Microeconomia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CURSO: CIÊNCIAS ECONÔMICAS – CAMPUS CSEH ANÁPOLIS

DISCIPLINA: MICROECONOMIA II

PROFESSORA: DRA. ADRIANA PEREIRA DE SOUSA

DOCENTE: Wladimir Resende da Silva

ATIVIDADE II

I – Sobre a Determinação de Preço, responda o que se pede:

1 – Suponha que uma empresa possa praticar uma discriminação perfeita de preços de
primeiro grau. Qual será o menor preço que ela cobrará e qual a sua produção total?

Quando uma empresa é capaz de praticar uma perfeita discriminação de preços de primeiro
grau, cada unidade é vendida ao preço de reserva de cada consumidor, supondo que cada
consumidor adquire uma unidade. Dado que cada unidade é vendida ao preço de reserva do
consumidor, a receita marginal é simplesmente o preço da última unidade. Sabemos que as
empresas maximizam seus lucros produzindo uma quantidade tal que a receita marginal seja
igual ao custo marginal. No caso da empresa que discrimina preços perfeitamente, essa
quantidade é dada pelo ponto em que a curva do custo marginal intercepta a curva da
demanda. O aumento da produção além desse ponto implicaria RMg < CMg, e, portanto, a
empresa obteria um prejuízo sobre cada unidade vendida. Se a produção atingir níveis mais
baixos, teremos RMg > CMg, de modo que a empresa deveria aumentar sua produção.

2 – De que forma um vendedor de automóveis pratica a discriminação de preços? De que


maneira a sua habilidade para discriminar corretamente os preços afeta seus ganhos?

O segmento relevante da curva da demanda com que se defronta o vendedor de automóveis


tem um limite superior, dado pelo preço de varejo sugerido pelo fabricante mais o markup da
concessionária, e um limite inferior, dado pelo preço da concessionária mais uma margem
para cobrir custos de administração e estoques. Inicialmente, o vendedor procura descobrir o
preço de reserva do consumidor; em seguida, o preço de venda é determinado através de um
processo de barganha. Se o vendedor não for capaz de inferir corretamente o preço de reserva
do consumidor, duas coisas podem acontecer: se o vendedor tiver superestimado o preço de
reserva do consumidor, a venda não será realizada; e se o vendedor tiver subestimado o preço
de reserva do consumidor, o lucro será menor do que poderia ter sido. Logo, os ganhos do
vendedor são positivamente correlacionados com sua habilidade para determinar
corretamente o preço de reserva de cada consumidor.

3 – As empresas fornecedoras de energia elétrica frequentemente praticam a discriminação


de preços de segundo grau. Por que isso pode melhorar o bem-estar do consumidor?

O excedente do consumidor é maior quando preços diferentes são cobrados por quantidades
diferentes do que sob um único preço de monopólio, pois o nível de produção é mais elevado
no primeiro caso. Suponha, por exemplo, dois preços P1 e P2, onde P1 é maior do que P2. Se
apenas o preço P1 for cobrado, apenas os consumidores com preços de reserva acima de P1
estarão auferindo um excedente igual à área entre a curva da demanda e P1. Sob a cobrança
de preços diferentes por “porções” diferentes, os consumidores com preços de reserva entre
P1 e P2 também auferirão um excedente igual à área abaixo da curva da demanda, entre P1 e
P2 e entre Q1 e Q2. Consequentemente, o excedente total é maior do que seria observado se
apenas o preço de monopólio fosse cobrado, de modo que o bem-estar do consumidor
aumenta com a prática de discriminação de preço de segundo grau.

4 – Dê alguns exemplos de discriminação de preços de terceiro grau. Esse tipo de


discriminação pode ser eficaz quando diferentes grupos de consumidores possuem
diferentes níveis de demanda, mas elasticidades de preços iguais?

A prática da discriminação de preço de terceiro grau requer que o produtor seja capaz de
separar os consumidores em diferentes mercados e de impedir que os consumidores em um
mercado revendam o produto aos consumidores no outro mercado (arbitragem). Os exemplos
apresentados no capítulo enfatizam as técnicas usadas para separar os consumidores, mas
também há técnicas para impedir a arbitragem. As companhias aéreas, por exemplo,
restringem a revenda de passagens ao imprimir os nomes dos passageiros nas passagens.
Outros exemplos referem-se à segmentação do mercado por idade ou sexo; por exemplo, a
cobrança de entradas de cinema diferentes para diferentes grupos etários. Caso os
consumidores nos diferentes mercados tenham a mesma elasticidade de preço, sabemos, pela
equação 11.2, que os preços serão idênticos em todos os mercados. Apesar do produtor ser
capaz de efetivamente segmentar o mercado, há pouco incentivo para fazê-lo.

5 – Quando determinam o preço dos carros, as empresas automobilísticas norte-americanas,


em geral, cobram um percentual de markup muito mais alto por “opcionais de luxo” do que
pelo carro em si ou por opcionais ‘básicos’. Explique por quê?

Isso é um exemplo de discriminação de preço de terceiro grau. Para que possamos utilizar o
modelo de discriminação de preço de terceiro grau apresentado no texto, suponhamos que os
custos de produção dos opcionais dependam apenas do número total de opcionais, não
havendo diferença entre a produção de diferentes tipos de opcionais. Para simplificar,
suponhamos que sejam oferecidos dois tipos de pacotes de opcionais, o pacote “de luxo” e o
pacote ‘básico ‘, e que tais pacotes sejam adquiridos por dois tipos de consumidores. Nesse
caso, a condição RMg1 = RMg2 deve valer, de modo que:

P1 /P2 = (1+1/E2) / (1+1/E1)

onde 1 e 2 indicam os produtos de luxo e básico, respectivamente.

De acordo com essa equação, o pacote com menor elasticidade da demanda deverá ser
vendido por um preço mais elevado. Logo, a estratégia de preço das empresas
automobilísticas pode ser explicada se os opcionais de luxo são adquiridos por consumidores
com elasticidades da demanda baixas em relação aos consumidores dos opcionais ‘básicos’.

6 – Por que o preço de pico é uma forma de discriminação de preço? Ele pode aumentar o
bem-estar dos consumidores? Dê um exemplo.

A discriminação de preço requer a segmentação dos consumidores em mercados distintos. Há


várias formas de segmentar mercados: geograficamente, temporalmente, ou de acordo com as
características dos consumidores. Na estratégia de preços de pico, os vendedores cobram
preços diferentes dos consumidores em diferentes momentos. Quando há uma quantidade
demandada maior para cada preço, é cobrado um preço mais elevado. Essa estratégia de
preços de pico pode aumentar o total do excedente do consumidor por meio da cobrança de
um preço mais baixo dos consumidores com elasticidade maior do que a elasticidade média do
mercado como um todo. A maioria das companhias telefônicas cobra um preço diferente
durante o horário comercial, à noite, durante a madrugada e nos finais de semana. Os usuários
com demanda mais elástica esperam até o período em que o valor cobrado seja o mais
próximo do seu preço de reserva para fazer as ligações.

7 – Como uma empresa pode determinar uma tarifa ótima em duas partes quando possui
dois clientes com diferentes curvas de demanda?

Se todos os consumidores tivessem a mesma curva de demanda, uma empresa estabeleceria


um preço igual ao custo marginal e uma tarifa igual ao excedente do consumidor. Quando os
consumidores possuem curvas de demanda diferentes e, portanto, diferentes níveis de
excedente do consumidor, a empresa defronta-se com o seguinte problema: se ela estabelece
a taxa de utilização igual ao maior excedente do consumidor, só obterá lucros dos
consumidores com o maior excedente do consumidor porque o segundo grupo de
consumidores não adquirirá nenhuma mercadoria. Por outro lado, se a empresa estabelece a
taxa de utilização igual ao menor excedente do consumidor, ela obterá receita dos dois tipos
de consumidores.

8 – Por que o preço de um barbeador Gillette é uma forma de tarifa em duas partes? Será
que a Gillette precisa ser um produtor monopolista tanto de seus barbeadores como de suas
lâminas? Suponha que você esteja assessorando a Gillette quanto à melhor forma de
determinar as duas partes da tarifa. Qual procedimento você sugeriria?

Dado que os barbeadores e as lâminas são vendidos separadamente, o preço de um barbeador


Gillette pode ser interpretado como uma tarifa em duas partes, onde a taxa de entrada é o
custo do barbeador e a taxa de utilização é o custo das lâminas. A Gillette não precisa ter o
monopólio da produção de suas lâminas. Supondo o caso mais simples possível, no qual todos
os consumidores tenham curvas de demanda idênticas, a Gillette deve fixar o preço das
lâminas igual ao custo marginal, e o preço do barbeador igual ao excedente total do
consumidor para cada consumidor. Dado que o preço das lâminas é igual ao custo marginal, o
fato de a Gillette ser ou não um monopolista não faz diferença. A determinação da tarifa em
duas partes torna-se mais complicada à medida que aumenta o número de consumidores com
demandas diferentes; nesse caso, não há uma fórmula simples para calcular a tarifa ótima. O
problema é que, à medida que a taxa de entrada diminui, o número de consumidores
aumenta, mas o lucro associado à taxa de entrada diminui. É possível que a tarifa ótima em
duas partes somente seja determinada após várias iterações, nas quais sejam testados
diferentes níveis de taxas de entrada e de utilização.

9 – Na cidadezinha de Woodland, na Califórnia, existem muitos dentistas, mas somente um


oftalmologista. É mais provável que os idosos recebam descontos por consultas
odontológicas ou pelas oftalmológicas? Por quê?

O mercado odontológico é competitivo, enquanto o oftalmologista é monopolista. Apenas as


empresas com poder de mercado podem praticar discriminações de preços, o que significa que
os idosos podem receber descontos do oftalmologista. Cada dentista já estabeleceu um preço
igual ao custo marginal, por isso não são capazes de oferecer um desconto.

10 – Como a venda casada difere do pacote? O que poderia levar uma empresa a querer
praticar a venda casada?
A venda casada envolve dois ou mais bens ou serviços que devem ser usados como
complementos. O pacote pode envolver complementos ou substitutos. A venda casada
permite à empresa monitorar a demanda do consumidor e determinar, com maior eficiência, o
preço que maximiza o lucro para os produtos casados. Por exemplo, uma empresa de
microcomputador poderia vender seu computador, o produto principal, com uma memória
mínima e uma estrutura exclusiva e, então, vender memória extra, o produto casado, acima do
custo marginal.

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