Tearapia Assistida Por Animais PDF
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MONOGRAFIA
2011
1
MONOGRAFIA
Patos
Outubro 2011
2
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Prof ª. Dr ª. Norma Lúcia de Souza Araújo.
Orientadora
________________________________________
Profª Drª. Melania Loureiro Marinho.
Examinador I
___________________________________________
Prof ª. Maria Edilene Rodrigues.
Examinador II
3
PEDRO e ANTÔNIA.
A vocês que me agraciou com o maior espetáculo no teatro da existência – A vida!
Dedico essa conquista, com a mais profunda admiração e respeito.
Abriram a porta do meu futuro, iluminando meu caminho com a luz mais
brilhante que puderam encontrar: O ESTUDO.
Trabalharam dobrado, sacrificaram seus sonhos em favor dos meus.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Pedro e Antonia, que na minha caminhada, foram meus mestres. Com
seus exemplos me ensinaram a agir com dignidade, honestidade e respeito a ser
responsável e humana. Não foram apenas pais, mas amigos e companheiros, mesmo nas
horas em que meus ideais pareciam distantes e inatingíveis e o estudo um fardo pesado
demais. O carinho da tua voz, a esperança do teu sorriso, o conforto de tuas lágrimas, o
brilho do teu olhar, me fizeram tão grande quanto seu amor por mim.
Painho e Mainha essa conquista e todo meu amor é de vocês!
A minha “IrMãe” Corrinha e seu esposo, o Med. Veterinário Reginaldo Leite, por
todas as oportunidades e as portas que abriram pra minha formação, me mostrando que
apenas os fracos julgam e desistem, enquanto os fortes compreendem e têm esperança.Que
eu viva até o dia de poder retribuir tudo que fizeram e fazem por mim.
A vocês o meu muito obrigado!
Aos meus irmãos, Kelly, Ciene, Cleide, Cieudo, Francisco (Titi) e Jucia. Anjos na
minha vida, que participaram ativamente na realização desse sonho, por terem confiando,
investindo e me incentivado, através deles pude enxergar que nas falhas e lágrimas se
esculpe a sabedoria e compreensão. Amo vocês!
lições de vida. Juntos aprendemos a contemplar as coisas simples e navegar nas águas da
emoção. Vou sentir muita falta de todos vocês!
A Doval, por sempre estar presente, mesmo ausente, me dando força antes e durante a
minha graduação. Por ter me ensinado a não ter medo de viver e a superar os momentos
mais difíceis da minha vida.
Nossos momentos vão ser eternos!
Aos amigos que entraram na minha vida ao longo do curso, Renault, Islaine (irmã que
Deus me presenteou), Fabíola, as aziladas (os) - Aline, Nozay, Fábio, Vinícius, Jamersom
e Igor por estarem sempre comigo, prontos para ajudar, pelos momentos de alegrias e
brincadeiras, que jamais serão esquecidos, por também aguentarem meus estresses sem
nunca se queixarem. Vocês são únicos!!!
Aos amigos a quem também posso chamar de Tia e Tio: Marleide e Antônio Vianna,
Maria e João Leite (Benga) por todo incentivo, carinho, caronas e apoio.
A todos os Professores da minha graduação que aos poucos foram dando forma ao
meu sonho de ser Médica Veterinária. Ao Médico Veterinário Rodrigo Palmeira pela
brilhante idéia do projeto, mesmo que o objetivo não tenha sido alcançado, a semente foi
plantada.
Por ultimo e não menos importante a DEUS, por me colocar no meio de todas essas
pessoas, permitir a realização desse sonho e iluminado todos os dias da minha vida. Agora
Senhor que um brilho de felicidade percorre meus olhos, um arrepio de ansiedade atinge
meu corpo e que um peso de responsabilidade carrega meus ombros...
Sigo adiante com a certeza que sempre esteve e estará comigo e
que toda minha força vem de Ti.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 12
2.1 Interação homem x animal.......................................................................... 12
2.2 Zooterapia................................................................................................... 14
2.2.1 Equoterapia.................................................................................. 16
2.2.1.1 Mecanismos psicomotores envolvidos na Equoterapia... 17
2.2.2 Cinoterapia................................................................................... 22
2.2.3 Delfinoterapia............................................................................... 25
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
A ligação e interação dos humanos com os mais diversos animais podem ser observados
nos diferentes períodos de evolução da humanidade. A zooterapia, método terapêutico
onde o animal é usado como parte principal do tratamento, tem por objetivo promover a
saúde física, social, emocional e/ou funções cognitivas das pessoas. Trata-se de um
processo coadjuvante, paralelo e facilitador, não substituindo qualquer terapia
convencional. O objetivo deste trabalho foi estudar os principais meios zooterápicos, como
suas indicações, e os benefícios oferecidos citados na literatura cientifica de uma forma
clara e objetiva, além avaliar a participação de médicos veterinários nessa prática.
A zooterapia pode servir como auxílio no tratamento de diversas patologias como
síndromes genéticas, hiperatividade, depressão, mal de Alzheimer, lesão cerebral, entre
outras. Ela parte do princípio de que o amor e a amizade que podem surgir entre a
interação dos seres humanos e animais geram inúmeros benefícios.
ABSTARCT
The connection and interaction of humans with all kinds of animals can be observed in
different periods of human evolution. The zootherapy, therapeutic method where the
animal is used as the main part of the treatment is aimed at promoting physical, social,
emotional and / or cognitive functions of people. It is a supporting process, parallel and
facilitator, not replacing any conventional therapy. The aim of this study was the main
means zootherapy as its indications, and benefits cited in the scientific literature in a clear
and objective, and evaluate the participation of veterinarians in this practice. The
zootherapy can serve as an aid in treating various diseases such as genetic syndromes,
hyperactivity, depression, Alzheimer's, brain injury, among others. It assumes that love and
friendship that may arise between the interaction of humans and animals produce many
benefits.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
instrumento de guerra e antes da invenção da máquina a vapor ele era o meio de transporte
terrestre mais rápido e confiável (JULIANO et al., 2006).
Mas é a partir da Revolução Industrial quando os animais começam a não ser tão
necessários para as atividades da vida diária, que começa um processo que durará até os
nossos dias em que se trocou a concepção meramente utilitária para serem vistos como
seres amigos formando parte do todo ecológico em que vivemos, entendendo-se que as
suas prestações podem resultar em benefícios mais além do plano material se soubermos
interpretar os seus sinais e a sua maneira de ver a vida (SALAMA, 2005).
Os laços afetivos que envolvem os seres humanos e os animais podem ser
originados da solidão que as pessoas sentem. Como o animal se doa completamente sem
cobrar nada em troca, aceita os fatos sem julgamento, não apresenta os problemas e
exigências da comunidade humana e, não tem o atributo da vontade tão desenvolvido, a
compensação da solidão e a transferência do apego de uma pessoa a um animal de
estimação podem ser mais fáceis do que com outro ser humano, criando um vinculo forte e
duradouro. Contudo, a lógica dos fatos permite concluir que o animal não resolve o
problema da carência humana e da resolução dos conflitos que a maioria da humanidade
padece e que cedo ou tarde, terá de empenhar-se em melhorar, através do esforço próprio e
da aquisição de níveis crescentes de ética pessoal (PRADA, 2001 apud ANDERLINI e
ANDERLINI, 2007).
Segundo Faraco et al., ( 2004) no Brasil, essa convivência pode ser avaliada
através estimativas populacionais que indicam a existência de 27 milhões de cães e 11
milhões de gatos como animais de estimação. Esses dados oferecem sustentação à idéia de
que a vida humana, compartilhada com os animais, está instituída como uma nova forma
de existência, que atende as necessidades atuais de determinados grupos de pessoas
O contato com os animais pode auxiliar o homem em sua busca pelo
conhecimento de si, no estabelecimento de sua identidade e na descoberta de suas próprias
“realidades animais”. Eles podem representar a única ponte de ligação do homem com um
mundo autêntico, sem hipocrisias, corporativismo ou mediocridade (ODENDALL, 2000
apud ALMEIDA et al., 2009).
Estudos têm demonstrado que a interação do homem com animais de estimação
pode ter efeitos positivos na saúde e comportamento humano e que, em alguns casos, esses
efeitos são relativamente duradouros (SERPELL, 1993 apud ALMEIDA et al., 2009).
14
2.2 Zooterapia
envolve a visitação, recreação e distração por meio do contato dos animais com as pessoas,
onde não requer acompanhamento de um profissional; TAA envolve serviços profissionais
da área médica e outras que utilizam o animal como parte do trabalho e do tratamento
(ANDERLINI e ANDERLINI, 2007).
Isto não deve ser confundido com a utilização de animais como entretenimento,
pois a TAA é uma abordagem interdisciplinar complementar a outras terapêuticas, não
substituindo o tratamento convencional, e tem como objetivo auxiliar na resolução de um
problema humano (EDWARDS e BECK, 2002 apud DORNELAS et al., 2009).
A Delta Society, (2005) entidade dos estados Unidos que regulamenta os
programas com o uso de animais, assim definiu: “a Terapia Assistida por Animais (TAA),
trata-se de uma intervenção dirigida a um objetivo, na qual o encontro entre o animal e
humano torna-se parte integrante do processo de tratamento; é dirigida por um profissional
da área da saúde e está desenhada fundamentalmente para promover melhorias nas áreas
física, emocional e social, respeitando o funcionamento cognitivo das pessoas. Pode levar-
se a cabo desde uma ampla variedade de enquadramentos e pode realizar-se de forma
individual ou em grupo. Todo o processo de tratamento deve ter uma avaliação e um
registro do mesmo.”
Atualmente, os princípios dessa terapia mediada por animais são utilizados em
todo o mundo. O trabalho é realizado através da utilização de cães, gatos, cavalos,
golfinhos, peixes, tartarugas, coelhos e burros, em hospitais e escolas especializadas no
tratamento de pessoas que apresentam problemas psicológicos e na reabilitação de
portadores de deficiências múltiplas. O vínculo afetivo que o paciente logo estabelece com
o animal é o primeiro passo para o sucesso da terapia, pois abre caminho para a
comunicação com o terapeuta (FLÔRES, 2009).
A TAA pode ser aplicada em várias faixas etárias e em diferentes locais, tais
como: hospitais, ambulatórios, casas de repouso, escolas, clínicas de fisioterapia e de
reabilitação. São utilizados todos os tipos de animais que possam entrar em contato com os
humanos sem proporcionar-lhes perigo (KOBAYASHI et al., 2009).
No Brasil, a TAA aparece na década de 80, porem somente a partir dos anos de
1990, são fundados os primeiros Centros de Atendimentos de TAA, e iniciaram-se as
pesquisas cientificas sobre o tema (TURNER, 2006 apud MOTTI, 2007).
De acordo com Mannunci, (2005) citado por Motti, (2007) a partir de 1980, a
terapia com animais voltou a ser expressiva no Brasil. O Conselho Federal de Medicina
16
2.2.1 Equoterapia
A vida entre humanos e cavalos vem sendo escrita há milhares de anos, no inicio
apenas como fonte de alimentação para o homem. Com o tempo veio o processo de
domesticação iniciado pelos nômades nos tempos pré-históricos. Posteriormente, utilizado
como meio de transporte, foi que o cavalo passou a fazer parte de nossas vidas, tornando-
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Paralisia Cerebral;
Acidente Vascular Encefálico;
Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
Síndrome de Down e outras;
Traumatismo crânio-encefálico;
Lesão medular;
Esclerose múltipla;
Disfunção na integração sensorial;
Dificuldade da aprendizagem ou linguagem;
Distúrbios do comportamento;
Hiperatividade;
Autismo;
Traumas;
Depressão;
Estresse
O local onde se realiza a Equoterapia deve ser adequado, podendo o solo ser de
areia ou grama. Geralmente são realizados no ambiente natural do cavalo, onde este já esta
familiarizado e reconhece como sendo seu espaço (QUEIROZ, 2006).
2.2.2 Cinoterapia
humanidade mantém laços afetivos mais fortes com os cães do que com qualquer outro
bicho. A ciência vem desvendando as razões dessa história de amor que já dura 12.000
anos.
Os cães com treinamento especial auxiliam profissionais da área da saúde a
trabalhar a fala, equilíbrio (Figura 5), expressão de sentimentos e motivação. Estas terapias
contam com cães adestrados por um profissional da área e com o auxílio de Psicólogos,
Fisioterapeutas, Médicos e Médicos Veterinários, onde os cães realizam exercícios
buscando estimular o paciente nos sentidos físico e psicológico, trazendo benefícios para o
mesmo providenciando numerosas oportunidades para crescimento pessoal baseado em
benefícios educacionais, recreacionais ou motivacionais a partir do contato com o animal
(OLIVEIRA, 2005).
A socialização do cão como processo de integração de indivíduos é de
fundamental importância para essa pratica, sendo extremamente necessário que o cão seja
socializado para que possa interagir com seres humanos de uma forma coerente e
socialmente aceita (ANDERLINI, 2009).
Figura 5 - Projeto cinoterapia com crianças. Figura 6 - Projeto cinoterapia com idosos.
Fonte: jornaldaparaiba.com.br Fonte:www.caoamigo.org.br
incontestáveis deste convívio com crianças e adultos, sejam com necessidades especiais ou
não, assim como em idosos (Figura 6), presidiários, portadores de enfermidades cardíacas,
doentes psiquiátricos, portadores de Alzheimer, Parkinson, AIDS, paralisia cerebral,
acidente vascular cerebral, câncer, ansiedade, solidão, fobia social, síndrome do pânico e
depressão. (ANDERLINI e ANDERLINI, 2007).
Um bom cão de terapia deve ser calmo, amigo e obediente para fazer visitas
programadas aos idosos em asilos (Figura 7) e casas de repouso, ou a crianças em hospitais
(Figura 8). Eles levam entretenimento e distração, o que ajuda a combater a solidão, a
depressão e tiram a atenção das dores e dos traumas (LERMONTOV, 2011).
Figura 7- Visita de cães terapeutas a idoso. Figura 8- Visita de cães terapeutas a criança
Fonte:www.odia.terra.com.br hospitalizada. Fonte: Portal do
Poodle.
Esses animais têm sido usados como facilitadores para profissionais das áreas de:
terapia ocupacional; fisioterapia; psicologia; fonoaudiologia; pedagogia e psiquiatria.
Ajudando a realizar atividades lúdicas que estimulam o equilíbrio, a fala, a expressão de
sentimentos, a imaginação e o autoconhecimento com resultados comprovados
(MALLON, 1992 apud FLÔRES, 2009).
Outros exemplos que poderiam ser empregados para ilustrar o auxilio desses
animais são inúmeros. O cão guia que apesar do desenvolvimento tecnológico tem seu
trabalho reconhecido e apreciado, muito em especial pelos deficientes visuais. O cão de
alerta que avisa pessoas, por exemplo, com epilepsia da proximidade da ocorrência de um
ataque. De igual modo, embora menos conhecido, o cão de serviço especialmente treinado
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para auxiliarem indivíduos com problemas motores, quer estejam acamados quer
confinados a cadeiras de rodas, demonstra o quanto a companhia de um animal pode ser
benéfica. Estes cães são treinados para apanharem objetos do chão, ir buscar objetos, como
o telefone móvel e inclusivamente, fecharem portas, apagarem a luz e darem o alerta
quando existem alterações do estado de saúde do seu "protegido" humano. O grau de
confiança que os indivíduos nesta situação experimentam devido ao apoio prestado pelo
cão é notório e significativo (ANDERLINI, 2009).
Gonçalves, (2008) orienta que o trabalho deve ser em conjunto com um Medico
Veterinário que entenda do assunto, pois a cinoterapia alia a parte de saúde pública à da
parte fisiológica e comportamental dos animais, além da interação animal-paciente.
De acordo com o mesmo autor a cinoterapia só é contraindicada em casos de
alergia. "Pacientes que apresentam intolerância a pêlos não devem fazer o tratamento. Para
ajudar a evitá-las, a higiene e saúde do animal são pontos muito importantes. Eles devem
estar de banho tomado, unhas cortadas e tosados, se necessário. É imprescindível que
sejam vacinados e vermifugados. Não deve ter tártaros, problemas de pele ou otite, o que
deixará o cão reativo a um afago na região das orelhas. Esses cuidados são fundamentais
para que o encontro fique mais agradável e isento de riscos para a saúde do paciente.
O diferencial da Cinoterapia em relação à Equoterapia é o tipo de estímulo dado
ao paciente. "O tratamento com cavalos baseia-se nos estímulos da movimentação pélvica
dos pacientes, com o andar dos cavalos, e no equilíbrio para se manter em cima do animal.
Já com os cães tentamos fazer com que as crianças e os idosos realizem os movimentos
que haviam sido perdidos", A base do tratamento é a estimulação cerebral, ressalta
Gonçalves, (2008).
2.2.3 Delfinoterapia
A idéia de que a interação dos humanos com golfinhos podia ser benéfica foi
formulada pela primeira vez em 1960 pelo norte-americano John Lilly, que estudou a
comunicação golfinhos-humanos (HUMPHIES, 2003 apud LOPES, 2007).
Os golfinhos parecem ser animais ideais para esta terapia, já que além de terem
uma grande afinidade com os seres humanos, têm uma enorme capacidade para o jogo e o
contato com eles realiza-se na água (LOPES, 2007). Em países como os Estados Unidos e
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na Inglaterra a terapia com golfinhos é utilizada, com muito sucesso, como coadjuvante na
hidroterapia (PLETSCH, 2010).
A delfinoterapia (DT) nasce no campo da TAA, na qual o golfinho é utilizado
para a terapia, melhorando a capacidade motora dos pacientes graças aos exercícios
realizados na água, além de incrementar a capacidade de comunicação e aumento da
independência, serenidade e cooperação (CORREDOR, 2007).
Os golfinhos são animais de grande sensibilidade acústica, que apresentam uma
forma de comunicação semelhante ao sonar. Essa característica torna essa espécie
incomparável nas melhorias neurofisiológicas aos pacientes, sendo uma possível razão pela
qual e Delfinoterapia se pode diferenciar de outras TAA (LOPES, 2007).
corporal, para poder atender pacientes obesos. É essencial que o cavalo seja sensível,
que aceite bem o contato, o toque, e que tenha comportamento de disponibilidade de
ajudar (ARANTES, 2006).
Desde que o animal seja dócil é possível estabelecer um adestramento,
ensinando o a ter um andar calmo e suave, numa passada rítmica. Cada treinamento será
adequado às necessidades do praticante de forma equilibrada e interavativa
(ARANTES, 2006).
De acordo com Dukes, (2006) o aprendizado e a formação da memória são
importantes para todos os animais domésticos. Cães e eqüinos são as duas espécies cujo
valor pode depender da sua capacidade de aprender.
As contraindicações se restringem aos animais que demonstrem
comportamento de rivalidade e de competição com outros animais; animais sem
controle de zoonoses podem transmitir doenças e animal mal selecionados que podem
causar “acidentes”, tais como mordidas, estranhamento e situação de medo (KLEIN,
2007).
A plena saúde física do animal coterapeuta é um aspecto essencial e visa não
somente o bom desempenho e o bem-estar do animal, mas também a garantia de que
não haverá risco de transmissão de zoonoses e contaminação dos locais de realização
das terapias. Não se pode esquecer que muitos destes ambientes são sanitariamente
controlados, tais como hospitais e consultórios e, além disto, pode se entrar em contato
com pacientes enfraquecidos e até imunossuprimidos por tratamentos químicos ou pela
própria doença que enfrentam (OLIVA, 2004).
Para Gonçalves, (2008) é imprescindível que os animais sejam vacinados e
vermifugados. Não devem ter tártaros, problemas de pele ou otite. Esses cuidados são
fundamentais para que o encontro fique mais agradável e isento de riscos para a saúde
do paciente. Segundo Oliva, (2004) qualquer sintoma de doença que possa vir a trazer
risco para o paciente assistido e/ou mal-estar para o animal, deve ser motivo para o
afastamento temporário ou definitivo deste de suas atividades junto ao grupo.
Todos os animais utilizados passam, obrigatoriamente, pela avaliação de
profissionais da área de veterinária e da psicologia comportamental. Eles devem atender
aos requisitos de saúde animal, para conferir confiabilidade ao trabalho proposto pelos
grupos de TAA sendo avaliados, reavaliados e monitorados. Os animais são testados
quanto ao comportamento, obediência, socialização e aptidão, passando por
reavaliações constantes (OLIVA, 2004).
31
projeto para que reavaliações sejam feitas com freqüência e o esquema de vacinação e
vermifugação respeitado (FLÔRES, 2009).
Ainda segundo Flôres (2009), é de fundamental importância que programas de
A/TAA possuam Médicos Veterinários para zelar pela saúde dos animais terapeutas,
devido à sua proximidade com os pacientes. Para a autora, além de evitar as chamadas
zoonoses, cabe ao Veterinário orientar o proprietário sobre suas responsabilidades para
com o animal terapeuta, e conscientizá-lo da importância de adotar certos cuidados.
A Organização Mundial de Saúde reconhece a importância dos animais como
zooterapeutas, por isso se preocupa com a plena saúde física do animal. Neste contexto,
o Médico Veterinário desempenha papel essencial no sentido de acompanhar as
manifestações comportamentais do animal, bem como de zelar pela sua saúde
garantindo que não haverá risco de transmissão de zoonoses e contaminação do local de
realização da terapia (ANDERLINE e ANDERLINE, 2007).
A interação de animais com pessoas doentes, ainda gera muito preconceito é
necessário, também neste momento a intervenção do Médico Veterinário para
desmistificar crenças pré-existentes (BAHR, 2001).
Apesar das limitações, é visível que os benefícios que este trabalho
proporciona são muito superiores aos riscos que ele pode causar. Além disso, a chance
de uma pessoa adquirir uma zoonose existe mantendo contato com animais ou não
(KLEIN, 2007).
Atualmente o uso dessas terapias tem indicado efeitos fisiológicos positivo nas
pessoas que interagem com os animais. O Journal of the American Association of
human- Animal Bond veterinárias – AAHABV, de 2001, menciona alguns resultados já
alcançados pelas pesquisas de dois médicos da África do sul: O Prof. Johannes
Odendaal e a Dra. Susan Lehmann constataram que tanto nos humanos como nos cães
há uma mudança benéfica que ocorre nas endorfinas beta, phenilatalamina, prolactina,
dopamina e ocitocina dentro de uma interação positiva de quinze minutos. A liberação
estes hormônios além de dar a sensação de felicidade, diminui o hormônio do estresse, o
cortisol (ODENDAAL, LEHMANN, 2001 apud FLÔRES, 2009).
Recentemente na Europa e Estados unidos foi comprovado que famílias com
animais de estimação têm menos despesas com saúde do que as famílias sem animais,
essa convivência é capaz de melhorar a auto-estima, diminuir problemas
cardiovasculares, auxiliar a família na diminuição do estresse, na queda da pressão em
hipertensos e, principalmente, de melhorar a interação social (PLETSCH, 2010).
Berzins, (2000) relata que estudos efetuados nos Estados Unidos e na Europa
apontam para uma redução do tempo de recuperação das doenças e uma maior
sobrevida aos indivíduos que possuem animais de estimação e que foram acometidos
por cardiopatia isquêmica. Percebe-se que, nessas situações, a presença do animal
resultou na redução da ansiedade, diminuição de depressão, uma vez que os animais
incentivam a atividade física, tanto para levá-los aos passeios como para a realização
dos cuidados diários.
Hoje, no Brasil, as universidades têm aberto mais as portas para experiências
que queiram comprovar a eficácia da zooterapia (PORTO e CASSOL, 2007).
Profissionais envolvidos na área de Medicina Veterinária da Universidade
Estadual de São Paulo (Unesp), em Botucatu, evidenciam que o contato com animais
melhora os batimentos cardíacos dos idosos, além do estímulo emocional resultante da
troca de carinhos (UYEHARA, 2004).
Venturoli, (2004) afirma que crianças que têm um bichinho por companhia
desenvolvem mais rapidamente suas habilidades cognitivas e sócio-emocionais: as
mascotes incentivam a comunicação, a responsabilidade das crianças e facilitam sua
convivência com os demais membros de seu convívio.
O campo da terapia assistida por animais ainda precisam de mais
aprofundamento no Brasil, ao mesmo tempo em que profissionais que atuam em
34
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 REFERÊNCIAS
BAYNE, K. Development of the human-research animal bond and its impact on animal
well-being. ILAR Journal, Washington, v. 43, n. 1, p. 4-9, 2002. Disponível em:
http://www.inataa.org.br/anexos/PercepcaoDosEstudantesDaAreaDeSaudeSobreATAA.
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BERGAMO, G. O doutor é animal. Veja, São Paulo, 30 nov. 2005. Saúde, p. 66 – 68.
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UYEHARA, A.M.G. Benefícios da relação homem x animal. 2004. Disponível em: <
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VENTUROLI, T. Por que amamos os animais: Dez mil anos de amizade. Veja, São
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p_114a.html>. Acesso em: 10 jun. 2007.