Cap°tulo 5
Cap°tulo 5
Cap°tulo 5
ABSTRAÇÕES HIDROLÓGICAS
5.1 Intercepção
P precipitação total
5.1
mediante a instalação de pluviômetros acima e abaixo da copa das árvores e de colares em
torno de seus troncos, os quais recolhem e desviam a água para recipientes com graduação
volumétrica apropriada. Estudos experimentais dessa natureza mostram que fatores
diversos como a altura, a intensidade e a duração da precipitação, bem como a extensão, a
densidade e o estágio de desenvolvimento da vegetação, afetam significativamente a perda
por intercepção.
De acordo com Ponce (1989), as chuvas leves, de pequena duração, sofrem perdas
substanciais por intercepção. Como essas chuvas são muito freqüentes, elas respondem por
grande parte da perda média anual por intercepção, a qual se situa em torno de 25% da
precipitação média anual. Para precipitações moderadas, a perda por intercepção situa-se
entre 3 e 36% da altura de chuva, dependendo das características da cobertura vegetal. Para
precipitações intensas e menos freqüentes, a perda por intercepção representa apenas uma
pequena fração da altura total de chuva. Em conseqüência, é prática comum desprezarem-
se as perdas por intercepção em estudos hidrológicos relativos às grandes enchentes.
5.2
depressões; a quantificação combinada dos dois processos é geralmente conhecida por
abstração inicial.
O armazenamento em depressões pode exercer influência considerável na formação
de enchentes em uma bacia hidrográfica. A existência de grandes depressões naturais,
terraços e o cultivo em curvas de nível tendem a atenuar as vazões de pico dos hidrogramas
de cheia, ao passo que os terraplenos e as obras de drenagem possuem efeito contrário
sobre elas.
5.3 Infiltração
agregado estrutural
poros
poros
5.3
forças capilares também agem lateralmente, desviando parte da água gravitacional para os
poros capilares. Essa ação das forças capilares provoca o decréscimo progressivo do
escoamento gravitacional à medida que a frente de umidade avança em direção às camadas
mais profundas do solo. Além disso, a retenção de água pelas forças de capilaridade faz
com que o escoamento gravitacional se processe com resistência hidráulica
progressivamente maior através de poros cada vez menores, à medida que a precipitação
avança no tempo. Pelas mesmas razões, a quantidade de água que se infiltra no início de
uma chuva é menor se os poros capilares já estiverem sido preenchidos por um evento
chuvoso anterior.
Horton (1933) definiu o termo capacidade de infiltração, doravante simbolizado
por fp , como sendo a quantidade máxima de água que um solo, sob dadas condições, pode
absorver na unidade de tempo e por unidade de área horizontal. Portanto, a capacidade de
infiltração refere-se a uma razão de variação ou intensidade máxima de absorção de água e
suas unidades usuais são mm/h ou mm/dia. Em um dado instante, a intensidade atual de
infiltração fi será igual à capacidade de infiltração fp somente se a intensidade de chuva i
igualar ou exceder fp. Nesse caso, o volume de chuva que excedeu a capacidade máxima de
absorção do solo poderá acumular-se em depressões ou transformar-se em escoamento
superficial. Contrariamente, se a cada instante i fp , então todo o volume de precipitação
irá se infiltrar, aumentando o teor de umidade retida no solo ou percolando para os
aqüíferos. Essas duas situações estão indicadas na Figura 5.3, através de reservatórios
hipotéticos.
i < fp i > fp
capacidade de
infiltração
escoamento
superficial
infiltração
capacidade de
armazenamento de
umidade do solo
percolação para
os aqüíferos
5.4
Fatores Intervenientes
A infiltração é um processo bastante complexo que depende de uma série de fatores inter-
relacionados. Os principais são : a duração e a intensidade da chuva, as características
físicas e o teor de umidade do solo, a cobertura vegetal e o manejo da terra. Tal como foi
visto anteriormente, a retenção progressiva da água nos poros capilares provoca a redução
da capacidade de infiltração com a duração da chuva (Figura 5.4). Vê-se também nessa
figura que somente quando se inicia o escoamento superficial, é que a intensidade de
infiltração irá atingir o valor máximo instantâneo, ou seja a capacidade de infiltração
naquele instante. A influência da textura do solo na variação da capacidade de
infiltração
Precipitação
Precipitacao, Infiltracao e Escoamento Superficial (mm/h)
Infiltração
Escoamento
Superficial
pode ser visualizada na Figura 5.5a. Um solo arenoso, com poros de grande diâmetro,
drena mais efetivamente a água gravitacional e tem maior capacidade de infiltração do que
um solo argiloso. Por outro lado, a presença de cobertura vegetal não só atenua o efeito
compactador provocado pelo impacto das gotas de chuva, como também cria condições
favoráveis para a ação escavadora de insetos e animais, além de pequenas fissurações no
solo, ao longo das raízes da planta. A combinação desses efeitos faz com que a presença de
vegetação atue no sentido de aumentar a capacidade de infiltração, como exemplificado na
5.5
Figura 5.5b. Além disso, a macro-estrutura do terreno também tem influência sobre a
capacidade de infiltração. Terrenos arados ou cultivados favorecem a absorção de água
pelo solo (Figura 5.5c). Finalmente, se o solo estiver seco no início da chuva, a infiltração
será grandemente facilitada; contrariamente, um maior teor de umidade presente no solo
irá atuar no sentido de diminuir a capacidade de infiltração (Figura 5.5d).
a b
Capacidade de Infiltracao (mm/h)
Textura fina
Solo argiloso Solo Desnudado
Tempo desde o inicio da chuva (h) Tempo desde o inicio da chuva (h)
c d
Capacidade de Infiltracao (mm/h)
Capacidade de Infiltracao (mm/h)
Solo Cultivado
Solo Saturado
Tempo desde o inicio da chuva (h) Tempo desde o inicio da chuva (h)
Além dos fatores intervenientes mencionados, cabe notar a enorme influência das ações
humanas sobre o processo de infiltração. A compactação do solo devida à circulação de
veículos, o desmatamento provocado pela exploração de extensas áreas agrícolas, o
desnudamento e a impermeabilização resultantes da construção ou expansão de cidades
concorrem para o decréscimo da capacidade de infiltração. As conseqüências óbvias dessas
5.6
ações são a maior disponibilidade de água para o escoamento, um menor tempo para a
concentração desse escoamento na rede de drenagem e enchentes cada vez mais
freqüentes.
f p f c f 0 f c exp k t (5.2)
5.7
constante de decaimento exponencial. Esses parâmetros podem ser determinados através
de medições locais por infiltrômetros ou simuladores de chuva. Para isso, estima-se
inicialmente o valor de fc através de um gráfico representativo da variação temporal das
capacidades de infiltração medidas. De posse do valor de fc, escolhem-se no gráfico dois
conjuntos para fp e t, os quais são em seguida substituídos na equação 5.2 para constituir
um sistema de duas equações e duas incógnitas. As soluções simultâneas desse sistema
fornecem os valores de f0 e k.
f0
Capacidade de Infiltracao ( mm/h )
Fórmula de Horton
fp = fc + ( f0 - fc ) exp ( -k t )
fc
Tempo (horas)
Figura 5.6 - Fórmula de Horton para a Variação Temporal da Capacidade de Infiltração
Tabela 5.1 - Valores típicos da Capacidade de Infiltração ao fim de 1 hora (Lencastre &
Franco, 1984)
Tipo de Solo fp (t=1) em mm/h
Infiltração Elevada (solos arenosos) 12,50-25,00
Infiltração Média (solos siltosos) 2,50-12,50
Infiltração Baixa (solos argilosos) 0,25-2,50
5.8
Pela fórmula de Horton, o volume total infiltrado F, em mm, ao fim de um tempo t é dado
por
f0 fc
fc f0 fc expkt dt fc t
t
F exp kt 1 (5.3)
0 k
(a) f p f c f 0 f c exp k t =0,5+(3,5-0,5) exp(-0,902)=0,996 mm/h
5.9
Cálculo da Infiltração Espacial
As variabilidades espacial e temporal dos parâmetros presentes nas fórmulas de infiltração
tornam-nas de difícil aplicação em grandes superfícies heterogêneas, sujeitas a
intensidades de precipitação não uniformes. Esse fato conduz à utilização dos chamados
“índices de infiltração”, os quais representam modelos aproximados, porém de uso
prático, do processo de infiltração. Esses índices pressupõem que a capacidade de
infiltração de uma área (ou bacia) seja constante ao longo da duração da precipitação.
Como de fato, a capacidade de infiltração decresce exponencialmente com o tempo, os
índices de infiltração subestimam seu valor inicial e superestimam seu valor final; dessa
forma, espera-se que esses valores se compensem e que sejam obtidos boas estimativas do
volume de infiltração ao fim do episódio chuvoso. O índice de infiltração mais simples e
mais utilizado na prática é o índice . Esse índice é definido como o valor constante a ser
subtraído das intensidades variáveis de chuva de forma a obter o volume de escoamento
superficial observado. De posse da distribuição temporal da precipitação e do volume
observado (ou altura equivalente) de escoamento superficial, calcula-se o índice através
do processo de tentativa-erro, tal como exemplificado a seguir.
5.10
5.4 Evaporação
5.11
proporcional ao balanço entre a energia solar incidente e a energia de ondas longas
perdida pela superfície evaporante. Outros termos importantes a se considerar nesse
balanço energético são as transferências de calor sensível por condução e convecção entre
a superfície evaporante e a atmosfera e por advecção entre o corpo d’água e os rios
afluentes. Esses termos são dependentes principalmente das temperaturas do ar e da água.
A influência da umidade relativa do ar no processo de evaporação pode ser visualizada
pela curva da pressão de vapor de saturação em função da temperatura (Figura 5.7). Nessa
figura, suponha que o ar esteja à temperatura T1 e que contenha vapor à pressão e1. O défi-
PRESSAO DE VAPOR DE SATURACAO (milibares)
120
100
80
e2
60
e2-e1
40
e1
20
0
T2 T1
10 30 50
0 20 40
TEMPERATURA (graus Celsius)
cit de evaporação é (e2-e1) indicando a quantidade máxima de vapor d’água que pode ser
acrescida a esse volume de ar à temperatura T1. Logo, vê-se que, mantida a temperatura do
ar, a evaporação é diretamente proporcional ao déficit de saturação (e2-e1). Como por
definição a umidade relativa do ar é U=100(e1/e2), conclui-se que essa grandeza é
inversamente proporcional à perda por evaporação. Ainda com relação à Figura 5.7,
observe que se o ar estiver à temperatura T2 < T1, o déficit de saturação será menor, a
umidade relativa maior e, em conseqüência, a evaporação será inferior àquela observada à
temperatura T1.
5.12
A saturação do ar próximo à superfície líquida evaporante interrompe o processo de
evaporação. Para que ele continue, é necessário que o ar saturado seja removido através da
ação do vento. Maiores velocidades do vento próximo à superfície evaporante implicam
em maiores intensidades de evaporação.
A influência da pressão atmosférica no processo de evaporação é pequena. Embora essa
influência não seja considerada na maioria dos estudos hidrológicos, pode-se afirmar que
quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica e maior é a intensidade de
evaporação.
b) Fórmula de Penman
Penman (1948) combinou as equações de transferência de energia e de massa no
desenvolvimento de sua fórmula para o cálculo da evaporação de um corpo d’água. A
fórmula de Penman pode ser expressa da seguinte forma :
5.13
En Ea
E (5.7)
1
onde E é a intensidade de evaporação em cm/dia, Ea representa a intensidade de
evaporação em cm/dia devida às trocas de massa, En a intensidade de evaporação em
cm/dia devida à transferência de energia e é um fator de ponderação. O termo En pode
ser avaliado por
Qn
En (5.8)
Hv
onde Qn simboliza a radiação solar líquida, medida por aparelhos chamados radiômetros e
expressa em cal/cm2/dia, é a massa específica da água em g/cm3 e Hv é o calor latente de
vaporização em cal/g. O termo Ea pode ser calculado pela expressão
100 U
Ea 0,013 0,00016v2 es (5.9)
100
0,00815 T 0,8912
7
(5.10)
0,66
5.14
Equação 5.10 =3,337
-cálculo de E
Equação 5.7 E=0,952 cm/dia ou 9,52 mm/dia
tanque
Planta
122 cm
pluviômetro
micrômetro
5cm
Poço Estrado de
25,4cm
tranqüilizador madeira
15 cm
5.15
Devido às suas pequenas dimensões, relativamente às de um lago ou reservatório, o tanque
evaporimétrico recebe maiores afluxos de energia por radiação e também por condução
pela base e pelos lados. A ação do vento de remoção da camada de ar saturado também é
relativamente facilitada. Esses fatores fazem com que os dados obtidos por tanques
evaporimétricos superestimem a evaporação diária de um lago ou reservatório. Por essa
razão, é usual corrigirem-se os dados de tanques evaporimétricos através do chamado
“coeficiente de tanque”, esse sempre inferior à unidade. Esse coeficiente varia com o
local, com a época do ano e com a profundidade do corpo d’água; essa variação,
entretanto, é de difícil determinação. Na região sudeste do Brasil, é usual adotar-se um
valor constante entre 0,7 e 0,8 como fator de correção para os dados evaporimétricos
obtidos através de tanques “classe A”.
5.5 Evapotranspiração
5.16
reservatórios hipotéticos, anteriormente utilizada no item 5.3, o armazenamento de
umidade do solo por retenção capilar possui limites como os indicados na Figura 5.3. Em
agronomia, é usual referir-se ao limite superior como a capacidade de campo,
correspondente à posição do extravasor do segundo reservatório da Figura 5.3. Esse limite
refere-se ao volume de água que fica retida no solo após completar-se a drenagem por
gravidade; segundo Linsley et al. (1975), a capacidade de campo é obtida quando se
submete uma amostra de solo saturado a uma pressão de 1/3 atmosferas. Da mesma forma,
o limite inferior, chamado de ponto de murchamento permanente, representa o teor de
umidade do solo abaixo do qual as raízes das plantas não conseguem extrair a água de que
necessitam e iniciam a fase de definhamento. O ponto de murchamento permanente é
obtido experimentalmente submetendo-se uma amostra de solo à pressão de 15 atmosferas.
A diferença entre esses dois limites representa a capacidade de armazenamento de umidade
do solo, também indicada na Figura 5.3. Essa umidade disponível corresponde à máxima
quantidade de água que pode ser usada para os processos de evaporação da água do solo e
de transpiração das plantas. Os valores típicos do teor de umidade, nos limites da
capacidade de campo e do ponto de murchamento permanente, de alguns tipos de solos
encontram-se listados na Tabela 5.2. Observe que um solo arenoso, no qual predominam os
poros de grandes dimensões, é bastante permeável à água gravitacional tendo, em
conseqüência, pequena capacidade de armazenamento de umidade por retenção capilar.
Por outro lado, um solo argiloso possui grande capacidade de armazenamento de água
capilar, porém é pouco permeável à água gravitacional.
Tabela 5.2 - Valores Típicos de Umidade para alguns tipos de Solo, em porcentagem do
peso de solo seco (adap. Linsley et al., 1975)
Tipo de Capacidade de Ponto de Murchamento Umidade Disponível
Solo Campo Permanente
arenoso 5 2 3
siltoso 22 13 9
argiloso 36 20 16
A limitação da intensidade de evapotranspiração, imposta pela quantidade de
umidade disponível do solo, tornou necessária a introdução do conceito de
evapotranspiração potencial (ETPpot). A evapotranspiração potencial é definida como a
evapotranspiração que ocorreria caso o solo apresentasse, a todo instante, um teor de
umidade suficiente para levar a planta à plena maturidade. Isso equivale a dizer que a
retenção capilar deve estar a todo instante em um valor igual ou pouco inferior à
capacidade de campo. A ETPpot distingue-se da evapotranspiração real ou efetiva (ETPreal),
5.17
a qual se refere à evapotranspiração ocorrida sem nenhuma restrição ao deplecionamento
da retenção capilar, podendo esse armazenamento chegar a valores inferiores ao ponto de
murchamento permanente. Em regiões áridas, a ETPpot e a ETPreal podem apresentar
valores bastante distintos; a diferença entre a precipitação e a evapotranspiração potencial
representa um valor proporcional ao volume de água a ser suprido por irrigação. Em
regiões úmidas, com precipitação uniformemente distribuída ao longo do ano, a ETPpot e a
ETPreal podem apresentar valores próximos.
Quando o deplecionamento da retenção capilar pode ocorrer livremente, a
evapotranspiração real depende principalmente da umidade disponível e das propriedades
do solo, tais como composição mineralógica, textura e granulometria. Se a camada
superficial do solo está úmida, o tipo, a coloração, a densidade e o período de crescimento
de uma planta afetam a exposição, a distribuição e a reflexão da radiação solar pela
folhagem, assim como a turbulência do ar. Inversamente, a radiação solar e a turbulência
do ar afetam a abertura dos estômatos dos diversos tipos de plantas, alterando desse forma
a transmissão da água de seus sistemas radiculares até as folhas. Essa dependência mútua e
a prevalência dos fatores meteorológicos conduzem à generalização da idéia de que, sob
condições potenciais, a evapotranspiração é regida principalmente pelas condições
atmosféricas.Por isso, alguns autores sugerem que os mesmos métodos de cálculo usados
para a evaporação de superfícies líquidas sejam também utilizados para o cálculo da
evapotranspiração potencial, sem ou, às vezes com, correção devida aos fatores
vegetativos.
a) Fórmula de Penman
A fórmula de Penman (Eq. 5.7) foi originalmente concebida para expressar a evaporação
de superfícies líquidas. Alguns estudos experimentais, realizados no hemisfério norte,
sugerem um fator de correção entre 0,6 e 0,8 para obtenção da evapotranspiração potencial
a partir da equação 5.7. Outros estudos sugerem que a evapotranspiração potencial é
equivalente à evaporação de superfícies líquidas. Nesse caso, os dados obtidos pela
equação 5.7 podem ser usados para expressar as intensidades da ETPpot. Segundo Ponce
(1989), a sólida fundamentação física e a flexibilidade da fórmula de Penman permitem a
sua utilização tanto para o cálculo da evaporação de superfícies líquidas quanto da
evapotranspiração potencial, sem nenhum fator de correção.
5.18
b) Medição por Tanques Evaporimétricos
Os tanques evaporimétricos, descritos no item 5.4, medem os efeitos da radiação solar,
vento, temperatura e umidade sobre a evaporação de superfícies líquidas. A vegetação está
sujeita a essas mesmas condições meteorológicas, mas podem responder diferentemente a
elas, no que se refere à evapotranspiração. A despeito dessas diferenças, os dados de
tanques evaporimétricos tem sido utilizados para se estimar as intensidades de
evapotranspiração potencial. Nesse caso, utiliza-se a seguinte fórmula :
ETPpot K Etanque (5.11)
Medição da Evapotranspiração
A evapotranspiração potencial pode ser medida através de aparelhos denominados
evapotranspirômetros, cujo princípio de funcionamento encontra-se esquematizado na
Figura 5.9. Com relação a essa figura, se P representa a precipitação (ou o volume de
irrigação expresso em altura equivalente) tal que o teor de umidade do solo seja mantido à
capacidade de campo, então é válida a expressão
ETPpot P S (5.12)
onde S representa o volume medido de água drenada por gravidade. Sem a aplicação de
chuva artificial, isto é se o teor de umidade do solo puder se deplecionar livremente até
mesmo abaixo do ponto de murchamento permanente, o evapotranspirômetro torna-se o
lisímetro, aparelho destinado a medir a evapotranspiração real ou efetiva.
5.19
P
Capacidade
de Campo
Exercícios
1) Com relação à fórmula de Horton, mostre que F, o volume total de infiltração acima da
f0 fc
linha fp = fc , é dado por F .
k
2) Estime os parâmetros da fórmula de Horton para as seguintes medições infiltrométricas
5.20
Tempo (h) fp (mm/h)
2 1,7
4 1,5
7) Durante o mês de Julho de 1981, a afluência média ao reservatório de Três Marias foi
de 430 m3 /s. No mesmo período, a CEMIG operou o reservatório liberando para
jusante uma vazão de 250 m3 /s para atendimento à navegação, sendo que a geração de
energia elétrica consumiu uma vazão adicional de 500 m3 /s. A precipitação mensal na
região foi de apenas 5 mm. O NA do reservatório era de 567 m no início do mês e
deplecionou para 565,80 m no final do mês. Dada a relação cota-área-volume do
reservatório e sabendo-se que a evaporação mensal medida em tanque classe A foi de
146 mm, calcule o coeficiente de tanque, ou seja o fator de transformação
{evaporação de reservatório/evaporação de tanque classe A}, válido para o local.
Despreze as perdas por infiltração e calcule a precipitação efetiva (precipitação-
evaporação) sobre o lago com base no NA médio mensal. Fazer interpolação linear na
relação cota-área-volume.
5.21
Reservatório de Três Marias - Relação Cota-Área-Volume
5.22