Recurso Estraordionário-Caso 12

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( EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO Y.

p PROCESSO Nº_____________________

u
JOSÉ, qualificados nos autos, por seu advogado que esta subscreve, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 103,
III, alínea a e d, da Constituição Federal, artigo 541 e seguintes do Código de
Processo Civil e na Lei 8.038/1990, interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO, em

l
face do respeitável acordão proferido nas fls.______, que negou provimento ao
Recurso de Apelação interposto nos autos da ação em epígrafe, em face dos
RECORRIDOS (qualificados nos autos).

a
Requer seja recebido e processado o presente recurso, intimando-se a parte
contrária para que ofereça, dentro do prazo legal, as contrarrazões e, após, seja o
recurso admitido e encaminhado com as inclusas razões ao Egrégio Supremo
Tribunal Federal.

r Por fim, requer a juntada das custas de preparo e porte de remessa e retorno.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.

a
Advogado Advogada Advogado Advogado Advogado
Alexandre Amanda Carlos Elder F. Leandro
Vânio Gonçalves Eduardo Alves Kingeski
Burigo Santiago de Pacheco

p
Castro
OAB OAB OAB OAB OAB
nº___/SC nº___/SC nº___/SC nº___/SC nº___/SC
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Processo nº_________________________________________

Recorrente: José

Recorridos: Presidente do Banco X e responsáveis da empresa W.

José, não se conformando com a decisão que manteve o respeitável acórdão


de fls._____, vem, respeitosamente, apresentar as razões do presente recurso
extraordinário.

I – BREVE RESUMO

Com fundamento na Lei 1.234 do estado Y, que excluiu as entidades de


direito privado da Administração Pública do dever de licitar, o banco X (empresa
pública daquele estado) realizou a contratação direta de uma empresa de
informática – a Empresa W para atualizar os sistemas do banco.

O caso vem a público a revelação de que a empresa contratada pertence ao


filho do presidente do banco e nunca prestou tal serviço antes. Além disso, o valor
para (milhões de reais) estava muito acima do preço de mercado do serviço em
outras empresas.

O Recorrente, cidadão local, ajuizou ação popular em face do Presidente do


banco Xe da empresa W perante o Juízo de 1ª, instância da capital do estado Y, em
que pleiteava a declaração de invalidade do ato de contratação e o pagamento das
perdas e danos, ao fundamento de violação ao artigo 1º, parágrafo único, da Lei
8.66/1993 (norma geral sobre licitação e contratos) e a diversos princípios
constitucionais.

A sentença, entretanto, julgou improcedente o pedido formulado na petição


inicial, afirmando ser válida a lei estadual, analisada em face da lei federal, não
considerando válidos os princípios constitucionais invocados.

O Recorrente interpôs recurso de apelação, ao qual se negou provimento, por


unanimidade, pelo mesmo fundamento levantado na sentença. Além disso, foi
interposto embargos declaratórios o prequestionamento da matéria Constitucional
suscitada e não apreciada.

II – PRELIMINARMENTE – DA REPERCUSSÃO GERAL

Verifica-se que existe questão relevante do ponto do ponto de vista jurídico,


uma vez que foi violada competência constitucional para legislar sobre licitação pelo
Estado Y. Além disso, há prejuízo de milhões de reais do erário pela fraude descrita
e à moralidade administrativa, sendo relevante do ponto de vista econômico, político
e social, nos termos do artigo 102, § 3º, da Constituição Federal e artigo 1.035, §
2ºdo Novo Código de Processo Civil.

Por fim, a questão jurídica envolvida no caso transcendente o interessado das


partes artigo 102, § 3º, da Constituição Federal e artigo 1.035 do Novo Código de
Processo Civil. Assim, o recurso merece ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

III – DO CABIMENTO DO RECURSO

Percebe-se, no presente caso, que a Lei 1.234 do Estado Y, que exclui as


entidades de direito privado da Administração Pública do dever de licitar e a
contratação direta de uma empresa de informática – a Empresa W – para atualizar
os sistemas do banco X (empresa pública daquele estado) violaram dispositivo da
Constituição Federal (hipóteses de dispensa de licitação – artigo 22, inciso XXVII da
Constituição Federal), bem como o próprio ato de contratação também afronta a
Norma Fundamental do Estado brasileiro (artigo 102, inciso III, alíneas a e d, por (i)
contrariar dispositivo desta Constituição, e (ii) julgar válida lei local contestada em
face de lei federal).

Neste mesmo sentido, a doutrina nos ensina ao dizer que:

Para Amaral Santos 1, recurso é o poder de provocar o reexame de uma


decisão, pela mesma autoridade judiciária, ou outra hierarquicamente superior,
visando a obter a sua reforma ou modificação.

2
Nesta mesma linha de raciocínio, a doutrina se posiciona conceituando o
Recurso Extraordinário como:

Por ser o guardião da Constituição Federal, ao STF compete conferir


interpretação as normas constitucionais, seja através do controle abstrato de
constitucionalidade ou do controle concreto, este ultimo realizado por meio do
recurso extraordinário. Deduz-se com isso que: “o recurso extraordinário, portanto,
sempre teve como finalidade, entre outras, a de assegurar a inteireza do sistema
jurídico, que deve ser submetido a Constituição Federal.

Conforme jurisprudência já pacificada nos nossos tribunais:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MATÉRIA LEGAL. O recurso


extraordinário não é meio próprio à interpretação de normas legais. (STF -
RE: 832879 SC, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento:
13/10/2020, Primeira Turma, Data de Publicação: 27/10/2020)

Ademais o mesmo tribunal já teve semelhança na decisão proferida:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO - DEPÓSITO INCONSTITUCIONALIDADE.


Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio
como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não
recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação
das Leis do Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo
40 da Lei nº 8.177 e, por arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa
nº 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho. (RE 607447, Relator (a): Min.
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2020, PROCESSO
ELETRÔNICO DJe-137 DIVULG 02-06-2020 PUBLIC 03-06-2020) (STF -
RE: 607447 PR - PARANÁ, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de

1 ALVIM, José Carreira. Teoria Geral do Processo, 19ª edição. Forense, 06/2016;
2 LOURENÇO, Haroldo. Manual de Direito Processual Civil. Forense, 02/2013;
Julgamento: 22/05/2020, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-137
03-06-2020)

Saliente-se que o recurso foi interposto tempestivamente nos termos do artigo


1.030 do Novo Código de Processo Civil.

IV – DO PREQUESTIONAMENTO

Foi realizado o prequestionamento da matéria constitucional, em virtude da


efetiva manifestação do Tribunal de origem, bem como pela interposição de
embargos declaratórios, estando superados o contido nas Súmulas 282 e 356 do
STF. Desse modo, a matéria foi devidamente questionada na instância inferior,
esgotando todas as esferas inferiores para o exame da instância superior.

V – DO DIREITO

Há violação da competência constitucional para legislar sobre normas gerais


de licitação prevista no artigo 22, inciso XXVII, da Constituição federal, sendo que
essa competência foi exercida pela União por meio da edição da Lei 8.666/1993.

Também foram violados princípios norteadores da Administração Pública,


previsto no artigo 37, “caput”, da Constituição Federal, quais sejam, os princípios da
moralidade e impessoalidade, pois foi contratada, sem licitação, uma empresa sem
experiência na área, por um preço muito acima do valor do mercado, apenas pelo
fato de a mesma pertencer ao filho do dirigente do banco estatal (empresa pública).

Além disso, disso também foi violado o inciso XXI do mesmo artigo37 da
Constituição Federal, que determina a realização de licitação no caso apresentado.

A lei 1.234, do Estado Y, ultrapassou dos limites da competência do Estado e,


portanto, é inválida. Nada obstante, o Tribunal de origem entendeu válida a lei local
contestada em face da lei federal (que impõe a licitação às empresas públicas), e,
assim, configura-se um conflito quanto às competências de cada ente federativo
(União e Estado Y).
Por fim, também foram violadas as normas do artigo 173, § 1º, III, da
Constituição Federal (as empresas públicas tem o dever de licitar como regra), bem
como a do artigo 175 da Constituição Federal (a necessidade de licitação para a
prestação de serviços públicos).

VI – DO PEDIDO

Diante do exposto, o recorrente requer o conhecimento e o provimento do


presente recurso extraordinário, pois estão presentes todos os pressupostos de sua
admissibilidade, reformando-se a responsável decisão recorrida de fls. ______ para
a declaração de invalidade do ato de contratação e o pagamento das perdas e
danos ao Erário.

Inversão do ônus da sucumbência, condenação da parte recorrida ao


pagamento das custas e honorários advocatícios, nos termos do artigo 20 do Código
de Processo Civil.

Termos em que,

pede deferimento,

Local e data.

Advogado Advogada Advogado Advogado Advogado


Alexandre Amanda Carlos Elder F. Leandro
Vânio Gonçalves Eduardo Alves Kingeski
Burigo Santiago de Pacheco
Castro
OAB OAB OAB OAB OAB
nº___/SC nº___/SC nº___/SC nº___/SC nº___/SC

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