Lei de Uso e Ocupação Do Solo
Lei de Uso e Ocupação Do Solo
Lei de Uso e Ocupação Do Solo
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Esta Lei dispõe sobre o uso e ocupação do solo no Município de Armação dos
Búzios, em conformidade com os objetivos, estratégias, diretrizes e normas relativas ao
ordenamento territorial e com as políticas de desenvolvimento urbano e do meio-ambiente,
constantes da Lei Complementar nº13, de 22 de maio de 2006 - Plano Diretor do Município
de Armação dos Búzios.
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V - promover a recuperação de áreas ambientalmente degradadas;
VI - proteger os recursos hídricos do Município;
VII - promover e incentivar a proteção ao patrimônio cultural, histórico e arqueológico;
VIII - ordenar o uso do solo de forma a:
a) evitar espaços adensados inadequadamente em relação à infraestrutura e
aos equipamentos urbanos e comunitários;
b) garantir a sustentabilidade sócio-ambiental dos empreendimentos públicos e
privados;
c) evitar a proximidade entre usos incompatíveis;
IX - promover a distribuição espacial adequada, em quantidade e qualidade, da infra-
estrutura, dos equipamentos e dos serviços urbanos no Município.
Art. 3º - Integram esta Lei Complementar e dela são parte essencial, os seguintes
Anexos:
I - usos e atividades;
II - índices e parâmetros urbanísticos por zona;
III - estacionamento e guarda de veículos;
IV – zoneamento;
V - descrição das zonas.
CAPÍTULO II
DO ZONEAMENTO
Seção I
Da Definição das Zonas
Art. 4º - Com o fim de proceder o ordenamento territorial, o Município fica dividido nas
seguintes zonas, de características diferenciadas conforme estabelecido no Art. 32 da Lei
Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do Município:
II - Zona de Conservação da Vida Silvestre 7,5 - ZCVS 7,5: constituída pelas áreas
1 a 6;
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VII - Zona de Ocupação Controlada 25 – ZOC 25: constituída pelas áreas 1 a 5;
Seção II
Dos Usos do Solo
Art. 5º - Para fins desta Lei Complementar, adotam-se as seguintes categorias de uso
do solo:
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II - Uso Comercial, dividido em três tipos:
Tipo A: atividades comerciais com área máxima de operação até 200m2 (duzentos
metros quadrados), de atendimento cotidiano ou vicinal, e que por sua natureza não
oferecem incômodo à população, podendo conviver com o uso residencial, sem limitações
específicas quanto a sua localização;
Tipo A: serviços que, por seu porte ou tipo de atividade, não causam incômodo ao uso
residencial lindeiro;
Tipo B: serviços de pequeno e médio porte, que devem estar localizados próximo à
população, mas podem ocasionar incômodo moderado ou ocasional ao uso residencial
lindeiro, tais como ruídos ou riscos de acidentes, porém são passíveis de serem controlados
através de determinações contidas nos procedimentos de Consulta Prévia instituída pelo
Poder Executivo;
Tipo C: serviços que exigem planejamento específico para sua localização, pois
podem causar incômodo à população lindeira pelo movimento de veículos que geram, ruídos
ou riscos de acidentes por causa dos materiais que utilizam, e que devem observar
exigências de projeto e funcionamento a serem definidas a partir da análise de Relatório de
Impacto de Vizinhança pelo Poder Executivo Municipal, nos termos dispostos nesta Lei
Complementar e na Lei Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do Município;
Tipo A: instituições de pequeno e médio porte que não causam incômodo ao uso
residencial lindeiro;
Tipo B: instituições de médio e grande porte, que podem ocasionar maior incômodo
por ruídos, geração de tráfego, ou risco de saúde ao uso residencial lindeiro, e que devem
observar exigências de projeto e funcionamento a serem definidas a partir da análise de
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Relatório de Impacto de Vizinhança pelo Poder Executivo, nos termos dispostos nesta Lei
Complementar e na Lei Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do Município;
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modificação de uso fornecido pelo órgão competente do Poder Executivo Municipal, além
dos demais documentos exigíveis pelo Registro Geral de Imóveis.
Seção III
Da Avaliação dos Impactos de Vizinhança
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outros itens de análise, visando sempre o interesse público e o atendimento dos parâmetros
urbanísticos desta Lei Complementar.
CAPÍTULO III
DOS TIPOS DE EDIFICAÇÕES
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§ 2º - Considera-se edificação, ou grupamento de edificações, de uso residencial
multifamiliar, quando constituir 2 (duas) ou mais unidades residenciais autônomas em um
mesmo lote, podendo ter acesso controlado por serviço de portaria, com numeração própria.
§ 8º - Considera-se edificação de uso misto, aquela que abriga dois ou mais usos.
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II – justapostas em até 2 (duas) unidades autônomas, geminadas exclusivamente no
pavimento inferior, situado ao nível do terreno;
CAPÍTULO IV
DOS ÍNDICES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS DE OCUPAÇÃO
Seção I
Das Disposições Gerais
Seção II
Do Uso e Ocupação por Zona
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a) taxa de ocupação da edificação;
b) áreas impermeabilizadas por qualquer plano executado, tais como quadra de
esportes, piscina, cisterna, deck, construção em subsolo independente das demais áreas,
estacionamento e via de acesso, entre outros;
c) implantação de paisagismo exótico;
VII - taxa de Preservação de Vegetação Nativa (TP): percentual expresso pela relação
entre a área contínua de vegetação a ser preservada, ou recuperada, com a área do lote ou
terreno;
VIII - taxa de Sobreposição (TS): percentual expresso pela relação entre a área de
construção do 2º (segundo) pavimento e a área de construção do 1º (primeiro) pavimento da
edificação;
IX - testada mínima do lote: dimensão mínima do limite frontal para o logradouro
público, expressa em metros lineares;
X - fração mínima de unidades residenciais em condomínio;
XI - fração mínima de unidades comerciais ou de serviços;
XII - afastamentos: distâncias ortogonais, medidas em metros lineares, entre o limite
externo de projeção horizontal da edificação, deck e terraço e as divisas do lote, podendo ser
de frente, laterais e de fundos.
Seção III
Do Gabarito e Altura das Edificações
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IV - a altura máxima de edificação de 2 (dois) pavimentos, com telhado em telha
cerâmica, será de 7,80m (sete e oitenta metros) contados a partir do piso de nível mais baixo
do pavimento inferior da edificação, sem considerar o subsolo;
V - em terrenos que apresentam declividades, a edificação poderá ser constituída por
2 (dois) ou mais blocos de edificação, desde que seja obedecida a distância de 6,00m (seis
metros) entre os blocos, permitida uma ligação entre os blocos com largura máxima de
3,00m (três metros);.
VI - a altura máxima de edificação não residencial de 2 (dois) pavimentos, com
cobertura em laje ou telhas planas, situada em área onde esta tipologia é permitida conforme
disposto no Artigo 75 da Lei Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do Município, será de
5,80m (cinco metros e oitenta centímetros), contados a partir do piso do nível mais baixo da
edificação, sem considerar o subsolo, vedada essa tipologia de edificação em terrenos
situados nas Zonas de Conservação da Vida Silvestre 5 e 7,5 (ZCVS 5 e ZCVS 7,5) e na
Zona de Ocupação Controlada 15 (ZOC 15);
VII - em qualquer edificação será permitida a execução de castelo d´água com no
máximo 5,00m2 (cinco metros quadrados) de área útil, e altura máxima de cumeeira de
8,50m (oito e meio metros) para telha cerâmica, e de 7,00m (sete metros) para laje ou telha
plana, contados a partir do piso de nível mais alto, exceto para edificações de uso residencial
multifamiliar, comercial ou de serviços tipo B e C, onde a área de projeção máxima será de
9,00m2 (nove metros quadrados), com altura máxima de cumeeira de 9,00m (nove metros)
para cobertura em telhas cerâmicas e 7,00m (sete metros) para cobertura plana;
VIII - edificações com fachadas sem abertura de vãos, poderão encostar nas divisas
do lote a parte correspondente ao pavimento inferior, situado ao nível do terreno, atendidas
eventuais restrições estabelecidas na escritura e obedecido para o segundo pavimento da
edificação, incluído deck, laje e terraço descoberto, o disposto no Anexo II desta Lei
Complementar;
IX - os planos de fachada do segundo pavimento poderão coincidir com os planos de
fachada do primeiro pavimento em, no máximo, 50% (cinquenta por cento) da sua extensão,
mantido no restante um recuo mínimo de 1,5m (um e meio metro) entre os referidos planos e
obedecido o disposto no Artigo 75, II, “c” da Lei Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do
Município.
Seção IV
Das Características das Edificações
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§ 1º - Ficam excluídas da vedação de revestimentos em mármore, azulejos, pastilhas
e similares, as edificações situadas em Áreas de Especial Interesse Social.
Art. 22 - A área mínima útil por unidade em edificações atenderá aos seguintes
parâmetros:
I – 60,00m2 (sessenta metros quadrados) para as unidades residenciais;
II – 25,00m2 (vinte e cinco metros quadrados) para as lojas e salas comerciais;
III – 35,00m2 (trinta e cinco metros quadrados) para as unidades habitacionais de
hospedagem com 1 (um) compartimento de permanência prolongada, situadas nas Zonas de
Conservação da Vida Silvestre 5 e 7,5 (ZCVS 5 e ZCVS 7,5);
IV – 30.00m2 (trinta metros quadrados) para as unidades habitacionais de
hospedagem com 1 (um) compartimento de permanência prolongada, nas Zonas de
Ocupação Controlada 10, 15, 17.5, 20 e 25 (ZOC 10, ZOC 15, ZOC 17.5, ZOC 20 e ZOC 25),
na Zona Residencial 30 (ZR 30) e na Zona Especial 30 (ZE 30);
V – 25,00m2 (vinte e cinco metros quadrados) para as unidades habitacionais de
hospedagem com 1 (um) compartimento de permanência prolongada, situadas nas demais
zonas;
VI – 45,00m2 (quarenta e cinco metros quadrados) para as unidades habitacionais de
hospedagem com mais de 1 (um) compartimento de permanência prolongada;
VII – 12,00m2 (doze metros quadrados) para unidades habitacionais de hospedagem
vinculadas ao uso residencial unifamiliar, do tipo “cama e café”.
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a) a composição em blocos edificados com no máximo 4 (quatro) unidades
geminadas, com 6,00m (seis metros) de afastamento entre os blocos; quando todas as
unidades habitacionais tiverem área inferior a 40,00m2 (quarenta metros quadrados);
b) a composição em blocos edificados com no máximo 3 (três) unidades geminadas
com 12,00m (doze metros) de afastamento entre os blocos, quando uma ou mais unidades
habitacionais tiverem área superior a 40,00m2 (quarenta metros quadrados);
V - Para unidades habitacionais com área superior a 35,00m2 (trinta e cinco metros
quadrados) é obrigatória a varanda com, no mínimo, 6,00m2 (seis metros quadrados).
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II - Nas demais áreas somente serão permitidas galerias comerciais com acesso
voltado para um único logradouro, e com circulação interna de no mínimo 5,00m (cinco
metros) de largura.
Seção V
Do Estacionamento e Guarda de Veículos
CAPÍTULO V
DOS PARÂMETROS COMPLEMENTARES PARA AS ZONAS
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submetidos à Comissão de Inserção Urbanística, que poderá exigir a apresentação de
Relatório de Impacto de Vizinhança, conforme estabelecido no caput deste Artigo.
Art. 31 – As edificações situadas na Zona de Uso Tradicional (ZUT 70) ficam isentas
da obrigatoriedade de vagas para estacionamento de veículos, desde que garantidas
condições de estacionamento de veículos em áreas localizadas em até 300,00m (trezentos
metros) de distância.
Art. 32 - Na Zona Residencial 30 (ZR 30) – Área 6 e nas Zonas Especiais 30 e 10-A
(ZE 30 e ZE 10-A) , em quadras cercadas por canais, conforme disposto na Lei
Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do Município, será permitido condomínio residencial
com fração mínima de 360,00m2 (trezentos e sessenta metros quadrados) e taxa de
ocupação de 50 % (cinqüenta por cento), desde que todas as unidades condominiais tenham
frente para o referido canal.
§ 3º - A profundidade mínima dos canais, aos quais se refere o caput deste Artigo, é
de 1,20m (um metro e vinte centímetros), na maré zero, à distância de 10,00m (dez metros)
da orla do canal.
Art. 34 - Nas Zonas Especiais 30, 10-A e 10-B (ZE 30, ZE 10-A e ZE 10-B), os
parcelamentos da terra e os empreendimentos situados em lotes superiores a 1.000m2 (mil
metros quadrados) estarão condicionados ao Licenciamento Ambiental (LA) nos termos
dispostos na Lei Complementar nº13/2006 - Plano Diretor do Município.
CAPÍTULO VI
DO USO DO SUBSOLO E ESPAÇO AÉREO
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II - obrigatoriedade de instalação subterrânea para qualquer extensão ou renovação
da rede;
III - prazo de 8 (oito) anos para a instalação subterrânea da rede situada nas Zonas de
Ocupação Controlada 10; 15; 17.5; 20 e 25 (ZOC 10, ZOC 15, ZOC 17.5, ZOC 20 e ZOC 25),
na Zona de Uso Tradicional 70 (ZUT 70) e ao longo das vias estruturadoras do Município.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 38 - Fica proibida a construção de muros de arrimo nas testadas dos lotes
voltados para as praias de José Gonçalves, Caravelas, Tucuns, Olho de Boi, Prainha dos
Amores na Enseada da Ferradurinha, Prainha da Ferradura na Enseada da Ferradura, do
Forno, da Foca, Brava, João Fernandinho, dos Amores, da Tartaruga, e da Gorda.
Parágrafo único – Quando for de interesse público, fazer coincidir as vias internas de
condomínio-parque ou hotel-parque com as trilhas existentes consolidadas, a aprovação do
empreendimento estará condicionada à avaliação do Conselho Municipal de Planejamento,
Art. 40 - Nos lotes afetados por mais de uma zona são permitidos em cada área do
lote os parâmetros estabelecidos para a zona correspondente.
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I - a área do terraço não poderá ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) da área total do
segundo pavimento e 1/3 (um terço) da extensão do plano de fachada, devendo guardar no
restante da fachada um afastamento mínimo de 1,00m (um metro) em relação a este plano
de fachada;
II - será permitida a construção de uma laje técnica, desde que esta tenha a face
superior a, no máximo, 2,80m (dois metros e oitenta centímetros) acima do piso superior da
edificação, não ultrapasse 20% (vinte por cento) da área construída do pavimento superior e
seja iniciada a, no mínimo 1,00m (um metro) dos limites externos das fachadas do piso
superior;
III - os jiraus ou mezaninos não poderão ter área superior a 50% (cinqüenta por cento)
da área do pavimento mais baixo e deverão estar afastados, no mínimo, 2m (dois metros)
dos planos da fachada frontal do logradouro, devendo guardar uma altura máxima de 2,35m
(dois metros e trinta e cinco centímetros) em relação ao pavimento térreo;
IV - os poços de elevadores não poderão ter altura superior a 7,60m (sete metros e
sessenta centímetros) em qualquer plano de fachada;
V - a altura máxima do piso do pavimento situado ao nível do terreno é de 0,60m
(sessenta centímetros).
Art. 45 - As áreas cobertas por pé-direito duplo serão computadas para efeito de
cálculo da área total construída.
Parágrafo único – Nos imóveis aos quais se refere o caput deste artigo a reforma das
edificações existentes deve obedecer ao estabelecido na legislação vigente.
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cumprimento desta Lei e outros instrumentos legais urbanísticos, em um prazo máximo de 30
dias a contar da data de publicação desta Lei Complementar.
Mirinho Braga
PREFEITO
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