A História Da Embalagem No Brasil
A História Da Embalagem No Brasil
A História Da Embalagem No Brasil
EVOLUÇÃO DE SUCESSO
Texto adaptado da revista PACK, edição especial, ano 6, no.74, outubro de 2003
.
A história da embalagem no Brasil vai do simples barril de mantimentos no século
XIX e mera condição contentora evoluindo aos substratos e equipamentos de ultima
geração, resultados de pesquisa e desenvolvimento em todos os elos da cadeia. Sem falar no
premiado design, reconhecido mundialmente.
Em “Embalagem, Arte e Técnica de um Povo- Um estudo da embalagem brasileira”,
edição comemorativa dos 50 anos da Toga, em 1985, sugere que lembrar o passado é reunir
experiências vividas, delas tirando proveito para o presente e para o futuro e a embalagem
brasileira como uma solução individual ou coletiva dos brasileiros, enquanto história da
evolução tecnológica da embalagem industrial.
Antes de resolver as equações do presente e do futuro é preciso olhar para trás. O
passado ensina e só avança quem conhece sua própria trajetória.
É grande o desafio das empresas: lidar com a globalização de mercado, com a
competição acirrada e com a similaridade tecnológica e, assim, garantir a expansão das
empresas. Ao designer de embalagem cabe criar boa parte das ferramentas que serão
utilizadas como diferencial nesta competição.
Em um levantamento de algumas embalagens antigas e de suas histórias, verificou
que, em muitos casos, elas têm na verdade sofrido diversas modificações ao longo do
tempo, mas tão sutis que passam desapercebidas aos olhos do consumidor.
Num Mundo de tantas mudanças, e tão aceleradas, com imagens fugazes e
passageiras, essas embalagens trazem ao consumidor o conforto do conhecido, mas nem
por isso menos sedutor. Para as empresas que as possuem, representam verdadeiros
patrimônios visuais que se traduzem em muito dinheiro, pois passa signos de contabilidade.
Às vezes é uma letra que se inclina, ou um splash que é acrescentado. Outras vezes as
mudanças são técnicas, envolvendo tipos de impressão ou o tipo de material utilizado.
"É mais ou menos como o Fusca", compara Auresnede Stephan, professor de design.
"Desde que foi desenhado pelo Ferdinand Porsche até o modelo que ainda hoje é produzido
no México, várias mudanças ocorreram, mas a estrutura básica foi mantida". Produtos e
embalagens clássicos, na verdade, mudam para permanecer iguais - e ter o mesmo apelo de
sempre.
Não o apelo da nostalgia, das coisas paradas no tempo. Mas aquela característica tão
perseguida e difícil de "fabricar" que é falar ao coração do consumidor, mexer com a sua
memória afetiva.
A história da embalagem no Brasil, do simples barril de mantimentos no século XIX e
mera condição de contentora evoluiu aos substratos e equipamentos de última geração,
resultados de pesquisa e desenvolvimento em todos os elos da cadeia. Sem falar no seu
premiado design, reconhecido mundialmente. Entretanto, antes de resolver as equações do
presente e do futuro é preciso olhar para trás. O passado ensina e só avança quem conhece
sua própria trajetória.
Nações Amigas
Em 1808, a Corte Portuguesa transfere-se para o Brasil, num total de 12 mil pessoas.
Portugal havia sido invadido por Napoleão no final de 1807 por ter rejeitado o bloqueio
continental decretado pela França contra o comércio com a Inglaterra.
Chega em janeiro à Bahia e depois segue para o Rio de Janeiro, onde instala a sede do
governo. Entre as primeiras decisões tomadas por Dom João VI está a abertura dos portos
às nações amigas. Com isso, o movimento de importação e exportação é desviado de
Portugal para o Brasil. A medida favorece tantos os ingleses, que fazem de Portugal a porta
de entrada de seus produtos para a América Espanhola, quanto os produtores brasileiros de
bens para mercado externo. Dom João VI também concede permissão para o
funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil.
Durante o período colonial, o Brasil esteve proibido de praticar qualquer atividade
produtiva que competisse com Portugal ou prejudicasse os interesses da metrópole. Por
isso, os primeiros esforços importantes para a industrialização no País ocorrem somente na
segunda metade do século XIX, no Império, como por exemplo a fábrica do português
Francisco Ignácio da Siqueira Nobre, na Bahia, em 1810, que produzia vidros lisos, de
cristal branco, frascos, garrafões e garrafas.
Durante o Segundo Reinado, empreendedores brasileiros como Irineu Evangelista de
Souza, o Visconde Mauá, e grupos estrangeiros, principalmente ingleses, investem em
estradas de ferro, estaleiros, empresas de transporte urbano e gás, bancos e seguradoras. No
final do século XIX e ínício do século XX surgem as primeiras indústrias no País.
Por utilizarem uma tecnologia mais simples e exigirem menos capital, em geral, elas
eram voltadas para a produção de bens de consumo. Segundo recenseamento realizado em
1907, o Brasil estava com 3.120 estabelecimentos industriais, a maior parte deles – 662 –
instalada no Rio de Janeiro.
Alguns anos antes, a expansão cafeeira, com a substituição da mão-de-obra escrava
por imigrantes estrangeiros, impulsionou a construção de ferrovias e a exportação do café
para Europa e Estados Unidos. Na década de 30, suplantadas as dificuldades, São Paulo
tornou-se a vanguarda da industrialização e da modernização brasileira. Paralelamente a
expansão agrícola (café, cana-de-açucar, soja, milho, feijão, trigo, banana, laranja), o
Estado de São Paulo teve extraordinário desenvolvimento industrial.
Floresceu a industria de transformação, de aço, cimento, máquinas e componentes, e
principalmente as industrias de bem de consumo, como tecidos, alimentos, remédios,
higiene e limpeza, e bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos.
Manoel Vieira, fundador e primeiro presidente da Associação Brasileira de
Embalagem (Abre), conta no artigo Síntese de cinco décadas de embalagens no Brasil,
Integrante do livro “Embalagem, Arte e Técnica de um Povo”, que até 1945, eram
relativamente poucos os produtos de primeira necessidade, produzidos no Brasil,
comercializados pré-acondicionados. Entre esses estavam café torrado e moído, açúcar
refinado, óleo de semente de algodão, extrato de tomate em latas pequenas, vinagre, cerveja
e guaranás. Além desses produtos, havia goiabada, marmelada, sardinhas e manteiga em
latas litografadas. A presuntada e as salsichas vinham em latas com rótulo de papel.
Marco
Nessa época da vida brasileira: “A produção no País era caseira e a embalagem mal
tinha a função de proteção, era só um recipiente.” Durante séculos tudo o que havia eram os
ancestrais do barril, cuja função consistia meramente em conter e proteger o conteúdo. “os
produtos, incluindo os perecíveis, eram pesados no balcão e vendidos a granel”, acrescenta.
Quem emprestou o nome à categoria das lâminas de barbear foi a Gillette. Até o
século XIX, a atividade de barbearia era desempenhada apenas por profissionais, utilizando
navalhas. O norte-americano King Camp Gillette, em uma manhã quente de 1895, ao fazer
a barba, simplesmente teve um momento de inspiração e idealizou um aparelho que
revolucionou o ato de barbear para sempre. Muito mais prático do que a navalha que ele
vivia tendo que levar a um amolador.
Era isso, um sistema de barbear de longa durabilidade que utilizasse lâminas descartáveis.
O segredo não era propriamente o aparelho, e sim a lâmina, uma camada fina de aço afiada
dos dois lados, que poderia ser usada algumas vezes e depois substituída.
Mas faltava ainda a tecnologia e seis anos se passaram até que Gillette encontrasse o
sócio certo: William Nickerson, engenheiro mecânico de sucesso, formado no
Massachussets Institute of Technology, que acreditou na lâmina de barbear e decidiu
fabricá-la, contrariando expectativas pessimistas de especialistas da época.
Em apenas dois anos, lâminas e aparelhos revolucionários foram colocados à venda,
inaugurando a era de produtos descartáveis, que se estendeu a diversas outras categorias de
produtos descartáveis.
Após isso, o desafio maior foi o de mudar os hábitos de barbear vigentes na época.
Durante a Primeira Guerra Mundial, um grande passo foi dado nesse sentido, quando a
Gillette enviou um aparelho de barbear para cada soldado americano. Assim, muitos
deles acabaram adquirindo o hábito de barbear-se em casa, ao invés de irem ao barbeiro.
Nesta época, as lâminas eram embaladas uma a uma, em papéis com o retrato e a
assinatura de King C. Gillette. Ao criar a embalagem assinada pelo inventor e fabricante, a
Companhia desde cedo conquistou a credibilidade do público.
Os anos se passavam, e diversos aperfeiçoamentos foram sendo introduzidos nos
aparelhos e nas lâminas. Cada vez mais consolidava-se o reconhecimento da Gillette como
líder do mercado de lâminas para barbear.
Em 1939, a Gillette, que já figurava entre as maiores companhias do mundo, começou
a patrocinar o esporte. Esta atitude, muito simpática ao público, se mantém até hoje, como,
por exemplo, no patrocínio das Copas do Mundo de Futebol. Está no País desde 1926.
Os bombons Sonhos de Valsa foram lançados no Brasil em 1938, pela Lacta, hoje
Kraft Foods. Com poucas alterações da embalagem ao longo dos anos, o produto é líder
em seu segmento, sendo considerado símbolo dos casais de namorados. A primeira
embalagem do Sonho de Valsa se reumia em um papel estanho vermelho que envolvia o
bombom e depois era recoberto com celofane transparente.
Como rótulo, um selo preto central com o nome do produto e o desenho de um violão.
Era vendido por quilo só em bombonnières finas e consumido, preferencialmente, por
mulheres. A fim de ganhar também o público masculino, em 1942, a embalagem recebeu
alguns retoques, com a utilização do papel celofane com a cor maravilha, forte e vibrante.
Naquela época, o bombom também aumentou de tamanho, passou a ser
comercializado por unidade e teve sua distribuição ampliada para bares, armazéns e outros
lugares mais populares.
O violão e o nome do bombom passaram a ser gravados no celofane cor de maravilha,
e ao seu lado foi introduzida a figura de um casal dançando em traje de gala com a
incorporação, portanto, de uma figura masculina. Nas bordas foram impressas algumas
notas musicais extraídas de urna valsa do compositor Johann Strauss. O celofane deixou de
ser transparente e passou a ser cor maravilha, nome extraído de uma flor.
O Produto ganhou, ainda em 1942, uma campanha publicitária que sugeria: "Saboreie
um bombom com a sua namorada". De 1942 para cá, a embalagem do Sonho de Valsa
permaneceu praticamente inalterada, apenas com sutis mudanças no formato das letras no
selo e na roupa dos dançarinos com a introdução de outros instrumentos musicais. A receita
também continua a mesma - um wafer recheado com massa e pedacinhos de castanha de
caju, coberto com duas camadas de chocolate.
A feliz combinação de conteúdo e continente fez do Sonho de Valsa um verdadeiro
fetiche, ansiado por muitos brasileiros que moram no exterior, e um produto muito bem
sucedido comercialmente.
A embalagem seduz à medida que chama atenção do consumidor. Através de um apelo
visual, ela provoca uma atração, que gera um desejo, atingindo o inconsciente. A sedução
efetiva-se através de um clima que envolve toda a embalagem."
Se nesse meio tempo a Lacta mudou de mãos, comprada em 1996 pela multinacional
Philip Morris, o que não se alterou foi a compreensão do poder de atração dessa antiga
embalagem, com seu clima romântico agora acentuado pelo slogan criado pela agência Full
Jazz: "Sonho de Valsa. O amor tem esse sabor."
Em dezembro de 2000, atendendo às solicitações dos consumidores do bombom, foi
apresentada ao público a Lata para Presente, especial para ocasiões como aniversário, dia
das mães, dos pais, dos namorados ou Natal.
Um ano mais tarde, em 2001, a embalagem passou por uma reformulação e ganhou
um novo logotipo, mais moderno. Sai a figura do violão, as letras ganham mais movimento
e os casais dançando mudaram de posição.
A embalagem também ficou mais forte, protegendo melhor o produto. Seu recheio
permanece com o mesmo sabor, mas agora deve ficar cremoso por mais tempo.Foi lançada
também a caixa com seis unidades, com os mesmos desenhos românticos da lata de 230 g.
A segunda e última alteração ocorreu em maio de 2001, com mudanças sutis. O casal
ganhou um design dinâmico e o logotipo uma versão mais atualizada, com letras maiores e
mais modernas que facilitam com letras maiores e mais modernas que facilitam a leitura.
Como parte das comemorações dos 90 anos da Lacta, a Kraft Foods criou o Sonho de Valsa
Branco, com o mesmo recheio e casquinha de wafer do bombom atual, agora com cobertura
de chocolate branco.
ROSA É A COR DA BELEZA
Fonte: www.leitederosas.com.br
Em 1867, Henri Nestlé, na Suíça, criou uma farinha à base de leite e cereais, a Farinha
Láctea Nestlé.
UM DIAMANTE DE CHOCOLATE
O primeiro chocolate com crocante, da Lacta, foi lançado em 1938 e batizado
simplesmente de Chocolate Lacta. Era ano da Copa do Mundo, e Leônidas da Silva, famoso
jogador da Seleção Brasileira, pertencente ao São Paulo Futebol Clube, foi apelidado pela
imprensa paulista de Diamante Negro por seu excelente desempenho.
Inspirando-se neste episódio, a Lacta colocou o nome de Diamante Negro no recém
lançado chocolate. Porém, para diferencia-lo do jogador, adotou o símbolo do diamante
estilizado em sua embalagem.
Na primeira versão, o produto foi lançado com uma embalagem tipo envelope e o
tablete possuía 21 g. Em 1986 o tablete de 21 g deixou de existir e deu lugar ao Diamante
Negro 30 g em embalagem flow-pack.
Neste mesmo ano, a Lacta lançou o produto em dois novos tamanhos : 50 g
(embalagem flow-pack) e 200 g (embalagem envelope). Do lançamento até essa primeira
mudança, o layout da embalagem passou por algumas modificações, sendo que a principal
delas foi no ícone da marca, o diamante.
Em 1997, as embalagens passaram por mais uma modernização (tipo de letra e ícone),
porém sem perder as características básicas que identificam a marca : as cores preta e prata
e o diamante.
Este ano, em comemoração aos 90 anos da Lacta, uma das marcas do portofólio da
Kraft Foods Brasil, o produto passou por uma nova e sutil modificação : a imagem do
chocolate na embalagem passou a ser mais fiel às cores e texturas reais do produto e a
figura da pedra preciosa ganhou mais destaque na embalagem.
Atualmente, Diamante Negro possui três versões de embalagens : 30g a granel
destinada ao pequeno varejo, embalagem média de 80 g, conjunto com 4 unidades de 30g e
tablete 200g destinados principalmente para o canal supermercado.
ETERNAMENTE NO PÓDIO
Fonte : Revista Isto É, novembro /02
Ícone da culinária brasileira, o fermento em Pó Royal é outro famoso produto que
permanece praticamente idêntico ao da época em que foi lançado no Brasil, em 1934. A
lata com rótulo vermelho e azul, com várias latinhas espelhadas, é igual à original norte-
americana.
No mercado brasileiro, existem mais de 40 marcas diferentes de fermento, mas, na
hora de citar uma, 96% dos consumidores ouvidos pela pesquisa Datafolha/Top of Mind
citam só o Pó Royal.
Em comemoração aos seus 80 anos, este ano a Kraft Foods lançou uma nova
embalagem com design que facilita o manuseio do produto. Agora a nova latinha em
fibralata e folha-de-flandres (fundo e tampa) é mais baixa e mais larga que a versão
anterior, permitindo o uso da colher de sopa, medida padrão de grande porte das receitas.
Mantém o mesmo layout na face frontal e teve seu verso alterado, segundo sugestões
das consumidoras. A latinha traz ainda o selo comemorativo dos 80 anos do fermento em
Pó Royal e rótulo em papel cuchê, que recebeu impressão em rotogravura.
A marca Omo é líder de mercado desde o seu lançamento, em 1957. São vários os
fatores que contribuíram para esta história de sucesso dos quais destacam-se: profundo
conhecimento das necessidades da consumidora brasileira, e alto grau de inovação.
Consagrado como o melhor detergente em pó do mercado nacional, Omo construiu
uma trajetória de sucesso embasada no pioneirismo e na performance superior a todos os
outros produtos existentes no mercado. Desde seu lançamento, em 1957, OMO vem
alcançando um grande aperfeiçoamento tecnológico. A sua posição de liderança é absoluta,
sendo responsável por aproximadamente 50% das vendas de detergentes em pó do país.
Inovações de detergentes em pó no mercado brasileiro foram introduzidas por Omo e
chegaram a provocar diversas mudanças estruturais no mercado.
OMO foi o primeiro detergente em pó no mercado brasileiro, isto é, feito a partir de
matérias primas sintéticas, em substituição aos sabões que se utilizavam óleos e gorduras de
origem animal e vegetal.
Nestes 40 anos Omo teve muitas “caras”, evoluindo junto com o país, conforme se
pode observar no quadro abaixo:
Em 2003, pela primeira vez desde que foi lançado, o produto tem sua logomarca
modificada. O autor da façanha é o artista plástico Romero Brito, um dos brasileiros mais
respeitados nos Estados Unidos. Nos primeiros três meses o consumidor levou para casa, na
compra de 1 kg do Omo Cores, uma lata decorativa de Brito.
Já as caixas de papelão de 500 g e de 1 kg continuarão exibindo a nova logomarca e
um painel do artista por mais seis meses. Dona de uma fatia de 71% do mercado de sabão
em pó, a Unilever tem em seu Omo o seu carro-chefe. Sem dúvida, um produto que faz
parte da vida do brasileiro.
MAIZENA
PRODUTO CENTENÁRIO TEM EMBALAGEM REFORMULADA
TRADIÇÀO CENTENÁRIA
Fonte: www.guiadoscuriosos.com.br
Maisena (que vem de maiz, palavra indígena que significa milho) se tornou tão forte
que criou um fenômeno mercadológico – a marca passou a ser sinônimo da categoria do
produto.
Desde 1990, o tradicional amido de milho da marca Maizena, além de uma ampla
campanha publicitária passou a circular no mercado com uma nova embalagem
desenvolvida e criada pelo Departamento de Marketing e Engenharia de Embalagem da
própria Refinações de Milho Brasil, em parceria com a agência PME, com o objetivo de
ativar o consumo no país : rejuveneceu a embalagem.
BACARDI- MARTINI
Rótulos ilustrando obras-primas
Uma secreta fórmula que mistura vinho com mais de 70 ervas aromáticas e
especiarias, criada em Turim, na Itália, em 1863, por Luigi Rossi, Teófilo Sloa e
Alessandro Martini, resistiu ao tempo e às investidas do marketing moderno, conquistando
o paladar de consumidores em todo o mundo.
O vermouth Martini, ganhou a mesa internacional, sendo comercializado em 180
países. Em 1879, Teófilo Sola vendeu sua parte aos dois outros sócios, cujos sobrenomes
consolidaram a razão social definitiva da companhia: Martini&Rossi, que teve a sede
transferida para a pequena cidade de Pessione, vizinha ao Porto de Gênova, onde
permanece até hoje.
Os arquivos da Casa Martini registraram que no ano de 1897 foram exportadas nada
menos do que 300 mil caixas do vermouth Martini. No Brasil, o Martini é fabricado em São
Paulo desde 1950, quando a empresa se instalou no país, com dois galpões no bairro de São
Bernardo do Campo (SP), que atualmente abriga, em seus 52 mil m2, um dos mais
modernos complexos industriais de bebidas da América Latina, com uma produção
aproximada de 1 milhão de caixas/ano.
Na planta industrial brasileira são elaborados quatro tipos de Martini: Rosso, Bianco,
Dry e Rose. Em 1968, a companhia diversificou as suas atividades, colocando no mercado
o primeiro vinho nacional elaborado a partir de uvas viníferas: o Chateau Duvalier (então
produzido pela Vinícola Riograndensse sob a supervisão da Martini&Rossi). Contudo, em
1973, cria a sua própria vinícola e, Garibaldi, RS, a De Lantier. Em 1993, o grupo Bacardi
adquiriu as empresas Martini&Rossi dando origem à holding Bacardi Limited, um dos
cinco maiores conglomerados internacionais de bebidas.
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