Terapias Pós Modernas
Terapias Pós Modernas
Terapias Pós Modernas
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 46
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1 PENSAMENTO PÓS MODERNO
Fonte: tempossafados.blogspot.com.br
Fonte: bibliaposmodernidade.blogspot.com.br
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Fonte: www.psicologiaexplica.com.br
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1.1 Terapias pós-modernas
Fonte: slideplayer.com.br
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Fonte: www.altairgermano.net
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numa hermenêutica contemporânea construída na intersubjetividade, envolvendo a
pessoa do terapeuta como co-construtor das realidades com as quais trabalha.
A prática dessas terapias ditas pós-modernas envolve um trânsito do terapeuta
entre teoria e prática de modo epistemologicamente coerente, de acordo com os meios
que se lhe apresentem mais úteis e despertem seu entusiasmo e criatividade enquanto
interlocutor qualificado.
Enquanto uma prática social transformadora, esta terapia se organiza a partir
dos contextos locais e das histórias culturais de distintas comunidades linguísticas. O
respeito pela diversidade e multiplicidade de contextos com seus saberes locais implica
numa terapia construída a partir da aceitação da responsabilidade relacional do
terapeuta, legitimando os direitos humanos de bem estar e de exercício da livre
escolha.
Fonte: prezi.com
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para a clínica que pratica harmonizando de forma estética teoria e prática a serviço do
bem estar das famílias que atende.
Fonte: setimodia.wordpress.com
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Fonte: www.patologiadesementes.com.br
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Fonte: ceticismo.net
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conversação, diálogo, histórias, significado, cultura. As teorias que os terapeutas
adotam são, neste referencial pós-moderno, lentes provisórias (conforme o dizem
Anderson y Goolishian, 1988), não derivando seu valor de qualquer pretenso valor
verdade, mas sim de sua utilidade como marco gerador e organizador de significados
úteis para a compreensão dos dilemas humanos e favorecimento de uma prática
terapêutica geradora de mudança.
Fonte: psicologado.com
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2 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS PÓS-MODERNAS
Fonte: centrorecuperacaobrasil.com.br
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deveres e a direitos. Quanto maior o número e a densidade das nossas histórias, maior
é a nossa capacidade de adaptação aos vários contextos das nossas vidas.
As Terapias Narrativas distinguem:
Narrativa Dominante: É a narrativa que suporta o problema. A narrativa é
restrita a um único tema, e independentemente das mudanças da situação de vida da
pessoa/família, as narrativas produzidas são sempre variações desse tema. Isto
consolida o problema e inviabiliza percursos alternativos. Por exemplo, na depressão,
a narrativa é restrita ao tema da tristeza; na ansiedade, a narrativa é restrita ao tema
do “estar em perigo”; numa família a narrativa é restrita a um determinado aspeto do
funcionamento da família, etc.
Fonte: www.psyciencia.com
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construção de lugares aptos para o encontro de soluções, baseadas na conduta do
terapeuta e no seu uso de técnicas.
Fonte: www.laleo.com
Acima de tudo, tais releituras são feitas dentro de uma nova concepção
epistemológica que redefine a abordagem quanto à noção do conhecimento, a prática
clínica no que se refere ao uso das técnicas e papel do terapeuta.
Como acontece em inúmeras situações na história da construção do
conhecimento e do desenvolvimento das práticas, uma intenção orientadora numa
determinada direção e com um determinado propósito acabam construindo um contexto
gerador de uma alternativa não intencionada, mas suficientemente inovadora, criativa
e generativa para uma nova abordagem ou uma nova compreensão. Assim
desenvolveram-se as abordagens pós-modernas para a terapia, como um salto
qualitativo, acompanhando as mudanças paradigmáticas que aconteceram nas
ciências em geral, organizando o sistema de ideias e práticas numa nova direção.
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Fonte: www.psiquiatriasp.com
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Fonte: maesemfrescura.net
Cumpre lembrar que esta classificação tem um caráter meramente didático, pois,
uma das consequências da era pós-moderna envolve o questionamento de fronteiras
rígidas entre disciplinas e práticas, mantida, porém, uma coerência epistemológica.
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Fonte: manuelgross.bligoo.com
Fonte: www.psiquo.com
Fonte: www.redehumanizasus.net
O processo de conversação que se instala como uma via de duas mãos, resulta
numa exploração conjunta e co-desenvolvimento de novas possibilidades.
A postura colaborativa convida o terapeuta a tornar público seus pensamentos e
a deixar-se transformar junto com o cliente, conforme a conversação segue adiante.
Essa postura não se define como uma técnica nem visa produzir técnicas. O terapeuta
colaborativo deixa de lado também a busca de intervenções terapêuticas, uma vez que
a mudança decorre da própria conversação.
O principal recurso que o terapeuta leva para o contexto de terapia é a si próprio
como ser humano, capaz de estar em relação não hierárquica e a sustentar e promover
uma conversação respeitosa abrindo espaço e dando as boas-vindas para a incerteza
e o inesperado.
A palavra chave para essa abordagem é com – referindo-se a uma busca do
terapeuta por estar com, de conectar-se e estar em relação com. Uma das grandes
inovações teórico-práticas desta abordagem foi o conceito de sistema determinado pelo
problema, contrapondo a noção da terapia familiar tradicional de que o sistema cria o
problema.
Nesse sistema organizado pelo problema, cabem tantas distinções de problema
quantos forem os participantes no processo, colocadas nas próprias palavras das
pessoas.
Portanto, a terapia colaborativa abandona descrições objetivas, explicações e
diagnósticos para referir-se às particularidades das histórias narradas, colocando cada
cliente como único e especial. Das descrições genéricas e impessoais para as
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particulares e especiais, Anderson (2007, c) ressalta que a ênfase foi colocada no
cliente como pessoa, evidenciando assim, não apenas o seu lado humano, mas
também o do terapeuta como pessoa, mais do que um técnico.
Fonte: prezi.com
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obedecendo aos maridos, em uma repetição de uma relação de submissão social e
econômica. A vida pública era reduto exclusivo dos homens. Os papéis eram
claramente marcados e diferenciados. A desigualdade era aceita e reforçada
socialmente, sem qualquer preocupação com os aspectos afetivos e sexuais da mulher.
Fonte: casamento.culturamix.com
Jablonski (1999; 2003), por exemplo, tem colocado em relevo o fato de que,
mesmo hoje, em nossa cultura, o casamento provoca uma descontinuidade muito
profunda na vida das mulheres. Em quase todos os aspectos - físico, mental, e mesmo
nas estatísticas criminais, as mulheres solteiras são mais sadias que as casadas (Apter,
1985). Esses resultados provavelmente se devam aos padrões de dominação que as
sociedades e famílias tradicionais impõem às mulheres, reprimindo-as. Além disso, as
mulheres demonstram se adaptar melhor e mais rapidamente à situação pós-divórcio
que os homens, parecendo indicar que o padrão do divórcio contemporâneo pode ser
um evento mais estressante para os homens do que para as mulheres (Gurin, Veroff &
Field, 1980).
Féres-Carneiro (2003) ressalta também o mesmo padrão de estresse masculino,
notando que pode estar relacionado ao fato de, na maior parte das separações, as
mulheres permanecerem em casa com os filhos enquanto os homens se mudam e
deixam de acompanhar o cotidiano dos filhos.
Por outro lado, apesar do estereótipo de que o casamento deva ser algo que os
homens devam temer e evitar, devido às perdas que ao homem seriam impostas
(Jablonski, 2003), muitas pesquisas indicam o contrário, ou seja, que o casamento
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melhora a saúde física e mental dos homens, estando relacionado, até mesmo, com a
melhor possibilidade de sucesso profissional (Gurin, Veroff & Field, 1980).
Assim, as novas formas de relacionamento que emergem na pós-modernidade
podem ser vistas como um movimento libertário contra uma estrutura psicossocial de
domínio e exploração, característica das sociedades capitalistas modernas. Portanto,
os movimentos sociais característicos da pós-modernidade talvez possam ser mais
bem compreendidos como tentativas de resistências e escape aos processos de
sujeição, exercidos via biopolítica do poder, como assinalou Foucault (1982), o que não
impede que sejam capturados e reutilizados por outras instâncias (Hardt & Negri, 2002).
Fonte: wainerpsicologia.com.br
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dos itens que o constituem: o modernismo era, ainda que minimamente e de forma
tendencial, uma crítica à mercadoria, um esforço de forçá-la a se auto transcender.
O pós-modernismo é o consumo da própria produção de mercadorias como
processo (Jamenson, 1995, p.14).
Fonte: sipatproducoes.blogspot.com.br
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Fonte: www.casulepsicologia.com.br
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Fonte: www.filhosdenossasenhora.com.br
Surgem novas classes sociais, como os yupies, que introduzem novas formas
de subjetividade (Jameson, 1995; Hardt & Negri, 2002). Novas formas de
relacionamento de mídias, de transportes, de computadores, de tecnologias de
produção e de comunicação introduzem rupturas nas identidades e produzem novas
formas de subjetivação (Nicolaci-da-Costa, 2000; 2002).
Jamenson (1995) nos lembra que a relação entre os meios de produção
econômico-sociais na pós-modernidade e o cultural não é uma rua de mão única, mas
uma interação contínua e recíproca, na qual são produzidas subjetividades específicas
através de modos de sujeição que, por sua vez, produzem um campo político, social e
cultural em uma atividade retroativa.
O pós-moderno deve ser visto como a produção de pessoas pós-modernas,
capazes de funcionar em um mundo socioeconômico muito peculiar, um mundo cujas
estruturas, características e demandas objetivas - se dispuséssemos de uma exposição
adequada delas - constituiriam a situação para a qual o pós-modernismo é a resposta,
e que nos dariam algo mais decisivo do que a teoria do pós-modernismo (Jamenson,
1995, p.18).
A organização sociocultural e econômica reflete-se, portanto, na construção das
subjetividades e nas formas de vinculação social, afetiva e sexual, tais como as
experimentadas na conjugalidade, que parece estar se caracterizando pela ausência
de um modelo único, ou melhor, pela expressão em um modelo de multiplicidade de
identidades e papéis que, respondendo a múltiplos contextos, tornam-se contraditórios,
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levando a novas formas de defesa, como o descompromisso, e uma organização
psíquica difusa.
Fonte: vestidosdenoiva.blog.br
Assim como Lasch (1979) nos fala sobre um culto das relações interpessoais
pouco exigentes, Vaitsman (1994) ressalta: "o que caracteriza a família e o casamento
numa situação pós-moderna é justamente a inexistência de um modelo dominante, seja
no que diz respeito às práticas, seja enquanto um discurso normalizador das práticas"
(p.19).
Casamentos que insistem em se manter convencionais, na tentativa de repetir
um padrão de valores modernos, coexistem com novos estilos de conjugalidade, como
manda o padrão mundial de consumo. Outros sujeitos, com suas subjetividades
múltiplas submetidas às forças de produção, levam à produção de famílias
monoparentais e à crise do par conjugal (Mello da Silveira, 1998).
Podemos observar esses padrões em diferentes aspectos das experiências
conjugais: na sexualidade, na afetividade e nas relações familiares, nas quais se
experienciam novas identidades pautadas ora nos indivíduos ora no social. A
multiplicidade de papéis, com o abandono dos tradicionais, vivenciados em uma rápida
sucessão, leva a uma experiência subjetiva de fragmentação.
No caso da mulher, além do abandono da posição de "rainha do lar", com a
demanda para entrada no mercado de trabalho, a maternidade passou a ser vivida não
mais como o aspecto marcante da subjetividade feminina. O papel de mãe e esposa
choca-se com o de profissional, levando a uma fusão entre o público e o privado.
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No caso do homem, ele perde o lugar de figura de força e poder, esmaecido,
primeiro pela autoridade pública, depois pelas mulheres. Encontra-se perdido entre
identidades difusas e em mudança. Já não é mais o pai moderno, com quem os filhos
têm de disputar o poder, admirando-o e odiando-o, e nem o macho dominador, "o
cabeça do casal" capaz de fazer o seu desejo prevalecer sobre o da esposa. Perdido,
aloja-se em um lugar mais distante nas relações da família.
Fonte: www.clicoufestas.com.br
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3.2 A conjugalidade no Brasil da pós-modernidade
Fonte: blogdesenvolvimento.blogspot.com.br
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caracterizada pela autoridade paterna, pela produção econômica conjunta, pela ênfase
nos aspectos pragmáticos do casamento e por uma composição ampliada que abrigava
muitos membros.
No momento seguinte, temos a família moderna, muito influenciada pelos valores
do individualismo, com uma organização mais nuclear e igualitária, na qual predominam
as emoções e os sentimentos. No final do século XX, surge a família pós-moderna, na
qual convivem várias formas de arranjos não tradicionais, ainda menos permanentes e
mais flexíveis e igualitários que aqueles das famílias da modernidade (Vaitsman, 1994;
Goldenberg, 2000; Jablonski, 2003).
Fonte: www.culture-se.com.br
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papéis para o homem e para a mulher, em parte pelo aumento da liberdade sexual
feminina e da demanda de qualidade nas relações, levando ao aparecimento de novas
formas de relação a dois, como o "ficar".
Frente a esse quadro, tem ocorrido um aumento do número de homens com
disfunções sexuais, perda dos referenciais de papéis parentais claramente definidos, e
ainda uma sobrecarga das funções da mulher, com acúmulo do papel parental e de
provedora. Esses são sinais do novo campo de construção da subjetividade a que a
relação conjugal está submetida. A resposta a essa crise tem se dado por uma
multiplicidade de modelos que implicam diferentes papéis, implicitamente
incongruentes e conflitantes. O discurso corrente fala de relação amorosa, na qual é
preciso preservar o "espaço", garantir a "individualidade" e a "privacidade" dos
parceiros.
Fonte: tvpipocaplay.blogspot.com.br
Fonte: posmoderno.weebly.com
Fonte: www.lookbebe.com.br
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Fonte: nepo.com.br
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desnecessária uma concepção epistemológica e metafísica do si-mesmo. Isso nos situa
no campo pós-moderno e nas atividades da hermenêutica e da interpretação.
Fonte: espiritismoeconhecimento.wordpress.com
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delirante do psicótico, alertando-nos sobre os riscos dessa possível "intervenção" por
parte do analista.
Fonte: doutissima.com.br
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Fonte: acuradefreud.blogspot.com.br
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Fonte:karinaferrari.com.br
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Fonte: www.equilibrioemvida.com
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4 TERAPIA FAMILIAR PÓS MODERNA
Fonte: terapiacasalefamilia.blogspot.com.br
Fonte: terapiacasalefamilia.blogspot.com.br
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funcionamento humano em psicologia e nas metanarrativas (ou metadiscursos) de
legitimação de verdades atemporais e universais.
Fonte: www.pinterest.com
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Fonte: telmalenzi.com.br
Nesse sentido, não existem verdades e sim múltiplas narrativas que irão
competir, algumas mais funcionais, outras precipitadoras de maior sofrimento. As
próprias teorias são entendidas como narrativas, e “uma teoria passa a ser considerada
útil, conforme ofereça subsídios para a construção de significados que façam sentido
para organizar a experiência vivida pela família e a evolução do sistema terapêutico.
Há na citação de Grandesso (2001) a inclusão de uma característica nem
sempre explicitada no debate pós-moderno em terapia familiar, qual seja, a existência
de um critério pragmático de utilidade para as narrativas. A busca da verdade é deixada
de lado com o pensamento moderno, e o critério pragmático define a manutenção da
determinada teoria/narrativa.
Com uma forte influência de métodos experimentais, apelo empírico e
objetividade, o behaviorismo floresce em sua versão metodológica. Hull, Tolman e
outros desenvolvem suas pesquisas e modelos, mas o mais influente deles é Skinner
que desenvolve a análise experimental do comportamento, transcendendo o modelo
estímulo-resposta e criando sua própria filosofia do comportamento, denominada
Behaviorismo Radical, e cindindo com o Behaviorismo metodológico então vigente.
O behaviorismo radical enquanto filosofia está intrinsecamente relacionado à sua
ciência, a Análise do Comportamento.
As afiliações filosóficas da Análise do Comportamento são diversas. Alguns
autores apontam ao operacionismo, enquanto preocupação com definições
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operacionais dos termos e conceitos desta nova ciência; ao positivismo, dada sua
ênfase na objetividade e no fisicalismo dos fenômenos estudados; ao empirismo com
seu forte viés experimental de método indutivo; e ao selecionismo da teoria da evolução
darwiniana. Outros autores realçam a influência do pragmatismo e do contextualismo,
presente no critério funcional de seleção por consequências e na explicitação da
complexidade de relações entre as variáveis envolvidas no processo comportamental.
Fonte: terapiacasalefamilia.blogspot.com.br
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construídos socialmente; e na Análise do Comportamento, com a concepção
skinneriana de comportamento verbal com significado existindo numa relação,
construída na comunidade verbal do falante.
Fonte: www.libertas.com.br
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É contra esta concepção de sujeito que se insurge o discurso pós-moderno. Para
o construcionismo social, o discurso sobre o sujeito é compreendido como discurso
social.
Como apontado anteriormente, o construcionismo social foi pensamento
marcante na construção dos discursos pós-modernos na psicologia social e na terapia
familiar. Nos modelos pós-modernos de terapia familiar, o sujeito é sujeito narrativo.
Melhor dizendo, a construção do self é uma construção narrativa.
Fonte: www.psicologoeterapia.com.br
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BIBLIOGRAFIA
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 1. ed. São Paulo: Livraria Martins Fontes
Editora. 1992. p. 421.
BERTALANFFY, L. von. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Editora Vozes, 1975.
46
ROCHA-COUTINHO, M.L. (2000). Dos contos de fada aos super-heróis: mulheres e
homens brasileiros reconfiguram identidades. Psicologia Clínica, 2 (12), 65-82.
STERN PECK, J., & Manocherian, J. (1995). O divórcio no ciclo de vida familiar. InB.
Carter & M. MacGoldrick. As mudanças no ciclo de vida familiar (pp. 291-320). Porto
Alegre: Artes Médicas.
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