Laçaremos aqui uma análise do polêmico episódio, discutindo sua narrativa de propaganda à luz de alguns importantes teóricos da comunicação e de seus postulados.
Laçaremos aqui uma análise do polêmico episódio, discutindo sua narrativa de propaganda à luz de alguns importantes teóricos da comunicação e de seus postulados.
Laçaremos aqui uma análise do polêmico episódio, discutindo sua narrativa de propaganda à luz de alguns importantes teóricos da comunicação e de seus postulados.
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#intern
História e Filosofia da Comunicação
Marcos Valério da Silva Santos
Brasília, 07 de outubro de 2020
#intern a
Laçaremos aqui uma análise do polêmico episódio, discutindo sua narrativa de
propaganda à luz de alguns importantes teóricos da comunicação e de seus postulados.
1) Modelo de Shannon - Weaver
Essa teoria propiciou toda uma discussão sobre as variáveis e probabilidades envolvidas no processo da comunicação e a necessidade de poder conseguir respondê-las ao máximo, objetivando minimizá-las a fim de provocar na mensagem o efeito esperado: eficácia da comunicação.
A campanha não foi adequada, conforme modelo. Provocou um efeito
catastrófico, pois não se observou o peso das muitas variáveis contidas no processo da comunicação, como exemplo: existência da comunidade judia presente no país. Segundo o estudo, a mensagem deve chegar ao destinatário sem existência de ruído e para assim provocar o efeito esperado na recepção.
O comercial promove um “ruído semântico”, não verificado na elaboração da
campanha, gerando conotações diversas daquilo que se pretendia na esteira da mensagem. Ao se utilizar a figura do Hitler, maximizou a probabilidade de ser um grande desastre, potencializando uma iminente reação negativa da audiência. As falhas em níveis de semântica e de efetividade, conforme os autores, podem ser perfeitamente evitadas por nós, já que a primeira está ligada aos fatores contextuais e a segunda relacionado à pragmática comportamental. #intern a
2) Paradigma de Lasswell
Pioneiro em abordar estudos teóricas da comunicação. Inaugurou os estudos
da influência da propaganda nas massas, batizando-a como “Teoria da Agulha Hipodérmica”. Conforme Correia e Souza (2014), esse postulado tem explicações no Behaviorismo, em que cada comportamento é a manifestação de sua resposta que corresponde a um estímulo, podendo ser essa reação geralmente prevista.
O comercial usa de técnicas persuasivas, a “psicologia de massa”, técnica
bastante orquestrada nas campanhas Nazistas. “Se você é homem de verdade, não usa roupa de mulher e nem tão pouco usará shampoo feminino”. Há aí uma estratégia de cunho machista para incutir e reforçar uma ideia e emplacar um comportamento nos homens, objetivando alcançar o objetivo do comercial: vender a todo homem, afinal todos são uma grande massa que reagem passivamente à informação. Cada elemento do público dos meios de comunicação em massa seria igualmente atingido pela mensagem e assim facilmente manipulado: sou homem, logo uso o “Biomen”, shampoo de homem. Essa tática de comunicação persuasiva, estudada por Lasswell, foi a grande arma de sucesso do regime totalitário Nazista sob a população alemã, doutrinando às massas, de modo altamente premeditado. O comercial, ironicamente, aplica uma arriscada estratégia utilizando semelhante técnica de comunicação, na figura do próprio Hitler, ainda que de forma cômica, mas que desencadeou repúdio da sociedade.
3) Modelo de Hovland
Um dos psicólogos mais influentes do século XX. Dedicou-se à pesquisa no
campo da persuasão, identificando as diferentes fases da comunicação efetiva com foco na mudança de atitude. Seus postulados aprofundaram-se nas diferentes circunstâncias, do cenário, da mensagem, como a credibilidade do remetente, a natureza da mensagem e a disposição do receptor, afetando o resultado.
É o que percebemos na propaganda, quando utiliza elementos circunstanciais
para persuadir a audiência, usando a figura do Nazista, já que a Turquia sempre teve um aparente fascínio pelo Hitler. Sua autobiografia “Mein Kampft” se tornou um best-seller no país em 2005. Estão lançados os ingredientes na campanha para promover a mudança de comportamento: uma mensagem que fascina, prende atenção, com isso é compreendida, aceita e retida. O comercial cumpre perfeitamente os requisitos do modelo Hovland, com sua estratégia bem arquitetada, visando produzir uma mudança da mentalidade masculina turca, levando ao consumo do produto. #intern a
4) Modelo de Schramm
O Modelo, atrelado à teoria Funcionalista, entende que entre o emissor e o
receptor deverá haver sempre “campos de experiências compartilhadas” – comunicação bilateral. Isso será de extrema relevância para a efetividade da comunicação, pois quanto mais os dois atores estiverem em consonância e cumplicidade, maior será a chance de lograr êxito a mensagem.
O destinatário passa ter liberdade perante a mensagem. Antes atuava
passivamente, agora ganha protagonismo decidindo se o processo comunicacional vai acontecer ou não. A audiência é tão importante quanto o emissor. Ela é ativa, escolhe o quer ver, se quer comprar ou não. Dialoga com o emissor: “não quero comprar shampoo de uma propaganda nazista”; “não concordo com esse comercial pois é ofensivo”; “propaganda é machista”; “utiliza um genocida”; não respeita a minha comunidade”. É importante saber, por meio dessa teoria, que compreender o contexto social faz toda a diferença para que a comunicação possa ser recebida, propiciando uma retroalimentação positiva. A sociedade com toda sua carga de subjetividade e pluralidade vai influenciar a sua relação com a mídia. Vemos isso no modo como uma parcela dos receptores recebeu negativamente o comercial, classificando-o como uma 'deplorável jogada de marketing', pedindo a sua suspensão. O repúdio da comunidade judia, testifica Schramm, quando diz que não há uma só mensagem na esteira da comunicação, contudo, um conjunto delas.
Bibliografia:
Correia, Marcos. e Souza, Rose (2014). A ONDA: Aplicação das principais
teorias de comunicação do período entre guerras. In: XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Vila Velha/ES – 22 a 24/05/2014. Disponível em: https://www.portalintercom.org.br/anais/sudeste2014/resumos/R43-0306-1.pdf.
História e Filosofia da Comunicação – Material do Curso.