Casos Praticos (TGDC - 1º FREQ.)
Casos Praticos (TGDC - 1º FREQ.)
Casos Praticos (TGDC - 1º FREQ.)
assim o determina - regra específica ex: contrato de compra e venda de um imóvel a lei exige um contrato escrito.
O contrato integra duas declarações de vontade: a proposta e a aceitação eficazes e o acordo de vontades (princípio
da consensualidade). Concluído o contrato de compra e venda, o mesmo deve ser pontualmente cumprido.
CASO 1
Mário é professor e no átrio da escola utilizou a máquina automática de bebidas. Mário selecionou a bebida
pretendida e introduziu uma moeda pelo valor exato do preço exibido. Sucede que a máquina avariou e
reteve a moeda, mas não disponibilizou a bebida. Qualifique os factos descritos à luz das regras da formação
do negócio jurídico.
R: Mario estipulou um contrato de compra e venda art 874º, o qual gerou uma obrigação o qual não foi cumprida. O
art 879º a parte de obrigação de entrega da coisa. Foi um contrato de compra e venda, oneroso pois gera uma
contra-parte de ambos(sinalagmático), bilateral e cuja a forma é o de principio da liberdade de forma ou
consensualidade art. 219º c/c 405º e um contrato não solene, o mesmo deve ser cumprido pontualmente art 406º. O
código civil não define o que é um contrato, o legislador clarifica no 232.ª quando é que o contrato fica concluído.
Tendo então de acordo com o art 562, a obrigação de restituir e de reparar o dano.
CASO 2
Andreia é decoradora e no dia 20 de janeiro visitou a loja do Sr. Gomes, antiquário e seu fornecedor habitual,
tendo ficado interessada na compra de um móvel usado, disponível para venda pelo valor de € 5.000,00.
Andreia propôs ao Sr. Gomes a compra do móvel pelo valor de € 4.000,00. O antiquário pede-lhe que volte no
dia seguinte, pois pretendia pensar sobre a proposta. Andreia concorda e volta ao antiquário no dia 21 de
janeiro. Sucede que a loja estava fechada. Contudo, nesse mesmo dia Andreia recebe uma mensagem
telefónica do Sr. Gomes a informar que, por motivos pessoais, esteve ausente da parte da manhã, mas
aceitava vender o móvel pelo preço de € 4.000,00.
b) E se o Sr. Gomes tivesse enviado a mensagem a aceitar vender pelo preço de € 4.000,00 no dia 23 de
janeiro. Quid iuris?
R: Art. 229 a aceitação tardia, como o bem ainda estava disponível, pode haver a celebração do contrato art. 228 n1
a, tendo a aceitação de ambos art. 232.
c) Suponha agora que ao invés de enviar uma mensagem, no dia 21 de janeiro, o Sr. Gomes entrega no
armazém de Andreia o móvel acompanhado da fatura no valor de € 4.000,00. Quid iuris?
R: O negocio é valido, pois a proposta tem efeito jurídico, Sr. Gomes aceitou art. 224 n1. Houve uma declaração
expressa art. 217.
CASO 3
No passado dia 15 de janeiro, Almerinda contactou uma empresa de reparação de instalações de gás e
solicitou uma deslocação a sua casa para intervenção na caldeira a gás que deixou de funcionar. A empresa
informou-a de que a deslocação e o orçamento dos trabalhos teriam o custo de € 75,00, a que acrescia o
valor da eventual reparação. Almerinda aceitou de imediato e por telefone os termos propostos. No dia
seguinte, Almerinda recebeu em sua casa o técnico da referida empresa que lhe apresentou um orçamento
para a reparação de € 500,00. Almerinda informa o técnico que pretende obter uma segunda opinião, pelo que
irá contactar outras empresas. No dia 17 de janeiro, Almerinda recebeu em casa uma fatura para pagamento
da deslocação do técnico e da elaboração do orçamento, no valor de € 75,00. Almerinda devolveu a fatura à
empresa com o fundamento de que desistiu dos trabalhos, pelo que nada deve.
a) Analise os factos supra descritos e responda se as partes celebraram um contrato. Indique, ainda, se
assiste razão a Almerinda.
R: Negocio jurídico em causa: prestação de serviços 1154 CC. O contrato integra duas declarações de vontades:
proposta e aceitação. O nosso CC não da o que é o contrato mas clarifica.
Constitui uma proposta contratual a informação do preço da deslocação (75 euros) e o relatório da avaria
acompanhado do orçamento, isso constitui em uma proposta contratual. Portanto, a aceitação, a Almerinda com a
marcação da deslocação ela aceita a proposta do técnico pois vincula o contrato por essa aceitação. Em primeiro ligar
a declaração negocial expressa e recepticia destinada a Almerinda art 217º, n1. A primeira parte a proposta é uma
declaração expressa que assume a forma verbal e recepticia destinada a Almerinda disposto no art 217º e 224º, n 1
eficácia da declaração negocial e o art 219º CC diz que n tem q estar sujeito a forma. Por outro lado, a declaração da
Almerinda constitui uma aceitação expressa e tempestiva da proposta pois ela concordou com base no 228º, n 1, “b”
pelo que podemos concluir que havendo proposta e aceitação há consenso, acordo de vontades, concluindo o contrato
pelo que expressa o artigo 232º CC. De acordo com o 406º n1 os ct devem ser pontualmente cumpridos, tendo
Almerinda cumpri lo, pagando a respectiva fatura.
b) Suponha agora que a empresa enviou o orçamento a Almerinda por e-mail e que esta nada disse.
Passados 15 dias sobre o envio do referido e-mail, o técnico desloca-se a casa de Almerinda para reparar a
caldeira. Almerinda recusa a reparação, porque não aceitou o orçamento. Quid iuris?
R: O contrato de prestações de serviços agora tem como objeto a reparação de uma caldeira. Tratasse de uma
declaração expressa por escrito e tornou-se eficaz porque chegou a Almerinda. Mas falta a aceitação, uma vez que o
silêncio não vale como meio declarativo de acordo com o 218º. Não houve acordos de vontade do art. 232 cc
CASO 4
Alexandrino vendeu a Belmira, por documento particular, o seu cavalo “Surgrafe” pelo valor de € 10.000,00 a
pagar em 4 prestações iguais, mensais e sucessivas. As partes convencionaram a reserva de propriedade
favor de Alexandrino até integral pagamento do preço. Este entregou o cavalo a Belmira no ato de celebração
do contrato. '
CASO 5
Em janeiro de 2018, António doa a Bernardo um automóvel usado, sendo este negócio anulável por erro. A
seguir, em março de 2018, Bernardo vende o automóvel a César que conhece a anulabilidade do negócio
anterior. Todos os registos foram feitos.
b) Suponha que hoje António, tendo acabado de saber do seu erro, intenta uma ação contra Bernardo para
reaver o automóvel. Terá êxito?
R: A pode intentar uma acção de anulação, uma vez que, como vítima do erro, tem legitimidade nos termos do artigo
287.° e se encontra dentro do prazo de um ano aí estabelecido. O prazo conta a partir da cessação do vício, a partir
de hoje, em que A descobre o seu erro; logo tem tempo até 2019. Sendo esta acção procedente, produzirá os efeitos
previstos no artigo 289°, n.° 1: retroactivos (a propriedade volta para A por mero efeito da sentença) e restitutivos (o
bem tem de ser restituído a A). Caindo deste modo o negócio entre A e B, em princípio cairão também os negócios
subsequentes, como é o caso do contrato de compra e venda celebrado entre B e C, atendendo que os efeitos da
anulação não se limitam às partes do primeiro negócio e se estendem também aos terceiros que, entretanto, hajam
adquirido na sequência do negócio anulável anterior. Assim, retroactivamente, a venda B→ C que era válida
transformam numa venda de coisa alheia, e como tal nula segundo o artigo 892º 1º parte, ficando assim extinto o
direito contratual provisoriamente adquirido por C.
Contudo, C, como terceiro em relação ao primeiro negócio, pode ficar protegido dos efeitos da anulação, quanto ao
seu direito contratual adquirido, por força do regime consagrado no artigo 291º. Para tanto, todos os pressupostos
deste artigo tem de estar preenchidos cumulativamente: 1- temos de estar perante bens imóveis ou móveis sujeitos a
registo (no caso, o automóvel é um bem móvel sujeito a registo); direitos sobre o mesmo bem (o direito de
propriedade provisória de C incide sobre o mesmo bem, o automóvel usado, sobre que recaiu a propriedade de A). 2
e 3- O direito tem de ter sido adquirido pelo terceiro a titulo oneroso (o que foi o caso porque C adquiriu o automóvel
na sequência de um contrato de compra e venda, que ê um negócio oneroso). 4- O terceiro tem de estar de boa fé,
consistindo esta no desconhecimento sem culpa do vicio que afecta o primeiro negócio(anulável), no momento da
sua aquisição(este pressuposto não está preenchido porque, como nos informa o enunciado, C conhecia a
anulabilidade do negócio A→B). 5- O registo da aquisição de C tem de ser anterior ao registo da acção de anulação
(verifica-se, pois todos os registos foram feitos na altura da celebração dos negócios e só hoje A intentou a acção de
anulação); têm de ter decorrido três anos sobre a celebraçâo do primeiro negócio, anulável, por A. Contudo, dada a
falta do pressuposto da boa fé, C não fica protegido por força do art 289º, n1º, 1º parte, a propriedade regressa a A,
sendo C ainda obrigado a restituir-lhe o automóvel. Por outro lado B deve restituir o preço a C. Aparentemente sem
que C tenha contra A um direito de retenção, enquanto não receber o preço de B, uma vez que entre A e C não há
obrigações recíprocas a este respeito no sentido do artigo 290º.
c) E se César desconhecia a anulabilidade e não tinha registado o seu contrato de aquisição, a solução
encontrada na alínea b) seria a mesma?
R: Caso C desconhecesse anulabilidade, sem culpa e quanto a este requisito o enunciado deixa uma dúvida,
necessitando de interpretação, estaria de boa fé nos termos do art. 291, n° 3. Contudo, como C nem sequer
procedeu ao registo, falta já o pressuposto de o registo da aquisição do terceiro ser anterior ao registo da acção de
anulação do primeiro, A pelo que, mais uma vez, C não se encontraria protegido pelo artigo 291°. visto os
pressupostos serem cumulativos e faltar um deles - o do registo - e a lei sempre querer premiar quem registe em
primeiro lugar, cumprindo o seu ónus.
d) Suponha agora que o contrato entre António e Bernardo foi uma compra e venda e o contrato entre
Bernardo e César uma doação. Sendo certo que todos os registos foram efetuados e que César desconhecia
a anulabilidade do negócio anterior, diga se a ação de Antonio terá êxito?
R: Neste caso o requisito do registo encontra-se preenchido, bem como o requisito da boa fé do terceiro adquirente
(que desconhece - e vamos agora partir do princípio que sem culpa - o vicio do negócio anulável precedente).
Contudo, segundo o artigo 291°, n° 1, o terceiro tem de ter adquirido os seus direitos a título oneroso para ser digno
de protecção. Como foi o primeiro negócio A -> B que se realizou a título oneroso (um contrato de compra e venda),
enquanto o segundo B -> C foi uma doação que, nos termos do artigo 940, consiste num a disposição gratuita em
benefício do outro contraente, falta o pressuposto da onerosidade da aquisição do terceiro. [A lei considera na
relação A -> C - o terceiro adquirente a titulo gratuito menos digno de protecção do que um terceiro adquirente a titulo
oneroso ou o primeiro alienante A.] Mais uma vez, C não fica protegido pelo artigo 291.
e) Considere, por fim, que César desconhece o erro de António, mas extorquiu por coação moral o
consentimento de Bernardo para este lhe vender o automóvel. Todos os registos foram feitos. António, tendo
acabado de saber do seu erro, propõem uma ação de anulação. Poderá César ficar protegido?
R: Temos, como sucede na alínea a, um primeiro contrato que é anulável por erro (artigos 247, 251, 252) deste
modo, todos os seus efeitos se produzem, embora a título provisório, estando sujeitos a uma eventual acção de
anulação proposta por A. Verifica-se a transmissão do direito de propriedade sobre o automóvel por mero efeito do
contrato de doação nos termos dos artigos 954, alínea a, e 408 , n° 1, de A para B e a obrigação de A de entregar o
automóvel a B segundo o artigo 954°, alínea b. A deixa de ser proprietário, tornando-se B proprietário a título
provisório.
Ao contrário das situações nas alíneas anteriores, nesta hipótese também o segundo negócio é inválido, enfermando
de um vicio próprio, ou seja, a coacção moral (artigos 255 e 256) mediante a qual C extorquiu o consentimento de B
para lhe vender o automóvel. Agora, cada um dos dois negócios subsequentes encontra-se inquinado por um vício
que só lhe diz respeito a ele.
A venda de B a C irá, igualmente como sucede na alínea a, produzir todos os seus efeitos a título provisório, mas
sujeitos a que também B venha a intentar uma acção de anulação contra C com o fundamento da coacção moral de
que foi vitima. Aqui, o segundo negócio é inválido, por enfermar de um vício próprio, ou seja, a coacção moral (artigos
255 e 256) mediante a qual C extorquiu o consentimento de B para lhe vender o automóvel e que faz com que o
contrato B -> C seja anulável. Agora, cada um dos dois negócios subsequentes encontra-se inquinado por uns vicio
autónomo. Por isso, C é , duplamente, um proprietário a título provisório; por um lado, B apenas lhe transmitira uma
propriedade provisória, por outro, C adquiriu ainda a B a propriedade de maneira instável, sendo certo, todavia, que o
direito de C é, em qualquer dos casos, um direito contratual. Caso A venha a propor uma acção de anulação do seu
negócio celebrado com B, os efeitos retroactivos e restitutivos da sentença (artigo 289, n° 1) não irão, desta vez,
afectar C. Este encontra-se protegido em relação a A porque é terceiro de boa-fé relativamente ao primeiro negócio,
desconhece - sem culpa - o vicio deste, e todos os restantes pressupostos do artigo 291° estão preenchidos,
incluindo o registo. A não pode reaver o automóvel porque, devido a verificação de todos os pressupostos do artigo
291, o direito contratual de C solidifica-se e, por conseguinte A perdeu a sua propriedade em termos definitivos a
favor de C. Em relação a B, a propriedade de C continua a ser a título provisório, porque B pode intentar contra C
uma acção de anulação com o fundamento da coacção moral de que foi vitima. Caso B venha a propor esta acção
contra C - é o único que o pode fazer porque como vitima de coacção é a pessoa em cujo interesse a lei estabeleceu
a anulabilidade (art. 287° n° 1), B terá êxito e os efeitos retroactivos e restitutivos do artigo 289 n° 1, produzir-se-ão
entre eles. Neste contexto, C nunca pode ser protegido pelo artigo 291°, pela simples razão de que é parte do
contrato celebrado com B, e o artigo 291°, só opera em relação a favor de terceiros.
CASO 6
A Vende, através de escritura pública, a sua moradia de férias a B. Como B não registou o seu contrato de
aquisição, A doa a moradia a C, também por escritura pública, o qual, ao adquirir, tendo confiado nas
presunções do registo, inscreve a sua aquisição no registo predial.
b) Considere, agora, que o negócio A – B é nulo. A solução seria a mesma? Analise bem o processo
aquisitivo.
R: Sendo o primeiro negócio nulo, B nada adquiriu por força do contrato celebrado, pois os negócios nulos não
produzem efeitos volitivo-finais. B não se tornou o proprietário. Deste modo, A continua ser o proprietário e, por isso,
pode validamente transmitir a propriedade por força do contrato de doação (art. 954, alínea a, e 408 n° 1) a C, que se
torna o seu legítimo proprietário, mas desta vez por via contratual.
c) Suponha agora que, na hipótese prevista na alínea a), o negócio A – C é nulo por força do artigo 953.º do
Código Civil, sendo certo que C regista. A quem
pertence o imóvel?
R: A vendeu a B validamente, mas, como este não registou, corre o risco de perder a sua propriedade para um
terceiro para efeitos de registo. Contudo, desta vez, a segunda alienação sofre de um fundamento de nulidade
autónomo (não é nula apenas por ser uma doação de bens alheios): é nula, também, por força dos art. 953 e 2192° a
2198 [trata-se de uma indisponibilidade relativa]. Este facto impede que C possa adquirir por força das leis do registo,
porque o registo só supera a nulidade proveniente da falta de titularidade do alienante, mas não sana outros vícios. O
registro tem apenas funções de publicidade e limita-se a dar prevalência a direitos incompatíveis registados em
primeiro lugar. Deste modo, B é o proprietário.
CASO 7
Helder é viúvo, tem 90 anos e herdou do seu irmão vários apartamentos num moderno prédio sito na Avenida
da Boavista, no Porto. Por razões de saúde, Helder nunca visitou os apartamentos que herdou por morte do
seu irmão. Bernardo tem 27 anos e é vizinho de Helder desde que nasceu. Pretendendo deixar a casa de seus
pais, tomou de arrendamento, no dia 4 de janeiro de 2019, o melhor apartamento que Helder herdou. Em
agosto de 2019, após a visita do seu filho que está emigrado na Holanda, Helder
teve conhecimento de que a renda que recebe ao abrigo do contrato celebrado com Bernardo é 90% abaixo
do valor de mercado. Helder intentou uma ação para invalidar o negócio em causa no passado dia 12 de
janeiro de 2020.
Quid iuris?
R:
CASO 8
Por carta com data de 28 de março de 2020, A propôs a B a compra do seu banco de carpinteiro. Como havia
certa urgência da parte de A, este sublinhou que só podia esperar por uma resposta até as 16:00 horas do dia
1 de abril. B recebeu a proposta. Na manhã do próprio dia 1, B redigiu uma carta em que manifestou a sua
inteira concordância com a proposta. A seguir, entregou a carta a uma pessoa da sua plena confiança com
instruções expressas para a entregar pessoalmente a A ainda antes das 12:00 horas desse dia. No caminho,
a pessoa foi vitima de um acidente (sem culpa sua) e, só por causa disso, apenas consegue entregar a carta
a A pelas 17:30 horas. Às 18:30 horas do mesmo dia A, que sabia do acidente, telefona a B para o informar de
que ia tratar do transporte do banco e que o avisava mal esteja tudo pronto para a entrega.
Analise o sucedido e diga se ficou concluído um contrato e em que preciso momento.
Justifique a sua resposta legalmente.
R: Para que seja celebrado um contrato é necessário que haja uma proposta contratual eficaz, uma criticado eficaz e
tempestiva é que o conteúdo de ambas seja harmonizável no sentido de ter atingido o consenso necessário sobre
todas as cláusulas consideradas essenciais (art 232).
No caso, A expediu sua proposta contratual (uma declaração expressa nos termos do art 217 n 1 que não dependia
de forma, art 219 visto estarmos perante a celebração de um contrato de compra e venda de coisa móvel art 874 e
205), por carta no dia 28 de março. Trata se de uma declaração negociar, visto que é completa, clara, precisa e
susceptível de ser aceite com um simples sim, mostrando ainda que A possui vontade de se vincular juridicamente,
nomeadamente ao estabelecer um prazo (até o dia 1 de abril as 16h) para receber a aceitação, fundo qual deixará de
estar vinculado nos termos do 228 n1 alínea a.
Está proposta terá ganhado eficácia no momento em que a carta chegou ao conhecimento ou ao poder do
destinatário em condições de poder ser conhecida (por exemplo, quando tiver chegado a caixa de correio de B) nos
termos do 224 n 1, 1ª parte.
No dia 1 de abril B emitiu por carta a sua aceitação (que é também uma declaração negociar expressa art 217 e
219), concordando com a proposta, o que significa que as partes atingiram um consenso. No entanto, o contrato só
fica concluído quando a aceitação também ganhar eficácia nos termos do 224 n 1, 1ª parte, o que significa que teria
que chegar dentro do prazo ao conhecimento do destinatário. Apesar de B ter enviado a aceitação por um meio que
teria permitido que esta chegasse a A e ganhasse eficácia dentro do prazo (através de entrega pessoal por
mensageiro, impediu esse facto. A aceitação só chegou 17:30, ou seja, depois do prazo.
A já estaria desvinculado da proposta, visto a aceitação ser extemporânea. Em princípio, nenhum contrato se
concluiu, apenas tendo A que avisar deste facto a B, visto este estar convencido do contrário por ter enviado a
aceitação a tempo art 229 n 1. Mas A pode ressuscitar a sua proposta, e considerar eficaz a sua aceitação tardia,
Uma vez que ela foi enviada em tempo oportuno art 229 n2. Ora, foi precisamente o que houve no caso,, visto que A
(que sabia do acidente e logo, sabia que a aceitação teria chegado a tempo em condições normais) telefonou a B a
combinar o cumprimento do contrato, ou seja, demonstra tacitamente que considerou eficaz a aceitação tardia,
tendo- se por esta via, concluído o contrato.
→ Exceção a regra nemu plu iuris: depende do conteúdo do facto aquisitivo, depende da amplitude do direito do
transmitente, não podendo ser maior que este direito:
→ Negócios Jurídicos: é um ato jurídico constituído por declaração de vontades à produção de efeitos conforme a
intenção do declarante.
2. Negócios Bilaterais: duas ou mais declarações de vontade ex: promessa pública, contrato (465)
-Artigo 219: Princípio da liberdade de forma ou consensualidade c\c artigo 405 nos contratos
-Artigo 220: Nulidade da inobservância de forma
Artigo 223 (regras imperativas): Pacto sobre a forma: não pode afastar por acordo os requisitos
Artigo 224: Perfeição de declaração negocial