Jorginho Pucrs

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HOSPITAL SÃO LUCAS – PUCRS

SERVIÇO DE NEONATOLOGIA

GUIA DE ABORDAGEM INICIAL


PARA PROBLEMAS NEONATAIS

Renato Machado Fiori


Chefe do Serviço de Neonatologia

Jorge Hecker Luz


Manoel Antonio da Silva Ribeiro
Editores

Serviço de Neonatologia do Hospital São Lucas da PUCRS


2016
Corpo Clínico da UTI Neonatal

 Alexandre Holmer Fiori


 Humberto Holmer Fiori
 Jorge Hecker Luz
 Manoel Antonio da Silva Ribeiro
 Manuel Antônio Ruttkay Pereira
 Renato Machado Fiori

Plantonistas da UTI Neonatal

 Ana Beatriz Wasciniewski


 Adriana Stein Cardoso
 Camila Guasseli
 Carla Ribeiro Leonardt
 Carolina Menna Barreto Silveira
 Cristine Feliciati Hoffmann
 Gabriela Verdum
 Larissa Martins
 Lívia Lopes Moreira
 Marôla Flores da Cunha Scheren
 Rosa Lúcia Franzen Moll

Corpo Clínico do Alojamento Conjunto

 Alexander Sapiro
 Eleonor Gastal Lago
 Manoel Antonio da Silva Ribeiro
 Marjorie Garlow Hebmuller

1
Residentes de neonatologia

2014-2015
 Ana Paula Vaz de Souza
 Júlia Damiani Victora
 Roberta Amaral Bertão
 Vanessa Dornelles Theobald

2015-2016
 Guilherme Wolquind
 Mariana Miranda Endres
 Natalia Correa de Correa
 Tanise Librelatto Ferraz

2
Índice
Conteúdo
I. Introdução ..................................................................... 5
II. Rotina de Internação.................................................... 5
III. Medidas Gerais Iniciais.............................................. 7
IV. Testes de Rotina ....................................................... 11
V. Procedimentos Básicos ............................................. 12
VI. Hidratação, Eletrólitos e Insuficiência Renal .......... 29
VII. Distúrbios da Glicose ............................................. 40
VIII. Nutrição do RN Prematuro ................................. 48
IX. Sistema Gastrointestinal .......................................... 56
X. Sistema Respiratório ................................................. 59
XI. Sistema Cardiovascular ......................................... 83
XII. Sistema Nervoso Central ....................................... 87
XIII. Hematologia .......................................................... 93
XlV. Hiperbilirrubinemias ............................................. 96
XV. Infecções Bacterianas ........................................... 102
XVI. Infecções congênitas crônicas e HIV .................. 106

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XVII. Apêndice ............................................................ 118
1. Drogas de uso frequente................................... 119
2. Drogas e Amamentação ................................... 132
3. Avaliação da Idade Gestacional (New Ballard) 133
4.CRIB (Índice de Risco Clínico Neonatal) ........ 137
5. SNAPPE-II...................................................... 138
6. Leucograma...................................................... 140
7. Hemograma e Plaquetas ................................... 140
8. Líquido Cefalorraquidiano (LCR) ................... 141
9. Bioquímica ....................................................... 141
10. Composição dos Fluidos Corpóreos (mEq/l) . 142
12. Tabela de Pressão Arterial ............................. 143
13. Curvas de Crescimento Intra-Útero ............... 144
14. Curvas de Crescimento Pós-Natal ................. 145
15. Gráficos para Colocação do Cateter Arterial . 146
16. Indicações de UTI / UCI / UC Canguru ......... 147
17. Atendimento Sala de Parto – Recém-Nascido
Termo Normal ...................................................... 149
18. Atendimento Sala de Parto - RN com Depressão
Neonatal ............................................................... 150

4
I. Introdução

Este guia de Neonatologia foi organizado com o


intuito de auxiliar os novos residentes do nosso serviço.
São as rotinas iniciais para os problemas mais frequentes
encontrados dentro de nossa unidade.

II. Rotina de Internação

1. Pacientes oriundos do nosso Centro Obstétrico


Completar a “Ficha Perinatal”. Descrever a
história obstétrica e familiar completa da paciente.
Descrever em detalhes as medidas de reanimação.
Descrever exame físico completo, avaliar a idade
gestacional pelo método de New Ballard, calcular
SNAPPE II. Apresentar hipótese(s) diagnóstica(s), plano
de investigação e tratamento. Após estabilização do
paciente, é fundamental informar a mãe (ou familiares)
das condições de sua (seu) filha (o).

2. Pacientes transferidos de outros hospitais


A autorização de vagas para pacientes externos é
responsabilidade do supervisor médico ou do plantonista.
As vagas para internação SUS são administradas pela
Central de Leitos.

5
Após a liberação da vaga, obtenha história clínica
completa e dados laboratoriais pertinentes (lembrar que
muitas vezes o paciente não vem acompanhado de
familiares). De preferência entrar em contato direto com
o médico responsável pelo caso. Sempre completar a
“Ficha Perinatal”.

3. Rotina de Atendimento
Todo o paciente deve ter uma evolução clínica
diária escrita no prontuário, onde constem detalhes
significativos do exame físico, evolução por sistemas ou
problemas com sua respectiva avaliação e plano. Toda
alteração, intercorrência ou procedimento deve constar no
prontuário. Os resultados de exames laboratoriais devem
ser interpretados e o plano terapêutico apresentado. O ato
médico só está completo após a evolução médica estar
transcrita no prontuário e devidamente assinada.

As fichas das listas de problemas e das folhas de


diagnósticos/procedimentos/medicações devem ser
atualizadas diariamente, e a curva de crescimento deve
ser atualizada a cada semana.

6
4. Alta do Paciente

É essencial a qualidade dos registros em nossos


prontuários para manter o nosso bom nível técnico de
atendimento e possibilitar o levantamento de dados para
pesquisas.
As fichas da UTI Neonatal PUCRS, da Rede
Gaúcha de Neonatologia (RGN) e da Rede Brasileira de
Pesquisas Neonatais (RBPN) fazem parte do
prontuário e devem ser atualizadas semanalmente e
completas na alta dos pacientes.
Nos casos de óbitos neonatais, deverá ser
preenchida a ficha de investigação de óbito do Ministério
da Saúde.
Nos casos de Sífilis congênita deverão que ser
preenchidas as fichas de notificação.

III. Medidas Gerais Iniciais

LAVAR AS MÃOS SEMPRE


A lavagem adequada das mãos e antebraços deve
ser realizada antes de entrar na UTI Neonatal.
A higienização das mãos com álcool gel tem que
ser realizada antes e após o contato com todos os RN.

7
É obrigatório calçar as luvas de procedimento
sempre que for examinar o paciente.

1. Exame físico inicial completo


Inspeção frequente é a maneira mais adequada de
observar a evolução clínica dos recém-nascidos doentes.

2. Ambiente Térmico Neutro


Todo o RN deve ser colocado em um ambiente
térmico neutro para minimizar perdas de calor e 
consumo de O2. Berço de reanimação com calor radiante
é excelente para estabilização inicial e para
procedimentos no RN, mas o calor radiante  as perdas
insensíveis de H2O. Assim que o paciente estabilizar
colocá-lo em uma incubadora de parede dupla. Não abrir
a incubadora desnecessariamente  stress térmico.

Zona Térmica Neutra (°C)


idade <1200g 1201-1500 1501-2500 >2500

0 - 24 h 34 - 35,4 (ou +) 33.9 - 34,4 32,8 - 33,8 32 - 33,8

24 - 96 h 34 - 35(ou +) 33 - 34,2 31,1 - 33,2 29,8 - 32,8

4 - 14 dias 34 - 35(ou +) 32,6 - 34 31 - 33,2 29 - 32,6

3. Monitorização cardiopulmonar: através do


saturômetro de pulso (SapO2).
8
4. Controle de diurese

5. Controle de glicemia: na internação em todos os


pacientes e controles seriados em todo RN prematuro de
muito baixo peso, em NPT, desnutrido fetal, filho de
diabética. Os controles são feitos através de fita reagente
ou glicemia capilar por microtécnica.

6. Sinais vitais de rotina: a cada 1-3 h, conforme


gravidade do paciente. Podem ser observados através dos
monitores. Aproveitando, se possível, momentos de
despertar do recém-nascido.

7. Pressão arterial: na admissão e a cada 6 horas na fase


aguda da doença.

8. Manuseio mínimo: a simples abertura da incubadora


pode causar alterações fisiológicas significativas e
duradouras nos pacientes. Dentro do possível, agrupar os
procedimentos necessários. Respeitar o ritmo de sono do
paciente. Assegurar o posicionamento do RN, com o
aconchego no ninho, o uso de rolinhos e de contenção
delicada.

9. Dor: todo RN é capaz de sentir e responder a estímulos


dolorosos, inclusive os mais prematuros. Evitar
procedimentos dolorosos desnecessários. Medidas
farmacológicas ou comportamentais para aliviar ou
9
atenuar a dor de nossos pacientes são partes integrais das
boas práticas médicas.

10. Acesso vascular: assegurar em todo RN doente ou


instável e nos com peso de nascimento < 1750g. Nos
prematuros < 1500g e nos pacientes cirúrgicos com
expectativa de NPO prolongado recomenda-se a
colocação de cateter central com inserção periférica
(PICC) na admissão.

11. Raio-X de tórax: em todos os casos de dificuldade


respiratória.

12. Avaliação da idade gestacional: ecografia obstétrica


se realizada antes de 20ª semana de gestação e avaliação
neonatal pelo método do New Ballard na admissão
(apêndice 3).

13. Escore de Risco: calcular SNAPPE II ou CRIB


(Apêndices 4 e 5).

14. Prescrição Inicial: Há prescrições padronizadas para


as principais patologias neonatais. Incluir os critérios da
RDC 930/MS para justificar como leito de UTI ou UCI
ou Canguru (Apêndice16).

10
IV. Testes de Rotina

 Triagem Metabólica Neonatal


Em todo o RN internado entre o 3º e o 5º dia de vida.

 Ecografia cerebral
Em todo o prematuro < 1500g, entre a 2ª e a 3ª semana de
vida, ou antes, se indicado.

 Triagem da Retinopatia da Prematuridade


Entre a 4ª e 6ª semana de vida em todo o prematuro <
1500g e nos RN entre 32 e 34 semanas IG que foram
ventilados ou receberam oxigênio suplementar.

Usar a Solução para dilatação pupilar


Ciclopégico – 0,62 ml
Fenilefrina 10% - 0,62 ml
Lácrima Plus– 1,25 ml
Aplicar 1gt/olho – a cada 5 minutos - 3 vezes. Iniciar 1 h
antes do procedimento.

Triagem Auditiva
Teste de emissões otoacústicas em todos os RN na alta ou
no ambulatório de seguimento neonatal.

11
 Triagem de Cardiopatia Congênita Crítica:
Teste da Oximetria de Pulso nos RN >34 semanas,
estáveis, entre 24 e 48h de vida. (ver página 83).

V. Procedimentos Básicos

Todo o residente ao terminar o estágio deve


dominar com proficiência estes procedimentos básicos
essenciais.

1. Dor
Medidas para aliviar e modificar a resposta à dor
devem ser sempre utilizadas nos procedimentos a serem
executados. Todo o procedimento e coleta de exames
nosRN deve ter uma indicação precisa. Se possível
agrupá-los para minimizar a dor e o desconforto.

 Medidas para alívio da dor


Aconchego (colo dos pais)
Cueiro (posicionamento e contenção)
Sucção não-nutritiva (chupeta)
Sacarose 20%- 2 ml- 2 minutos antes do
procedimento. Não substituir por diluições de SG50%.
Analgesia tópica (EMLA: 30-60min antes do
procedimento)
Analgesia sistêmica (Opióides).
12
2. Coleta de sangue capilar

 Indicações: controle de glicemia, testes laboratoriais


por microcoleta (microtécnica).

Técnica:

Alívio da dor: sucção não-nutritiva, sacarose 20%;


aconchego e imobilização com cueiro.

Assepsia local adequada

Aquecer o pé com compressas mornas por 2-5 min.


(cuidar queimaduras)
Com a lanceta automática, puncionar
perpendicularmente uma das áreas laterais do calcanhar.

Aplicar uma pressão constante. Limpar 1ª gota e


coletar (na microtécnica o tubo capilar especial suga o
sangue para dentro do tubo). Não “espremer” o pé para
obter um fluxo maior de sangue, pois esta é a parte mais
desconfortável para o RN, além de alterar o resultado dos
exames. Aplicar pressão contínua com algodão seco no
local após a punção para certificar-se de que não há perda
desnecessária de sangue  muito importante nos
prematuros pequenos.
13
3. Punção de veia periférica

Indicações: infusão de líquidos, coleta de exames.

 Técnica:

sacarose a 20%; aconchego e cueiro. Nos casos não


urgentes: aplicar EMLA.

Assepsia local adequada

Cateter intravascular #23 e #25.

Utilizar veias do escalpo e dorso da mão e do pé.


Reservaras veias braquiais e cefálicas para a colocação
de PICC.

4. Punção arterial

 Indicação: gasometria arterial

 Contraindicações: defeitos de coagulação, circulação


alterada na extremidade.

14
 Técnica

Alívio da dor: igual à da punção venosa(item 3).

Assepsia local adequada

 Locais de punção: dorsalis pedis, tibial posterior e


radial. A artéria radial só deve ser puncionada após teste
de Allen: comprima simultaneamente as artérias ulnar e
radial até o empalidecimento da mão; alivie a pressão da
artéria ulnar e em 10” a mão deve retornar a cor normal.

Primeiramente, penetre a pele (45°) e após a artéria. A


punção inicial geralmente transfixa a artéria  puxe
lentamente a agulha até que o sangue flua
espontaneamente.

5. Cateter arterial periférico

 Indicações: PA invasiva, gasometria arterial


(raramente empregado).
Não é para infusão de drogas.

 Técnica: semelhante à da punção arterial com cateter


intravascular  uso de transiluminador ajuda.

15
Alívio da dor: igual à da punção venosa. Se paciente
estiver em ventilação mecânica, pode-se usar opióides;

Assepsia local adequada

6. Cateter central de inserção periférica (PICC)

 Indicação: prematuros <1500g, pacientes graves ou


cirúrgicos com expectativa de NPO prolongado.

 colocar PICC no período mais breve possível após a


admissão (6-12h), após estabilização térmica do RN

 Técnica:

Alívio da dor: igual à da punção venosa (item 3),


EMLA. Paciente em ventilação mecânica pode-se usar
opióides.

Assepsia local adequada.

Material: Cateter percutâneo comercial.

Raios-X para localização do PICC. Para cateteres de 1


french, injetar 0,3 ml de contraste.

16
 Ponta do cateter na veia cava superior a 1 cm do átrio
D.

 Evitar coleta de sangue pelo PICC.

7. Cateterismo de vasos umbilicais

 Alívio da dor: sucção não-nutritiva, sacarose 20%; Se


paciente estiver em VM, pode-se usar opióides;
Evite colocar pinças hemostáticas e suturas na pele em
torno do coto umbilical.

7.a – Cateterismo de artéria umbilical

 Indicações:

 Todos os pacientes que necessitam controles


gasométricos frequentes: pacientes em ventilação
mecânica por doença aguda (DMH, HPP, SAM) e
pacientes instáveis com FiO2  0,6 ou com necessidades
crescentes de O2.

 Monitorização invasiva da pressão arterial.

Infusãode soluções parenterais.

17
 Complicações:

Vasoespasmo: cianose / palidez do pé ou perna 


aqueça perna contralateral (observar sinais de isquemia
em região glútea): se não resolver em ± 30min, retire o
cateter.

Trombose, embolismo, enterocolite necrosante (ECN).

 Técnica:

Assepsia local adequada

 Cateter de polivinil, radiopaco (Argyle):


RN <1500 g#3,5 Fr
RN >1500g#5 Fr
 Determine o comprimento a ser introduzido (apêndice
15). Colocar a ponta do cateter entre T8 - T10 ou entre L3
- L5.

 Prepare o cateter com dânula de 3 vias, irrigue SF ou


SG5% através do sistema. Tenha a solução a ser
infundida pronta em bomba de infusão.

 Paciente em posição supina; imobilize as pernas com


fraldas presas ao colchão do berço com fitas adesivas.
Proceda a assepsia cirúrgica.
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 Coloque uma fita umbilical na base do coto (não na
parte cutânea do coto) com um nó simples sem apertar
(apertar o nó se ocorrer sangramento durante o
procedimento).

Corte o coto 1,0 - 1,5 cm acima da base. Coloque duas


pinças hemostáticas (“mosquito”) em lados opostos do
coto. Identifique as duas artérias (paredes espessas com
lúmen fechado) e a veia.

 Use pinça de íris para dilatar artéria. Dilate


gentilmente a artéria. Avance o cateter na distância pré-
determinada (na prática introduza 0,5-1 cm a mais).
Certifique-se de fluxo adequado de sangue (deve refluir
para o cateter). Suture a base do coto e o cateter com fio
seda 000. Complete a fixação tipo “ponte” com
micropore.

 Na dúvida se cateter é arterial ou venoso: levante o


cateter e desconecte do sistema. Arterial: o sangue subirá
rapidamente. Venoso: o sangue flui lentamente
(CUIDADO: se o cateter estiver acima do diafragma, a
pressão negativa gerada na inspiração pode causar
embolismo gasoso).

Raios-X: AP para confirmar posição da ponta do


cateter. Na dúvida da inserção, fazer incidência lateral.
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Artéria: o cateter ao entrar na cavidade abdominal
desce (artéria umbilical vesical superior sobe
posteriormente ilíaca interna  ilíaca comum 
aorta).

Veia: o cateter sobe diretamente (veia umbilical


ducto venoso veia cava inferior).
Não usar heparina.

 Não tente as duas artérias: a segunda artéria é sempre


do R3-R4.

7.b - Cateterismo de veia umbilical

 Indicações: exsanguíneo-transfusão (ver


hiperbilirrubinemias), acesso vascular de urgência,
monitorização da PVC.

 Técnica: semelhante à do cateterismo arterial; usar


Argyle #5.

 Na urgência: inserir cateter (não usar sondas) até que o


sangue flua livremente.

Raios-X: nos casos em que o cateter for de demora,


assegurar-se de que a sua ponta fique acima do diafragma
20
(PVC) ou abaixo da sombra hepática (exsanguíneo-
transfusão).

8. Punção suprapúbica (PSP)

 Indicação: para diagnóstico de infecção urinária

 Técnica:

Alívio da dor: sucção não-nutritiva, sacarose 20%,


aconchego.

 Certificar-se de que RN não urina há 30 minutos.

 Posição supina: imobilizar membros inferiores em


posição de rã.

 Puncionar 0,5 - 1 cm acima da sínfise púbica, na linha


média.

 Introduzir a agulha perpendicular ao abdome; avançar


por 2 cm, aspirando gentilmente a seringa.

Contraindicações: distensão abdominal, peritonite.

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9. Punção lombar

 Indicações: diagnóstico de meningite, crises


convulsivas; tratamento de hidrocefalia progressiva pós-
hemorrágica.

 Técnica

Alívio da dor: aplicar EMLA, sucção não-nutritiva,


sacarose 20%, aconchego.

Assepsia local adequada

 Posicionar o paciente em decúbito lateral ou sentado,


sem fletir em excesso o pescoço.

Monitorizar respiração, FC e saturação transcutânea de


O2.

 Puncionar na linha média entre L4 - L5: palpar crista


ilíaca  nível de L4

 De preferência, usar agulha de PL #24 ou Butterfly


#23, direcionado-apara o umbigo.

22
10. Paracentese abdominal

 Indicações: diagnóstica ou alívio de ascite


(comprometimento respiratório)

 Técnica

Alívio da dor: posicionar e manipular o paciente


gentilmente. Sucção não-nutritiva, sacarose 20% ou
opióide IV.

Assepsia local adequada

 Posição supina

 Puncione os flancos com cateter intravascular # 22.


Penetre inicialmente só o subcutâneo, tracione a pele para
que a penetração na cavidade peritoneal não coincida
com a do subcutâneo ( do porejamento pós-punção).

 Aspirar apenas quantidade suficiente para os exames


ou alívio da compressão diafragmática (remoção
excessiva ou rápida  hipotensão).

11. Intubação endotraqueal

23
 Material: fonte de aspiração a vácuo e de O2, máscara
e bolsa de reanimação, laringoscópio com pilhas novas,
lâminas retas (no 00, 0, 1 e 2), tubos endotraqueais (TET),
fitas para fixação (Tensoplast®) pré-cortadas.

 Técnica

Alívio da dor: posicionar e manipular o paciente


gentilmente. Oferecer O2 durante o procedimento se
necessário.

Tamanho dos tubos ET:


<1000 g - < 28 sem: 2,5
>1000g - 28-34 sem: 3,0
>2000g - > 34 sem: 3,5

TET 2,5:  resistência ao fluxo de ar.

Posição TET (nível do lábio): peso (kg) + 6 cm

 Intubação orotraqueal

 RN supino, pescoço estendido (posição de espirro).

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 Segurar o cabo do laringoscópio no terço inferior com
o polegar e o 4º dedo; os outros três seguram o queixo
mantendo a boca aberta e estável.

 Introduzir lâmina no lado D da boca, deslocando-a


para linha média, empurrando a língua para esquerda. Ao
levantar o cabo,a epiglote eleva-se e as cordas vocais são
visualizadas.

Passar o TET pelo lado D da lâmina e com as cordas


vocais abduzidas, introduzir 2 cm (marca preta no ET).

 Intubação nasotraqueal

Introduzir cânula na narina e, ao visualizá-la na


hipofaringe, flexione o pescoço e gire a cânula até o bisel
ficar ao nível das cordas vocais. Introduza 2 cm
suavemente.

 Fixar adequadamente. Auscultar as regiões axilares


para afastar intubação seletiva.

Raios-X: AP para confirmar a posição do TET: a ponta


do TET deve ficar entre a clavícula e a carina.
<1000 g: 1 cm acima da carina.
>1000 g: 2 cm acima da carina.

25
Intubação eletiva nasotraqueal: é uma opção em
pacientes com extubações frequentes.

Não há pressa na intubação! Se dificuldade, ventilar o


RN com máscara e bolsa e repetir o procedimento. Se
possível assegurar analgesia e sedação antes do iniciar o
procedimento.

12. Punção torácica de urgência

 Indicação: Pneumotórax hipertensivo

 Técnica

Assepsia local adequada, a não ser que haja iminência


de morte (bradicardia).
Introduzir cateter intravascular #20 na margem
superior do 4º EIC na linha axilar anterior ou 2º EIC na
linha hemiclavicular e aspirar continuamente com seringa
20-50 cc.

13. Inserção de dreno torácico

 Indicações: pneumotórax e derrame pleural.

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Técnica

Alívio da dor: sucção não-nutritiva, sacarose 20%


antes da inserção do dreno; aconchego; infiltração
subcutânea com lidocaína; opióides se paciente em
ventilação mecânica.

Assepsia local adequada

 Sistema de drenagem pronto (Pleurovac ou sistema


adaptado com 2 frascos: 1º para selo d’água e 2º para a
aspiraçãode parede)

 Pressão de aspiração: -10 a -15 cm H2O (comprimento


submerso da haste no 2º frasco)

 Pneumotórax: 4º EIC na linha axilar anterior,


direcionado o dreno para cima e para frente  dreno
anterior.

 Derrame pleural: 4º EIC na linha axilar média,


direcionado o dreno para baixo e para trás  dreno
posterior.

 Incisão de 1,5 cm sobre a 5ª costela (nervos e vasos 


margem inferior das costelas); separe os tecidos com
pinça hemostática com a ponta para cima. Rompa a
27
pleura com pinça hemostática fechada na margem
superior da costela. Com a pinça aberta coloque o dreno.
Certifique-se de que os furos laterais estão no espaço
pleural.

Inserir: prematuros: 2 - 3 cm
termo: 3 - 4 cm

Suturar firmemente a pele, envolvendo o dreno.

Sistema de drenagem de tórax em aspiração contínua

28
VI. Hidratação, Eletrólitos e Insuficiência Renal

1. Manutenção hídrica (EV)

 RN <1750 g/ ≤ 34 semanas.

 RN doente (sepse, dificuldade respiratória).

 Sempre individualizar as necessidades hídricas.

Prematuros ≤ 1000g têm  necessidades hídricas, mas


são mais suscetíveis às pequenas variações de volume.
As consequências graves do excesso e da falta de volume
incluem: desidratação, ECN, HPIV e insuficiência
cardíaca.

 Calcular em separado as necessidades hídricas e as


taxas de infusão de glicose.

 Prematuros < 1000g tem necessidades  de líquidos


e uma intolerância às taxas usuais de infusão de glicose.
Apresentam risco de hiper/hipoglicemia nos 1os dias de
vida.

 Eletrólitos séricos nas 1as 24 horas de vida: refletem os


valores maternos

29
Pesar diariamente o RN

Utilizar dosagem de Na+ sérico ±8/8h como parâmetro


de hidratação nos prematuros <1000g. Manter Na+ < 150
mEq/l.

 Glicemias (através microcoleta ou HGT) frequentes


até estabilização. Evitar testes desnecessários.

Microtécnica/microcoleta capilar mede Na+, K+, Cai++,


Hgb, Glicose, BT, Gasometria, Lactato e ânion gap.

 Controle de diurese acurado (saco coletor, pesagem


diferencial de fraldas). Nos prematuros < 30 semanas a
diurese nos 1osdias de vida independe do volume
oferecido ou do estado de hidratação.
 Reavaliar hidratação pelo menos a cada 12 horas.
Utilizar o peso de nascimento para os cálculos de
volume até recuperação do PN.
Ajuste do volume hídrico oferecido
Restringir Aumentar
débito urinário > 4 ml/kg/hora débito urinário < 0,5 ml/kg/hora
ganho de peso nos primeiros 3 perda de peso  15% do peso de
dias de vida nascimento
Na+ sérico  150 mEq/l
+
Na sérico< 130 mEq/l

30
Volume hídrico inicial (em ml/kg/dia)
Peso (g) Glic (%) 0-24h 24-48h 48-72h
>1000 5-10+ 80-120 100-120 100-150
AA
1000-1500 5-10 80-100 100-120 100-140
>1500 10 60-80 80-100 100-120
Solução - SG NPT NPT
Glu.Ca10% - 0 1-2 1-2
(ml/kg/dia)
K+ - - - 2-3
(mEq/Kg/dia)
Na+ - - - 3-4*
(mEq/Kg/dia)
AA= Aminoácidos. *Na+: <1000g: 5-8 mEq/kg/dia

 Soluções de eletrólitos para cálculo das infusões


parenterais (mEq/ml ou mg/ml)

NaCl 10%  1,7 mEq/ml de Na+

NaCl 20%  3,4 mEq/ml de Na+

NaCl 30%  5,1 mEq/ml de Na+

SF 0.9%0,155 mEq/ml de Na+

31
KCl 10%  1,3 mEq/ml de K+

Gluconato de Ca 10% 9,3 mg/ml de Ca++

Bicarbonato de Na 8,4% 1 mEq/ml de Na+


(osmolaridade = 2000 osm/l)

2. Hiponatremia (<130 mEq/L)

 Etiologia: perdas renais (em prematuros de muito


baixo peso após a primeira semana de vida), secreção
inapropriada de hormônio antidiurético, insuficiência
renal, drogas (diuréticos, indometacina), por erro
laboratorial (na hemólise da amostra:  Na+ e  K+) ou
espúria (plasma quiloso).

 Tratamento:

Hiponatremia dilucional (ex: SIADH): restrição hídrica

Na+ sérico: 125 - 130 mEq/l: infusão de Na+ nas 24hs

Na+sérico:  125 mEq/l ou sintomas: correção rápida


(4 - 12 h)

32
Correção

130 mEq/l - Na+ (sérico) x 0,6 x peso = Na+mEq/l

Infundir como NaCl 3%: 1,5 ml NaCl 20% + 8,5 ml H20

1 ml = 0,5 mEq/l (osmolaridade = 1000 mOsm/l)

3. Hipocalemia (<3,5 mEq/L)

 Etiologia: oferta inadequada de K+ pela NPT,


estenose hipertrófica de piloro, perdas por ileostomia, uso
crônico de diuréticos, tratamento com Anfotericina B,
acidoses tubulares renais.

 Sintomas: normalmente <2 mEq/L – hipotonia,


falência respiratória, íleo adinâmico.

ECG: depressão segmento ST, ↑ amplitude onda U, ↓


amplitude onda T. Formas graves: alargamento QRS,
prolongamento PR.

 Tratamento:

KCl: 5 mEq/kg/dia – VO em RN estáveis

33
Sintomas graves: 0,25 – 1,0 mEq/kg/h- IV – por 8h (máx.
40 mEq/h)
Diluir em SF ou AD (evitar SG porque pode induzir
secreção de Insulina, a qual desloca o K+ para o
intracelular

4. Hipercalemia: (6,0 mEq/L)

 Etiologia: Insuficiência renal, hemólise maciça,


hemorragias digestiva e do SNC, exsanguineo-transfusão.

 Tratamento: (modificado pelo Cloherty)

 K+ > 6 mEq/l: fazer ECG.

 K+ >7 mEq/l: intervalo P-R prolongado, onda T


pontiaguda.
 K+ >8 mEq/l: onda P desaparece, depressão do
segmento S-T, onda T pontiaguda, alargamento do
QRS.
 K+ >9 mEq/l: QRS mais alargado, fibrilação
ventricular.

34
Cálcio - estabiliza a condução: 1 -2 ml/kg de gluconato
de Ca 10%. Infundir em 2 - 4 min  monitorizar com
ECG.

Bicarbonato de Na+- desloca o K+ para o intracelular:


1-2 mEq/kg/h - 1 mEq/kg pode  1 mEq/l de K+.

 Glicose e insulina- desloca o K+ para o intracelular:


Ataque: SG10% 2 ml/kg + Insulina regular: 0,05 U/kg
Manutenção: SG 10% 2- 4 ml/kg/hora
Insulina regular – 10U / 100ml- 1 ml/kg/h

 Furosemida: 1 mg/kg para  perda de potássio pela


urina.

Enema com resina de troca: 1,0 -1,5 g/kg diluído com


SF (0,5g/ml). 1g de resina pode  1 mEq/l de K+.

4. Hipocalcemia

Prematuro <1500g: Ca++ iônico <4,0mg/dl (Ca total<


7mg/dl)
Termo: Ca++ iônico <4,5mg/dl (Ca total < 8 mg/dl)

 Tratamento: 10-20 mg/kg de cálcio (1-2 ml


gluconato de Ca 10% / kg). Mesmo nos pacientes
sintomáticos infundir lentamente (½ hora). Monitorar
35
frequência cardíaca durante a infusão. Cuidar
extravasamentos (necrose).

5. Hipomagnesiemia (<1,5mg/dL)

 Tratamento: Sulfato de Mg 50% (4 mEq/ml)- 0,1 -


0,2 ml

6. Insuficiência renal (IR)

 Causas de IR Aguda

Pré-renal
Hemorragia materna / asfixia /desidratação / perda
para o 3º espaço / choque séptico / insuficiência cardíaca

Renal
Asfixia / progressão da insuficiência pré-renal /
trombose arterial ou venosa / DMH /nefrotoxina

 Causas de IR Crônica:

Uropatias obstrutivas
Válvula de uretra posterior / obstrução vesico-
ureteral/ obstrução pélvico-ureteral / ureterocele

36
Bexiga neurogênica
Defeitos do tubo neural / asfixia

 Diagnóstico da IR Aguda

Oligúria: diurese < 0,5-1 ml/kg/h por > 6 - 12 horas.

Cateterismo vesical  considerar nos casos de suspeita


retenção urinária (globo vesical palpável) e para o
controle preciso da diurese.

Teste terapêutico: infusão rápida de 10 - 20 ml/kg de


SF em 1 hora (repetir se houver resposta parcial). Se não
apresentar diurese infundir 1 mg/kg de furosemida  se
diurese  insuficiência pré-renal.

Diagnóstico Diferencial da Insuficiência Pré-Renal e


Renal
Pré-Renal Renal
Na+urinário < 20 mEq/l > 40 mEq/l
Osmolaridade  () isostenúria
Relação Ucreat :Pcreat >30 <10
Relação Uuréia :Puréia > 10 <5
FENA= UNa x Pcreat X 100
UcreatPNa <1 >4
(aplicável para RN > 34 sem)
Índice de Insuf. Renal (RFI)
UNa x Pcreat <1 >6
Ucreat

37
 Tratamento da IRA Oligúrica
 Hidratação: reduzir infusão para perdas insensíveis
(400 ml/ m2, apêndice 11) mais débito urinário. Manter
taxa de infusão de glicose em 4-6 mg/kg/min.
 Sódio: restringir infusão para 0,3 mEq/ kg/dia

Hipercalemia: ver pág. 34

 Diálise: oligúria importante com  da uréia, acidose


metabólica significativa, hipercalemia incontrolável,
insuficiência renal com sobrecarga hídrica.

7. Acidose metabólica

 Anion gap = Na+ - (Cl + bicarbonato)


 Acidose metabólica com  ânion gap (>15 mEq/l):
erros inatos do metabolismo
acidose metabólica tardia
acidose láctica
toxinas ( benzil-álcool)
 IRA

 Acidose metabólica com ânion gap normal (<15


mEq/l):

38
perda renal de bicarbonato (acidose tubular,
acetazolamida)
perda gastrointestinal de bicarbonato (diarréia,
drenagem de intestino delgado)
acidose diluicional
acidose por NPT

 Correção da acidose (pH< 7,25)

Corrigir a causa da acidose, se possível. Nos pacientes


com doenças respiratórias agudas com retenção de CO2
evitar o uso de bicarbonato.

Considerar bicarbonato nos casos com pH <7,00 e


acidose metabólica com ânion gap normal (<15 mEq/l)
ou  do déficit de base e/ou com grave
comprometimento clínico-metabólico

 Cálculo para Correção


0,3 xPeso x (Bicarbonato desejado - encontrado)

Corrigir com solução de bicarbonato de Na+8,4% com


SG 5% em 4-6 horas.
diluição 1:1 (hipertônica)  vol. intravascular N ou 
diluição 1:4 (isotônica)  vol. intravascular 

39
VII. Distúrbios da Glicose

1. Hipoglicemia

- É uma emergência médica !

a. Hipoglicemia transitória

Situações de risco neonatal para hipoglicemia

 prematuros  filhos de diabéticas


 PIG  asfixiados
 GIG  NPO prolongado

Sintomas:

tremores finos / amplos irritabilidade


convulsão choro estridente/fraco
apneia sudorese
crise de cianose  letargia
flacidez

 Na prática: glicemia capilar (HGT) sempre que um


RN apresenta qualquer sintoma, mesmo em RN sem risco
aparente para hipoglicemia.

40
 Rastreamento

Controle com glicemia capilar nos filhos de diabética: ao


nascer, 1-2-3 horas de vida, após de 2/2 horas até
estabilização (6-8 horas).
 PIG: risco por 72 horas.
Nadir fisiológico da glicemia: entre 2 e 3 horas de
vida.
Glicemia nas 1as horas de vida independe da ingesta.

Tratamento (ver fluxograma página 42):

Bolus de glicose de 200 mg /kg IV = 2ml/kg de


SG10%, seguida imediatamente de infusão contínua de
glicose: 6 - 8 mg/kg/min (3,5 – 5 ml/kg/h SG10%).

Prematuro < 1500g: iniciar com glicose IV,


assegurando o controle de HGT até a estabilização da
glicemia.

 Controles com glicemia capilar: logo após o bolus


para assegurar uma glicemia normal no mais curto
período de tempo. Repetir o bolus se necessário.
Controles seriados de 15’ a 30’ até estabilização e ajuste
da infusão de glicose.

41
Fluxograma do diagnóstico e tratamento de
hipoglicemia <24h

RN sintomático RN de risco assintomático


ou glicemia <35mg/dL
glicemia
<35mg/dL

Repetir glicemia ≤15’

confimado glicemia
<35mg/dL 35-40mg/dL

Bolus SG10% - 2 ml/kg- IV


+
infusão contínua de SG10%:
6 - 8 mg/kg/min- IV

Manter rastreamento até


glicemia estabilizar
Checar glicemia a cada >40mg/dL
15’-30’ até estabilização 42
 Cálculo da Taxa de infusão de glicose (TIG):

TIG (mg/kg/min) = taxa de infusão (ml/h) x glicose (%) x 0,166


peso (kg)
Na prática:
Volume SG10% = ml/kg/dia TIG = mg/kg/min
60 4,2
80 5,5
100 6,9
120 8,3

Ajustar volume de infusão de acordo com as


necessidades hídricas e de glicose, ajustando a
concentração da glicose se necessário.

Em pacientes com hipoglicemia severa ou de difícil


controle, ter dois acessos venosos periféricos, para evitar
períodos de hipoglicemia causados pela interrupção da
infusão de glicose.

Após a estabilização da glicemia, iniciar alimentação


enteral progressiva com ajuste proporcional do volume
hídrico. Controlar a glicemia capilar conforme
diminuição da infusão endovenosa.

43
PIG e prematuros tardios têm riscos de hipoglicemia
tardia e, em muitos casos, pode ser necessário associar e
uma fórmula láctea até o estabelecimento da
amamentação efetiva. Isso porque o volume de colostro
nas primeiras 24 h é de 15 ml/dia (1-2 ml/mamada),
quantidade insuficiente para corrigir níveis baixos de
glicemia.

b. Hipoglicemia persistente

 Etiologia:
hiperinsulinismo
hipopituitarismo
doenças da gliconeogênese
doenças do armazenamento do glicogênio

 Hiperinsulinismo

Causa mais frequente de hipoglicemia grave e


persistente no período neonatal.
Suspeitar em RN macrossômicos que necessitem altas
taxas de infusão de glicose para manter uma glicemia
normal (ex: nesidioblastose, síndrome de Beckwith-
Wiedemann).

44
 Diagnóstico

Investigação laboratorial: coletar na vigência de


hipoglicemia
Hiperinsunilismo Normal
Glicose > 40 mg/dl < 40 mg/dl
Insulina < 13 U/ml >13 U/ml
Relação glic/insul 3:1
-hidroxibutirato > 2mmol/l < 2mmol/l
Ácidos graxos livres >1,5mmol/l < 1 mmol/l
Cortisol 5 –20 g/dl > 20 g/dl
Hormônio do > 7 –10 ng/ml
crescimento

 Tratamento

Assegurar sempre uma infusão adequada de glicose

Glucagon: 150 mcg/kg bolus IM ou IV. Indicado em


RN com boas reservas de glicogênio

Diazóxido: 5 mg/kg/dia, em 2 doses de 12/12h-VO


(ação notada em 5 dias). Indicado em hiperinsulinismo.

Octreotide: 5mcg/kg/dia, dividido em 3 doses- SC.


Indicado nos casos de hiperinsulinismo que falharam ao
tratamento com Diazóxido.

45
Hidrocortisona: 5mg/kg 12/12h-IV

Pancreatectomia parcial

2. Hiperglicemia

População de risco: prematuros <1250g


Intolerância a infusão de taxas adequadas de glicose é
variável e pode persistir por vários dias.
Causas: septicemia, hemorragia intraventricular,
cálculo inadequado da infusão de glicose.

Corrigir a hiperglicemia, mas manter um aporte


calórico (glicose) adequado.
Controles rigorosos da hipo / hiperglicemia
Complicações: coma hiperosmolar (alta mortalidade),
desidratação com “infusão adequada de volume hídrico”,
 risco de hemorragia intraventricular.

 Tratamento

Tolerar glicemias da até 220mg/dl se glicosúria


insignificante e sem diurese osmótica.

46
Infusão contínua de insulina: 2-4 u/kg/dia

Na prática: instalar duas soluções parenterais (ou NPT)


iguais com SG5-10% e eletrólitos para 24 horas e
adicionar 4u/kg de insulina a uma das soluções. Titular a
infusão das soluções para manter o volume e calorias
desejados com glicemia normal.

Antes de iniciar infusão de insulina, impregnar o


sistema infusor com a solução contendo insulina.

47
VIII. Nutrição do RN Prematuro

1. Necessidades básicas

Calorias:
Proteína 15%
Carboidratos 50%
Lipídios 35%.
Enteral: 100 kcal/kg/dia
Parenteral: 80 kcal/kg/dia

2. Necessidades para o crescimento


 Enteral:120 kcal/kg/dia
 Parenteral: 100 kcal/kg/dia

 Objetivo:
Recuperação do peso de nascimento <1500g: ±2 semanas
Ganho ponderal: 15-30g/dia (1,5 % do peso corporal/dia)
Comprimento: 1 cm/semana
Perímetro cefálico: 1 cm/semana

 Proteínas:
Enteral: 3,5 g/kg/dia
Parenteral: 3 g/kg/dia

48
 Lipídios
Enteral: 6 g/kg/dia
Parenteral: 3 g/kg/dia

 Carboidratos
Enteral: 14 g/kg/dia
Parenteral: 16 g/kg/dia

 Leite Materno e Fórmulas lácteas

LM LM + PRE NAN NAN PRO1


TIPO de LEITE (100 ml)* FM85 (100 ml) (100 ml)
(100 ml)*
ENERGIA (kcal) 67 85 80 67
PROTEINA(g) 1,2 2,0 2,3 1,2
CARBOHIDRATOS (g) 7,0 10,6 8,6 7,5
GORDURA (g) 3,8 3,8 4,2 3,6
SÓDIO (mEq) 0,7 1,7 1,9 0,7
POTÁSSIO (mEq) 1,3 1,6 2,7 1,8
CÁLCIO (mEq) 1,6 4,1 3,1 2,1
FERRO (mg) 0,06 1,4 1,7 1,0
OSMOLARIDADE 268 363 263 275
(mOsm/kg)

* Os constituintes do LM referem-se ao leite maduro, e os


constituintes do LM+FM85 referem-se ao leite pré-termo.

49
4. Nutrição Enteral

* ESTIMULAR O LEITE MATERNO SEMPRE!

 Leite Materno diminui a incidência de enterocolite


necrosante (5 a 10x) e de infecção hospitalar, além de
efeitos significativos a longo prazo ( mortalidade
infantil,  diarréia,  doenças atópicas e doença
cardiovascular, síndrome metabólica em adultos).

O Leite Materno favorece e estimula o vínculo mãe-


bebê essencial para a saúde do bebê.

NPO prolongado causa atrofia da mucosa intestinal,


atraso na maturação da motilidade intestinal, aumenta o
risco de translocação bacteriana.

Nutrição Trófica é nutrição enteral mínima com o


objetivo de melhorar a tolerância à progressão da dieta, a
motilidade intestinal e diminuir a sepse tardia e a icterícia
colestática associada à NPT. Não aumenta o risco de
enterocolite necrosante.

Incidência de intolerância inicial:


2% com LM
23% com fórmulas lácteas

50
4.a - Quando Iniciar Nutrição Enteral Mínima

Dentro das primeiras 24 - 48 horas de vida nos


pacientes estáveis hemodinamicamente, inclusive nos que
estão em ventilação mecânica ou CPAP.

4.b - Como iniciar

Iniciar sempre a dieta com Leite Materno (LM) ou do


Banco de Leite (LB) do HSL-PUCRS.

Gavagem de 2/2 h SOG.

Peso (g) Volume inicial Intervalo Aumentos


(ml)* (h) (ml/kg/dia)
<750 1 2/2 20
750-1000 2 2/2 30
1000-1500 5 2/2 30
1500-2000 10 3/3 a cada 3
mamadas
*dieta trófica inicialmente e progredir volume conforme
aceitação.
Nos casos de resíduo gástrico persistente ou de
dificuldade em progredir volume da dieta pode-se
infundir a dieta em 1h em bomba de infusão e,
ocasionalmente, em infusão contínua.
51
Para RN <1500g adicionar fortificante ao LM/LB
quando o volume da dieta enteral atingir 100 ml/kg.

4.c - Resíduo Gástrico

”IGNORAR” resíduo no início da alimentação,


independente do aspecto (inclusive os biliosos), pois é
indicativo de peristalse ineficaz. Devolver, pois é rico em
sais biliares, eletrólitos e enzimas.

Não é necessário medir o RG antes de cada mamada no


início da alimentação.

Não aumentar volume das mamadas se o resíduo


gástrico acumulado for > 30% nas 24 horas.

É imperativa a avaliação clínica repetida da aceitação


da dieta.

 Paciente em dieta plena e estável não necessita


averiguação de resíduo de rotina.

52
4.d Quando suspender a dieta enteral

Transitoriamente (6 a 12 h)

Mudança da característica do resíduo gástrico de


leitoso para bilioso ou aumento dovolume.

Resíduo gástrico na presença de distensão abdominal,


vômitos e piora clínica suspender alimentação e avaliar
para ECN.

“Definitivamente” (10 dias)

Quadro clínico suspeito ou confirmado de enterocolite


necrosante (classificação de Bell) (página 57)

 Ferro e Vitaminas.
Ferro: com 30 dias de vida: 4 mg/kg/dia.
Multivitaminas a partir da 2ª semana.

53
5. Nutrição Parenteral Total (NPT)

 Cálculo da oferta calórica

 Lipídios 20% = 10 kcal/g


Glicose = 3,4 kcal/g
Aminoácidos = 4 kcal/g

 Iniciar no 1º dia de vida nos prematuros <1250g ou


quando alimentação enteral for inadequada ou
impraticável por períodos prolongados (> 1 semana).

Proteína: infusão de 2 g de aminoácidos no 1º dia de


vida

 Iniciar infusão de lipídios com 1,0 g/kg/dia e  até 3


g/kg/dia

 Vitamina K: 1 mg IM a cada 7 dias. Pode ser


necessário se pacientes em antibioticoterapia prolongada.

 Manter triglicerídeos< 150 mg/dl.

 Se colestase (BD > 2 mg/dl), precaução com


oligoelementos: Mn e Cu eliminados pela bile.

Rotina para NPT:


54
55
IX. Sistema Gastrointestinal

1. Enterocolite Necrosante (ECN)

Distúrbio gastrointestinal mais grave e frequente do


período neonatal, por isso pensar sempre em qualquer RN
com sinais e sintomas GI.

Tratar casos suspeitos como ECN.

 Investigação e Manejo
 NPO
 SNG aberta
 Hidratação endovenosa
Raio-X: AP e decúbito lateral esquerdo com raios
horizontais
 Hemograma com plaquetas
 Hemocultura
 Investigação normal e desaparecimento dos sinais
clínicos: manter em NPO por 12-24h e reiniciar
alimentação enteral muito lentamente (risco de ECN
insidiosa e de quadro intestinal catastrófico).
 Investigação e/ou clínica suspeita = tratamento
56
 Repetir raios-X de abdômen (AP e perfil) a cada 6-8 h
até quadro estável

Classificação de Bell ampliada

Classificação Sinais Sinais intestinais Sinais radiológicos


sistêmicos
IA Suspeito Instabilidade resíduo gástrico, N ou discreta
térmica, leve distensão dilatação intestinal.
apneia, abdominal, vômitos
bradicardia,
letargia.
IB Suspeito Igual IA Sangue vivo nas igual IA
fezes
IIA ECN leve igual IA IA  ausência de Dilatação
ruídos hidroaéreos; intestinal;
+/- sensibilidade à pneumatose
palpação intestinal.
IIB ECN IA + acidose IIA  dor a IIA  ar no sistema
moderada metabólica palpação; +/ porta; +/ ascite
leve, celulite de parede ou
plaquetas. massa QID.
IIIA ECN IIB  IIB  peritonite, Igual IIB  ascite
avançada, hipotensão, distensão abdominal
grave, bradicardia, maciça.
intestino apneias
intacto intensas,
acidose
mista,
CIVD.
IIIB ECN igual IIIA igual IIIA Igual IIB 
avançada, pneumoperitônio
perfuração
intestinal.

57
 Tratamento
 NPO por 7-14 dias
 Antibióticos EV 7 -14 dias
 NPT
Indicação de cirurgia: pneumoperitônio, peritonite
grave e com piora clínica progressiva.

58
X. Sistema Respiratório

1. Apneia da Prematuridade

Definição: pausa respiratória > 20 seg. ou menos se


associada à bradicardia e/ou cianose (SapO2  85%).

 Incidência

Idade gestacional (semanas) Incidência de apneia (%)


26 - 29 75
30 - 31 54
32 - 33 14
34 - 35 7

 Tipos de Apneia

Central: imaturidade do tronco cerebral com  do


estímulo sustentado para respiração. Estímulo vagal como
alimentação por gavagem, aspiração da faringe pode
desencadear apneias centrais. Diferenciar de respiração
periódica que são pausas respiratórias curtas e rítmicas e
sem repercussão hemodinâmica.

Obstrutiva: fechamento da via aérea por relaxamento


dos músculos responsáveis pela permeabilidade da

59
hipofaringe. Há movimentos respiratórios sem fluxo de ar
na via aérea.

Mista: apresenta componentes obstrutivos e centrais. É a


mais frequente das apneias (>50%). As apneias obstrutivas
seguidas por componente central são associadas com
hipoxemias mais intensas e prolongadas.

Nos prematuros extremos, as apneias podem persistir até


42ª semana de idade combinada (gestacional + pós-natal).

 Apneia Secundária: acomete RN prematuros e a termo.


Causas: septicemia, neurológicas (HIV, meningite,
asfixia), distúrbios metabólicos (hipoglicemia, erros inatos
do metabolismo), distúrbios hidroeletrolíticos, respiratória
(atelectasia, secreções em vias aéreas), medicações
(prostaglandina, sedativo-analgésicos), etc.

 Monitoração: SapO2
Indicação: prematuros < 34 semanas ou peso nascimento
< 1750 g.

 Investigação: afastar causas de apneia secundária

60
 Tratamento

 Manter incubadora na faixa inferior da zona térmica


neutra

 Estímulos tácteis: resolvem 80 - 90% das crises de


apneia.

Metilxantinas: por inibirem os receptores de adenosina


(inibidor da respiração), aumentam a ventilação minuto e a
resposta ao PaCO2.

 CPAP nasal (5 cm H20): muito efetivo para as apneias


mistas e obstrutivas dos prematuros de extremo baixo peso.

 O2 (23 - 25%) é um eficiente estimulante respiratório.


Manter SapO2 entre 92-95% para evitar hiperóxia.

Ventilação mecânica

61
2. Doença da Membrana Hialina

 Etiologia

 Ausência / deficiência de surfactante, complacência da


caixa torácica aumentada, imaturidade das unidades de
troca gasosa.

 Incidência:

Peso de nascimento (g) DMH ou insuficiência respiratória


(%)
500-750 70 -100
751-1000 60 – 95
1001-1500 35 - 70

 Sinais Clínicos:

Dificuldade em iniciar respiração espontânea ao


nascimento
Batimento de asa de nariz
 gemido expiratório
Taquipneia / bradipnéia (prematuros extremos)
 retrações
 necessidades de O2
apneia

62
Raio-X de tórax: padrão reticulogranular, broncograma
aéreo,  volume pulmonar.

Coletar aspirado gástrico em todo RN < 35 semanas para


contagem de microbolhas estáveis. Contagem < 15
mbe/mm2: alto risco para DMH.

 Tratamento

 O2 ambiental, manter StcO2 entre 90 – 93 %

CPAP nasal (5 cmH20). Aplicar o mais precoce possível


nos prematuros com dificuldade respiratória com
necessidades progressivas de O2.

 Tamanho das prongas nasais :


< 750 g: 0
750 - 1500 g: 1
1500 - 2500g: 2
>2500 g: 3

 Surfactante exógeno:
- Dose inicial: Curosurf® 200mg/kg.
Repetir 100 mg/kg em 8-12 h até 3 doses, se necessário
(relação PaO2 / FiO2 < 200).

63
64
3. Ventilação Mecânica para Doença da Membrana
Hialina

 Características do respirador neonatal “convencional”:

Ventilação mandatória intermitente sincronizada


ciclados a tempo
limitados por pressão ("plateau" inspiratório)
fluxo variável
com microprocessador: permite inúmeras combinações
de assistência ventilatória

 Indicações

Prematuro extremo com respiração espontânea


insuficiente
Falha na rotina CPAP / intubação / surfactante /
extubação / CPAP (INSURE)

Acidose respiratória: pH < 7,20 / PaCO2 > 65 torr

 Hipoxemia persistente (PaO2  50 torr com FiO2 > 0,7)


ou aumento da dificuldade respiratória apesar de CPAP
nasal com FiO2 > 0,7.

Apneia severa ou muito frequente.

65
 Parâmetros iniciais:
Pulmão Normal DMH*
PIP (cmH2O) 12 -18 20 – 25
PEEP (cmH2O) 2-3 4–5
Freqüência (/min) 20 20 – 40
Tempo inspiratório (Ti) 0,3 - 0,5 seg 0,3-0,5 seg

 Objetivo da VM: usar os menores parâmetros que


permitam manter o paciente estável até que a produção
endógena de surfactante seja adequada para troca gasosa,
minimizando o dano aos pulmões. Manter gasometria
arterial dentro destes valores:

PaO2: 50 - 80 torr
PaCO2: 40 - 60 torr
pH: > 7,20 - 7,25

 Observar a excursão torácica para avaliar o PIP.

 Gasometria arterial 30’ min após cada mudança nos


parâmetros do respirador.

 Diminuições na FiO2 podem ser monitorizadas pela


SpaO2.

66
 O saturômetro da Ohmeda calcula a saturação fracional
e o da Nellcor a saturação funcional (PaO2 entre 50 - 100
torr: Ohmeda = 90 - 96% e Nellcor = 92 - 98%).

SapO2 > 95%: a PaO2 pode estar > 90 torr: risco de


retinopatia da prematuridade.

 Manter a saturação entre 90 - 93 % nos prematuros <


1500 g.
 Manter a saturação entre 90 - 95 % nos RN a termo.

 Saturação depende da PaO2 e da curva de dissociação da


hemoglobina (  pH,  temperatura, Hgb adulto desviam a
curva para a direita:  afinidade da Hgb e O2).

 Oxigenação arterial depende da Pressão Média de Via


Aérea (MAP)
MAP = PIP (Ti/Tt) + PEEP (Te/Tt)

 PEEP  6 não é mais eficiente e pode  o débito


cardíaco.

Ventilação de frequência alta (FR > 60/min) usar relação


I:E > 1:2 ou 1:3.

 Pressão negativa para aspiração do TET: 80 - 130


cmH2O (60 a 100 mmHg).
67
 Piora súbita do paciente ou alarme soando sem causa
aparente:

Ventilar com bolsa auto-inflável.

Se excursão torácica diminuída: extubação acidental,


tubo endotraqueal obstruído, pneumotórax.

 Se excursão torácica adequada: falha do equipamento.

Evitar o flush de O2= risco de hiperóxia.

Utilizar o modo de aspiração do respirador para


aumentos transitórios da FiO2.

68
 Ajustes no respirador

 Manobras para Oxigenação (PaO2)

Manobra Efeito Risco


1. FiO2 PAO2 Doença Crônica Pulmonar (DBP)
com uso prolongado
2.  PEEP ou shunt D  E intrapulmonar Se excessivos
CPAP  FRC PaCO2 com hiperinsuflação;
 MAP Pneumotórax ; retorno venoso e
débito cardíaco
3. PIP  FRC Pneumotórax
 MAP  DBP
PAO2 (por  PACO2)
4. Ti  MAP Pneumotórax; retorno venoso e
débito cardíaco; PaCO2 DBP

Manobras para Ventilação (PaCO2)


Manobra Efeito Risco
1. PIP  FRC, Pneumotórax
Vt DBP
MAP
2.Freqüência (f)  Ventilação minuto DBP
ou PaO2
3. Ti  Te PaO2
4.PEEP; CPAP Vt  PaO2
MAP
5. PEEP ,  CPAP MAP
Vt (se  volume pulmonar) PaO2
Vt ( com volume pulmonar normal) PaO2

69
 Desmame

 Inicia no momento em que o paciente é colocado no


respirador.

 Diminuir proporcionalmente os parâmetros até:


 FIO2  0,4
 PIP 18
 FR: 10 - 15
 PEEP 4cmH2O

 CPAP pós-extubação: rotina nos prematuros < 1500g.


Indicado também nos casos de apneias e quando há 
esforço respiratório ou  da necessidade de O2.

4. Ventilação de Alta Frequência - Oscilatória

Indicações: doença da membrana hialina, falha da


ventilação convencional, PIE bilateral grave, pneumotórax
“intratável”, hérnia diafragmática, HPPN.

Parâmetros iniciais:
 Frequência 10 Hz (600 mrpm)
 MAP 2 cm a mais do que a da ventilação
convencional
 Amplitude 50-60%
70
 Vtosc= 2 ml/kg
 FiO2 para obter SapO2 entre 90-93%
 Deve-se perceber vibração tórax/abdômen até raiz
da coxa.

Manobras para PaO2:


 MAP: botão PEEP/CPAP
FiO2

Manobras para PaCO2:


amplitude
freqüência
 MAP

5. Hipertensão Pulmonar Persistente Neonatal

Classificação:

I. Má-adaptação: aspiração de mecônio, sepse, cesariana


sem trabalho de parto.

2. Muscularização excessiva: idiopática, hipoxemia fetal


crônica, fechamento do canal arterioso fetal intra-útero
(drogas inibidoras da prostaglandina).

71
3. Hipoplasia pulmonar: oligodrâmnios, hérnia
diafragmática.

4. Obstrução ao fluxo: policitemia, mau alinhamento dos


vasos pulmonares, cardiopatias congênitas.

 Diagnóstico

 Grau de hipoxemia desproporcional à patologia


pulmonar.

 Shunt D  E:

Diferença de saturação MSD e MsIs: se o shunt


predominante é pelo ducto arterioso.

Ecocardiograma: afasta cardiopatias cianóticas e


confirma o diagnóstico. Avalia a presença e aintensidade do
shunt DE .

Gradiente alvéolo-arterial de O2:

(AaDO2) = PAO2 - PaO2

Cálculo da pressão parcial de O2 alveolar (PAO2):

PAO2 = PiO2 - PaCO2/0,8


72
Onde:

PiO2 (pressão parcial do O2 inspirado) =


{Pressão Barométrica - vapor de H2O} x FiO2

PiO2 = (760 – 47) x FiO2→ PiO2 =713mm Hg x FiO2

PaCO2 = pressão parcial de CO2 no sangue arterial

PAO2= 713 x FiO2 - PaCO2

AaDO2 > 600 por mais que 4-6 horas  HPP severa

 Índice de Oxigenação (OI) =MAP x Fi02(%)


Pa02 (pós-ductal)
OI > 40 mortalidade: >80%

Tratamento:

 Suporte ventilatório convencional

 Em caso de insucesso tentar uma das 4 técnicas


ventilatórias de Wung:
73
(1ª) (2ª)
Convencional Alta Frequência
Fluxo (l/min): 7 10-20
Freq. IMV: 20-30/min 100/min
PEEP (cmH2O): 5 zero
PIP(cmH2O): 20-30 5
Ti (segundos): 0,6 0,3
Fi02: manter Pa02 50-70 mmHg

(3ª) Ti prolongado ( 0,8 - 1 seg) com plateau inspiratório

(4ª) IMV entre 40-100 min com I:E de 1:1(desde que Ti  0,6 seg).

 Vasodilatação pulmonar

Drogas: óxido nítrico inalatório


Evitar hiperventilação (PaCO2< 30 torr).

 Óxido Nítrico inalatório (ONi).


Potente vasodilatador da circulação pulmonar, seletivo
pois tem ½ vida de segundos na circulação. ON reage com
Hgb e forma meta-hemoglobina, NO2-, NO3- e N2O4.
 NO2- pode ser tóxico para o pulmão.

 Critérios para ONi:


Idade gestacional > 35 semanas, peso  2000 g
Ventilação mecânica: parâmetros elevados com FiO2 =1,0
e PaO2< 100 torr
74
 Técnica:

NOi (cilindro de 8.000L com mistura NO/N2): a mistura


é liberada no ramo inspiratório do respirador através de um
fluxômetro de baixo fluxo. A concentração de NO e NO2- é
monitorizada continuamente com analisador eletroquímico
(essencial), colocado distal a entrada de NO e próximo da
conexão do tubo ET.

 Iniciar com 10 ppm de ONi e observar por 15’. Se não


houver  da paO2 em 20% ou da saturação da hemoglobina
em 10%, aumentar progressivamente até 20 ppm (dose
máxima). Não alterar os parâmetros do ventilador.

 Se dentro de 1 hora não houver uma resposta ou ocorra


uma piora clínica, suspender a administração do NOi.

Nova tentativa pode ser feita dentro de 6 - 12 horas

Se apresentar resposta adequada manter ONi por 24


horas na mesma concentração fazendo os ajustes
necessários nos parâmetros do respirador.

 Iniciar a retirada do ONi,  5 ppm a cada vez até


suspensão total.

75
Caso ocorra >10% PaO2 ou >5% na saturação, voltar à
concentração anterior de ONi e fazer nova tentativa de
retirada após 24 horas.

 Manter a concentração de NO2-< 5ppm e a taxa de meta-


hemoglobina < 5%.

 Lavagem Broncoalveolar:

Indicada no tratamento da síndrome da aspiração de


mecônio com hipoxemia refratária ao tratamento
convencional.

 Técnica:

Paciente sedado e paralisado

Surfactante 75 mg/kg + SF 15 ml/kg. Lavar em alíquotas


de 2 ml/kg. Instilar e ventilar 3 ciclos e após aspirar o TET.
Aspirar para o frasco para medir o volume retirado (espera-
se ≥ 50%). Dose de surfactante = 100mg/kg ao final do
procedimento.

6. Hemorragia Pulmonar

76
 Definição: deterioração respiratória associada à saída de
sangue originada da traqueia.

 Lembrar que a maioria das hemorragias pulmonares


nesta fase (2º ou 3ºdv) são manifestações extremas de
edema pulmonar e não uma hemorragia propriamente dita.
Além disto, o sangramento não se constitui de sangue puro
e sim, fluido com hematócrito baixo e, está muito
frequentemente, associado ao canal arterial patente.

RN apresentando pequenas quantidades de sangue na


traqueia, sem deterioração clínica no 2º ou 3ºdv, deve ser
considerado de alto risco para evoluir para hemorragia
pulmonar maciça.

 Protocolo ventilatório para Hemorragia pulmonar


grave
1. Intubação traqueal, se ainda não estiver intubado.
2. Aspiração de tubo conforme necessidade (não
deixar sangue impedir ventilação por medo de aumentar
sangramento).
3. Aumentar PEEP para 6 cmH2O.
4. Aumentar PIP até obter expansão de tórax ou
volume corrente de pelo menos 4ml/kg. Se for necessária a
utilização de pressões altas (ex. > 35 cmH2O), reduzir
77
tempo inspiratório para 0,1”– 0,15” e aumentar PIP até 50
ou 60 cmH2O, se necessário..
5. Dose de surfactante 100mg/kg se, após parada no
sangramento, RN permanecer com pressão média de via
aérea e/ou FiO2 altos.

 Manejo hídrico

1. Furosemida 2mg/kg - pode ser repetido em algumas


horas se ainda tiver sangramento
2. ↓ infusão líquida ao mínimo necessário para manter
glicemia normal. Sugestão: 40ml/kg/dia .

 Manejo circulatório

1. Utilizar drogas como dobutamina, se necessário.


2. Evitar expansões de volume antes de controlado o
sangramento e, mesmo que tenha parado de sangrar,
utilizar transfusão nas primeiras horas somente se
anemia grave ou hipovolemia evidente.

78
7. Monitorização gráfica da ventilação mecânica

Curvas pulmonares: pressão x tempo (superior), fluxo x


tempo (meio) e volume x tempo (inferior)

 Alçaponamento de ar

O ramo expiratório da curva fluxo-tempo não retorna á


linha de base antes do início da próxima inspiração,
impedindo o esvaziamento pulmonar adequado.

79
 Manobras para aumentar a MAP

1. Padrão

2. Aumentar a PIP

3. Aumentar a PEEP.

4. Aumentar tempo inspiratório.

5. Aumentar a frequência respiratória.


80
 Laço pressão-volume

1- Laço pressão- volume normal

2 - Laço pressão-volume 3 - Laço pressão-volume


com plateau expiratório com histerese em forma
indica hiperinsuflação de oito sugere fluxo
insuficiente.

81
 Laço fluxo-volume

Laço fluxo-volume. Fase inspiratória (positiva) e fase


expiratória (negativa).

82
XI. Sistema Cardiovascular

1. Teste da oximetria de pulso (Teste do coraçãozinho)

Realizar em todo RN aparentemente saudável com idade


gestacional > 34 semanas, entre 24 -48h de vida.

Teste alterado pode indicar a presença de cardiopatia


congênita crítica, isto é, com risco de morte:
Transposição das grandes artérias, Tetralogia de Fallot,
atresia pulmonar, síndrome de hipoplasia do coração
83
esquerdo, Truncus arteriosus, Drenagem venosa pulmonar
anômala total, atresia de tricúspide,

2. Cardiopatias Congênitas

Abordagem para o diagnóstico clínico das cardiopatias


severas no período neonatal conforme o sintoma
predominante.

 Grupo I: Cianose como sinal predominante


Coração pequeno e o precórdio calmo. do fluxo
pulmonar (pulmão preto). Não há sinais de baixo débito e a
dificuldade respiratória (taquipnéia) só aparece com o
desenvolvimento de acidose metabólica.
 Síndrome do coração direito hipoplásico: atresia
tricúspide, atresia pulmonar. Tetralogia de Fallot severa.

 Grupo II: Cianose como sinal predominante com


dificuldade respiratória moderada
Coração N ou , precórdio hiperativo com  do fluxo
pulmonar. Congestão sistêmica discreta.
 Transposição dos Grandes Vasos com septo
interventricular intacto

 Grupo III: baixo débito como sinal predominante,


dificuldade respiratória e cianose moderada.
84
Coração grande e hiperdinâmico com congestão
pulmonar e sistêmica.
 Coartação da aorta complicada, coração esquerdo
hipoplásico.

3. Persistência do Canal Arterial (PCA)

PCA é o problema cardíaco mais frequente na UTI NEO.


Acomete os prematuros com DMH em ventilação mecânica
e é inversamente relacionado com a idade gestacional.

 Diagnóstico

 Precórdio hiperativo, pulsos proeminentes.


 Sopro cardíaco
 Taquicardia
 Taquipnéia
 Edema pulmonar
 Cardiomegalia
 RN prematuro em VM, com  dos parâmetros do
ventilador (3º dia)

 Ecocardiografia

85
 Tratamento

A presença de um PCA não é indicação de tratamento,


mesmo nos prematuros de muito baixo peso. Sinais de
insuficiência cardíaca causados por um PCA
hemodinamicamente significativo pode ser tratado com:

 Ibuprofeno (IV ou VO): 10mg/kg seguida de duas


doses de 5 mg/kg de 24/24 h

 Indometacina (IV): 0,2 mg/kg a cada 12 ou 24 h por 3


doses

Verificar previamente diurese, plaquetas, eletrólitos e


creatinina.

 Acetaminofen (VO): 15 mg/kg – 6/6h – 3 a 7 dias

 Fechamento cirúrgico

Indicado quando da continuação de sinais de Insuficiência


Cardíaca apesar do tratamento clínico

86
XII. Sistema Nervoso Central

1. Hemorragia Intraventricular (HIV)

 A complicação neurológica mais frequente em


prematuros <34 semanas.

 Associado a prematuridade, asfixia, ventilação


mecânica, pneumotórax.

Corticóide pré-natal:  incidência e extensão do


sangramento.

 Ecografia cerebral

Realizar em todo o prematuro < 1500g, entre a 2ª e a 3ª


semana de vida, ou antes, se indicado.

 Classificação:
Grau I: Sangramento subependimal isolado.
Grau II: Sangramento intraventricular sem dilatação
ventricular
Grau III: Sangramento intraventricular com dilatação
ventricular.
Grau IV: Grau III mais sangramento do parênquima

.
87
Graus I-II: excelente prognóstico
Graus III-IV:  mortalidade,  hidrocefalia , déficit
neuromotor intenso.

2. Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica (EHI)

A lesão neuronal ocorre em duas fases. A fase imediata ao


insulto se caracteriza por uma falha energética primária. A
segunda fase, após um período de latência de ~ 6 horas,
está associada aos fenômenos de reperfusão; edema
citotóxico; falha mitocondrial; acúmulo de substâncias
tóxicas como os radicais livres de oxigênio, óxido nítrico e
de exotoxinas.

Classificação de Sarnat
Estágio Evolução
I Hiper-alerta, tremores, Bom prognóstico
taquicardia, sem
convulsões
II Letargia, hiperreflexia, Maioria dos casos
miose, bradicardia, tem evolução
convulsões,  reflexos normal.
primitivos.
III Estupor, coma, flacidez, >90% dos casos:
hipotermia. morte ou sequela
neurológica grave.
88
 Tratamento: Hipotermia por Resfriamento de Corpo
Inteiro

Indicações: Evidências de Asfixia periparto.


Reanimação com VPP > 10 min
Apgar <5 aos 10 minutos
Acidose metabólica: pH<7,10 ou DB > 16 mmol/l no
cordão umbilical ou na primeira hora de vida
EHI moderada a grave (Sarnat II e III)
Ausência de malformações maiores ao nascimento

Tratamento
iniciar nas 1as 6h de vida
Hipotermia 34,5 °C: temperatura ambiente e uso
bolsas térmicas de gel
Tratamento por 48-72 horas
Reaquecimento lento: 0,25 a 0,5 °C / hora

3. Tremores não convulsivos

São movimentos de extremidades automáticos presentes


tanto em RN normais como nos doentes (ex.: hipoglicemia
e asfixia)

89
 Características:

 Sensíveis aos estímulos


( ou param quando se imobilizam os membros)

Não há movimento muscular extra-oculares.

Movimentos de pequena amplitude e de alta frequência.

4. Convulsões

 Causas

 Encefalopatia hipóxico-isquêmica - 60% das convulsões


no período neonatal. Ocorre nas primeiras 12 horas de vida.

 Hemorragia intraventricular – em prematuros e


geralmente ocorre nas primeiras 72 horas de vida.

 Hematoma subdural: traumatismo de parto

 Malformações do SNC

 Metabólicas:
Hipoglicemia: mais frequente e fácil de diagnosticar:
pode causar sequelas
90
Erros inatos do metabolismo

 Distúrbios hidroeletrolíticos:
 Hipocalcemia: frequente e de bom prognóstico
Hiponatremia: apesar de muito frequente, é causa
incomum de convulsões.

 Meningites: Bacilos Gram-Negativos (sepse neonatal


precoce); Listeria e Estrepto B (7 - 14 dias); Herpes simples
(>10 dias).

 Investigação laboratorial inicial: HGT para afastar


hipoglicemia (primeira medida), dosagem de eletrólitos
(Ca++, Mg++, Na+), Htc e Hgb, LCR.

 Manejo inicial

Verificar se há necessidade de aspiração das VAS,


oxigenação ou ventilação.

Verificar glicemia por fita

Obter acesso venoso e instalar SG10%

Se não for estabelecida uma causa metabólica ou após a


correção da mesma, as convulsões persistirem iniciar:
91
Fenobarbital: dose de ataque: 20 - 30mg/kg IV

Outros anticonvulsivantes podem ser necessários:


Difenilhidantoína: dose de ataque: 15 - 20 mg/kg
Benzodiazepínicos (nas crises não controladas):0,1-
0,3/mg/kg

92
XIII. Hematologia

1. Anemia

Anemias agudas:

Causas
Transfusão feto-materna e feto-fetal
Hemólise intensa
Perdas sangüíneas agudas (DPP)
Sangramento digestivo

Htc e Hgb só refletem a intensidade das perdas agudas


após 12 - 24 horas.

Anemias Crônicas

Causas
 Perdas: coletas de sangue. Solicitar apenas testes
laboratoriais relevantes
 Prematuridade

 Diagnóstico:

Htc, Hgb, esfregaço, reticulócitos, Grupo Sanguíneo,


Coombsdireto

93
 Teste de Kleihauer: eluição ácida das hemácias com
Hgb A  no esfregaço do sangue materno aparecem
“ghostcells”  transfusão feto-materna.

 Teste de Apt: diferencia Hgb F da Hgb A através do


hidróxido de sódio. Se mudar derosa  amarelo é Hgb A,
se permanecer cor rosa por 2 min é Hgb F (teste +)
sangramento digestivo nos 1º dias de vida.

Tratamento:

 Transfusão de CHPE, ferro. A eritropoetina não é


utilizada no nosso serviço.

 Transfundir se Hgb< 7 g%.

 Se transfusão indicada, corrigir Hgb para 12g/dl.

 Nos RN doentes, na fase aguda, manter Htc> 40% (?).

Volume de CHPE = peso(kg) X ( da Hgb desejado) X 3

2. Policitemia

Htc> 65% com sintomas ou > 70% sem sintomas.

94
Sintomas

dificuldade respiratória insuficiência cardíaca


cianose irritabilidade
hipoglicemia trombocitopenia
 letargia trombose de veia renal

Tratamento

Exsanguíneotransfusão parcial (SF ou Ringer lactato) nas


primeiras horas de vida. Não há evidencias claras de alterar
o prognóstico neurológico em longo prazo.

Volume trocado (ml) = peso(kg) x 17

95
XlV. Hiperbilirrubinemias

1. Hiperbilirrubinemia indireta

Na maioria dos casos é um quadro fisiológico, benigno que


resolve pelo 10º dia de vida. A tipagem sanguínea materna
deve ser conhecida em todos os RN.

Icterícia: aparece comníveis de bilirrubinas totais (BT) >


6 mg/dl.

Icterícia fisiológica: início > 24 h, pico máximo de BT


de 12 - 15 mg/dl no 3º ou 4º dia. Com aleitamento natural
pode atingir níveis mais elevados e persistir por até 4
semanas.

Icterícia patológica: início <24 h, níveis de BT > 15


mg/dl. Presença de anemia hemolítica,
hepatoesplenomegalia, bili direta (> 2mg/dl), icterícia
prolongada (> 14 dias), RN sintomático.

 Investigação Inicial:
Bilirrubinômetro: usar em todo RN com de icterícia
significativa para avaliação inicial e acompanhamento.
Índice > 18 (a bilirrubina sérica total pode estar acima de
15 mg/dl).

96
 Bilirrubinas séricas, tipagem sanguínea (materna, RN),
Htc e Hgb, reticulócitos, Coombs direto.

Tratamento

Objetivo: evitar que os níveis de bilirrubinas séricas


progridam a valores próximos a níveis associados à
encefalopatia bilirrubínica.

 Fototerapia: a eficácia depende de 3fatores:

Irradiância (W/cm2) - Intensidade da fonte luminosa (e


distância): energia radiante incidente em uma superfície.

Irradiância espectral (W/cm2 por nm) - Faixa de


comprimento da onda luminosa (425-475 nm): irradiância
em determinado comprimento de onda.

 Energia espectral (W por nm) - Superfície exposta à


energia luminosa: irradiância espectral em uma superfície.

 Indicações fototerapia:

Prematuro Saudável Doente


<1000g Profilática Profilática
1001 – 1500 7- 10 mg/dl Profilática
1501-2000 12-15 mg/dl 10-12 mg/dl
97
Indicação para RN < 35sem
IG (semanas) Fototerapia Exsanguineotransfusão
<28 5e6 11 a 14
28 e 29 6a8 12 a 14
30 e 31 8 a 10 13a 16
32 e 33 10 a 12 15 a 18
34 e 35 12 a 14 17 a 19

Indicação para RN ≥ 35sem


25 428

20 342
Bilirrubina sérica total (mg/ dL)

15 257

mol/L
10 171

5 85

0 0
Nasciment o 24h 48h 72h 96h 5 dias 6 dias 7 dias
Idade

Recém nascido de menor risco ( 38 semanas e sadios)


Recém nascidos de risco int ermediário ( 38 semanas +
f at ores de risco ou 35-37 6/7 semanas e sem f at ores de risco)
Recém nascidos de maior risco (35-37 6/7 semanas + f at ores de risco)

98
Usar valores de Bilirrubina Total
Fatores de risco: doenças hemolíticas, asfixia, acidose,
sepse

 Exsanguíneotransfusão (EST):

 RN a termo: BI > 25 mg/dl (independente da causa).


Para pacientes admitidos com mais de três dias de vida por
hiperbilirrubinemia grave, tratar com fototerapia intensiva
(dois Bilitrons iluminando a maior parte do corpo) por 4
horas e repetir níveis de BT. Se os níveis aumentarem
indicar EST.

 Prematuros apresentam maior risco de encefalopatia


bilirrubínica, mas os critérios para EST não estão definidos;
avaliar cada caso individualmente.

Incompatibilidade Rh: cordão: Hgb<12 mg/dl ou BT >5


mg/dl (> 3 mg/dl em prematuros); 0,5 mg/h e BT >
20mg/dl.

Estes critérios não são aplicáveis para os casos de


tratamento intra-útero, pois os RN serão praticamente Rh
negativos.

99
Indicação de exsanguineotransfusão:
30 513
Bilirrubina sérica total (mg/dL)

25 428

mo l/ L
20 342

15 257

10 171
Nasciment o 24h 48h 72h 96h 5 dias 6 dias 7 dias
Idade

Recém nascido de menor risco ( 38 semanas e sadios)


Recém nascidos de risco int ermediário ( 38 semanas +
f at ores de risco ou 35-37 6/7 semanas e sem f at ores de risco)

Recém nascidos de maior risco (35-37 6/7 semanas + f at ores de risco)

 Trocar 2 volemias : 170 ml/kg


 Alíquotas de troca: RN a termo = 20 ml
Prematuro = 5 a 10 ml
 Atenção: volumes muito pequenos podem não
ultrapassar o comprimento do infusor.

 Cateterismo da veia umbilical: inserir cateter #8 (não


usar sondas) até que o sangue flua livremente. Nunca
aspirar o sangue se houver resistência ao fluxo.

100
 Infundir simultaneamente por veia periférica SG10%
com gluconato de cálcio (2 a 5 ml em 2 horas) para
diminuir irritabilidade do paciente.

 Duração da EST: 2 horas.

 Retirar cateter no final do procedimento.

 Antibióticos profiláticos por 24 horas (ver página 123).

2. Hiperbilirrubinemia Direta

Bilirrubina direta >2 mg/dl ou > 20% do total

 Causas

NPT  Hepatites neonatais


Sepse Atresia biliar
TORSCH Erros inatos do metabolismo

 Tratamento: de acordo com a etiologia.

101
XV. Infecções Bacterianas

O período neonatal é o de mais alta incidência de


infecção bacteriana grave com altas taxas de morbidade e
de mortalidade.
Prematuros doentes < 1250 g formam a população de
maior prevalência para infecção (média de 3 septicemias
durante internação).
Sepse precoce (<3 dias): geralmente relacionada à flora
bacteriana vaginal (vertical).
Sepse tardia (>3 dias): infecção hospitalar (horizontal).

1. Avaliação clínica e laboratorial


 Risco de Infecção:

 Sepse precoce:
Prematuridade < 37 sem  Bolsa rota > 24 horas
 Febre materna / corionamnionite Sexo masculino
 Ausência de pré-natal  Taquicardia fetal
Colonização materna pelo Estreptococo β-hemolítico grupo B

102
 Sepse tardia:

 Prematuridade
Procedimentos invasivos: respirador, cateteres
umbilicais/centrais
 Malformações congênitas cirúrgicas

 Clínica sugestiva de infecção neonatal

 Sinais iniciais de sepse podem ser vagos e não


específicos. Na Septicemia precoce, principalmente, a
evolução é muito rápida com muitos pacientes evoluindo
para choque em poucas horas. Portanto, na suspeita clínica
iniciar antibióticos.

Apnéia  Dificuldade respiratória


 Acidose  Bradicardia
 Instabilidade térmica  Letargia
resíduo gástrico Distensão abdominal
RN não parece bem perfusão periférica

 Investigação:

Hemograma completo c/ plaquetas

103
Culturais de sangue, urina (>7 dias), líquor e de qualquer
secreção presente; proteína C reativa; raio x de tórax na
presença de disfunção respiratória.

 Relação I:T =% bastões + % metamielócitos + % mielócitos


% seg + % bastões + % metamielócitos + mielócitos

Relação I:T > 0,2  sugestivo de sepse


< 0,2  afasta sepse (VPN 97,5%)

2. Escolha de Antibióticos (ATB)

 Sepse precoce (3 dias): Ampicilina + Gentamicina


Bactérias mais freqüentes: Estreptococo B β-hemilítico,
Enterococos, Listeria, E coli, Hemofilo não tipável

Sepse tardia (3 dias):


 Infecção comunitária: Ampicilina + Gentamicina (ou
Cefalosporina 3ª G)
Bactérias mais frequentes: Pneumococo, Estafilococo
dourado, bacilos gram (-)

Infecção Hospitalar: de acordo com as bactérias


predominantes na Unidade.
Bactérias mais frequentes: Estafilococo coagulase (-), E.
coli, Enterococo, Klebsiella, (e Candida). Vancomicina +
Aminoglicosídeo (ou Cefalosporina 3ª G)
104
Duração do tratamento: 7 a 14 dias.

 Nos casos com risco perinatal de sepse: RN


clinicamente bem e culturais negativos suspender
antibióticos entre 36- 72 horas.

 Ajustar os antibióticos de acordo com a sensibilidade


dos culturais, escolhendo o antibiótico de menor espectro,
de menor toxicidade e mais barato.

Profilaxia cirúrgica: Cefalosporina de 1ª ou 2ª geração.


Aplicar uma dose antes do procedimento e continuar por 24
horas.

 Não usar os mesmos antibióticos de profilaxia cirúrgica


e para o tratamento de infecção.

 Prematuros < 1500 g com cateter central tem risco


aumentado para sepses múltiplas pelo Estafilococo
coagulase (-) e de fungemia com o uso prolongado de
antibióticos.

105
XVI. Infecções congênitas crônicas e HIV

A maioria dos pacientes com infecções congênitas são


assintomáticos ao nascer, mas podem apresentar doença
grave nos primeiros meses de vida ou sequelas tardias.

Por isso, na suspeita da infecção materna, são necessários


alguns procedimentos diagnósticos imediatos.

Por outro lado, alguns RNs apresentam quadro clínico


inespecífico, que pode corresponder a alguma infecção
intra-uterina. É necessário suspeitar de infecção congênita
quando o RN apresentar alguma destas manifestações:

Hepatomegalia Esplenomegalia
Lesões ósseas Lesões oculares
Erupções cutâneas Anemia
Micro / hidrocefalia Trombocitopenia
Hidropisia
Alterações de função hepática
Restrição do crescimento fetal
Hiperbilirrubinemia mista ( BI e BD)

106
1. SÍFILIS

Nenhum RN deverá ter alta sem o resultado do VDRL


materno no momento do parto. Verificar com cuidado os
dados de história materna. Todo RN cuja mãe apresentar
VDRL positivo deverá ser enquadrado em uma das
situações abaixo. Título do VDRL materno menor do que
1:8, sem história de sífilis anterior, deve ser confirmado por
FTA-ABS.

Situação A: gestante com tratamento adequado (i),


documentado (ii), com controle sorológico indicando
eficiência do tratamento (iii) e parceiro tratado
concomitantemente.

Conduta:
Exame físico e VDRL do sangue periférico

Se exame físico normal ou VDRL não chegar a 4 vezes


maior que o da mãe:
 Penicilina G benzatina 50.000 U/kg IM;
 acompanhamento ambulatorial.

 Se exame físico anormal e/ou VDRL for 4 ou mais


vezes maior que o da mãe:
 investigação completa (iv)
 tratamento completo (v)
107
Outras situações:
B: ausência de tratamento materno;
C: tratamento não documentado ou com doses
desconhecidas;
D: tratamento com doses insuficientes de penicilina;
E: tratamento com outro antibiótico que não a penicilina;
F: controle sorológico mostrando falha do tratamento ou
reinfecção;
G: tratamento iniciado há menos de 4 semanas antes do
parto;
H: tratamento adequado, mas sem o decréscimo de 4 vezes
no título do VDRL (exceto na sífilis tardia tratada
adequadamente, com VDRL abaixo de 1:4, que pode não
diminuir 4 vezes);
I: parceiro não tratado concomitantemente

 Conduta: Avaliação completa (iv)

Se exame físico normal, VDRL não chegar a 4 vezes maior


que o da mãe e avaliação normal:
 penicilina benzatina 50.000 U/kg IM;
 acompanhamento ambulatorial rigoroso.

Se exame físico alterado, VDRL ≥ 4 vezes ao da mãe e/ou


alterado e/ou avaliação anormal ou inconclusiva:
 tratamento completo (v)

108
Observação: as situações de B a F são as de maior risco; em
alguns casos, nos quais for incerto o acompanhamento
ambulatorial para controle de cura, pode ser indicado fazer
o tratamento completo, mesmo na presença de exame físico
e investigação normais.

(i) Tratamento adequado na gestação:


Penicilina Benzatina IM
Sífilis recente (<1 ano de duração): 2.400.000 U por dose
semanal em 2 semanas consecutivas
Sífilis tardia (>1 ano de duração) ou de duração
desconhecida: 2.400.000 U por dose semanal em 3 semanas
consecutivas
Tratamento iniciado há mais de 4 semanas antes do parto

(ii) Documentado por escrito, com certeza das doses


recebidas pela paciente.

(iii) decréscimo de pelo menos 4 vezes no título do VDRL


pós-tratamento. Em caso de tratamento anterior à gestação,
controle periódico durante o pré-natal mostrando VDRL
estável em baixos títulos (máximo 1:2) é aceitável. VDRL
≤1:2 pode nunca diminuir.

109
(iv) Avaliação completa do RN e critérios de
anormalidade:

 Exame físico: hepatomegalia, esplenomegalia, pênfigo
palmo-plantar, exantema, rágades, condiloma, rinite
sanguinolenta e outras manifestações compatíveis com
sífilis congênita. Hiperbilirrubinemia sem aumento de BD
não é considerada alteração clínica para este propósito.
 VDRL do sangue periférico: considerada alteração
clínica se título 4 ou mais vezes maior que o da mãe (2
diluições; exemplo: mãe 1:2, RN 1:8 ou mais).
 Líquor: leucócitos >25, proteína >150, VDRL reagente
em qualquer título (não solicitar FTA-ABS do líquor).
Atenção: líquor inconclusivo deverá ser considerado como
anormal para efeitos de conduta (exemplo: muito sangue,
com aumento de leucócitos).
 RX de ossos longos: osteocondrite, periostite (alterações
eventualmente poderão ser interpretadas pelo radiologista
como normais para a faixa etária, mas no RN em
investigação para sífilis, devem ser consideradas anormais).
 Hematologia: leucócitos >30.000, hemoglobina <12,
plaquetas <100.000.
Outros exames, somente quando indicados clinicamente
(RX de tórax, função hepática, avaliação oftalmológica e
outros). FTA-ABS não é útil no RN, a não ser em casos
especiais.

110
(v) Tratamento completo do RN:

Penicilina G cristalina IV (Duração: 10 dias).


Doses:
1asemana de vida: 100.000 U/kg/dia em 2 doses
> 1 semana: 150.000 U/kg/dia em 3 doses
> 4 semanas: 200.000 U/kg/dia em 4 doses

Controle de cura: VDRL mensal até negativar ou


manter-se estável em baixos títulos. Se aumento do VDRL,
ou positividade além de 12 meses, investigar novamente
(iv) e fazer tratamento completo (v).

2. TOXOPLASMOSE

Toxoplasmose adquirida durante a gestação  risco de


infecção fetal.
Verificar com muito cuidado as informações sobre os
exames da gestante, pois pode haver erros de transcrição
dos resultados, do laboratório para a carteira de pré-natal e
desta para o partograma.
Verificar a real possibilidade de a infecção materna ter
sido adquirida durante a gestação.
 O risco de transmissão fetal é muito alto nas infecções
maternas no 3º trimestre, porém as formas graves ocorrem
nas infecções precoces.
111
 Diagnóstico no RN

Sorologia (IgG, IgM, IgA se disponível).


 IgM específica positiva é diagnóstica, mas 25-50%
dos RNs infectados apresentam IgM negativa.
 IgG do RN pode ser bem mais concentrada do que a
da mãe, mesmo sendo apenas de origem materna
transplacentária.
 IgA aumenta apenas levemente a sensibilidade do
diagnóstico sorológico no RN. Se a infecção fetal ocorreu
na última semana antes do parto, a sorologia do RN pode
ser negativa. Repetir com 2 semanas de vida.
Hematologia: hemograma e plaquetas
Avaliação oftalmológica completa: realizar sempre na
suspeita de toxoplasmose congênita.
Em casos confirmados ou com grande risco da infecção
congênita, completar a investigação: líquor e exame de
imagem cerebral (tomografia computadorizada ou
ecografia), provas de função hepática, sorologia para
citomegalovírus (para diagnóstico diferencial).
Iniciar o tratamento na presença de qualquer evidência
nos exames citados.
RN com suspeita, mas sem nenhuma manifestação
clínica ou laboratorial: fazer acompanhamento da curva de
IgG mensalmente, até negativar. IgG de origem materna
deve negativar até os 10 meses. Se IgG estável ou
crescente, iniciar tratamento.
112
Tratamento

Pirimetamina (solução manipulada 2 mg/mL ou


Daraprim® comp 25 mg): 1 mg/kg/dia (=0,5 ml/kg/dia) em
dose única diária - VO,por 2 meses; após, 3 vezes por
semana. Duração: 1 ano.

Sulfadiazina (Solução manipulada 100 mg/mL ou comp


500 mg): 100 mg/kg/dia em 2 doses diárias (=0,5
ml/kg/dia) VO. Duração: 1 ano.

ÁcidoFolínico solução manipulada de 10mg/mL ou


Folicorin®, Leucovorin®, Prevax® - comprimidos de 15 mg
e ampolas para uso IM): Iniciar com 10 a 15 mg - dose
única VO ou IM - 3 vezes por semana. Se necessário,
aumentar até 30 mg diários, conforme os controles de
hemograma e plaquetas. Duração: acompanhar a
pirimetamina, até uma semana após a suspensão da mesma.
Manipulação: ou utilizar diretamente os comprimidos
diluídos em algum líquido. ATENÇÃO: o ácido folínico
não pode ser substituído pelo ácido fólico.

Predinisona (Meticorten® comp de 5 e 20mg)ou


Predinisolona (Prelone® e Predsim® 3mg/ml): 1 mg/kg/dia
em 2 doses diárias VO. Se retinocoroidite em atividade ou
113
proteinorraquia >1000 mg/dL. Quando cessar a indicação,
suspender em um período de 3 semanas.

Avaliação da Toxicidade:
Pirimetamina: principal efeito a ser monitorizado é a
neutropenia. Fazer contagem de hemácias, leucócitos e
plaquetas 1 vez por semana ao iniciar o tratamento. Se
contagem estável nas primeiras semanas, espaçar o
hemograma para 2 vezes por mês. Quando pirimetamina
em dias alternados, pode ser suficiente fazer o exame 1 vez
por mês, conforme se mantiverem os neutrófilos. Se
infecção viral intercorrente, controle mais frequente.
Contagem de neutrófilos (bastonados + segmentados):
>1000/mm3: OK.
500 a 900/mm3: passar ácido folínico para dose diária ou
aumentar a dose.
<500/mm3: suspender pirimetamina e manter ácido
folínico. Reiniciar quando a contagem estiver >1000/mm3.

Sulfadiazina: EQU a cada 2 meses. Controlar proteinúria,


cristalúria. Em raros casos, a toxicidade da sulfa poderá ser
também hematológica.

114
3. AIDS

AIDS está cada vez mais presente no nosso meio,


expondo os profissionais de saúde a risco de contaminação.
Como, em muitos casos, não há o diagnóstico do estado de
portador na gestante todo o atendimento de RN na sala de
parto e na UTI NEO deve seguir os preceitos das
Precauções Universais com sangue e fluidos corporais.
Usar luvas, máscara e óculos de proteção.
Não utilizar a técnica de aspiração boca-tubo nos casos
de líquido amniótico meconial: usar sistema de Ayre com
aspirador de parede ou equivalente.

RN são assintomáticos

Transmissão vertical do vírus da Imunodeficiência


Humana ocorre em aproximadamente em 15 - 40% das
gestações.

Em gestantes portadoras de HIV o uso da Zidovudina


(AZT) durante a gestação, trabalho de parto e no RN
diminui em 2/3 a incidência da transmissão vertical (ACTG
Protocolo 076).

 Conduta no RN:

 Precauções Universais com sangue e fluidos corporais.


115
Zidovudina (AZT 10 mg/ml): por 4 semanas, iniciando o
mais breve possível e, de preferência, nas primeiras 8 horas
de vida.

>35a semana VO 4mg/kg/dose 12/12h – 28 dias


(0,4ml/kg/dose)
IV 3mg/kg/dose 12/12h
(0,3ml/kg/dose)
30a a 35a VO 2 mg/kg/dose 12/12h-14 dias
semana (0,2ml/kg/dose) 12/12h – 14 dias
3mg/kg/dose
(0,3ml/kg/dose)
IV 1,5 mg/kg/dose 12h-14 dias
3mg/kg/dose 12/12h – 14 dias
<30a sem VO 2 mg/kg/dose 12/12h- 28dias
(0,2ml/kg/dose)
IV 1,5 mg/kg/dose 12/12h-28dias

116
Nevirapina (NVP 10 mg/ml):
Indicado para RN ≥ 35 semanas, quando a mãe não
recebeu a terapia antirretroviral na gestação (independente
de ter recebido AZT durante o parto) ou tem carga viral >
1000 cópias ou desconhecida, juntamente com o AZT:

<1.500 g: não usar NVP


1.500 a 2000g: 8mg (0,8mL)/dose, VO
>2000g: 12mg (1,2mL)/dose VO
1a dose o mais breve possível, até 48h de vida.
2a dose: 48h após a 1a dose.
3a dose: 96h após a 2a dose.

 Leite Materno: pode excretar HIV e causar infecção


vertical. A recomendação atual é de contraindicar
amamentação ao seio.

Solicitar: Hemograma, VDRL, HbsAg, anti-HCV,


Toxoplasmose IgG/IgM, CMV IgG/IgM, Rubéola
IgG/IgM, Herpes simplex IgG/IgM, TGO e TGP.

 Diagnóstico: PCR- RNA (carga viral) e linfócitos T-


CD4 + aos 2 meses de idade e repetir após completar o 4º
mês de vida.

117
XVII. Apêndice

1.Drogas de uso frequente ........................................... 119


2. Drogas e Amamentação ........................................... 132
3. Avaliação da Idade Gestacional (New Ballard)....... 133
4.CRIB (Índice de Risco Clínico Neonatal)................. 137
5. SNAPPE-II............................................................... 138
6. Leucograma ............................................................. 140
7. Hemograma e Plaquetas........................................... 140
8. Líquido Cefalorraquidiano (LCR)............................ 141
9. Bioquímica............................................................... 141
10. Composição dos Fluidos Corpóreos (mEq/l)......... 142
11. Superfície Corpórea................................................ 142
12. Tabela de Pressão Arterial...................................... 143
13. Curvas de Crescimento Intra-Útero........................ 144
14. Curvas de Crescimento Pós-Natal.......................... 145
15. Gráficos para Colocação do Cateter Arterial......... 146
16. Indicações de UTI / UCI / UC Canguru................. 147
17. Atendimento Sala de Parto – RN Termo Normal 149
18. Atendimento Sala de Parto - RN com Depressão
Neonatal....................................................................... 150

118
1. Drogas de uso frequente

 Drogas de infusão contínua:

Cálculo do volume para 12 horas

Volume (ml da droga) =dose (mcg/kg/min) x peso (kg) x 720


concentração droga (mcg/ml)

a. Sistema Cardiovascular
Acetaminofen 15mg/ kg – 6/6h – VO por 3 a 7 dias
Fechamento do
ductus arteriosus
patente
Adrenalina Reanimação EV, ET : 0,1(até 0,3) ml/kg/dose da
concentração solução 1:10.000
1:1000 Hipotensão: 0,1- 1,0 mcg/kg/min
Agonista adrenérgico
Adenosina 0,05 mg /kg/dose - bolus rápido (1 a 2”) ( dose
0,05mg) . Máximo: 0,250 mg/kg
Indicação: taquicardia supraventricular(TSV)
Amiodarona Ataque: 5 mg/kg - - em 30’-60’
Manutenção: 7-15 mcg/kg/min (10-20mg/kg/dia)
TSV refratária
Captopril 0,01 (até 0,05) mg/kg/dose cada 8 - 12 h
Anti-hipertensivo (inibidor enzima conversora de
Angiotensina - ACE)
hipotensão,K, uréia, creatinina

119
Digoxina Digitalização VO: dividir em 3 doses em 24h
Insuficiência IG Digitalização Manutenção Intervalo
cardíaca. TSV. (semanas) (mcg/kg) (mcg/kg) h
Índice ≤ 29 20 5 24
terapêutico baixo 30-36 25 6 24
37-48 40 5 12
≥ 49 50 6 12
Dobutamina(*) 5 (2 – 25) mcg/kg/min
concentração: Estimulante  1 ,contratilidade e  FC (quase sem
12.500 mcg/ml efeito 2 ou )
Dopamina (*) 5 (2-20) mcg/kg/min
concentração:
5.000 mcg/ml
Espironolactona PO: 1 – 3 mg/kg/dose cada 24 h
Anti-hipertensivo,
diurético poupador
de K+
Furosemida EV 1 - 2 mg/kg/dose
Alcalose PO 2 (até 6) mg/kg/dose
hipoclorêmica,  Prematuro: 24/24h
K+, Na+ RN termo: 12/12h
Heparina p/ Cateteres: 0,5-1 u/ml fluido
Trombose: 75 u/kg em bolus + 28 u/kg/min
Controlar KTTP e RNI
Hidralazida EV: 0,1 - 0,5 mg/kg/dose (cada 6 a8h). ↑ até 2 mg/kg-
Anti- 6/6h
hipertensivo; PO: 0,25 - 1 mg/kg/dose (cada 6 às 8h )
vasodilatação
arteriolar : 
RVP

120
Hidroclortizida 2 mg/kg/dose – 12/12h
Hipocalemia,
hiperglicemia
Hidrocortisona 2 – 5 mg/kg/kg cada 12 h
Tratamento de
hipotensão
refratária
Ibuprofeno Dose inicial: 10(até 20) mg/kg; 2ª e 3ª dose: 5 mg/kg.
Fechamento do Intervalo: 24h
ductus arteriosus
patente
Indometacina Três doses com intervalo de 12 às 24h
Controlar diurese 1ª dose: 0,2mg/kg
e monitorizar 2ª e 3ª dose- depende da idade da 1ª dose
eletrólitos Idade na 1ª dose 2ª e 3ªdose
(hiponatremia), < 48h 0,1
provas de função 2-7 dias 0,2
renal e plaquetas. > 7 dias 0,25
Contra-indicações relativas: insuficiência renal,
trombocitopenia severa, sangramento intestinal, NEC
Milrinona (*) Ataque: 75 mcg/kg- infundir em 60’
Manutenção: 0,5-0,75 mcg/kg/min
Prematuros < 30s: Ataque: 0,75 mcg/kg /min em 3
horas; Manutenção: 0,2 mcg/kg/min
Propranolol PO: 0,25 (até 3,5) mg/kg/dose – 6/6h.
Anti-
hipertensivo/
antiarrítmico e
tto hemangioma
Prostaglandina 0,05( 0,1) mcg/kg/min
E1 (*)  ou infusão conforme resposta
Concentração: Cardiopatias ducto- dependente: cianóticas / acianóticas.
500mcg/ml Apnéia, hipertermia.
121
Sildenafil IV: 0,4 mg/kg em 3h, seguido por 1,6 mg/kg/dia
Hipertensão (0,067 mg/kg/h)
pulmonar PO: 2 (0,5-2) mg/kg/dose – cada 6-12h
persistente
refratária ao Óxido
nítrico
(*) Drogas de infusão contínua

b. Sistema Respiratório

Aminofilina Ataque:5 (até 8) mg/kg/dose .


(e Teofilina) Manutenção: 1,5(até-3) mg/kg/dose cada 8-
Nível terapêutico: 12 h
6 -12 mcg/ml
Cafeína Ataque: 10 (até 20) mg/kg
Manutenção: 5 (até10) mg/kg/dose – 24/24h
Dexametasona 0.25 mg/kg/dose Iniciar 4 horas antes da
Edema pós-extubação extubação (três doses de 8/8h)
0,075 mg/kg/dose (12/12 h) 3 dias
0,05 mg/kg/dose (12/12 h) 3 dias
Displasia 0,025 mg/kg/dose (12/12 h) 2 dias
Broncopulmonar 0,01 mg/kg/dose (12/12 h) 2 dias
(DBP) Hiperglicemia, hipertensão, miocardiopatia
hipertrófica, seqüelas neurológicas

Surfactante Exógeno Inicial : 200 (100-200) mg/kg


(Curosurf) Retratamento:100 mg/kg/dose após 6 –12 h
Seguir protocolo última dose (máximo: 3 doses).

122
c. Sistema Nervoso Central
Acetaminofen Ataque: 20-25 mg/kg/dose
Manutenção: 12-15 mg/kg/dose
Prematuros < 32s: 12/12h
Prematuros ≥ 32 s: 8/8h
RN termo: 6/6h
Diazepan EV: 0,1( até 0,3) mg/kg/dose em 3 - 5 min
Anticonvulsivante, (diluir 1ml em 10ml: infundir 0,2 - 0,6 ml)
sedativo, . Compete com a bilirrubina. Usar para crise
benzodiazepínico severa. Pode precipitar com a diluição.
Difenil-hidantoína Ataque: 15-20mg/kg
Anticonvulsivante (2ª Manutenção: 4 -8 mg/kg/24h
droga), arritmias Nível terapêutico: 10 - 20 mcg/ml
ventriculares
Hidrato de Cloral PO, Retal: 25-75 mg/kg/dose cada 6-8 h
Sedativo, hipnótico Retenção urinária , evitar doses repetidas
(efeito cumulativo). Compete com a
bilirrubina
Fenobarbital Ataque: 20 mg/kg. Doses adicionais de
Anticonvulsivante (1ª 5mg/kg até 40 mg/kg
escolha) Manutenção: 3 - 4 mg/kg/dose 24/24 h
Nível terapêutico: 15 - 30 mcg/ml
Fentanil(*) Sedação e Analgesia: 0,5-4 mcg/kg/dose -
Analgésico, narcótico. cada 2 às 4h
Síndrome de infusão contínua: 1-5 mcg/kg/h
abstinência com uso concentração: 50 mcg/ml
prolongado (>5 dias).
Flumanezil 0,005-0,01 mg/kg /dose. Pode repetir a
Antídoto para cada 45” (máximo:0,05mg/kg)
benzodiazepínicos

123
Midazolan (*) Sedação: IV 0,05-0,15 mg/kg em 5’
Sedativo, Infusão contínua: 0.01-0,06 mg/kg/min
benzodiazepínico. Anticonvulsivante: 0,15 mg/kg IV em 5’
Evitar uso em Infusão contínua: 0,001-0,007 mg/kg/min
prematuros concentração: 5 mg/ml
(convulsões, 
hemorragia Causa convulsões, choque e síndrome de
intraventricular). abstinência (retirada lente da droga).
Morfina (*) Bolus lento: 0,1( 0,05-0,2) mg/kg/dose
Analgésico, narcótico Infusão contínua: 10-20 mcg/kg/h
 infusão com concentração: 10.000 mcg/ml
cuidado: excreção
lenta, efeitos
colaterais .
Naloxone EV: 0,1 mg/kg/dose repetir a cada 2 - 20
Agonista narcóticos. min (0,25 ml/kg/dose)
tem ½ vida menor que
os narcóticos
Pancurônio 0,1 (0,04 – 0,15) mg/kg/dose cada 1-4 h
Bloqueador neuromuscular
(*) Drogas de infusão contínua

124
d. Anti-infecciosos

Aciclovir 20 mg/kg/dose 8/8h PO ou EV (infundir


Neutropenia, Nefro e em > 1 h).
hepatotoxicidade, SNC
Amicacina IG Idade Dose Intervalo
Nefrotoxicidade, (semanas) (dias) mg/kg h
ototoxicidade; evitar o ≤ 29 0-7 18 48
uso com outras drogas 8-28 15 36
nefrotóxicas ≥ 29 15 24
Espectro antibacteriano 30-34 0-7 18 36
semelhante ao das 15 24
cefalosporinas de 3a G. ≥ 35 todos 15 24
Níveis terapêuticos: pico = 10-25
mcg/ml; pré-dose = 3- 5 mcg/ml

Ampicilina 50 (25-100 mg/kg/dose)


Doses mais elevadas para IG Idade Intervalo
meningite (semanas) (dias) h
≤ 29 0-28 12
> 28 8
30-36 0-14 12
>14 8
37-44 0-7 12
>7 8
≥ 45 todos 6
Anfotericina B 0,5-1 mg/kg/dose. Infundir em 2-6 h EV
Nefrotoxicidade, Concentração: 0,1 mg/ml
hipotensão, hipocaliemia.
Anfotericina B 5 – 7 mg/kg/dose – 24/24h. Infundir em
Lipossomal 2h

125
Cefazolina 25 mg/kg/dose’ - 1 hora antes da cirurgia
Profilaxia cirúrgica, e manter por 24 h. Em cardíacas : 48h
exceto abdominal (**)
Cefotaxime (3ªG) 50 mg/kg/dose EV – infundir em 30’
Listeria, Enterococo e (vide tabela de intervalo de doses)
algumas cepas de
Estreptococo B e Nefro e hepatotoxicidade, aumento
Estreptococo pneumoniae transitório creatinina/uréia, leucopenia,
são resistentes as Coombs direto positivo.
cefalosporinas 3a G.
Espectro antibacteriano
semelhante ao dos
aminoglicosídeos.
Cefoxitina (2ªG) 25-33mg/kg/dose - 1 hora antes da
Profilaxia cirurgia cirurgia e manter por 24 h (**)
abdominal
Ceftazidime (3a G) 30 mg/kg/dose. Infundir em 30’ (**)

Ceftriaxione (3a G) Septicemia: 50 mg/kg – 24h


Eliminação renal e Meningite: 100 mg/kg- 24h
hepática, desloca
bilirrubina, cilindros na
urina, não precisa ajustar
a dose em IR.
Clindamicina 7,5 (5 -7,5) mg/kg/dose – infusão em 30’
Hipotensão, nefro e (**)
hepatotoxicidade, colite
pseudomembranosa.
Flucitosina 20 (12,5-37,5) mg/kg/dose – 6/6h VO
Depressão medula óssea (
>10 dias tratamento)
Gentamicina IG Idade Dose Intervalo
Níveis terapêuticos: pico (semanas) (dias) mg/kg h
126
= 5 - 10 mcg/ml ≤ 29 0-7 5 48
pré-dose = < 2 mcg/ml 8-28 4 36
≥ 29 4 24
30-34 0-7 4,5 36
4 24
≥ 35 todos 4 24
Meropenem 20 mg/kg/dose - 12 h
Reservar o seu uso para Meningite e infecções por Pseudomonas:
bactérias gram (-) 40 mg/kg/dose - 8 h
produtoras de Infundir em 30’
betalactamase de espectro
ampliado;
nefrotoxicidade, SNC
Metronidazol Ataque: 15 mg/kg – infundir em 60’
Convulsões, neutropenia Manutenção: 7,5 mg/kg – VO ou IV
IG Idade Intervalo
(semanas) (dias) h
≤ 29 0-28 48
> 28 24
30-36 0-14 24
>14 12
37-44 0-7 24
>7 12
45 todos 8
Nevirapina1% >2000g: 12mg (1,2mL)/dose VO
(10mg/ml) 1.500 a 2000g: 8mg (0,8mL)/dose,
VO<1.500 g:não usar NVP

1a dose até 48hv; 2a dose: 48h após a 1a


dose; 3a dose: 96h após a 2a dose
Oxacilina 25 mg/kg/dose - Meningite:50mg/kg/dose
(vide tabela de intervalo de doses)

127
Penicilina G Meningite: 75.000 – 100.000 u/kg/dose
Septicemia: 25.000-50.000u/kg/dose (**)

Pirimetamina Ataque: 1 mg/kg/dose -12/12h –

2dias

Manutenção: 1 mg/kg/24/24h

(Max:25mg)

Sulfadiazina 50 mg/kg/dose – 12/12h

Vancomicina Septicemia: 10 mg/kg/dose


Nefro e ototoxicidade;
evitar o uso com outras
Meningite: 15 mg/kg/dose
drogas nefrotóxicas;
neutropenia
Níveis terapêuticos: pico IG Idade Intervalo
= 25-40 mcg/ml pré- (semanas) (dias) h
dose = 5-10 mcg/ml ≤ 29 0-28 12
> 28 8
30-36 0-14 12
>14 8
37-44 0-7 12
>7 8
≥ 45 todos 6

128
Zidovudina 1% VO:
(10mg/ml) >35 s: 4 mg/kg/dose – 12/12h-28 dias
Depressão medula óssea
30-35s: 2 mg/kg/dose- 12/12h-14 dias
3mg/kg/dose - 12/12h – 14 dias
≤ 30s: 2 mg/kg/dose- 12/12h- 28 dias

IV: Infusão em 1h
>35 s: 3mg/kg/dose, 12/12h-28 dias
30-35s: ,5 mg/kg/dose –12/12h-14 dias
3mg/kg/dose - 12/12h – 14 dias
≤ 30s: 1,5 mg/kg/dose –12/12h-28dias

(**) Tabela de intervalo de doses para os seguintes anti-infecciosos:


Cefazolina, Cefotaxime, Cefoxitina, Ceftazidime, Clindamicina,
Oxacilina, Vancomicina.
IG (semanas) Idade (dias) Intervalo h
≤ 29 0-28 12
> 28 8
30-36 0-14 12
>14 8
37-44 0-7 12
>7 8
≥ 45 todos 6

129
e. Miscelânea

Fludocortisona 0,025 – 0,2 mg / dia PO


(DOCA) 0,1 mg de Fludocortisona = 1 mg Doca
Substituição de mineralocorticoide
Diazóxido 2-5 mg/kg /dose PO 8h
Tratamento da hipoglicemia por
hiperinsulinismo
Eritropoietina 200-400u/kg/dose – 3 a 5 x/semana – por 2-6
semanas- IV ou SC
Dose total semanal: 600-1400u/kg
Glucagon Filhos de diabéticas: 200 mcg/kg IM/ EV/SC
Tratamento da Infusão continua: 10-20 mcg/kg/h
hipoglicemia
Heparina Permeabilidade de catéteres: 0,5 – 1 u/ml de
1mg = 100u fluido
Trombose: 50 u /kg/bolus
15 - 25 u/kg/hora infusão continua
Ajuste pelo KTTP : 5 u/kg a cada hora
Hidrocortisona Crise adrenal: 3 – 10 mg/kg dia EV
Substituição fisiológica: 1 mg/kg/dia
(ou 15-25 mg/m2/dia)
Imunoglobulina 500-750u/kg/dose – a cada 2 - 6h
humana Trombocitopenia neonatal: 1g/kg – pode
repetir a cada 24h
Octreotide Hipoglicemia hiperinsulinêmica: 1 (até 10)
Quilotórax, mcg/kg/dose – 6/6h – SC, IV
Quilotórax: 1(até 7) mcg/kg/h – contínuo,

130
Protamina Tempo desde a última dose de heparina:
antagonista da < 30’: 1 mg/100 U heparina
heparina 30’-60’: 0,5-0,75 mg/ 100 U heparina
60’-120’: 0,375-0,5 mg/ 100 U heparina
> 120’: 0,25-0,375 mg/ 100 U heparina
Sorcal 1 g/ kg/ dose de 6-8 h
Tratamento hipercaliemia: resina troca( Ca++
por K+)
Tétano 250 UI IM
(Imunoglobulina Profilaxia de tétano neonatal
humana)

Solução para dilatação pupilar – “Solução M”

Ciclopégico – 0,62 ml
Fenilefrina 10% - 0,62 ml
Lácrima Plus – 1,25 ml

Aplicar 1 gota/olho – a cada 5 minutos - 3 vezes. Iniciar 1h


antes do procedimento.

131
2. Drogas e Amamentação
Contra-indicadas
Anfetamina BromocriptinaCocaína 
Ciclofosfamida Ciclosporina Lítio
Doxorubicina Ergotamina Heroína
Fenciclidina (PCP) MetrotexateFenindiona

 Suspensão temporária
64Cobre (por 48 h) 67Gálio (por 2 semanas)
 Indio (por 20 h)
111
123Iodo (por 36 h)
125Iodo(por 2 semanas) 131Iodo (por 2 a 14 dias)
99mTechenetium (por 72 horas)
 Efeitos desconhecidos (evitar uso prolongado)
Ansiolíticos: diazepam, lorazepan, midazolan,
perfenazina, temazepan.
Antidepressivos: amitriptilina, amoxapine,
desipramine, fluoxetina, fluvoxamina, imipramina.
Antipsicóticos: clorpromazina, clorprotixene,
haloperidol, mesoridazina
Cloranfenicol, metoclopramida, metronidazol,
tinidazol

Efeitos significantes raros (risco/benefício)


ácido aminossalicílico aspirina
clesmatine sulfalazina
fenobarbital primidona
132
3. Avaliação da Idade Gestacional (New Ballard)

Postura

Ângulo
do pulso

Recolhe-
mento do
braço

Ângulo
poplíteo

Sinal
da
manta
Calcanhar
até orelha

Maturidade Neuromuscular

 Postura
RN quieto em posição supina.
0. braços e pernas estendidos.
1. início de flexão da pelve e joelhos, braços estendidos.
2. maior flexão pernas, braços estendidos.
3. pernas flexionadas e abduzidas, discreta flexão dos
braços.
4.flexão completa dos braços e pernas.
 Ângulo do pulso (square window)
 Flexione a mão sobre o antebraço até obter a mais
completa flexão sem rotar o pulso. Medir o ângulo entre a
eminência hipotenar e o aspecto ventral do antebraço.
133
 Recolhimento do braço
Posição supina, flexione os antebraços por 5” estenda
completamente segurando pelas mãos  libere. Escores
pelo ângulo formado entre o braço e antebraço.

 Ângulo poplíteo
Posição supina com a pelve plana, coxa na posição joelho-
tórax: estenda a perna com leve pressão e meça o angulo
poplíteo.

 Sinal da Manta
Posição supina, leve a mão do RN em torno do pescoço na
direção do ombro oposto. Veja a posição do cotovelo.
-1. cotovelo ultrapassa com folga linha axilar oposta
0. cotovelo ultrapassa linha axilar oposta
1. cotovelo atinge linha axilar oposta
2. cotovelo ultrapassa a linha média
3. cotovelo não atinge linha média
4. cotovelo na linha axilar ipsilateral.(5 ) cotovelo não
ultrapassa a linha axilar ipsilateral.

 Calcanhar até orelha


Posição supina levante o pé o mais próximo da cabeça sem
forçar e observe a distância. O joelho fica solto ao longo do
abdômen.

134
II- Maturidade física
-1 0 1 2 3 4 5
Pele Transparente, Gelatinosa, Lisa e rósea Descamação Rachada Pergaminhosa, Coriácea,
friável, vermelha, superficial e/ou áreas de palidez rachaduras mais rachaduras
aderente translúcida. exantema profundas. profundas,
Veias: visíveis Veias: poucas Veias: raras Veias: invisíveis enrugada
Lanugo Ausente Esparso Abundante Adelgando Desaparecendo Praticamente
ausente
Superfície Calcanhar >50 mm Marcas Prega Pregas no 2/3 Pregas em toda a
Plantar dedo Sem pregas vermelhas transversa anteriores planta
40-50 mm: -1 tênues anterior
< 40 mm: - 2 somente
Seio Imperceptível Levemente Auréola plana Auréola Auréola elevada. Auréola
perceptível pontiaguda. Broto: 3-4 mm completa
Sem broto Broto: 1-2 mm Broto: 5-10 mm
Olhos Pálpebras Pálpebras Pavilhão levete Pavilhão bem Pavilhão bem Cartilagem firme
fusionadas: abertas curvado, mole, curvado, mole, formado, firme, Orelha rígida
Orelhas firme: -2 Pavilhão desdobra desdobra desdobra
frouxa: -1 plano, lenta- mente rapidamente. instantaneamente.
Permanece
dobrado
Genitália Escroto plano Escroto vazio Testículos Testículos mais Testículos baixos. Testículos
Masculina e liso Rugas tênues altos no canal baixos Rugas pedunculados.
Rugas: raras Rugas: poucas proeminentes Rugas profundas
Genitália Clitóris Clitóris Clitóris Pequenos e Grandes lábios > Grandes lábios
Feminina proeminente proeminente proeminente grandes lábios pequenos lábios encobrem
Lábios planos Pequenos Pequenos igualmente clitóris e
lábios lábios proeminentes pequenos lábios
pequenos aumentando

135
Idade Gestacional (New Ballard)

escore semanas
-10 20
-5 22
0 24
5 26
10 28
15 30
20 32
25 34
30 36
35 38
40 40
45 42
50 44

Cada ponto do escore intermediário  3 dias ( escore de


42 = 40 sem e 6 dias)

Para calcular a idade gestacional dos RN graves ou


recebendo drogas sedativas: idade gestacional =
maturidade física x 2

136
4.CRIB (Índice de Risco Clínico Neonatal)

Fator Pontos
Peso de nascimento (g)
> 1350 0
851 - 1350 1
701 - 850 4
< 700 7
Idade Gestacional (semanas)
> 24 0
< 24 1
Malformações congênitas *
Nenhuma 0
Sem risco de morte a curto prazo 1
Com risco de morte a curto prazo 3
Déficit de base máximo nas primeiras 12 h (mmol/l)
> -7,0 0
-7,0 a -9,9 1
-10,0 a -14,9 2
< -15 3
FiO2 mínimo apropriado nas primeiras 12 h
< 0,40 0
0,41 a 0,60 2
0, 61 a 0,90 3
0,91 a 1,0 4
FiO2 máximo apropriado nas primeiras 12 h
< 0,40 0
0,41 a 0,80 1
0,81 a 0,90 3
0,91 a 1,0 5
Escore:

137
5. SNAPPE-II

VARIÁVEL PONTOS
1- Pressão Arterial Média:20-29 mmHg 9
<20 mmHg 19
2- Temperatura: 35-35,6 C 8
<35 C 15
3- Razão pO2/FiO2: 1-2,49 5
0,99 - 0,3 16
<0,3 28
4- pH do sangue: 7,10-7,19 7
<7,10 16
5-Convulsões múltiplas 19
6-Volume urinário: 0,1-0,9 ml/Kg/h 5
<0,1 ml/Kg/h 18
7-Peso ao nascer:750-999 10
<750 17
8- PIG (< Percentil 3) 12
9-Apgar de 5 minutos <7 18
TOTAL DE PONTOS

138
Definição de PIG: < Percentil 3

Idade Gestacional Percentil 3


22 320
23 380
24 430
25 500
26 580
27 670
28 740
29 820
30 920
31 1030
32 1140
33 1280
34 1420
35 1580
36 1750
37 1920
38 2120
39 2350
40 2520
41 2660
>41 2750

139
6. Leucograma
Idade Leucócitos totais Neutrófilos Bastões e Linfócitos Monócitos Eosinófilos
horas Metamielócitos
RN A TERMO
0 10.000 - 26.000 5.000 - 13.000 400 - 1.800 3.500 - 8.500 700 - 1.500 200 - 2000
12 13.500 - 31.000 9.000 - 18.000 400 - 2.000 3.000 - 7.000 1.000 - 2.000 200 - 2.000
72 5.000 - 14.500 2.000 - 7.000 200 - 400 2.000 - 5.000 500 - 1.000 200 - 1.000
144 6.000 -14.500 2.000 - 6.000 200 - 500 3.000 - 6.000 700 - 1.200 200 - 800
PREMATUROS
0 5.000 - 19.000 2.000 - 9.000 200 - 2.400 2.500 - 6.000 300 - 1.000 100 - 700
12 5.000 - 21.000 3.000 - 11.000 200 - 2.400 1.500 - 5.000 300 - 1.300 100 - 1.100
72 5.000 - 14.000 3.000 - 7.000 200 - 600 1.500 - 4.000 300 - 1.200 200 - 1.100
144 5.500 - 17.500 2.000 - 7.000 200 - 500 2.500 - 7.500 500 - 1.500 300 - 1.200

7. Hemograma e Plaquetas
<1200 g 1 - 3 dias 4 - 7 dias 2 sem 4 sem 6 sem 8 sem
Hemoglobina 15,6 16,4 15,5 11,3 8,5 7,8
Reticulócitos 8,4 % 3,9 % 1,9% 4,1 % 5,4% 6,1%
Plaquetas 148.000 163.000 162.000 158.000 210.000 212.000
1200-1500g
Hemoglobina 20 18 17,1 12 9,1 8,3
Reticulócitos 2,7 % 1,2 % 0,9 % 1,0 % 2,2 % 2,7%
Plaquetas 151.000 134.000 153.000 189.000 212.000 244.000

140
8. Líquido Cefalorraquidiano (LCR)
1000 g 1000 - 1500 g Termo
Leucócitos (mm3) 4 6 7
(0 - 14) (0 - 44) (0 - 34)
Eritrócitos (mm3) 1027 786 23
(0 - 19.000) (0 - 9750) (6 - 630)
PMN (%) 6 9 40 - 60
(0 - 66) (0 - 60)
Linfomonócitos (%) 86 85 40 - 60
(34 - 100) (13 - 100)
Glicose (mg/dl) 61  34 59  21 52
(34 - 119)
Proteínas (mg/dl) 150 132 45
(95 - 370) (45 – 227) (30 - 102)

9. Bioquímica
sangue do cordão 1 - 12 h 12 - 24 h 24 - 48 h 48 - 72 h
Na+ 147 143 145 148 149
(mEq/l) ( 126 - 166 ) ( 124 - 156 ) ( 132 - 159 ) ( 134 - 160 ) ( 139 - 162 )
K+ 7,8 6,4 6,3 6,0 5,9
(mEq/l) ( 5,6 - 12 ) ( 5,3 - 7,3 ) ( 5,3 - 8,9 ) ( 5,2 - 7,3 ) ( 5,0 - 7,7 )
Cl - 103 100,7 103 102 103
(mEq/l) ( 98 - 110 ) ( 90 - 111 ) ( 87 - 114 ) ( 92 - 114 ) ( 93 - 112 )
Ca++ 9,3 8,4 7,8 8,0 7,9
(mg/ml) (8,2 - 11,1) (7,3 - 9,2) ( 6,9 - 9,4 ) ( 6,1 - 9,9 ) ( 5,9 - 9,7 )
Uréia 29 27 33 32 31
(mg/dl) ( 21 - 40 ) ( 8 - 34 ) ( 9 - 63 ) ( 13 - 77 ) ( 13 - 68 )
Glicose 73 63 63 56 59
(mg/dl) ( 45 - 96 ) ( 40 - 97 ) ( 42 - 104 ) ( 30 - 91 ) ( 40 - 90 )
Creatinina < 36 sem 1,3
(mg/dl) (0,8 - 1,8)
Termo 0,6
(0,2 - 0,9)

CO2 Total ___ ______ _____ _____ 20


(mEq/l)

141
10. Composição dos Fluidos Corpóreos (mEq/l)

Tipo de Fluido Sódio Potássio Cloreto HCO3- Total


Estômago 20 - 120 5 - 25 90 - 160 0,5
Drenagem duodenal 20 - 140 3 - 30 30 - 120 10 - 50
Trato biliar 120 - 160 3 - 12 70 - 130 30 - 50
Intestino delgado: drenagem 100 - 140 4 - 40 60 - 100 30 - 100
inicial
Intestino delgado:drenagem 4 - 20 4 - 10 10 - 100 40 - 120
contínua
Pancreática 110 - 160 4 - 15 30 - 80 70 - 130
Diarréia 10 - 25 10 - 30 30 - 120 10 - 50

11. Superfície Corpórea

Idade Peso Médio Superfície


Gestacional (kg) Corpórea
(m2)
26 0,9 - 1,0 0,10
30 1,3 - 1,5 0,12
32 1,6 - 2,0 0,15
38 2,9 - 3,0 0,20
40 3,1 - 4,0 0,25

142
12. Tabela de Pressão Arterial

RN Prematuros <1750 g (método não invasivo)


600 - 999 g 1000 - 1249 g
dia Sistólica Diastólica Sistólica Diastólica
( DP) ( DP) ( DP) ( DP)
1 37,9  17,4 23,2  10,3 44  22,8 22,5  13,5
3 44,9  15,7 30,6  12,3 48  15,4 36,5  9,6
7 50  14,8 30,4  12,4 57  14 42,5  16,5
14 50,2  14,8 37,4  12 53  30 ------
28 61  23,5 45,8  27,4 57  30 ------

1250 - 1499 g 1500 - 1750 g


Sistólica Diastólica Sistólica Diastólica
( DP) ( DP) ( DP) ( DP)
1 48  18 27  12,4 47  15,8 26  15,6
3 59  21,1 40  13,7 51  18,2 35  10
7 68  14,8 40  11,3 66  23 41  24
14 64  21,2 36  24,2 76  34,8 42  20,3
28 69  31,4 44  26,2 73  5,6 50  9,9

143
13. Curvas de Crescimento Intra-Útero

COMPRIMENTO
(CM)

CABEÇA
(CM)

PESO AO NASCER
(G)

IDADE GESTACIONAL (SEMANAS) 144


110
14. Curvas de Crescimento Pós-Natal

145
15. Gráficos para Colocação do Cateter Arterial

Válvula aórtica

Diafragma

146
16. Indicações de UTI / UCI / UC Canguru
(RDC 930/2012)

Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)


 RN de IG < 30 semanas ou PN < 1.000 gramas
 RN que necessita de:
Ventilação mecânica ou CPAP, em fase aguda
de insuficiência respiratória ou necessidade de FiO2> 0,30
por campânula;
Nutrição parenteral;
Cateter venoso central;
Drogas vasoativas;
Prostaglandina;
Antibióticos para tratamento de infecção grave;
Exsanguineotransfusão ou transfusão de
hemoderivados por quadros hemolíticos agudos ou
distúrbios de coagulação
 RN que necessita de cirurgias de grande porte ou
pós-operatório imediato de cirurgias de pequeno e médio
porte;

Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal


(UCIN)
- RN que, após a alta da UTIN, ainda necessite de
cuidados complementares;

147
- RN com desconforto respiratório leve que não
necessite de assistência ventilatória mecânica ou CPAP
ou campânula com FiO2> 0,30;
- RN com peso entre 1.000g e 1.500g, estável, sem
acesso venoso central, em nutrição enteral plena, para
acompanhamento clínico e ganho de peso;
- RN com peso > 1.500g, que necessite de venóclise
para hidratação venosa, alimentação por sonda e/ou em
uso de antibióticos com quadro infeccioso estável;
- RN em fototerapia com níveis de bilirrubinas
próximos aos níveis de exsanguineotransfusão;
- RN submetido a procedimento de
exsanguineotransfusão, após tempo mínimo de
observação em UTIN, com valores de bilirrubina
descendentes e equilíbrio hemodinâmico;
- RN submetido à cirurgia de médio porte, estável,
após o pós-operatório imediato em UTIN.

Indicação de Unidade de Cuidado Canguru (UCCa)

RN com peso > 1.250g, clinicamente estável, em


nutrição enteral plena, cujas mães manifestem o desejo de
participar e tenham disponibilidade de tempo. Nós
optamos pelo peso mínimo de 1500g

148
17. Atendimento Sala de Parto – Recém-Nascido
Termo Normal

Gestação a termo?

Chorando ou respirando adequadamente?

Bom tônus muscular?

Inspeção rápida normal?

TODOS SIM ?

CUIDADOS DE ROTINA
Secar junto à mãe*

Cobrir com campo seco

Colocar em contato pele a pele com a mãe

Observar respiração, atividade, cor, identificação**

*Se necessário → aspirar vias aéreas


**Postergar → limpeza, exame completo, nitrato de prata e vitamina K

Ligadura do cordão umbilical tardia: em 1-2 minutos

149
18. Atendimento Sala de Parto - RN com Depressão
Neonatal
Passos iniciais
 Berço aquecido / manter temperatura
 Posicionar e aspirar vias aéreas se necessário
 Secar / Estimular

Em30 segundos, se:


Dificuldade respiratória ou
FC<100 / Gasping /Apneia cianose central persistente

Aspirar vias aéreas


Ventilação c/ Babypuff (PIP : 20 cmH20) Instalar oxímetro
e máscara ou ambu, , O2 21% Oxigênio se saturação baixa
Instalar oxímetro Considerar CPAP

se FC continuar < 100: Cuidadospós-ressuscitação


Reajustar ventilação ( PIP 30 ou 40
cmH20),  O2 (até 100%)
90 segundos - Considerar intubação
Minutos devida SapO2 esperada
1 min 60-65%
2 min 65-70%
3 min 70-75%
se FC < 60: intubação +Massagem Cardíaca
4 min 75-80%
Coordenar com ventilação (3:1) + O2 100%
5 min 80-85%
10 min 85-95%

Se FC persistir < 60:


Cateter veia umbilical
Adrenalina IV: 0,02mg/kg / TET: 0.08mg/kg
verificar se : Pneumotórax ou Hipovolemia

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