TCC - Arteterapia (Final) (2163)
TCC - Arteterapia (Final) (2163)
TCC - Arteterapia (Final) (2163)
SOROCABA
2019
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO: PSICOLOGIA
SOROCABA
2019
AGRADECIMENTOS
Aos nossos pais, que apesar de todas as dificuldades, nos ajudaram na realização
do nosso sonho.
Aos nossos colegas de sala e parceiros de trabalho, por toda a ajuda e apoio
durante este período tão importante da nossa formação acadêmica.
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 7
1.5. Justificativa...................................................................................... 19
2. MÉTODO ............................................................................................... 22
3. RESULTADOS ...................................................................................... 23
4. DISCUSSÃO.......................................................................................... 26
5. CONCLUSÃO ........................................................................................ 47
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................... 51
1. INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação
Um dos requisitos básicos para trabalhar com arte, é a criatividade. Neste tipo
de trabalho, é importante deixar a criatividade fluir, o que atualmente, não é
realizada facilmente, pois acaba sendo insuficientemente promovida pela nossa
cultura. Mesmo não sendo incentivada de maneira eficaz, observamos que a
sociedade expressa um breve entendimento a respeito dos benefícios de trabalhar
com as mãos, o corpo e a voz, que acabam sendo as atividades que trazer o prazer
e o equilíbrio para o indivíduo.
“A Arteterapia pode ser considerada uma terapia expressiva que faz o uso
da arte [...] como ferramenta de trabalho, e exalta e liberta as qualidades do
indivíduo na práxis da vida, ajudando-o a sentir-se, pensar-se e a agir de
acordo consigo mesmo, criando um canal de comunicação entre seus
conteúdos conscientes e seus conteúdos inconscientes, ao longo de sua
existência.”
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Segundo Gaspar (2013, p. 46) a arte é o que sustenta a Arteterapia, é a base
para todo o processo acontecer. Mas temos que ter em mente também que o criar
não deve ser somente pensado como um fazer artístico, mas sim como uma
manifestação da vida, da nossa própria existência. Um dos aspectos que se destaca
no pensamento dele, é o de que a criatividade como uma fonte de criação como
uma mera forma de expressão, onde se é promovido o desenvolvimento do
indivíduo.
Ainda segundo Ciornai e Norgren (2015, p. 6), por meio da criação o processo
de expressão de sentimentos, da imaginação, de percepções, desenhos, ideias, são
facilitados. A utilização de recursos, técnicas e pensamento terapêutico frente a
Arteterapia, acaba ensinando os sujeitos a desconstruir o olhar, e lançar um novo
olhar sobre o conhecido a partir de perspectivas diferentes, para assim alcançar uma
reconstrução de novos conceitos de forma mais afetiva e harmoniosa, deixando para
trás a intolerância e o preconceito. O arteterapeuta pode se ver diante de um
processo que auxilia os indivíduos a se redescobrirem, recuperar suas esperanças e
seus sonhos. As autoras ainda falam de que enquanto formos profissionais que
utilizam de instrumentos, técnicas, teorias que abrangem o trabalho com o sensível,
precisamos repensar nossa atuação além do contexto do consultório e de salas de
aulas, para realizar uma ajuda para as pessoas em um geral a se reconectarem um
com os outros, recuperarem a essência da humanidade.
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terapeuta ou até pelos próprios participantes da sessão, o que vai diferenciar a
Arteterapia dos outros métodos de terapias
Dentro a Arteterapia o fazer artístico é um meio de promoção a saúde e de
qualidade de vida. Pois a Arteterapia propicia recursos terapêuticos que podem ser
utilizados em variadas intervenções que envolvem, como por exemplo, modelagem,
música, desenho, pintura, dança, dramatização e o poema. Essas atividades têm
como objetivo facilitar a expressão da pessoa por meio de outros tipos de
linguagem, como por exemplo, a sonora, escrita e corporal, indo além da que
usamos normalmente, que é a verbal, fazendo com que se amplie as possibilidades
de comunicação e auxilie no processo de autoconhecimento e da promoção do
desenvolvimento da criatividade.
Segundo Reis (2014), mesmo a Arteterapia sendo uma área totalmente ligada
a psicologia clínica, ela é uma área de conhecimento interdisciplinar, onde se
encontra diversos outros âmbitos como o escolar, social e o comunitário Segundo
Andrade (2014, p. 44 apud REIS, A. C.), a expressividade e a arte podem ser
utilizadas na educação, psicoterapia, reabilitação e prevenção, pois a força que à
impulsiona que é a criatividade, é aspecto que influência o desenvolvimento da
personalidade do sujeito. Segundo Ciornai, (1995, p. 59-63 apud CARVALHO, M. M.
M. J.) o criar artístico ajuda a pessoa aprender formas diferentes de lidar
criativamente com o que enfrenta em sua vida, propiciando oportunidades de
estabelecimento de um contato mais íntimo e eficaz na relação terapêutica.
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simbólica. Em seguida, compreendem-se os comentários frente às tarefas
propostas, entusiastas, desdenhosas e as questões sobre a atividade, colocadas, às
vezes, mais como meio de comunicação que de informação. É interessante um
tempo para os comentários para surgir às ansiedades frente às novidades.
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real ao seu filho ela acaba concretizando a experiência alucinatória do seio que o
bebê tinha. Winnicott (1945/2000, p. 227), ainda completa seu pensamento dizendo:
“assim, suas ideias (bebê) são enriquecidas por detalhes reais de visão, sensação,
cheiro e na próxima vez esses materiais serão usados na alucinação”. As falhas
recorrentes desse estágio se apresentam como prejuízo da objetividade e
reconhecimento da realidade externa.
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alarmante. Seguindo esse pensamento podemos chegar a uma compreensão de
que a fantasia é mais do que algo criado pelo indivíduo para lhe ajudar a lidar com
frustações que se apresentem em sua realidade externa, fato que o autor atribui
sendo processo do devaneio. A fantasia é anterior à realidade externa, seu
enriquecimento ou empobrecimento depende da experiência que têm com a ilusão.
O sujeito compreende que sua vida é digna de ser vivida a partir do momento
em que se percebe como um ser criativo. Winnicott (1975, p. 95) diz que é possível
estabelecer um vínculo entre o viver criativo e o viver propriamente dito. E em uma
situação contrária, o estado de submissão da realidade externa, acaba evocando no
sujeito um sentimento de inutilidade associada a ideia de que não vale a pena viver.
“A criatividade é própria do estar vivo de tal forma que, a não ser que a
pessoa esteja em estado de repouso, ela está sempre tentando, de algum
modo, alcançar algo, de maneira que, se houver um objeto no caminho,
pode haver um relacionamento.”
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meio de um objeto mediador, ser cuidado e refletido a partir da contextualização
desse sofrimento em sua vida.
1.4. Objetivos
1.5. Justificativa
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A reflexão acerca do uso da Arteterapia no processo da psicoterapia, tem
gerado diversos estudos, que contribuem com a disponibilidade de diversas
ramificações nas áreas das artes e das ciências psicológicas, que tendem a facilitar
a integração das pessoas que necessitam de outros meios de lidar com os
significados do mundo. A Arteterapia é um método baseado no uso de várias formas
de expressão artística com uma finalidade terapêutica. A reflexão desenvolvida
mostra que, apesar das diferentes teorias, esta modalidade é processada por uma
concepção estética do humano, visto como um ser criativo, capaz de se transformar
em artista de sua própria vida.
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verbal. Visto que mesmo com tantos recursos presentes, ainda tem muito o que se
desenvolver, mesmo em pontos onde já existem estudos a respeito.
Com a escolha deste tema, procuramos estudar como a arte pode ser uma
ferramenta de grande importância para o trabalho do psicólogo nos mais diversos
campos e contextos, juntamente a seu compromisso ético de contribuir para que o
indivíduo se construa, e desenvolva-se como responsável pela própria história.
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2. MÉTODO
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3. RESULTADOS
A partir dos estudos realizados acerca do tema, o grupo obteve dados sobre,
os espaços de saúde no qual a Arteterapia está inserida, a prática do psicólogo, a
contribuição de Winnicott para o tema e como os recursos artísticos são utilizados
como objetos mediadores do processo terapêutico. Os dados coletados nos
mostraram os seguintes resultados:
Os objetos mediadores podem ser definidos como recursos que atuam nos
processos psíquicos, tanto internos como externos, dos indivíduos, mediando as
ligações entre eles, de forma que articule ambas as percepções desses processos
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de forma representativa/simbolizante. Esses recursos visam a habilidade associativa
do pré-consciente, sendo que este depende do que é oferecido pelas relações com
outros indivíduos, com a cultura, com o contexto a qual o sujeito está inserido.
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4. DISCUSSÃO
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“Por outro lado, onde existe uma mente criativa, a Razão – ao que me
parece – relaxa sua vigilância sobre portais, e as ideias entram
precipitadamente, e só então ela as inspeciona e examina com um grupo.
Vocês, críticos, ou como quer que os denominem, ficam envergonhados ou
assustados com as mentes verdadeiramente criativas, e cuja duração maior
ou menor distingue o artista pensante do sonhador. Vocês se queixam de
sua improdutividade porque rejeitam cedo demais e discriminam com
excessivo rigor.” (FREUD, 1900, p. 137-138)
Ainda segundo Sei (2009, p. 21-22), para Freud toda fantasia é a realização
de um desejo que outrora não foi satisfeito e que motiva o sujeito a buscar diferentes
maneiras de se satisfazer:
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de algo que consiga retratar os sentimentos, e que ao ser observado desperta no
espectador as mais variadas emoções.
Esses objetos passam a ter uma importância notável para essa criança, que
faz seu uso com frequência durante seu dia a dia, funcionando como uma defesa
contra a ansiedade. Ele mantém sua relevância através do reconhecimento do meio
como, por exemplo, quando a criança se mostra muito apegada a um brinquedo e os
pais reconhecem e permitem que ela o carregue por onde for, se tornando um objeto
transicional.
Assim como a noção dos objetos sofre uma ampliação para abarcar mais
aspectos quanto as realidades deste indivíduo, o simbolismo também passa por
esse processo. No início, o bebê é quem vai moldar esse simbolismo com base nas
suas necessidades adaptativas. Esse processo vai se integrando e apresentando,
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aos poucos, os sinais de exterioridade nos objetos. Neste momento, porém, ainda
não há um espaço para que um objeto seja símbolo de outro, isso se dará de acordo
com o desenvolvimento de relações simbólicas, no reconhecimento dos objetos
externos.
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Este lugar onde a brincadeira e a experiência cultural se posicionam, seria o
espaço potencial, que se caracteriza na dependência das experiências vividas, e
não tendências herdadas. Isso irá variar de como a pessoa passou pelo processo de
separação mãe-bebê, se foi de uma maneira considerada como adequada, a área
para a brincadeira será de grandes proporções. Se for de uma maneira infeliz, seu
desenvolvimento poderá ficar comprometido e o espaço potencial não terá
significado, já que os sentimentos de confiança não puderam ser construídos
corretamente.
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por conflitos na relação com o que é objetivamente percebido e o que é
subjetivamente concebido. Os primeiros estádios do uso da ilusão são
representados pelos fenômenos transicionais, que não existiriam para o ser humano
significado na ideia de relação, que para os outros o objeto seria percebido como
externo do sujeito em questão.
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é essencial. O indivíduo tentar exigir uma compreensão, uma aceitação dos seus
fenômenos subjetivos seria tratada como insano. Mas se este indivíduo consegue
obter prazer dessa área intermediária subjetiva, isto é, sem exigir a aceitação, fará
com que os sujeitos em sua volta possam reconhecer seus próprios fenômenos
subjetivos, o que pode ser visto em grupos que são voltados para filosofia, religião e
também na arte.
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O espaço potencial foi o próprio local onde a atividade se realizou, em que o
ambiente estava suficientemente bom e favorável para que os sujeitos se
expressarem. As seis etapas foram realizadas de maneira que permitia ao sujeitos
uma atividade com início, meio e fim, congruentes com suas necessidades.
Francisquetti e Freire ao utilizar músicas e sons diferentes, tinham o propósito de
que estes promovessem uma comunicação além da verbal, propiciando novas
maneiras de interação social.
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O arterapeuta precisa ser profissional, ter um manejo na preparação do local
de trabalho, se atentando a um setting terapêutico propício para que o paciente se
sinta confortável. Compreender também que cada indivíduo apresenta uma
subjetividade, portanto, ele precisará adequar e analisar quais matérias e qual
cenário poderá proporcionar um resultado satisfatório para determinadas pessoas,
por isso necessita-se saber a modalidade expressiva que será mais eficiente para
utilizar com cada sujeito. Portanto, Avellar (2004) apud Loiola e Andriola (2017, p.24)
menciona:
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ver como era sua rotina anterior a lesão, seu trabalho, ambiente familiar e social. É
importante avaliar a condição física do paciente, em relação a sua doença”.
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“Fazer adaptações tanto ao nível individual-corporal como no espaço físico,
para que se possa obter respostas, da maneira apropriada, aos estímulos.
Temos algumas crianças dependentes, que fazem uso da cadeira de rodas
e por vezes necessitam de auxílio físico de outra pessoa para desenhar,
uma vez que atendemos também aos casos mais graves, por entender que
as crianças devem vivenciar todas as fases do desenvolvimento infantil. Às
vezes, temos crianças ou jovens semi-indenpendentes que fazem uso de
órteses ou aparelhos ortopédicos e, outros ainda, independentes.”
Com base no relato acima, nota-se que existe uma concepção de que a
criança com algum tipo de deficiência torna-se incapaz de algumas habilidades,
fazendo com que fique limitada as possibilidades de expressões, mas podemos ver
que isso não faz sentido, pois temos como exemplo o artista plástico Antônio
Lizarraga, que trabalha com artes belíssimas, com auxílio de outros profissionais.
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merece ser vivida ou, então, que não podem viver criativamente e têm
dúvidas sobre o valor do viver.”
41
conhecê-lo, melhorar suas relações sociais, e consequentemente seu
desenvolvendo psíquico.
“Pode-se notar o quanto a inserção da arteterapia é importante no processo
de psicoterapia do indivíduo, visto que o psicólogo contribui através de
estratégias que liberam para a consciência conteúdos inconscientes, e até
mesmo latentes, antes desconhecidos, mas que geram reflexão e
transformação da psique humana.” (LOIOLA e ANDRIOLA, 2014, p. 29)
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reconhecendo a saúde no brasil como um direito de todos os cidadãos e sendo um
dever do próprio estado.
“Só faz sentido defender a universalidade do SUS - que significa que todos
devem ter acesso ao sistema de saúde, independente de classe social,
raça, gênero, geração, local de moradia, ou credo religioso - quando
afirmamos a saúde enquanto direito humano e social. Da mesma forma, por
trás da equidade está o princípio maior da justiça social, pois não basta
afirmarmos a universalidade, sem reconhecer que existem desigualdades
abissais entre os indivíduos e classes sociais, sendo necessário que se faça
um esforço no sentido de superar essas desigualdades, respondendo a
cada um, não de forma ‘igual’ - no sentido de homogêneo -, mas de acordo
com suas necessidades sociais e singulares”.
Ainda sobre o SUS, Lopes e Ratolo (2017) afirmam que em 2006 surgiu a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, que
tem como principal objetivo incorporar as principais práticas fundamentadas em
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concepções integrais a saúde. E é a partir do PNPIC que surge a implementação da
Arteterapia no SUS, onde tem como dever ser implantada em todos os níveis de
atenção do SUS, como forma de garantir um cuidado contínuo, humanizado e
integral em saúde.
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traumas sofridos como violência doméstica e abuso sexual; realizar trabalhos
no âmbito hospitalar seja nas salas de espera ou em outros locais, em comum
acordo com a equipe da saúde, para amenizar o sofrimento físico e emocional dos
pacientes e seus familiares. São diversas ações envolvendo todas as faixas etárias
do desenvolvimento humano e suas especificidades.
A Arteterapia pode ser trabalhada com qualquer público e sem uma faixa
etária específica segundo Lopes e Ratolo (2017), pois não demanda nenhuma
necessidade de domínio artístico. Pode também ser trabalhada nos mais diversos
settings também, em âmbito grupal, individual, familiar e casais. Com um leque
muito extenso de materiais expressivos, a Arteterapia pode ser uma excelente
ferramenta no apoio a criação de modos de vida mais criativos e significativos,
contribuindo na promoção da qualidade de vida a nível individual e também em
processos coletivos.
Concluímos também que a Arteterapia vem sendo utilizada como uma técnica
de trabalho do psicólogo, em que o profissional opta por quais objetivos procura
alcançar; são diversas as abordagens teóricas que abrangem esse tipo de técnica,
contudo cabe ao psicólogo a escolha da linha que mais se identifica. Embora as
opções de técnicas sejam amplas, nota-se uma possível falta de conhecimento do
profissional, já que é um método consideravelmente novo e pouco divulgado no
meio acadêmico.
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Além disso, consideramos que um dos requisitos básicos para trabalhar em
Arteterapia, é a criatividade. Nesta forma de atuação, é importante criar um
ambiente que permita a manifestação da criatividade, o que atualmente, não é
realizada com facilidade, pois acaba sendo insuficientemente promovida pela cultura
brasileira atual.
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modalidade é processada por uma concepção estética do humano, visto como um
ser criativo, capaz de se transformar em artista de sua própria vida.
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6. REFERÊNCIAS
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FARIAS, N. BUCHALLA, C. M. A classificação internacional de funcionalidade,
incapacidade e saúde da organização mundial da saúde: conceitos, usos e
perspectivas. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2005, vol.8, n.2, pp.187-193.
54
WINNICOTT, D. W. Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio de Janeiro:
Imago, 1945/2000.
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