5º Propriedades Físicas Dos Sedimento - Trabalho

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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia
Direcção do Curso de Engenharia Cívil
Licenciatura em Engenharia Cívil
Construções em Terra (CT) – Ano IV

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS SEDIMENTOS

Discentes:
Feliximídio Ilúdia Marcolino João
Jay Bharat Kumar Rajani Docente: Engo. Izak Nindi, Lic.

Pemba, Abril de 2021


Índice

1. Introdução .............................................................................................................. 3
1.1. Objectivos .......................................................................................................... 4
1.1.1. Geral ............................................................................................................... 4
1.1.2. Específicos ..................................................................................................... 4
1.2. Metologia ........................................................................................................... 5
2. Propriedades Físicas dos Sedimentos .................................................................... 6
2.1. Granulometria .................................................................................................... 7
1.1. Seleção ............................................................................................................. 10
1.2. Forma ............................................................................................................... 12
1.2.1. Esfericidade .................................................................................................. 13
1.3. Arredondamento .............................................................................................. 14
1.4. Textura superficial .......................................................................................... 15
1.6. Petrofabrica (orientação, disposição, contacto) .............................................. 18
1.7. Peso volúmico e densidade .............................................................................. 20
1.7.1. Densidade ..................................................................................................... 20
1.8. Suscetibilidade magnética................................................................................ 21
1.9. Resistividade Elétrica ...................................................................................... 22
1.13. Coesão .......................................................................................................... 25
1.14. Susceptiblilidade magnética .......................... Erro! Marcador não definido.
2. Conclusão ............................................................................................................ 26
3. Referencias Bibliográficas ................................................................................... 27
1. Introdução

Os sedimentos e as rochas sedimentares foram provavelmente os primeiros a atraírem a


atenção do ser humano, quando ele se conscientizou da existência de materiais geológicos
de diferentes naturezas na superfície terrestre. Desde então, os precessos e produtos
sedimentares vem sendo pesquisados pela sedimentologia, petrografia e petrologia
sedimentares, além da estratigrafia. Determinadas propriedades dos sedimentos são
importantes para estudar os depósitos sedimentares e a dinâmica sedimentar que os
originou.

Neste trabalho, procurar-se-a de forma detalhada abordar sobre as propriedades físicas


dos sedimentos.

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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Abordar de forma detalhada sobre as mais relevantes propriedades físicas dos sedimentos.
1.1.2. Específicos
 Enumerar as propriedades físicas dos sedimentos;
 Descrever as propriedades físicas dos sedimentos;
 Caracterizar as propriedades físicas dos sedimentos.

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1.2. Metologia
No presente trabalho, buscou-se focar as mais importantes propriedades físicas dos
sedimentos. Para o desenrolar da fundamentação teórica, fez-se o uso da metodologia de
pesquisa bibliográfica em livros, artigos e trabalhos de culminação de curso relacionados
com as propriedades físicas dos sedimentos disponiveis na internet.

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2. Propriedades Físicas dos Sedimentos

Os sedimentos são fragmentos formados pelo intemperismo físico e químico das rochas
de uma área fonte ou provincia geológica pré-existente, podendo ser transportados em
suspensão ou como carga de fundo, durante o transporte pelos rios, vento e gelo, e
depositados em locais mais baixos topograficamente. Podem ser de origem continental
ou marinha. Tratam-se de materiais geralmente inconsolidados, ou pouco compactos, de
tempos geológicos modernos, que não possuem composição mineralógica ou
granulométrica pré-definida, constituidos de misturas de cascalho, areia, silte e argila, que
no seu conjunto formam sedimentos não coesivos e coesivos. Mas, a sua textura e
composição reflete a sua origem e os processos geodinâmicos a que estiverem sujeitos
tanto no mar como na terra.

Determinadas propriedades dos sedimentos são importantes para estudar os depósitos


sedimentares e a dinâmica sedimentar que os originou. Alguns dos parâmentros
determinantes são a densidade, o tamanho, a forma e a rugosidade da superfície das
partículas, bem como a granulometria dos sedimentos (Pinheiro, 2018).

O tamanho, a forma e o arranjo especial dos componentes mineralógicos constituem


algumas das propriedades texturais mais importantes dos sedimentos, que definem a sua
mineralogia. Por outro lado, as estruturas sedimentares estão relacionadas às feições
maiores, que são geralmente bem observadas em escala de afloramento e constituem a
sua macrogeometria (Pinheiro, 2018).

Os sedimentos tem as seguintes propriedades físicas (Franco, 2019):

 Granulometria (Textura);
 Seleção;
 Forma (Esfericidade);
 Arredondamento;
 Textura Superficial;
 Petrofábrica (Orientação e Disposição);
 Porosidade;
 Permeabilidade;
 Cor;
 Peso específico e Densidade;

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 Coesão;
 Compactibilidade;
 Elasticidade;
 Resistividade Elétrica;
 Suscetibilidade magnética;
 Radioatividade;
 Condutividade térmica.

2.1. Granulometria

A granulometria é referente ao tamanho dos grãos, que podem refletir o seu processo de
deposição (Franco, 2019).

O estudo da granulometria envolve a análise granulométrica que é a determinação da


faixa de tamanho das partículas presentes em um solo, expresso como uma percentagem
do peso total seco, e para tal, geralmente são usados dois métodos, o ensaio de
peneiramento-para tamanho de partículas com diâmetro maior que 0,075 mm e o ensaio
de sedimentação-para tamanho de partículas menores que 0,075mm de diâmetro (Das,
2007).

Figura 1 – Peneira (Fonte: Franco, 2019).

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Figura 2 – Agitador de peneiras. (Fonte: Franco, 2019)

Figura 3 – Tubo de sedimentação. (Fonte: Franco, 2019)


O tamanho das partículas em sedimentos detríticos (ou clásticos), expresso pelo seu
diâmetro, constitui uma propriedade textural fundamental. Esta propriedade é empregada
na classificação dos sedimentos detríticos em rudáceos (oupsefíticos), arenáceos (ou
psamíticos) elutáceos (ou pelíticos), conforme se empreguem prefixos latinos (ou gregos),
respetivamente (Pinheiro, 2018).

Há pelo menos quatro razões principais porque as análises granulométricas são


importantes no estudo de sedimentos detríticos:

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 A granulometria fornece as bases para uma descrição mais precisa dos
sedimentos;
 A distribuição granulométrica pode ser característica de sedimentos de
determinados ambientes deposicionais;
 O estudo detalhado da granulometria pode fornecer informações sobre os
processos físicos atuantes durante a deposição;
 A distribuição granulométrica está relacionada a outras propriedades, como a
porosidade e a permeabilidade, cujas modificações podem ser estimadas com base
nas características granulométricas.

Figura 4 – Classificação granulométrica. (Fonte: Franco, 2019)

Figura 5 – Escala de tamanhos. (Fonte: Franco, 2019)


Infelizmente, não existe uma escala universalmente aceita. Os engenheiros civis,
pedólogos e geólogos que são os principais especialistas interessados nas escalas
granulométricas usam escala-padrão diferentes, não há um consenso mundial e, em geral,
a escala adotada na Europa é diferente da seguida nos EUA.

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Figura 6 – Escala de tamanhos. (Fonte: Franco, 2019)
1.1. Seleção

É a medida da dispersão da distribuição do tamanho o grão. É um dos parâmetros mais


uteis, pois da indicação sobre a eficiência do meio de transporte em separar grãos de
diferentes classes (Pinheiro, 2018).

É determinada por vários fatores:

 Fonte do sedimento - grãos provenientes de um granito poderão apresentar


tamanhos completamente diferentes daqueles oriundos do retrabalhamento de um
arenito;
 Tamanho do grão – sedimentos grossos e finos são em geral mais pobremente
selecionados que os arenitos;
 Mecanismo de deposição – sedimentos depositados rapidamente ou por fluidos
viscosos são pobremente selecionados.
 Distância da fonte – a seleção em geral melhora ao londo do transporte.

Termos usados para descrever a seleção (Folk e Ward):

 𝜎 < 0,35 – Muito bem selecionado;


 0,35-0,5 – Bem selecionado;
 0,5-0,71 – Moderadamente bem selecionado;
 0,71-1,00 – Moderadamente selecionado;
 1,0-2,0 – Pobremente selecionado;
 > 2,0 – Muito pobremente selecionado.

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Figura 7 – Seleção dos grãos. (Fonte: Franco, 2019)

Figura 8 – Seleção dos grãos. (Fonte: Franco, 2019)

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Figura 9 – Fluxograma de maturidade textural. (Fonte: Franco, 2019)

1.2. Forma

Propriedade de partículas cascalhosas, medida pelas várias relações entre os eixos maior,
intermediário e menor. As classes baseadas nessas relações são: oblata, equidimensional,
laminada e prolata (Franco, 2019).

Figura 10 – Formas dos seixos. (Fonte: Franco, 2019)

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Figura 11 – Classificação das formas de seixos. (Fonte: Franco, 2019)
1.2.1. Esfericidade

Propriedade das partículas arenosas.

 Grandeza que procura expressar o grau de aproximação da forma do grão com a


de uma esfera;
 Reflete as condições de deposição no momento da sedimentação;
 Pode também ser afetada pela abrasão;
 Com o aumento do desgaste e quebra durante o transporte, grãos de areia tornam
se cada vez mais esféricos;
 A esfericidade aumenta com o aumento do tamanho do grão;
 A esfericidade dos grãos de quartzo em arenito depende da sua origem: se
derivado diretamente das rochas cristalinas tende a ser altamente não esférico,
angular com embaimentos e fraturas;
 Se derivado de rocha sedimentar de origem eólica, os grãos poderão ser mas
esféricos e muito bem arredondados;
 Se proveniente de um arenito com cimento que não seja crescimento secundário
de quartzo, os grãos poderão mostrar feições herdadas.

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Figura 12 – Esfericidade dos grãos. (Fonte: Franco, 2019)
1.3. Arredondamento

Medida do grão de agudez dos cantos e arestas dos grãos.

São usadas seis classes;

 Muito anguloso;
 Anguloso;
 Subanguloso;
 Subarredondado;
 Arredondado;
 Bem arredondado.

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Figura 13 – Classes de arredondamento. (Fonte: Franco, 2019)
 O arredondamento é um bom indicador da maturidade de um sedimento;
 Para interpretações ambientais, essas medidas são mais significantes que a
esfericidade ou forma;
 O grau de arredondamento aumenta com a duração do transporte ou
retrabalhamento;
 O arredondamento pode ser herdado;
 A abrasão intensa pode fraturar o grão, originando grãos angulosos;
 Grãos de várias formas podem possuir o mesmo arredondamento;
 Grãos de areia de dunas costeiras (ventos soprando no sentido do continente), em
geral, mostram arredondamento melhor do que os de areias de praia;
 Existe forte relação entre arredondamento de grãos de areia e tamanho de grão:
grãos de areia mais grossos possuem melhor arredondamento.

1.4. Textura superficial

 São feições microscópicas e submicroscopicas, observadas na superfície de


grãos mais grossos e de areia.
 São diminutas (microscópicas e submicroscopicas) feições superficiais
encontradas nas partículas sedimentares detríticas, independentemente do
tamanho, forma ou arredondamento desses fragmentos.
 Elas podem ajudar na determinação do agente e/ou ambiente de deposição.

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 Sobre os seixos, essas feições são reconhecíveis macroscopicamente ou, no
máximo, com o uso de uma lupa de bolso, enquanto sobre os grãos arenosos
são executados exames microscópicos opticos ou até mesmo eletrónicos.
Principais feições:

 Estraçoes em seixos de depósitos glaciais


 Superfície brilhante "verniz do deserto" em seixos do deserto - pelicula brilhante
de cor escura (preta ou acastanhada, de argilas ou óxidos e hidróxidos de Fe e/ou
Mn), 100μm de espessura, que envolve ventifactos, matacões e afloramentos
rochosos de regiões de clima seco;
 Marcas de impacto em crescente em seixos de praias e canais de rios - fluxos de
alta velocidade;
 Endentações, micro-crateras em seixos, produzidas por dissolução diferencial;
 Marcas de percussão em forma de V em areias de praia;
 Fratura conchoidal e estriacoes em areias de depósitos glaciais;
 Distinguem-se ainda nas areias;
 Grãos não desgastados – especto sacaroidal
 Opacos-brilhantes - 1isos e polidos, vitrificados - brilhantes (apresentam brilho
do lado de onde vem a luz) - caracterizando transporte aquoso.

Figura 14 - Cascalho mostrando estrias feitas pelo gelo. Vários conjuntos de estrias em
diferentes direções estão presentes. (Fonte: Franco, 2019)

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Figura 15 - Pedras estriadas. (Fonte: Franco, 2019)

Figura 16 - Marcas de impacto crescente em um cascalho. Essas marcações são feitas


a partir de fluxos de alta velocidade. (Fonte: Franco, 2019)

Figura 17 - Ventifacto de origem eólica, mostrando facetas características. (Fonte:


Franco, 2019)

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Figura 18 - Diagrama mostrando diferentes tipos de textura superficial em grãos de
Qz: A) grãos não polidos, angulosos; graos brilhantes (transporte subaquoso); C)
grafos foscos, arredondados (transporte eólico). (Fonte: Franco, 2019)

1.6. Petrofabrica (orientação, disposição, contacto)

Orientação:

 Alinhamento dos eixos maiores na mesma direção - orientação preferencial =


orientação primária da Dacha: produzida pela interação do agente de transporte
(vento, gelo, agua) com os sedimentos.
 Fatores controladores: natureza do meio de transporte, tipo de fluxo, direção e
velocidade da corrente.
 Os seixos prolatos (achatados) em depósitos subaquosos orientam-se normal ou
paralelamente a direção do fluxo.
 Orientação paralela = movimento por deslizamento.
 Imbricação = seixos recobrem outros, mergulhando para montante

• Grãos de areia alongados podem mostrar orientações preferenciais paralelas ou


normal á corrente.

• Outros componentes podem mostrar orientações preferenciais (fosseis, detritos


de plantas, etc.).

• Pode ser usada como indicador de paleocorrentes.

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 Arredondados-escuros – grãos arredondados, foscos - indicam transporte eólico, ou
dissolução e reprecipitacao de sílica em condições subaéreas
 Arredondados-escuros empoeirados - grãos foscos, arredondados - característicos de
antigas areias desgastadas pelo vento.

Figura 19 - Representação esquemática de orientação de seixos em depósitos rudaceos


de diversas origens. (Fonte: Das, 2007)

Disposição dos grãos: é importante porque afeta a porosidade e a permeabilidade

 Ela depende do tamanho do grão, forma e seleção.


 Porosidade alta = empacotamento frouxo - arranjamento cubico de esferas.
 Menor porosidade = empacotamento fechado - arranjamento romboedral.
 Seleção pobre empacotamento fechado - menor porosidade.

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Figura 20 – disposição dos grãos. (Fonte: Franco, 2019)

1.7. Peso volúmico e densidade

A densidade relativa indica quantas vezes um material é mais pesado do que um igual
volume de água a 4º C. Se um mineral tem densidade relativa 2, isto significa que ele pesa
duas vezes mais que o mesmo volume de água. O peso volúmico ou peso específico
define-se como o peso por unidade de volume e será referido adiante com mais detalhe
como propriedade das rochas (Propriedades dos minerais e rochas).

1.7.1. Densidade

Segundo Schön (1996 citado por Falcao e Neto), a densidade dos sedimentos é controlada
por: composição mineral, porosidade e condições de saturação. Como resultado de
diferenças diversas entre os valores da densidade na matriz e do fluido intersticial, existe
uma forte correlação entre densidade e porosidade. Para um dado tipo de sedimento, há
uma ampla faixa de valores de densidade que refletem variações de porosidade e
saturação. O aumento da porosidade causa a diminuição da densidade, porém, a
correlação exata é controlada pela densidade da matriz e do fluido presente no espaço
poroso.
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Assim, o processo físico dominante para o aumento da densidade é a redução do espaço
poroso, que ocorre pelo ou por processos de compactação ou pelo preenchimento dos
poros por processos diagenéticos, principalmente cimentação.
Peso volúmico

Peso volúmico ou peso específico (γ) é o peso da unidade de volume da rocha. Atendendo
à variabilidade da quantidade de água presente na rocha considera-se o peso volúmico
seco (γd) da rocha como um parâmetro mais representativo (Propriedades índice e
classificação das rochas).

Figura 21 - Valores do peso volúmico seco de algumas rochas. (Fonte: Das, 2007)

A quantidade de água na rocha pode ser quantificada pelo teor em água (w) que é a razão
entre o peso da água presente numa determinada amostra e o seu peso seco. O peso
volúmico da rocha é, por esse motivo, muito variável.

1.8. Suscetibilidade magnética

De acordo com Sheriff (1999 citado por Falcao e Neto), a susceptibilidade magnética é
uma medida do grau segundo o qual uma determinada substância pode ser magnetizada
e representa a razão entre a magnetização (M) e a força magnetizante.

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Nos minerais, o magnetismo é normalmente associado à quantidade de ferro presente em
sua estrutura. O modo mais fácil de medir o grau de magnetização de um material é
expondo-o a um campo magnético.

O magnetismo nos sedimentos inclui os minerais ferromagnéticos, que adquirem


magnetizacão remanescente (óxido de ferro, magnetita e maguemita, sulfeto e sulfato de
ferro, pirrotita), e também substâncias pouco magnéticas, como os minerais
paramagnéticos encontrados em sedimentos marinhos (argilas ricas em ferro,
particularmente, clorita, esmectita e ilita). Há também a calcita e o quartzo, abundantes
em sedimentos marinhos. Estes minerais tipicamente adquirem susceptibilidade
magnética negativa quando expostos a um campo magnético induzido. Portanto, fatores
tais como alterações na produtividade biológica ou taxas de acúmulo de carbono orgânico
podem causar variações nos valores da susceptibilidade magnética (Ellwood et al., 2000
citado por Falcao e Neto).

1.9. Resistividade Elétrica

A resistividade elétrica (recíproca de condutividade) de uma rocha saturada, com um


fluido qualquer, é definida como a capacidade de impedir o fluxo de corrente elétrica
através dessa rocha. Rochas secas exibem resistência elevada. Na prática de registro
elétrico, a resistividade é expressa em ohm.m2 /m ou simplesmente em ohm.m. De forma
geral a resistividade de formações sedimentares varia de 0,2 a 2000 ohm.m, demonstrando
a grande variabilidade desta propriedade.

Os materiais são classificados de forma geral como condutores, semicondutores ou


isoladores. Um material com uma resistividade de 10-5 ohm.m ou menos é classificado
como um condutor, os materiais com uma resistividade superior a 108 ohm.m são
classificados como isoladores, e materiais na faixa intermediária são semicondutores
(CLARCK, 1966 citado por Leal, 2018). Sendo assim, as rochas, e os minerais que as
compõem, pertencem a uma ou outra das três classes de condutores. A condutividade das
rochas varia em limites muito maiores do que qualquer outra das propriedades físicas. No
entanto, a grande maioria dos minerais são isoladores (PARKHOMENKO, 1967 citado
por Leal, 2018).

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Figura 22 - Resistividade de algumas rochas e sedimentos. (Fonte: Das, 2007)
1.10. Cor

A cor é uma propriedade óbvia de um mineral mas não é muito adequada à sua
identificação. Alguns minerais podem apresentar cores variadas resultantes da inclusão
de impurezas na sua estrutura cristalina. O quartzo apresenta cores que vão deste o branco
ao negro, passando pelo verde, rosado e púrpura. Outros minerais apresentam uma cor
que não varia significativamente. Os minerais de brilho metálico, por exemplo,
apresentam na sua grande generalidade, cores constantes e definidas, facilitando a sua
identificação. A cor de um mineral deve ser observada numa superfície recente, uma vez
que pode sofrer alterações (Propriedades dos minerais e rochas).

1.11. Porosidade
As descontinuidades representam os defeitos ou vazios existentes no meio contínuo
formado pelos minerais constituintes da matriz rochosa. A presença e o desenvolvimento
destes vazios estão estreitamente relacionados com a deformação e a rotura das rochas. A
quantidade de vazios é avaliada pela porosidade (n) que é a razão entre o volume de vazios
de uma amostra de rocha e o seu volume total.

A porosidade é normalmente expressa em percentagem considerando-se para as rochas


10% como um valor médio, 5% um valor baixo e 15% um valor alto. Nos solos, onde os
grãos minerais se podem separar mais facilmente (pelo menos por agitação na água), a
porosidade assume valores substancialmente maiores. Os vazios são constituídos pelos
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poros e fissuras da rocha e não estão necessariamente todos interligados. A porosidade
total (n) resulta assim da porosidade correspondente aos poros (np) e da porosidade das
fissuras (nf) (Propriedades índice e classificação das rochas).

Por esta razão, são por vezes definidos dois tipos de porosidade para as rochas: a total e
a efectiva, esta última correspondente ao volume de vazios acessível à passagem de
fluidos, normalmente a água. A uma escala maior, para os maciços rochosos, podemos
ainda distinguir a porosidade primária correspondente ao volume dos poros entre os
fragmentos das rochas clásticas e a porosidade secundária produzida pela fracturação e
alteração posteriores da rocha. A primeira é característica de toda a massa rochosa e a
segunda depende da história de alteração da rocha, podendo variar muito no mesmo
maciço rochoso (Propriedades índice e classificação das rochas).

Figura 23 - Valores da porosidade de solos e rochas. (Fonte: Das, 2007)


1.12. Permeabilidade

A facilidade de escoamento da água através de um meio contínuo é avaliada através do


coeficiente de permeabilidade (k). A permeabilidade das rochas, em comparação com a
dos solos, é geralmente muito baixa. O seu valor cresce sensivelmente com a fissuração
e o grau de alteração. O nível de anisotropia2 da permeabilidade depende da orientação
preferencial das fissuras (Propriedades índice e classificação das rochas).

O estado de tensão na rocha influencia consideravelmente a sua permeabilidade. O


aumento das tensões de compressão provoca o fecho das fissuras e a diminuição da
permeabilidade, mas, a partir de um certo limite, o aumento das tensões pode iniciar o
aparecimento de novas fracturas provocando o aumento da permeabilidade. A variação
da permeabilidade da rocha pode também variar com a pressão da água que circula nos
seus vazios e descontinuidades: o aumento da pressão da água tende a abrir as fissuras
aumentando a permeabilidade.

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Figura 24 - Permeabilidades de solos e rochas. (Fonte: Das, 2007)
1.13. Coesão

É uma estimativa da pressão lateral ( Kg.cm2) necessária para quebrar um bloco de


sedimento ou alterar a sua estrutura. Aumenta com o aumento da força de ligação inter-
partículas e com a diminuição da porosidade, conteúdo em água e dimensão das
partículas. A bioperturbação pela actividade de invertebrados e por materiais secretados
por invertebrados e por microorganismos tende também a aumentar a coesão.

Os solos coesivos são aqueles que contém uma fracção significativa de argila, capaz de
lhes conferir comportamento de coesivo. Nos solos coesivos, o que mais determina o
comportamento do solo é a sua consistência. A rigidez de um solo argiloso é inversamente
proporcional ao seu teor de umidade. Se o teor de umidade de um torrão de argila
aumenta, este fica mais mole (menos consistente). Quando diminui, a argila torna-se mais
rígida.

Conforme o seu teor de umidade, um solo coesivo pode apresentar caracteristicas de um


dentre quatro estados: líquido (caracterizado “grosso modo” pela sua possibilidade de
fluir0, plástico (pela possibilidade de ser moldado), semi-sólido ou sólido (nestes estados
a tentativa de moldagem fragmenta a amostra, mas no estado sólido o volume de uma
amostra não se altera quando o teor de umidade varia).

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2. Conclusão

Os sedimentos são fragmentos formados pelo intemperismo físico e químico das rochas
de uma área fonte ou provincia geológica pré-existente, podendo ser transportados em
suspensão ou como carga de fundo, durante o transporte pelos rios, vento e gelo, e
depositados em locais mais baixos topograficamente. Podem ser de origem continental
ou marinha. Tratam-se de materiais geralmente inconsolidados, ou pouco compactos, de
tempos geológicos modernos, que não possuem composição mineralógica ou
granulométrica pré-definida, constituidos de misturas de cascalho, areia, silte e argila, que
no seu conjunto formam sedimentos não coesivos e coesivos. Mas, a sua textura e
composição reflete a sua origem e os processos geodinâmicos a que estiverem sujeitos
tanto no mar como na terra.

Os sedimentos tem as seguintes propriedades físicas (Franco, 2019): Granulometria


(Textura); Seleção; Forma (Esfericidade); Arredondamento; Textura Superficial;
Petrofábrica (Orientação e Disposição); Porosidade; Permeabilidade; Cor; Peso
específico e Densidade; Coesão; Compactibilidade; Elasticidade; Resistividade Elétrica;
Suscetibilidade magnética; Radioatividade; Condutividade térmica.

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3. Referencias Bibliográficas
Das, B. M. Fundamentos de engenharia geotécnica. São Paulo: Thomson learning. 2007.
Falcao, L. C; Neto, A. A. Parâmetros físicos de sedimentos marinhos superficiais da
região costeira de Caravelas, Sul da Bahia. São paulo. 2010. Disponivel em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-261X2010000200011.
Acesso em: 05 de Abril de 2021.
Franco, R. L. Propriedades Físicas dos Sedimentos. 2019. Disponivel em:
https://slideplayer.com.br/slide/13945528/. Acesso em: 05 de Abril de 2021.
Leal, F-B. Avaliação das propriedades elétricas e de molhabilidade de rochas
carbonáticas. Campina Grande. 2018. Disponivel em:
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/1326/1/FELIPE%20DE%20BR
ITO%20LEAL%20-
%20DISSERTA%C3%87%C3%83O%28PPGEPM%29%202018.pdf. Acesso em: 05
de Abril de 2021.
Pinheiro, A. C. As propriedades dos sedimentos. Disponivel em:
https://www.passeidireto.com/arquivo/43881504/5-propriedades-dos-sedimentos.
Acesso em: 05 de Abril de 2021.
Propriedades dos minerais e rochas. Disponivel em:
https://paginas.fe.up.pt/~geng/ge/apontamentos/Cap_2_GE.pdf. Acesso em: 05 de Abril
de 2021.
Propriedades índice e classificação das rochas. Disponivel em:
https://paginas.fe.up.pt/~geng/ge/apontamentos/Cap_3_GE.pdf. Acesso em: 05 de Abril
de 2021

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