Produção Do Açúcar - UEM 2019
Produção Do Açúcar - UEM 2019
Produção Do Açúcar - UEM 2019
Departamento de Química
Tecnologia química 2
Trabalho no1
TEMA:
Discente: Docentes:
Roberto Mboane Prof. Doutor Engo Condo
Índice
1. Introdução................................................................................................................................3
1.1Objectivos...........................................................................................................................4
1.1.1Objectivo geral.............................................................................................................4
1.1.2 Objectivo especificos...................................................................................................4
1.2 A cadeia produtiva do açúcar.............................................................................................4
1.3 Tipos de açúcar..................................................................................................................5
2.1 A cana-de-açúcar como matéria-prima..................................................................................6
2.2 Processo de produção........................................................................................................6
2.3 Etapas do processo.............................................................................................................7
2.3.1 Etapas da preparação do caldo...................................................................................7
2.3.1.1 Recepção da matéria-prima.....................................................................................7
2.3.2.2 Extração da sacarose ou moagem............................................................................7
2.3.2.3 Tratamento do caldo................................................................................................7
2.3.2.4 Evaporação...............................................................................................................8
2.3.3 Cristalização.................................................................................................................9
2.3.3.1 Supersaturação.........................................................................................................9
Métodos de medidas de supersaturação.............................................................................9
2.3.3.2 Centrifugação.........................................................................................................10
2.3.3.3 Secagem.................................................................................................................11
2.3.4.1 Armazenamento em sacas......................................................................................12
3.1 Balanço de massa de açúcares redutores.............................................................................12
3.1.1 ART dos produtos fabricados.........................................................................................13
4.1 Qualidade do açúcar.............................................................................................................13
4.2 Características físico-químicas..........................................................................................14
4.2.1 Teor de sacarose........................................................................................................14
4.2.2 Resíduo mineral fixo..................................................................................................14
4.2.3 Dextrana....................................................................................................................14
4.2.4 Índice de cor (ICUMSA)..............................................................................................14
4.2.5 Teor de dióxido de enxofre........................................................................................15
5.4 Características microscópicas...............................................................................................15
5.5 Características sensoriais..................................................................................................15
6. Considerações Finais..............................................................................................................16
Referências.................................................................................................................................17
1. Introdução
A cana-de-açúcar é a principal matéria-prima para a indústria açucareira mundial. É
nesse aspecto da importância deste setor agroindustrial que se justifica a necessidade do
conhecimento e disseminação das informações pertinentes aos processos de produção de
um açúcar de qualidade evitando qualquer tipo de risco químico, físico ou biológico
(GROFF 2010). Este trabalho também é justificado pela importância de se evitar
impactos ambientais decorrentes dos resíduos da produção do açúcar.
A produção do açúcar envolve etapas que começam ainda na recepção, como a pesagem
e amostragem, processo importante para a classificação do produto pela indústria e
atribuição de valor para o produtor pela qualidade da cana fornecida. Essa conexão entre
aindústria e o produtor na busca pela qualidade através de uma produção limpa pode
gerar lucros para ambos. Entre as áreas de conhecimento da Engenharia de Produção
este trabalho enquadra-se na área de Engenharia da Sustentabilidade. A qual é definida
como “Planejamento da utilização eficiente dos recursos naturais nos sistemas
produtivos diversos, da destinação e tratamento dos resíduos efluentes destes sistemas,
bem como da implantação de sistema de gestão ambiental e responsabilidade social.”
(ABEPRO, 2010).
Quanto as sub-áreas de conhecimento relacionadas a Engenharia da Sustentabilidade, o
presente trabalho apresenta seu foco, segundo (ABEPRO, 2010), voltado para sub-área
de Produção mais Limpa e Ecoeficiência.
Este trabalho foi desenvolvido dentro da disciplina de Fatores de Produção
Agropecuária (GROFF, 2010), no curso de Engenharia de Produção Agroindustrial da
FECILCAM, durante o ano de 2010, tendo como objetivo fornecer as informações
necessárias para o desenvolvimento de um processo industrial que vise a otimização da
produção do açúcar de maneira a alcançar um produto de qualidade, mostrando a
importância do reaproveitamento dos resíduos e subprodutos resultantes do sistema na
obtenção da maximização dos lucros e diminuição dos custos de produção e impactos
ambientais (MEZAROBA e MENEGUETTI., 2010).
O presente trabalho apresenta-se dividido em quatro seções. Na primeira seção aborda-
se brevemente o tema, seguindo na segunda seção sua teoria de base, sendo na terceira
seção abordada a metodologia e na quarta as considerações finais
1.1Objectivos
1.1.1Objectivo geral
2.3.2.4 Evaporação
Constitui o primeiro estágio de concentração do caldo tratado. O caldo tratado contém
cerca de 85% de água, que é então, evaporada até que se atinja 40% em água, tornando-
se um xarope grosso e amarelado. Devido a necessidade de economia de vapor, esta
evaporação é feita em evaporadores com múltiplo efeito concorrente, isto é, o vapor
gerado na caixa de evaporação precedente é utilizado como fonte de aquecimento para a
caixa posterior. Esta seção também fornece a água condensada para alimentação das
caldeiras. O conjunto de evaporadores constitui-se de equipamentos que, bem
dimensionados e operados, contribuem de forma indiscutível para o bom balanço
térmico da fábrica, aumentando ou reduzindo a eficiência de vários outros
equipamentos, inclusive dos cozedores. Um xarope de boa concentração é produto de
extrema importância no setor de cozimento. Quando sua concentração é baixa, muito
são os efeitos negativos, provocando aumento do consumo de vapor e do tempo de
cozimento, bem como perdas de capacidade dos equipamentos.
2.3.3 Cristalização
O xarope produzido pela etapa de evaporação passa por um processo de cozimento,
feito em cristalizadores, que na verdade são evaporadores de simples efeito. Nesta
etapa, que é realizada em batelada, o xarope é concentrado sob vácuo, até atingir certo
grau de supersaturação. A separação da sacarose das impurezas associadas nas soluções
sacarinas é o objetivo fundamental na fabricação de açúcar. Este objetivo é alcançado
através da cristalização da sacarose, que é subsequente à separação dos cristais por meio
de força centrífuga, pois outras impurezas já foram eliminadas na fase de clarificação. A
presença de não-açúcares nos méis exerce influência adversa no processo da
cristalização. A separação da sacarose dos não-açúcares, por meio da cristalização,
exige repetidas cristalizações, tantas quantas sejam economicamente possíveis.
2.3.3.1 Supersaturação
Para que haja formação e crescimento dos cristais de açúcar, a condição essencial é a
supersaturação. Geralmente, a cristalização de materiais de baixa pureza, requer
supersaturação mais alta do que para soluções de açúcar de alta pureza. Supersaturação
é expressa pela relação entre a quantidade de sólidos dissolvidos por unidade de água
contida na solução supersaturada e a que se continha na solução saturada de mesma
pureza e temperatura.
Métodos de medidas de supersaturação
O grau de supersaturação pode ser medido apenas por vias indiretas. Os métodos
comuns são:
• Brix refratométrico.
• Elevação do ponto de ebulição.
• Condutividade elétrica.
• Consistência.
Assim, a massa cozida, após ter sido processada nos cozedores, à temperatura na faixa
de 65-70°C e coeficiente de supersaturação de aproximadamente 1,20, é descarregada
nos tanques de cristalização. A massa é então mantida em regime de agitação lenta
sobre refrigeração, o que torna possível a continuidade do processo de cristalização
iniciado na fase de cozimento do xarope.
2.3.3.2 Centrifugação
Com o “licor-mãe” tecnicamente esgotado, é necessário separá-lo dos cristais para obter
o açúcar propriamente dito. Esse processo de separação do licor-mãe dos cristais de
açúcar é realizado pelo sistema de centrifugação através de turbinas centrífugas. As
centrífugas podem ser agrupadas em dois tipos principais: centrífugas intermitentes e
centrífugas contínuas. De forma geral, as centrífugas de açúcar compõem-se de um
cesto metálico telado, ao qual se conecta um eixo vertical através da sua extremidade
inferior (Figura 2.2). Este eixo, por sua vez, é acionado por um motor elétrico, sendo o
movimento transferido ao conjunto eixo/cesto através de polias. Assim, estando o motor
em funcionamento, seu movimento é transferido ao conjunto eixo/ cesto, provocando
rotação. Esse movimento de rotação, por sua vez, acaba por gerar força centrífuga no
interior do cesto.
Figura 2.2: Centrífuga convencional
Fonte: www.fcav.unesp.br/omir/aulastaa/aulasacucar/aulaacucar7.pdf
2.3.3.3 Secagem
Quando o açúcar possui umidade elevada, sua deterioração é acelerada, resultando em
maiores perdas. O inverso também é verdadeiro. No caso do açúcar demerara, devido ao
seu processo de centrifugação, seu teor de água situa-se na faixa de 0,5 - 2%. Assim,
independentemente do tipo de açúcar, faz-se necessária à realização da secagem do
açúcar de tal forma que a sua umidade seja reduzida aos níveis de 0,1 - 0,2%. Entre as
partes constituintes de um secador de açúcar, destacam-se o aquecedor de ar e um
ventilador que promove a circulação do ar quente em contracorrente à movimentação do
açúcar no interior do secador. A temperatura do ar de secagem não deve ultrapassar a
marca de 100°C. O ideal é que, na saída do aquecedor, o ar apresente temperatura na
faixa de 70 - 95°C. Nessa condição, tem-se a certeza de que não haverá prejuízos em
termos de qualidade decorrentes do amarelamento dos cristais por conta de
aquecimentos exercidos pelo ar empregado. Outra variável importante nessa fase do
processo é a velocidade do ar de aquecimento. A mesma deve ser regulada para
permanecer na faixa de 1 - 5 m/s. Contudo, a definição da melhor velocidade é
estabelecida por levantamentos realizados sobre eventuais arrastes de cristais finos de
açúcar. Se, numa determinada velocidade, esse arraste estiver ocorrendo de forma
significativa, devem-se adotar velocidades menores. Os secadores podem ser
horizontais ou verticais, sendo que seus comprimentos e capacidades de secagem são
variáveis.
Onde: QAp = rendimento obtido de açúcar expresso como sacarose (kg/t cana)
VEp = rendimento de álcool expresso como etanol (l/t cana)
Observação
Quando há produção de leveduras secas ou venda de xarope ou mel, estes
devem ser convertidos em ART e o resultado acrescentado ao rendimento de
ART obtido com açúcar e álcool.
4.2.3 Dextrana
É um polissacarídeo de alto peso molecular, formado pela deterioração microbiológica
da cana. Sua presença altera a pol do açúcar e alonga os cristais de açúcar. Provoca o
aumento da viscosidade das soluções açucaradas e reduz a taxa de filtração, além de
afetar o empacotamento e armazenagem do açúcar por mudança de densidade aparente.
Quando presente na produção de bebidas pode provocar turbidez, e em balas altera a
etapa de cristalização, enquanto em geléias pode alterar a consistência.
6. Considerações Finais
A qualidade do produto final está diretamente ligada à qualidade da matéria-prima que
deve ser avaliada através da amostragem na recepção. Portanto nesse aspecto destaca-se
a importância do pagamento diferenciado aos produtores da cana-de-açúcar de modo a
incentivar a produção limpa e o fornecimento de uma boa matéria-prima.
De nada adianta produzir um açúcar de qualidade se não for feita a estocagem correta
do produto. Portanto deve-se procurar manter as características do produto
industrializado empregando um armazenamento coerente às necessidades de
temperatura e umidade do açúcar.
No que diz respeito ao reaproveitamento dos subprodutos e resíduos da produção do
açúcar destacam-se como soluções o uso do bagaço como combustível nas caldeiras e
da torta de filtro na fertilização da lavoura canavieira, diminuindo assim os custos de
produção. E também a utilização do melaço na fabricação do álcool etílico e venda dos
resíduos excedentes alcançando dessa forma a maximização dos lucros.
Quando a indústria segue todas as etapas de produção do açúcar de maneira correta,
atribuindo o reaproveitamento de seus subprodutos e resíduos, ela está dessa forma
evitando impactos ambientais, e respeitando as leis vigentes.
Referências
ALCARDE, A.R. Processamento da cana-de-açúcar. Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – Embrapa. 2007, Brasília, DF. Anais...
ANDRADE, S.A.C.; CASTRO. S.B. Engenharia e tecnologia açucareira. Departamento
de Engenharia Química CTG – UFPE. 2006, Pernambuco. Anais...
GROFF, A. M. Fatores de Produção Agropecuária: Apostila, transparências e notas de
aulas. Campo Mourão: PP, Departamento de Engenharia de Produção, FECILCAM,
2010.
MEZAROBA, S.; MENEGUETTI, C.C. Fatores relacionados ao cultivo da cana-de-
açúcar. Trabalho da Disciplina de Fatores de Produção Agropecuária (Graduação em
Engenharia de Produção Agroindustrial) – Departamento de Engenharia de Produção,
FECILCAM, Campo Mourão, 2010.
PAQUETE, S. Quais as diferenças entre açúcar cristal, refinado, demerara e mascavo?.
2008. Disponível em:
http://mundoestranho.abril.com.br/alimentacao/pergunta_287168.shtml. Acesso em 10
de junho de 2010 às 20 hs 13.
PAYNE, J.H. Operações unitárias na produção de açúcar de cana; tradução Florenal
Zarpelon. São Paulo: Nobel S.A., 1989.
USINA ALTO ALEGRE. Aspectos microbiológicos. 2010. Disponível em:
http://www.altoalegre.com.br/. Acesso em 7 de junho de 2010 às 19 hs 36.