Ano B 3 Triduo Pascal - Tempo Pascal 2015
Ano B 3 Triduo Pascal - Tempo Pascal 2015
Ano B 3 Triduo Pascal - Tempo Pascal 2015
abril/maio 2015
Sições cu?
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
12 Edição - 2015
ISSN: 2359-1935
As citações bíblicas dos textos da celebração são do Lecionário Dominical, A, B, €, Paulinas, Paulus 1994, Somente
as citações que são para reforçar o sentido do texto foram retiradas diretamente da tradução bíblica da CNBB e
assim já citadas.
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Sumário
APRESENTAÇÃO...
MISSA VESPERTINA DA
CEIA DO SENHOR
2 de abril de 2015.............ee
res rerração
SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
DO SENHOR
3 de abril de 2015..........eee
erre reraaera
VIGÍLIA PASCAL
4 de abril de 2015..........e rrenan
DOMINGO DA PÁSCOA NA
RESSURREIÇÃO DO SENHOR
S de abril de 2015.............eee
erre ererreras
2º DOMINGO DA PÁSCOA
12 de abril de 2015 ........... rr errer
3º DOMINGO DA PÁSCOA
19 de abril de 2015........ eee r rena rea error e cera area nado
4º DOMINGO DA PÁSCOA
26 de abril de 2015 ............ee
renan reeda
5º DOMINGO DA PÁSCOA
3 de maio de 2015 ....... renas
6º DOMINGO DA PÁSCOA
10 de maio de 2015......e rr errrrrrerererra
e reae a rr rated
ASCENSÃO DO SENHOR
17 de maio de 2015.......ee erre ar a rraarearacr arcano
SOLENIDADE DE PENTECOSTES
24 de maio de 2015............. rsrsrsr erre r rec re rs resn
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Bendito seja Deus que nos dá a graça de participar deste Tríduo Pascal
de 2015. “O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa
com a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, possui o seu centro na
Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressur-
reição” (NUALC, n. 19). A celebração da Morte e da Ressurreição
do Senhor é o ápice do ano litúrgico, pois “Cristo realizou a obra da
redenção humana e da perfeita glorificação de Deus principalmente
pelo seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e
ressuscitando renovou a vida” (NUALC, n. 18).
Como dizia o Bem-aventurado Papa Paulo VI, se há uma liturgia
que deveria encontrar-nos todos juntos, atentos, solícitos e unidos para
uma participação plena, digna, piedosa e amorosa, esta é a liturgia da
grande semana. Por um motivo claro e profundo: o mistério pascal,
que encontra na Semana Santa a sua mais alta e comovida celebração,
não é simplesmente um momento do ano litúrgico; ele é a fonte de
todas as outras celebrações do próprio ano litúrgico, porque todas se
referem ao mistério da nossa redenção, isto é, ao mistério pascal.
Acreditamos que será muito oportuno retomarmos uma “cate-
quese” que o Papa Francisco proferiu no dia 27 de março de 2013,
Quarta-feira Santa. É um convite para entrarmos no verdadeiro
e profundo espírito da Semana Santa. Eis os principais destaques
desta catequese:
“O que pode querer dizer viver a Semana Santa para nós? O que
significa seguir Jesus em seu caminho no Calvário para a Cruz e a
Ressurreição? Em sua missão terrena, Jesus percorreu os caminhos
da Terra Santa; chamou 12 pessoas simples para que permanecessem
com Ele, compartilhando o seu caminho e para que continuassem
a sua missão, escolheu-as entre o povo cheio de fé nas promessas
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristol”
O que significa tudo isto para nós? Significa que este é também
o meu, o teu, o nosso caminho. Viver a Semana Santa seguindo Jesus
não somente com a emoção do coração; viver a Semana Santa seguindo
Jesus quer dizer aprender a sair de nós mesmos para ir ao encontro
dos outros, para ir para às periferias da existência, mover-nos primeiro
para os nossos irmãos e as nossas irmãs, sobretudo aqueles mais dis-
tantes, aqueles que são esquecidos, aqueles que têm mais necessidade
de compreensão, de consolação, de ajuda. Há tanta necessidade de
levar a presença viva de Jesus misericordioso e rico de amor!
Viver a Semana Santa é entrar sempre mais na lógica de Deus, na
lógica da Cruz, que não é antes de tudo aquela da dor e da morte, mas
aquela do amor e da doação de si que traz vida. É entrar na lógica do
Evangelho. Seguir, acompanhar Cristo, permanecer com Ele exige um
'sair” sair. Sair de si mesmo, de um modo cansado e rotineiro de viver a fé,
da tentação de fechar-se nos próprios padrões que terminam por fechar o
horizonte da ação criativa de Deus. Deus saiu de si mesmo para vir em
meio a nós, colocou a sua tenda entre nós para trazer-nos a sua misericór-
dia que salva e doa esperança. Também nós, se desejamos segui-Lo e per-
manecer com Ele, não devemos nos contentar em permanecer no recinto
das 99 ovelhas, devemos 'sair”, procurar com Ele a ovelha perdida, aquela
mais distante. Lembrem-se bem: sair de nós mesmo, como Jesus, como
Deus saiu de si mesmo em Jesus e Jesus saiu de si mesmo por todos nós.
A Semana Santa é um tempo de graça que o Senhor nos doa para
abrir as portas do nosso coração, da nossa vida, das nossas paróquias
— que pena tantas paróquias fechadas! — dos movimentos, das associa-
ções, e “sair de encontro aos outros, fazer-nos próximos para levar a luz
e a alegria da nossa fé. Sair sempre! E isto com amor e com a ternura
de Deus, no respeito e na paciência, sabendo que nós colocamos as
nossas mãos, os nossos pés, o nosso coração, mas em seguida é Deus
que os orienta e torna fecunda cada ação nossa.
Desejo a todos viver bem estes dias seguindo o Senhor com coragem,
levando em nós mesmos um raio do seu amor a quantos encontrarmos”!
2 de abril de 2015
“O AMOR É COMO GRÃO, MORRE E NASCE TRIGO. VIVE E MORRE PÃO!”
Situando-nos
Iniciamos hoje o Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor.
E o ápice do ano litúrgico, porque celebra a Morte e a Ressurreição
do Senhor.
Na narração da Última Ceia, realizada durante a Oração Eucarís-
tica, hoje o Missal Romano pede que o presidente reze (especialmente
quando usa a Oração Eucarística 1): “Na noite em que ia ser entregue,
isto é, hoje, ele tomou o pão...”. “A liturgia de Quinta-feira Santa insere
no texto da oração a palavra “hoje”, sublinhando deste modo a digni-
dade particular deste dia. Foi “hoje” que Ele o fez: deu-Se a Si mesmo
para sempre no sacramento do seu Corpo e do seu Sangue. Este “hoje
é antes de mais nada o memorial da Páscoa de então.
Mas é mais do que isso. O nosso hoje entra em contato com
o seu hoje. Ele faz isto agora. Com a palavra “hoje”, a liturgia da
Igreja quer induzir-nos a olhar com grande atenção interior para o
mistério deste dia, para as palavras com que o mesmo se exprime.
Procuremos, pois, escutar de maneira nova a narração da institui-
ção tal como a Igreja, com base na Escritura e contemplando o
próprio Senhor, a formulou”.?
Recordando a Palavra
A Palavra que hoje nos é proclamada nos conduz à plena compreensão
do Mistério Pascal que estamos celebrando. São Paulo, na segunda
leitura, nos transmitiu aquilo que ele próprio recebeu do Senhor, isto
é, a instituição da Ceia como Nova Aliança e como memorial da sua
morte. João, no Evangelho, nos transporta ao mesmo acontecimento
da vida de Cristo e também nos fala, de modo muito peculiar, da
Eucaristia. São Paulo descreve o sinal - o Pão e o Vinho partilhados.
João nos descreve o significado: o amor até o fim de Cristo e o serviço
aos irmãos. Às palavras de Jesus que fecham o trecho evangélico:
“como eu fiz fazei vós também, são outro modo de dizer: fazei isto em
memória de mim!”
“Fazei isto em memória de mim”, pediu Jesus. Cristo instituiu
um memorial que atravessa a história, desde a noite do êxodo (pri-
meira leitura), ponto alto de todas as intervenções de Deus (AT),
até a suprema e definitiva intervenção acontecida com a morte e a
Ressurreição de Cristo (NT).
Atualizando a Palavra
O pão e o vinho são elementos proféticos nas Escrituras. Aparecem
já no livro do Gênesis, quando o sacerdote Melquisedec celebra uma
ceia histórica (cf. Gn 14,18). Mas além do sinal, existe uma ação:
“partir e distribuir”. Depois de o ter abençoado, o Senhor parte o pão e
distribui-o aos discípulos. Partir o pão é o gesto do pai de família que
se preocupa com os seus e lhes dá aquilo de que têm necessidade para a
vida. Mas é também o gesto da hospitalidade com que o estrangeiro, o
hóspede é acolhido na família sendo-lhe concedido tomar parte na sua
vida. Partir-partilhar é unir. Através da partilha, cria-se comunhão.
No pão repartido, o Senhor distribui-Se a Si próprio. O gesto de partir
alude misteriosamente também à sua morte, ao amor até a morte.
Ele distribui-Se a Si mesmo, verdadeiro “pão para a vida do mundo”
3 Cf. Cantalamessa, R.£o Verbo se fez carne. São Paulo: Editora Ave Maria, 2013, p. 803.
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
por terra e que trouxe muito fruto. E esta a Páscoa da Igreja, com a
qual nos preparamos para celebrar a Páscoa de Cristo e nossa também.
“O amor é como grão, morre e nasce trigo, vive e morre pão”, canta
Gilberto Gil. Apesar de fazê-lo de maneira involuntária, o autor nos
explica em profundidade o mistério que celebramos na missa. Deus é
amor, é o pão que nos alimenta, refaz nossas energias. Tornou-se grão,
um pequenino ser encarnado na natureza humana, aceitou nossas limi-
tações, até mesmo a morte. Renasceu do ventre da terra, como o trigo,
dourado e glorificado, acenando para a luz infinita da seara pronta para
a colheita, o novo povo de Deus remido em sua graça. Era preciso nascer
de novo. É vivo se fez pão, para todos que amou e ama até o fim.
das crianças, ou seja, uma palavra meiga que ninguém ousaria aplicar
a Deus. É a linguagem d'Aquele que é verdadeiramente criança”, Filho
do Pai, d'Aquele que vive em comunhão com Deus, na unidade mais
profunda com Ele.
Se nos perguntássemos qual era o elemento mais característico
da figura de Jesus nos Evangelhos, temos de dizer: a sua relação com
Deus. Ele está sempre em comunhão com Deus; estar com o Pai é o
núcleo da sua personalidade. Através de Cristo, conhecemos verdadei-
ramente Deus.
Antes de refletir sobre o conteúdo da súplica de Jesus, devemos
ainda fixar a nossa atenção sobre o que os evangelistas nos referem
a propósito do comportamento d'Ele durante a sua oração. Mateus e
Marcos dizem-nos que 'caiu com a face por terra” (Mt 26,39; cf. Mc
14,35), assumindo por conseguinte a posição de submissão total, como
se manteve na liturgia romana de Sexta-feira Santa. Lucas, por sua vez,
diz-nos que Jesus rezava de joelhos. Nos Atos dos Apóstolos, fala da
oração de joelhos feita pelos santos: Estêvão durante a sua lapidação,
Pedro no contexto da ressurreição de um morto, Paulo a caminho do
martírio. Assim Lucas redigiu uma pequena história da oração feita de
joelhos na Igreja nascente. Ajoelhando-se, os cristãos entram na ora-
ção de Jesus no Monte das Oliveiras. Ameaçados pelo poder do mal,
eles ajoelham: permanecem de pé frente ao mundo, mas, enquanto
filhos, estão de joelhos diante do Pai. Diante da glória de Deus, nós,
cristãos, ajoelhamo-nos reconhecendo a sua divindade; mas, com este
gesto, exprimimos também a nossa confiança de que Ele vence.
Jesus luta com o Pai: melhor, luta consigo mesmo; e luta por nós.
Sente angústia frente ao poder da morte. Este sentimento é, antes de
mais nada, a turvação que prova o homem, e mesmo toda a criatura
viva, em presença da morte. Mas, em Jesus, trata-se de algo mais. Ele
estende o olhar pelas noites do mal; e vê a maré torpe de toda a mentira
e infâmia que vem ao seu encontro naquele cálice que deve beber. É
a turvação sentida pelo totalmente Puro e Santo frente à torrente do
mal que inunda este mundo e que se lança sobre Ele. Vê-me também
a mim, e reza por mim. Ássim este momento da angústia mortal de
= “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
3 de abril de 2015
“ATÉ A MORTE, E MORTE DE CRUZ!"
Situando-nos
“Neste dia, em que “Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado', a Igreja,
com a meditação da paixão do seu Senhor e Esposo e adorando a cruz,
comemora o seu nascimento do lado de Cristo que repousa na cruz, e
intercede pela salvação do mundo todo.
A Igreja, seguindo uma antiquíssima tradição, neste dia não
celebra a Eucaristia; a sagrada Comunhão é distribuída aos fiéis só
durante a celebração da paixão do Senhor; aos doentes, impossibilita-
dos de participar desta celebração, pode-se levar a Comunhão a qual-
quer hora do dia”.
Não estamos reunidos para “recordar” um fato do passado que
aconteceu 20 séculos atrás, mas sim, um mistério. Na celebração “como
aniversário”, explica Santo Agostinho, só é preciso “indicar com uma
solenidade religiosa o dia exato do ano no qual se repete a recordação
do próprio acontecimento”; na celebração como mistério (“em sacra-
mento”), “não só se comemora um evento, mas é realizado de maneira
que se compreenda o seu significado e seja acolhido santamente”.
Isto muda tudo. Não se trata só de assistir a uma representa-
Pp
ção, mas de “receber” o seu significado, de passar de espectadores
para atores. Por conseguinte, depende de nós escolher qual parte
7 Paschalis Sollemnitatis, Carta Circular da Congregação para o Culto Divino, 1988, n. 58-59.
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
Recordando a Palavra
O publicano da parábola subiu ao templo para rezar; disse simples-
mente, mas do fundo do coração: “Meu Deus, tem compaixão de
mim, que sou pecador?”, e “(...) voltou para casa justificado” (Lc 18,14),
reconciliado, feito novo, inocente. O mesmo, se tivermos a sua fé e
o seu arrependimento, poder-se-á dizer de nós, voltando para casa
depois desta liturgia. Por isso, entre os personagens da paixão com os
quais podemos nos identificar e, quem sabe, aquele que mais espera
que sigam o seu exemplo: o bom ladrão.
O bom ladrão faz uma completa confissão de pecador, diz ao seu
companheiro que insulta Jesus: “Nem sequer temes a Deus, tu que
sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos rece-
bendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal” (Lc 23,40).
O bom ladrão demonstra-se um excelente teólogo. De fato, só Deus
sofre absolutamente como inocente; outro ser que sofre deve dizer:
“sofro justamente”, porque embora não seja responsável pela ação que
me é atribuída, nunca sou totalmente sem culpa. Só o sofrimento
das crianças inocentes se assemelha com o de Deus e por isso é tão
misterioso e sagrado.
Quantos delitos graves permaneceram nos últimos tempos sem
um culpado, quantos casos sem solução! Pensemos nos inúmeros casos
de corrupção e de desvios do dinheiro público em nosso país. O bom
ladrão lança um apelo aos responsáveis: fazei como eu, denunciai-
-vos, confessai a vossa culpa: experimentareis também vós a alegria
que senti quando ouvi a palavra de Jesus: “Hoje estarás comigo no
paraíso!” (Lc 23,43). Quantos réus confessos podem confirmar que
p
Atualizando a Palavra
Paulo plantou a cruz no centro da Igreja como mastro principal
no centro do navio; tornou-a fundamento e centro de gravidade de
tudo. Fixou para sempre o quadro do anuncio cristão. Os evange-
lhos, escritos depois dele, seguiram o esquema, fazendo do relato
da paixão e morte de Cristo a base sobre a qual tudo está orientado.
Fica-se atônito frente à empresa levada adiante pelo Apóstolo.
Para nós hoje é relativamente fácil ver as coisas nesta luz, depois que a
cruz de Cristo, como dizia Santo Agostinho, “brilhou na terra e brilha
agora sobre a coroa do rei” (S. Agostino, Enarr. in Psalmos, 54, 12).
Quando Paulo escrevia, ela era ainda sinônimo da maior ignomínia,
algo que não se devia nem nominar entre pessoas educadas.
Cristo deu um conteúdo radicalmente novo à ideia de sacrifício.
Nisso não é mais o homem a exercitar uma influência sobre Deus
Roteiros homiléticos para a Páscoa Ra
9 Sugerimos que a equipe de liturgia medite o texto Lamentos do Senhor que está o Missal
Romano, p. 261-266.
Roteiros homiléticos para a Páscoa RB
10 Paschalis Sollemnitatis, Carta Circular da Congregação para o Culto Divino, 1988, n. 73-74.
Roteiros homiléticos para a Páscoa RB
Amém”.
VIGÍLIA PASCAL
4 de abril de 2015
“ELE RESSUSCITOU. NÃO ESTÁ AQUI. VEDE O LUGAR ONDE O PUSERAM"
6º leitura: (Br 3,9-15.32-38; 4,1-4) Israel deve voltar à fonte de sabedoria, Deus
Salmo responsorial: (Sl 19[18]), Alegria na Lei do Senhor
Oração: Vocação batismal, permanência junto à fonte da Sabedoria.
1 Paschalis Solemnttatis, Carta Circular da Congregação para o Culto Divino, 1988. n. 78-80.
Ao “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
à humanidade o poço que esta aguarda: aquela água que dá a vida que
jamais se esgota (cf. Jo 4,5-15).
João narra que um soldado feriu com uma lança o lado de Jesus e
que, do lado aberto — do seu coração trespassado —, saiu sangue e água
(cf. Jo 19,34). Nisto, a Igreja Antiga viu um símbolo do Batismo e da
Eucaristia, que brotam do coração trespassado de Jesus. Na morte, Jesus
mesmo Se tornou a nascente. Numa visão, o profeta Ezequiel tinha visto
o Templo novo, do qual jorra uma nascente que se torna um grande rio
que dá a vida (cf. Ez 47,1-12); para uma Terra que sempre sofria com a
seca e a falta de água, esta era uma grande visão de esperança. Cristo é
o Templo verdadeiro, o Templo vivo de Deus. E é também a nascente
de água viva. D'Ele brota o grande rio que, no Batismo, faz frutificar e
renova o mundo; o grande rio de água viva é o seu Evangelho que torna
fecunda a terra. Mas Jesus profetizou uma coisa ainda maior; diz Ele:
“Do seu interior, correrão rios de água viva” (Jo 7,38).
No Batismo, o Senhor faz de nós não só pessoas de luz, mas tam-
bém nascentes das quais brota água viva. Todos nós conhecemos tais
pessoas que nos deixam de algum modo restaurados e renovados; pes-
soas que são como que uma fonte de água fresca borbulhante. Não
devemos necessariamente pensar a pessoas grandes como Agostinho,
Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Madre Teresa de Calcutá e assim
por diante, pessoas através das quais verdadeiramente rios de água
viva penetraram na história. Graças a Deus, encontramo-las conti-
nuamente mesmo no nosso dia a dia: pessoas que são uma nascente.
Com certeza, conhecemos também o contrário: pessoas das quais
emana um odor parecido com o de um charco com água estagnada
ou mesmo envenenada. Peçamos ao Senhor, que nos concedeu a graça
do Batismo, para podermos ser sempre nascentes de água pura, fresca,
saltitante da fonte da sua verdade e do seu amor.
O terceiro grande símbolo da Vigília Pascal é a entoação do cân-
tico novo: o Aleluia. Quando uma pessoa experimenta uma grande
alegria, não pode guardá-la para si. Deve manifestá-la, transmiti-la.
Mas que sucede quando a pessoa é tocada pela luz da Ressurreição,
entrando assim em contato com a própria Vida, com a Verdade e com
Roteiros homiléticos para a Páscoa EB
13 Cf. Paschalis Sollemnitatis, Carta Circular da Congregação para o Culto Divino, 1988, n. 81-96.
14 O canto do Exultet, de modo muito discreto, lembra-nos que o material do Cirio é feito pelo
trabalho das abelhas; e, assim, entra em cena a criação inteira. No Cirio, a criação torna-se
portadora de luz. Mas, segundo o pensamento dos Padres, temos aí também uma alusão
implícita à Igreja. Nesta, a cooperação da comunidade viva dos fiéis é parecida com o trabalho
das abelhas; constrói a comunidade da luz. Assim podemos ver, no círio, também um apelo
dirigido a nós mesmos e à nossa comunhão com a comunidade da Igreja, que existe para que a
luz de Cristo possa iluminar o mundo.
A “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
Situando-nos
O Senhor ressurgiu! Aleluia! É Páscoa! Festa da vida que venceu a
morte. Neste domingo da Páscoa (primeiro dia da semana), transbor-
dando de alegria pascal, celebramos a Ressurreição do Senhor,
renovados pelo Espírito, ressuscitamos também na luz da vida nova.
Depois de termos vivido quarenta dias de Quaresma, sem cantar
Aleluia, neste domingo de Ressurreição, com todos os nossos irmãos e
irmãs, somos convocados a proclamar com alegria: “Aleluia, o Senhor
Ressuscitou, Aleluia”!
Nossa fé na Ressurreição de Jesus, causa de nossa esperança,
baseia-se na fé dos primeiros discípulos de Jesus que reconheceram o
Crucificado-Ressuscitado! Embora ninguém tenha visto sua ressur-
reição, o agir ressuscitador de Deus atua no silêncio, no segredo e na
intimidade de seu seio. regenerador. A comunidade cristã percebeu
e compreendeu, aos poucos, no encontro com o Senhor e pela ação
do Espírito, que seu Mestre tinha ressuscitado e continuava vivo no
meio deles.
Ra “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
Recordando a Palavra
O Evangelho da Ressurreição de Jesus Cristo (cf. Mc 16,1-7) começa
referindo o caminho das mulheres para o sepulcro, ao alvorecer do dia
depois do sábado. Querem honrar o corpo do Senhor e vão ao túmulo,
mas encontram-no aberto e vazio. Um anjo majestoso diz-lhes: “Não
vos assusteis!” (Mc 16,6). E ordena-lhes que levem esta notícia aos
discípulos: “Ele não está aqui... Ele irá à vossa frente na Galileia”. As
mulheres se assustam, mas confiam. “Não temais”: essa é uma voz
que encoraja a abrir o coração para receber este anúncio.
Depois da morte do Mestre, os discípulos tinham-se dispersado;
tudo parecia ter acabado: desabadas as certezas, apagadas as esperan-
ças. Mas agora, aquele anúncio das mulheres, embora incrível, che-
gava como um raio de luz na escuridão. À notícia espalha-se: Jesus
ressuscitou, como predissera. E de igual modo a ordem de partir
para a Galileia; duas vezes a ouviram as mulheres, primeiro do anjo,
depois do próprio Jesus: “Partam para a Galileia. Lá Me verão”. “Não
temais” e “ide para a Galileia”.
A Galileia é o lugar da primeira chamada, onde tudo começara!
Trata-se de voltar lá, voltar ao lugar da primeira chamada. Jesus pas-
sara pela margem do lago, enquanto os pescadores estavam a con-
sertar as redes. Chamara-os e eles, deixando tudo, seguiram-No”
(cf. Mt 4,18-22).
“Cristo, o nosso cordeiro pascal, foi imolado” (1Cor 5, 7): ressoa
hoje esta exclamação de Paulo que ouvimos na segunda leitura, tirada
da primeira Carta aos Coríntios. É um texto que remonta apenas há
uns vinte anos depois da morte e Ressurreição de Jesus e no entanto —
como é típico de certas expressões paulinas — já encerra, numa síntese
Roteiros homiléticos para a Páscoa BR
Atualizando a Palavra
“Celebremos, pois, a festa (...) com os pães ázimos da pureza e da
verdade”. Amados irmãos e irmãs, acolhamos o convite do Apóstolo;
abramos o espírito ao Cristo morto e ressuscitado para que nos renove,
para que elimine do nosso coração o veneno do pecado e da morte e
nele infunda a seiva vital do Espírito Santo: a vida divina e eterna.
Na Sequência Pascal, como que respondendo às palavras do Apóstolo,
cantamos: “Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos”. Sim! Isto
é precisamente o núcleo fundamental da nossa profissão de fé; é o
grito de vitória que hoje nos une a todos. E se Jesus ressuscitou e, por
conseguinte, está vivo, quem poderá separar-nos d'Ele? Quem poderá
privar-nos do seu amor, que venceu o ódio e derrotou a morte?
O anúncio da Páscoa propaga-se pelo mundo com o cântico jubi-
loso do Aleluia. Cantemo-lo com os lábios; cantemo-lo sobretudo com
o coração e com a vida: com um estilo “ázimo” de vida, isto é, simples,
humilde e fecundo de obras boas. “Ressuscitou Cristo, minha espe-
rança/precede-vos na Galileia”. O Ressuscitado precede-nos e acom-
panha-nos pelas estradas do mundo. É Ele a nossa esperança, é Ele a
verdadeira paz do mundo.
Voltar à Galileia significa reler tudo a partir da cruz e da vitória;
sem medo, “não temais”. Reler tudo — a pregação, os milagres, a nova
Cm >) e- .
17 Cf. Paschalis Sollemnitatis, Carta Circular da Congregação para o Culto Divino, 1988, n.
100-108.
Roteiros homiléticos para a Páscoa
12 de abril de 2015
“VIMOS O SENHOR!"
Leituras: At 4,32-35; SI 117(118);
Jo 5,1-6; Jo 20,19-31
Situando-nos
À Liturgia da Igreja, nestes dias de Páscoa, não se cansa de falar-nos
da Ressurreição de Cristo. Toda a Palavra de Deus da Missa e da
Liturgia das Horas está organizada para celebrar este mistério. Com
isso a Igreja continua a missão dos apóstolos: “davam testemunho da
Ressurreição do Senhor Jesus” (primeira leitura).
Ressuscitando dos mortos, passando da morte para a vida, Jesus
transformou-se em fonte e meta de nossa caminhada missionária. Fonte
de todos os bens que Ele anunciou em sua pregação. Neste domingo,
indo ao encontro e manifestando-se vivo à comunidade dos discípulos,
Ele retoma o sopro original da criação e transmite-lhe a reconciliação
e a paz, dons de sua Páscoa. Mensagem muito oportuna para o Ano da
Paz, instituído pela CNBB para este ano de 2015. Ilumina também o
Domingo da Misericórdia, instituído por São João Paulo II.
Na celebração deste domingo, acontece para nós a mesma efu-
são do Espírito cujo relato ouviremos no Evangelho. Jesus se torna
presente no meio de nossa assembleia como esteve presente no meio
dos Onze reunidos oito dias depois da Páscoa; chega com as portas
fechadas, porque não vem do exterior, mas do interior; sua presença
nasce aqui no meio de nós, no sinal do pão e do vinho que se tornam
o Corpo e o Sangue do Ressuscitado. Ele nos repete: a paz esteja con-
vosco! Recebei o Espirito Santo.
o. “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
Recordando a Palavra
No primeiro dia da semana, logo após o pôr-do-sol, a comunidade dos
discípulos estava reunida num ambiente bem protegido, por medo das
autoridades dos judeus. No ar, pairavam temor e insegurança. Talvez
a notícia de Maria Madalena tivesse chegado aos seus ouvidos, mas
assim mesmo, estavam atemorizados. Somente a presença de Jesus
poderia restituir alegria e garantir segurança. Superando os limites do
espaço, o Ressuscitado coloca-se no meio deles, desejando a todos a
paz e mostrando-lhes os sinais de seu amor e de sua vitória.
No reencontro, o temor cede lugar à alegria. Superado o medo, o
Senhor os saúda novamente, enviando-os à missão. Sua paz os acom-
panhará no presente e no futuro, em meio às provações do mundo.
Para que deem continuidade à sua missão, Jesus confere aos seus esco-
lhidos o alento de vida, o seu Espírito, que os capacita para a missão. O
resultado será constituir comunidades libertas e reconciliadoras, como
testemunhas vivas do amor gratuito e generoso do Pai. Todavia, haverá
os que manifestarão sua adesão a Jesus e outros que se refugiarão numa
atitude de hostilidade.
Tomé, que era um dos doze, não participara do encontro comuni-
tário com o Ressuscitado. Ele ouve o testemunho unânime de todos:
“Vimos o Senhor!”, mas não acolhe o testemunho como prova sufi-
ciente para acreditar que Jesus esteja vivo. Ao contrário, exige prova
individual e extraordinária. Alguém poderia ver nisto uma atitude de
teimosia. Ocorre que o encontro com o Ressuscitado, que fundamenta
a fé, realiza-se mediante a experiência do amor na comunidade. Tomé
estava ausente! Entretanto, oito dias depois, a comunidade volta a se
reunir e, agora, Iomé está presente. O Senhor reaparece para a ale-
gria da comunidade e em seguida, dirige-se a Tomé revelando-lhe seu
amor nos sinais que traz nas mãos e no lado. O discípulo, sem ape-
lativos, reconhece o Ressuscitado e aceita-O, expressando sua adesão
total. “Meu Senhor e meu Deus!”, É, porém, censurado por não crer
no testemunho da comunidade e exigir uma experiência individual.
Roteiros homiléticos para a Páscoa BH
Atualizando a Palavra
A exemplo das primeiras comunidades cristãs, reunimo-nos para
escutar a Palavra, rezar, participar da ceia do Senhor. É a comunidade
que tem como centro Jesus Cristo vivo e presente, crucificado e ressus-
citado. Sua presença suscita confiança e segurança. Desta presença,
emerge a força de vida que anima à missão de comunidade reconcilia-
dora, libertando as pessoas de tudo quanto as mantém subjugadas às
forças que geram medo e insegurança.
a “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
19 de abril de 2015
“SOU EU MESMO! TOCA! EM MIM E VEDE!”
Leituras: At 3,13-15.17-19; Sl 4;
Jo 2,1-5a; Lc 24,35-48
Situando-nos
O Tempo Pascal nos ajuda a aprofundar o mistério da Páscoa, a entrar
mais profundamente nele. Este já é o terceiro domingo que temos para
fazer essa verdadeira mistagogia.
Como aos discípulos reunidos, hoje o Senhor apresenta-se a nós,
para mostrar a identidade entre o Crucificado e o Ressuscitado: “Vede
minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo!” (Lc 24,39).
Uma ênfase da celebração de hoje deve ser a certeza da presença de
Deus, em Cristo, na comunidade e no mundo. “A nossa cultura perdeu
a noção desta presença concreta de Deus, da sua ação no mundo; pen-
samos que Deus Se encontra só no além, em outro nível de realidade,
separado das nossas relações concretas”.!
No dia do Índio, entremos em comunhão com estes nossos irmãos
tão marginalizados pela nossa sociedade.
Recordando a Palavra
No Evangelho de Lucas (24,35-48), temos uma narrativa que ajuda
a compreender a identidade de Jesus Ressuscitado. Ela está situada
após o episódio da caminhada dos dois discípulos para Emaús, donde
voltam correndo para anunciar à comunidade reunida o encontro com
o Senhor vivo.
Atualizando a Palavra
Muitos já devem ter se perguntado: será que tudo o que cremos
a respeito de Jesus não é uma invenção, ilusão ou farsa? Parece que
Lucas, antevendo essa dúvida nossa, escreveu o seu Evangelho. Vale
a pena retomar os versículos 1-4 do primeiro capítulo de Lucas, onde
ele deixa claro que investigou antes de escrever, procurando encontrar
solidez no que vai ensinar. E de onde vem essa solidez? Das testemu-
nhas oculares da vida, da morte e da Ressurreição de Cristo.
À comunidade dos discípulos demorou a crer. Não estava espe-
rando Jesus aparecer. Pelo contrário, quando Jesus aparece, eles per-
sistem na dúvida. Esse elemento é fundamental: o anúncio do Ressus-
citado não parte de uma produção mental, de um transe coletivo dos
discípulos. O anúncio do Ressuscitado parte de uma experiência real
de encontro com Ele. Esse encontro transformou a vida dos Apóstolos
e dos discípulos que estavam com eles.
Outro aspecto forte da Palavra de Deus é que Jesus Ressuscitado
não é fantasma, mas é um ser concreto, embora com uma identidade
material distinta da nossa: não está preso aos limites do tempo e do
espaço e, ao mesmo tempo, não é um fantasma, pois pode ser tocado e
se alimenta, para mostrar sua presença real.
Roteiros homiléticos para a Páscoa
19 Boselli, Gofredo. O Sentido Espiritual da Liturgia. Brasília: Edições CNBB, 2014, p. 33.
A “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
26 de abril de 2015
TENHO O PODER DE DAR A MINHA VIDA E DE RECEBÊ-LA NOVAMENTE!
Situando-nos
Os cinquenta dias do Tempo Pascal não são uma celebração cronoló-
gica, em que vamos recordando sucessivamente acontecimentos
distintos (aparições, Ascenção, Pentecostes). É um tempo que quer nos
fazer entender e celebrar melhor o Mistério de Cristo e entrar na sua
Páscoa, que continua viva em nossa história.
A mestra para esse caminho é a própria celebração, com seus textos
bíblicos, orações, cantos, pregação: através de tudo isso o Espírito Santo
vai conduzindo-nos à profundidade da Vida de Cristo, o Bom Pastor.
Nesse 4º Domingo da Páscoa, chamado também de Domingo do
Bom Pastor, olhamos para o Pastor exemplar: Jesus. À partir desse
olhar, percebemos a necessidade de Pastores verdadeiros para a cons-
trução do Reino de Deus. Pastores que cuidem do rebanho e reúnam
as ovelhas que não estão no redil da Igreja. Por isso, rezamos pelas
vocações, especialmente as vocações ao ministério ordenado.
O texto do Evangelho de hoje, proferido por Jesus antes da Pás-
coa, encontra nela sua plena realização: a entrega da vida sem perdê-la!
E o grande mistério da Ressurreição, que só pode ser vivida na fé e no
amor a Deus e aos irmãos.
/
/
Recordando a Palavra
Dentro do capítulo 10, sobre o pastoreio, temos a passagem do
Evangelho de hoje, segundo João. Encontramos três subdivisões nesse
a “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
20 KONINGS, Johan. Evangelho segundo João — amor e fidelidade. São Paulo: Loyola, 2005, p. 204.
Seguimos este exegeta na reflexão desta perícope.
Roteiros homiléticos para a Páscoa
Atualizando a Palavra
Aos que vão pregar esta palavra, sugerimos começar pelo confronto
da própria vida com ela. O Papa Francisco recorda que “quem quiser
pregar, deve primeiro estar disposto a deixar-se tocar pela Palavra e
fazê-la carne na sua vida concreta”.*! Devemos nos perguntar se somos
pastores assalariados ou pastores que amam as avelhas a ponto de se
entregar por elas; qual nossa proximidade com as ovelhas? E as que
estão fora do redil, são ainda de nosso interesse?
À atualização da Palavra, neste Domingo do Bom Pastor, parte
sempre da exemplaridade de Cristo: Ele é a referência e nosso critério
de avaliação pessoal, comunitária e eclesial. Todo pastoreio autêntico
precisa nascer do amor e da comunhão com o Pai. Dessa comunhão
passamos à reciprocidade humana no amor. É isso é que impulsionará
à entrega livre da vida pelo outro.
Nosso tempo está saturado de palavras, mas carece de exemplos, de
testemunhos autênticos, motivadores. Corremos a tentação de nos con-
tentar com uma comunidade que seja um pequeno rebanho, desistindo
de ter a esperança da unidade de todas as ovelhas ao redor do Pastor.
21 EG, n. 150.
68: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
22 EG, n. 278.
23 Boselli, Gofredo. O Sentido Espiritual da Liturgia. Brasilia: Edições CNBB, 2014, p. 100.
Roteiros homiléticos para a Páscoa na
3 de maio de 2015
"PERMANECE! EM MIM E EU PERMANECEREI EM VÓS!"
Situando-nos
Tendo celebrado recentemente o dia de São José Operário, padroeiro
de todos os trabalhadores, seguimos nossa caminhada pascal.
Caminhada esta que nunca se encerra, mas sempre se aprofunda.
À liturgia de hoje, centrada no Evangelho de João, convida-nos
a permanecer em Cristo. Somos os ramos da videira verdadeira, cul-
tivada pelo Pai.
A relação com Deus, contudo, não é uma relação intimista,
fechada. E relação aberta, que resulta em frutos de amor: nisto meu
Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
Saulo teve dificuldades para ser incorporado ao corpo eclesial.
Precisou conquistar a confiança da comunidade cristã.
À Primeira Carta de João lembra-nos que o amor exige ações,
acolhida, verdade. À prática dos mandamentos decorre de um amor
autêntico.
Assim como Maria, cujo mês a ela dedicado hoje iniciamos,
peçamos que ela nos conduza nos caminhos de seu Filho ressuscitado.
Recordando a Palavra
O texto do Evangelho de hoje (Jo 15,1-8) prosseguirá no próximo
domingo (Jo 15,9-17). “15,1-17 constitui uma meditação sobre o
amor cristão. O ponto de partida é a alegoria da videira (vv. 1-8);
depois, a meditação continua aprofundando o mistério do amor de
Roteiros homiléticos para a Páscoa =
24 KONINGS, Johan. Evangelho segundo João — amor e fidelidade. São Paulo: Loyola, 2005, p. 282.
25 LÉON-DUFOUR, Xavier. Leitura do Evangelho segundo João III. São Paulo: Loyola, 1996, p. 119.
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
Atualizando a Palavra
O Tempo Pascal aprofunda a centralidade do Ressuscitado na vida da
Igreja. Todos os que creem estão unidos a ele. Sem isso não é possível
produzir frutos. Há um risco de nós querermos ser videiras desligadas
de Cristo. Atenção para o perigo de colocar alguma pessoa, grupo ou
devoção particular como tronco ao qual nos vinculamos. Não é assim.
A centralidade é de Cristo. É dele que vem a vida.
Outro aspecto da vida eclesial a ser iluminado por essa palavra
pode ser a tão falada e procurada conversão pastoral. À conversão pas-
toral da Igreja é deixar-se limpar e podar pelo divino agricultor. Não
somos uma vinha pronta, perfeita. Precisamos de limpeza e de poda,
o que às vezes dói.
À esse respeito nos exortam os Bispos do Brasil: “A expressão
“conversão pastoral" remete, acima de tudo, a uma renovada conver-
são a Jesus Cristo, a qual consiste no arrependimento dos pecados, no
Roteiros homiléticos para a Páscoa A
10 de maio de 2015
“DEUS É AMOR!"
Situando-nos
Avança o Tempo Pascal. Surge o perigo de deixarmos esmorecer a
alegria da Ressurreição do Senhor. Por isso quem preside, com toda
a equipe de celebração, deve esforçar-se por viver o que pede a oração
do dia: “Dai-nos celebrar com fervor estes dias de júbilo em honra do
Cristo ressuscitado”. E não podemos descuidar da motivação, do ar
festivo da liturgia trazido pelo evento pascal. Ainda mais hoje, que
temos um dos pontos mais altos da missão cristã: a vivência do amor,
animados pelo Espírito Santo.
Neste espírito recordamos Maria, junto com o dia das mães.
Maria, sem nada tirar da centralidade do Senhor, é boa mestra para
celebrar a Páscoa, por sua proximidade a Cristo em seu caminho da
Cruz, Ressurreição e envio do Espírito. Já que foi a melhor discípula,
pode ser boa mestra para a comunidade pascal.
Recordando a Palavra
Continuamos hoje a leitura do Evangelho do último domingo. Depois
da alegoria da videira, temos a meditação sobre o mistério do amor de
Deus em Jesus Cristo e nossa missão de frutificar no amor fraterno.
“Jesus não manda amar a Deus. (...) O Evangelho de João men-
ciona só o mandamento de amar os irmãos. De fato, o amor é um pre-
sente. Ora, um presente não se devolve, mas reparte-se com os outros. É
amando os irmãos que mostramos nossa gratidão pelo amor do Pai que
Roteiros homiléticos para a Páscoa BR
30 KONINGS, Johan. Evangelho segundo João — amor e fidelidade. São Paulo: Loyola, 2005, p. 288.
31 DCE,n. 1.
“Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
porque esse amor de Deus chegou a nós e nos chamou à existência; por-
que esse amor fez com que Cristo entregasse sua vida na Cruz; porque
esse amor de Deus ressuscitou Jesus e nos faz hoje crer e viver nele.
Atualizando a Palavra
Em nossos dias, percebemos que permanece a separação entre pagãos
e os que creem. À religião é empurrada cada vez mais para o âmbito
privado. Os próprios cristãos correm a tentação de fecharem-se em
pequenos guetos, sem dialogar mais com o mundo, que consideram
perdido. Precisamos novamente de Pedro para reconciliar, para
restabelecer o diálogo, para fazer-nos perceber que a cultura e
a mentalidade não são obstáculo para o anúncio do Evangelho.
Estamos tão amarrados à nossa verdade absoluta que podemos não
mais conseguir dialogar, pois talvez julguemos o diferente como.
errado, pecaminoso, afastado.
Se há algo claro nas leituras de hoje é que para Deus não há acep-
ção de pessoas. Para Deus só há seres humanos aos quais ele ama pro-
funda e totalmente, a ponto de considerá-los filhos seus.
Por outro lado, fica claro que a história da humanidade é uma
história de separados: brancos e negros, ricos e pobres, cultos e igno-
rantes, poderosos e fracos.
Como interpretar isso? Onde está a causa dessa separação toda? À
resposta é simples: na falta de amor. Não somos capazes de amar sem
interesses econômicos, políticos, utilitaristas. Pode parecer desanima-
dor, mas é muito do que se vê.
Cornélio, mesmo sendo pagão, foi acolhido pela comunidade
cristã. E sinal da acolhida que não deve deixar nunca de inspirar nossa
ação pastoral.
O amor de Deus, na Páscoa de Cristo e em Pentecostes, mostrou-
-se universal. Por isso, nosso amor também deve ser universal. Católico
significa universal. Às vezes, parece que restringimos demais nossa
compreensão da própria identidade cristã. Não nos identificamos
Roteiros homiléticos para a Páscoa RB
como católicos para nos separar dos outros, mas para ser sinal de quem
quer acolher, ir ao encontro de todos.
O amor é sempre mais forte do que o ódio. Por isso, a vida triunfa
sobre a morte. Deste modo, a Páscoa de Cristo acontece na força do
amor. Desde o momento em que Cristo desfaz com seu poder os laços
da morte, o amor recebe essa força de ser vencedor da morte. Por isso,
o fruto mais desejável da renovação pascal e sinal maior da presença de
Cristo Ressuscitado é o crescimento do amor entre os irmãos.
Imaginemos todos os cristãos do mundo vivendo o amor. Seria
um impacto formidável, transformador. Nosso problema é que, com
o passar do tempo, perdemos o ânimo, o impulso, a fé, a esperança e,
assim, não vivemos mais o amor.
Ao falar da Evangelização, o Papa Francisco nos ensina: “À pri-
meira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus,
aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-Lo
cada vez mais”?
32 EG,n. 264
33 DCE,n. 14.
“Bendito sejaj Deus q que nos reuniu no amor de Cristo!”
17 de maio de 2015
“SUBIU AOS CÉUS, ESTÁ SENTADO À DIRETA DE DEUS PAI TODO-PODEROSO”.
Situando-nos
O Tempo Pascal vai chegando ao seu ponto alto. Hoje celebramos
a Ascensão do Senhor; no próximo domingo, Pentecostes. Ascensão
e Pentecostes são celebradas distintamente para destacar aspectos
diversos do mesmo mistério, que não cabe em nossas divisões
cronológicas.
Podemos olhar para as semanas precedentes e enxergar o cami-
nho que fizemos de consolidação da fé no Cristo ressuscitado. Vive-
mos a manhã alegre e surpreendente da ressurreição. Sentimo-nos
como Tomé, com alguma dificuldade para crer. Aproximamo-nos
do Senhor, o Pastor Bom, exemplar, que reúne seu rebanho. Como
ramos da videira que é Jesus, nos deixamos limpar pela sua Pala-
vra e alimentar pela seiva do amor de Deus. Fomos percebendo que
Cristo nos chama de amigos, pois nos revela o plano de seu Pai.
Hoje, contemplamos sua subida para o Pai. “Ele, nossa cabeça e prin-
cípio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humildade, mas
para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade”
(Prefácio da Ascensão do Senhor, 1).
Maria, a quem é dedicado este mês, acompanha-nos nesse per-
curso, como acompanhou com sua prece a Igreja nascente. Ela é a
mãe da esperança, atitude fundamental dos que creem.
Celebramos hoje o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
a “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
Recordando a Palavra
À liturgia da Palavra traz o relato daquilo que consta resumidamente
no Símbolo Apostólico: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus
Pai todo-poderoso, donde há de vir”.
O período das aparições de Jesus Ressuscitado serviu para reunir os
discípulos na certeza de que Ele não ficou no sepulcro, mas está vivo.
Agora, são enviados em missão. À missão é anunciar a vida de
Jesus aos judeus primeiro, e depois a todos os povos (At 1,8). Antes
de Jesus partir, há um diálogo com os discípulos, que revela o quanto
eles ainda não tinham compreendido o sentido do Mistério Pascal de
Cristo. Eles esperavam o restabelecimento do Reino de Israel. Jesus,
contudo, não quer renovar o reino de Davi. Ele, ao contrário, dá aos
discípulos uma missão e uma promessa. À promessa é o Espírito
Santo, em cuja força realizarão a missão: testemunhar Cristo até os
confins da terra.
Merece destaque na narrativa dos Atos dos Apóstolos a nuvem
que encobriu Jesus. Evoca, claramente, o momento da transfiguração
do Senhor. Além disso, lembramos a anunciação a Maria, quando
lhe foi dito que o poder do Altíssimo a cobriria com sua sombra
(cf. Lc 1,35). No Antigo Testamento, a nuvem é sinal da presença de
Deus e acompanha o povo de Deus em sua travessia do deserto. “A
afirmação sobre a nuvem é claramente teológica. Apresenta o desa-
parecimento de Jesus não como uma viagem em direção às estrelas,
mas como a entrada no mistério de Deus”;
A segunda leitura e o Evangelho falam que Jesus, subindo ao
céu, está agora sentado à direita de Deus, como rezamos no Símbolo
Apostólico. Como compreender isso? “Deus não Se encontra num
espaço ao lado de outros espaços. Deus é Deus: Ele é o pressuposto e
o fundamento de todo o espaço existente, mas não faz parte dele. A
relação de Deus com todos os espaços é a de Senhor e Criador. À sua
presença não é espacial, mas, precisamente, divina. 'Sentar à direita
Atualizando a Palavra
Às leituras bíblicas, as orações e o prefácio são uma explicação segura e
clara do conteúdo pascal do mistério da Ascensão. Estamos celebrando
a exaltação de Jesus à direita do Pai, como rezamos no Símbolo Apostó-
lico. O Dom do Espírito Santo é que completará todo o percurso que
fazemos com Jesus, passando da morte para a vida.
Com a Ascensão, a comunidade cristã passa a viver numa tensão:
cessam as aparições do Ressuscitado, mas Ele continua presente. Por
isso, Jesus fala que os discípulos receberão o Espírito Santo, para serem
suas testemunhas (cf. At 1,8).
Podemos falar de três abordagens ou atualizações da Solenidade
da Ascensão do Senhor.
À primeira é a significação cristológica da Ascensão: o humilhado
ao extremo é o que foi elevado mais alto: Ele [o Pai] manifestou sua
força em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à
sua direita nos céus, bem acima de toda a autoridade, poder, potência,
soberania ou qualquer título que se possa mencionar (cf. Ef 1,20-21).
O movimento que começou com a Encarnação, culmina agora com a
Ascensão, abrindo a fase da entrega do Espírito Santo.
Uma segunda abordagem pode ser eclesiológica. A oração do dia
fala que a Ascensão de Cristo já é nossa vitória. Isso porque Ele assumiu,
uniu à sua divindade a nossa humanidade. A glorificação da Cabeça
37 EG, n. 262.
ao "Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”
SOLENIDADE DE PENTECOSTES
24 de maio de 2015
“ENVIAL O VOSSO ESPÍRITO, SENHOR, E DA TERRA TODA A FACE RENOVAI!"
Situando-nos
No dia de hoje vamos celebrar a manifestação daquela Força que tirou
Jesus da morte e lhe trouxe à vida.
Com este domingo se concluem os cinquenta dias da Páscoa, dedi-
cados inteiramente a celebrar a alegria da Ressurreição, a novidade da
vida dos batizados e o começo da Igreja, animada pelo Espírito Santo.
À oração da “coleta” da Vigília de Pentecostes sintetiza bem a
importância do dia de hoje: “Deus eterno e todo-poderoso, quisestes que
o mistério pascal se completasse durante cinquenta dias, até a vinda do
Espírito Santo. Fazei que todas as nações dispersas pela terra, na diver-
sidade de suas línguas, se unam no louvor do vosso nome”. E completa
o Prefácio da Festa de hoje: “Para levar à plenitude os mistérios pascais,
derramastes, hoje, o Espírito Santo prometido, em favor de vossos filhos
e filhas” (Prefácio de Pentecostes. Missal Romano, p. 319).
Recordando a Palavra
O texto dos Atos dos Apóstolos é construído por Lucas com uma finali-
dade teológica bastante específica: estabelecendo um paralelo com o
Pentecostes do povo de Israel, mostrar que a ação de Deus continua
viva agora nos cristãos. À festa judaica de Pentecostes celebrava,
cinquenta dias depois da páscoa, a recepção da Torá no Monte Sinai
(cf. Ex 19,16-20 e Dt 5,4-5).
Roteiros homiléticos para a Páscoa BH
38 LÉON-DUFOUR, Xavier. Leitura do Evangelho Segundo João — IV. São Paulo: Loyola, p. 166.
39 Idem p. 169.
40 Ibidem, p. 169.
Roteiros homiléticos para a Páscoa
Atualizando a Palavra
A melhor atualização da Palavra de Deus é voltar nosso olhar para a
Igreja, para a comunidade cristã. Passaram-se dois milênios. Sabemos
de inúmeros erros, pecados, enganos e infidelidades que os cristãos
cometeram nesse período. Contudo, a força da Ressurreição não se
perdeu, está viva e mantém viva a comunidade dos que creem, daqueles
que têm no centro de sua existência o Senhor Ressuscitado. Em seus
corações arde ainda hoje o fogo impetuoso do Espírito Santo.
O Espírito Santo é a pessoa da Trindade mais próxima de nós, por-
que habita em nosso interior. É Ele que nos move, nos guia, nos sustenta.
Enxergamos hoje nossas comunidades com uma pluralidade de dons, de
carismas, de iniciativas. É, sem dúvida, fruto do Espírito. Há que cui-
dar, contudo, para não esquecer os critérios que Paulo nos apresenta para
que esses carismas ajudem a construir a unidade que Deus quer.
Pentecostes faz com que nossas comunidades se voltem para fora,
enxerguem a enorme missão que está à sua frente. Se existem divisões
internas, brigas por espaço e incompreensões entre grupos, não será
por falta de iniciativa missionária?
“A presença do Espírito Santo garante que a comunidade cristã
não seja reduzida a uma realidade sociológica ou psicológica, como se
fosse apenas um grupo que se reúne para atender às suas necessidades
ou para fazer o bem. Pelo Espírito Santo a comunidade recebe o dom
41 LÉON-DUFOUR, Xavier. Leitura do Evangelho Segundo João — IV. São Paulo: Loyola, p. 172-173
+
da unidade que permite a comunhão das pessoas com Cristo e entre si.
(...) Não há comunidade cristã que não seja missionária. Se ela esquece
a missão, deixa de ser cristã. Por isso, a comunidade vive a comunhão
na diversidade, aberta a acolher quem se aproxima e possibilitar que
muitos participem”.
Assim, Pentecostes não fecha, mas abre a Tempo Pascal para a
história que vivemos. Ele nos permitiu essa experiência profunda de
encontro com o Ressuscitado, que agora nos dá seu Espírito e nos
envia. “O cristão têm a obrigação de manter viva essa tripla dimensão
das 'aparições”. À dimensão vertical da experiência arranca-me da falta
de elevação de uma existência terrena. O reconhecimento do Jesus do
passado me faz tropeçar na questão inquietante: “Para vós, que sou eu?”
E eu me vejo enviado aos homens para lhes comunicar minha alegria e
convidá-los a se amarem uns aos outros. O presente só adquire densi-
dade quando se volta para o passado e se estende para o futuro. Então,
meu presente torna-se presença a Deus e ao mundo”.
Disse o Papa Francisco na solenidade de Pentecostes do ano de
2014: “O dia de Pentecostes, quando os discípulos “ficaram todos
cheios do Espírito Santo', foi o batismo da Igreja, que nasce “em saída,
'em partida' para anunciar a todos a Boa Notícia. A Mãe Igreja, que
parte para servir. Recordemos a outra Mãe, a nossa Mãe que partiu
com prontidão, para servir. À Mãe Igreja e a Mãe Maria: todas as duas
virgens, todas as duas mães, todas as duas mulheres. Jesus foi peremp-
tório com os apóstolos: não deveriam se afastar de Jerusalém antes que
tivessem recebido do alto a força do Espírito Santo (cf. At 1,4.8). Sem
Ele não há missão, não há evangelização. Por isso com toda a Igreja, a
nossa Mãe Igreja católica invoquemos: Vem, Santo Espírito!”
44 Boselli, Gofredo. O Sentido Espiritual da Liturgia. Brasília: Edições CNBB, 2014, p. 114.
A “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”