Sistema Europeu de Sinalização Ferroviária
Sistema Europeu de Sinalização Ferroviária
Sistema Europeu de Sinalização Ferroviária
Bruxelas, 04.07.2005
COM(2005) 298 final
COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO
AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO
(SEC(2005) 903)
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COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU
E AO CONSELHO
1. INTRODUÇÃO
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2. A SINALIZAÇÃO: UMA BARREIRA À INTEGRAÇÃO DO ESPAÇO FERROVIÁRIO
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COM(2004) 475 final.
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impõe, a partir de Novembro de 2002, a utilização do ERTMS nas novas linhas de
alta velocidade da rede transeuropeia ou quando da renovação da sinalização. No
caso do caminho-de-ferro convencional, passarão a aplicar-se-lhe exigências
semelhantes seis meses depois a entrada em vigor de uma decisão relativa às
especificações técnicas de interoperabilidade2 adoptadas no quadro da Directiva
2001/16/CE. A utilização do ERTMS será obrigatória3 para qualquer nova instalação
ou renovação do sistema de sinalização no contexto dos projectos prioritários
enumerados na Decisão 884/2004/CE.
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Estas especificações técnicas de interoperabilidade foram objecto de acordo no âmbito de um
procedimento de comitologia e deverão ser adoptadas pela Comissão em breve.
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São contudo possíveis derrogações, nomeadamente para os projectos que se encontrem numa fase
avançada de desenvolvimento quando da publicação das especificações técnicas de interoperabilidade.
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European Train Control System.
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Os três «níveis» do ETCS
Com o ETCS, do solo são transmitidas ao comboio informações que lhe permitem
calcular em permanência a velocidade máxima autorizada. Nas linhas em que existe
sinalização lateral (luzes e painéis de sinalização que indicam ao maquinista a
velocidade autorizada), estas informações podem ser transmitidas por balizas
normalizadas (Eurobalizas) colocadas ao longo da via. Fala-se, neste caso, de ETCS
de nível 1.
As informações também podem ser transmitidas por rádio (GSM-R), falando-se,
então, de ETCS de nível 2. Os sinais laterais deixam de ser necessários, o que
permite economias substanciais em termos de investimento e manutenção. A
detecção da posição dos comboios continua a ser feita a partir do solo. Um comboio
com ETCS que disponha de GSM-R pode circular indiferenciadamente nas linhas
de nível 1 e 2.
Por último, no nível 3, os comboios transmitem eles próprios a sua posição exacta,
permitindo, nomeadamente, optimizar a capacidade das linhas e reduzir ainda mais
os equipamentos no solo.
Em todos os níveis, um computador a bordo do comboio, o Eurocab, compara a
velocidade do comboio com a velocidade máxima autorizada e frena o comboio
caso esta seja excedida.
3. IMPLANTAÇÃO DO GSM-R
4. IMPLANTAÇÃO DO ETCS
A implantação do ETCS está a ser mais lenta do que a do GSM-R. Trata-se, com
efeito, de um sistema desenvolvido especificamente para o sector ferroviário e que,
por conseguinte, não pôde beneficiar, da mesma forma que o GSM-R, das normas
desenvolvidas noutros domínios.
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Assim, a fase de desenvolvimento, que começou por beneficiar do apoio dos fundos
comunitários dos programas-quadro de investigação em meados da década de 90,
passando, em seguida, a receber o apoio dos fundos das redes transeuropeias de
transportes na fase de ensaio e na fase anterior à fabricação em série, demorou mais
tempo a produzir especificações estáveis.
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Da mesma forma, enquanto parte substancial da rede não estiver equipada com o
ETCS, as empresas ferroviárias poderão, por vezes, considerar que este é um sistema
adicional que não é absolutamente necessário no imediato, pois a maioria das linhas
deverão, durante um período de transição, continuar a estar equipadas com um ou
vários sistemas tradicionais.
Contudo, se a instalação do ETCS não for tida em conta logo na fase de projecto do
veículo de tracção, o custo da sua instalação posterior a bordo será bastante mais
elevado (cerca do triplo).
Por si só, o quadro legislativo que impõe o ETCS nos novos equipamentos de
sinalização das linhas e do material circulante da rede de alta velocidade e que
estabelecerá obrigações semelhantes para os projectos prioritários da rede
convencional não será capaz de garantir a constituição, nos próximos dez a doze
anos, de uma verdadeira rede na qual possam circular comboios equipados apenas
com o ETCS.
Com efeito, se a implantação do sistema se efectuasse apenas quando exigido por lei,
os seus custos seriam sem dúvida menos importantes, visto que se aproveitariam as
obras de renovação, mas só a longo prazo é que se obteria uma verdadeira rede
conexa. As primeiras empresas e as primeiras redes a equipar-se encontrar-se-iam
numa situação particularmente desvantajosa dado terem de «suportar» os custos do
duplo equipamento durante um período mais longo.
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Apesar de ser difícil fazer análises globais, na medida em que existem diferentes
estratégias de implantação do ETCS de solo e que cada sistema existente tem custos
e desempenhos próprios, reconhece-se, de forma geral, que os custos do ETCS,
utilizado isoladamente, são sensivelmente menos elevados do que os dos sistemas
convencionais. Além disso, como estes sistemas convencionais são frequentemente
antigos e obsoletos, os seus custos de manutenção aumentam muito rapidamente.
Além disso, a existência de uma norma europeia que será implantada com uma
rapidez relativa à escala europeia, num contexto de livre concorrência entre os
industriais do sector ferroviário, proporcionará a estes últimos uma vantagem
competitiva quando da exportação dos seus produtos para o exterior da União. Isto
contribuirá para fazer baixar os preços na União Europeia.
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União das Indústrias Ferroviárias Europeias.
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Enquanto não for criada uma verdadeira rede ETCS e um número significativo de
veículos de tracção não for equipado com tecnologia ETCS, será necessário manter
os antigos sistemas no solo e a bordo, o que representa um custo acrescido, como
mostra o exemplo do Thalys. Além disso, o ETCS só permitirá obter economias
relacionadas com a supressão de determinadas instalações fixas no solo, como a
sinalização lateral, quando grande parte do material circulante estiver equipado com
ETCS.
Esta estratégia de implantação de uma nova norma europeia permitirá, assim, que o
sector ferroviário se liberte progressivamente de obstáculos técnicos que não afectam
os seus concorrentes. O grosso dos benefícios só se fará sentir quando se atingir uma
massa crítica que possibilite a retirada dos «velhos» equipamentos de solo e a
instalação de um único sistema a bordo dos comboios. Haverá, contudo, um custo
imediato para os diferentes operadores.
6. GARANTIR A INTEROPERABILIDADE
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O respeito das exigências de interoperabilidade
É óbvio que estas especificações deverão ser ajustadas a fim de, designadamente, ter
em conta a evolução das tecnologias ou eventuais imprecisões que possam ser
detectadas.
Para além das especificações, convém igualmente garantir que os protótipos sejam
ensaiados antes da sua entrada em serviço a fim de verificar se são totalmente
conformes com as especificações de interoperabilidade. Na prática, parece
indispensável o recurso a simuladores reconhecidos pelo conjunto do sector para
avaliar a conformidade dos equipamentos a bordo.
6
Decisão 2002/731/CE da Comissão.
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A validação do respeito das exigências de interoperabilidade
Para todos os projectos apoiados por fundos comunitários que envolvam o ETCS ou
o GSM-R, o pagamento final dependerá da demonstração do respeito das
especificações de interoperabilidade. Para os equipamentos de bordo, esta
demonstração deverá, nomeadamente, passar por ensaios em simuladores em
laboratório e in situ. Para os equipamentos de solo, será debatida com o sector a
forma de garantir a rápida detecção de qualquer problema de interoperabilidade. As
decisões de financiamento incluirão uma cláusula-modelo que subordinará o
pagamento final à apresentação de um certificado que ateste a realização bem
sucedida de ensaios de interoperabilidade.
Quando uma linha é equipada com ETCS, todos os construtores de módulos ETCS
de bordo deverão, mesmo que no imediato as suas locomotivas não devam circular
nessa linha, ter a oportunidade de verificar se não existem problemas de
interoperabilidade entre o seu módulo de bordo e a solução técnica escolhida para a
linha.
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propostas relativas às modalidades de financiamento dos equipamentos ETCS a
bordo dos comboios. Deverá trabalhar em estreita colaboração com os outros
coordenadores europeus encarregados dos corredores em relação aos quais tenham
surgido atrasos importantes ou dificuldades de coordenação.
8. CONCLUSÃO
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COM(2004) 142 final, de 3 de Março de 2004.
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