Tecnologias Aplicadas
Tecnologias Aplicadas
2015
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Prof.ª Renata Joaquim Ferraz Bianco
333.714
B578t Bianco, Renata Joaquim Ferraz
Tecnologias aplicadas /Renata Joaquim Ferraz Bianco. Indaial :
UNIASSELVI, 2015.
195 p. : il.
ISBN 978-85-7830-879-7
1.Impacto ambiental.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Olá, caros(as) acadêmicos(as)! Sou a Professora Renata J. Ferraz
Bianco. É com grande satisfação que apresento a vocês o Caderno de Estudos
de Tecnologias Aplicadas.
Bom estudo!
III
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS CONCEITUAIS ........................................................................... 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 67
VIII
2.1 CONTROLE DA REAÇÃO DE FISSÃO NUCLEAR EM CADEIA . ........................................ 152
3 ENRIQUECIMENTO DO URÂNIO ................................................................................................. 152
3.1 REATOR NUCLEAR X BOMBA ATÔMICA ............................................................................... 155
3.2 REATOR NUCLEAR BRASILEIRO EM ANGRA DOS REIS – RJ ............................................ 155
3.3 SEGURANÇA NOS REATORES NUCLEARES . ........................................................................ 156
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 158
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 168
IX
X
UNIDADE 1
FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles
você encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos
desenvolvidos.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A atmosfera terrestre é composta, basicamente, por gases. Sabe-se que o
Nitrogênio (N2) é o gás mais abundante, ocupando 90% da atmosfera; também
estão presentes o Oxigênio (O2) e o Argônio (Ar), e o restante, a parte minoritária, é
composta por vapor de água e sólidos dispersos, como cinzas, pólen, entre outros.
3
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
4
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
5
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
6
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
DICAS
7
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
DICAS
DICAS
Para mais detalhes e atualizações dessa reforma política proposta, visitem: <http://
www.epa.gov/clearskies>
LEGISLAÇÃO RESUMO
Esta primeira lei federal sobre a poluição do ar era limitada,
Lei de Controle de Poluição
visando principalmente oferecer verbas federais a governos
do Ar de 1955
estaduais para pesquisa e treinamento.
A lei estabeleceu normas para fontes estaduais com relação
às emissões e exigia que fosse constituído um comitê com
Lei do Ar Limpo de 1963
a indústria automobilística a fim de estudar os efeitos das
emissões de veículos motorizados.
8
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
FONTE: Adaptado de: Stern (1982); Mills (1978); Portney (1990); Wolf (1988)
9
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
10
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
• Chumbo (Pb).
E
IMPORTANT
DICAS
Para maiores informações sobre esses notórios poluentes do ar, incluindo seus
efeitos na saúde e no meio ambiente, acesse: <http://www.epa.gov/air/urbanair/pm/index.
html>
11
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
DICAS
12
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
E
IMPORTANT
DICAS
Para uma visão geral das políticas ambientais de outros países, visite o Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP – United Nations Environment Programme)
em <http://www.unep.org>
E
IMPORTANT
13
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
14
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
E
IMPORTANT
DICAS
15
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Poluição atmosférica:
Refletindo sobre a qualidade ambiental em áreas urbanas
Ayoade (1998, p. 309) alerta que a poluição do ar afeta o clima das áreas
urbanas de diversas formas. O próprio balanço energético das cidades sofre
interferência, pois os poluentes refletem, dispersam e absorvem radiação solar.
Muitos poluentes também servem de núcleos de condensação, sendo, portanto,
abundantes no ar das cidades, cuja umidade já é substancialmente abastecida através
da evaporação, dos processos industriais e dos automóveis, que emitem grandes
quantidades de vapor d’água. Consequentemente, a tendência da precipitação é
aumentar sobre as áreas urbanas. Contudo, os efeitos mais alarmantes da poluição
atmosférica ocorrem na saúde da população urbana.
16
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
17
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
escura durante todo o período, tendo sido registradas 20 mortes e quase seis mil
internações entre os 14 mil habitantes da cidade.
18
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
19
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
20
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
Yaakov e Bitan (1998, p. 03) reforçam a importância das áreas verdes nos
centros urbanos, devido à influência que a vegetação exerce nos parâmetros climáticos
de diversas áreas e seus arredores, reduzindo a radiação, a temperatura, gerando a
elevação da umidade e reduzindo a velocidade do vento. Alessandro e Schultz (1998,
p. 15), em estudo realizado na cidade de Mendoza, no Sudoeste da Argentina, onde foi
empregado para amostragem do material particulado o dispositivo passivo Sigma II,
puderam constatar nas áreas verdes com cultivo de árvores um notável decréscimo
da poluição atmosférica, sendo isso também percebido em jardins urbanos. Yazgan
et al. (1998, p. 39) também destacam a importância das áreas descampadas e verdes
para o clima urbano e a qualidade do ar. Essas áreas são elementos indispensáveis
das cidades contemporâneas, com efeito funcional e estético. Na atualidade, em
muitas cidades do mundo onde o problema da poluição do ar existe, entende-se
que é de grande importância o efeito funcional de áreas descampadas e verdes no
melhoramento do clima urbano e da qualidade do ar.
22
TÓPICO 1 | CONTROLE DE FONTES ESTACIONÁRIAS: QUALIDADE DO AR
Considerações finais
Referências bibliográficas
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste primeiro tópico apresentamos:
• A partir de 2005, havia seis poluentes “de critérios”: Material particulado (MP –
10 e MP – 2,5); Dióxido de enxofre (SO2); Monóxido de carbono (CO); Dióxido de
nitrogênio (NO2); Ozônio troposférico (O3); Chumbo (Pb).
25
• Uma vez que a EPA identifica os principais poluidores do ar, estabelece os
padrões nacionais para eles. Os padrões fixam o nível máximo permitido para
cada poluente a ser atendido por todas as fontes poluidoras.
• Uma fonte móvel refere-se a qualquer vínculo de transporte que gera poluição,
como um automóvel ou caminhão.
• Os PNEPPA devem atingir a redução máxima possível de ser obtida para cada
tóxico, referidas como a máxima tecnologia de controle alcançável (MTCA).
26
AUTOATIVIDADE
( ) Fonte móvel refere-se a qualquer vínculo de transporte que gera poluição, como
a fabricação de um armário, por exemplo.
( ) Fonte flexível é aquela que se adapta ao tipo de poluição que é capaz de
gerar, como líquida, sólida ou gasosa.
( ) Uma fonte estacionária é qualquer construção ou estrutura que emite
poluição, como uma usina termoelétrica que queima carvão.
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
O AQUECIMENTO GLOBAL E A
DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
1 INTRODUÇÃO
Ao falarmos sobre a qualidade do ar atmosférico, não poderíamos deixar
de estudar o aquecimento global e a depleção de ozônio. Ambas as situações, de
fato comprovadas, nos fazem provar seus efeitos diariamente, os quais não são
nada agradáveis.
O Sol parece estar “mais quente” do que nunca, nas praias as pessoas
escondem-se sob os guarda-sóis ao invés de ficarem se refrescando na água do
mar, que em 2014 apresentou-se quente em locais de águas geladas. Os picos
de radiação solar nunca alcançaram patamares tão altos e certos animais já não
resistem mais às drásticas mudanças climáticas que estamos vivenciando.
29
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
2 DEPLEÇÃO DO OZÔNIO
O ozônio é uma substância simples formada por três átomos de oxigênio
em sua composição molecular (O3). Diferente do gás oxigênio (o O2 é formado por
dois átomos de oxigênio), o gás ozônio é tóxico para nós, seres humanos, ou seja,
não é possível respirarmos esse gás. Contudo, o ozônio forma uma camada gasosa
na atmosfera, chamada de camada de ozônio, que protege a Terra contra os raios
UVA e UVB, que são nocivos à saúde humana.
30
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
E
IMPORTANT
31
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
DICAS
Para aprofundar seus estudos sobre os danos à camada de ozônio, leia o relatório
publicado por Farman, Gardier e Shanklin (1985).
E
IMPORTANT
DICAS
32
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
33
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
Com exceção dos HCFCs, que devem ser eliminados gradualmente até
2020, todas as substâncias que prejudicam o ozônio foram eliminadas da produção
progressivamente até 2005 ou 2012. Entretanto, pelo fato de essas substâncias
terem longo período de vida, elas afetam o meio ambiente muito depois de serem
produzidas (THOMAS, 2012).
34
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
E
IMPORTANT
e, até 1995, já tinha aumentado para U$ 5,35 por libra. A partir de 1996, o imposto
deveria aumentar até U$ 0,45 por libra a cada ano, chegando a U$ 9,85 por libra
em 2005. Embora o prazo de eliminação progressiva tenha transcorrido, o imposto
ainda é aplicável sobre os CFCs reciclados e importados (THOMAS, 2012).
E
IMPORTANT
36
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
E
IMPORTANT
DICAS
E
IMPORTANT
38
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
climáticas, por sua vez, afetariam as regiões agrícolas, o clima e o nível dos mares
(THOMAS, 2012).
DICAS
E
IMPORTANT
39
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
GÁS PAG
Dióxido de carbono (CO2) 1
Metano (CH4) 21
Óxido nitroso (N2O) 310
Tetrafluormetano (CF4) 6.500
Hidrofluorcarbono-23 (HFC-23) 11.700
Hexafluoreto de enxofre (SF6) 23.900
FONTE: Thomas (2012, p. 309)
ATENCAO
40
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
DICAS
41
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
políticas precisam decidir como reagir aos níveis crescentes de CO2 quando existe
tanta incerteza sobre suas implicações (THOMAS, 2012).
LEITURA COMPLEMENTAR
42
TÓPICO 2 | O AQUECIMENTO GLOBAL E A DEPLEÇÃO DE OZÔNIO
dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e ozônio (O3).
Portanto, a presença destes gases na atmosfera faz parte de um ciclo vital na Terra.
43
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste segundo tópico apresentamos:
• O ozônio é uma substância simples, formada por três átomos de oxigênio em sua
composição molecular (O3).
• Como um problema da poluição global do ar, a depleção do ozônio não pode ser
controlada sem um esforço integrado internacional.
46
ozônio: imposto especial sobre a produção de substâncias destruidoras do
ozônio (excise tax) e um sistema de permissões comercializáveis.
• Sob a ótica da ciência econômica, o imposto especial atua como uma cobrança de
encargos sobre produtos sobre a substância que elimina ozônio.
47
• Os signatários são estimulados a mudanças climáticas na formulação das
políticas próprias econômicas, sociais e ambientais.
• Até o final de 1993, o número necessário de países havia ratificado o tratado que
se tornou legalmente obrigatório em março de 1994.
48
AUTOATIVIDADE
( ) O ozônio forma uma camada que protege a Terra contra os raios solares
UVA e UVB.
( ) O efeito estufa sempre foi e sempre será bom para a Terra, pois ele impede
o congelamento dela.
( ) Todos nós, seres humanos, somos responsáveis por ajudar a destruir ou
manter a camada de ozônio.
49
50
UNIDADE 1
TÓPICO 3
DISSEMINAÇÃO DA TECNOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Controles específicos diferentes, levando em conta o tempo de existência das
instalações, foram estabelecidos nas emendas à Lei do Ar Limpo (ELAL) de 1990.
As regras exigem que as instalações construídas ou modificadas consideravelmente
após 1970 devem satisfazer limites mais severos de emissões do que os já existentes.
O motivo é que as novas fontes e as modificadas presumivelmente podem integrar
a tecnologia necessária e atender padrões rigorosos com mais facilidade do que as
outras. As construções já existentes provavelmente enfrentariam altos custos de
aperfeiçoamento, prejudiciais à economia local. Ainda mais que elas acabariam se
tornando obsoletas, até o ponto de necessitarem modificação ou substituição. Por
conseguinte, com o decorrer do tempo, os padrões mais rígidos acabariam sendo
atendidos por todas as fontes estacionárias.
51
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
52
TÓPICO 3 | DISSEMINAÇÃO DA TECNOLOGIA
E
IMPORTANT
Embora se espere que os padrões das novas fontes das áreas PDS e das “em
desconformidade com os padrões” (isto é, MTCD e MBTEP) sejam mais rígidos do que os PDNF,
na prática, os PDNF são geralmente aceitos por ambos.
F O N T E S N O VA S O U
FONTES EXISTENTES
MODIFICADAS
R E T R O F I T –
MTCD – Melhor tecnologia
Melhor tecnologia
disponível refere-se ao limite
de aperfeiçoamento
de emissões baseados no
disponível (MTAD): BART
grau máximo de redução da
ÁREAS PDS refere-se a um padrão de
poluição que a autoridade
emissões aplicável somente
pertinente considera possível
às emissões que podem
atingir observando caso a
afetar negativamente a
caso.
visibilidade.
MBTEP – Mais baixa taxa de TCRD – Tecnologia de
emissão possível refere-se ao controle razoavelmente
índice de emissão que reflete disponível refere-se a
Á R E A S N Ã O
a limitação mais rigorosa em um padrão de emissões
CONFORMES
determinado Plano Estadual baseado no uso de
de Implementação (PEI) para tecnologia considerada
o mesmo tipo de fonte. disponível na prática.
FONTE: Thomas (2012, p. 275)
• Os limites das emissões para as fontes novas são mais rigorosos do que os limites
para as fontes existentes (THOMAS, 2012).
2 TECNOLOGIA UNIFORME
Implicitamente, existem dois prováveis problemas com os padrões de
desempenho de novas fontes (PDNF). Em primeiro lugar, pelo fato de os padrões
serem baseados na tecnologia, as empresas não têm flexibilidade para selecionar
53
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
54
TÓPICO 3 | DISSEMINAÇÃO DA TECNOLOGIA
DICAS
Para saber mais, visitem a Rede de Transferência de Tecnologias (TTB) em: <http://
epa.gov/ttn>.
55
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
56
TÓPICO 3 | DISSEMINAÇÃO DA TECNOLOGIA
LEITURA COMPLEMENTAR
A CARTA DA TERRA
PREÂMBULO
A Situação Global
57
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Responsabilidade Universal
PRINCÍPIOS
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor,
independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o
dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
58
TÓPICO 3 | DISSEMINAÇÃO DA TECNOLOGIA
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das
gerações futuras.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras
selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter
a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida
marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade
dos ecossistemas.
59
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano
significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas consequências humanas globais,
cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos
energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num
mundo finito.
60
TÓPICO 3 | DISSEMINAÇÃO DA TECNOLOGIA
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção
ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não
contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e
internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência
sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não
são capazes de manter-se por conta própria.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência
contra elas.
61
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero,
orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel
essencial na criação de sociedades sustentáveis.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação
para sustentabilidade.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento
extremo, prolongado ou evitável.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não
provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo
restauração ecológica.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com
outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da
qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
63
UNIDADE 1 | FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência
face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação
da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.
64
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste terceiro tópico apresentamos:
• As fontes existentes nessas áreas podem usar uma tecnologia mais tolerante,
chamada a melhor tecnologia de aperfeiçoamento (retrofit) disponível (MTAD).
• Os limites das emissões para as fontes novas são mais rigorosos do que os limites
para as fontes existentes.
65
• Em primeiro lugar, pelo fato de os padrões serem baseados na tecnologia,
as empresas não têm flexibilidade para selecionar como atender aos limites
nacionais de emissões.
66
AUTOATIVIDADE
67
68
UNIDADE 2
ENERGIA E ELETRICIDADE -
FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No primeiro tópico, iremos estu-
dar três fontes de energia: a energia solar, a energia eólica e a energia hídrica.
No segundo tópico, iremos apresentar a história e o funcionamento de ve-
ículos elétricos. Finalmente, no terceiro e último tópico, iremos conhecer a
geração de eletricidade a partir do eletromagnetismo.
69
70
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Moramos no Brasil, um país tropical, onde o Sol é a estrela mais brilhante
em todo o território nacional. Terra, mar, sombra e água fresca no verão, que em
muitas localidades, como no Nordeste, é a estação predominante o ano inteiro. E
mesmo assim, diante de tanta luz solar, vivenciamos, nos últimos anos, apagões
e crises energéticas. Importamos energia da Argentina para sairmos da escuridão
elétrica em pleno verão. Que contradição!
2 FONTES DE ENERGIA
A geração de eletricidade por meio do uso de sistemas fotovoltaicos,
eólicos, hídricos e termais pode desempenhar um papel substancial, ajudando-nos
a satisfazer nossas necessidades de energia e, de fato, são algumas das tecnologias
de energia que mais rapidamente se desenvolvem hoje em dia, apesar de sua
participação no volume total ainda ser pequena. Por exemplo, a capacidade de
geração de energia eólica aumentou 300% nos Estados Unidos nos últimos cinco
anos, mas ainda fornece apenas 1% da eletricidade consumida no país. Em 2010,
o objetivo da Europa era promover 20% de sua energia elétrica por meio de
eólicas (atualmente, a Dinamarca já o faz). O Quadro 5 indica as contribuições
das tecnologias solares ao abastecimento de energia norte-americano durante os
últimos 23 anos. Pesquisa e desenvolvimento, assim como o preço internacional
de petróleo e as políticas públicas, terão uma grande importância para as futuras
contribuições da energia solar (HINRICHS, 2013).
71
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
72
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
3 CÉLULAS SOLARES
O princípio por trás do uso direto da energia solar para a produção de
eletricidade foi descoberto em 1887, por Heinrich Hertz, e explicado em 1905, por
Albert Einstein. Foi observado que, quando a luz atinge determinados metais,
elétrons são emitidos. Esse fenômeno, conhecido como efeito fotoelétrico, pode
ser estudado com um artefato, como mostrado na Figura 20. Quando a luz incide
na placa negativa, os elétrons são emitidos com uma quantidade de energia
cinética inversamente proporcional ao comprimento de onda da luz incidente.
Originalmente, este efeito não foi considerado surpreendente e pensou-se
que fosse consistente com o entendimento clássico da natureza. Contudo, para
determinados valores de comprimento de onda da radiação, nenhum elétron foi
73
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
Os sistemas FV são classificados em watts pico (Wp), que se referem à sua produção
de energia máxima quando operando a 25°C sob insolação de 1.000 W/m2 (N.T).
Einstein explicou este efeito ao pressupor que, neste caso, a luz se comporta
mais como uma partícula do que como uma onda. A energia de cada partícula de luz,
chamada fóton, depende apenas da sua frequência e é igual a h x f, onde h é constante
de Planck, e f é a frequência da luz. Um elétron em um átomo de metal é capaz de
“capturar” um fóton e obter energia necessária para escapar se a energia do fóton
exceder a de adesão do elétron ao metal. Isso vai acontecer se a frequência da luz for
grande o bastante ou se o comprimento de onda for pequeno o bastante, uma vez que
o comprimento de onda é inversamente proporcional à frequência. Relembre que h x
f = c, e a velocidade da luz c é igual a 3.108 m/s.
A maior parte das células solares é feita pelo agrupamento de duas camadas
muito finas de silício cristalino, cada uma delas tratada de maneira especial.
Normalmente, não existem elétrons livres no silício e, desta forma, este elemento é
um bom isolante. Por meio de um processo denominado “dopagem”, são adicionadas
impurezas ao silício, alterando suas propriedades e tornando-o um condutor melhor.
Se for adicionada uma pequena quantidade de fósforo, passarão a existir elétrons
74
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
Quando a luz atinge uma célula solar, elétrons e buracos são criados pelo
efeito fotoelétrico. Tais cargas são separadas pela barreira potencial na junção p-n. Se
os lados tipo p e tipo n da célula solar estiverem conectados por um circuito externo,
os elétrons vão fluir para fora do eletrodo localizado no lado tipo n, através de uma
carga disponível para a realização de trabalho útil, e para dentro do lado tipo p, onde
se recombinarão com os buracos (HINRICHS, 2013).
75
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
4 ENERGIA EÓLICA
As costas marinhas (offshore) são uma das áreas que vêm crescendo muito
nas aplicações das turbinas eólicas. Tais lugares têm a vantagem de apresentar,
geralmente, maiores velocidades de vento e menos turbulência. Trabalhos
relacionados à fundação e à proteção contra a corrosão salina fazem essas unidades
serem um pouco mais caras do que as terrestres na praia. A Europa tem cerca de
doze fazendas eólicas offshore; a maior delas é a Horns Ver, na Dinamarca, com 80
turbinas de 2 MW cada. O maior projeto (proposto) nos Estados Unidos é o Projeto
de Energia Eólica “Cape Wind”, com 420 MW, localizado na costa de Massachusetts,
em Nantucket Sound. Esse parque eólico consistirá de 130 turbinas de 3,2 MW,
tendo cada uma cerca de 425 pés (130 m) de altura. Elas serão instaladas a três
milhas da costa e as turbinas distanciarão umas das outras cerca de meia milha.
As pás girarão a 15 rpm. Estima-se que esse parque eólico vá produzir em torno
de 75% das necessidades anuais de eletricidade de “Cape” e reduzir a emissão de
gases estufa em um milhão de toneladas por ano.
77
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
78
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
79
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
80
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
81
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
O mundo todo tem utilizado em larga escala turbinas de vento para a geração
de eletricidade, tanto em terra quanto nas costas marítimas. Em termos mundiais, a eólica é a
tecnologia de geração de energia que mais rapidamente cresce. Sua potência aumentou com o
cubo da velocidade do vento e com o quadrado do diâmetro de lâminas do rotor (HINRICHS, 2013).
6 ENERGIA HIDRÁULICA
Historicamente, a energia hidráulica tem sido utilizada para fazer a água
gerar trabalho útil – moer grãos, serrar madeira e fornecer energia para outras
tarefas. A força das águas foi transferida para uma série de máquinas de movimento
rotatório por meio de eixos, hastes, roldanas, polias, cabos e engrenagens. Os
gregos utilizavam rodas d´água de eixo vertical já em 85 a.C., e de eixo horizontal
por volta de 15 a.C. A força das águas foi a única fonte de energia mecânica (além
do vento) disponível até o desenvolvimento do motor a vapor no século XIX.
82
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
desse tipo de eletricidade diminuiu de quase 35% para apenas 10% nos últimos
50 anos. Em torno de 45% do potencial de desenvolvimento de hidrelétricas nos
Estados Unidos foram utilizados até hoje. A maior instalação norte-americana é
a Represa Grand Coulee, com capacidade de 6.495 MW; existem planos para se
aumentar sua produção para 14.780 MW (HINRICHS, 2013).
83
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
84
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
Uma grande saída pode ser obtida, tanto uma baixa queda quanto uma alta
queda com uma grande vazão de água. A Central de Hoover, no Rio Colorado,
é a barragem mais alta dos Estados Unidos, com uma queda de 221 m (725 pés)
e uma saída de 1.300 MW. A barragem Robert Moses/Robert Saunders, usina
internacional no Rio Saint Lawrence, entre os Estados Unidos e o Canadá, tem
uma capacidade de geração de 1.800 MW, mas uma queda de apenas 9 m (30 pés).
85
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
86
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
E
IMPORTANT
LEITURA COMPLEMENTAR
GEVAN OLIVEIRA
87
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
88
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
À prova de apagão
89
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou
um padrinho forte, que apostou na ideia: o governo do Estado. O projeto, gestado
durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De
acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as
partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias.
90
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
Vento e sol
91
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Bola da vez
92
TÓPICO 1 | FONTES DE ENERGIA: SOLAR, EÓLICA E HÍDRICA
93
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste primeiro tópico apresentamos:
• O princípio por trás do uso direto da energia solar para a produção de eletricidade
foi descoberto em 1887 por Heinrich Hertz, e explicado em 1905 por Albert
Einstein.
• A maior parte das células solares é feita pelo agrupamento de duas camadas
muito finas de silício cristalino, cada uma delas tratada de maneira especial.
94
• Existe um grande número de tecnologias populares para a produção direta de
eletricidade a partir da luz solar.
• Usinas termosolares usam a energia do Sol para produzir um fluido com alta
temperatura por meio da concentração de raios solares em uma área receptora
central.
• As costas marinhas (offshore) são uma das áreas que vêm crescendo muito nas
aplicações das turbinas eólicas.
• Muitas concessionárias nos Estados Unidos estão oferecendo este tipo de energia
como o principal ou único recurso em programas de energia verde (Green Power).
• O mundo todo tem utilizado em larga escala turbinas de vento para a geração de
eletricidade, tanto em terra quanto nas costas marítimas.
• Historicamente, a energia hidráulica tem sido utilizada para fazer a água gerar
trabalho útil – moer grãos, serrar madeira e fornecer energia para outras tarefas.
95
• Embora as hidrelétricas não poluam, elas afetam o meio ambiente. A construção
de uma represa ou barragem resulta na inundação de grandes áreas de terra.
• A potência produzida por essa água é igual à taxa de perda de energia potencial
gravitacional que ocorre quando a água cai da fonte.
96
AUTOATIVIDADE
97
98
UNIDADE 2 TÓPICO 2
O FUNCIONAMENTO DE
VEÍCULOS ELÉTRICOS
1 INTRODUÇÃO
Uma bateria é como uma “bomba” exercendo uma força sobre os elétrons
em um fio. Trata-se de um conversor de energia, pois transforma a energia química
em energia elétrica, fornecendo uma diferença de potencial entre os terminais
da bateria. Em geral, uma bateria tem dois eletrodos (ou terminais) de diferentes
materiais submersos em uma solução química chamada de eletrólito. Pequenas
quantidades dos compostos que integram os eletrodos passam para a solução no
eletrólito como íons livres (átomos eletricamente carregados que criam terminais
positivo e negativo). Quando dois terminais são unidos por um circuito externo, os
elétrons podem fluir de um eletrodo para outro. O eletrólito pode ser líquido (tal
como ácido sulfúrico diluído em uma bateria de carro) ou uma pasta úmida (como
em uma pilha comum). A diferença de potencial da bateria é mantida pela ação
química contínua em cada eletrodo (HINRICHS, 2013).
DICAS
Uma bateria nada mais é do que uma sequência de pilhas ligadas em série. Para
saber mais sobre o funcionamento de pilhas e baterias, acesse o conteúdo de eletroquímica
disponível nos livros de química geral.
99
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
elas podem sê-lo a seco, ao contrário das comuns. Isto é feito passando-se uma
corrente externa pela bateria, na direção oposta à do fluxo de corrente, durante
a operação normal. As baterias de chumbo-ácido são populares porque podem
ser recarregadas milhares de vezes, têm custo relativamente baixo e fornecem
altas correntes por períodos curtos de tempo (HINRICHS, 2013).
2 BATERIAS COMUNS
A bateria de chumbo-ácido, geralmente, consiste de seis células
conectadas em série. Cada célula tem um eletrodo positivo feito de dióxido de
chumbo e um eletrodo negativo feito de chumbo esponjoso puro, ambos imersos
em um eletrólito composto de ácido sulfúrico, H2SO4 e água. Quando os dois
terminais são conectados por um circuito externo, dois elétrons no eletrodo
negativo deixam um átomo de chumbo que passa para a solução como Pb+2. Esses
íons positivamente carregados combinam-se aos íons sulfato do eletrólito para
formar sulfato de chumbo (PbSO4). No terminal positivo, o dióxido de chumbo
PbO2 é convertido em sulfato de chumbo e água, usando os dois elétrons que
“fluíram” pelo circuito externo. Como o sulfato de chumbo se deposita em ambos
os terminais durante a descarga da célula, a concentração de ácido sulfúrico da
bateria diminui. Já que a densidade do ácido sulfúrico é bem maior que a da
água, uma queda pronunciada na densidade do eletrólito indica que a célula
está descarregada. Quando o depósito de PbSO4 em cada eletrodo é tão grande
que o Pb e PbO2 ficam indisponíveis para o eletrólito, dizemos que a bateria está
“morta”. A diferença de potencial gerado pelos dois terminais da célula é de 2V,
de forma que uma bateria de carro com seis células conectadas em série fornece
6 x 2V = 12V (HINRICHS, 2013).
E
IMPORTANT
100
TÓPICO 2 | O FUNCIONAMENTO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS
E
IMPORTANT
101
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
3 CARROS ELÉTRICOS
Os carros movidos a eletricidade (EVs) têm sido construídos há muitos
anos; e eram tão populares quanto os carros movidos a gasolina na virada do
século XIX para o século XX. A primeira multa por excesso de velocidade foi dada
a um EVs – por andar a 15 mph! Em 1914, havia 20 mil EVs nas ruas. Os EVs
convencionais de hoje têm aproximadamente oito baterias comuns de chumbo-
ácido de 12V – pesando mais de 230 kg (500lb) – que levam de seis a oito horas para
ser recarregadas. Geralmente eles têm uma autonomia de apenas 60 a 160 milhas
e uma velocidade máxima de 60 a 70 mph. Todas as três grandes montadoras de
Detroit (Chrysler, Ford e General Motors), Toyota, Honda e Nissan estiveram
envolvidas com o desenvolvimento dos EVs em algum momento. Em dezembro de
1996, a GM foi a primeira montadora a comercializar um EVs (HINRICHS, 2013).
E
IMPORTANT
102
TÓPICO 2 | O FUNCIONAMENTO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS
103
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
milhas por hora, em áreas urbanas, em que a bateria é mais eficiente. A eficiência
do combustível dos híbridos alcançou as maiores taxas de milhagem da história de
EPA, chegando a 70 milhas por galão nas autoestradas. Acima de 25 mph, o motor
à gasolina provê potência adicional para impulsionar o veículo a velocidades de
autoestrada (HINRICHS, 2013).
4 CÉLULA DE COMBUSTÍVEL
A célula de combustível é um conversor de potência único que é eficiente,
não poluente e flexível. Para muitos, esta é a tecnologia que nos livrará da forte
104
TÓPICO 2 | O FUNCIONAMENTO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS
E
IMPORTANT
O avanço tecnológico nessa área tem sido extremamente rápido. o custo atual do
quilowatt é bastante inferior aos valores aqui citados, e tem caído constantemente.
105
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
106
TÓPICO 2 | O FUNCIONAMENTO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS
T E M P . D E TAMANHO DA
TIPO DE CÉLULA EFICIÊNCIA %
OPERAÇÃO ºC UNIDADE kW
PEM 40-50 80 50
ÁCIDO FOSFÓRICO 40-50 200 200
C A R B O N A T O
60+ 650 2.000
FUNDIDO
ÓXIDO SÓLIDO DE
40-50 1.000 100
CERÂMICA
ALCALINA 70 60 2-5
FONTE: Adaptado de Hinrichs (2013, p. 399)
convencional. Operando com hidrogênio, elas seriam duas vezes mais eficientes
do que um motor a combustão interna. Os custos seriam comparáveis aos dos
carros convencionais, e a emissão líquida de gases causadores de efeito estufa
(da extração dos recursos ao uso final) seria muito menor em carros movidos a
gasolina, dependendo de como o hidrogênio é produzido. Assim como os carros
convencionais, eles poderiam ser abastecidos em minutos. Se o combustível for gás
hidrogênio armazenado a alta pressão, uma autonomia de 400 km será possível com
um tanque de 35 galões (cerca de 132,51). Hidretos metálicos também podem ser
utilizados para armazenar hidrogênio, reduzindo o volume por um fator de três, se
comparado ao volume de gás necessário para se obter uma autonomia de 400 km;
entretanto, são caros. Baterias poderiam ser utilizadas em alguns sistemas para
ajudar nos momentos de pico de demanda e poderiam, então, utilizar a frenagem
regenerativa – geração de potência na redução de velocidade – para recarregar
as baterias. Alguns fabricantes de automóveis estão considerando a possibilidade
de se utilizar um sistema de processamento para se produzir diretamente o H2 a
bordo com gasolina ou metanol. Porém, neste caso, a eficiência global vai diminuir
(HINRICHS, 2013).
108
TÓPICO 2 | O FUNCIONAMENTO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
109
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Hidrogênio combustível
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste segundo tópico apresentamos:
• Uma bateria é como uma “bomba” exercendo uma força sobre os elétrons em
um fio.
• Em geral, uma bateria tem dois eletrodos (ou terminais) de diferentes materiais
submersos em uma solução química chamada de eletrólito.
• Uma bateria nada mais é do que uma sequência de pilhas ligadas em série.
• Uma vantagem das pilhas recarregáveis é que elas podem sê-lo a seco, ao
contrário das comuns. Isto é feito passando-se uma corrente externa pela bateria,
na direção oposta à do fluxo de corrente, durante a operação normal.
112
• O avanço tecnológico nessa área tem sido extremamente rápido.
• O custo atual do quilowatt é bastante inferior aos valores aqui citados, e tem
caído constantemente.
• Uma célula de combustível pode ser utilizada para alimentar um motor elétrico.
Atualmente, há um bom número de ônibus movidos a células de combustível
em operação.
113
AUTOATIVIDADE
114
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A primeira observação de um fenômeno magnético foi a de uma
determinada rocha que tinha a propriedade de atrair (repelir) rochas similares.
A rocha, um minério de ferro identificado como magnetita, já era conhecida pelos
gregos por volta de 500 a.C. Ela era capaz de atrair e agrupar pequenos pedaços
de ferro ao redor das suas pontas. Um imã age como se possuísse dois centros de
força, que são chamados polos, denominados Norte (N) e Sul (S). A força entre dois
imãs varia inversamente ao quadrado da distância entre eles, e pode ser atrativa ou
repulsiva, dependendo de quais polos estão sendo aproximados. Em geral, polos
iguais se repelem e polos opostos se atraem (HINRICHS, 2013).
115
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
2 MOTORES ELÉTRICOS
A descoberta da ligação entre a eletricidade e o magnetismo deu origem
ao campo do “eletromagnetismo”, que tem desempenhado um papel crucial na
formação tecnológica do mundo em que vivemos (HINRICHS, 2013).
116
TÓPICO 3 | ELETRICIDADE POR ELETROMAGNETISMOTÓPICO
Uma espira pela qual passa uma corrente também atua como um imã,
semelhante a uma barra de imã. Essa espira, denominada “solenoide”, é um
exemplo de um eletroímã. A força de um eletroímã pode ser aumentada se
enrolarmos o fio ao redor de uma barra de ferro-gusa (por exemplo, um prego
de ferro), já que o campo magnético do solenoide faz com que o núcleo de ferro
também se magnetize. Eletroímãs são utilizados em muitos dispositivos hoje em
dia, como motores e relés. Um campo magnético pode ser criado ou removido
fechando-se ou abrindo-se um interruptor simples que conecta o eletroímã a uma
fonte de tensão (HINRICHS, 2013).
3 GERAÇÃO DE ELETRICIDADE
Considere a seguinte questão: se uma corrente elétrica produz um campo
magnético, então será que um campo magnético é capaz de produzir uma
corrente? Suponha que uma espira de fio condutor seja colocada ao redor de um
imã. Um medidor de corrente (chamado amperímetro) acusaria um valor para essa
corrente? O experimento foi realizado, mas a resposta é não. Porém, uma variação
deste experimento foi tentada em 1831 por Michael Faraday, na Inglaterra, e por
Joseph Henry, nos Estados Unidos, com resultados surpreendentes. Um imã em
repouso próximo ou dentro de uma alça de fio não vai provocar nenhuma deflexão
na agulha do amperímetro. Entretanto, se o imã (ou o fio) for movimentado, uma
diferença de potencial é produzida entre as extremidades do fio, e, portanto, uma
corrente é gerada. Quanto mais rápido o imã se movimentar, maior será a tensão
(voltagem) induzida. Esse fenômeno, chamado Lei da Indução de Faraday, é o
princípio por trás dos geradores elétricos de hoje (HINRICHS, 2013).
E
IMPORTANT
117
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
118
TÓPICO 3 | ELETRICIDADE POR ELETROMAGNETISMOTÓPICO
• Um fio conduzindo corrente elétrica sofre a ação de uma força quando imerso
em um campo magnético (como em um motor elétrico). De forma semelhante,
uma partícula carregada sente a ação de uma força quando se movimenta na
direção apropriada em um campo magnético.
119
UNIDADE 2 | ENERGIA E ELETRICIDADE - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: Maglev Cobra
120
TÓPICO 3 | ELETRICIDADE POR ELETROMAGNETISMOTÓPICO
Por se tratar da mais moderna tecnologia, ainda não existe linha de teste
em escala real. No Brasil, foram realizados testes de bancadas com os componentes
isolados. “A fase seguinte é montar o veículo e testar todos os componentes
interligados, formando o sistema Maglev-Cobra. Primeiramente, será uma curta
linha de testes e, depois, uma linha interna na UFRJ para transportar 20 mil alunos
diários, o que homologará o sistema”, explica David.
Dois fatores importantes podem colaborar para que esta nova tecnologia
se torne popular num futuro próximo. O primeiro deles é o baixo custo de
implantação e manutenção, se comparados aos serviços tradicionais em execução
na atualidade. “Em transporte a decisão deve estar focada no bem-estar do cliente:
o passageiro. E o que o passageiro do transporte público quer prioritariamente?
Eu acredito que: mobilidade, rapidez, conforto, segurança e baixo custo - nesta
ordem”, defende Eduardo.
para 45 minutos com o BRT expresso e para apenas 20 minutos com o Maglev
em via elevada. “O custo médio operacional do sistema integrado Maglev+BRT é
50% inferior ao do custo operacional apenas do BRT. Portanto, sobra uma grande
margem para amortização do investimento complementar ao BRT, com grande
benefício público decorrente do maior conforto, rapidez e segurança”, conclui.
Maglev de Shanghai
122
TÓPICO 3 | ELETRICIDADE POR ELETROMAGNETISMOTÓPICO
mercado”, opina. “Quem sabe algum dos leitores não se interesse em desenvolver
isso? É um bom desafio criativo e com grande apelo ambiental”, finaliza Eduardo.
Enquanto esse dia não chega, vale ficar de olho nas datas previstas para
implantação e execução do Maglev Cobra. Se tudo correr bem, até 2014 serão
implantados 4,5 km de linha operacional no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão.
Os supercondutores, o trem e os motores lineares serão fabricados no Brasil. Para
conhecer mais sobre a tecnologia, vale conhecer o site oficial do Maglev Cobra.
Nele há muitas informações sobre o funcionamento da tecnologia, bem como um
FAQ respondendo às dúvidas mais comuns dos usuários.
123
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste terceiro tópico apresentamos:
• Uma força gravitacional será exercida sobre uma massa quando ela se encontrar
em um campo gravitacional.
• Uma espira pela qual passa uma corrente também atua como um imã, semelhante
a uma barra de imã. Essa espira, denominada “solenoide”, é um exemplo de um
eletroímã.
• Um fio conduzindo corrente elétrica sofre a ação de uma força quando imerso
em um campo magnético (como em um motor elétrico).
• De forma semelhante, uma partícula carregada sente a ação de uma força quando
se movimenta na direção apropriada em um campo magnético.
124
• Uma corrente elétrica produz um campo magnético.
125
AUTOATIVIDADE
( ) Um imã age como se possuísse dois centros de força, que são chamados
polos, denominados norte (N) e sul (S).
( ) O funcionamento de um imã é tão complexo que qualquer metal pode ser
atraído até pelo alumínio.
( ) A força entre dois imãs varia inversamente ao quadrado da distância entre
eles, e pode ser atrativa ou repulsiva.
126
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No primeiro tópico, iremos estu-
dar o átomo a partir da teoria atômica e a radioatividade. No segundo tópi-
co, iremos definir a fissão nuclear, bem como apresentar as suas aplicações.
Finalmente, no terceiro e último tópico, iremos definir a fusão nuclear, bem
como conhecer suas aplicações como fonte alternativa de energia.
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Basta falarmos em energia nuclear ou radioatividade que a reação das
pessoas demostra temor. Infelizmente, isso ocorre devido a várias catástrofes,
causadas por erros humanos e falhas materiais, que ocorreram envolvendo
bombas nucleares ou explosões de reatores nucleares.
Seja para melhor ou para pior, atualmente, nos encontramos na era nuclear.
O símbolo do átomo, com seu núcleo rodeado por elétrons em órbita, tornou-se a
marca registrada do “progresso” aos olhos de muitas pessoas. Veja na figura a
seguir o modelo atômico de Ernest Rutherford. A humanidade descobriu como
atingir as grandes quantidades de energia armazenadas no núcleo atômico para
utilizá-las de várias formas, tanto destrutivas como construtivas. Para muitas
pessoas, o estudo da física nuclear significa somente um estudo de “bombas
atômicas” e reatores nucleares. Entretanto, o campo é muito mais amplo do que
este; uma compreensão dos radioisótopos e seus usos e dos reatores de fusão são
apenas alguns dos tópicos que demandam um conhecimento do núcleo e de suas
propriedades (HINRICHS, 2013).
129
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
2 ESTRUTURA ATÔMICA
Para alguns cientistas, era filosoficamente difícil acreditar que o universo
tinha em seu nível mais fundamental tantas “partículas” elementares quantos
elementos diferentes. Evidências concretas de que os átomos não eram esferas
duras indivisíveis nem uma partícula elementar tornaram-se disponíveis no século
XIX, com as descobertas do elétron e da radioatividade. No caso do elétron, os
cientistas estavam investigando a passagem de eletricidade por meio de gases de
baixa pressão. Um tubo preenchido a vácuo (uma pressão de aproximadamente
um milésimo da atmosférica) continha um cátodo negativo e um ânodo positivo e
um copo coletor, como pode ser visto na Figura 39. Uma diferença de tensão entre
essas duas placas dá origem a um raio visível no interior do tubo, indo do cátodo
para o ânodo, o que também faz o copo coletor se tornar negativamente carregado.
Esses raios eram emitidos do cátodo, independentemente do material utilizado,
levando J. J. Thomson a concluir que todos os materiais contêm elétrons, nome
dado a esses raios catódicos (HINRICHS, 2013).
130
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
131
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
DICAS
Os nomes dados a esses três tipos distintos de radiação foram raios alfa,
beta e gama. Essas três radiações não são emitidas simultaneamente por substâncias
radioativas. Alguns elementos emitem raios alfa e outros raios beta, enquanto os raios
gama estão associados, algumas vezes, a raios alfa e, outras, a raios beta. Se tais radiações
são direcionadas entre duas placas carregadas, elas se comportam de três maneiras
diferentes. Os cientistas descobriram que os raios alfa são constituídos de partículas
carregadas positivamente, os raios beta são partículas carregadas negativamente,
de massa muito pequena, e os raios gama são semelhantes ao que conhecemos
hoje como raio X. Também foi descoberto – para surpresa de muitos – que, após a
emissão de radiação, o átomo radioativo original havia se transformado em um átomo
completamente diferente quimicamente. Ademais, a radiação de uma dada amostra
não era afetada de forma alguma por nenhum processo físico ou químico, tal como
mudança de temperatura ou composição química da substância. Consequentemente,
tornou-se claro que a radioatividade é um processo nuclear, resultante do decaimento
nuclear. A estrutura interna do átomo foi sondada por meio dos experimentos de
espalhamento de Hans Geiger e Ernst Marsden na Inglaterra, no início do século
passado. Nesses experimentos, partículas alfa (partículas carregadas positivamente,
com cerca de 7.400 vezes a massa do elétron) de uma substância radioativa natural
bombardeavam uma folha muito delgada de ouro (HINRICHS, 2013).
132
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
133
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
por cada elemento é uma mistura de várias linhas de emissão. Se a luz de um gás
excitado é conduzida por uma fenda estreita e separada em suas cores diferentes
por um prisma ou rede de difração, não veremos uma banda contínua de cores,
mas um conjunto de linhas estreitas discretas (HINRICHS, 2013).
3 SEMELHANÇA ATÔMICA
No início do século passado, observou-se que átomos do mesmo elemento
não possuíam sempre a mesma massa, podendo apresentar até dez valores
diferentes. Esses átomos semelhantes chamamos isótopos, que correspondem
à palavra grega “o mesmo lugar” (esse lugar é a posição na tabela periódica).
Os isótopos de um elemento têm o mesmo número de prótons, mas diferentes
números de nêutrons e, portanto, massas diferentes. Todos os isótopos de um
elemento se comportam quimicamente de forma quase idêntica, porém, cada um
deles apresenta propriedades nucleares diferentes. A maior parte dos elementos
existentes na natureza tem pelo menos dois isótopos. Um exemplo de uma série
de isótopos de um elemento é o do hidrogênio. O núcleo do isótopo mais simples
e mais abundante (99,985% de todos os átomos de hidrogênio) tem um próton e é
chamado de hidrogênio. Se um nêutron é adicionado ao núcleo, temos um átomo
com duas unidades de massa atômica; esse isótopo é chamado de deutério, com
símbolo D. Tal isótopo existe na natureza (0,015%) e combina-se com o oxigênio
para formar o que chamamos água pesada, ou D2O. Um isótopo muito raro do
hidrogênio é o trítio, que tem um próton e dois nêutrons, e uma massa de 3. Ele
tem importância como combustível em reações de fusão, e também é radioativo.
Confira na figura a seguir os isótopos de hidrogênio (HINRICHS, 2013).
134
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
E
IMPORTANT
4 RADIOATIVIDADE
Um nucleoide radioativo é aquele que sofre decaimento nuclear
espontâneo, resultando na emissão de radiação nuclear na forma de partículas
ou raios. Na descrição de um radioisótopo, são importantes o tipo de radiação
emitida e sua “meia vida”. As letras gregas alfa, beta e gama são dadas aos três
tipos de radiação, caracterizadas por sua massa, tamanho e habilidade de penetrar
na matéria. Os alcances desses raios, ou seja, a distância que podem viajar antes
que percam toda a sua energia, em diferentes tipos de matéria (para energias
tipicamente encontradas em decaimento radioativo) (HINRICHS, 2013).
135
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
136
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
E
IMPORTANT
137
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
DICAS
E
IMPORTANT
138
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
Agnaldo Arroio
FACULDADE DE EDUCAÇÃO - USP
agnaldoarroio@yahoo.com
Introdução
139
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Sua união (25 de julho de 1895) marcou o começo de uma parceria que
alcançou resultados significantes para o mundo, em particular a descoberta do
Polônio (assim denominado por Maria em homenagem à Polônia) no verão de
1898, e alguns meses mais tarde do Rádio. Depois da descoberta de Henri Becquerel
(1896) de um fenômeno novo (que chamou mais tarde radioatividade), Marie
Curie, procurando um assunto para uma tese, decidiu pesquisar se a propriedade
descoberta no Urânio seria encontrada em outra matéria. Descobriu que sua
proposição era verdadeira para o Tório ao mesmo tempo que G.C. Schmidt.
140
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
Durante a Primeira Guerra Mundial, Marie Curie, com a ajuda de sua filha
Irene, dedicou-se ao desenvolvimento do uso do raio X. Em 1918, o Instituto do
Rádio começou a funcionar completamente, o qual viria a se transformar num
centro universal para a Física e a Química nucleares. Marie Curie estava agora
no auge da fama, e, em 1922, como membro da Academia da Medicina, dedicou
suas pesquisas ao estudo da química de substâncias radioativas e das aplicações
médicas destas substâncias.
Em 1921, acompanhada por suas duas filhas, Marie Curie fez uma viagem
triunfante aos Estados Unidos. Lecionou convidada na Bélgica, no Brasil, na
Espanha, e na Tchecoslováquia. Foi membro da Comissão Internacional de
Cooperação Intelectual pelo Conselho da Liga das Nações. Além disso, teve a
satisfação de ver a Fundação Curie de Paris desenvolver e inaugurar o Instituto do
Rádio, em Varsóvia, em 1932.
141
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Considerações Finais
Albert Einstein disse uma vez sobre ela: "Marie Curie é, de todos os seres
comemorados, esse quem a fama não tem corrompido” (Madame Curie por Irene Curie,
1937).
“Um cientista em seu laboratório não é um mero técnico: é também uma criança
que confronta os fenômenos naturais que o impressionam como faziam os contos de fada”.
“A vida não é fácil para nenhum de nós. Mas e daí? Nós devemos ter perseverança
e, sobretudo, confiança em nós. Devemos acreditar que nós seremos agraciados por algo e
que esta coisa deve ser alcançada”.
142
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA E RADIOATIVIDADE
“Nunca observe o que foi feito; veja somente o que permanece a ser feito”.
“Um de nossos prazeres deveria ser entrar em nossas oficinas à noite; então, tudo
em torno de nós, nós veríamos as silhuetas iluminadas dos béqueres e das cápsulas que
contém nossos produtos”.
143
RESUMO DO TÓPICO 1
• Uma diferença de tensão entre essas duas placas dá origem a um raio visível no
interior do tubo, indo do cátodo para o ânodo, o que também faz o copo coletor
se tornar negativamente carregado.
144
• Embora o termo cientificamente correto seja “massivo”, permite-se o termo
“pesado”, que é de uso mais comum. Devemos nos atentar que isso se refere à
massa do átomo e não ao seu peso, lembrando que peso (p) p = m . g
• Os nomes dados a esses três tipos distintos de radiação foram raios alfa, beta e
gama.
• Ademais, a radiação de uma dada amostra não era afetada de forma alguma
por nenhum processo físico ou químico, tal como mudança de temperatura ou
composição química da substância.
• Esses quarks têm carga fracionada (ou mais ou menos 2/3 ou 1/3 da carga do
elétron).
• Cada elemento químico tem seu próprio sistema de níveis de energia, de forma
que as transições de elétrons dos estados excitados de volta aos estados de mais
baixa energia resultam na emissão de energias únicas, com cores e características.
• Embora aparentemente exista apenas uma cor, a luz visível emitida por cada
elemento é uma mistura de várias linhas de emissão.
145
• Os autores referem-se a isótopos de uma substância. Na verdade, são os
elementos químicos que têm isótopos, e não as substâncias.
• As letras gregas alfa, beta e gama são dadas aos três tipos de radiação,
caracterizadas por sua massa, tamanho e habilidade de penetrar na matéria.
• A meia vida de um isótopo é definida como o tempo necessário para que metade
da quantidade original daquele isótopo decaia em outro elemento.
• Uma regra geral é que, após dez meias vidas se passarem, a quantidade
remanescente de elemento inicial será bem pequena se comparada à quantidade
original (aproximadamente 0,1%).
• Para conhecer mais sobre os tempos de meia vida dos elementos químicos,
consultar a sua tabela periódica. Lá você encontrará o tempo de meia vida de
cada elemento químico existente, bem como poderá reconhecer se ele é ou não
radioativo.
146
AUTOATIVIDADE
147
148
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Assim como as partículas carregadas provenientes de fontes radioativas
ou de aceleradores, os nêutrons são bastante efetivos na formação de novos
núcleos e em causar desintegrações nucleares. O uso de nêutrons tem a vantagem
de que eles não carregam uma carga elétrica e, portanto, não sofrem nenhuma
força de repulsão elétrica ao se aproximarem do núcleo. Porém, não existem fontes
convenientes de nêutrons na natureza; eles têm de ser produzidos por reações
nucleares com partículas carregadas, como deutério mais trítio ou hélio mais
berílio. Estudos realizados na década de 1930 utilizaram nêutrons para criar novos
produtos radioativos. Em 1939, foi feita uma descoberta que mudou o mundo. No
decorrer do bombardeamento de urânio com nêutrons de baixa energia (lentos) –
com a intenção de produzir um núcleo mais pesado -, uma pequena quantidade
de bário, um elemento muito menos pesado do que o urânio, foi encontrada no
produto. Logo percebeu-se que uma parte do urânio havia sido dividida. A divisão
do isótopo de urânio-235 produziu dois produtos mais leves, bário e criptônio. A
energia é liberada nesse processo e levada pelos produtos. A perda de massa entre
os núcleos produzidos e os reagentes é convertida em energia (HINRICHS, 2013).
E
IMPORTANT
149
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
150
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
Sabe-se que com o passar dos anos outros acidentes envolvendo usinas
nucleares e materiais radioativos ocorreram, o último, por exemplo, foi em 2011,
em Fukushima, Japão.
2 REAÇÕES EM CADEIA
Qualquer núcleo pode ser “esmagado” ou rompido quando for bombardeado
com um núcleo de energia suficiente alta. Entretanto, apenas alguns poucos isótopos
de ocorrência natural vão sofrer fissão com a absorção de um nêutron de baixa
energia. O mais comum desses isótopos é o urânio 235, que constitui apenas 0,7%
do urânio natural. Sua captura de um nêutron lento (energia cinética de 0,025 eV)
para formar o urânio 236 que fornece energia suficiente para que o núcleo se divida
em dois isótopos de massas diferentes. O urânio 238 não sofre fissão a menos que
capture nêutrons com energias superiores a 1 MeV, e ainda assim a probabilidade
de fissão (chamada de seção de corte de fissão) é 2 mil vezes menor do que para o
urânio 235 com nêutrons de baixa energia. Consequentemente, somente o isótopo de
urânio 235 pode ser realisticamente considerado um combustível fissionável, sendo,
então, chamado um material “físsil”. Repare na figura a seguir o processo de fissão
da captura do nêutron até a fissão transcorrem aproximadamente 10-5 segundos.
151
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
3 ENRIQUECIMENTO DO URÂNIO
O processo físico de retirada de urânio-238 do urânio natural,
aumentando, em consequência, a concentração de urânio-235, é conhecido como
enriquecimento de Urânio. Se o grau de enriquecimento for muito alto (acima de
90%), isto é, se houver quase só urânio-235, pode ocorrer uma reação em cadeia
muito rápida, de difícil controle, mesmo para uma quantidade relativamente
pequena de urânio, passando a constituir-se em uma explosão: é a “bomba
atômica”. Foram desenvolvidos vários processos de enriquecimento de urânio,
entre eles o da Difusão Gasosa e da Ultracentrifugação (em escala industrial), o
do Jato Centrífugo (em escala de demonstração industrial) e um processo a laser
(em fase de pesquisa). Por se tratarem de tecnologias sofisticadas, os países que
as detêm oferecem empecilhos para que outras nações tenham acesso a elas.
Confira na figura a seguir o ciclo de enriquecimento de urânio.
152
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
153
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
154
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
155
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
E
IMPORTANT
156
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
157
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
caso de tal emergência. Uma preocupação com a energia nuclear diz respeito ao
descarte do resíduo radioativo de alto teor. Alta atividade e meias vidas longas
fazem com que o aterro isolado por milhares de anos seja importante. O aterro
em formações geológicas estáveis parece ser a escolha da maioria dos países.
Somada a esta questão, e à que diz respeito à economia da energia nuclear, a
percepção dos riscos da energia nuclear está sempre presente. Falhas humanas e
fatores técnicos estão envolvidos nessa questão. Preocupações com o aquecimento
global e os custos de construção reduzidos, possibilitados pela adoção de projetos
mais genéricos e pela facilitação dos procedimentos de obtenção de licenças de
funcionamento, podem fazer com que a indústria nuclear entre novamente em
expansão, mas o mais provável é que fatores econômicos e a desativação de usinas
envelhecidas reduzam a contribuição da energia nuclear pela metade nas próximas
duas décadas (HINRICHS, 2013).
LEITURA COMPLEMENTAR
L. MONDAINI
Instituto de Física, Universidade do Brasil
(Abril, 2001)
A energia nuclear representa um dos maiores dilemas que a humanidade
terá de enfrentar no século XXI. Precisamos de cada vez mais energia para sustentar
nosso desenvolvimento e o núcleo do átomo é, sem dúvida, uma fonte poderosa e
abundante. No entanto, os riscos inerentes às reações nucleares são muito grandes
e piores ainda são as perspectivas de seu uso para fins militares ou de terrorismo.
Falaremos aqui, basicamente, sobre as técnicas de obtenção de energia a partir de
reações nucleares, mais especificamente, sobre a fusão e a fissão nuclear; além dos
acidentes provocados pela radiação, a bomba atômica e a bomba de hidrogênio.
I – Fissão Nuclear
I.I – Introdução
Alguns anos antes da Segunda Guerra Mundial, vários grupos
de pesquisadores tentavam obter novos elementos químicos, com Z > 92,
bombardeando o urânio com nêutrons. Em janeiro de 1939, os alemães Otto Hahn
e Fritz Strassman anunciaram a presença de bário, lantânio e criptônio numa
amostra de urânio bombardeada com nêutrons. Nos meses que se seguiram, esse
processo passou a ser mais bem compreendido e chamado de fissão nuclear.
158
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
235
U + n → 148La + 87Br + n (1)
Supondo que B/A = 7,5 MeV para o núcleo pai e B/A = 8,4 MeV para núcleos
filhos idênticos, teremos desta forma uma energia de 0,9 MeV/A liberada na fissão.
Para o 235U temos:
159
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Se a massa físsil de urânio (massa de urânio que sofre fissão) for muito
pequena, os nêutrons não serão captados por outros núcleos de urânio e a reação
não terá continuidade. Portanto, definimos assim a chamada massa crítica: Massa
crítica é a massa mínima da substância físsil que ainda possibilita a ocorrência de uma
reação em cadeia.
Vimos que na fissão do 235U temos uma energia liberada de cerca de 200
MeV. Considerando que 1g de 235U tem A0/A átomos (onde A0 é o número de
Avogadro), ou seja (6.1023)/235 ≈ 3.1021 átomos, a fissão completa de 1g de 235U
produzirá uma energia total de :
160
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
• os resíduos de mineração;
• os resíduos da preparação dessas substâncias químicas radioativas;
• o encanamento por onde elas passaram;
• as vestimentas moderadamente impregnadas de radioatividade usadas pelos
trabalhadores.
• estrôncio-90;
• iodo-131;
• césio-137.
O ACIDENTE DE CHERNOBYL
161
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
radioativos. Tal nuvem subiu até cerca de 5 km de altitude e se alastrou por vários
países da Europa, sendo detectada a muitos quilômetros de distância. Esse foi o
mais grave acidente nuclear da história.
Uma usina nuclear é considerada fechada depois que todo combustível usado for
removido do local. A principal tarefa agora é garantir o isolamento seguro dos resíduos
radioativos. Segundo Tronenko, nenhum motivo novo ocasionou a decisão pelo fechamento.
"Após o acidente ocorrido em abril de 1986, a usina passou a ser vigiada pela comunidade
mundial, e a decisão do presidente da Ucrânia era uma atitude longamente esperada",
declarou.
"O governo está ciente de que terá que resolver vários problemas", reconheceu
o diplomata ucraniano. O primeiro, de caráter socioeconômico, é a garantia de emprego
dos trabalhadores de Chernobyl e o sustento das 22 mil pessoas, entre funcionários e seus
familiares, que dependiam da usina. No ano passado ela estava entre as três maiores do
mundo, produzindo 5% da energia gasta na Ucrânia.
162
TÓPICO 2 | APLICAÇÕES DA FISSÃO NUCLEAR
Três dias depois, uma outra bomba atômica, desta vez baseada na fissão do
plutônio-239, batizada de 'Fat Man' (homem gordo), explodiria sobre Nagasaki.
Em 14 de agosto de 1945, os japoneses se renderam. Foi através dessa lamentável
demonstração que o mundo tomou conhecimento da enorme quantidade de
energia que se encontra armazenada no núcleo do átomo.
II – Fusão Nuclear
II.I – Introdução
Para ocorrer fusão nuclear é necessária uma temperatura muito elevada, pelo
menos da ordem de 10 milhões de graus Celsius. O sol é uma imensa bola de hidrogênio,
onde a temperatura é suficiente para que ocorra a fusão dos átomos de hidrogênio,
formando átomos mais pesados e liberando a energia que chega até nós na forma de luz
e calor. Uma das reações que acontecem no sol é: Um átomo de se funde com um átomo
de , formando um átomo de hélio e liberando grande quantidade de energia.
2
H + 3H → 4He + n + 17,6 MeV (2)
2
H + 2H → 3He + n + 3,2 MeV (3)
2
H + 2H → 3H + 1H + 4,0 MeV (4)
III - Referências
[1] - DAS, A; FERBEL, T. Introduction to Nuclear and Particle Physics. Ed. Wiley.
[3] - <http://library.thinkquest.org/17940/>
[4] – <http://www.lbl.gov/abc/>
FONTE: MONDAINI, L. Instituto de Física, Universidade do Brasil. Abril 2001. Disponível em:
<http://www.if.ufrj.br/~barreto/leonardo.doc>. Acesso em: 24 fev. 2015.
164
RESUMO DO TÓPICO 2
• A década de 1960 foi marcada por forte otimismo, e previa-se que a energia
nuclear seria capaz de gerar eletricidade barata, comparada à obtida de carvão
e petróleo. Também acredita-se que ela seria o substituto ideal para as fontes
de petróleo e gás natural que estavam se esgotando, e se considerava que havia
poucos problemas ambientais associados a ela.
• Na realidade, em cada reação de fissão nuclear resultam, além dos núcleos menores,
dois a três nêutrons, como consequência da absorção do nêutron que causou a fissão.
165
• O processo físico de retirada de urânio-238 do urânio natural, aumentando, em
consequência, a concentração de urânio-235, é conhecido como Enriquecimento
de Urânio.
• Não há diferença entre a energia gerada por uma fonte convencional (hidroelétrica
ou térmica) e a energia elétrica gerada por um reator nuclear.
• Um reator nuclear para gerar energia elétrica é, na verdade, uma Central Térmica,
onde a fonte de calor é o urânio-235, em vez de óleo combustível ou de carvão.
• A bomba (“atômica”) é feita para ser possível explodir, ou seja, a reação em cadeia
deve ser rápida e a quantidade de urânio muito concentrado em urânio-235 (quer
dizer, urânio enriquecido acima de 90%) deve ser suficiente para a ocorrência
rápida da reação.
• Alta atividade e meias-vidas longas fazem com que o aterro isolado por milhares
de anos seja importante. O aterro em formações geológicas estáveis parece ser a
escolha da maioria dos países.
167
AUTOATIVIDADE
168
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Definida de diferentes formas, considerada parte da ciência e da filosofia,
sendo levada a conceitos de Moral, ou como explicação última da Razão, a Ética é
um dos grandes colimadores do que se conhece por Leis Naturais, e vem sofrendo,
principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, um escoamento em seus
princípios, pois os valores primeiros que condizem com os anseios superiores do ser
humano estão sendo gradativamente derrubados ou transpostos pela transformação
do homem em indivíduo (aquilo que é dividido de tudo não sendo de si mesmo),
não mais existindo o conceito de pessoa humana. Em 1987, o mundo consumiu
44% menos energia que se houvesse mantido o mesmo ritmo de crescimento de
demanda de 1973 (Revista Home Energy). Nestas últimas décadas, os países
ricos consumiram uma boa parcela de sua energia na elaboração de insumos e
equipamentos bélicos. O Brasil, através de projeto de um dos segmentos das Forças
Armadas, tentou utilizar a energia nuclear com outros fins que não os pacíficos.
Ações civis consideradas ganhas são obrigatoriamente levadas à segunda instância
pelo Estado, simplesmente porque a lei assim o determina, dispendendo tempo e,
principalmente, energia dos interessados, para obter resultados já posicionados.
As afirmações colocadas acima poderão ser, mesmo nos dias atuais, onde a Ética
não tem sido valorizada, consideradas éticas? Infelizmente, a ciência e a técnica,
principalmente nos últimos cinquenta anos, se expandiram em detrimento do
marasmo com que estão caminhando a Moral e a Ética (FINOTTI, 1994).
169
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
2 FUSÃO NUCLEAR
As reservas mundiais de petróleo e gás natural sofrerão certamente grandes
declínios neste século, caso seja mantida a atual taxa de uso. Carvão e Urânio têm
vidas mais longas, mas questões ambientais econômicas dificultam um crescimento
na sua utilização. Há, essencialmente, apenas duas opções a longo prazo. Uma é
a energia solar, que separamos em energias renováveis radiantes solares, eólica,
hidrelétrica e biomassa. A outra é a fusão nuclear, que alguns consideram ser a
nossa fonte definitiva de energia (HINRICHS, 2013).
170
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
E
IMPORTANT
5. Um acidente num reator de fusão não conduz à evacuação das populações fora
do perímetro de proteção da central (um raio de cinquenta quilômetros).
171
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
6. Um atentado terrorista numa central elétrica de fusão não terá consequências tão
nefastas para as populações, como no caso das centrais hidroelétricas ou de fissão.
E
IMPORTANT
Lembre-se de que a fusão nuclear baseia-se em: Massa inicial é maior que a Massa
final. Massa final é igual à massa inicial + ENERGIA. Fusão Nuclear é a junção de núcleos
pequenos formando núcleos maiores e liberando uma quantidade muito grande de energia.
172
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
2
H + 3H → 4He + n + 17,6 MeV (2)
2
H + 2H → 3He + n + 3,2 MeV (3)
2
H + 2H → 3H + 1H + 4,0 MeV (4)
E
IMPORTANT
Algumas exigências para que a fusão ocorra são: devem ser atingidas temperaturas
muito altas, de modo que as energias cinéticas dos núcleos sejam suficientes para superar a
repulsão elétrica entre eles. A temperaturas altas, um gás vai se decompor em elétrons livres e
núcleos positivos. Esse gás ionizado, com um número igual de cargas positivas e negativas, é
chamado plasma. Nosso Sol é um exemplo de plasma; o gás em uma lâmpada fluorescente é
outro. O confinamento do plasma é difícil. À medida que a temperatura de um gás aumenta,
seu volume ou sua pressão (ou ambos) tem de aumentar. Assim, o gás deve ser limitado a um
volume fixo para permitir que os núcleos se aproximem o bastante para fundir. São necessárias
altas densidades porque, para que ocorra uma liberação suficiente de energia por fusão, um
número grande de núcleos deve reagir. A energia de fusão liberada deve ser convertida em
uma forma útil, como a eletricidade (HINRICHS, 2013).
173
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
174
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
LEITURA COMPLEMENTAR
ABSTRACT
This article reviews the history and describes the experience on nuclear
energy in Brazil, showing that nuclear technology applied to biomedical sciences,
industry and agriculture has been largely developed in this country, from the year
1950 on. Then the paper shows that Brazil can cover its electricity consumption
with only renewable energy sources, without nuclear power plants. Finally, the
arguments usually employed in the press, pro and against nuclear power plants
are analyzed and some commercial and political aspects of the problem are
commented. The sales strategy of the nuclear industry in Brazil is also commented.
INTRODUÇÃO
175
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
A nova empresa teve por objetivo promover, com assistência técnica alemã,
o desenvolvimento da indústria nuclear no Brasil, mas limitou-se a coordenar
um programa de importação de equipamentos e treinamento de pessoal, para a
construção de duas centrais eletronucleares em Angra dos Reis e uma fábrica de
componentes pesados em Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro (CARVALHO, 1987).
176
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
O Brasil tem mais de oito mil quilômetros de Costa Atlântica, sendo portanto
natural que a Marinha Brasileira procure dotar-se de uma frota com raio de ação
e autonomia suficientes para patrulhar e defender o mar territorial brasileiro da
incursão de frotas pesqueiras predatórias e traficantes de armas e drogas. Nesse
contexto foi instalado em 1988, em Iperó, São Paulo, um centro experimental – em
cooperação do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares com a Marinha do
Brasil – com o objetivo de elaborar o projeto básico de um sistema de propulsão
naval e desenvolver experiência na área do ciclo do combustível nuclear,
especialmente a etapa do enriquecimento do urânio. Esse centro não recebe apoio
do exterior, nem recorre a nenhum dos países que atualmente detêm a tecnologia
do enriquecimento. Suas instalações incluem uma unidade piloto para a conversão
do yellow-cake em hexafluoreto de urânio (UF6); uma oficina mecânica de precisão,
na qual são usinados diversos componentes do protótipo do reator; uma oficina de
montagem de equipamentos, uma base de demonstração industrial para fabricação
das ultracentrífugas e cascatas desenvolvidas no centro e um laboratório de
enriquecimento isotópico.
177
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
seguros não cobrem integralmente tais sinistros, ficando os prejuízos sempre com
as populações atingidas.
A falácia: o Brasil deve investir em centrais nucleares, porque tem uma das
maiores reservas de urânio do mundo.
Pela Tabela 3, vê-se que essa é uma hipótese conservadora, pois, exceto Ilha
Solteira, alguns aproveitamentos existentes em outras regiões e em construção na
própria Amazônia apresentam uma relação bem menor, entre área inundada e
potência instalada.
180
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
181
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
182
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
183
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Não tendo esse ônus, o Brasil poderia eletrificar muitos setores que hoje
dependem de combustíveis fósseis, começando pelos transportes urbanos,
atualmente baseados em automóveis e ônibus. Isso contribuiria muito para reduzir
a poluição atmosférica; melhorando, portanto, a qualidade de vida da população.
184
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
185
UNIDADE 3 | ÁTOMO E ENERGIA NUCLEAR - FUNDAMENTOS CONCEITUAIS
Considerações finais
Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), que foi criada em 1957 e segue
uma orientação corporativista, claramente enviesada a favor do aumento da
participação da energia nuclear nos sistemas elétricos, em todos os continentes.
Conclusões
Referências
188
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DA FUSÃO NUCLEAR
DOES BRAZIL need Nuclear Power Plants? Energy Policy, v.37, p.1580-4, 2009.
189
RESUMO DO TÓPICO 3
• Nestas últimas décadas, os países ricos consumiram uma boa parcela de sua
energia na elaboração de insumos e equipamentos bélicos.
• Em ambos os casos, a massa dos produtos finais é menor do que a dos núcleos
reagentes originais. Essa massa perdida é convertida em energia.
• O Sol recorre à sua imensa massa e à força da gravidade para produzir as reações
de fusão.
• O papel que a fusão vai desempenhar neste novo século provavelmente não será
conhecido por várias décadas ainda.
• O que fará da fusão uma vencedora será determinado na mesma medida por
fatores ambientais econômicos.
190
• Lembre-se de que a fusão nuclear baseia-se em: Massa inicial é maior que a Massa
final. Massa final é igual a massa inicial + ENERGIA. Fusão Nuclear é a junção de
núcleos pequenos formando núcleos maiores e liberando uma quantidade muito
grande de energia.
• Embora a reação de fusão possa parecer simples, seu uso para a liberação
controlada de energia representa alguns problemas científicos e tecnológicos
sérios.
• Para ocorrer fusão nuclear é necessária uma temperatura muito elevada, pelo
menos da ordem de 10 milhões de graus celsius.
• Algumas exigências para que a fusão ocorra são: devem ser atingidas
temperaturas muito altas, de modo que as energias cinéticas dos núcleos sejam
suficientes para superar a repulsão elétrica entre eles.
• A energia de fusão liberada deve ser convertida em uma forma útil, como a
eletricidade.
• Na fusão indizida por laser, as pastilhas de microbolhas terão de ter custo inferior
a U$ 0,01 de dólar para que a operação seja economicamente viável.
191
AUTOATIVIDADE
192
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Eliezer de Moura. Apostila Educativa. Energia Nuclear. 2015.
Disponível em: <http://www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/energia.pdf>. Acesso
em: 25 mar. 2015.
FINOTTI, Paulo. Energia Nuclear: de heroína a vilã. 1994. Disponível em: <www.
mma.gov.br/port/conama/processos/67B2E6A3/finotti.doc>. Acesso em: 25 mar.
2015.
193
ANOTAÇÕES
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