
restrição para estes em relação aos brasileiros.
c) não se admite a extradição de brasileiros natos em Assim, a propriedade rural ou o seu arrendamento se
nenhuma hipótese, já os naturalizados poderão ser sujeitam à autorização do Congresso, mediante
extraditados por crimes cometidos antes da licença (conforme expressa o art. 190); a propriedade
naturalização ou por comprovado envolvimento no de empresas de rádio e televisão etc.
tráfico de entorpecentes.
Os direitos políticos, a rigor, somente são exercidos
d) propriedade de empresa jornalística e de por brasileiros, no entanto, havendo reciprocidade
radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa para os brasileiros em Portugal, é possível que sejam
de brasileiros natos ou naturalizados. atribuídos, evidentemente que não em toda a sua
amplitude, aos portugueses.

PERDA DA NACIONALIDADE  Asilo Político – trata-se do recebimento de


estrangeiro pelo Brasil, que esteja sofrendo
a) Podem vir a vir a perder a nacionalidade brasileira os perseguição ou para evitar a punição em seu país de
brasileiros naturalizados, caso venham a ter origem, por motivos de delito político ou ideológico.
cancelada a sua naturalização (O cancelamento da Sendo importante mencionar que o asilado se sujeita
naturalização tem efeito imediato). às normas que o governo estabelecer e não pode
deixar o País sem autorização.
b) E os brasileiros natos e os naturalizados por
adquirirem outra nacionalidade.  Extradição – corresponde à remoção compulsória do
estrangeiro de um país para outro a fim de que lá
O cancelamento da naturalização tem efeito imediato. Já a
venha a responder a processo ou cumpra pena.
perda da nacionalidade por brasileiros natos não ocorrerá em
qualquer caso, quando tenham adquirido outra nacionalidade.
 Expulsão – tornando-se inconveniente o estrangeiro,
O art. 12, § 4º, II, em suas alíneas ‘a’ e ‘b’, estabelece duas porque praticou delito ou atentado à ordem jurídica
exceções, sendo estas: do País, poderá ele ser expulso, sendo a
concretização desta situação efetivada por
a) para os casos de reconhecimento de nacionalidade intermédio de ato discricionário do Presidente da
originária pela lei estrangeira República. O estrangeiro que praticou algum delito
b) e quando a naturalização foi resultado de imposição ou atentado à ordem jurídica doa país poderá ser
pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em expulso.
Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de  Deportação/Depestação – medida que se adota para
direitos civis. expelir do território nacional o estrangeiro que nele
entrou irregularmente ou nele permanece de forma
irregular.
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DOS DIREITOS POLÍTICOS  Nele a proposta ainda não foi desenvolvida.
 Ele oferece múltiplas opções.
Soberania Popular é a capacidade que possui um
determinado povo de se autodeterminar no campo político e c) Referendo: é convocado em posteridade ao ato
jurídico e, além dessa capacidade de autodeterminação, fazer legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, a
respeitar esses desígnios que promanam da vontade geral, respectiva ratificação ou rejeição.
tanto para instituir um Estado quanto para fixar os limites em  Aqui o povo diz “sim” ou “não”.
que sua ordem jurídica será respeitada.
CONCEITO DE DIREITOS POLÍTICOS
 Vontade Geral (contrato social): é estrutural.
 Vontade da Maioria: é momentânea, circunstancial. Eles são os direitos de participar da vida política do País, da
formação da vontade nacional, incluindo os de votar e ser
O EXERCÍCIO DA SOBERANIA POPULAR NO ESTADO BRASILEIRO votado a iniciativa popular no processo legislativo, a
propositura de ação popular e o de organizar e participar de
Exercita-se a soberania popular no Brasil através da
partidos políticos.
instituição dos seguintes direitos:
 Ação Popular: processo judicial, promovido pelo
a) de sufrágio aos cidadãos (exercício direto): capacidade de
cidadão, que deseja resguardar o meio ambiente, o
votar e ser votado;
patrimônio público, o patrimônio histórico e cultural
 Ativo: votar ou a probidade administrativa.
 Passivo: ser votado.
MODALIDADES DE DIREITOS POLÍTICOS
b) liberdade aos partidos políticos; e
 Ativo: votar, manifestar-se acerca de suas
c) eleições isentas de vícios e máculas, que possam distorcer a preferências, constituir agremiação partidária etc.
vontade geral (exercício indireto).
 Passivo: ser votado, participando de convenções
Trata-se, portanto, de exercício indireto da soberania partidárias e das eleições gerais (os presos, não
popular, uma vez que a vontade geral se manifestará através possuem).
de representantes eleitos (Democracia Representativa – de
regra). AQUISIÇÃO DE CIDADANIA

EXERCÍCIO DIRETO E INDIRETO DO PODER A condição de cidadão se implementa com o alistamento


eleitoral, que poderá ser obrigatório ou facultativo.
 Exercício indireto do poder (por meio de
representantes eleitos pelo sufrágio universal).  Obrigatório: para os maiores de 18 (dezoito) anos e
menores de 70 anos;
 Exercício direto deste mesmo poder (mediante,
plebiscito, referendo ou iniciativa popular).  Facultativo: para os seguintes casos:
a) maiores de 16 e menores de 18 anos;
a) Iniciativa Popular: A iniciativa popular, (art. 14, inciso b) analfabetos;
III, e 61, § 2º, CF/88), e regrada pela Lei nº 9.709/98, c) maiores de 70 anos.
representa uma das formas de deflagração do
Vedado: estão impedidos de votar e de serem votados os
processo legislativo via reunião das assinaturas pelo
conscritos (Conscritos são os convocados para o serviço militar
eleitorado brasileiro para que seja possível
obrigatório; deixam de sê-lo se se engajarem no serviço militar
apresentar, na Câmara, um Projeto de Lei.
permanente) enquanto durar o período de prestação do
serviço militar obrigatório.
Sendo assim, podemos imaginar que ocorre aqui uma
espécie de "grande abaixo-assinado": ao menos 1% Mesmo adquirindo a cidadania com o alistamento eleitoral os
do eleitorado nacional deve subscrever o pedido, analfabetos e os menores de dezoito anos não exercem a
estando distribuído, pelo menos, por 5 Estados, com plenitude da cidadania, porquanto se acham impedidos de
não menos dos três décimos por cento dos eleitores exercerem a capacidade eleitoral passiva, ou seja, não podem
de cada um deles. ser votados.

b) Plebiscito: é convocado com anterioridade ao ato ELEGIBILIDADE


legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo
voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha submetido.
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O texto constitucional estabelece os requisitos de § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
elegibilidade estão previstos no art. 14, §§ 3º e 6º, da /88, com
as regulamentações que lhes estabelecem a lei eleitoral (Lei Inelegibilidade Relativa: restrições impostas a elegibilidade
9.096/95 e Lei Complementar n.º 64/90). para alguns cargos eletivos, em razão de situações especiais
em que se encontra o cidadão candidato no momento da
REQUISITOS ELEGIBILIDADE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 eleição. Pode decorrer de

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: a) Motivos funcionais;


b) Motivos de casamento, parentesco ou afinidade;
I - a nacionalidade brasileira (ou condição de equiparado c) Condição de militar
português. Sendo que para Presidente e Vice exige-se a d) De previsões de leis complementares.
condição de brasileiro nato).

II - o pleno exercício dos direitos políticos;


REQUISITOS INELEGIBILIDADE NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
III - o alistamento eleitoral (título de eleitor);
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e
V - a filiação partidária; do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido,
ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos
VI - a idade mínima de:
para um único período subseqüente (inelegibilidade por
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e motivos funcionais).
Senador;
 A Constituição veda a reeleição para um terceiro
b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do mandato sucessivo. A Constituição não proíbe que
Distrito Federal; uma mesma pessoa venha a exercer a chefia do
executivo por, mas de 2 vezes. O que ela veda é
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou eleição sucessiva por mais de 3 vezes.
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;  A Constituição não exige a desincompatibilização
(renúncia do cargo) para quem pode candidatar-se a
d) 18 anos para Vereador.
reeleição.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da  Não pode o chefe do executivo que esteja exercendo
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e o 2º mandato (por reeleição) renunciar antes do
os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até término desse com o intuito de pleitear nova
seis meses antes do pleito. recondução para o cargo (reeleição para um terceiro
mandato).
Observação: Também é necessário ter filiação partidária (não  Não pode aquele que foi titular de dois mandatos
se admite no Brasil a denominada candidatura autônoma ou sucessivos na chefia do executivo vir a candidatar-se
avulsa sem filiação a partido político. no período subsequente (3º mandato) ao cargo de
vice do executivo.
INELEGIBILIDADE  Não poderá aquele que foi titular de dois mandatos
São também objeto de cuidado pelo art. 14 da Constituição sucessivos na chefia do executivo candidatar-se
Federal os casos de inelegibilidade, relacionados nos §§ 4º, 5º durante período imediatamente subsequente à
e 7º, além de outros que sejam estabelecidos em lei eleição. Período previsto no artigo 81 da
complementar, conforme o § 9º do mesmo artigo, no caso a Constituição. Que determina que vagando os cargos
Lei Complementar 64/90 e/ou outra que a altere ou substitua. de Presidente e Vice, far-se-á eleição noventa dias
depois de aberta a última vaga ou eleição indireta
Inelegibilidade Absoluta: impede que o cidadão concorra em pelo Congresso Nacional, 30 dias depois de aberta a
qualquer eleição a qualquer mandato eletivo. Só podem estar última vaga, se a vacância ocorrer nos últimos 2 anos
expressas na Constituição Federal. Os casos de inelegibilidade do mandato presidencial.
absoluta são:  Não pode o prefeito que já esteja exercendo o 2º
mandato sucessivo candidatar-se novamente ao
a) Analfabetos cargo de prefeito, ainda que dessa vez em
b) Os não alistáveis: estrangeiros, conscritos e menores municípios diferente.
de 18 anos.
 O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos
como prefeito de determinado município fica
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inelegível para o cargo de prefeito em qualquer Parentes não participam quando o
outro município da Federação (STF proíbe o prefeito desmembramento aconteceu na legislatura
profissional). imediatamente anterior ao pleito.
 Na hipótese de ocorrer vacância definitiva do cargo No pleito seguinte no município desmembrado o
de presidente, governador ou prefeito, o vice chefe do executivo pode candidatar-se a cargo
assumirá efetiva e definitivamente o exercício da idêntico ao do município anterior
chefia do executivo e somente poderá candidatar-se
a um único período subsequente. A inelegibilidade reflexa é aplicável às eleições
suplementares (aquelas realizadas em razão de vacância do
 Para concorrer a outros cargos os chefes do
cargo no mandato).
executivo devem renunciar aos respectivos
mandatos até 6 meses antes do pleito. A inelegibilidade reflexa não é aplicável na hipótese do
 Os vices poderão se candidatar a outros cargos, familiar já possuir mandato eletivo, caso em que poderá
preservando os seus mandatos respectivos, desde candidatar-se a reeleição.
que, nos 6 meses anteriores ao pleito, não tenham
sucedido ou substituído o titular. No entanto, a pessoa que já é titular do mandato por outro
 O STF admitiu a elegibilidade de ex-prefeito do Estado e pretenda transferir o seu domicílio eleitoral para o
município mãe que renunciando 6 meses antes do local onde seu parente é chefe do executivo incidirá em
pleito eleitoral candidatou-se a prefeito do inelegibilidade reflexa, uma vez que não se trata
município desmembrado. juridicamente de reeleição, mas de uma nova primeira
eleição.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o Segundo o TSE se o chefe do executivo renunciar 6 meses
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, antes da eleição seus parentes poderão candidatar-se a todos
de Governador de Estado ou Território, do Distrito os cargos eletivos da cirscunscrição.
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já MILITARES
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição
A situação dos militares é tratada no § 8º do art. 14 da
(inelegibilidade por Motivos de casamento, parentesco
Constituição Federal de 1988, segundo o qual o militar é
ou afinidade);
alistável e elegível, sendo que:
 O cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até
 Contando com menos de dez (10) anos de serviço
o segundo grau ou por adoção do Prefeito não
deverá se afastar da atividade.
poderão candidatar-se a vereador ou prefeito do
 Se contar com mais de dez anos de serviço, será
mesmo município.
agregado pela autoridade superior e, se eleito,
 O cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até
passará, automaticamente, no ato da diplomação,
o segundo grau ou por adoção do Governador não
para a inatividade (reserva).
poderão candidatar-se a qualquer cargo no ESTADO
(vereador, deputado estadual, deputado federal, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
senador e governador) pelo mesmo estado. condições:
 O cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até
o segundo grau ou por adoção do Presidente não I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo no da atividade;
país.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
 As regras de inelegibilidade impostas aos chefes do
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no
executivo se aplicam igualmente aqueles que os
ato da diplomação, para a inatividade.
tenham substituído dentro dos 6 meses anteriores
ao pleito eleitoral.  É vedado ao militar, enquanto estiver em serviço
 A separação durante o mandato não afasta a ativo, estar filiado a partido político.
inelegibilidade reflexa, apenas o falecimento de um
dos cônjuges a afasta.
 Na hipótese de criação de município por
desmembramento, incorporação ou fusão, as regras
de inelegibilidade se aplicam com reflexos limitados
a eleição imediatamente seguinte:
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DOS PARTIDOS POLÍTICOS terço, ou mais, dos Estado, com no mínimo um
décimo por cento do eleitorado que tenha votado
Partidos Políticos são associações constituídas para a em cada um deles;
participação da vida política de um país, para a formação da  Antes da Constituição de 1988 os Partidos não
vontade nacional, com objetivos de propagação de ideias de tinham caráter nacional o que geravam inúmeros
conquista, total ou parcial, do poder político. movimentos separatistas.

FUNÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS b) proibição do recebimento de recursos financeiros


Kildare G. de Carvalho enumera as seguintes funções dos e/ou subordinação a entidade ou governo
partidos políticos, outras poderão ser identificadas, mas estas estrangeiro;
trazidas são, indubitavelmente, aquelas de maior relevo: c) prestação de contas à Justiça Eleitoral;
d) funcionamento parlamentar em conformidade com
a) coordenação e simplificação de opiniões e interesses a lei;
concretos a fim de influir no poder político; e) autonomia para definir sua estrutura interna,
b) difusão de seu programa político, como instrumento organização e funcionamento, bem como tendo o
de promoção de sua ideologia; dever de estabelecer em seus estatutos, normas de
c) seleção no âmbito de seus quadros das pessoas que fidelidade e disciplina partidária;
devem ascender a cargos no governo; f) utilização de recursos do fundo partidário e acesso
d) organização, no plano interno partidário, gratuito ao rádio e à televisão, na forma estabelecida
complementando a atividade da Justiça Eleitoral, das em lei;
eleições, com a apresentação e apoio aos seus g) não criação e manutenção de organização
candidatos com o uso de sua estrutura; paramilitar.
e) apoio, com propaganda e ação partidária, à obra do  Organizações paramilitares são compostas por
governo, especialmente no Parlamento, seja pessoas treinadas para guerrilha que não são
defendendo suas ações, seja fazendo críticas à militares, mas possuem armamento e treinamento
oposição, ou quando oposição fazendo essa crítica; como tal.
f) realização de atividades internas de conservação,
com a aquisição dos meios necessários para o PARTIDOS E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
desenvolvimento de suas atividades, com a
A representação política, como forma de compromisso
arrecadação de donativos, cotas etc.;
estabelecido entre o eleitor e o candidato a que sufragou deve
g) solução de conflitos e promoção de consenso,
ser garantida pela estrutura partidária, que realiza a
quando evidenciada divisão ou confronto de
fiscalização do comprometimento dos seus integrantes com
interesses ou ideologias.
a ideologia e os compromissos eleitorais.

NATUREZA DOS PARTIDOS POLÍTICOS


ESTRUTURA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL
Na atual Constituição os partidos políticos possuem a
Pluripartidarismo ou multipartidarismo (existência de
natureza de pessoas jurídicas de Direito Privado, devendo se
diversos partidos políticos representativos de todas as
registrarem perante o TSE, depois de se constituírem como
correntes de opinião da sociedade) é sistema adotado pela
associações de caráter privado (art. 17, § 2º).
CF/88 no artigo 17.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
Tribunal Superior Eleitoral.
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA preceitos:
São princípios constitucionais da organização político
partidária brasileira, estabelecidos no texto constitucional, no OUTRAS ESTRUTURAS DE PARTIDOS POLÍTICOS EXISTENTES
art. 17, os seguintes:
Unipartidarismo (sistema de partido único – próprio de
a) caráter nacional das agremiações, na forma prescrita regimes autoritários); e Bipartidarismo (sistema de dois
no art. 7º da Lei 9.096/95, ou seja, ter obtido pelo grandes partidos que se alternam no poder, como programas
menos meio por cento dos votos dados na última mais ou menos definidos). Observação: durante a ditadura
eleição para a Câmara dos Deputados, não militar houve um período com Unipartidarismo e
computados brancos e nulos, distribuídos por um Bipartidarismo no Brasil.
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DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO anômala, sem, no entanto, representar uma quarta
modalidade de unidade da federação.
É possível que o Estado ao ser constituído o seja como Estado
unitário, ou como Estado federado. FEDERALISMO POR AGREGAÇÃO

a) Estado Unitário: nele não existem outros centros de Nos Estados Unidos da América do Norte, cuja constituição
decisão governamental senão aquele exercido pelo federativa deu-se pela agregação das colônias que se
Presidente da República ou pelo Imperador, ou outra tornavam independentes da Inglaterra, ao menos no início.
forma de denominação que se atribua ao governante.
FEDERALISMO POR SEGREGAÇÃO
b) Estado Federado: nele ocorre a repartição do poder
No Brasil tínhamos um Estado Imperial unitário, que se
de decisão conforme a natureza geral, regional ou
desagregou de forma ordenadas e premeditada, por ocasião
local dos assuntos a serem objeto de decisão
da proclamação da República, para tornar-se uma Federação,
governamental.
daí dizer-se que se trata o brasileiro de federalismo por
Descentralização Política: a descentralização desse poder de segregação.
decisão, quando fundamentada em norma constitucional, é
 A luta das províncias por maior autonomia, motivou
denominada de descentralização política, dado o caráter
a transformação daquelas em Estados federados,
político constituinte da decisão que a determinou.
quando ocorreu a mudança da estrutura do Estado
brasileiro de imperial para republicana.
CONTEXTO HISTÓRICO

A federação no Brasil existe desde a Proclamação da UNIDADES FEDERADAS


República.
As unidades federadas (União, Estados, Distrito Federal e
Na Constituição de 1891 (1ª Constituição) redigida por Rui Municípios) gozam de direitos iguais dentro da federação
Barbosa, inspirada na Constituição Americana. Constava que o brasileira, daí não é admissível que se fale em supremacia ou
Brasil era uma república gerida pelo presidente eleito pelo predominância de uma sobre as outras.
povo.
MUNICÍPIO É UNIDADE FEDERATIVA OU NÃO?
 No início o voto não era universal (voto de cabresto).
Os que argumentam que os Municípios não são unidades
1891- Estados Unidos do Brasil. federadas alegam:

1988 – República Federativa do Brasil  Os Municípios não participam da vontade nacional


como os Estados e a União.
FEDERALISMO EM TRÊS NÍVEIS  Os Municípios não possuem poder judiciário.

O federalismo estabelecido no Brasil da Constituição de 1988, Os que argumentam que os Municípios são unidades
foi estabelecido em três níveis, conforme dispõem os arts. 1ª federadas alegam:
e 18 da CF/88, integrada a República Federativa do Brasil pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.  Que os Municípios possuem competências próprias
que nem a União pode intervir. Elas estão previstas
 O Federalismo em 3 níveis não é uma invenção no art 1º da Constituição Federal, deste modo, ele é
brasileira. Espanha e Portugal já utilizaram. sim um ente federado.

“ Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união BENS DA UNIÃO (ART 20)
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito...” Os bens da União estão relacionados na Constituição no seu
art. 20.
 Diferentemente do que ocorria na Constituição
anterior – a Constituição de 1967, alterada pela  Os bens que não pertençam aos municípios ou a
emenda n.º 01/69. União pertencem aos Estados (são os chamados bens
residuais).
DISTRITO FEDERAL
Deste modo, pertencem ao estado os próprios bens
O Distrito Federal não se enquadra nem como Estado, nem adquiridos com recursos próprios (ex. carro) e os bens
como Município, possui característica de ambas as espécies residuais.
de unidades federadas, sendo, pois, unidade federada
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COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS DA UNIÃO (ART 21) XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de
seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
Art. 21. Compete à União: inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
de organizações internacionais; nacional de viação;
II - declarar a guerra e celebrar a paz; XXII - executar os serviços de polícia marítima,
III - assegurar a defesa nacional; aeroportuária e de fronteiras;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
nele permaneçam temporariamente; pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus
intervenção federal; derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de a) toda atividade nuclear em território nacional somente
material bélico; será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do
VII - emitir moeda; Congresso Nacional;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização
as operações de natureza financeira, especialmente as de e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos,
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de agrícolas e industriais;
previdência privada; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e igual ou inferior a duas horas;
social; d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; da existência de culpa;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do
concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, trabalho;
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos da atividade de garimpagem, em forma associativa.
institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão: COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS PRIVATIVAS DA UNIÃO (ART 22)
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
As competências legislativas privativas da União são aquelas
imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o relacionadas no art. 22 da Constituição, sendo possível,
aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação porém que por meio de Lei Complementar sejam os Estados-
com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; membros e o Distrito Federal autorizados a legislar sobre
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura questões específicas das matérias ali relacionadas.
aeroportuária; Significando que a lei complementar deverá estabelecer com
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre
exatidão a matéria sobre a qual irá se autorizar a edição de
portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham
lei estadual para o seu disciplinamento.
os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros;  A União legisla de forma plena e ampla sobre a
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; maioria dos assuntos.
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério  A União legisla sobre aspectos gerais e os Estados
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria sobre as normas específicas.
Pública dos Territórios;  A União possui competências privativas e
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a
concorrentes.
polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de COMPETÊNCIAS COMUNS DA UNIÃO, ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS
fundo próprio;
(Art 23 da CF) Lei complementar poderá fixar normas para a
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística,
cooperação entre as unidades federadas, a fim de buscar o
geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de equilíbrio do bem-estar e do desenvolvimento em âmbito
diversões públicas e de programas de rádio e televisão; nacional.
XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as Como se tratam de competências comuns, o estabelecimento
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; de cooperação entre elas é natural, vindo a lei complementar
apenas disciplinar esta cooperação. enquanto não
sobrevierem essas normas não haverá empecilho a que a
Constitucional 2 – Memorex V1
cooperação se dê, apenas que deverão as normas serem das outras duas espécies de unidades federadas – União e
respeitadas quando já existentes. Municípios.

 Os estados estão autorizados a legislar sobre DOS BENS E DAS COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS E ADMINISTRATIVAS DOS
questões específicas das matérias ali relacionadas. A MUNICÍPIOS
lei complementar deverá estabelecer com exatidão a
matéria sobre a qual irá se autorizar a edição da lei Diferentemente do que ocorre com os Estados-membros, a
estadual para o seu disciplinamento. competência dos Municípios, tanto administrativa quanto
 Os estados possuem competências legislativa legislativa se acha prevista de forma expressa no art. 30 da
concorrente, comum e residual (art. 25, CF) Constituição.
 O Distrito Federal possui competência de prefeitura
DA INTERVENÇÃO, DO ESTADO DE SÍTIO E DO ESTADO DE DEFESA
somada a de governo estadual por isso possui norma
residual +norma local.  Intervenção: Modalidade de controle de
constitucionalidade possível de ser exercida em face
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS CONCORRENTES DA UNIÃO, DOS ESTADOS dos Estados, pela União, e dos Municípios, pelos
E DO DISTRITO FEDERAL Estados – em razão da ocorrência de alguma das
(Art. 24 da CF) Enquanto a União legisla no âmbito geral, cada hipóteses descritas nos arts. 34 e 35 da Constituição
uma das unidades federadas legisla no âmbito de sua atuação. de 1988, preenchidos os requisitos do art. 36, em
qualquer caso. Termina quando termina o problema.
Embora o art. Fale em competência concorrente entre a
União, Estados e Distrito Federal a mesma concorrência é  Estado de Defesa: medida prevista no art. 136 da
também aplicável aos Municípios. Constituição, que tem como objetivo preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e
 Os municípios possuem competência local e comum. determinados, a ordem pública ou a paz social
 A União legisla sobre aspectos gerais e os Estados ameaçadas por grave e iminente instabilidade
sobre as normas específicas. institucional ou atingidas por calamidades de grandes
proporções na natureza.
Quando a União não legisla sobre os aspectos gerais ela quase
impede que os estados pensem nos aspectos especiais. Porque
 Estado de Sítio: medida de caráter mais grave do que
as normas específicas são baseadas nas normas gerais que a
a do Estado de Defesa, preconizada pelo art. 137,
União criou.
para ser utilizada nos casos de comoção grave de
Para impedir que a União usasse esse artifício, a Constituição repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
delimitou no § 2º e 3º do artigo 24 da Constituição a comprovem a ineficácia do Estado de Defesa, ou nos
possibilidade que os estados legislem suplementarmente casos de declaração de estado de guerra ou resposta
nesses casos para suprir essas ausências de legislação da a agressão armada estrangeira.
União.
 Não posso alterar a constituição em qualquer uma
 Nesse caso, o estado produz a norma específica para das três situações.
que depois a norma geral (caso seja produzida pela
União) seja suprimida revogada.  A constituição de um estado que passa por
intervenção também não pode ser alterada.
DOS BENS E DAS COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS E ADMINISTRATIVAS DOS
ESTADOS MEMBROS

 As competências administrativas e legislativas dos


Estados encontram-se estabelecidas no art. 25, § 1º,
que lhe dá caráter residual.

São residuais porque não são relacionadas expressamente,


mas fixadas no § 1º do art. 25. Ele argumenta que lhes são
reservadas as competências que não lhes forem vedadas pela
Constituição.

Assim, as competências dos Estados são aquelas comuns, as


concorrentes e as que não forem específicas de nenhumas
Constitucional 2 – Memorex V1
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS  Não funciona desse modo no Brasil, pois a Medida
Provisória também pode alterar direito individuais e
 Dimensões ≠ Gerações. coletivos.

Dimensões: oferta a ideia de igualdade dos Direitos CONTEÚDO DOS CHAMADOS DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Constitucionais.
 Originalmente a positivação de regras constitucionais
Gerações: oferece a ideia de que os direitos de 1ª geração são marcou a consagração dos ideais do liberalismo
mais importantes que os de 2ª e assim por diante. político, tornando limitado o poder do governo e a
obrigação a estes de respeitarem os direitos
CONTEXTO HISTÓRICO individuais.
Os Direitos e deveres individuais e coletivos tem origem no  Cappelletti entende que o que se deu na ocasião foi
Poder Constituinte. Teoria desenvolvida pelo Abade de Sieyes, a positivação dos direitos naturais, elevados à
com a publicação do panfleto/ obra: “O que é o terceiro condição de direitos constitucionais.
estado?” Esse panfleto é uma manifestação liberal, publicada  Gustavo Binembojm: “Tais direitos, enquanto inatos
às vésperas da Revolução Francesa. ao homem, não existem em razão das leis,
produzidas pela vontade da maioria; ao revés, sua
existência decorre da própria natureza humana,
1º Estado: Clero
sendo por isso irrevogáveis pelo legislador ordinário.
2º Estado: Nobreza Dessa forma, a positivação dos direitos individuais
nos textos constitucionais contribuiu decisivamente
3º Estado: “resto”, para que as Constituições modernas adquirissem o
camponeses, artesãos caráter de “lei suprema”, situada em posição
hierárquica superior a todas as demais leis. A
jurisdição constitucional, nesse contexto, seria o
mecanismo de assegurar a supremacia dos direitos
 O 3º Estado sustentava toda a França.
do homem sobre as criações da vontade geral ...”
Na Revolução Francesa se lutava por: “liberdade”, “igualdade”
e “fraternidade”. DIREITOS DE 1ª GERAÇÃO/ DIMENSÃO

 Devem aparecer em 1º lugar na Constituição (no


 Liberdade: Direito de 1ª dimensão/geração.
início do texto.
 Igualdade: Direito de 2ª dimensão/geração.
 São os direitos de liberdade, direitos civis e políticos,
 Fraternidade: Direito de 3ª dimensão/geração.
que em grande parte correspondem, sob um prisma
 Globalização: Direito de 4ª dimensão/geração.
histórico, àquela fase inaugural do constitucionalismo
do Ocidente.
CONCEITOS
 Tem por titular o indivíduo
Segundo Hesse: direitos e deveres fundamentais resultam em  São oponíveis ao Estado - são os direitos de
criar e manter os pressupostos elementares de uma vida na resistência ou de oposição perante o Estado.
liberdade e na dignidade humana podendo ser designados por Representam limites à intervenção do Estado na
direitos fundamentais todos os direitos ou garantias esfera individual. Estabelecem ao Poder Público um
nomeados e especificados no instrumento constitucional. dever de abstenção, sendo por isso identificados com
liberdades negativas (liberdade de expressão,
 Para ele qualquer direito presente no texto liberdade religiosa, liberdade de associação,
constitucional é fundamental. liberdade de locomoção, livre iniciativa econômica).
 No entanto, isso não é aplicado no Brasil pois hoje os  Exigem do estado um “não fazer”
direitos sociais, não são fundamentais.  Foram produzidos pelo liberalismo.
Para Carl Schimitt – direitos fundamentais são aqueles
DIREITOS DE 2ª GERAÇÃO/ DIMENSÃO
direitos que receberam da Constituição um grau mais
elevado de garantia ou de segurança; ou são imutáveis ou  são os direitos sociais, culturais e econômicos bem
pelo menos de uma mudança dificultada, a saber, direitos como os direitos coletivos ou de coletividades,
unicamente alteráveis mediante lei de emenda à Constituição. introduzidos no constitucionalismo das distintas
formas de Estado social, depois que germinaram por
obra da ideologia e da reflexão antiliberal deste
século.
Constitucional 2 – Memorex V1
 Nasceram abraçados ao princípio da igualdade, do  A existência de direitos individuais somente faz
qual não se podem separar. sentido se correspondentemente a esses se fizer a
 São esses direitos corolários da igualdade formal, previsão da existência de deveres para os indivíduos
proclamada pelo liberalismo, começam por
extinguirem antigos privilégios do clero e da  Assim, a ideia de direito requer, a visualização de uma
nobreza, fazendo surgir os direitos políticos, que de prestação Estado-indivíduo, que pode materializar-se
início restringem-se às classes oligárquicas e vão se por meio da garantia ao indivíduo de que nenhuma
universalizando com a consolidação do ideal ação ou omissão de outros indivíduos ou entidades
democrático. poderá violar impunemente o seu direito.

 Contexto Histórico: queda da bolsa de 29.  Mas, também a percepção de uma prestação
indivíduo-Estado, impondo a estes, como
 Foram implementados aos poucos. decorrência dessa proteção determinados deveres,
sejam estes pertinentes à obrigação de respeito a
 Origem antiliberal.
deveres de outros indivíduos ou de prestar
 Estão presentes nos a e artigos 5º, 6º e 7º da determinados tributos ao Estado que o protege.
Constituição
 Serão coletivos os direitos e deveres de que não se
puderem identificar como destinatários indivíduos
DIREITOS DE 3ª GERAÇÃO/ DIMENSÃO determinados ou determináveis, assumindo, pois, a
característica de direitos e deveres difusos.
 Têm por destinatário o gênero humano.
 São os direitos de fraternidade (para Mbaya –
 Direitos Difusos possuem como titulares a
solidariedade)
coletividade.
 Sendo 5 já identificados por Karel Vasak:
a) o direito ao desenvolvimento,
 Deveres Difusos: prestação devida por todos
b) o direito à paz,
indistintamente em favor do interesse dessa mesma
c) o direito ao meio ambiente,
coletividade.
d) o direito de propriedade sobre o patrimônio
comum da humanidade
 Na medida em que se aprofunda o conceito de
e) o direito de comunicação.
democracia social, tais direitos e deveres se
avolumam, naqueles casos em que já identificados
 Caracterizam-se pela transindividualidade, ligando-se
como tais, para assumir significado mais relevante e,
os seus titulares por um vínculo de solidariedade.
portanto, reclamar maior proteção pelas instituições
incumbidas desse mister
DIREITOS DE 4ª GERAÇÃO/ DIMENSÃO

 A globalização política na esfera da normatividade  Como também se expande o rol desses direitos,
jurídica introduz os direitos de quarta geração. incluindo-se dentre tais, situações anteriormente não
 Que, correspondem à derradeira fase da abarcadas por proteção dessa ordem.
institucionalização do Estado social.
 Correspondem ao direito à:
a) o direito à democracia,
b) o direito à informação e
c) o direito ao pluralismo.

 Deles depende a concretização de uma sociedade


aberta para o futuro, em sua dimensão máxima de
universalidade

ATENÇÃO

 Todo direito é relativo e quem regula é o estado!

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