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Venicia Elaine Santana

NATAÇÃO COMO SOBREVIVÊNCIA AQUÁTICA:


UMA METODOLOGIA DE ADAPTAÇÃO AO M~~IO
LÍQUIDO EM REALIZAÇÃO NO SESC
CAMPINAS.

Campinas
2001
TCC/UN!CAMP A
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1290001683
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Educação Física

NATAÇÃO COMO SOBREVIVÊNCIA AQUÁTICA: UMA


METODOLOGIA DE ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO EM
REALIZAÇÃO NO SESC CAMPINAS.

Venicía Elaine Santana

Monografia apresentada para


obtenção do título de Bacharel
em Treinamento em Esportes,
sob a orientação da Profa.
Mestranda Vanessa Helena
Santana.

Campinas
2001
- A o

NATAÇAO COMO SOBR.EV!VENC!A AQUA T!CA: UMA


METODOLOGIA DE ADAPTAÇÃO AO MEiO LÍQiJiuO
EM REALIZAÇÃO NO SESC CAMPINAS.

PROF.MS. VANESSA HELENA SANTANA


AGRADECIMENTOS

À minha família: meus pais José Ubiratã e Maria Helena e minhas Irmãs
Vanessa, Vanielen e Viviani, pelo amor, força e atenção que sempre me deram em todos
os momentos da minha vida

À Profa. Ms. Vanessa Helena Santana, minha amada irmã e orientadora, com
quem compartilhei toda minha vida acadêmica, e a quem devo a maior parte dos meus
conhecimentos. Obrigada pela ajuda e amizade.

Ao meu namorado Juliano pelo amor, companheirismo e força que com certeza
foram fundamentais nestes quatro anos e três meses de namoro e caminhada acadêmica.

À todos os professores da FEF-Unicamp, excelentes profissionais que muito


acrescentaram aos meus conhecimentos, em especial à Profa Dra Maria da Consolação
G. C. Fernandes Tavares pela atenção e carinho, pelos conselhos e pelo interesse com
que orientou minha iniciação científica além de sempre dividir seus muitos
conhecimentos conosco.

À todos meus amigos da faculdade e funcionários que foram muito importantes


para que eu alcançasse meus objetivos.

Ao SESC Campinas, parabenizamos pelo trabalho aí realizado e agradecemos


pelas informações que foram indispensáveis para a realização desta pesquisa.

Ao Corpo de Bombeiros de Campinas, pela atenção que nos atendeu


contribuindo para discussões e dados que foram de suma importância para a realização
deste trabalho acadêmico.

Enfim, a todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização deste


trabalho.
RESUMO

NATAÇÃO COMO SOBREVIVÊNCIA AQUÁTICA: UMA METODOLOGIA


DE ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO EM REALIZAÇÃO NO SESC
CAMPINAS.

Existem inúmeras metodologias pedagógicas que caminham para o ensino da


natação, porém, nem sempre proporcionam total segurança aquática, podendo levar o
falso nadador a uma situação de afogamento. Nosso trabalho consistiu inicialmente em
realizar uma pesquisa bibliográfica no acervo das bibliotecas da Unicamp e do Corpo de
Bombeiros de Campinas abordando dados sobre incidência, causas e prevenções de
afogamentos. Num segundo momento analisamos os métodos de adaptação aquática e
técnicas de sobrevivência encontrados na bibliografia pertinente a este assunto
disponfvel na FEF-Unicamp. Posteriormente, através dos dados e análises obtidas,
elaboramos uma metodologia de curso de adaptação ao meio líquido que vem sendo
aplicada em um grupo de adultos do Sesc Campinas, a qual sofreu mudanças
influenciadas pelo referencial teórico aqui apresentado, objetivando a segurança e o bem
estar destes indivíduos, colaborando para a melhoria da qualidade de vida e
proporcionando uma opção de lazer. O ensino da natação com aspecto utilitário
maximiza o papel social do profissional de Educação Fisica tornando-o um colaborador
na prevenção de afogamentos.
PRENDA A RESPIRAÇÃO E LEIA ESTE TEXTO

Os últimos segundos de quem está se afogando


são mais ou menos assim:
a surpresa de não conseguir subir à tona
é substittúda imediatamente pela realidade cruel
do que está ocorrendo e que não deseja acreditar.
Não, aquilo não está acontecendo com ele.
Alguém já virá salva·lo
e juntos rirão daqueles momentos apavorantes.
Na próxima festa ele já terá ass\Ulto
para prender a atenção dos convidados.
Mas, naquele exato momento,
a única coisa que ele desejaria prender
e não está conseguindo é a respiração.
E o pior é a falta de oxigênio
que já não o está deixando raciocinar com calma e lucidez,
porque o desespero trouxe um elemento novo
naquele momento aterrorizante:
a agonia de ter sugado água pelo nariz.
O desconforto de ter engasgado com aquela água que
já não lhe permite lembrar
de mentalmente fazer uma oração.
As pessoas que ele mais amava
e que apareciam e desapareciam do seu pensamento,
também já são sombras.
Sua visão está escurecendo.
Nesse exato momento ele só pensa em salvar o fio de vida
que ainda lhe resta
Mas está sem forças.
Uma pergunta martela a sua mente:
"Por que eu fui abusar?"
Está se entregando e só espera por um milagre.
Tenta gritar, mas é inútiL
Ninguém pode ouvir a sua voz engasgada
Relaxa,
sente a derrota
Assume que vai morrer.
Escuridão total.

SE VOCÊ AGUENTOU PRENDER A RESPIRAÇÃO TANTO TEMPO E


VOLTOU A RESPIRAR, LEMBRE-SE DE QUE NA ÁGUA VOCÊ TALVEZ
NÃO TENIIA TANTA SORTE.
SUMÁRIO

I) Introdução.................... .. . ......•.••••..........••.•..•...........••.•...............•.••.•....... ~]

2) Incidências de afogamento ............................................................................. 03

3) Causas e prevenções de afogamento ...................................... . ..04

3.1) Causas de acidentes aquáticos .......................... . ..04

3.2) Prevenções de afogamentos ............................ . ......... 04

4) Métodos de adaptação aquática sob a ótica de alguns autores ............................ 09

5) Técnicas de sobrevivência na água .................................................................... 15

6) Metodologia de curso de adaptação ao meio líquido aplicada em um grupo de


adultos do SESC Campinas...................... .............. .... 21
6.1) Vertentes do trabalho do Sesc... .. ... ........ ....... .. .... ........... 21
6.2) Natação para adultos no Sesc Campinas: um trabalho completo .......... .23
6.3) Metodologia utilizada..................... . ............ ..................... ............... 24
6.3.1) Programação do Curso de Iniciação ànatação ............................. 26
6.3.2) Atividades apresentadas nas aulas ............................................... 32

7) Considerações Finais .............................................................. . .... 49

8) Referências Bibliográficas ............................ . .......... 50


I

1) Introdução

A pressão, a viscosidade e o atrito da água com a pele massageiam o corpo,


permitindo urna sensação maravilhosa de bem estar. A água é uma substància agradável
ao corpo humano. Em um país como o nosso, cercado de águas e com clima quente, é
muito grande a procura por piscinas, rios, lagoas e praias. Tanto para o lazer, como
atividade física, relaxamento e conseqüente melhora do bem estar físico e mental.
Apesar de já termos passado algum tempo em meio líquido durante nossa formação
intra-uterina, ainda há uma inadaptação do nosso organismo a esse meio. Para
aproveitarmos com segurança os beneficios que a água pode nos oferecer, devemos ter
consciência da importância de estarmos adaptados adequadamente, aprendendo a nadar,
sabendo os perigos ao lidar com ela e prevenindo acidentes.
Quando se inicia o processo de aprendizagem da natação, a fase de adaptação ao
meio líquido é a base para o ensino eficiente. Existem muitas metodologias pedagógicas
que cammham para o ensino da natação, porém, nem sempre proporcionam total
segurança aquática, podendo levar o falso nadador a uma situação de quase afogamento
ou até a morte por afogamento.
É na fase de adaptação que se aprende sobre a respiração no meio líquido, flutuação,
propulsão, onde há a familiarização do aluno ao novo meio, mas, além disso, o
professor deve transmitir medidas preventivas, informações utilizadas no caso de uma
emergêncta que permitem que o nadador não entre em pânico, raciocine e poupe
energias que poderão ser necessárias no caso de uma situação prolongada. Para que este
esteja apto a realizar o auto-salvamento, tendo tranqüilidade suficiente e não se
tomando uma vítima de afogamento, é fundamental que conheça as técnicas de
sobrevivência.
Nosso trabalho tem como objetivo fazer um levantamento bibliográfico sobre
incidência, causas e prevenções de afogamentos, métodos de adaptação aquática e
técnicas de sobrevivência no acervo das bibliotecas da Unicamp e do Corpo de
Bombeiros de Campinas e, posteriormente, elaborar uma metodologia baseada no
conteúdo bibliográfico aqui realizado e no curso de adaptação ao meio líquido, o qual
vem sendo aplicado em grupos de adultos do Sesc Campinas, objetivando a segurança e
o bem estar destes indivíduos, colaborando para a melhoria da qualidade de vida e
2

proporciOnando uma opção de lazer. O ensino da natação com aspecto utilitário


maximizao papel social do profissional de Educação Física, tomando-o um colaborador
na prevenção de afogamentos_
3

2) Incidência de afogamento

A incidência média de afogamentos mundialmente falando é de 140.000 casos


por ano. Acredita-se que a grande procura por esportes aquáticos e conseqüentemente a
maior vivência em meio líquido, tem proporcionado uma diminuição nos números de
casos de afogamentos (Tafuri, J 997).
Segundo o Anuário Estatístico do Corpo de Bombeiros do ano de 1998
ocorreram no estado de São Paulo 940 mortes por afogamentos, sendo 98 na capital e
842 no interior_
Diante das informações ac1ma se pode dizer que o número de mortes por
afogamento é bastante alto. Uma conscientização quanto a aspectos de prevenção de
acidentes é fundamental: como a importância de se aprender a nadar, estar sempre
atento às crianças quando estas estão em contato com a água, evitar a prática da natação
após ingestão de álcool etc.
4

3) Causas e Prevenções de afogamento

3.1) Causas de acidentes aquáticos

Segtmdo a bibliografia pesquisada, as mais freqüentes causas de afogamento e


acidentes na água são:
Abuso de álcool e drogas dtuante a natação recreativa (Cunha, 1970 e
Silva, 1995);
Saltos de cabeça em locais desconhecidos ou em águas rasas (Silva, 1995);
Superestimar a própria condição técnica e física Acontece quando o
nadador nada demais, vai para longe e não tem condições fisicas e
psicológicas para retomar, ocorrendo principalmente com os mais jovens
que mais freqüentemente tem dificuldades de reconhecer seus limites
(Silva, 1995);
Cair de repente em água funda. Pode ocorrer com as pessoas que estão
perto da água, como ocorre, por exemplo, com pescadores amadores, ou
mesmo no mar em locais onde há desníveis (Silva, 1995);
Acidentes envolvendo barcos pequenos e médios (Silva, 1995);
Emergências médicas tais como ataques cardíacos (Silva, 1995);
Choque elétrico durante o banho em banheira (Martini, 1979);
Acidente que pode surgir após refeição exagerada, em pleno período de
digestão (Martini, 1979 e Cunha, 1970);
Tentativa de salvamento de outra pessoa sem os conhecimentos técnicos
necessários (Cunha, 1970);

Outras causas de acidentes aquáticos podem ser citadas como o pânico, a
hipotennia e o "apagamento", ou seja, um desmaio ocasionado pelo hiperventilação
antes de atividades de submersão (Amaral & Rocha, s/d.).

3.2) Prevenções de afogamentos


É um dever do profissional que lida com o meio aquático utilizar se de algumas
medidas preventivas para minimizar os acidentes e ser um agente de informações sobre
prevenção e como se portar em caso de acidentes.
5

Destacamos as seguintes medidas preventivas:


I) Aprender a nadar é a regra básica para prevenir acidentes na água. A água não é
o ambiente natural do homem, e essa inadaptação pode ser causa de acidentes_ A
prevenção consiste principalmente no desenvolvimento de programas
educacionais e de treinamento em natação, sobretudo nas escolas e clubes
esportivos (López, 1979; Schwartsman, 1983 e Silva, 1995);
2) Conscientização dos riscos da prática de natação e esporte aquáticos após
ingestão de drogas e bebidas alcoólicas. Além de produzir a incoordenação dos
atos de defesa, propicia condições especiais metabólicas, que facilitam o êxito
asfixico (López, 1979; Silva, 1995 e Cunha, 1970);
3) Não nadar após refeição exagerada, em pleno período de digestão. Após uma
refeição exagerada, grande quantidade de sangue acumula-se nos vasos do
aparelho digestivo. O esforço fisico exigido na natação aumentará as
necessidades de oxigenação do corpo, que não será suficiente, principalmente ao
cérebro, devido à sobrecarga funcional dos órgãos digestivos. Poderá ocorrer um
desmaio resultante da deficiência no funcionamento normal do cérebro. A
asfixia decorrente do afogamento vai agravar o quadro, aumentando ainda mais
a deficiência de oxigênio ao cérebro e daí, sobrevir lesões graves ou a morte
(Martini, 1979; Schwartsman, 1983);
4) Nunca nadar sozinho, pode acontecer algum imprevisto corno cãibra, problema
cardíaco, por exemplo, e não haverá ninguém para ajudar ou pedir por socorro
(Wilkie & Juba, 1984 e Silva, 1995);
5) Crianças não devem ser deixadas à vontade em locais onde exista água, elas não
possuem noção do perigo, nem mesmo que seja urna poça (Silva, 1995);
6) Não mergulhar de cabeça sem colocar as mãos à frente, se a água for pouco
profunda, a cabeça estará desprotegida, podendo machucá-la ou ainda prejudicar
a coluna, podendo acabar até em morte (Wilkie & Juba, 1984 e Silva, 1995);
7) Conhecer a temperatura e as condições locais da água É bom escolher locais
seguros para participar de atividades recreativas, verificando se pode haver
perigo corno ondas, correntes, vida aquática, objetos debaixo d'água, diversas
profundidades, condições ruins do tempo, etc. (Wilkie & Juba, 1984 e Silva,
!995);
6

8) Não tentar percorrer grande distância a nado a menos que um barco contendo
uma bóia ou um cinto salva-vidas acompanhe todo o percurso, pois poderá
ocorrer esgotamento :fisico e conseqüentemente um acidente (Hartley, 1978);
9) Não realizar híperventilação, para evitar o "apagamento". Hiperventilando, ou
seja, inspirando profundamente e por diversas vezes seguidas faz com que o
dióxido de carbono seja liberado, baixando o seu nível, diminuindo assim o
reflexo involuntário da respiração, e assim o aviso da necessidade de respirar
vem tarde, e o indivíduo "apaga", ou seja, pode ocorrer asstm uma forma de
desmaio, denominado "apagamento". Antigamente, ouVIa-se falar sobre esses
casos somente com mergulhadores de caça submarina, hoje se sabe de casos em
piscinas, onde na maioria dos casos, a pessoa competia consigo mesma ou com
outros indivíduos para aumentar a distância percorrida debaixo d'água ou a
duração de apnéia subaquática (McArdle et ai., 1998; Tafuri, 1997 e Silva,
1995);
I O)Conhecer algumas noções de socorros de urgência (Rodrigues, 1973);
11) Vestir-se apropriadamente para a atividade aquática, a sunga e o maiô é o ideal.
Nadar com mais roupas é dificil e cansativo, além de ficar pesada quando está
molhada (Silva, 1995);
l 2) Aprender a sair de situações de emergência individual, como, por exemplo, a
possibilidade de cãibras que podem ser causadas pelo frio, fadiga, insolação, etc
(Silva, 1995);
13) Saber como agir para ajudar a tirar outras pessoas destas situações, tomando
cuidados para também não se tomar uma segunda vítima (Silva, 1995);
14)Canos, bóias, cordas, pranchas de salvamento, devem ser sempre colocados à
vista e de fácil acesso para ser usado imediatamente em caso de necessidade
(Silva, 1995);
15) Utilizar-se do colete salva-vidas em embarcações aquáticas, sabendo ou não
nadar, pois no caso da embarcação virar, alguém pode ficar inconsciente ou
bater a cabeça e é mais provável que se salve (Wilkie & Juba, 1984 e López,
1979);
16) Como o afogamento é responsável por grande número de morte entre
epilépticos, estes devem receber uma atenção especial (López, 1979);
7

l7)Medidas preventivas como a construção de balaustradas ao longo de rios, pontes


e cais, barreiras adequadas em tomo de piscinas e eficazes proteções nas
rodovias que margeiam rios e lagoas (López, 1979);
18)Deve haver demarcação de depressões ou saliências em áreas freqüentadas para
a natação (López, 1979);
19)Na maioria dos casos, as primeiras pessoas a chegar ao local onde ocorreu o
acidente são amigos ou parentes da vítima, o que salienta a importância de se
treinar uma substancial parte da população nas técnicas de ressuscitação
cardiorrespiratória (López, 1979);
20)Conhecer e respeitar as regras locais, principalmente as regras de uso de piscmas
públicas, inclusive porque podem ser fonte de doenças, pnncipalmente quando
não existem regras de higiene como banhos antes de entrar, uso de toucas (Silva,
1995);
2l)Não superestimar sua capacidade conhecendo suas limitações (Horn, 1979).
22) Só pedir ajuda quando realmente necessitar, senão quando for necessário
realmente o socorro, as pessoas podem não acreditar (Hom, 1979);
23)Não saltar, correr ou perseguir outros em volta da piscina para não correr o risco
de escorregar ou chocar-se com alguém (Burkhardt & Escobar, 1985);
24)Antes de mergulhar ou saltar na água verificar se não há outros nadadores por
perto para não pular em cima deles e ocasionar acidentes (Hertz, 1974);
25) A existência de um número suficiente de salva-vidas em locais destinados à
prática de esportes aquáticos é importante não apenas durante o ato do
salvamento e ressuscitação cardio-respiratória, mas também ao estímulo de uma
atividade esportiva disciplinada e menos perigosa (López, 1979);
O profissional deve preocupar-se sempre em adicionar conhecimentos sobre
regras de uso e prevenções de acidentes em locais fora da piscina, como rios, praias,
lagos, etc. Passar aos alunos informações como essas são de grande Importância
para a segurança deles. A seguir daremos algumas dicas em relação ao
comportamento nas praias.
Na costa nade paralelamente e próximo à praia, a fim de evitar ser puxado
para longe pelas correntes (Hertz, 1979; Wilkie & Juba, 1984 e
Schwartsman, 1983);
8

Se por qualquer razão ficar sozinho longe da margem ou da costa, a


questão mais importante a enfrentar é a sobrevivência. Deve tomar
decisões em função de sua facilidade em nadar e da distância que terá que
nadar. Por outro lado, é possh~el que não esteja à vista qualquer local para
onde ir e deve então se preocupar apenas em agüentar o maior tempo
possível (Wilkie & Juba, 1984);
Caso esteja em perigo nas águas, evite debater-se, tente boiar ou nadar
paralelo à praia e grite por socorro (Polícia Militar do Estado de São Paulo,
2000);
Evite banhar-se próximo a costeiras e pedras (Polícia Militar do Estado de
São Paulo, 2000);
As placas de sinalização da praia devem ser respeitadas, elas servem para
instruir o banhista quanto aos perigos existentes no local, tais como: valas,
buracos, correnteza, etc. (Schwartsman, 1983; Wilkie & Juba, 1984 e
Policia Militar do Estado de São Paulo, 2000);
Atenção às bóias e brinquedos infláveis, pois eles transmitem falsa
sensação de segurança que leva a pessoa a aventurar-se mais longe e se
arriscar (Schwartsman, 1983 e Polícía Militar do Estado de São Paulo,
2000);
Quando uma bola ou outro objeto for levado para o alto mar pela
correnteza ou pelo vento, Jamais se deve ir atrás, pois o regresso pode ser
perigoso (Hertz, 1974);
Maste-se das praias em caso de temporal e raios (Polícia Militar do Estado
de São Paulo, 2000);
Evite banhos maritimos noturnos. Neste período dificilmente se encontra
ajuda (Polícia Militar do Estado de São Paulo, 2000).
9

4) Métodos de adaptação aquática sob a ótica de alguns autores.

Segundo Machado (1978), a seqüência pedagógica do aprendizado da natação


pode ser dividida em cinco unidades, que podem ser desenvolvidas através de
exercícios e JOgos:
I) Ambientação ao meio líquido - tem o objetivo de que todos os alunos se
tornem amigos da água, com vontade de vê-la e senti-la, principalmente
nesta fase os jogos são bastante utilizados.
2) Flutuação - capacidade que tem um corpo de se manter à superfície de um
líquido sem nenhum auxílio. Os objetivos a atingir nesta fase são: imersão
completa, imersão completa, mas prolongada, prova de flutuação, flutuação
em decúbito ventral e flutuação em decúbito dorsaL
3) Respiração - objetivos desta fase: imersão completa com apnéia, imersão
completa, mas prolongada, respiração aquática
4) Propulsão- é a capacidade que tem o corpo de se locomover dentro da água
com os próprios recursos, depende do trabalho conjunto de pernas e braços.
Os objetivos desta fase são: noção de propulsão, propulsão de pernas e
propulsão de braços.
5) Mergulho elementar- entrada na água de diversas maneiras: sentado, em pé,
mergulhos.
Segundo Palmer (1990), antes de pensarmos qual atividade aquática básica
vamos ensinar primeirO, devemos principalmente, reconhecer o fato de que, quando
se entra na água, entramos em um ambiente estranho, por isso, nossa primeira
preocupação deve ser ensinar as pessoas a sobreviverem na água E diz ainda que,
ser capaz de nadar um estilo básico, não significa estar seguro na água. O autor
chega a conclusão que existe algo mais na natação do que simplesmente saber nadar
algum estilo e que por isso, devemos levar em consideração algumas atividades
básicas de locomoção na água antes de ensinar os estilos mais formais.
SegW1do o autor, o ensino da natação deverá ter a seguinte seqüência pedagógica
quanto à fase de adaptação:
1) Exercícios de confiança: o autor dá várias sugestões de brincadeiras onde o
aluno irá realizar diversos movimentos dentro d'água como andar, correr e saltitar.
10

Através dos jogos, o altmo aprenderá, subconscientemente a necessidade de dominar


e também usar a resistência natural da água;
2) Flutuação: o autor descreve vánas manetras de flutuação como: cogumelo
(grupada com a cabeça para baixo), pronada e supina;
3) Recuperação do pé na posição pronada e supina: antes do aluno realizar
diversos movimentos na parte rasa da piscina, o professor deve estar absolutamente
seguro que seus alunos sejam capazes de recuperar a posição em pé tanto da posição
de costas (supina), como da posição frontaJ (pronada);
4) Impulsão e deslizamento pronado e supino: os deslizamentos são
remanescentes das posições normais da natação. O nadador adota uma posição
estendida e aerodinâmica para um melhor resultado e, além disso, é fundamental
para a realização das saídas e viradas. Portanto, é importante que o ahmo se habitue,
desde o começo, a estes movimentos;
5) Nado cachorrinho: o nado cachorrinho é importante, pois faz com que o
aluno, depois de ter passados pelas etapas antenores, seja capaz de se sustentar com
os pés elevados e avançando pela superfície. Porém, antes de ensinar esse nado o
professor deve estar seguro que seus alunos se sentem razoavelmente "em casa" na
água pois, mais importante que isto, é o aluno saber como recuperar seus pés
firmemente sobre o fundo após wna atividade na piscina Segundo o autor, o nado
cachorrinho pode ser realizado de frente (decúbito ventral) ou de costas (decúbito
dorsal)
Segundo Turchiari (I 996), buscando uma natação consciente e segura, devemos
ter extremo cuidado com a iniciação à natação, respeitando·se a potencialidade de
aprendizado da criança na faixa dos três aos seis anos. Chama a imciação de "pré-
escola de natação", e diz que também poderá ser utilizada em adultos, adequando
conforme a faixa etária. Essa fase é um dos pontos mais importantes a serem
desenvolvidos, a fim de que se realizem todas as suas possibilidades e características
voltadas para a ambientação ao meio, além de adquirir habilidades complementares
e básicas indispensáveis para o desenvolvimento global em natação. O autor propõe
a seguinte seqüência:
1°. Reconhecimento do ambiente externo e interno da piscina- ambientação do
local em que irá desenvolver-se a aprendizagem, tanto externa (ao redor da piscina)
quanto ao meio líquido.
11

2°. Entrada na piscina- ensinar o aluno a entrar na piscina, assim como senti-la
primeiramente com os pés e sentados na borda
3° Reconhecimento da piscina- conhecer as profundidades da piscina.
4° Controle respiratório - conscientização da respiração (entrada do ar nos
pulmões deverá ser feita pela boca- inspiração e a saída pela boca, nariz ou ambos
-expiração).
5° Contato com a água- exercícios utilizando a respiração para a adaptação a
água, podendo utilizar-se de materiais como canudos, copinhos, bolinhas de ping-
pong para assoprar, etc_
6°.Submergindo a cabeça na água- o objetivo é afundar totalmente a cabeça na
água, pegar objetos no fundo da piscina é um exercício utilizado.
r. Flutuação em decúbito ventral- assimilar a passagem da posição vertical (em
pé) à horizontal (decúbito ventral, "deitado de barriga para baixo") retomando à
vertical.
8°. Flutuação em decúbito dorsal -assimilar a flutuação de costas.
9°. Deslocamento sem auxilio de apoio dos pés no fundo- mediante exercícios
de execução simples e circulares com as mãos, similares aos realizados pelos
ammrus (ex: cachorrinho, pedalar com as mãos).
l0°.Adaptação e deslocamento em piscinas com maior profimdidade - fazer a
adaptação e contato com profundidades variadas, desenvolve na criança uma mruor
autoconfiança.
Segundo Lima (1999), a seqüência pedagógica para a aprendizagem dos estilos pode
ser enumerada em cinco itens, além disso, o autor descreve mais três itens que devem
ser levados em consideração na natação (saltos, sobrevivência e salvamento).
I) Adaptação ao meio líquido- o professor deve explorar o máximo as fantasias,
principalmente através de músicas. A música tem como objetivos "quebrar o gelo" no
relacionamento entre aluno e o professor, é o elo de comunicação entre ambos e
motivação. A movimentação do altmo na água através de pequenos jogos, músicas ou
livremente, desde que não perca o contato com o fundo da piscina, tem como objetivos
a procura de novas formas de adaptação, equilíbrio e noção do espaço que ocupa no
meio líquido.
2) Respiração geral - a utilização de músicas: material flutuante e exercícios como
assoprar a água são importantes, passando posteriormente para colocação do rosto e
12

cabeça na água e procura de objetos no fundo da piscina Os movimentos de flexão de


pernas, braços para a lateral, realizados espontaneamente são importantes para a
globalização e futuros movimentos de pernas e braços.
3) Flutuação ventral- dorsal- vertical-lateral- quando o aluno pratica a flutuação
na realidade está percebendo e conhecendo o espaço que o seu corpo ocupa no meio
líquido. Quanto mais variamos o posicionamento do corpo melhor, tanto pra a
percepção corpórea quanto para o relaxamento. Pode-se utilizar fantasias colocando
nomes como jacaré, foguetinho, lancha. É importante que o professor progressivamente
faça com que o aluno sinta o espaço que ocupa e a movimentação das pernas e mãos
para auxiliar o equilíbrio e a sustentação do corpo. A presença do ar nos pulmões,
motivo pelo qual o corpo flutua, poderá ser incentivado através de brincadeiras como
pegar objetos no ftmdo, passar entre arcos submersos, flutuação lateral ou imitação de
"cachorrinho" durante um detenninado tempo bloqueando a respiração.
4) Propulsão das pernas- deslocamento livres ou exercícios com música na posição
vertical são importantes para a iniciação à pernada.. Exercícios na vertical desenvolvem
a percepção globa1 do movimento das pernas e a sensibilidade do aluno de sentir a perna
toda movimentando e a pressão dos pés, vencendo a resistência da água. Segundo o
autor, dificilmente o ahmo sente a pressão nos pés quando nos primeiros movimentos
preconizamos a posição horizontal. Saltos na vertical como os pés no fundo da piscina,
poderá dar noções aos alunos da pernada de peito. O importante é criarmos exercícios
diferentes da posição horizontal, mais dificeis de executar e perceber. É mais fácil o
aluno executar o movimento de andar na posição de flutuação.
5) Propulsão dos braços - segundo o autor, um dos exercícios que ele gosta de
ministrar durante a fase do aprendizado da braçada é a movimentação das mãos para os
lados, através do afastamento lateral dos braços ou com variações como afundar as
mãos e movimentando em todas as direções, lateral, para baixo ou para trás. Quando
solicitamos aos alunos realizar onda na piscina, objetivamos a variação das mãos nas
diferentes posições. Saltos para a frente e mergulho empurrando a água para baixo e
para trás fazem com que o aluno tenha noção de resistência da água
6) Coordenação das pernas e dos braços.
7) Respiração específica lateral - frontal,
8) Coordenação das pernas/braços e respiração (nado completo)
13

9) Saltos - atividades básicas do mergulho elementar, exercícios de saltar da borda,


sentado ou em pé, com objetivos de aprendera a saltar.
lO) Sobrevivência: ensinar os alunos a flutuar num lugar mais fundo do que a sua
estatura durante um tempo determinado. Flutuação nas diferentes posições,
como vertical, horizontal e dorsaL Nadar e alterar as posições. Por exemplo: 1O
metros de crawl, 05 metros de costas, I O crawl. Deslocar-se na água com colete
salva-vidas, de roupa. Levar os alunos a locais com maior profundidade ou nadar
no mar, rios, lagos etc. Sempre com critérios e sob a orientação dos professores.
11) Salvamento: ensinar regras básicas de salvamento, como - noções sobre
profundidade, correntezas dos rios e praias, aprender a nadar com nadadeiras e
flutuadores (auxiliar no salvamento). Noções sobre transporte e técnicas
respiratórias, desobstrução das vias respiratórias.
Segundo Andries Jr (2002), executar os nados da natação, ou seja, crawl, costas,
peito e borboleta é conseqüência de uma boa relação com o meio aquático. Fatores
como dominar, respirar, flutuar e ter uma boa movimentação na água são essenciais
para nadar os estilos. Quanto mais experiências de adaptação forem vivenciadas por um
ahmo que está iniciando, maiores serão as possibilidades de ele desenvolver sua técnica
desportiva ou simplesmente ter uma relação de prazer com a água. Segundo o autor,
estar adaptado ao novo meio significa relacionar-se com ele, ou seja, entrar na água,
envolver-se com ela, aproveitando principalmente o que ela oferece como situações de
flutuabilidade. Para tanto é necessário incorporar novos mecanismos de respiração e de
locomoção, bem como diversificar as maneiras de entrar neste meio. Portanto, por ser
um processo pedagógico, o autor divide a fase de iniciação ao nadar em etapas:
primeiros contatos com a água, respiração, flutuação, propulsão e entrada na água. Com
o objetivo de encarar a natação com um processo lúdico, e para romper com conceitos
formais e mecanicistas, relaciona as etapas da aprendizagem com nomes de animrus,
criando personagens em cada etapa e, dessa forma, tomar o processo de aprendizagem
mais alegre e prazeroso. Ainda segundo o autor, é necessário distinguirmos as
estratégias que serão utilizadas com os adultos, das estratégias que serão utilizadas com
as crianças. Fica estranho falar a um adulto para que ''jogue água para cima e imagine
que é a chuva", como uma criança não irá entender se lhe dissermos que entre na água
devagar e ande apenas sentindo-a, para ela provavelmente isto será desmotivante. As
brincadeiras, os jogos, as músicas e outros elementos lúdicos para a faixa etária infantil
14

são comuns com uma estratégia lúdica, mas nada impede que nas aulas de adultos não
tenha algum jogo ou alglUlla bnncadeira para tomar a aula mais descontraída e
divertida
15

5) Técnicas de sobrevivência na água.

Os acidentes durante a prática da natação acontecem geralmente por abuso cometido


pelos nadadores. Segnndo Klenn (1982), o indivíduo que tem realmente a natação "no
sangue" não se contenta em ir de wn lado a outro da piscina, passando a aventurar-se
exercitando sua habilidade e força em águas abertas, conseqüentemente se expondo
mrus aos pengos.
Informações preventivas e técnicas de sobrevivência devem ser transmitidas junto
com os ensinamentos da natação, evitando que o abuso dos nadadores e o natural
excesso de confiança se transformem em acidentes.
É necessário que o nadador esteja apto para executar qualquer movimento na água, e
que tenha o donúnio total do corpo, podendo mudar de posição, ou de estilo, pois é
preciso absoluto controle para salvar~se em uma situação de emergência (Lotufo, 1952).
Nesta situação quando se está nadando, a segurança dependerá da reação do
mdivíduo. Existem três regras fundamentais para que se consiga sair do perigo: não
entrar em pânico, raciOcinar e poupar forças (Hom, 1979).
O pânico é o fator mais agravante e é necessário que o mdivíduo adquira
conhecimentos que irá necessitar para sair da situação de emergência (Raposo, 1984).
Se o nadador conhecer alguns conselhos e estiver adaptado à água, não entrará em
pânico e sentirá alívio e segurança, caso contrário o que é uma simples dificuldade
poderá se transformar em uma catástrofe (Hom, 1979).
Segundo Klenn (1982), quando sem conhecimentos e experiência prática o nadador
angustiado é incapaz de refletir, e age de maneira menos indicada: faz movimentos
bruscos, eleva os braços reduzindo a flutuação, submergindo boca e nariz, inspirando no
momento errado, causando asfixia e acelerando o processo de afogamento.
O professor poderá agir preventivamente ensinando exercícios de segurança pessoal,
ou seja, treinamento de sobrevivência individual, habilidades e requisitos que virão a ser
úteis em situações vividas, principalmente em águas abertas (Menezes, 1974 e Palmer,
1990)
Em um país tropical com clima e geografia que toma possível passeio que envolve
embarcações durante quase todo o ano, é ainda mais necessário transmitir
conhecimentos de sobrevivência aquática.
Algumas informações importantes podem ser úteis nestas situações:
16

No caso do barco virar e continuar flutuando é coerente pennanecer próximo dele


utilizando~o como apoio. Quando o barco começar a afundar, nadar rapidamente para

longe deste para que o nadador não seja sugado, isto se aplica a qualquer objeto grande
que possa afundar. Deve-se lembrar que objetos que contém ar flutuam, agarrando-se
em garrafas, botas de cano alto, balde de cabeça para baixo, saco plástico, ou qualquer
outro objeto com estas características, até mesmo, roupas podem ser infladas e
utilizadas como auxílio na flutuação (Pal~er, 1990).
Se por qualquer razão ficar sozinho longe da margem ou da costa, a questão mais
importante a enfrentar é a da sobrevivência. Deve tomar decisões em função da sua
facilidade em nadar e da distância que terá que nadar. Para que o aluno conheça qual a
maneira que ele irá nadar com mais facilidade é preciso que nós profissionais de
Educação Física proporcionemos o máximo possível de vivências como, por exemplo,
nadar de lado, costas, cachorrinho, etc. Se a pessoa que está em apuros tem a certeza de
que consegue chegar a terra e se está usando sapatos ou qualquer peça de roupa pesada,
de lã, deve retira-los. É importante não entrar em pânico e nadar a um ritmo regular. Por
outro lado, é possível que não esteja à vista qualquer local para onde ir e deve então se
preocupar apenas em agüentar o maior tempo possível. Deve-se tentar agarrar um
pedaço de madeira, um remo, um recipiente de plástico ou encha um saco plástico se o
tiver. Estes são apenas alguns objetos que caem à á.gua quando ocorrem acidentes com
barcos. É interessante agarrar-se a eles e tentar acima de tudo conservar as energias
(Wilkie & Juba, 1984).
A pessoa deve-se manter vestida enquanto estiver na água, a menos que elas
estejam atrapalhando ou se forem inúteis em dada situação. Tecidos com fibras
hermeticamente fechadas, como é o caso do náilon e algodão, auxiliam na manutenção
do aquecimento corporal em uma situação prolongada, permite que se instale entre eles
e o corpo, mna camada de água, que age como um agente isolador já que a água é um
mal condutor de calor. Em geral qualquer coisa que seja leve, apertada e de bruxa
porosidade é um traje adequado para uma situação de sobrevivência aquática (Palmer,
1990).
Um outro fato importante é que a camada de água aprisionada entre a roupa e o
corpo deve ficar o mais estática possível. Pode-se se conseguir isso se fechando todas as
saídas, ou seja, as barras das calças devem ser colocadas por dentro das meias, os
punhos e golas devem ser abotoados, se possível, e as camisas ou blusas devem ser
17

colocadas para dentro das calças. A água em movimento retira o calor de corpo muito
mais rapidamente que a água estática (Palmer, 1990).
A perda de consciência pode ser causada pela baixa da temperatura do corpo
(hipotermia), o que em águas abertas provavelmente significará um afogamento. É bom
manter a cabeça coberta, especialmente em dia de vento, pois mrus uma vez temos um
problema de transferência de calor: uma brisa fria pode roubar o calor corporal do
nadador retirando-o do alto de sua cabeça e rosto. Um chapéu bem colocado sobre a
cabeça e a testa, bem puxado para baixo, ajudará a diminuir o problema. Deve-se
manter o mais imóvel possível, pois movimentos desnecessários dos membros poderão
consumir energia preciosa, que será necessária mais tarde, se a situação for prolongada.
Deve-se aprender a flutuar ou a nadar com o rrúnimo de movimento dos membros. Em
longo prazo a resistência geralmente, é mais importante que a velocidade. O objetivo na
realidade é manter-se flutuando e vivo, usando o mínimo possível de energia, durante o
maior tempo possível. Alguns estilos, tais como peito, costas ou lateral, são os melhores
para a resistência, que devem ser praticados a longas distâncias. As mudanças de estilos
podem acontecer com a freqüência que seja necessária, com o objetivo de alternar o
grupo muscular principal, executando o descanso ativo das musculaturas. O estilo crawl
poderá ser bastante útil em uma ocasião de emergência onde a velocidade seja
necessâria (Palmer, 1990).
Algumas atividades que são particularmente relacionadas à sobrevivência,
habilidades de sustentação e segurança na água serão descritas a seguir:
• Flutuações: ventral, dorsal e vertical.
A flutuação ventral, com a face submersa é de capital importância e utilidade na
água, mas lamentavelmente não é dada a devida atenção no ensino da natação. Além de
excelente exercícto fisico, a boa flutuação dá domínio na água e contribui de maneira
notável para o bom estilo do nadador. Muitas vezes pode-se salvar a vida sabendo
flutuar bem (Lotufo, 1952).
A boa execução da flutuação de costas (dorsal) é muito útil para a sobrevivência
no caso de cãibras, quando se está fatigado. É excelente para que se possa descansar,
mantendo a cabeça fora d'água e movimentando o mínimo possível. É a maneira menos
cansativa devido à facilidade de respirar (Lotufo, 1952).
A flutuação vertical é importante, pois freqüentemente o nadador precisa parar
de nadar, no fundo, porque alguém ou algo "atravessa seu caminho". Com o objetivo de
18

não afundar, ele se sustenta calmamente na água por alguns momentos antes de voltar a
se mover suavemente à frente em direção ao destino desejado. A sustentação é parte de
muitas práticas aquáticas, tais como nado sincronizado, pólo aquático, salvamento e
logicamente sobrevivência (Palmer, 1990).
Um dos segredos para facilitar esta flutuação é manter a mawr parte possível do
corpo imerso, isto se toma mais diflcil se estiver em águas agitadas, porém a alta
densidade do mar ~uda a manter o nadador em uma posição mais alta. Outro aspecto a
ser lembrado é que mantendo a cabeça para trás, esta posição mantém as vias aéreas
fora d'água e afasta a parte posterior da língua da parede posterior da garganta,
garantindo assim a desobstrução dos canais respiratórios (Palmer, 1990).
Na flutuação vertical, os braços funcionam como pás ou remos, com
movimentos giratórios com os pulsos, deixando as mãos direcionadas para fora e para
bruxo (Raposo, 1984).
O movimento de perna deve ser aquele que o nadador mais se adequar, podendo
optar entre: pernada alternada do estilo crawl, pedalar, pernada do estilo peito, pernada
do estilo lateral ou tesoura, movimento alternado do estilo peito ou batedeira, ou ainda
combinar dois ou mais movimentos anteriores (Palmer, 1990).
• Mudança de estilo ou flutuação_
Como já foi dito anteriormente, pode-se trocar de estilo assim trabalhar
músculos diferentes e descansar os fatigados. Por esta razão torna-se necessário para a
segurança do nadador ter completo domínio da mudança de flutuação dorsal para
ventral e vice-versa (Menezes, 1974).
• Mergulho na superfície.
Temos ainda corno técnica de sobrevivência o mergulho na superfície, que
consiste no ato controlado de submersão completa a partir da posição de nado na
superfície. Este movimento torna-se necessário quando o nadador precisa passar por
baixo de objetos flutuantes à superficie, ou quando é preciso retirar um objeto ou uma
pessoa que esteja no fundo da piscina, rio ou mar. Esta submersão pode ser executada
em pé, ou seja, direcionando ao fundo da piscina primeiramente os pés com o corpo na
vertical, ou executada direcionando ao fundo primeiramente a cabeça (Palmer, 1990).
Existem três maneiras de se deslocar em submersão: utilizando-se o estilo peito
modificado, com o movimento dos braços ultrapassando a altura dos ombros, ou seja,
amplo para trás em direção às coxas, como na filipina (movimento de saida do nado
19

peito), esta provavehnente é a ação submersa de maior sucesso; o movimento do braço


descrito anteriormente pode ser utilizado combinado com wna pernada alternada do
estilo crawl, este tipo de movimento apresenta maior sucesso com nadadores mais
fortes; e o outro é o chamado "cachorrinho", que é composto por movimentos de
remadas normais à frente alternando pernas e braços (Palmer, 1990)_

• Nado cachorrinho.
No nado cachorrinho o nadador deve posicionar o seu corpo o mais horizontal
possível, a braçada é uma versão mais rápida e menor do movimento subaquático dos
braços do crawl onde o objetivo é empurrar a água para baixo e para trás, os
movimentos das pernas são alternados e contínuos, semelhante ou igual a pernada do
crawl, a cabeça do nadador é mantida sobre a água, e o movimento global do estilo deve
ter um caráter rítmico e contínuo (Palmer, 1990).
Como a cabeça fica fora d'água, a visualização do ambiente em que se encontra
o nadador fica facilitada no caso, por exemplo, de observar se outros nadadores estão
passando, caso o nadador esteja nadando outro estilo e precise tossir este nado também
é bem interessante.
• Nado lateral.
O nado de lado tem duas atuais finalidades: lazer e salvamento. Uma outra
finalidade é permitir ao professor acompanhar algum de seus alunos que esteja
iniciando, ao longo da largura da piscina Nadando lado a lado, fica mais fácil para o
professor encorajá-lo e perceber qualquer sinal de pânico ou dificuldade, além de poder
nadar movimentando um braço e o outro segurar o aluno caso seja necessário. Quanto
ao nado, o nadador toma uma posição deitada à lateral, a cabeça estará apoiada de lado
na água, a ação das pernas é chamada de "tesoura", os braços trabalham alternadamente
abaixo da superfície da água, um puxando enquanto o outro recupera (Palmer, 1990).

• Crawl.
O pnmeiro estilo competitivo deve ser o crawl, pois é o que mais se aproxima
dos movimentos naturais do homem, porém esta regra pode ser modificada como
adaptação individual (Lotufo, 1952).
• Cãibra.
Segundo Oliveira (1990), cãibra é uma contração ou contratura forte, aguda, de
mícto súbito, prolongado, involuntário e doloroso de um músculo ou de um grupo
20

muscular. É causada por esforço excessivo ou cansaço muscular, em pessoas


destreinadas poderá aparecer mais precocemente. A temperatura fria facilita o seu
aparecimento pela dificuldade maior no aquecimento muscular.
É uma das dificuldades que pode levar o nadador ao pânico, pode representar um
sério perigo se o nadador não tiver tranqüilidade e não souber como aliviar a dor.
Geralmente consegue~se alívio imediato mudando de estilo do nado e relaxando. Se a
cãibra não melhorar pode-se massagear a área afetada segurando na borda da piscma, ou
se estiver longe desta deve-se utilizar a flutuação vertical na água e estender o membro
em questão (Hom, 1979).
Caso a cãibra seja na perna esquerda, por exemplo, pode-se nadar isolando este
membro só movimentando o restante do corpo, até chegar a borda da piscina ou algum
lugar para massageá-la e alongá-la.
Não são comuns, mas podem ocorrer, as cãibras no abdômen, atribuídas ao
excesso de esforço após a comida Não etão grave como antigamente se acreditava, se o
nadador relaxar-se, mudar a posição do corpo e estirar-se, sua natural flutuabilidade o
manterá em cima da água, até que passe a cãibra, é preciso não entrar em pânico, e saber
que é apenas uma dificuldade e não uma catástrofe iminente, seguindo os conselhos
encontrará alívio e segurança (Hom, 1979).
21

6) Metodologia de curso de adaptação ao meio líquido aplicada em um


grupo de adultos do SESC Campinas.

6.1) Vertentes do trabalho do Sesc.

O SESC procura atuar tanto nos grandes centros como nas comunidades mais
distantes de forma a colaborar para o desenvolvimento sociocultural do país.
Adaptados às necessidades e particularidades de cada região ou localidade os
nllcleos do SESC são fonnados por escolas, colônias de férias, gabinetes odontológicos,
teatros, ginástos esportivos, cinemas e centros culturais. Contam ainda com unidades
móveis como as carretas do Odonto SESC e projetos inovadores como os Centros
Educativos SESC LER
Suas múltiplas atividades estão diretamente ligadas ao seu comprometimento
social com as necessidades dos setores mais carentes, com ênfase na educação e na
saúde.
Com a consciência de fazer parte do pouco tempo livre do comerciário temos
com conceito para as atividades fisico esportivas: "Processo de educação corporal, que
visa a ampliação do repertório motor dos participantes, incentiva à prática autônoma e
conscientiza sobre a importância da inclusão de exercícios fístcos na agenda diária,
respeitando os valores institucionais que permeiam a nossa ação", valorizando
atividades que não tenham fim em si mesmas, mas que proporcionem ao indivíduo
agregar valores que acrescentem qualidade de vida.
Para o desenvolvimento de todas as atividades fisico esportivas no Sesc
padronizamos os seguintes valores:
Predomínio da ludicidade em oposição aos índices de resultados;
Mobilização do desejo, do imaginário, dos procedimentos cognitivos e da
emotividade dos participantes;
Equilíbrio entre as aspirações indiViduais e as necessidades de
sociabilização do público;
Possibilidade do auto conhecimento corporal através da teoria e da prática;
Entendimento e estímulo para as relações do indivíduo com o meio
ambiente, indo além do conceito restrito de "natureza", identificando sua
22

casa, local de trabalho, de lazer e áreas urbanas, caracterizadas também


como espaço de referência nessa relação;
Valorização dos estudos e pesquisas junto aos interesses físicos esportivos,
associados ao campo da cultura geral;
A vanguarda, a inovação, ação paradigma do SESC voltada para o
fortalecimento da Imagem político institucional, acompanhada
necessariamente da excelência na qualidade dos serviços oferecidos;
Estímulos à participação informal e criativa, procurando agrupar por
interesse, sem distinção de idade, sexo ou nível técnico;
Entendimento dos interesses físico esportivo como meio de educação sócio
cultural valorizando indistintamente todos os gêneros dessas atividades
(prática, espetáculo e conhecimento);
Privilégio de participação aos menos hábeis (física e tecnicamente),
entendendo neste item a importância da inclusão em todos os nosso
programas;
Valorização e capacitação permanente dos recursos humanos, entendidos
como base fundamental da manutenção da qualidade dos serviços;
Valorização de atividades que não tenham um fim em si mesmas, mas que
possibilitem o desenvolvimento do potencial criativo das pessoas.
Temos no SESC Campinas três programas de atividade fisicos esportivas
permanentes:
a) Aprendizagem Aquática
Adaptação ao meio líquido- constituí-se em um processo de alfabetização
aquática, voltado às pessoas que possuem fobia de piscinas ou que tenham
dificuldades em determinados princípios da adaptação ao meio líquido.
Natação - visa o desenvolvimento das habilidades básicas do aluno no
meio líquido, em cursos com duração de até seis meses.
Hldroginástica- programa de condicionamento fisico na água e que utiliza
também recursos para adaptação ao meio líquido.
b) Educação Corporal e Saúde
Ginástica Voltmtária: Programa criado e lançado em 1993, tem como
objetivo principal estimular o aluno à prática autônoma da atividade fisica,
23

através do incremento nas aulas de ginástica, de conteUdos educativos que


ampliem a autonomia corporal.
Ginástica com aparelhos: Este é o mais novo programa do Sesc e conta
com uma sala completa de aparelhos de "musculação". O programa tem
como objetivo a manutenção da saúde dos participantes com ganho de
resistência e força necessárias para as atividades diárias destas pessoas.
Dança: O trabalho de dança para terceira idade tem levado para suas
participantes a oportunidade de participar em festivais e apresentações
onde encontram lazer e sociabilização.
c) Esportes
Iniciação e recreação esportiva: entendidos como uma via de mão dupla,
estes dois programas se integram e se complementam, capacitando alunos
para a prática autônoma na recreação e também buscando na recreação
pessoas que necessitem de aprendizado de fundamentos.
Esporte adaptado: O Sesc Campinas utiliza o vôlei adaptado como
entretenimento, integração e para obtenção de melhora na condição :flsica
dos idosos.

6.2) Natação para Adultos no Sesc Campinas: um trabalho completo.

Objetivos:
Proporcionar uma atividade que auxilie na melhora da qualidade de vida
dos alunos, graças aos beneficios físicos, psíquicos e sociais;
Dar um embasamento prático/teórico do ensino dos quatro estilos,
dividindo-os em dois módulos;
Proporcionar vivências motoras que levem à técnica de sobrevivência total
em meio líquido;
Levar o aluno à auto-gestão da prática da natação.
Para que se possa trabalhar com eficiência respeitando a individualidade do
praticante e atingir os objetivos do programa ideal é dividir o trabalho em três etapas.
Primeira etapa:
Nesta fase o aluno vivenciará uma metodologia que visa a adaptação ao meio
líquido, transpondo o medo da água, com segurança, levando-o ao prazer de estar em
24

meio liqmdo. Proporcionar o deslocamento na posição decúbito dorsal e ventral com o


ensino da técnica dos nados crawl e costas com ênfase na sobrevivência aquática.
Segunda etapa:
A segunda fase desta proposta consta do aperfeiçoamento do crawl e costas, do
ensino de viradas, de saltos e de vivências motoras diversas (submersões, cambalhotas,
bananeira, pegar objetos no ftmdo da piscina) e da aprendizagem da técnica dos nados
peito e borboleta.
Terceira etapa:
Auto-Gestão da Natação: ao completar a segunda etapa o ahmo receberá um
certificado e uma apostila de linguagem simples e clara, que informará a importância de
se dar continuidade ao trabalho e proporcionará condições deste praticar a natação
durante toda a vida deste indivíduo, tomando-o independente, seguro e capaz.

6.3) Metodolo~a utilizada.

O Sesc Campinas tem como pnncipal objetivo no curso de iniciação a natação


proporcionar informações para que o usuário utilize~se das piscinas da instituição com
total segurança e autonomia Para isso adotamos, além da metodologia de aprendizagem
dos nados crawl e costas, alguns exercícios que consideramos fundamentais para a
sobrevivência total do indivíduo na água.
O Sesc Campinas atende só nesta unidade 64.000 inscritos, e para atender esta
grande demanda optamos por um curso de iniciação à natação intensiva, isto é, de terça
à sexta, com uma hora por dia e de curta duração (16 aulas ou aproximadamente um
mês). Acreditamos estar auxiliando na prevenção de acidentes aquáticos e prestando
papel fundamental para a população de Campinas. Assim, em pouco tempo mais
pessoas estarão adaptadas ao meio líquido, e aptas a participar com segurança de
atividades lúdicas que este meio poderá proporcionar.
O curso de iniciação a natação utiliza~se de uma metodologia específica para a
população, para as características do curso e vertentes do Sesc. Porém esta sofreu forte
influência da pesquisa bibliográfica realizada nesta monografia, utilizando~a como
complemento do trabalho.
No Sesc Campinas, para o curso de inicmção a natação, os profissionais do Sesc
Campinas dispõem com uma piscina semi~olímpica e com os seguintes materiais:
25

macarrão (ou aquatub, ou espaguete) e prancha para natação. Já que trabalhos com um
número de altmos razoavelmente grande, o trabalho em duplas com um aluno
auxiliando o outro toma o curso mais divertido, mais seguro e mais produtivo_
Apresentaremos a seguir a programação que utilizamos como direcionamento do
trabalho, porém, esta será adaptada conforme as necessidades e condições do grupo em
questão. Em uma turma com maiores vivências aquáticas poderemos modificar a
seqüência, passando mais rapidamente pelas etapas iniciais e proporcionando maiores
detalhes técnicos dos estilos crawl e costas.
26

6.3.1) Programação do Curso de Iniciação à natação:

Aula no Objetivos da Aula: Atividades apresentadas na aula:


OI Respiração e Apresentações
Adaptação 1- Caminhar.
2~ Respiração com pé no chão.
3~ Caminhar e respiração.(sapinho)
4- Caminhar e respiração com macarrão.
5- Caminhar com macarrão tirando os d01s pés do
chão.
6- Caminhar com macarrão tirando os dois pés do
chão e respiração.

02 Flutuação e
Propulsão ventral 3- Caminhar e respiração.(sapinho)
7- Respiração com macarrão, flutuação ventral
com ajuda
8- Respiração com macarrão, flutuação ventral
sem ajuda.
9- Bate perna na parede.
lO-Bate perna crawl no macarrão com ajuda.
!l-Bate perna crawl no macarrão.
12- Bate perna crawl no macarrão com respiração.
03 Propulsão ventral e
início da flutuação 3- Caminhar e respiração.(sapinho)
dorsal 11-Bate perna crawl no macarrão.
13-Perna costas no macarrão (ensinar recuperação).
14- Bate perna crawl no macarrão segurando só a
mão.
15-Bate perna crawl com prancha com ajuda.
16- Bate perna crawl com prancha.
17- Perna costas com prancha atrás cabeça
L_~-- --· --~ -
27

04 Flutuação ventral
sem apoio e 18- Tartaruga
recuperação do 19- Tartaruga estende corpo, tlexiona e desce.
cor·po 20- Deslize com ajuda.
21-Ensinar com recuperar corpo usando braços.
22- Deslize com semi-ajuda
23- Deslize sozinho.

·f-----
05 Revisão e vivência
aquática 03- Caminhar e respiração.(sapinho)
(cacho ninho) ll- Bate perna crawl no macarrão.
16-Bate perna crawl com prancha.
17- Perna costas com prancha atrás cabeça
23-Deslize sozinho.
24- Respiração parafuso.
25- Perna costas com prancha abraçada com ajuda.
26- Perna costas com prancha abraçada
27-Jacaré (deslize com perna crawl).
28-Jacaré com cachorrinho para respirar.

06 Braço do
Crawl 03- Caminhar e respiração.(sapinho)
16-Bate perna crawl com prancha
26- Perna costas com prancha abraçada
29- Cachorrinho.
30-Na borda: perna crawl e um braço.
31-Na prancha: perna crawl e um braço
32- Na borda: alterna braço crawl.
33-Na prancha: alterna braço crawl.
28

07 Recuperação e
PI"opulsão dorsal 03~ Caminhar e respiração.(sapinho)
16- Bate perna crawl com prancha
26- Perna costas com prancha abraçada
29-Cachorrinho.
31-Na prancha: perna craw1 e um braço
34- Flutuação dorsal com ajuda.
35- Ensinar recuperação da posição dorsaL
36- Perna costas com ajuda.
3 7- Perna costas.

08 Revisão e
sobrevivência 3- Caminhar e respiração.(sapmho)

vertical 12- Bate perna crawl no macarrão com respiração.


13- Perna costas no macarrão (ensinar recuperação).
16- Bate perna crawl com prancha
17- Perna costas com prancha atrás cabeça
18- Tartaruga.

23- Deslize sozinho.


26- Perna costas com prancha abraçada.
28-Jacaré com cachorrinho para respirar.
29-Cachorrinho.
33- Na prancha: alterna braço crawL
37-Pema costas.
38- Sobrevivência vertical.
29

09 Respiração lateral
e início da 03- Caminhar e respiração.(sapinho)
mudança de 16- Bate perna crawl com prancha
posição 26- Perna costas com prancha abraçada
37- Uma mão apoiada na borda: respiração lateraL
39-Uma mão apoiada na borda: respiração lateraL
40- Uma mão na prancha: respiração lateraL
41-Na borda: respiração lateral e um braço.
42- Na prancha: respiração lateral e um braço.
43- Crawl na parede (2XI).
44-Crawl na prancha (2Xl).
45- Perna costas vira de frente para parar.

1O Crawl e Submerso
3- Caminhar e respiração.(sapinho)
18-Tartaruga.
27 -Jacaré (deslize com perna crawl).
40- Uma mão na prancha: respiração lateral.
42-Na prancha: respiração lateral e um braço.
44-Crawl na prancha (2Xl).
46-Crawl braçada dupla.
47-Crawl.
48-Crawl até o meio do percurso e volta sem
colocar o pé no chão_
49- Submerso passando no meiO da perna do
companheiro_
50-Golfinho.

1
30

li Braço costas e
mudança de 16- Bate perna crawl com prancha
dil"eção 32-Na borda: alterna braço crawl.
44-Crawl na prancha (2Xl ).
47-Crawl
51-Perna costas com prancha e um braço.
52- Perna costas e um braço.
53- Perna costas alterna braço.
54- Crawl até o meio vira e perna costas até o final
do percurso.

12 Costas e mudanças
de direção e de 03- Caminhar e respiração.(sapinho)
posição 16- Bate perna crawl com prancha
18-Tartaruga
23- Deslize sozinho.
33- Na prancha: alterna braço crawl.
3 7- Perna costas.
44- Crawl na prancha (2X I).
47-Crawl.
53-Perna costas alterna braço.
55-Costas.
56- Crawl até o meio e volta de perna costas sem
colocar o pé no chão.
57-Costas até o meio do percurso, vira e crawl até
o final.
3\

13 Crawl e costas
Estas aulas terão como objetivo automatizar
--14- - - - · . -
Crawl e costas os movimentos do crawl e do costas
15 Crawl e costas e atender as necessidades individuais

16 Revisão e
Mergulho 03- Caminhar e respiração.(sapinho)
16- Bate perna crawl com prancha
I 8-Tartaruga
23- Deslize sozinho.
33-Na prancha: alterna braço crawl.
37-Pema costas.
44-Crawl na prancha (2Xl).
47-Crawl.
53- Perna costas alterna braço.
55-Costa até o meio do percurso vira e crawl até o
final.
58- Mergulho.
32

6.3.2) Atividades apresentadas nas aulas:

I- Cammhar: Deslocar pela piscina em diversas direções (frente. costas, zigue-


zague) e veloc1dades (caminhando, correndo, saltando).
1- Respiração com pé no chão: Com os alunos em círculo para que o professor
possa VIsualizar melhor a execução, mspirar pela boca fora da agua e exp1rar
dentro da água pnncipalmente pelo nariz (foto OI).

Foto 01 - Respiração com pé no chão.


3- Caminhar e respiração (sapmho): Esta ativ1dade tem como objetivo treinar o
mov1mento respiratório com deslocamento através de cammhada ou saltito
4- Cammhar e resptração com macarrão· Com o macarrão por trás do corpo,
passando embaixo das axilas, deslocar-se cammhando pela piscina executando a
resp1ração acima apresentada

5- Cammhar com macarrão tirando os dois pés do chão: Esta atividade tem como
objetivo proporcionar a progresstva obtenção da posição de flutuação. Com o
33

macarrão embaixo das axilas, tirar os pés do chão com a elevação dos dots
JOelhos
6- Caminhar com macarrão tirando os dois pés do chão e respiração · ldem ao
anterior com a exptração na água quando tirar os pés do chão (foto 02)

Foto 02- Caminhar com macarrão tirando os dois pés do chão e respiração.
7- Respiração no macarrão com flutuação ventral com ajuda Esta atividade
completa o trabalho miciado no exercício número 05 levando o aluno à flutuação
ventral . Com o macarrão embaixo das axilas e o companheiro segurando na
extremidade do macarrão: flexionar as pernas subindo os joelhos, deitar na água
em decúbito ventral, flexionar as pernas e recuperar a posição vertical com pes
no chão
8- Respiração com macarrão, flutuação ventral sem aJuda Idem ao antenor sem a
ajuda do companheiro.
9- Bate perna na borda: Para miciar o movimento das pernas do crawl uttlizaremos
o auxílio da borda da piscina. Com as mãos apoiadas na borda executar o
movimento da perna do crawl (pernas alternadas e semiflexionadas, com pes
soltos e estendidos, movimento de pequena amplitude e rápido). Incentivar o
aluno a executar o movimento de forma que seus pés não JOguem agua para
cima, nem que fiquem mUJto abaixo da linha da água, isto é, a planta dos pés
aparecem fora da água fazendo "espuma" na água.

10- Bate perna crawl no macarrão com aJuda: Continuando o trabalho progressivo
da obtenção da flutuação e propulsão atraves da perna do crawl utilizaremos o
34

macarrão na frente do corpo, passando por baixo das axilas Para dar maJOr
segurança para o aluno miciante, executará este trabalho em dupla, com o
aux1har segurando no macarrão perto das mãos do companherro (foto 03 ).

Foto 03 -Bate perna crawl no macarrão com ajuda.


11- Bate perna crawl no macarrão : Idem ao antenor com trabalho indtvtdual, ou

seJa, sem o apoto do amigo.


12- Bate perna crawl no macarrão com resptração. Acrescentar ao exercícto antenor
a respiração já aprendida no exercício número 02.
I 3- Perna costas no macarrão (ensinar recuperação) Com o macarrão passando por
trás do corpo e embaixo das axilas (foto 04), ensinar primeiramente que para a
recuperação mais fácil e ráp1da do corpo da posição honzontal para a vertical , a
melhor maneira é flexionar as pernas e executar uma leve pressão dos quadns
para baixo (como se fosse sentar em um banco). Executar as pernas com
movtmentos alternados, pernas semtflex.ionadas (soltas), com pés estendidos e
soltos, com movimento de pequena amplitude e veloz, com os pés fazendo
"espuma"na água sem tirar os joelhos fora da agua.
35

Foto 04- Perna costas no macarrão


14- Bate perna crawl no macarrão segurando só as mãos: Em busca da total

independência do material de apoiO, passaremos a utihzar o macarrão apenas


com o apoio das mãos (foto 05), tirando-o de baixo das axilas. Executar o
mov1mento da perna do crawl e a respiração.

Foto 05- Bate perna crawl no macarrão segurando soas mãos.


I 5- Bate perna crawl com prancha com aJuda: A prancha é um material mwto útil no
ensmo da natação, pois além de proporcionar menos atrito, oferece menos apoio
do que o macarrão. Idem ao exercício antenor segurando na parte mferior da
prancha Em duplas, o auxílio do companheiro vai ser fundamental para facilitar
a respiração e dar maior segurança para o praticante.

16- Bate perna crawl com prancha· Idem ao anterior sem a ajuda do companheiro
36

17- Perna costas com prancha atrás cabeça. Com o objetivo de adquirir a progressiva

conquista da flutuação dorsal, a perna do nado costas com a prancha atrás da


cabeça (foto 06) é um passo fundamental (Aqw se for preciso podemos utilizar a
ajuda do companheiro).

Foto 06- Perna costas com prancha atrás cabeça.


18- "Tartaruga" Como continuação do trabalho reahzado no exercício número 05
Este exercício marca o início da independência total do prattcante de qualquer
apoio, seja ele um dos matenais ou a ajuda do companheiro ou do professor, por
esta razão ele merece uma atenção especial para que actdentes não aconteçam e
este se tome um problema e não uma resolução para este objetivo Para executar
este exercício o aluno deverá submerg1r o rosto na água, soltando o ar, subir os
joelhos abraça-los, permanecer alguns segundos nesta posição enquanto executa
a expiração (foto 07), soltar os joelhos, apoiar os pés no chão e elevar a cabeça
para a inspiração. As dificuldades individuais devem ser consideradas e
respeitadas, alguns alunos trão abraçar completamente os joelhos de1xando seu
corpo na forma de urna 'Tartaruga", redondmho, outros porém poderão sentir-se
mseguros ainda e apenas encostar as mãos nos JOelhos e voltar rapidamente O
papel do professor responsável será respeitar este hmite e incenttva-los a
conseguir o objet1vo calmamente.
37

Foto 07 - "Tartaruga"
19- 'Tartaruga", estende corpo, flexiona e desce: Para atingir a posição de flutuação
ventral sem apoio nenhum, este exercício tem se mostrado mUJto importante nos
cursos do Sesc Campinas Inicialmente o praticante deverá executar o
movimento acima descrito (exercício número 18), estender o corpo para a
aqutsição da flutuação ventral, voltar na posição da "tartaruga" e recuperar os
pés no chão.
20- Deslize com ajuda: Em duplas, um dos participantes segura nas mãos do outro
que trá executar o movimento. Segurando na mão do companheiro o aluno
deverá colocar o rosto na água, exptrando o ar, dar um leve impulso no chão da
ptscina e projetar seu corpo para frente em posição honzontal
21-Ensinar como recuperar o corpo usando os braços: o aluno ter a certeza que Irá
conseguir recuperar a posição vertical para retirar o rosto da água e inspirar o ar,
acreditamos ser o passo mais tmportante para que ele esqueça de seus medos,
inseguranças e, algumas vezes, de seus traumas e se permita uma convivência
prazerosa com o meiO líquido Para atingir este propósito esta atividade deve ter
grande atenção do professor, utilizando-se de uma explicação clara e
acompanhamento mdividual principalmente dos alunos que apresentam mrus
medo da água. Para recuperar a posição vertical quando estamos na posição de
deslize em decúbito ventral (na horizontal), o movimento dos braços será de
fundamental1mportância Se ao dirigir as pemas em direção ao chão utilizarmos
38

os braços (que estão estendidos à frente) com o mesmo movimento, ou seja,


dirigindo as mãos em drreção ao chão, adqwnremos maior equilíbrio na água e o
retomo à posição vertical mais rapidamente.
22- Deslize com semr-ajuda Na atividade acima (número 21) temos a explicação
detalhada do movimento que tem se mostrado mais eficiente para a transrção
segura da postção honzontal para a vertical do corpo. Nesta nova atrvrdade
iremos colocar em prática o que explicamos. Para que tenhamos total
tranqüilidade neste movtmento poderemos executá-los em dupla onde o auXIliar
irá dar segurança apenas estando atento e próximo para possível necessidade ou
ajudando ativamente. O movimento consiste em aquisição da posição horizontal
do corpo, com braços e pernas estendidas, soltas e imóveis, e postenormente,
transferindo para a posição vertical com os pés no chão da piscma
23- Deslize sozinho. Idem ao anterior sem o auxího do companheiro como na foto
08.

Foto 08- Deslize


24- Respuação parafuso Este exercício tem como objetivo proporcionar uma nova
vrvência corporal no meio líquido, permitindo que o aluno "brmque" com as
forças da água. lntcialmente o praticante deverá executar a exprração submersa
na água, e enquanto expira, executar um grro em cima dos pés, utilizando-se dos
braços e mãos.
25- Perna costas com prancha abraçada com aJuda Este exercício marca a troca do
apoio do macarrão para o menor apoio que a prancha oferece. cammhando em
direção à independência na flutuação dorsal. Em duplas, o auxiirar rra dar
segurança para o companheiro apoiando levemente em sua nuca, instrUir o
39

aux1liar para ir diminuindo este apoio se for possível, 1sto é, sem perm1t1r que
seu am1go afunde o rosto na água. A prancha deve ser pos1c1onada sobre o
abdômen, com os braços abraçando esta, executando a perna da mesma forma
explicada no exercício número 13.
26- Perna costas com prancha abraçada: Idem ao exercíc1o antenor sem o auxílio do
companheiro
27- "Jacaré" (deslize com perna crawl - foto 09) Com o corpo em flutuação na
posição horizontal e ventral, os braços estendidos à frente, mãos unidas, executar
a perna do crawl Quando for respirar colocar os pés no chão.

Foto 09 - "Jacaré".
28-Jacare com "cachorrinho" para respirar: Idem ao exercíciO antenor, com a
ut1l1zação do "cachorrinho" (exercício número 29) para resptrar e volta ao
"jacaré" (exercício número 27).
29- "Cachorrinho": Este movimento é uma ótima opção de técmca de sobrev1vênc1a,
e é muito utilizado por pessoas que não tem conhecimento das técnicas dos
nados da natação como meio de deslocamento no me1o líquido Consiste de
mov1mento das pernas semelhantes ao do nado crawl. e os braços flexiOnados,
alternados, em baixo da cabeça, executando pequenos movimentos circulares
para bruxo e para trás (como se estivesse "cavando" a água) e cabeça elevada
frontalmente todo o tempo (foto 1O).
40

Foto I O - "Cachorrinho"
30- Na borda: perna crawl e um braço: Paratmciar o movimento do braço do crawl a
borda é um ótimo e estável apoio Este movimento será executado com uma das
mãos permanentemente apo1ada na borda, e a outra se desligando da parede para
que o braço possa movimentar-se, com o rosto submerso Poderemos praticar
este movtmento combinando com a perna do crawl, ou se os alunos tiverem
mruores dificuldades, com os pés apoiados no chão. O objetivo do curso de
inic1ação à natação não é dar detalhes técnicos do melhor movimento, mas
proporcionar informações básicas para um mov1mento eficiente e de fácil
aprendiZagem Por esta razão não transmitiremos informações como as
espectficidades do movimento aquático (movimento do "S"). No entanto
informaremos ao nosso aluno que na fase aerea manter os braços flexionados,
com o cotovelo como a parte mais elevada, resultará em um movimento mais
suave sem extgtr demats da articulação dos ombros: e que o obJetivo da fase
aquática é apOiar o braço na água á frente da cabeça e empurrar está em dtreção
das coxas. Executar algumas vezes o braço direito, depois repetir com o braço
esquerdo. Se tiver utilizado pnmeiramente este movimento com os pés no chão,
exercitá-lo com as pernas do nado crawl antes de passar para a próxima fase.
31- Na prancha perna crawl e um braço Idem ao exercício anterior (número 30)
com o apoio da prancha.
32- Na borda: alterna braço crawl: Idem ao exercício número 30 alternando as
braços enquanto expira o ar na água.
33- Na prancha alterna braço crawl: Idem ao exercício número 32 com o apoto da
prancha
34- Flutuação dorsal com ajuda. Uma eficiente flutuação dorsal é ftmdamental para
a sobrevivêncta aquática sem mwto gasto de energia. Algumas informações
41

poderão facilitar esta aprendizagem, como por exemplo quando os pulmões


estão che1os de ar o tronco funciona como uma poderosa bó1a, e o corpo com os
músculos mais relaxados ficam mrus leves na água. O auxihar será mUJto
importante neste aprendizado, diminuindo progressivamente o apoio que está
proporcwnando, através da prática dentro do curso no Sesc Campmas
consideramos o apoio na nuca e na lombar como o mais apropnado nesta
ocasião (foto li).

Foto 11 -Flutuação dorsal com aJuda.


35- Ensmar recuperação da pos1ção dorsal . Da mesma mane1ra que facllitamos a
recuperação da posição horizontal para vertical em decúbito ventral (exercício
número 21 ), algumas informações serão fundamentrus para a recuperação
decubito dorsal Estar exp1rando no momento da recuperação irá evitar um
possível engasgrunento no caso do rosto ser submerso. Repetir as informações
dadas no exercício número 13 para mais fáci l recuperação da pos1ção vertical do
corpo.
36- Perna costas com ajuda· Em duplas, com o auxiliar segurando na nuca do
executante, corpo na posição horizontal, decúbito dorsal, braços ao lado do
corpo, executar o movimento das pernas do nado costas descnto no exercício
número 13.
37- Perna costas: Idem ao antenor sem o auxílio do companhe1ro.
38- Sobrevivência vertical· Esta atividade será fundamental para a sobrevivência
aquática caso o nadador tenha que parar por qualquer motivo em um local em
que a profundidade não o perrruta colocar os pés no chão. Com o corpo na
postção vertical, utilizar movimentos Circulares dos braços e pernas (perna de
42

peito alternada - foto 12). O ideal é vivenciar diferentes movimentos de pernas e


braços para descobrir qual é o melhor movimento para cada ind1v1duo.

Foto 12- Sobrevivência vertical.


39- Uma mão ap01ada na borda - respiração lateral: Como no mo\ unento do braço
do braço (exercício número 30) novamente utilizaremos a borda como apo1o
eficiente por ser fixo e estável. Um braço à frente com a mão na borda da
p1scina, outro estendido e solto do lado do corpo. O aluno deverá exp1rar o ar
com o rosto submerso, olhando para o chão da piscina, e mspirar pela boca,
d1rec10nando seu rosto para o lado do braço que está na lateral do corpo,
mantendo a parte lateral do rosto encostada na agua Como no exercício número
30, poderemos prat1car este movimento com os pés no chão ou com a perna do
nado crawl. Treinar algumas vezes para o lado direito, depois para o lado
esquerdo A resp1ração bilateral deve ser incentivada desde a aprendizagem do
nado crawl, pois ela proporctona o equilíbno das forças, flexibilidade e
coordenação dos dois lados do corpo
43

Foto 13- Uma mão apotada na borda resptração lateral com pé no chão
40- Uma mão na prancha: respiração lateral· Idem ao exercício anterior (número 39)
com o apoio de uma das mãos na prancha.
41- Na borda - respiração lateral e um braço: Com o auxílJO da borda executar o
movtmento do braço do crawl com a respiração lateral simultaneamente (foto
14), ao expirar as duas mãos deverão estar apotadas na borda da ptscina.

Foto l 4- Na borda: respiração lateral e um braço.


42- Na prancha- respiração lateral e um braço: Idem ao exercício antenor (número
41) com o apoio da prancha(foto 15)
44

Foto 15 -Na prancha. respiração lateral e um braço


43-Crawl na parede (2Xl): Amda com o apoio da borda da piscina, alternar os
braços do nado crawl. realizando a respiração lateral (insplfação) juntamente
com o movimento de um dos braços e expirar com o rosto na aguaJuntamente
com o moVImento do outro braço Trabalhar a respiração bilateral
44- Crawl na prancha (2X 1): Idem ao exercício antenor com o apoio da prancha
45- Perna costas vira de decúbito ventral para parar· Este exercíc1o tem como
objetivo preparar o aluno para executar a mudança de posição, 1sto é, decúbtto
dorsal para ventral e v1ce-versa Acreditamos que esta vivêncta e pertinente para
a segurança do nosso aluno . O movimento consiste na perna do costas descnta
no exercício número 3 7 até determmada distância, VIrar o corpo decúbito ventral
assim que os pés encostem no chão e, só então, ficar em pé (posição vertical do
corpo)
46- Crawl alternando os braços: Consiste no movimento do crawl (braços, pernas e
resptração lateral), executando um braço de cada vez, ou seja, uma mão
encontrando na outra à frente do corpo
47-Crawl Movtmento do nado crawl (braços alternados com movimentos de pernas
e respiração lateral devidamente coordenados- foto 16)
45

Foto 16 Crawl.
48-Crawl até o meio do percurso e volta sem colocar o pé no chão· Este é outro
mov1mento que tem como objetivo assegurar a sobrevivência aquática do aluno.
Cons1ste do movimento do nado crawl até determmada distância da p1scina
voltar para o local de início do exercício com a transição da posição de decúb1to
ventral para decúbito dorsal sem colocar os pés no chão (foto 17).

Foto 17 - Posição de transição para mudança de direção sem apoiar os pés no chão
49-Submerso passando no me10 da perna do companheiro Esta atividade de fundo
lúd1co e recebida pelos nossos alunos com mUJta d1versão Proporciona uma
nova v1vência corporal aquática Já que a mruoria dos alunos em questão antes do
curso nunca atingiram o fundo da p1scina com a mão. O exercício é executado
em duplas sendo que um dos participantes permanecera com as pernas afastadas
em pé, e o outro se colocará a frente deste. O executante deverá executar a
expiração no meio liquido, permitir que o companheiro o direciOne para ba1xo
de suas pernas afundando-o, e executar movimentos que o auxihe para atingir
seus objetivos.
50- ''Golfinho": O "golfinho'' é o mesmo mov1mento que executamos para passar
por baixo da perna do companheiro. Consiste em um pequeno salto vert1cal, em
46

direciOnando as mãos para o fundo da p1scma, bater perna do crawl, permanecer


alguns segundos com o corpo deslocando submerso perto do fundo, e voltar a
pos1ção vertical para msp1rar.
51- Perna costas com prancha e um braço . Abraçar a prancha com um dos braços e
executar a perna do nado costas como no exercício 26, e com o outro braço
executar o braço do costas Na fase aérea do braço do nado costas o braço
permanece estendido sendo que o dedo polegar (foto 18) e o primeiro a derxar a
água e o dedo rnírumo é o primeiro a entrar acima da cabeça. A fase aquática
tem como objetivo puxar a água de erma para barxo (coxa). Executar o exercício
com o outro braço.

Foto 18- Perna costas com prancha e um braço .


52- Perna costas e um braço: Idem ao anterior (51) com um dos braços parado ao
lado do corpo, sem o apoio da prancha.
53- Perna costas alterna braço· Idem ao antenor (52) alternando os braços, sendo
que o aluno deverá executar um braço de cada vez para maior atenção ao
movrmento.
54- Crawl até o meio, vira e perna costas até o final do percurso: Este exercício vrsa
a mudança de pos1çào do corpo muito importante para a sobrevivência aquáttca
Consiste do moVImento do nado crawl até determinada d1stânc1a da prscma,
transição da posição de decúbito ventral para dorsal passando pela lateral, e
perna do nado costas (foto 19).
47

Foto 19 Crawl, transição para mudança de posição


(ventral para dorsal) e perna de costas
55-Costas: Idem ao exercício 53, porém os braços deverão ter movimentos
simultâneos, sendo que quando um braço esttver ao lado do corpo o outro estara
entrando na água
56- Crawl até o me10 e volta de perna costas sem colocar o pé no chão: Nadar crawl
até uma determinada distância do percurso da piscina e voltar com pernas de
costas sem colocar os pés no chão
57-Costas até o me10 do percurso, vtra e crawl até o final: Nadar costas até
detem1inado percurso da ptscma, VIrar de decúbito dorsal para ventral passando
pela postção lateral sem colocar os pes no chão, e nadar crawl até o final do
percurso.
58- Mergulho Aprender ou não o mergulho de fora da ptscina para dentro é urna
opção do adulto que participa do curso de iniciação à natação Muitos são os
métodos que poderão ser ut!ltzados. Na nossa concepção de natação como
sobrevivência aquática o ensino do mergulho em pé é fundamental para entrar
em aguas onde se desconhece a profundidade do local, sem se expor a um
possível acidente. Para o ensino do mergulho "de ponta", onde as mãos são as
pnmeiras à adentrar na água e os pés os últimos, poderemos passar pelas
48

seguintes fases: mergulho sentado na borda da piscina, mergulho a partir da


postção de joelhos na borda da piscina e, só então, em pé.
49

7) Considerações Finais

O profissional envolvido em esportes aquáticos deve estar ciente do seu papel de


divulgador de métodos de prevenção de acidentes aquáticos através da adaptação ao
meio aquático. E com o professor de Educação Física a responsabilidade é maior, pois
se trata antes de qualquer coisa de um educador.
Através de nossas vivências e filosofia dentro da atividade aquática, das
pesquisas teóncas que realizamos e do acompanhamento das turmas dentro do Sesc
Campinas, concluímos que os cursos de iniciação a natação para atingir a sobrevivência
aquática com segurança total do praticante, não deve ter seu foco principal na técruca
dos estilos da natação competitiva e sim visar o bem estar, a saúde e a prevenção de
acidentes aquáticos.
Em nossos cinco anos de experiência no ensino da natação presenciamos alguns
alw10s, que passaram por uma iniciação à natação com ênfase no ensino dos quatro
estilos da natação, os quais se passassem por uma situação diferente da cotidiana, como
por exemplo: colidir com algwna pessoa ou algum objeto durante o percurso,
demonstram sua deficiência na adaptação aquática entrando em pânico e podendo até se
tomar uma vítima de afogamento.
Para que o trabalho de adaptação aquática e prevenção de afogamentos seja
eficiente, o professor de educação fisica envolvido em esportes aquáticos, poderá
acrescentar ao ensino da natação a divulgação de informações das causas principrus e de
medidas preventivas de acidentes aquáticos evitando que o aluno bem informado se
exponha a estes riscos.
Adaptar o indivíduo ao meio aquático não pode ser encarado apenas com o
objetivo de preparação para um esporte de competição, existem muitas vertentes
possíveis, como melhorar o condicionamento fisico, socmbilizar o mdivíduo,
proporcionar uma opção de lazer, porém acreditamos que nenhumas destas é mais nobre
do que auxiliar na preservação da vida destes indivíduos.
50

8) Referências Bibliográficas

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