Itaboraí

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A cidade

Itaboraí fica na região metropolitana do Rio de Janeiro, em área de baixada litorânea,


às margens da Baía de Guanabara, a 45 km de distância da capital. O município faz
divisa com Guapimirim, São Gonçalo, Cachoeiras de Macacu, Tanguá e Maricá.

A economia do município gira em torno da manufatura cerâmica (decorativa e


utilitária), fruticultura, apicultura, pecuária extensiva, comércio e serviços. Itaboraí
apresenta um relevo variado. Suas maiores altitudes são encontradas nas serras do
Barbosão, à leste, na divisa com Tanguá, e do Lagarto e de Cassorotiba do Sul, na
fronteira com Maricá. Nas demais localidades predominam as planícies, onde se
concentram os rios que convergem para a Baía de Guanabara. Entre as planícies e as
serras, observa-se um relevo suavemente ondulado, com morros que raramente
ultrapassam 50 metros de altitude.

Parte de seu território é voltada para a Baía de Guanabara, compondo, com os


municípios de Magé e Guapimirim, a APA de Guapimirim, uma Unidade de
Conservação de uso sustentável voltada para a preservação e conservação de
remanescentes dos manguezais.

A vegetação do município é composta principalmente por pastagens, mata de encosta,


mangues e brejos. Os remanescentes de matas são observados nos setores mais
íngremes e elevados nas serras do Barbosão e do Lagarto.

São matas tipicamente secundárias, resultantes da regeneração natural após muita


exploração de madeira para a obtenção de carvão e lenha no passado. No restante do
município, as matas se encontram muito fragmentadas e aparecem em locais isolados.

Em Itaboraí encontra-se o mais antigo e importante sítio paleontológico do Brasil, às


margens do Lago São José, onde foram encontrados, em 1986, os fósseis de uma
preguiça gigante pré-histórica – um autêntico tesouro da arqueologia brasileira. A
preguiça, que pesava várias toneladas e media cerca de 7 metros de comprimento,
viveu há cerca de 5 milhões de anos, sendo contemporânea do homem primitivo.
Outras preciosidades arqueológicas da região são os cemitérios indígenas de Itambi e
Visconde, e os sambaquis de Sambaetiba.

Itaboraí tem rico patrimônio histórico e acervo arquitetônico, em que se destaca o


conjunto das ruínas do Convento de São Boa Ventura – tombado pelo Iphan –, que
começou a ser construído em 1660. Suas ruínas são consideradas um dos mais belos
e impor tantes conjuntos arquitetônicos religiosos do período colonial. O convento foi a
quinta construção da Ordem Franciscana no Brasil.

A manufatura cerâmica é uma importante atividade econômica e foco de conf litos


ambientais. É a maior fonte de arrecadação e de geração de empregos locais e, ao
mesmo tempo, responsável por um passivo ambiental ligado à degradação dos solos
onde existem jazidas de argila, ao assoreamento dos rios e à poluição atmosférica
provocada pela fumaça lançada das chaminés.

Os moradores de Itaboraí se orgulham de sua história, dos patrimônios culturais e


artísticos e do poder de suas comunidades, pois as associações de moradores locais
são atuantes e têm grande poder de mobilização.

História

"É por isto e por muito mais, é porque foi meu berço, e berço daqueles a quem mais
amei e amo, é porque no seu seio tenho sepulturas queridas, é porque me guarda em
seus lares amigos dedicados, é porque desejo ter em seus campos um abrigo na
minha velhice que começa, e no seu cemitério um leito para dormir o último sono, é
enfim por todos esses laços da vida e da morte que a Vila de Itaboraí me é tão
querida."

Joaquim Manoel de Macedo


O Rio do Quarto, 1869 _ Cap 01: Para se ler ou não ler.
Escritor Itaboraiense, maior romancista do século XIX
Autor do clássico "A Moreninha"

Itaboraí, cidade histórica do Estado do Rio de Janeiro, localizada na região


metropolitana, é o resultado da união de três importantes vilas do passado colonial e
imperial do Brasil: Santo Antônio de Sá, São João de Itaboraí e São José Del Rey. A
maior delas, a Vila de Santo Antônio de Sá, segunda formação do Rio de Janeiro no
recôncavo da Guanabara; A Vila de São João de Itaboraí, inicialmente uma parada de
tropeiros, que mais tarde se tornaria o maior produtor açucareiro da região e principal
entreposto comercial ligando o norte fluminense a capital da província; e a Vila de São
José Del Rey (conhecida como São Barnabé, ou Itambi), cuja região fora uma
importante Missão Jesuítica entre os índios Maromomis e Tamoios que por aqui
habitavam.

Para conhecer a história de Itaboraí, é importante compreender como se deu o


povoamento de toda a região, e que a ocupação territorial foi condicionada a diversas
variáveis, como a proximidade de rios navegáveis, situação do sertão do Macacu, ou
de fins catequistas, caso dos Jesuítas na região de Cabuçú e Itambi, ou mesmo de
localizações estratégicas em rotas de tropeiros, situação de Itaboraí, o que também
acabou beneficiando o desenvolvimento econômico com os grandes engenhos, dentre
outras razões.

A antiga Vila de Santo Antônio de Sá

É no século XVI que se dá a ocupação dos “sertões do Rio Macacu” pelos


colonizadores portugueses, pois em 1567 o fidalgo português Miguel de Moura
recebeu uma sesmaria (grande extensão de terras) na planície do Rio Macacu (José
Matoso Maia Forte – 1937). Entretanto, apesar da abertura de fazendas e engenhos
de cana-de-açúcar na região*, o primeiro povoamento no Recôncavo da Guanabara foi
a Vila de Santo Antônio de Sá, fundada em 1697, às margens do Rio Macacu (Na
mesma região que hoje abriga o Comperj).

*O ato de criação da vila de Santo Antônio de Sá seria uma mera curiosidade histórica
não fosse o fato de que a descrição da solenidade constitui uma fonte rica de
informações sobre a estrutura social que estava sendo criada no sertão do Macacu.
Não só a maior parte das terras pertencia a um grupo muito pequeno de indivíduos,
como os laços familiares entre eles garantiam o controle das terras, fosse por
casamento ou herança. Assim estavam presentes naquela solenidade membros das
famílias dos Duque Estrada, dos Sardinha, dos Silva, dos Costa Soares, dos Pacheco
e dos Azevedo Coutinho (às vezes escrito Azeredo Coutinho). Cada família era
associada a uma parcela do território: por exemplo, os Azevedo Coutinho e os
Sardinha eram donos de terras e engenhos em Itapacorá; os Sardinha também eram
proprietários em Macacu e Guaxindiba, e assim por diante (Forte,1984).

A Vila de Santo Antônio de Sá, com suas freguesias e povoados, experimentou um


grande desenvolvimento econômico, parte disto em razão de sua localização, tendo
em toda a região entrepostos comerciais que recebiam, via escoamento fluvial, a sua
produção e a da região serrana e interior fluminense, através de seus rios como o
Macacu, Casseribu e Aldeia. Porém, anos de desmatamento desordenado, tornaram
as áreas aráveis em charcos, e o consequente assoreamento dos rios não só foi
destruindo o potencial produtivo, mas também cooperou na proliferação de mosquitos,
vetores de doenças como a febre amarela e a malária, o que resultou, a partir de 1829
no início da extinção da Vila (então a mais atingida pelas doenças). As chamadas
“Febres do Macacu” foram tão marcantes que nos anos que se seguiram as pessoas
evitavam retornar ao lugar devido ao medo que se instalou (Num ofício ao Marquês de
Caravelas, que era Ministro e Secretário dos Negócios do Império, em 25 de agosto de
1830, Francisco José Alves Carneiro, Juiz de Fora da Vila de Sto Antônio de Sá, fazia
saber sobre a Vila já se encontrar quase deserta, contando talvez, com meia dúzia de
homens, levando-se em conta que a Vila chegou a ter uma população de
aproximadamente 19.000 “almas”.

Seu maior destaque foi o Convento Franciscano de São Boaventura, inaugurado em


04 de fevereiro de 1670, após dez anos de construção. Hoje, são as suas ruínas que
ostentam a outrora história de importância da antiga Vila no desbravamento do que os
antigos chamavam de os "Sertões do Macacu".

A Vila de São José Del Rey

A Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Itamby, cujo território foi desmembrado


da Vila de Sto. Antônio de Sá, é nomeada Vila de São José Del Rey por força de
Alvará em 1772, sendo assim denominada para solenizar o aniversário do Príncipe
Dom José de Portugal, pelo então Vice-Rei e Governador do Brasil Dom Luiz de
Vasconcelos e Souza, o Marquês do Lavradio. Contudo, somente onze anos depois
houve a instalação da Justiça e da Câmara naquela que seria uma das mais
importantes vilas do recôncavo da Guanabara, por estar situada a pouco mais de dois
quilômetros da foz do rio Macacu, próximo de Itambi, hoje 3º distrito de Itaboraí.

Inicialmente, a região de Itambí era apenas uma terra de índígenas, até a chegada dos
colonizadores, que lá se estabeleceram e deram o nome àquela região pertencente ao
recôncavo do Rio de Janeiro, mantendo o topônimo indígena de origem tupi que,
segundo Teodoro Sampaio, significa Ita = pedra, e Mbi = alto, erguida, alçada, ou seja,
“Pedra em Pé”, denominação esta, dada a toda área que hoje compreende o
município de Itaboraí, e que guarda ainda, em suas origens, as mais belas raízes da
história do município, com ascendência em todos os antigos povoados do Brasil. Seus
colonizadores, principalmente os Jesuítas que tinham a função sagrada de ensinar a
língua e a religião Católica aos nativos, não desprezavam os nomes indígenas.

O aldeamento de São Barnabé fazia parte de uma estratégia de segurança dos


colonizadores portugueses que junto com os aldeamentos de Itaguaí, São Lourenço
(Niterói), São Pedro (São Pedro D’aldeia) e Macaé contra possíveis invasões de
nações inimigas (Franceses, Holandeses) estes povoamentos serviam para guardar a
costa em torno do Rio de Janeiro e também como locais de produção de mão de obra,
principalmente no período da União Ibérica, quando o controle do mercado escravo
ficou um bom tempo com a Holanda.

Assim como aconteceu em outras vilas, há registros de que os índios que ali existiam
foram levados a participar do processo de desmatamento das áreas circunvizinhas a
Baía da Guanabara, para que se realizasse o plantio da cana de açúcar e a
construção de engenhos. Estes teriam sucumbido diante do trabalho pesado, uma das
razões pelas quais podem ser encontrados inúmeros enterramentos indígenas na
região, sendo imediatamente substituídos pelos escravos provenientes do continente
africano.

"Em determinado momento do processo de colonização no séc. XVII, mais ou menos


em 1628, por causa da presença dos franceses e holandeses, o colonizador
português usou a mão-de-obra indígena que era numerosíssima em Itambi – era a
maior população indígena, 3500 selvagens, segundo Fernão Candim – utilizou essa
mão-de-obra para construir fortificações no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara."

Adamastor Camará Ribeiro – Historiador,


na primeira jornada de cultura local, realizada em Itaboraí, em 1984

"É essa força de trabalho de São Barnabé, juntamente com o escravo negro, que fez o
vigor canavieiro de Itaboraí."

Complementa Adamastor Camará Ribeiro

O Marquês do Lavradio relata em carta datada de 1773 a seu tio, Reverendo Principal
de Almeida, que havia retirado da Aldeia de São Barnabé da Vila de São José Del Rei
“muitas índias que estavam em perigo”, na faixa etária de oito a doze anos, para o Rio
de Janeiro, a fim de que se educassem e pudessem ter sentimento, tornando famílias
com homens brancos, já que os indígenas desta então vila tiveram suas terras
roubadas e eles, escravizados. Querendo dar encaminhamento diverso ao dos
jesuítas em relação à população local, o Marquês toma decisões muito definitivas,
destinando os homens que podem trabalhar as fazendas e aos cinco engenhos, que
produziam por safra 60 toneladas de açúcar e 140 mil litros de aguardente, e os jovens
da mesma idade das meninas, eram destinados ao aprendizado de ofícios mecânicos
no Rio de Janeiro. Diante de sua política, pouco sobrou do aldeamento considerado
por ele como sendo um dos mais civilizados.

A Vila de São José Del Rey teve uma curta vida de autonomia administrativa, pois já
em 1833 foi anexada a então Vila de São João de Itaboraí.

Milagres de Anchieta

A Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Itamby, cujo território foi desmembrado


da Vila de Sto. Antônio de Sá, é nomeada Vila de São José Del Rey por força de
Alvará em 1772, sendo assim denominada para solenizar o aniversário do Príncipe
Dom José de Portugal, pelo então Vice-Rei e Governador do Brasil Dom Luiz de
Vasconcelos e Souza, o Marquês do Lavradio. Contudo, somente onze anos depois
houve a instalação da Justiça e da Câmara naquela que seria uma das mais
importantes vilas do recôncavo da Guanabara, por estar situada a pouco mais de dois
quilômetros da foz do rio Macacu, próximo de Itambi, hoje 3º distrito de Itaboraí.

Inicialmente, a região de Itambí era apenas uma terra de índígenas, até a chegada dos
colonizadores, que lá se estabeleceram e deram o nome àquela região pertencente ao
recôncavo do Rio de Janeiro, mantendo o topônimo indígena de origem tupi que,
segundo Teodoro Sampaio, significa Ita = pedra, e Mbi = alto, erguida, alçada, ou seja,
“Pedra em Pé”, denominação esta, dada a toda área que hoje compreende o
município de Itaboraí, e que guarda ainda, em suas origens, as mais belas raízes da
história do município, com ascendência em todos os antigos povoados do Brasil. Seus
colonizadores, principalmente os Jesuítas que tinham a função sagrada de ensinar a
língua e a religião Católica aos nativos, não desprezavam os nomes indígenas.

O aldeamento de São Barnabé fazia parte de uma estratégia de segurança dos


colonizadores portugueses que junto com os aldeamentos de Itaguaí, São Lourenço
(Niterói), São Pedro (São Pedro D’aldeia) e Macaé contra possíveis invasões de
nações inimigas (Franceses, Holandeses) estes povoamentos serviam para guardar a
costa em torno do Rio de Janeiro e também como locais de produção de mão de obra,
principalmente no período da União Ibérica, quando o controle do mercado escravo
ficou um bom tempo com a Holanda.

Assim como aconteceu em outras vilas, há registros de que os índios que ali existiam
foram levados a participar do processo de desmatamento das áreas circunvizinhas a
Baía da Guanabara, para que se realizasse o plantio da cana de açúcar e a
construção de engenhos. Estes teriam sucumbido diante do trabalho pesado, uma das
razões pelas quais podem ser encontrados inúmeros enterramentos indígenas na
região, sendo imediatamente substituídos pelos escravos provenientes do continente
africano.

"Em determinado momento do processo de colonização no séc. XVII, mais ou menos


em 1628, por causa da presença dos franceses e holandeses, o colonizador português
usou a mão-de-obra indígena que era numerosíssima em Itambi – era a maior
população indígena, 3500 selvagens, segundo Fernão Candim – utilizou essa mão-de-
obra para construir fortificações no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara."

Adamastor Camará Ribeiro – Historiador,


na primeira jornada de cultura local, realizada em Itaboraí, em 1984

"É essa força de trabalho de São Barnabé, juntamente com o escravo negro, que fez o
vigor canavieiro de Itaboraí."

Complementa Adamastor Camará Ribeiro

O Marquês do Lavradio relata em carta datada de 1773 a seu tio, Reverendo Principal
de Almeida, que havia retirado da Aldeia de São Barnabé da Vila de São José Del Rei
"muitas índias que estavam em perigo", na faixa etária de oito a doze anos, para o Rio
de Janeiro, a fim de que se educassem e pudessem ter sentimento, tornando famílias
com homens brancos, já que os indígenas desta então vila tiveram suas terras
roubadas e eles, escravizados. Querendo dar encaminhamento diverso ao dos
jesuítas em relação à população local, o Marquês toma decisões muito definitivas,
destinando os homens que podem trabalhar as fazendas e aos cinco engenhos, que
produziam por safra 60 toneladas de açúcar e 140 mil litros de aguardente, e os jovens
da mesma idade das meninas, eram destinados ao aprendizado de ofícios mecânicos
no Rio de Janeiro. Diante de sua política, pouco sobrou do aldeamento considerado
por ele como sendo um dos mais civilizados.

A Vila de São José Del Rey teve uma curta vida de autonomia administrativa, pois já
em 1833 foi anexada a então Vila de São João de Itaboraí.

Milagres de Anchieta

A ação evangelizadora dos jesuítas no Brasil iniciou-se em 1549, por determinação de


D. João III, rei de Portugal.

Na Capitania do Rio de Janeiro, os jesuítas organizaram cinco aldeias indígenas: São


Lourenço (Niterói), Itingá (Itaguaí), São Pedro (Cabo Frio), São Barnabé (Itambi) e
Guaratiba (Ilha do Governador)

O apóstolo do Brasil, Padre José de Anchieta, que chegou na Bahia no dia


13/07/1553, e que prestou relevantes serviços a Mem de Sá, na conquista e na
fundação do Rio de Janeiro, diversas vezes, esteve na aldeia de São Barnabé, onde,
de acordo com o historiador jesuíta Simão de Vasconcelos, realizou dois pequenos
milagres: Fez "deslizar para o mar pesadíssima canoa, com que os índios não podiam,
e, dias depois, abrigou um bando de guarazes a dar sombra a ele e aos índios que
conduziam a canoa sob um sol muito forte".

A Vila de São João de Itaboraí.


Com relação ao povoamento de Itaboraí, ou Itapacorá, como a região era conhecida
nas crônicas “Reminiscências de Itaboraí”, do escritor e acadêmico Salvador de
Mendonça, e publicadas no jornal "O Brasil, de 1907", o autor fala o seguinte sobre
Itaboraí:

"No século XVII, o governador Salvador Corrêa de Sá mandou abrir a estrada de


Campos dos Goytacases a Niterói. Essa estrada passava pela colina de Itaboraí,
caminho de Vila Nova e São Gonçalo. No alto da colina, à beira dessa estrada, havia
uma fonte sob um bosque frondoso. Tornou-se esse lugar um ponto de parada para
as tropas que por ali transitavam. Levantaram-se ranchos ao lado oposto da fonte,
esses ranchos foram as primeiras casas itaboraienses. A fonte dera o nome ao lugar –
ITABORAÍ, que quer dizer “Pedra Bonita escondida na água”, e essa denominação
nascera de haver, no fundo da fonte, metido na pedra, um pedaço de quartzo que
despertara a atenção dos índios do lugar."

Defende-se que o altar-mor da igreja Matriz de São João Batista fica exatamente
sobre essa fonte, cujas águas foram canalizadas pelo subterrâneo, colina abaixo, até
desembocar na "Fonte da Carioca".

O surgimento do povoado se dá em razão da existência da parada de tropeiros na


colina de Itaboraí, junto à fonte, e é pela iniciativa destes e de João Vaz Pereira que,
em 1670, realizou-se a construção de uma nova capela, em substituição a antiga que
era utilizada como “curato” na fazenda do Iguá, erguida por João Pereira da Silva em
1627, tendo, inclusive, recebido dela parte dos seus retábulos. Em alvará de 18 de
janeiro de 1696 é elevada a categoria de paróquia coletiva com o título de São João
de Itaboraí, tornando-se S. João, o orago da freguesia.

Os engenhos de açúcar que já existiam pela região, conforme descrito anteriormente


sobre a fundação da Vila de Santo Antônio de Sá. Foram os responsáveis pelo
desenvolvimento econômico de Itaboraí, sendo a principal atividade econômica do
vale do Macacu-Caceribu durante todo o período colonial, perpetuando até o séc. XX.

É preciso lembrar que o açúcar foi durante séculos um dos produtos tropicais mais
valorizados no mercado estrangeiro. Por isso tornou-se o principal produto de
exportação das pequenas colônias luso-brasileiras que foram sendo implantadas na
costa atlântica, logo que os primeiros colonizadores verificaram a aptidão de algumas
terras ao seu plantio.

Outra região que se destacou muito foi o povoado de Porto das Caixas, surgido no
início do século XVIII e que estava então ligado a Santo Antônio de Sá. Seu nome vem
do fato de ter se tornado um importante entreposto comercial, responsável por todo o
escoamento da produção agrícola de nossa região e do interior fluminense que
chegava pelo rio Aldeia ao seu porto, tendo a produção encaixotada para transporte
até a Bahia da Guanabara e de lá seguir rumo à Europa. Com o seu crescimento, o
povoado chegou a ter uma ativa vida cultural, contando com dois teatros e um
comércio muito bem estabelecido. Contudo, com a decadência do transporte fluvial e a
posterior inauguração da Estrada de Ferro ligando P. Caixas a Cantagalo em 1860, e
a da Carril Niteroiense, em 1874, ligando Niterói (então capital da Província do Rio de
Janeiro) diretamente ao interior fluminense, viabilizando o escoamento mais vantajoso
da produção cafeeira da região serrana, o antigo entreposto de Porto das Caixas da
Vila de São João de Itaboraí entrou em declínio. Outro fator preponderante foi a
decadência do transporte fluvial.

"Ao entrar na pequena vila, senti pedras sob a relva brava da estrada, onde meu
passo incerto contou com o ritmo de geração e aquelas Lages contaram-me que
aquilo fora uma rua onde faiscaram cascos, de cavalo de estirpe, conduzindo grandes
senhores, de numerosa escravatura e barcos…"

Guilherme de Almeida – Cronista, descrevendo uma visita a Porto das Caixas em


1927.

Por outro lado, enquanto os portos fluviais entravam em decadência, a chegada da


estrada de ferro à então vila de Itaboraí deu um certo alento ao comercio e à industria
das olarias e cerâmica, permitindo o crescimento urbano e sua transformação de vila
em cidade.

No século XX, depois de um período de declínio, surge uma nova economia agrícola,
a laranja, perdurando dos anos 20 até a década de 80. Cabe ressaltar que Itaboraí se
tornou o maior produtor dessa cultura no Rio de Janeiro, e o segundo no Brasil,
chegando a ser conhecida como “Terra da Laranja”. Já a arte em cerâmica esteve
sempre presente na cultura e na economia do município, sendo encontrados registros
entre os nossos índios, e nos próprios engenhos, que possuíam pequenas olarias para
confecção em argila dos invólucros para transporte de açúcar, cuja tradição se
perpetuou pelo século XX, ampliada pela indústria ceramista, primeiramente com a
chegada de novos colonos portugueses entre 1897 e 1912 e na chegada de novas
tecnologias na década de 40, mecanizando a produção.

Após experimentar um período de destaque na produção de laranja durante boa parte


do século XX, Itaboraí vê-se mais uma vez numa situação de declínio, pois as terras já
não mais produziam frutos de boa qualidade (O motivo não era o fato das terras
estarem cansadas e sim os erros na técnica de plantio, no transporte e na colheita e
na falta de adubação, mostrando o caráter especulativo do empreendimento), e a
indústria ceramista, antes aquecida, não buscou novas tecnologias que fossem mais
eficazes, ou menos poluentes, perdendo mercado para outras regiões e estados do
Brasil. Porém, ao contrário da laranja, a produção cerâmica não se extinguiu, mas, de
grande empregador em meados do século XX, resume-se hoje a umas poucas
unidades, sendo que algumas buscaram se aprimorar nos últimos anos.

O fato que ora descrevemos e a construção da ponte Rio-Niterói aceleraram o


processo de urbanização em Itaboraí, que se tornara uma “cidade-dormitório”, a partir
da década de 70, estimulando uma especulação imobiliária que criou novos problemas
ambientais na região, pois as antigas áreas de plantações de laranja foram
convertidas em loteamentos, sem nenhuma infraestrutura urbana, em praticamente
todos os distritos (cabe lembrar que não haviam políticas públicas organizadas, ou
definidas de zoneamento urbano, e nem leis muito claras, à época), e isso trouxe
sérios problemas para o município, que hoje assume todo o ônus daquele processo,
inclusive chegando a ser considerado uma região de baixo IDH – Índice de
Desenvolvimento Humano – como um dos municípios mais pobres do estado. Ainda
hoje, Itaboraí tem boa parte de sua população empregada na capital, na região
metropolitana e em alguns municípios da Baixada Fluminense, mas vivemos uma
inversão econômica com novos empreendimentos, transformando Itaboraí de satélite
(quando da implantação da primeira Estação Terrena da Embratel, no Brasil, em
Tanguá – na época 5º distrito do município), ou de dormitório, numa cidade polo para,
pelo menos 12 municípios circunvizinhos, constituindo uma nova geografia
socioeconômica na região.

Prof. Cláudio Rogério S. Dutra


Secretário Presidente
FCI – Fundação cultural de Itaboraí

Prédios históricos

Construída no ponto mais alto do outeiro onde foi implantada a Vila de Itaboraí, a
igreja Matriz de São João batista tinha sua torre como principal destaque. À época de
sua construção a sua parte mais alta podia ser observada de longe, marcando sua
presença na região. O tipo de construção era próprio do Brasil colônia, sendo a
organização espacial das obras nesta época caracterizadas por um grande terreiro
onde se destaca a construção da igreja e o desenvolvimento em seu entorno de um
casario baixo, deixando ainda mais imponente a edificação sacra, principal
característica das construções nesse momento histórico.

Sua constituição é feita em pedra cal de grossos muros e os elementos externos são
de cantaria com telhas capa e canal e equilibrada concepção arquitetônica oitocentista
de uma só porta de entrada e suas duas janelas do coro. Os vãos laterais são
requadrados em cantaria de granito arrematados por arco abatido e a sua torre (única)
mantém ainda o corpo totalmente maciço. Dos seus suis altares laterais, três
conservam restos de retábulos setecentistas (anteriores a construção da igreja) que
provavelmente pertenciam à capela de N. S da Conceição.

De acordo com o cronista Monsenhor Pizarro e Araújo, estando a Capela de N.S da


Conceição localizada na fazenda de João Correia da Silva em Iguá já em ruínas o
pequeno templo foi mudado para Itaboraí com a mesma invocação no ano de 1627.

Os três da direita conjugam formas barrocas com elementos do neoclássico. Todos os


altares laterais apresentam belas talhas de madeira.

De acordo com as informações contidas no inventário do INEPAC, no histórico


arquitetônico da igreja consta o início das obras em 1725, sendo inaugurados altar-
mor e nave principal em 1742. Período de 1767-1782 foi mandado construir a sacristia,
o consistório e o evangelho. Essa nova intervenção propiciou uma solução
arquitetônica pouco comum à sua cobertura que resultou numa volumetria singular ao
conjunto.

De acordo com João Matoso Maia Fortes, em Vilas Fluminenses Desaparecidas, a


origem da Igreja Matriz de Itaboraí data de 1672, ano em que João de Vaz Pereira
funda uma capela sob a invocação de São João Batista. O mesmo fundador constrói
outro templo em 1684, o qual torna-se independente da jurisdição Vigário Paroquial de
Santo Antônio de Sá.

Em 1725, são iniciadas as obras de reconstrução da Igreja, sendo concluídas somente


em 1742, quando são inaugurados o altar-mor e a nave principal. De acordo com o
inventário da FUNDREM, no período de 1767 a 1782, foram à sacristia, o consistório e
o evangelho.

Em 1955, foram feitas reformas no telhado, substituindo as telhas originais (feita nas
coxas dos escravos) por telhas canal industrializadas. Também o forro de madeira foi
substituído por uma laje de concreto. Em 1969, as diversas sepulturas que ocupam o
piso da nave e da capela, originalmente cobertas de madeira, são substituídas por
marmorite.

Recentemente foram restauradas as imagens sacras e iniciada a restauração dos seis


belos altares laterais, cujas talhas representam importante exemplo do mais puro
barroco brasileiro. No entanto, a restauração não foi concluída.

Tombadas como Patrimônio Nacional em 18 de março de 1970, a igreja de São João


Batista, que impressiona por sua beleza arquitetônica, necessita urgentes reformas, a
fim de que se acabe com as infiltrações que ameaçam todo a acervo iconográfico da
igreja.

Palacete (Visconde de Itaboraí)

A casa antiga mais expressiva de Itaboraí é um solar assobradado, de arquitetura


neoclássica com feições coloniais, dotado de mirante e erguida na atual Praça
Marechal Floriano Peixoto, à época Largo da Matriz, para servir de residência da
família Rodrigues Torres.

Em sua fachada principal pode-se observar maior presença de vazios em detrimento


de cheios, apresentando simetria bem marcada principalmente pelo sótão que se torna
um elemento da fachada substituindo o frontão.

O prédio conserva, apesar das alterações sofridas, características de um sobrado


típico de final do séc XVIII e inicio do XIX. Sua presença no conjunto da praça é
marcada pelo resultado de uma arquitetura harmoniosa e bem proporcionada, comuns
às residências apalacetadas deste período. Numa apreciação mais cuidadosa do
prédio, são nítidas as intervenções realizadas, desde um novo programa de planta à
aberturas de vão de janelas, escadas, acabamentos e cobertura.

O histórico da propriedade descrito no inventário do INEPAC tem seu primeiro registro


em 1803. O período de 1803/10 é a época provável de sua construção.
Com a decadência econômica e o declínio como localização estratégica (inauguração
da estrada de ferro Niterói-Cantagalo e conseqüente abandono do Porto das Caixas
como entreposto comercial – interior/capital) somados a isso o fim da monarquia e do
trabalho escravo – questões que marcavam a administração do próprio visconde de
Itaboraí – e queda na produção agrícola da região, diminuiu a importância do palacete.

Já em declínio, torna-se, em fins do século XIX sede da casa de Caridade São João
Batista, e só após a segunda metade do século XX tem reconhecida a sua importância
histórica e, em 1964, o sobrado é tombado pelo IPHAN e já em 1966, desapropriado e
considerado de utilidade pública pela prefeitura; em 1968 ocorre o incêndio que quase
destrói totalmente o prédio; em 1969 é doado ao Governo do Estado do Rio de
Janeiro, que resolve então reconstruí-la, respeitando as formas e a arquitetura original
para abrigar o Fórum de Itaboraí a partir de 1974. Com a transferência das funções
jurídicas para o novo Fórum no bairro de Nancilandia, em 2000 o solar passou a
abrigar a Prefeitura Municipal de Itaboraí, quando merecidamente recebeu o título de
palacete Visconde de Itaboraí, em homenagem ao grande estadista, Joaquim José
Rodrigues Torres, que foi o primeiro presidente da província do Rio de Janeiro e um
dos componentes do gabinete imperial (Trindade Saquarema), e um dos grandes
dirigentes do partido conservador durante o segundo reinado.

O palacete original era na verdade um conjunto, pois, além do prédio reconstruído


existiam casas baixas ao seu redor que faziam parte do complexo, o visconde de
Itaboraí morador do palacete era um político importante durante o segundo Império.

Joaquim José Rodrigues Torres, o visconde de Itaboraí, foi uma personalidade tão
importante no Segundo Império que transformou-se num dos maiores nomes da
política do país nessa época principal líder do partido conservador, que dava
sustentação ao governo de D Pedro II, foi ministro de Estado por uma dezena de
vezes, além de ter sido o primeiro presidente de província do Rio de Janeiro. Com
certeza, constituiu-se no itaboraiense de maior destaque na política nacional de todos
os tempos.[1]

O solar era local onde o visconde recebia políticos e personalidades importantes, a


constituição original do palacete tinha condição de receber seus convidados e toda a
sua comitiva que provavelmente se acomodavam nas casas baixas a volta do
palacete, ficando assim o solar e seus aposentos para as personalidades,
provavelmente local onde a família real pousava quando passava por aqui.

O palacete tem a sua história ligada diretamente a história do Brasil Império, em seus
aposentos grandes decisões políticas foram tomadas. A conservação deste
maravilhoso patrimônio histórico é importantíssima para a preservação da história de
Itaboraí e para a história do Brasil.

Teatro João Caetano de Itaboraí

Construído pelo Cel João Hilário de Menezes Drummond em 1827 o teatro de Itaboraí
foi o primeiro a receber, em 1863, o nome do dramaturgo João Caetano dos Santos,
célebre itaboraiense (nascido em 1808). E isso não foi ao acaso, pois foi nesse local,
com apresentação de Caetano da peça “O Carpinteiro da Livônia”, em 24 de abril, que
se iniciou, o que se tornaria o marco para a fundação da Arte dramática no Brasil, e da
autonomização de um teatro verdadeiramente brasileiro, com repercussão até fora da
colônia. Dentre várias ações, ele fundou a Companhia Nacional João Caetano e, além
de atuar em muitas peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano publicou
dois livros sobre a arte de representar: "Reflexões Dramáticas", de 1837 e “Lições
Dramáticas”, de 1862. Dono absoluto da cena brasileira de sua época, morreu a 24 de
agosto de 1863, no Rio de Janeiro, deixando um grande legado ao teatro brasileiro. E
mesmo hoje, podemos encontrar diversas homenagens por todo o Brasil, inclusive a
sua titularidade a vários outros teatros.

Quanto ao teatro Municipal João Caetano de Itaboraí , depois de uso nobre, com o
recebimento de grandes artistas, visitantes ilustres, e membros da família imperial
durante o seu período áureo (séc XIX), sofreu algumas mudanças e adaptações,
primeiramente em 1924, no seu interior, e de fachada em diversas outras ocasiões
passando, também, a ser palco de grandes eventos de gala, como os concursos de
misses e os célebres bailes de carnaval, em uma época em que a economia de
Itaboraí se baseava na cultura da laranja. Porém, em 1974, após períodos de
abandono e descaso ao seu inestimável valor histórico, e já em ruínas, teve o restante
de suas paredes demolidas, ao invés de promoção de sua salvaguarda.

Em 1985 o então prefeito João Baptista Caffaro promove a sua reconstrução com uma
nova fachada, que permanece em nossos dias. O senão fica pelo fato de que nunca
teve sua conclusão definitiva, pois ainda faltam os equipamentos adequados,
tratamento acústico, climatização, além de alguns aspectos arquitetônicos até hoje
indefinidos. E mesmo com toda a precariedade, e sem grandes investimentos, o
Teatro João Caetano recebe pequenas turnês, apresentações de grupos locais, alguns
shows de humor, dança e de música, e esporadicamente oferece oficinas de teatro
amador e de dança, o que já justificaria a sua conclusão.

Mesmo assim, já recebeu grandes artistas como Chico Anysio e Giulia Gam, dentre
outros, mas nada que lembre a beleza, valor e orgulho que representava para o povo
itaboraiense no séc. XIX.

O Teatro Municipal João Caetano de Itaboraí é parte do conjunto memorial


arquitetônico do Centro Histórico de Itaboraí que é reconhecido pelo IPHAN – Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como um dos mais importantes do Brasil
por sua importância histórica e pela relevância de seus principais personagens além
do dramaturgo, como Joaquim José Rodrigues Torres – O Visconde de Itaboraí; o
escritor Romancista Joaquim M. de Macedo, autor de "A Moreninha", o sociólogo e
político Alberto Torres e Salvador de Mendonça que fundou a ABL – Academia
Brasileira de Letras com Machado de Assis.

Prof. Cláudio Rogério S. Dutra


Texto e Pesquisas

Casa Heloisa Alberto Torres


A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres está localizada na Praça Marechal Floriano
Peixoto, 303 – Centro – Itaboraí/RJ, e tem em seus arquivos, exemplares documentais
da memória de Itaboraí, do Brasil, além dos acervos pessoais da antropóloga e
diretora do Museu Nacional, Heloísa A. Torres e de seu pai, o político, escritor e
jornalista Alberto Torres, que foi presidente da província do Rio de janeiro.

Criada através de uma ação visionária da antropóloga Heloísa Alberto Torres, que,
com sua irmã, Maria “Marieta” Alberto Torres buscavam em 1963, em Itaboraí, um
repouso às memórias do pai, Alberto Torres, percebeu que o município, à época, já
havia esquecido o seu passado de prosperidade e importância histórica, e até mesmo
– além de seu pai – os seus cidadãos mais ilustres como o maior dramaturgo do
século XIX, João Caetano dos Santos, o escritor Joaquim Manoel de Macedo (o mais
lido de sua época), de Salvador de Mendonça, que fundou a Academia Brasileira de
Letras com Machado de Assis; do pintor José Leandro – retratista real, e de um dos
políticos mais importantes de seu tempo: Joaquim José Rodrigues Torres – O
Visconde de Itaboraí. E é em razão da realidade encontrada, que resolve procurar o
poder público local e propor diversas ações de resgate histórico, salvaguarda do
patrimônio material, e valorização da Cultura local, incentivando, inclusive, a criação
de uma academia de Artes, ciências e letras na região, além de projetos para o Teatro
Municipal, biblioteca, instalação de um hotel, e revitalização do Centro Histórico.

Iniciam, então, uma ampla reforma de restauro e adequação do imóvel, para servir
como sua residência e espaço museal.

Após o falecimento de Heloísa em 1977 e de sua irmã, Marieta, em 1985, conforme


desejo em testamento, o sobrado é doado ao IPHAN, com objetivo de instalação de
um museu. E isso ocorre em 1995 com a instalação da casa de Cultura Heloísa
Alberto Torres com apoio do IPHAN, através de um Termo de Cooperação Técnica
com a prefeitura de Itaboraí.

Hoje, a parceria com o IPHAN, continua sendo importante. O apoio do


Superintendente Carlos Fernando, do IPHAN RJ, e do presidente do IPHAN, Luiz
Fernando, conforme vislumbra o presidente da FAC – Fundação de Arte e Cultura de
Itaboraí, Sergio Espírito Santo, foi um dos fatores que permitiu a inclusão de Itaboraí
no circuito cultural e histórico nacional. Esse apoio tem colaborado em diversas de
nossas ações. E Cabe lembrar, que em 2009, recebemos do IPHAN RJ, um contrato
para tratamento de acervo com trabalho técnico de uma museóloga; custeio para
obras emergências na Casa de Cultura,no valor de R$ 62.500,00 e na Igreja Matriz de
S.João Batista, num valor de R$ 87.000,00, para o telhado e descupinização, que será
complementado em 2010 com nova verba no valor de R$ 400.000,00. E só o PAC-
Histórico, exclusivo para cidades históricas, tem previsto para os próximos anos no
Plano de Ação para Itaboraí, uma proposta de investimentos em R$ 14.790.000,00
para projetos como a criação da casa do Oleiro, do Centro de Memória de Arte
Popular; estudos de tombamento pelo município; revitalização da praça Marechal
Floriano Peixoto; urbanização do entorno do Centro Histórico e a criação do Museu
Ferroviário e de um centro cultural no distrito de Visconde de Itaboraí.
Porém, a principal notícia para a Casa de Cultura no ano de seu bicentenário é o início
das obras de restauro, reforma e revitalização do sobrado, em verba do Ministério da
Cultura, com início previsto para Nov/2010, num custeio de mais de R$ 500.000,00,
que dará as condições necessárias para manutenção do acervo, abertura do andar
superior para visitação, adequação do salão de exposições nos moldes dos melhores
espaços do país, e um atendimento mais adequado a pesquisadores, artistas, turistas
e toda a sociedade.

Outra importante obra para a Casa de Cultura foi a reforma dos Jardins da Casa de
Cultura, proporcionada pelo Ministério do Meio Ambiente, atendendo um pedido da
presidência da FAC – Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí, cujo projeto e execução
ficou a cargo da Fundação Jardim Botânico, em parceria com a prefeitura de Itaboraí.
Esse projeto foi especial, pois proporcionou o retorno da beleza do jardim pertencente
às irmãs Torres.

Para o futuro, já apresentamos na Superintendência de Museus do Estado do RJ, um


projeto para a criação do Museu da Vila de Santo Antônio de Sá, que prestigiará não
só Itaboraí, mas toda a região que forma hoje o CONLESTE. Outra proposta que
temos atenção especial, trata-se da revitalização do Centro Histórico de Itambi –
projeto S. José Del Rey, e do Ecomuseu, que ligará todos os equipamentos culturais,
históricos e ambientais e, com a criação do Centro de Memória de Arte Popular,
proporcionar intercâmbios de nossos artistas com outras regiões.

Casa de Câmara e Cadeia

A Freguesia de São João de Itaborahy foi elevada a categoria de vila pelo decreto
regencial de 15 de janeiro de 1833. A Câmara de Vereadores da referida vila foi
instalada em 22 de maio do mesmo ano, e não se sabe em qual local, mas há três
possibilidades: a primeira seria o Teatro da nova vila que era dirigido pelo grande
teatrólogo João Caetano dos Santos; a segunda seria a Igreja Matriz de São João
Batista; e a última, ao contrário das outras, que eram lugares públicos, seria uma casa
alugada[2], mais isso, como eu mesmo já mencionei não passam de possibilidades,
pois a Ata de instalação da câmara e seu arquivo não existem mais, foram perdidos
com o tempo.

O prédio da casa da Câmara só começaria a ser construído em 1836, por solicitação


do ano anterior, da referida casa legislativa ao presidente da Província do Rio de
Janeiro, o Sr Joaquim Rodrigues Torres, também nativo da região de "Itaborahy" e
futuro Visconde, como grandeza de Itaborahy.

"A vista das representações das Câmaras Municipaes das Villas de São João de
Itaborahy e Marica, tenho determinado mandar-lhes prestar para edificar as
respectivas casas da câmara e cadeia e de jurados, consignações mensais sejam
suficientes para concluírem as obras até o fim do anno seguinte"[3]

Conforme Ornellas Ramos[4] o projeto da câmara foi elaborado pelo engenheiro militar
alemão Major Júlio Frederico Koller, que também foi autor do plano urbanístico de
Petrópolis em 1843 e o projeto do Paço Imperial da Concórdia. A obra só seria
concluída em 1840, abrigando assim, no pavimento térreo a cadeia pública e no
pavimento superior o plenário e demais salas para fins legislativos.

Forma eleitos para o cargo de vereadores: O barão de Itapacorá, Manoel Antônio


Álvares de Azevedo como presidente da Casa; Severino de Macedo Carvalho, pai do
ilustríssimo literário e historiador Joaquim Manoel de Macedo; Padre Manoel de
Freitas Carvalho Magalhães, vigário da Matriz de São João Batista; José Augusto
César de Menezes e José Barbosa Velho, possuindo assim a câmara cinco
vereadores.

Pelo mesmo decreto de 15 de janeiro de 1833, criava também seis comarcas na


Província do Rio de Janeiro, dentre elas a de Itaborahy.

Art. 1.º Haverá na Província do Rio de Janeiro, seis comarcas, a saber: a da Ilha
Grande, a de Rezende, a de Catagallo, a de Campos, a de S. João de Itaborahy, e a
de Rio de Janeiro.
Art. 2.º (…) a de S. João de Itaborahy compreenderá os termos das villas de S. João
de Itaborahy, de Magé, de Santo Antônio de Sá de Macacu, de Marica (…)

A PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA NO BRASIL

Um fato histórico sem documentos que comprovem sua veracidade, deixa de ser um
fato para ser uma possibilidade ou, o que é pior, uma invencionice que, de histórica,
não tem nada. Não se faz História por ouvir dizer ou imaginando fatos. "A História",
segundo Langlois e Seignobos, “nos ensina a relatividade de todas as coisas e a
transformação incessante das crenças, das formas, das instituições”. Por aí se vê
quão difícil é a missão daqueles que se debruçam sobre os mapas da vida para narrar
o que para trás ficou. Ouve-se amiúde a expressão “a História é a mestra da vida”.
Esta expressão está incompleta. A definição de História é ampla e abarca um círculo
bem maior de verdades, ei-la: História vero testis temporum, lux veritatis, vita
memorae, magistra vitae, nuntia vetustatis est (A História é verdadeiramente a
testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a
mensageira dos tempos antigos). A História de nossa Instituição merece respeito.
Deixemos, portanto, aos verdadeiros historiadores a missão de relatá-la. Nós outros,
que historiadores não somos, devemos ter sempre diante dos olhos que a História é,
antes de mais nada, a luz da verdade. Há muito tempo se discute qual teria sido a
primeira Loja Maçônica instalada em nossa Pátria. As opiniões divergem, deixando
aqueles que não são ligados às coisas da História em palpos de aranha. Em quem
acreditar? Hoje, mercê da criação das Lojas de Pesquisas, das Academias, dos
jornais, boletins e das revistas maçônicas, algumas de altíssimo quilate, já se pode
vislumbrar nos longes do horizonte maçônico uma luz que se torna cada vez mais
forte. Alguns escritores, talvez por ufanismo, apontam brasileiros ilustres como tendo
sido Maçons, sem que haja a mais mínima prova que estabeleça a veracidade da
afirmativa. Outros, por ouvir dizer, ensinam coisas que absolutamente não podem
provar. Só para exemplificar e sem citar nomes, temos debaixo dos olhos um
publicação que, a par de belos artigos, traz um, naturalmente baseado em alguma
coisa que o autor, talvez até bem intencionado, tenha tido conhecimento e tenha dado
crédito à informação: Segundo os mais antigos registros, 1786 foi o ano do surgimento
da Maçonaria no Brasil, com a volta do Irmão José Alves Maciel da Europa, formado
em Coimbra onde Iniciou-se (sic), indo depois para a Inglaterra e França e lá
freqüentava as Lojas Maçônicas. De volta ao Brasil, traz a mensagem da Maçonaria
francesa, a Maçonaria inglesa defendia o sistema monárquico parlamentar
constitucional e a Maçonaria francesa o sistema republicano. Funda Lojas em Vila
Rica e Tijuco com propósitos políticos, organizando a revolução emancipacionista, que
se chamou Inconfidência. É possível que o articulista tenha tomado conhecimento das
informações dadas por Joaquim Felício dos Santos que, sem aduzir quaisquer provas,
afirmou que a Inconfidência houvera sido dirigida por Maçons. Felício dos Santos,
ainda sem apontar onde buscara tal afirmativa, afirmou que Tiradentes e quase todos
os conjurados eram pedreiros livres. Esta é a informação que nos é fornecida pelo
historiador maçônico Frederico Guilherme Costa em “Questões Controvertidas da Arte
Real”, vol. 3: Ao que tudo indica, o responsável por uma extravagante idéia de uma
conjuração maçônica com a conseqüente liderança do Maçom (sic) Tiradentes foi
Joaquim Felício do Santos… Rigoroso na pesquisa do documento possuía, porém, o
gosto pelo romântico, que o levou ao devaneio de suas declarações sobre a
Maçonaria na obra intitulada Memórias do Distrito Diamantino, infelizmente tão
copiada e repetida pelos apaixonados pela tese altamente suspeita da Maçonaria que
não houve na vida do protomártir da Nação brasileira. Não faz muito tempo, ouvimos
um Irm:. de Loja afirmar que a primeira Loja brasileira era o Areópago de Itambé, sem
que aduzisse coisa que lhe atestasse a verdade da afirmação. Bons historiadores
maçônicos, nos dias que correm, negam tal assertiva, apesar da existência de outros
que confirmam a opinião do meu Irmão de Loja. Mário Name, em artigo inserto no
Caderno de Pesquisas Maçônicas 11, edição da “A TROLHA”, março de 1996, às
páginas 18, escreve: Todos nós sabemos que ao apagar das luzes do século XVIII,
mais precisamente em 1796, o frade carmelita Arruda Câmara fundou em
Pernambuco, na divisa com o Estado da Paraíba, o famoso Areópago de Itambé cuja
finalidade, até hoje um pouco nebulosa, deu margem a muita especulação,
especialmente entre os ufanistas escritores brasileiros. Marcelo Linhares, no seu livro
História da Maçonaria, Ed. “A TROLHA”, Londrina 1992, transcreve excerto de Mário
Melo, tirado da obra “Livro do Centenário Maçônico”, capítulo “A Maçonaria no Brasil”
e que diz o seguinte: Desprezando a tradição, podemos afirmar, baseados em
documentos, que a primeira Loja Maçônica associação secreta, movida pela liturgia,
com fins político-sociais, fundada no Brasil, foi o Areópago de Itambé (Pernambuco).
Instalou-o o botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela Faculdade de
Montpellier, no último quartel do século XVIII, em 1796. Linhares não aceita o que
afirma Mário Melo: Apesar das opiniões mais que abalizadas de Mário Melo e Oliveira
Lima, este considerando uma sociedade secreta, política e maçônica no seu espírito,
senão no Rito que lhe teria sido posterior, o Areópago de Itambé se nos parece mais
uma entidade cultural, onde se podia conspirar, que propriamente um Organismo
Maçônico. Entretanto, foi lá onde se abeberaram os líderes dos futuros movimentos
emancipacionistas republicanos, salientando-se dentre eles Antônio Carlos Ribeiro de
Andrade e Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque, Cavalheiro da Ordem de
Cristo e pois Barão de Suassuma. O saudoso Irm:. Marcos Santiago, no seu livro
Maçonaria, História e Atualidade refere-se ao Areópago da seguinte maneira: Em 1796
foi fundado o Areópago de Itambé em Pernambuco, uma sociedade política secreta,
que objetivava fazer de Pernambuco uma república, e da qual faziam parte Maçons e
padres da igreja católica. Frederico Guilherme Costa, em uma de suas obras, assinala:
Sabemos que antes da Cavaleiros da Luz, foi o Areópago de ltambé instalado pelo
botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela faculdade de Montpellier em
1796. M. L. Machado (Introdução à Historia da Revolução de 1817, 2ª Ed.). Citado por
Mário Melo, descreve o Areópago: Era o Areópago uma sociedade política, secreta,
intencionalmente colocada na raia das províncias de Pernambuco e Paraíba,
freqüentada por pessoas salientes de uma e outra parte e donde saíam, como de um
centro para a periferia, sem assaltos nem arruídos, as doutrinas ensinadas. Tinha por
fim tornar conhecidos o estado geral da Europa, os estremecimentos e destroços dos
governos absolutos, sob o influxo das idéias democráticas (Breves Ensaios sobre a
História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993). José Castellani,
na excelente obra “Do Pó dos Arquivos”, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1995, ao fazer
um estudo sobre a primeira Loja fundada no Brasil, preceitua: O Areópago, embora
considerado o marco inicial das organizações maçônicas no Brasil, não era uma
verdadeira Loja, tanto que o Padre João Ribeiro, que pertencera a ele, teve que ser
Iniciado em Lisboa, o que, evidentemente, leva a crer que, na época, não existia Loja
regular naquela região. Contudo, é bom observar que Castellani, com o peso de sua
autoridade de historiador de primeira água, afirma que o Areópago é considerado o
marco inicial das organizações maçônicas no Brasil. Se há os que negam tenha sido o
Areópago uma Loja Maçônica, há os que afirmam o contrário. Além de Mário Melo,
como já vimos antes, o Irm:. Antônio do Carmo Ferreira, atual Grão-Mestre do GOIPE,
Maçom de invejável cultura e grande estudioso das coisas da Maçonaria, não aceita
que o Areópago não tenha sido Loja. É o que se deduz ao ler um artigo de sua lavra,
publicado em fevereiro de 1994, in Cadernos de Pesquisas Maçônicas 6, Ed. “A
TROLHA”, Londrina. Após discorrer sobre a fundação do Areópago e citar vários
nomes de participantes da instituição, informa que a casa onde funcionou o Areópago,
na Rua Videira de Melo (Itambé), foi derrubada na década dos anos 40 e, no seu
lugar, em 1951, foi levantado um obelisco, perpetuando o fato. Ao terminar o artigo,
aliás muito bem lançado, Antônio do Carmo afirma, com todos os rr e ss que o
Areópago de Itambé foi uma Loja Maçônica, senão vejamos: Em 30 de agosto de
1980, o Grande Oriente Independente de Pernambuco retomava o curso da História,
ao reinstalar (o grifo é nosso) o Areópago de Itambé, inaugurando uma Loja Maçônica
Simbólica com aquele nome distintivo. Realmente, o ato consistiu em grave
responsabilidade, não somente para os Maçons daquele Oriente, mas também e
sobretudo para a Potência que passou a ter em seu seio a Oficina Berço da Maçonaria
Brasileira (o grifo é nosso). E é preciso ser digno disto. Já alguns historiadores de
renome no mundo maçônico – José Castellani, Frederico Guilherme Costa, Ricardo
Mário Gonçalves, entre outros – escreveram que a primeira Loja fundada no Brasil foi
a “Cavaleiros da Luz”. Para tanto, eles se baseavam em escrito de F. Borges de
Barros, publicado no Volume XV dos Anais do Arquivo Público da Bahia, intitulado
Primórdios das Sociedades Secretas da Bahia, onde se afirma que tendo aportado a
Salvador a fragata francesa “La Preneuse”, comandada pelo Capitão Larcher, logo se
tornou alvo de visitas dos homens mais esclarecidos da terra e que dessas visitas, que
se converteram em reuniões, surgiu a 14 de julho de 1797 a Loja Maçônica
“Cavaleiros da Luz”. O escrito de Borges de Barros é de 1928. José Castellani, em
artigo publicado na Revista Acácia, nº 33, de Porto Alegre, diz das razões por que a
fonte de informação era respeitável: Borges de Barros, que era Diretor do Arquivo
Público da Bahia e Grão-Mestre da Grande Loja da Bahia – a primeira a ser fundada
no Brasil, quando da cisão de 1927 – publicou, em 1928, no volume XV dos Anais do
Arquivo, às paginas 44 e 45, a história da “Cavaleiros da Luz”, informando que as
reuniões preparatórias teriam sido realizadas a bordo da fragata “La Preneuse”, sob
liderança do comandante Larcher. A posição de Borges de Barros e sua intimidade
com os arquivos tornavam fidedigna essa informação. E mesmo com contestações,
não pode ser descartada a existência da “Cavaleiros da Luz”, sem profundo exame da
questão. Tinha-se, pois, como certo que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil
fora a “Cavaleiros da Luz”, fato que teria ocorrido na povoação da Barra aos 14 de
julho de 1797. Essas observações de Castellani eram necessárias, porque surgiram
sérias dúvidas sobre a veracidade das informações dadas por Borges de Barros,
depois que apareceram documentos que negavam a presença da fragata “La
Preneuse” em águas territoriais baianas. Quando exercíamos o Veneralato de nossa
Loja “Ponto no Espaço 279″ (94/95), convidamos nosso Irm:. e historiador, professor
da USP, Ricardo Mário Gonçalves para uma palestra sobre a primeira Loja Maçônica
do Brasil e fomos surpreendidos ao ouvirmos daquele nosso ilustre Irm:. que a fragata
“La Preneuse” jamais estivera no Brasil. O palestrante dizia que fazia tal afirmação
escudado em trabalho publicado pelo historiador Luiz Henrique Dias Tavares que, por
sua vez, fundamentava sua assertiva, baseado em pesquisa feita pela historiadora
Kátia de Queirós Mattoso nos arquivos Nacional e da Marinha, em Paris. Além de “La
Preneuse” jamais ter estado no Brasil, Larcher, quando esteve em Salvador,
desembarcou do navio “Boa Viagem”, em novembro de 1796, tendo embarcado de
regresso à França em 2 de janeiro de 1797. E o ilustre palestrante argumentou: Se a
“Cavaleiros da Luz” foi inaugurada em julho de 1797 e Larcher havia embarcado em
janeiro daquele ano, como poderia aquele oficial da marinha francesa ter participado
da fundação da Loja, conforme se apregoa? Por aí se vê que é necessário muito
estudo, pesquisas e mais pesquisas para que, com base em fontes fidedignas, se
possa afirmar que isto ou aquilo é realmente um fato histórico digno de fé. Nós, que
não somos historiadores e que dependemos das informações que eles nos fornecem,
precisamos meditar e meditar fundo nas palavras do historiador maçônico Frederico
Guilherme Costa, autor de “Questões Controvertidas da Arte Real”, vol. 3, Ed. “A
TROLHA”, Londrina, 1997, que depois de fazer um estudo sobre a temática que
acabamos de expor, afirma: De tudo o que foi exposto conclui-se que a verdadeira
função do historiador, que tem vida curta, consiste em rever permanentemente as
informações que possui e que estão sendo sempre enriquecidas com novas fontes,
partam elas de pesquisas de terceiros ou da sua própria, mas sempre tendo em mira a
boa forma e o bom conteúdo, jamais a ironia. A questão da nossa historiografia é uma
disputa do significante, pois a escrita só cumpre o seu papel quanto mais se aproxima
da palavra. Ela é sempre relativa. É da ordem do corpo e não do sentido, da cultura e
não da natureza. Mas, afinal, qual a primeira Loja Maçônica Regular fundada no
Brasil? Mário Name, no artigo retro citado, diz que a primeira Loja Maçônica fundada
no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, recebeu o nome de “União”, e
que um ano depois, devido ao grande número de Irmãos que a ela aderiram, sofreu
restruturação e passou a denominar-se “Reunião”. José Castellani informa que é
possível tenha existido a “União”, porém como não existe documento algum que
comprove a sua fundação, acredita que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi
a “Reunião”, em 1801, isto se ficar provado que a “Cavaleiros da Luz” não existiu.
Sobre o assunto vejamos o que escreve Frederico Guilherme Costa em “Breves
Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993,
após ter discorrido sobre o Areópago e sobre a “Cavaleiros da Luz”: Mas segundo o
manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja Simbólica regular no
Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de REUNIÃO, filiada ao Oriente da Ilha
de França, e nomeado para seu representante o cavaleiro Laurent, que a fortuna fez
aportar às formosas praias da Bahia de Niterói e que presidira a sua instalação. Na
mesma página, o autor informa: Em 1801 a Loja “Reunião” é regulamentada instalada
sob o reconhecimento do Oriente da Ilha de França, seguindo-se as Lojas
“Constância” e “Filantropia”, subordinadas ao Grande Oriente Lusitano. Se a
Cavaleiros da Luz foi a primeira Loja Maçônica no Brasil e o Areópago o primeiro
núcleo secreto revolucionário, a Loja “Reunião”, à luz dos documentos, respeitadas as
leis e tradições maçônicas foi a PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA REGULAR NO BRASIL.
Mário Verçosa, past Grão-Mestre da Grande Loja do Estado do Amazonas, relaciona
as 16 primeiras Lojas do Brasil, como vem exposto por Marcelo Linhares, na obra
citada: 1. “Cavaleiros da Luz”, em Salvador, BA – 1797 2. “Reunião”, no Rio de
Janeiro, RJ – 1801 3. “Virtude e Razão”, em Salvador, BA – 1802 4. “Constância”, no
Rio de Janeiro, RJ – 1803 5. “Filantropia”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 6.
“Emancipação”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 7. “Beneficência”, no Rio de Janeiro, RJ
– 1803 8. “Distintiva”, em Niterói, RJ – 1812 9. “Comércio e Artes”, no Rio de Janeiro,
RJ – 1815 10. “Pernambuco Oriente”, em Recife, PE – 1817 11. “Pernambuco
Ocidente”, em Recife, PE – 1817 12. “Revolução Pernambucana”, em Recife, PE –
1817 13. “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, RJ – 1817 14. “Esperança de
Niterói”, em Niterói, RJ – 1821 15. “Conciliação de Pernambuco”, em Recife, PE –
1822 16. “Nove de Janeiro”, no Rio de Janeiro, RJ – 1822.

BIBLIOGRAFIA 1. BANDECCHI, Brasil. “A Bucha, a Maçonaria e o Espírito Liberal”,


Parma: São Paulo, 1982. 2. CASTELLANI, José. “Do Pó dos Arquivos”, “A TROLHA”:
Londrina, 1995. 3. ___________. “Conjuração Mineira e a Maçonaria que não Houve”
(co-autoria com Frederico Guilherme Costa) Gazeta Maçônica: São Paulo, 1992. 4.
____________. “A Polêmica em Torno da Primeira Loja Maçônica do Brasil – uma
Novidade Bastante Antiga”, in Revista Acácia, nº 33, Porto Alegre, 1995. 5. COSTA,
Frederico Guilherme. “Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria no Brasil”. “A
TROLHA”: Londrina, 1993. 6. “Questões Controvertidas da Arte Real”, vol. 3. “A
TROLHA”: Londrina, 1997. 7. DONIDA, Odilon Carlos Nunes. “Datas e Fatos que
Fizeram a História da Maçonaria no Rio Grande do Norte e no G.O.L.E.R.N”, in
Cadernos de Pesquisas Maçônicas, nº 10. “A TROLHA”: Londrina, 1995. 8.
FERREIRA, Antônio do Carmo. “Nossa Gente”, in Cadernos de Pesquisas Maçônicas,
nº 6. “A TROLHA”: Londrina, 1994. 9. LINHARES, Marcelo. “História da Maçonaria”. “A
TROLHA”: Londrina, 1994. 10. NAME, Mário. “Tiradentes em Lisboa” – in Cadernos de
Pesquisas Maçônicas, nº 11. “A TROLHA”: Londrina, 1996. 11. SANTIAGO, Marcos.
Maçonaria – história e atualidade”. “A TROLHA”: Londrina, 1992. 12. VIEIRA, Júlio
Doin. “Maçonaria, um Estudo Completo”. “A TROLHA”: Londrina, 1997.

[1] Personalidades históricas de Itaboraí III, Visconde de Itaboraí: Série Patrimônio


cultural

[3] RAMOS, César Augusto Ornellas. História da Câmara Municipal de


Itaboraí.Disponível em: www.itaborai.rj.gov.br

[4]
Região Metropolitana

A Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, da qual Itaboraí faz parte, reúne
19 municípios fluminenses. A área geográfica, também conhecida como Grande Rio,
foi instituída pela Lei Complementar nº20, de 1º de julho de 1974, após a fusão dos
antigos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, unindo as então regiões
metropolitanas do Grande Rio Fluminense e da Grande Niterói. Com 11.812.482
habitantes, segundo o Senso de 2008, é a segunda maior área metropolitana do
Brasil, a terceira da América do Sul e a 20ª maior do mundo.

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo o IBGE, ostenta um PIB de mais


de R$ 170 bilhões, constituindo o segundo maior pólo de riqueza nacional. Concentra
70% da força econômica do estado e 8,04% de todos os bens e serviços produzidos
no país. Há muitos anos, congrega o segundo maior pólo industrial do Brasil, contando
com refinarias de petróleo, indústrias naval, metalúrgicas, petroquímicas, gás-
químicas, siderúrgicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de bebidas,
cimenteiras e moveleiras. No entanto, as últimas décadas atestaram uma nítida
transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes
de um grande pólo nacional de serviços e negócios.

A área reúne os principais grupos nacionais e internacionais do setor naval e os


maiores estaleiros do país e do estado, com cerca de 90% da produção de navios e de
equipamentos offshore no Brasil. No setor de petróleo, verifica-se um arranjo de mais
de 700 empresas, dentre as quais as maiores do Brasil. A maioria mantém centros de
pesquisa espalhados por todo o estado e, juntas, produzem mais de 4/5 do petróleo e
dos combustíveis distribuídos nos postos de serviço do território nacional.

Relação de prefeitos

Atual Prefeito de Itaboraí


Dr. Sadinoel

Obs: O chefe do poder executivo municipal até 1922 era o presidente da Câmara.
Somente a partir de 1923 se instituiu a figura do prefeito para o poder executivo e o
presidente da Câmara apenas para lidera aquela a Casa de Leis.

De 1894 a 1901 - Vigário Joaquim Mariano de Castro Araújo.


De 1901 a 1902 - Dr. Joaquim Pereira dos santos e Cap. Brasilino Itajaí Leal.
Em 1903 - Ten. José Francisco Ribeiro de Mendonça
Em 1904 e 1905 - Cap. Brasilino Itajaí Leal
Em 1906 - Dr. Fidélis de Azevedo Alves
Em 1907 e 1908 - Ten. Cel. José Joaquim Alves e Cap. Brasilino Itajaí Leal
Em 1909 - Ten. Cel. José Joaquim Alves
De 1910 a 1913 - Dr. José Bernardino Batista Pereira
De 1914 a 1916 - Ten. Antônio Francisco da Silva Leal
De 1917 a 1922 - Cap. Antônio Ferreira Torres, Cap. José Joaquim Barbosa e Ten.
Antônio Francisco da Silva Leal.

Prefeitos Eleitos de 1923 a 2013


Coronel João Magalhães – Outubro de 1923 a Maio de 1927
Major Bráulio Simões Soares – de Maio a Dezembro de 1927
Coronel João Magalhães – de Dezembro de 1927 a Novembro de 1929
Cap. Alfredo Ferreira Torres – de Novembro de 1929 a Dezembro de 1930

Prefeitos Interventores

Drº Sylvio Costa – de Dezembro de 1930 a Novembro de 1933


Drº Jonatas Pedrosa Filho – de Novembro de 1933 a Dezembro de 1935
Coronel Joaquim José Soares – de Dezembro de 1935 a Janeiro de 1936
Major Antônio Trindade Secundino de Oliveira – de Maio a Agosto de 1936
Coronel Joaquim José Soares – de Agosto de 1936 a Setembro de 1939
Drº Vicente Pereira da Fonseca – de Setembro de 1939 a Fevereiro de 1940
Drº Celso Rocha Nogueira da Silva – de Fevereiro de 1940 a Dezembro de 1943
Drº João Augusto de Andrade – de 16 de Dezembro de 1943 a 03 de Novembro de
1945

Nota: Durante o período de 3 de novembro de 1945 a 31 de janeiro de 1947,


ocuparam o cargo de Prefeito, alternadamente: a Sra Nisa Nóbrega da Silva
(3/11/1945); O engenheiro Arly Barbosa Coutinho (20/11/1945); o tabelião Antônio
Alves Vianna (26/3/1947); o médico Odilon Bastos (18/9/1947) e o próprio João
Augusto de Andrade (22/2/1946)

Prefeitos e presidentes da Câmara

Drº João Augusto de Andrade – 22 de Fevereiro de 1947 a 31 de janeiro de 1951

Presidentes da Câmara: Alziro Simões da Fonseca, Antônio Duarte Lopes e Manoel


Novis da Silva.

Roberto Pereira Santos – 31 de Janeiro de 1951 a 31 de Janeiro de 1955

Presidente da Câmara: Sra. Margarida Leal

Símaco Ramos de Almeida – 31 de Janeiro de 1955 a 31 de Janeiro de 1959

Presidentes da Câmara: João Gualberto de Quadros Mendonça, Gastão dos santos


Ribeiro, Ercole Amêndola Filho e Alziro Simões de Fonseca.

Roberto Pereira Santos – 31 de Janeiro de 1959 a 13 de Março de 1961

Presidentes da Câmara: Francisco Nunes da Silva e Gastão dos Santos Ribeiro


Gilberto de Paula Antunes – 13 de março de 1961 a 31 de Janeiro de 1963

Presidente da Câmara: Accácio Campos dos Santos

João Baptista Cáffaro – 31 de Janeiro de 1963 a 31 de Janeiro de 1967

Presidentes da Câmara: Nelson Almada Abreu, Luiz Carlos Braga e João Batista
Nunes

Jonas Dias de Oliveira – 31 de Janeiro de 1967 a 31 de Janeiro de 1971

Presidentes da Câmara: Accácio Campos dos Santos, Durval Pereira Guimarães e Dr.
Daniel das Silva Costa Jr.

Alvaro de Carvalho Junior – 31 de Janeiro de 1971 a 31 de Janeiro de 1973

Presidentes da Câmara: Dr. Zeno Neves e Dr. Daniel da Costa Jr

Francisco Nunes da Silva – 31 de Janeiro de 1973 a 31 de Janeiro de 1977

Presidentes da Câmara: Edgar Rodrigues da Silva, (73 e 74) e Dr. Fabiano Barros (75
e 76)

Milton Rodrigues Rocha – 01 de Fevereiro de 1977 a 31 de Janeiro de 1983

Presidentes da Câmara: Jailson José Cardoso (1977 e 1978), Edgar Rodrigues da


Silva (1979 e 1980) e Geraldo Saraiva de Miranda (1981 e 1982)

João Batista Cáffaro – 31 de Janeiro de 1983 a 31 de Janeiro de 1989

Presidentes da Câmara: Edgar Rodrigues da Silva (1983 e 1984), Raymundo Leone


(1985 e 1986) e Jorge Antônio Pinto de Araújo (1987 e 1988)

Sergio Alberto Soares – 01 de Janeiro de 1989 a 31 de Dezembro de 1992

João Cesar Cáffaro – 01 de Janeiro de 1993 a 31 de Dezembro de 1996

Sergio Alberto Soares – 01 de janeiro de 1997 a 31 de Dezembro de 2000

Cosme José Salles – 01 de Janeiro de 2001 a 31 de Dezembro de 2004

Cosme José Salles – 01 de Janeiro de 2005 a 31 de Dezembro de 2008

Sergio Alberto Soares – 01 de janeiro de 2009 a 31 de Dezembro de 2012

Helil Cardozo – 01 de Janeiro de 2013 até 31 de Dezembro de 2016


Dr. Sadinoel – 01 de Janeiro de 2017 até agora.

Bandeira, brasão e hino

Criado pela lei nº 182 de maio de 1966, o Brasão de Armas de Itaboraí é o símbolo do
Município, cujas cores são; escudo português em azul com uma pedra de sua cor
sustentando uma águia estendida de prata, ladeada por uma flexa a direita e uma
espada posta em pala, tudo em ouro; assente num contrachefe cosido de vermelho,
carregado de um pergaminho encimado por uma pena posta em barra, também de
ouro; bordado de prata carregada de seis estrelas azuis. Coroa mural de cinco torres
de prata como apoio, duas hastes de cana, desfolhadas, passando em aspas e
colocadas sob escudo, e dois galhos de laranjeiras frutados, dois potes de cerâmica,
tudo natural, listel de azul com a inscrição "1696 ITABORAÍ 1833" de ouro, e é de uso
obrigatório em todos os papéis oficiais da municipalidade.

Como justificativa do Brasão, tem-se que “o escudo de forma que melhor indica a
origem de nosso povo e por isso mesmo em inúmeros brasões de cidade e estados
brasileiros, presta-se para recomendar os primórdios de nossa civilização: a cor azul,
que é a cor emblemática do zelo, caridade e lealdade, traduz virtudes que Itaboraí
sempre testemunhou no império e na república, derivando-se o topônimo de Itaboraí,
da língua tupi, que significa “Ita=pedra, boraí=bonita” ou Pedra Bonita Escondida na
Água. Baseados nos pronunciamentos de historiadores e indianistas sobre a
concepção do topônimo foi acrescentada ao brasão a pedra”, pois “Terra de Pedra
Bonita” era a qualificativo dado pelos indígenas à região. A água, representa a realeza,
veio traduzir a condição de Itaboraí como membro de destaque e de suporte da
comunidade fluminense; a flecha recorda os primitivos donos e habitantes de nossa
terra; a espada, simboliza São João Batista, pois Itaboraí também foi chamada de São
João de Itaboraí; o contrachefe de vermelho, significa de modo genérico, que todos os
brasileiros devem seu sangue à Pátria e particularmente, os primeiros itaboraiense
que se sacrificaram em defesa de terra e engrandecimento da região. A bordadura de
prata com oito estrelas identificam a municipalidade, identificando os oito distritos. A
haste em cana e os galhos mostram riquezas agrícolas e os potes de cerâmica, a
principal atividade industrial, ou seja, a dos artefatos de cerâmica.

A Bandeira

A Bandeira Municipal foi criada pela mesma lei. Sua forma é quadrangular, com 20
módulos no comprimento horizontal e 14 no comprimento vertical. É um retângulo
terciado em pal, sendo o primeiro em azul, o segundo em prata carregada do Brasão
de Armas e o terceiro, alaranjado.

O uso da Bandeira Municipal é obrigatório em todas as solenidades civis do município,


como também, diariamente, no paço Municipal.
A lei nº 182 que oficializou o brasão e a Bandeira Municipal foi criada exatamente a 18
de maio de 1966, pelo então e saudoso Prefeito, João Batista Cáffaro.

Jornal a Folha de Itaboraí, 01 de junho de 1995 – Pesquisa e adaptação: equipe sala


de Memória – Fundação Cultural de Itaboraí.

Hino de Itaboraí - Hino de Itaboraí

Letra por Belizário,Paulinho Rezende e Haroldo Campos

Pedra Bonita, foi assim que te chamaram


Certa vez em Guarani
Terra bendita, é assim que hoje te
chamo minha Itaboraí

Tens uma porta aberta para o mar


És a janela do nosso país
Quem vem de longe aprende a te amar
Quem nasce aqui é a tua raíz

Com a argila do teu solo


O calor do teu colo
E o suor do teu povo

Vamos seguir com firmeza


E ajudar com certeza
A construir um mundo novo

És um eterno poema
Que tem como tema a felicidade
Escrito pelo criador, que te transformou nesta bela cidade (Bis)

Teus laranjais, teus imortais


A tua história é um hino de amor
És a própria paz, porque sempre estás nas mãos de nosso senhor (Bis)

Itaboraí, Itaboraí!

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