Itaboraí
Itaboraí
Itaboraí
História
"É por isto e por muito mais, é porque foi meu berço, e berço daqueles a quem mais
amei e amo, é porque no seu seio tenho sepulturas queridas, é porque me guarda em
seus lares amigos dedicados, é porque desejo ter em seus campos um abrigo na
minha velhice que começa, e no seu cemitério um leito para dormir o último sono, é
enfim por todos esses laços da vida e da morte que a Vila de Itaboraí me é tão
querida."
*O ato de criação da vila de Santo Antônio de Sá seria uma mera curiosidade histórica
não fosse o fato de que a descrição da solenidade constitui uma fonte rica de
informações sobre a estrutura social que estava sendo criada no sertão do Macacu.
Não só a maior parte das terras pertencia a um grupo muito pequeno de indivíduos,
como os laços familiares entre eles garantiam o controle das terras, fosse por
casamento ou herança. Assim estavam presentes naquela solenidade membros das
famílias dos Duque Estrada, dos Sardinha, dos Silva, dos Costa Soares, dos Pacheco
e dos Azevedo Coutinho (às vezes escrito Azeredo Coutinho). Cada família era
associada a uma parcela do território: por exemplo, os Azevedo Coutinho e os
Sardinha eram donos de terras e engenhos em Itapacorá; os Sardinha também eram
proprietários em Macacu e Guaxindiba, e assim por diante (Forte,1984).
Inicialmente, a região de Itambí era apenas uma terra de índígenas, até a chegada dos
colonizadores, que lá se estabeleceram e deram o nome àquela região pertencente ao
recôncavo do Rio de Janeiro, mantendo o topônimo indígena de origem tupi que,
segundo Teodoro Sampaio, significa Ita = pedra, e Mbi = alto, erguida, alçada, ou seja,
“Pedra em Pé”, denominação esta, dada a toda área que hoje compreende o
município de Itaboraí, e que guarda ainda, em suas origens, as mais belas raízes da
história do município, com ascendência em todos os antigos povoados do Brasil. Seus
colonizadores, principalmente os Jesuítas que tinham a função sagrada de ensinar a
língua e a religião Católica aos nativos, não desprezavam os nomes indígenas.
Assim como aconteceu em outras vilas, há registros de que os índios que ali existiam
foram levados a participar do processo de desmatamento das áreas circunvizinhas a
Baía da Guanabara, para que se realizasse o plantio da cana de açúcar e a
construção de engenhos. Estes teriam sucumbido diante do trabalho pesado, uma das
razões pelas quais podem ser encontrados inúmeros enterramentos indígenas na
região, sendo imediatamente substituídos pelos escravos provenientes do continente
africano.
"É essa força de trabalho de São Barnabé, juntamente com o escravo negro, que fez o
vigor canavieiro de Itaboraí."
O Marquês do Lavradio relata em carta datada de 1773 a seu tio, Reverendo Principal
de Almeida, que havia retirado da Aldeia de São Barnabé da Vila de São José Del Rei
“muitas índias que estavam em perigo”, na faixa etária de oito a doze anos, para o Rio
de Janeiro, a fim de que se educassem e pudessem ter sentimento, tornando famílias
com homens brancos, já que os indígenas desta então vila tiveram suas terras
roubadas e eles, escravizados. Querendo dar encaminhamento diverso ao dos
jesuítas em relação à população local, o Marquês toma decisões muito definitivas,
destinando os homens que podem trabalhar as fazendas e aos cinco engenhos, que
produziam por safra 60 toneladas de açúcar e 140 mil litros de aguardente, e os jovens
da mesma idade das meninas, eram destinados ao aprendizado de ofícios mecânicos
no Rio de Janeiro. Diante de sua política, pouco sobrou do aldeamento considerado
por ele como sendo um dos mais civilizados.
A Vila de São José Del Rey teve uma curta vida de autonomia administrativa, pois já
em 1833 foi anexada a então Vila de São João de Itaboraí.
Milagres de Anchieta
Inicialmente, a região de Itambí era apenas uma terra de índígenas, até a chegada dos
colonizadores, que lá se estabeleceram e deram o nome àquela região pertencente ao
recôncavo do Rio de Janeiro, mantendo o topônimo indígena de origem tupi que,
segundo Teodoro Sampaio, significa Ita = pedra, e Mbi = alto, erguida, alçada, ou seja,
“Pedra em Pé”, denominação esta, dada a toda área que hoje compreende o
município de Itaboraí, e que guarda ainda, em suas origens, as mais belas raízes da
história do município, com ascendência em todos os antigos povoados do Brasil. Seus
colonizadores, principalmente os Jesuítas que tinham a função sagrada de ensinar a
língua e a religião Católica aos nativos, não desprezavam os nomes indígenas.
Assim como aconteceu em outras vilas, há registros de que os índios que ali existiam
foram levados a participar do processo de desmatamento das áreas circunvizinhas a
Baía da Guanabara, para que se realizasse o plantio da cana de açúcar e a
construção de engenhos. Estes teriam sucumbido diante do trabalho pesado, uma das
razões pelas quais podem ser encontrados inúmeros enterramentos indígenas na
região, sendo imediatamente substituídos pelos escravos provenientes do continente
africano.
"É essa força de trabalho de São Barnabé, juntamente com o escravo negro, que fez o
vigor canavieiro de Itaboraí."
O Marquês do Lavradio relata em carta datada de 1773 a seu tio, Reverendo Principal
de Almeida, que havia retirado da Aldeia de São Barnabé da Vila de São José Del Rei
"muitas índias que estavam em perigo", na faixa etária de oito a doze anos, para o Rio
de Janeiro, a fim de que se educassem e pudessem ter sentimento, tornando famílias
com homens brancos, já que os indígenas desta então vila tiveram suas terras
roubadas e eles, escravizados. Querendo dar encaminhamento diverso ao dos
jesuítas em relação à população local, o Marquês toma decisões muito definitivas,
destinando os homens que podem trabalhar as fazendas e aos cinco engenhos, que
produziam por safra 60 toneladas de açúcar e 140 mil litros de aguardente, e os jovens
da mesma idade das meninas, eram destinados ao aprendizado de ofícios mecânicos
no Rio de Janeiro. Diante de sua política, pouco sobrou do aldeamento considerado
por ele como sendo um dos mais civilizados.
A Vila de São José Del Rey teve uma curta vida de autonomia administrativa, pois já
em 1833 foi anexada a então Vila de São João de Itaboraí.
Milagres de Anchieta
Defende-se que o altar-mor da igreja Matriz de São João Batista fica exatamente
sobre essa fonte, cujas águas foram canalizadas pelo subterrâneo, colina abaixo, até
desembocar na "Fonte da Carioca".
É preciso lembrar que o açúcar foi durante séculos um dos produtos tropicais mais
valorizados no mercado estrangeiro. Por isso tornou-se o principal produto de
exportação das pequenas colônias luso-brasileiras que foram sendo implantadas na
costa atlântica, logo que os primeiros colonizadores verificaram a aptidão de algumas
terras ao seu plantio.
Outra região que se destacou muito foi o povoado de Porto das Caixas, surgido no
início do século XVIII e que estava então ligado a Santo Antônio de Sá. Seu nome vem
do fato de ter se tornado um importante entreposto comercial, responsável por todo o
escoamento da produção agrícola de nossa região e do interior fluminense que
chegava pelo rio Aldeia ao seu porto, tendo a produção encaixotada para transporte
até a Bahia da Guanabara e de lá seguir rumo à Europa. Com o seu crescimento, o
povoado chegou a ter uma ativa vida cultural, contando com dois teatros e um
comércio muito bem estabelecido. Contudo, com a decadência do transporte fluvial e a
posterior inauguração da Estrada de Ferro ligando P. Caixas a Cantagalo em 1860, e
a da Carril Niteroiense, em 1874, ligando Niterói (então capital da Província do Rio de
Janeiro) diretamente ao interior fluminense, viabilizando o escoamento mais vantajoso
da produção cafeeira da região serrana, o antigo entreposto de Porto das Caixas da
Vila de São João de Itaboraí entrou em declínio. Outro fator preponderante foi a
decadência do transporte fluvial.
"Ao entrar na pequena vila, senti pedras sob a relva brava da estrada, onde meu
passo incerto contou com o ritmo de geração e aquelas Lages contaram-me que
aquilo fora uma rua onde faiscaram cascos, de cavalo de estirpe, conduzindo grandes
senhores, de numerosa escravatura e barcos…"
No século XX, depois de um período de declínio, surge uma nova economia agrícola,
a laranja, perdurando dos anos 20 até a década de 80. Cabe ressaltar que Itaboraí se
tornou o maior produtor dessa cultura no Rio de Janeiro, e o segundo no Brasil,
chegando a ser conhecida como “Terra da Laranja”. Já a arte em cerâmica esteve
sempre presente na cultura e na economia do município, sendo encontrados registros
entre os nossos índios, e nos próprios engenhos, que possuíam pequenas olarias para
confecção em argila dos invólucros para transporte de açúcar, cuja tradição se
perpetuou pelo século XX, ampliada pela indústria ceramista, primeiramente com a
chegada de novos colonos portugueses entre 1897 e 1912 e na chegada de novas
tecnologias na década de 40, mecanizando a produção.
Prédios históricos
Construída no ponto mais alto do outeiro onde foi implantada a Vila de Itaboraí, a
igreja Matriz de São João batista tinha sua torre como principal destaque. À época de
sua construção a sua parte mais alta podia ser observada de longe, marcando sua
presença na região. O tipo de construção era próprio do Brasil colônia, sendo a
organização espacial das obras nesta época caracterizadas por um grande terreiro
onde se destaca a construção da igreja e o desenvolvimento em seu entorno de um
casario baixo, deixando ainda mais imponente a edificação sacra, principal
característica das construções nesse momento histórico.
Sua constituição é feita em pedra cal de grossos muros e os elementos externos são
de cantaria com telhas capa e canal e equilibrada concepção arquitetônica oitocentista
de uma só porta de entrada e suas duas janelas do coro. Os vãos laterais são
requadrados em cantaria de granito arrematados por arco abatido e a sua torre (única)
mantém ainda o corpo totalmente maciço. Dos seus suis altares laterais, três
conservam restos de retábulos setecentistas (anteriores a construção da igreja) que
provavelmente pertenciam à capela de N. S da Conceição.
Em 1955, foram feitas reformas no telhado, substituindo as telhas originais (feita nas
coxas dos escravos) por telhas canal industrializadas. Também o forro de madeira foi
substituído por uma laje de concreto. Em 1969, as diversas sepulturas que ocupam o
piso da nave e da capela, originalmente cobertas de madeira, são substituídas por
marmorite.
Já em declínio, torna-se, em fins do século XIX sede da casa de Caridade São João
Batista, e só após a segunda metade do século XX tem reconhecida a sua importância
histórica e, em 1964, o sobrado é tombado pelo IPHAN e já em 1966, desapropriado e
considerado de utilidade pública pela prefeitura; em 1968 ocorre o incêndio que quase
destrói totalmente o prédio; em 1969 é doado ao Governo do Estado do Rio de
Janeiro, que resolve então reconstruí-la, respeitando as formas e a arquitetura original
para abrigar o Fórum de Itaboraí a partir de 1974. Com a transferência das funções
jurídicas para o novo Fórum no bairro de Nancilandia, em 2000 o solar passou a
abrigar a Prefeitura Municipal de Itaboraí, quando merecidamente recebeu o título de
palacete Visconde de Itaboraí, em homenagem ao grande estadista, Joaquim José
Rodrigues Torres, que foi o primeiro presidente da província do Rio de Janeiro e um
dos componentes do gabinete imperial (Trindade Saquarema), e um dos grandes
dirigentes do partido conservador durante o segundo reinado.
Joaquim José Rodrigues Torres, o visconde de Itaboraí, foi uma personalidade tão
importante no Segundo Império que transformou-se num dos maiores nomes da
política do país nessa época principal líder do partido conservador, que dava
sustentação ao governo de D Pedro II, foi ministro de Estado por uma dezena de
vezes, além de ter sido o primeiro presidente de província do Rio de Janeiro. Com
certeza, constituiu-se no itaboraiense de maior destaque na política nacional de todos
os tempos.[1]
O palacete tem a sua história ligada diretamente a história do Brasil Império, em seus
aposentos grandes decisões políticas foram tomadas. A conservação deste
maravilhoso patrimônio histórico é importantíssima para a preservação da história de
Itaboraí e para a história do Brasil.
Construído pelo Cel João Hilário de Menezes Drummond em 1827 o teatro de Itaboraí
foi o primeiro a receber, em 1863, o nome do dramaturgo João Caetano dos Santos,
célebre itaboraiense (nascido em 1808). E isso não foi ao acaso, pois foi nesse local,
com apresentação de Caetano da peça “O Carpinteiro da Livônia”, em 24 de abril, que
se iniciou, o que se tornaria o marco para a fundação da Arte dramática no Brasil, e da
autonomização de um teatro verdadeiramente brasileiro, com repercussão até fora da
colônia. Dentre várias ações, ele fundou a Companhia Nacional João Caetano e, além
de atuar em muitas peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano publicou
dois livros sobre a arte de representar: "Reflexões Dramáticas", de 1837 e “Lições
Dramáticas”, de 1862. Dono absoluto da cena brasileira de sua época, morreu a 24 de
agosto de 1863, no Rio de Janeiro, deixando um grande legado ao teatro brasileiro. E
mesmo hoje, podemos encontrar diversas homenagens por todo o Brasil, inclusive a
sua titularidade a vários outros teatros.
Quanto ao teatro Municipal João Caetano de Itaboraí , depois de uso nobre, com o
recebimento de grandes artistas, visitantes ilustres, e membros da família imperial
durante o seu período áureo (séc XIX), sofreu algumas mudanças e adaptações,
primeiramente em 1924, no seu interior, e de fachada em diversas outras ocasiões
passando, também, a ser palco de grandes eventos de gala, como os concursos de
misses e os célebres bailes de carnaval, em uma época em que a economia de
Itaboraí se baseava na cultura da laranja. Porém, em 1974, após períodos de
abandono e descaso ao seu inestimável valor histórico, e já em ruínas, teve o restante
de suas paredes demolidas, ao invés de promoção de sua salvaguarda.
Em 1985 o então prefeito João Baptista Caffaro promove a sua reconstrução com uma
nova fachada, que permanece em nossos dias. O senão fica pelo fato de que nunca
teve sua conclusão definitiva, pois ainda faltam os equipamentos adequados,
tratamento acústico, climatização, além de alguns aspectos arquitetônicos até hoje
indefinidos. E mesmo com toda a precariedade, e sem grandes investimentos, o
Teatro João Caetano recebe pequenas turnês, apresentações de grupos locais, alguns
shows de humor, dança e de música, e esporadicamente oferece oficinas de teatro
amador e de dança, o que já justificaria a sua conclusão.
Mesmo assim, já recebeu grandes artistas como Chico Anysio e Giulia Gam, dentre
outros, mas nada que lembre a beleza, valor e orgulho que representava para o povo
itaboraiense no séc. XIX.
Criada através de uma ação visionária da antropóloga Heloísa Alberto Torres, que,
com sua irmã, Maria “Marieta” Alberto Torres buscavam em 1963, em Itaboraí, um
repouso às memórias do pai, Alberto Torres, percebeu que o município, à época, já
havia esquecido o seu passado de prosperidade e importância histórica, e até mesmo
– além de seu pai – os seus cidadãos mais ilustres como o maior dramaturgo do
século XIX, João Caetano dos Santos, o escritor Joaquim Manoel de Macedo (o mais
lido de sua época), de Salvador de Mendonça, que fundou a Academia Brasileira de
Letras com Machado de Assis; do pintor José Leandro – retratista real, e de um dos
políticos mais importantes de seu tempo: Joaquim José Rodrigues Torres – O
Visconde de Itaboraí. E é em razão da realidade encontrada, que resolve procurar o
poder público local e propor diversas ações de resgate histórico, salvaguarda do
patrimônio material, e valorização da Cultura local, incentivando, inclusive, a criação
de uma academia de Artes, ciências e letras na região, além de projetos para o Teatro
Municipal, biblioteca, instalação de um hotel, e revitalização do Centro Histórico.
Iniciam, então, uma ampla reforma de restauro e adequação do imóvel, para servir
como sua residência e espaço museal.
Outra importante obra para a Casa de Cultura foi a reforma dos Jardins da Casa de
Cultura, proporcionada pelo Ministério do Meio Ambiente, atendendo um pedido da
presidência da FAC – Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí, cujo projeto e execução
ficou a cargo da Fundação Jardim Botânico, em parceria com a prefeitura de Itaboraí.
Esse projeto foi especial, pois proporcionou o retorno da beleza do jardim pertencente
às irmãs Torres.
A Freguesia de São João de Itaborahy foi elevada a categoria de vila pelo decreto
regencial de 15 de janeiro de 1833. A Câmara de Vereadores da referida vila foi
instalada em 22 de maio do mesmo ano, e não se sabe em qual local, mas há três
possibilidades: a primeira seria o Teatro da nova vila que era dirigido pelo grande
teatrólogo João Caetano dos Santos; a segunda seria a Igreja Matriz de São João
Batista; e a última, ao contrário das outras, que eram lugares públicos, seria uma casa
alugada[2], mais isso, como eu mesmo já mencionei não passam de possibilidades,
pois a Ata de instalação da câmara e seu arquivo não existem mais, foram perdidos
com o tempo.
"A vista das representações das Câmaras Municipaes das Villas de São João de
Itaborahy e Marica, tenho determinado mandar-lhes prestar para edificar as
respectivas casas da câmara e cadeia e de jurados, consignações mensais sejam
suficientes para concluírem as obras até o fim do anno seguinte"[3]
Conforme Ornellas Ramos[4] o projeto da câmara foi elaborado pelo engenheiro militar
alemão Major Júlio Frederico Koller, que também foi autor do plano urbanístico de
Petrópolis em 1843 e o projeto do Paço Imperial da Concórdia. A obra só seria
concluída em 1840, abrigando assim, no pavimento térreo a cadeia pública e no
pavimento superior o plenário e demais salas para fins legislativos.
Art. 1.º Haverá na Província do Rio de Janeiro, seis comarcas, a saber: a da Ilha
Grande, a de Rezende, a de Catagallo, a de Campos, a de S. João de Itaborahy, e a
de Rio de Janeiro.
Art. 2.º (…) a de S. João de Itaborahy compreenderá os termos das villas de S. João
de Itaborahy, de Magé, de Santo Antônio de Sá de Macacu, de Marica (…)
Um fato histórico sem documentos que comprovem sua veracidade, deixa de ser um
fato para ser uma possibilidade ou, o que é pior, uma invencionice que, de histórica,
não tem nada. Não se faz História por ouvir dizer ou imaginando fatos. "A História",
segundo Langlois e Seignobos, “nos ensina a relatividade de todas as coisas e a
transformação incessante das crenças, das formas, das instituições”. Por aí se vê
quão difícil é a missão daqueles que se debruçam sobre os mapas da vida para narrar
o que para trás ficou. Ouve-se amiúde a expressão “a História é a mestra da vida”.
Esta expressão está incompleta. A definição de História é ampla e abarca um círculo
bem maior de verdades, ei-la: História vero testis temporum, lux veritatis, vita
memorae, magistra vitae, nuntia vetustatis est (A História é verdadeiramente a
testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a
mensageira dos tempos antigos). A História de nossa Instituição merece respeito.
Deixemos, portanto, aos verdadeiros historiadores a missão de relatá-la. Nós outros,
que historiadores não somos, devemos ter sempre diante dos olhos que a História é,
antes de mais nada, a luz da verdade. Há muito tempo se discute qual teria sido a
primeira Loja Maçônica instalada em nossa Pátria. As opiniões divergem, deixando
aqueles que não são ligados às coisas da História em palpos de aranha. Em quem
acreditar? Hoje, mercê da criação das Lojas de Pesquisas, das Academias, dos
jornais, boletins e das revistas maçônicas, algumas de altíssimo quilate, já se pode
vislumbrar nos longes do horizonte maçônico uma luz que se torna cada vez mais
forte. Alguns escritores, talvez por ufanismo, apontam brasileiros ilustres como tendo
sido Maçons, sem que haja a mais mínima prova que estabeleça a veracidade da
afirmativa. Outros, por ouvir dizer, ensinam coisas que absolutamente não podem
provar. Só para exemplificar e sem citar nomes, temos debaixo dos olhos um
publicação que, a par de belos artigos, traz um, naturalmente baseado em alguma
coisa que o autor, talvez até bem intencionado, tenha tido conhecimento e tenha dado
crédito à informação: Segundo os mais antigos registros, 1786 foi o ano do surgimento
da Maçonaria no Brasil, com a volta do Irmão José Alves Maciel da Europa, formado
em Coimbra onde Iniciou-se (sic), indo depois para a Inglaterra e França e lá
freqüentava as Lojas Maçônicas. De volta ao Brasil, traz a mensagem da Maçonaria
francesa, a Maçonaria inglesa defendia o sistema monárquico parlamentar
constitucional e a Maçonaria francesa o sistema republicano. Funda Lojas em Vila
Rica e Tijuco com propósitos políticos, organizando a revolução emancipacionista, que
se chamou Inconfidência. É possível que o articulista tenha tomado conhecimento das
informações dadas por Joaquim Felício dos Santos que, sem aduzir quaisquer provas,
afirmou que a Inconfidência houvera sido dirigida por Maçons. Felício dos Santos,
ainda sem apontar onde buscara tal afirmativa, afirmou que Tiradentes e quase todos
os conjurados eram pedreiros livres. Esta é a informação que nos é fornecida pelo
historiador maçônico Frederico Guilherme Costa em “Questões Controvertidas da Arte
Real”, vol. 3: Ao que tudo indica, o responsável por uma extravagante idéia de uma
conjuração maçônica com a conseqüente liderança do Maçom (sic) Tiradentes foi
Joaquim Felício do Santos… Rigoroso na pesquisa do documento possuía, porém, o
gosto pelo romântico, que o levou ao devaneio de suas declarações sobre a
Maçonaria na obra intitulada Memórias do Distrito Diamantino, infelizmente tão
copiada e repetida pelos apaixonados pela tese altamente suspeita da Maçonaria que
não houve na vida do protomártir da Nação brasileira. Não faz muito tempo, ouvimos
um Irm:. de Loja afirmar que a primeira Loja brasileira era o Areópago de Itambé, sem
que aduzisse coisa que lhe atestasse a verdade da afirmação. Bons historiadores
maçônicos, nos dias que correm, negam tal assertiva, apesar da existência de outros
que confirmam a opinião do meu Irmão de Loja. Mário Name, em artigo inserto no
Caderno de Pesquisas Maçônicas 11, edição da “A TROLHA”, março de 1996, às
páginas 18, escreve: Todos nós sabemos que ao apagar das luzes do século XVIII,
mais precisamente em 1796, o frade carmelita Arruda Câmara fundou em
Pernambuco, na divisa com o Estado da Paraíba, o famoso Areópago de Itambé cuja
finalidade, até hoje um pouco nebulosa, deu margem a muita especulação,
especialmente entre os ufanistas escritores brasileiros. Marcelo Linhares, no seu livro
História da Maçonaria, Ed. “A TROLHA”, Londrina 1992, transcreve excerto de Mário
Melo, tirado da obra “Livro do Centenário Maçônico”, capítulo “A Maçonaria no Brasil”
e que diz o seguinte: Desprezando a tradição, podemos afirmar, baseados em
documentos, que a primeira Loja Maçônica associação secreta, movida pela liturgia,
com fins político-sociais, fundada no Brasil, foi o Areópago de Itambé (Pernambuco).
Instalou-o o botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela Faculdade de
Montpellier, no último quartel do século XVIII, em 1796. Linhares não aceita o que
afirma Mário Melo: Apesar das opiniões mais que abalizadas de Mário Melo e Oliveira
Lima, este considerando uma sociedade secreta, política e maçônica no seu espírito,
senão no Rito que lhe teria sido posterior, o Areópago de Itambé se nos parece mais
uma entidade cultural, onde se podia conspirar, que propriamente um Organismo
Maçônico. Entretanto, foi lá onde se abeberaram os líderes dos futuros movimentos
emancipacionistas republicanos, salientando-se dentre eles Antônio Carlos Ribeiro de
Andrade e Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, Cavalheiro da Ordem de
Cristo e pois Barão de Suassuma. O saudoso Irm:. Marcos Santiago, no seu livro
Maçonaria, História e Atualidade refere-se ao Areópago da seguinte maneira: Em 1796
foi fundado o Areópago de Itambé em Pernambuco, uma sociedade política secreta,
que objetivava fazer de Pernambuco uma república, e da qual faziam parte Maçons e
padres da igreja católica. Frederico Guilherme Costa, em uma de suas obras, assinala:
Sabemos que antes da Cavaleiros da Luz, foi o Areópago de ltambé instalado pelo
botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela faculdade de Montpellier em
1796. M. L. Machado (Introdução à Historia da Revolução de 1817, 2ª Ed.). Citado por
Mário Melo, descreve o Areópago: Era o Areópago uma sociedade política, secreta,
intencionalmente colocada na raia das províncias de Pernambuco e Paraíba,
freqüentada por pessoas salientes de uma e outra parte e donde saíam, como de um
centro para a periferia, sem assaltos nem arruídos, as doutrinas ensinadas. Tinha por
fim tornar conhecidos o estado geral da Europa, os estremecimentos e destroços dos
governos absolutos, sob o influxo das idéias democráticas (Breves Ensaios sobre a
História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993). José Castellani,
na excelente obra “Do Pó dos Arquivos”, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1995, ao fazer
um estudo sobre a primeira Loja fundada no Brasil, preceitua: O Areópago, embora
considerado o marco inicial das organizações maçônicas no Brasil, não era uma
verdadeira Loja, tanto que o Padre João Ribeiro, que pertencera a ele, teve que ser
Iniciado em Lisboa, o que, evidentemente, leva a crer que, na época, não existia Loja
regular naquela região. Contudo, é bom observar que Castellani, com o peso de sua
autoridade de historiador de primeira água, afirma que o Areópago é considerado o
marco inicial das organizações maçônicas no Brasil. Se há os que negam tenha sido o
Areópago uma Loja Maçônica, há os que afirmam o contrário. Além de Mário Melo,
como já vimos antes, o Irm:. Antônio do Carmo Ferreira, atual Grão-Mestre do GOIPE,
Maçom de invejável cultura e grande estudioso das coisas da Maçonaria, não aceita
que o Areópago não tenha sido Loja. É o que se deduz ao ler um artigo de sua lavra,
publicado em fevereiro de 1994, in Cadernos de Pesquisas Maçônicas 6, Ed. “A
TROLHA”, Londrina. Após discorrer sobre a fundação do Areópago e citar vários
nomes de participantes da instituição, informa que a casa onde funcionou o Areópago,
na Rua Videira de Melo (Itambé), foi derrubada na década dos anos 40 e, no seu
lugar, em 1951, foi levantado um obelisco, perpetuando o fato. Ao terminar o artigo,
aliás muito bem lançado, Antônio do Carmo afirma, com todos os rr e ss que o
Areópago de Itambé foi uma Loja Maçônica, senão vejamos: Em 30 de agosto de
1980, o Grande Oriente Independente de Pernambuco retomava o curso da História,
ao reinstalar (o grifo é nosso) o Areópago de Itambé, inaugurando uma Loja Maçônica
Simbólica com aquele nome distintivo. Realmente, o ato consistiu em grave
responsabilidade, não somente para os Maçons daquele Oriente, mas também e
sobretudo para a Potência que passou a ter em seu seio a Oficina Berço da Maçonaria
Brasileira (o grifo é nosso). E é preciso ser digno disto. Já alguns historiadores de
renome no mundo maçônico – José Castellani, Frederico Guilherme Costa, Ricardo
Mário Gonçalves, entre outros – escreveram que a primeira Loja fundada no Brasil foi
a “Cavaleiros da Luz”. Para tanto, eles se baseavam em escrito de F. Borges de
Barros, publicado no Volume XV dos Anais do Arquivo Público da Bahia, intitulado
Primórdios das Sociedades Secretas da Bahia, onde se afirma que tendo aportado a
Salvador a fragata francesa “La Preneuse”, comandada pelo Capitão Larcher, logo se
tornou alvo de visitas dos homens mais esclarecidos da terra e que dessas visitas, que
se converteram em reuniões, surgiu a 14 de julho de 1797 a Loja Maçônica
“Cavaleiros da Luz”. O escrito de Borges de Barros é de 1928. José Castellani, em
artigo publicado na Revista Acácia, nº 33, de Porto Alegre, diz das razões por que a
fonte de informação era respeitável: Borges de Barros, que era Diretor do Arquivo
Público da Bahia e Grão-Mestre da Grande Loja da Bahia – a primeira a ser fundada
no Brasil, quando da cisão de 1927 – publicou, em 1928, no volume XV dos Anais do
Arquivo, às paginas 44 e 45, a história da “Cavaleiros da Luz”, informando que as
reuniões preparatórias teriam sido realizadas a bordo da fragata “La Preneuse”, sob
liderança do comandante Larcher. A posição de Borges de Barros e sua intimidade
com os arquivos tornavam fidedigna essa informação. E mesmo com contestações,
não pode ser descartada a existência da “Cavaleiros da Luz”, sem profundo exame da
questão. Tinha-se, pois, como certo que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil
fora a “Cavaleiros da Luz”, fato que teria ocorrido na povoação da Barra aos 14 de
julho de 1797. Essas observações de Castellani eram necessárias, porque surgiram
sérias dúvidas sobre a veracidade das informações dadas por Borges de Barros,
depois que apareceram documentos que negavam a presença da fragata “La
Preneuse” em águas territoriais baianas. Quando exercíamos o Veneralato de nossa
Loja “Ponto no Espaço 279″ (94/95), convidamos nosso Irm:. e historiador, professor
da USP, Ricardo Mário Gonçalves para uma palestra sobre a primeira Loja Maçônica
do Brasil e fomos surpreendidos ao ouvirmos daquele nosso ilustre Irm:. que a fragata
“La Preneuse” jamais estivera no Brasil. O palestrante dizia que fazia tal afirmação
escudado em trabalho publicado pelo historiador Luiz Henrique Dias Tavares que, por
sua vez, fundamentava sua assertiva, baseado em pesquisa feita pela historiadora
Kátia de Queirós Mattoso nos arquivos Nacional e da Marinha, em Paris. Além de “La
Preneuse” jamais ter estado no Brasil, Larcher, quando esteve em Salvador,
desembarcou do navio “Boa Viagem”, em novembro de 1796, tendo embarcado de
regresso à França em 2 de janeiro de 1797. E o ilustre palestrante argumentou: Se a
“Cavaleiros da Luz” foi inaugurada em julho de 1797 e Larcher havia embarcado em
janeiro daquele ano, como poderia aquele oficial da marinha francesa ter participado
da fundação da Loja, conforme se apregoa? Por aí se vê que é necessário muito
estudo, pesquisas e mais pesquisas para que, com base em fontes fidedignas, se
possa afirmar que isto ou aquilo é realmente um fato histórico digno de fé. Nós, que
não somos historiadores e que dependemos das informações que eles nos fornecem,
precisamos meditar e meditar fundo nas palavras do historiador maçônico Frederico
Guilherme Costa, autor de “Questões Controvertidas da Arte Real”, vol. 3, Ed. “A
TROLHA”, Londrina, 1997, que depois de fazer um estudo sobre a temática que
acabamos de expor, afirma: De tudo o que foi exposto conclui-se que a verdadeira
função do historiador, que tem vida curta, consiste em rever permanentemente as
informações que possui e que estão sendo sempre enriquecidas com novas fontes,
partam elas de pesquisas de terceiros ou da sua própria, mas sempre tendo em mira a
boa forma e o bom conteúdo, jamais a ironia. A questão da nossa historiografia é uma
disputa do significante, pois a escrita só cumpre o seu papel quanto mais se aproxima
da palavra. Ela é sempre relativa. É da ordem do corpo e não do sentido, da cultura e
não da natureza. Mas, afinal, qual a primeira Loja Maçônica Regular fundada no
Brasil? Mário Name, no artigo retro citado, diz que a primeira Loja Maçônica fundada
no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, recebeu o nome de “União”, e
que um ano depois, devido ao grande número de Irmãos que a ela aderiram, sofreu
restruturação e passou a denominar-se “Reunião”. José Castellani informa que é
possível tenha existido a “União”, porém como não existe documento algum que
comprove a sua fundação, acredita que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi
a “Reunião”, em 1801, isto se ficar provado que a “Cavaleiros da Luz” não existiu.
Sobre o assunto vejamos o que escreve Frederico Guilherme Costa em “Breves
Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993,
após ter discorrido sobre o Areópago e sobre a “Cavaleiros da Luz”: Mas segundo o
manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja Simbólica regular no
Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de REUNIÃO, filiada ao Oriente da Ilha
de França, e nomeado para seu representante o cavaleiro Laurent, que a fortuna fez
aportar às formosas praias da Bahia de Niterói e que presidira a sua instalação. Na
mesma página, o autor informa: Em 1801 a Loja “Reunião” é regulamentada instalada
sob o reconhecimento do Oriente da Ilha de França, seguindo-se as Lojas
“Constância” e “Filantropia”, subordinadas ao Grande Oriente Lusitano. Se a
Cavaleiros da Luz foi a primeira Loja Maçônica no Brasil e o Areópago o primeiro
núcleo secreto revolucionário, a Loja “Reunião”, à luz dos documentos, respeitadas as
leis e tradições maçônicas foi a PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA REGULAR NO BRASIL.
Mário Verçosa, past Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Amazonas, relaciona
as 16 primeiras Lojas do Brasil, como vem exposto por Marcelo Linhares, na obra
citada: 1. “Cavaleiros da Luz”, em Salvador, BA – 1797 2. “Reunião”, no Rio de
Janeiro, RJ – 1801 3. “Virtude e Razão”, em Salvador, BA – 1802 4. “Constância”, no
Rio de Janeiro, RJ – 1803 5. “Filantropia”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 6.
“Emancipação”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 7. “Beneficência”, no Rio de Janeiro, RJ
– 1803 8. “Distintiva”, em Niterói, RJ – 1812 9. “Comércio e Artes”, no Rio de Janeiro,
RJ – 1815 10. “Pernambuco Oriente”, em Recife, PE – 1817 11. “Pernambuco
Ocidente”, em Recife, PE – 1817 12. “Revolução Pernambucana”, em Recife, PE –
1817 13. “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, RJ – 1817 14. “Esperança de
Niterói”, em Niterói, RJ – 1821 15. “Conciliação de Pernambuco”, em Recife, PE –
1822 16. “Nove de Janeiro”, no Rio de Janeiro, RJ – 1822.
[4]
Região Metropolitana
A Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, da qual Itaboraí faz parte, reúne
19 municípios fluminenses. A área geográfica, também conhecida como Grande Rio,
foi instituída pela Lei Complementar nº20, de 1º de julho de 1974, após a fusão dos
antigos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, unindo as então regiões
metropolitanas do Grande Rio Fluminense e da Grande Niterói. Com 11.812.482
habitantes, segundo o Senso de 2008, é a segunda maior área metropolitana do
Brasil, a terceira da América do Sul e a 20ª maior do mundo.
Relação de prefeitos
Obs: O chefe do poder executivo municipal até 1922 era o presidente da Câmara.
Somente a partir de 1923 se instituiu a figura do prefeito para o poder executivo e o
presidente da Câmara apenas para lidera aquela a Casa de Leis.
Prefeitos Interventores
Presidentes da Câmara: Nelson Almada Abreu, Luiz Carlos Braga e João Batista
Nunes
Presidentes da Câmara: Accácio Campos dos Santos, Durval Pereira Guimarães e Dr.
Daniel das Silva Costa Jr.
Presidentes da Câmara: Edgar Rodrigues da Silva, (73 e 74) e Dr. Fabiano Barros (75
e 76)
Criado pela lei nº 182 de maio de 1966, o Brasão de Armas de Itaboraí é o símbolo do
Município, cujas cores são; escudo português em azul com uma pedra de sua cor
sustentando uma águia estendida de prata, ladeada por uma flexa a direita e uma
espada posta em pala, tudo em ouro; assente num contrachefe cosido de vermelho,
carregado de um pergaminho encimado por uma pena posta em barra, também de
ouro; bordado de prata carregada de seis estrelas azuis. Coroa mural de cinco torres
de prata como apoio, duas hastes de cana, desfolhadas, passando em aspas e
colocadas sob escudo, e dois galhos de laranjeiras frutados, dois potes de cerâmica,
tudo natural, listel de azul com a inscrição "1696 ITABORAÍ 1833" de ouro, e é de uso
obrigatório em todos os papéis oficiais da municipalidade.
Como justificativa do Brasão, tem-se que “o escudo de forma que melhor indica a
origem de nosso povo e por isso mesmo em inúmeros brasões de cidade e estados
brasileiros, presta-se para recomendar os primórdios de nossa civilização: a cor azul,
que é a cor emblemática do zelo, caridade e lealdade, traduz virtudes que Itaboraí
sempre testemunhou no império e na república, derivando-se o topônimo de Itaboraí,
da língua tupi, que significa “Ita=pedra, boraí=bonita” ou Pedra Bonita Escondida na
Água. Baseados nos pronunciamentos de historiadores e indianistas sobre a
concepção do topônimo foi acrescentada ao brasão a pedra”, pois “Terra de Pedra
Bonita” era a qualificativo dado pelos indígenas à região. A água, representa a realeza,
veio traduzir a condição de Itaboraí como membro de destaque e de suporte da
comunidade fluminense; a flecha recorda os primitivos donos e habitantes de nossa
terra; a espada, simboliza São João Batista, pois Itaboraí também foi chamada de São
João de Itaboraí; o contrachefe de vermelho, significa de modo genérico, que todos os
brasileiros devem seu sangue à Pátria e particularmente, os primeiros itaboraiense
que se sacrificaram em defesa de terra e engrandecimento da região. A bordadura de
prata com oito estrelas identificam a municipalidade, identificando os oito distritos. A
haste em cana e os galhos mostram riquezas agrícolas e os potes de cerâmica, a
principal atividade industrial, ou seja, a dos artefatos de cerâmica.
A Bandeira
A Bandeira Municipal foi criada pela mesma lei. Sua forma é quadrangular, com 20
módulos no comprimento horizontal e 14 no comprimento vertical. É um retângulo
terciado em pal, sendo o primeiro em azul, o segundo em prata carregada do Brasão
de Armas e o terceiro, alaranjado.
És um eterno poema
Que tem como tema a felicidade
Escrito pelo criador, que te transformou nesta bela cidade (Bis)
Itaboraí, Itaboraí!