HOMILÉTICA Curso de Homiléttica

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CURSO TEOLÓGICO A DISTÂNCIA

CURSO DE HOMILÉTICA
UMA INTRODUÇÃO A ARTE DA PREGAÇÃO

Professor:
Pr. Josias Moura de Menezes
Site: ​www.josiasmoura.com
Email: ​josiasmoura@hotmail.com
PARTE 01 DO CURSO DE HOMILETICA

INTRODUÇÃO

Após 41 anos de ministério Carlos Spurgeon não havia esgotado a matéria da


pregação: a Bíblia Sagrada. Ele construiu o “Metropolitan Tabernáculo” em 1861
medindo 80mt de comprimento e 28mt de largura, com 20mt de altura. Spurgeon
pregou ali mais de 300 vezes por amor, em média de 5.000 pessoas por vez. De três em
três meses pedia aos que assistiam que se ausentassem, para que outros pudessem
ocupar seus lugares. Sua pregação durava de uma a três horas por vez.
Disse o apóstolo Paulo:
“PREGUES A PALAVRA...”
Spurgeon tomara isso como uma ordem divina de seu mestre!

DEFINIÇÃO DE PREGAÇÃO E HOMILÉTICA

Pregação​: é a comunicação ou transmissão oral da divina verdade com o fim de


persuadir:
Homilética​: é uma palavra grega que quer dizer: “multidão ou assembléia do povo”.
Gr. Clássico​: “conversar;” “discurso familiar feito em assembléia”.
Nesta definição estão implícitos os seguintes elementos:
I. HOMEM
II. A MATÉRIA
III. MÉTODO
IV. PROPÓSITO

INSTUMENTO​: O homem é instrumento da pregação pela chamada divina –


(Ef. 4.11; Rm. 10-14-17)
Cada pessoa neste mundo tem ou sente uma vocação natural para alguma
missão ou atividade. É a vocação natural, a queda, a inclinação no dizer comum, daí, o
sacerdócio natural; visto sob essa tendência, cada um se aplica a alguma atividade no
seu feito moral, do seu gosto. Assim, há múltiplas profissões entre os homens.
Não está nesta categoria o fenômeno da vocação do servo do Senhor. Ela é
alguma coisa mais importante, que algum Dom mais excelente sobrenatural mesmo.
Não há dúvida de que haja relação entre ele, que a tendência própria do indivíduo
torna-se uma força, um motivo, um guia psicológico na sua chamada divina ao
trabalho.

Contudo, a chamada deve ser divina. Deve ser especial. Pode ser que um
indivíduo dotado de certos pendores, tendo certos gostos, seja levado a aceitar e entrar
na carreira religiosa sem vocação divina e até certo ponto leve avante o seu esforço,
mas falhará e nunca fará o
trabalho que lhe foi confiado. Às vezes foi uma visão real, outras vezes uma ambição
qualquer, um interesse terreno e egoísta. E assim não será nunca reconhecido pelo
Senhor como seu servo (Fil. 1.16).

I. FONTES NA BÍBLIA DA CHAMADA DIVINA

(a) Isaías – Is. 6.1-3;


(b) MOISÉS – Êx. 3;
(c) At. 9; Rm. 8.28-30; I Co. 1.17; Paulo

II. COMO PROVIDÊNCIA DE DEUS

“Nossa época deseja, reclama. Está preparada para receber não o sacerdote
mas o profeta” Bispo Frazer (Inglaterra).
III. O PREPARO DO HOMEM DE DEUS

1. Um propósito na vida – II Tm. 2.4


2. Atenção dividida entre o escritório e jogo, entre uma coisa e outra, dará em
fracasso; (Mt. 6.24; Lc. 9.62).
3. Coloca-se inteiramente a disposição de Deus. (At. 9.6; Rm. 12.1; Hb. 10.7).
4. Ser liberto de impedimento. (Is. 59.1-2; I Co. 4.6-10; I Pe. 5.12; Jd. 2).
5. Ser batizado e cheio do Espírito Santo. (Lc. 24.39; At. 4.8; I Co. 12.1-31). O
obreiro necessita deste poder para servir ao Senhor com eficácia.
6. Prevalecer em oração. Jacó disse: “Não te deixarei ir se não me
abençoares”. “Ao ser chamado um homem de grande fé, um crente respondeu:
não, tenho pouca fé, mas um grande Deus”. (Mt. 21.22; Lc. 11.15; Jo. 7.53; 8.1; I
Tss. 5.17).
7. Estudar as escrituras, indica ser “discípulo”. (I Sm. 19.18-24), mostra
Samuel dirigindo-se à escola dos profetas. Os profetas, portanto, preparavam-se
em Gilgal, Nairote, Betel e Jericó. (I Sm. 10.5; 11.4; 13.15; 18.9; 9.19; II Rs. 2.3,5).
Em Atos 19.9, quando Paulo já não mais podia ensinar nas sinagogas, ensinou na
escola de um certo Tirano todos os dias dando, por assim, um curso de dois anos.
Por este meio toda a Ásia, através de obreiros treinados, ouviram a palavra.
Citemos ainda (II Tm. 2.15; 4.13).
8. O homem de Deus deve Ter uma mensagem do Espírito Santo. “Ide e
Pregai”, disse Jesus. Em I Co. 14.8, Paulo fala em dar um som certo. Alguns
começam num texto e nunca voltam a ele.
9. Ter fé e esperar para Ter resultados. (Sl. 126.6; Mt. 19.20).

IV. AS CAPACIDADES NATURAIS DO PREGADOR

1. QUALIFICAÇÕES FÍSICAS​. Mais fácil ver-se o valor da intelectualidade


do homem que dar importância, embora secundária do físico. Não imterpretar
literalmente as Escrituras, os que falam na mortificação: mas conservar o corpo
nas melhores condições para servir ao Espírito.
2. APARÊNCIA INFLUI NO TRABALHO DO PREGADOR​... Voz, depende,
em parte da força física.
V. CULTIVO DA PERSONALIDADE

a) ​O talento pode ser sepultado pela negligência​. Três coisas importantes:


1. Alimentação – 2. Exercício – 3. Repouso – Lc. 21.34

b) ​Cultivo Intelectual​.
Como mencionado acima, o pregador tem que ser um estudante contínuo das
Escrituras. Pode, por descuido, cair no erro de uma rotina seca de repetição de
certas frases e expressões, e seus sermões não mais despertem o interesse do povo.

VI. SISTEMA DE ESTUDO

a) Necessita de organizar os trabalhos e estudos diários


b) Aquisição de livros sobre Teologia e Filosofia (ou seja História), Ética, Sociologia,
Ciências, Etc...

O TEMA DO SERMÃO
O pregador deve ser um homem de Deus com a mensagem de Deus. O seu tema
por excelência é a mensagem da Salvação que se encontra nas Sagradas Escrituras. (II
Tm. 2.13;4.1-5). A fonte deve ser a palavra de Deus.

1. Escolha as passagens através de toda a Bíblia. Alguns pregadores pregam


só no Novo Testamento ou certos livros somente. E sobre os mesmos temas. Deve
pregar “toda a palavra de Deus”.
2. Escolha o tema em vista a necessidade do povo a quem está ministrando.
Aquele Pastor o Pregador que tem em vista o bem-estar do povo trará uma
mensagem que o ajudará. Levará mensagem de conforto, edificação e estímulo
espiritual (I Co. 14.3; II Co. 1.3-6).
3. Experiência. O pregador por excelência foi o nosso Senhor Jesus Cristo.
Qual foi o tema das sua mensagens? Sim, muitos exemplos disto: Mt.13; Mc. 4; Lc.
9.46, além de muito mais. Devemos procurar pregar aquilo que temos mesmo
experimentado (II Tm. 2.6)
4. Tema em positivo. Os temas: “Existe Deus?”, “Ressuscitou Jesus Cristo dos
mortos?” ou “É realmente inspirada a Bíblia?”, suscitam mais a dúvida do que a
fé. É bom buscar a forma do interrogatório, mas, de uma forma positiva. “Como
posso ser salvo?”, “Curado”, “Batizado com o Espírito Santo”, etc. Vida diária...
encontraremos através dos nossos contatos diários fontes inesgotáveis para nossas
mensagens. O trabalho pessoal de ganhar almas nos fornece muitos temas dentro
da palavra.

O TEXTO

A palavra “texto” deriva-se do latim da palavra “texere”, que significa


“tecer”. O texto é o tecido que se manifesta em todo sermão. Era contume na
antigüidade ler-se a narrativa de qualquer autor e fazer comentário durante a
leitura. Esses comentários foram escritos à margem das páginas. As palavras do
autor vieram a ser chamados textos. Mais tarde, quando os comentários foram
organizados em discurso tomaram o nome de texto. O método expositivo prevalecia
na pregação daquela época. Segundo esta idéia, chamamos hoje em dia de texto as
palavras das escrituras que constituem a base do sermão ou mensagem. O campo é o
mundo!

1. Sinagoga Judaica. Na sinagoga, o discurso consistia em leituras de textos e


explanações do Antigo Testamento, (Lc. 4). Vemos o apóstolo Paulo fazendo um
discurso longo na sinagoga dos judeus (Antioquia).
2. Cristãos primitivos. Na assembléia dos primitivos crentes provavelmente
tiveram nos cultos leituras, explanações e exortações baseados em textos do Antigo
Testamento e nas palavras de Jesus e dos apóstolos (At. 2.42). várias exortações ou
mensagens foram dadas cada vez que reuniam-se (Col. 3.16; Ef. 5.19). as
referências indicam que eram também palestras informais. Os reformadores, no
entanto, no seu zelo de restaurar a Bíblia ao povo introduziram o método de usar o
texto como a base da mensagem e tem sido usado até os nossos dias e tem provado
ser eficiente.
3. Autoridade do texto. A Bíblia é a palavra de Deus. O texto chama atenção
ao livro dos livros, a Bíblia. Os ensinos da Bíblia merecem acima de todos os outros
livros a consideração e respeito do homem. Quando um pregador oferece uma
interpretação como verdade, fundamentada nas escrituras, podemos ou não
aceitá-la. (Mt. 4.4).
4. Texto ajuda para que a mensagem seja lembrada e tenha êxito. O texto não
só dá a verdade espiritual, o pensamento, mas expressa em linguagem clara e
poderosa. (Rm. 3.23).
5. Texto desperta o desejo entre os crentes, de conhecer mais da palavra de
Deus. Aqueles que se interessam na palavra de Deus, terão um ponto de partida
para continuar seu estudo.
6. Texto não só ajuda na introdução de uma verdade, ou assunto, mas ajuda
em se desenvolvê-lo. Acima de tudo não é pela nossa sabedoria, mas somente na
medida que damos ao povo a pura palavra que poderão ser sábios para a salvação.

REGRAS PARA ESCOLHA DO TEXTO

1. Deve-se evitar a escolha de passagens que relatam palavras de homens


ímpio e de Satanás, citados nas escrituras. No entanto, há palavras humanas que
servem para o texto: “Que farei de Jesus, chamado Cristo?”
2. Escolha textos claros – a vantagem é que o auditório pode facilmente
compreender o sentido e atenciosamente acompanhar o desenvolvimento da
mensagem.
3. Evite textos não completos, “e Pedro”. Quase sempre textos abreviados não
servem para dar um “som certo” à mensagem.
4. Em contraste disto, evite textos muitos compridos. Geralmente são
compridos demais para ser facilmente lembrados. Também incluem um escopo
grande de verdade. Isto não quer dizer que uma leitura, mais ou menos comprida,
não pode ser feita para dela ser tirado o texto.
5. Não evite textos conhecidos por serem muito familiares. Todavia o
pregador que usar textos muito batidos, deve extrair deles algo novo.

6. Escolha textos tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento.


Embora mencionamos este fato, convém lembrar que “toda” escritura é dada para
nossa edificação.
7. Escolher passagens, textos, que tenham cabimento à ocasião e que
satisfaçam as necessidades da congregação. Numa inauguração convém falar sobre
assuntos relacionados como em outras ocasiões especiais. Passagens que tragam
lições, estímulos e soluções para os problemas do povo serão bem escolhidos.

EXEMPLOS DE ESBOÇO

“Seu nome será chamado, “Maravilhoso”​. ​(tema)

Introdução​: Todo estágio da vida de Jesus, foi maravilhoso. Disse Napoleão: “Eu
conheço homens e digo que Jesus não foi mero homem. Tudo acerca dele me faz
maravilhar”. Uma comparação entre Ele e outro ser humano é impossível. Ele é um
ser por si.

Jesus foi maravilhoso em seu:


1. Nascimento: muito da vida dele não entendemos. Assim foi o nascimento
de Jesus. Tudo é possível a Deus.

2. Ministério:
(a) Ensino – o ensino de Jesus superou o ensino de Moisés.
(b) Milagres – o milagre é o coração da narrativa dos evangelistas.
(c) Pureza – somente é apresentado nas escrituras como sendo perfeito.

3. A morte: seu caráter maravilhoso visto por:


(a) Instrumento – os fariseus, os religiosos da época.
(b) Circunstância – escolhido o messias em vez de Cristo.
(c) Maneira suportada – orou pelos inimigos... tão maravilhoso que o centurião diz:
“verdadeiramente este era o Filho de Deus
(d) Ressurreição – tão maravilhosa que os discípulos não compreenderam. Tomé: “se
eu não ver o sinal dos cravos em sua mão e não meter o dedo no lugar dos cravos...
não crereis (Jo. 20.25).

Conclusão: toda a fase da vida de Jesus foi maravilhosa. Sua obra foi
maravilhosa. Ele pode salvar maravilhosamente hoje e operar milagres na sua vida,
etc...
Tópicos como: oração, fé, paz, etc., podem ser empregados conforme a escolha.
A única desvantagem deste tipo de sermão é sua falta de originalidade. Este é o mais
fácil de preparar. Faz menos uso do texto e quando trata de um assunto vasto, faz
menos exigência do pregador. Temos a classificação de assuntos doutrinários, temas
morais, biográficos, da experiência, assuntos históricos e temas ocasionais.

EDIFICAÇÃO DO SERMÃO

O esboço. O sermão, de modo geral, consiste de seis partes, a saber:


3. tema
4. texto
5. A Introdução ou Exórdio
6. Corpo ou Divisão (desenvolvimento) do sermão
7. Conclusão do sermão
Vantagens: Pensamento organizado, dá direção e claridade, ajuda lembrar detalhes e
pormenores. Tudo dito de vantagem para o pregador pode ser dito do ouvinte.
Mensagem assim apresentadas poderão ser repetidas como compreendidas.

Introdução: Características.
1) Deve ser preparada de antemão (não necessariamente nesta ordem);
2) Deve ser breve;
3) Não antecipar o conteúdo do corpo.

Corpo ou Divisão: Características.


1) Deve ser lógico;
2) Visitar unidade do sermão;
3) Ser relacionado com o texto;
4) Ter relação entre um ponto e outro;
5) A transição entre os pontos, deve ser suave.

Quantidade de Pontos ou Divisões:


1) Divide-se em tantos quantos necessários;
2) Evitar pontos numerosos;
3) Em geral não além de quatro ou cinco e nem aquém de duas;
4) Sermão ideal e lógico terá três pontos;
5) Cada ponto principal deverá estar intimamente ligado ao texto.

Subdivisão​:
Quantidade, quatro necessário que explicam ou analisam o ponto principal. Subponto
pode ser dividido se necessário.

Conclusão:
1) Deve ser breve:
2) Não improvisada;
3) Pode ser recapitulação dos pontos principais;
4) Aplicações objetivas e práticas;
5) Pode ser feita em forma de veemente apelo a aceitação da verdade pregada.

Ilustração​:
A ilustração no sermão é um dos elementos que ajuda gravar mais a verdade
divina na mente e coração do ouvinte. O uso principal é para explicar, para provar
uma coisa, para embelezar o discurso, despertar a atenção, estimular emoções e
ajudar a memória reter os pontos. Não é necessariamente obrigatório o uso de uma
ilustração no sermão.

Observações sobre interpretação do texto.


1) Interpretar o texto de conformidade com o ensino geral e consagrado das
escrituras, e não contrariamente;
2) Interpretar o texto à luz do contexto;
3) Interpretar gramaticalmente;
4) Logicamente;
5) Historicamente;
6) Interpretar o texto figuradamente ou alegoricamente.

O PROPÓSITO

“O Dr. James S. Stewart cita no seu livro, o testemunho do escritor Ernest


Raymund sobre o sermão mais importante que tinha visto. Intelectualmente, aquele
sermão foi um fracasso e esteticamente, fragmentário, e o estilo de falar foi péssimo.
Mesmo assim seu efeito foi maravilhoso, foi no tempo da Gerra de 1914-1918. “Falava
para um grupo de soldados prestes a sair para a batalha. Citou as palavras de Jesus:
“Vinde a mim, todas os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Depois da
pregação, os soldados, geralmente barulhentos, ficaram profundamente quietos e
pensativos. Ouviram dos lábios ungidos de um homem de Deus. O embaixador de
Deus tirou para os seus ouvintes o véu e eles se achavam na presença de Deus. Sem o
auxílio de técnica, o mensageiro alcançou a finalidade da pregação, e produziu nos
ouvintes o sentido profundo da presença de Deus”.

A DOUTRINA BÍBLICA DO MINISTÉRIO

Dr. A.R.Grabtres.
Que será então, o propósito da pregação? Na nossa definição da palavra
“pregação” vem implícito este propósito: “persuadir”. Disse o apóstolo: “assim
sabemos o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos
manifestados a Deus” (II Co. 5.11; At. 26.28; 28.23).

Uma autoridade tem expresso este propósito da seguinte forma:


1) Transmitir a verdade Bíblica ao povo;
2) Fazer conhecer a misericórdia de Deus, que perdoa e salva em Cristo;
3) Induzir o homem a abandonar o pecado e a começar uma nova vida em
Jesus;
4) Guiar a alma arrependida até onde sua fé no Filho de Deus torne firme e dê
frutos de uma genuína conversão.

Assim sendo podemos ainda dizer que “a vida mais abundante, é o alvo do
cristianismo e o ideal do ministro.”

I. O MINISTRO E SEU FIM


1. Compreensão clara do fim do seu ministério é de importância primária ao
pregador;
2. homem e seus interesses espirituais devem ocupar o centro do trabalho do
ministro. O sucesso é proporcional à estatura espiritual dos seus discípulos. O
exemplo de Jesus é saliente;
3. Ele tem que falar da sua experiência como testemunho.
II. O MINISTRO E O SERMÃO
1. A função do sermão é importante, mas deve ser subsidiário, um
instrumento nas mãos do pregador;
2. caráter do sermão é de grande importância. O estilo precisa ser simples e
claro. O pregador deverá trazer o fim prático do sermão bem a vista.

Vamos considerar agora o plano executado por Deus nas vidas de alguns
homens que tiveram ou deveriam Ter este firme propósito de servir a Deus e ao povo
a quem Ele lhes mandou.

I. JOSUÉ O SERVO TORNOU-SE, JOSUÉ O LÍDER (Js. 1.2-9)

1. Deus planejou fazer de Josué o líder (Êx. 17.14);


2. Josué por fim cumpriu o plano de Deus;
3. Josué começou como servo de Moisés (Êx. 33.11);
4. Como servo, esperou em Deus;
5. Deus deu-lhe capacidade pelo Espírito a medida que o seu ministério
desenvolveu (Dt. 34.9). finalmente, Josué o servo de Moisés o líder de Israel (Js
1.1).

II. ELISEU O SERVO TORNOU-SE, ELISEU O PROFETA (II Rs. 2).

1. Eliseu era um lavrador chamado para servir Elias em trabalhos humildes (I


Rs. 19.19-21);
2. Podemos traçar os passos do lavrador e servo ao profeta, porque Ele serviu
fielmente em cada nível da direção progressiva de Deus.
3. Como Eliseu, devemos servir fielmente no lugar onde estamos para que
alcancemos o lugar de maior presteza a Deus e a seu povo.

III. GEAZI O SERVO TORNOU-SE, GEASI O LEPROSO (II Rs. 5)

1. Geasi tinha toda oportunidade como servo do profeta de tornar-se um servo


útil a Deus como Eliseu;
2. desenvolvimento espiritual do ministério de Geasi foi continuamente
prejudicado por sua infidelidade;
3. Como Geasi, nós também, fracassaremos se deixarmos de servir fielmente
nas mínimas coisas.
PARTE 02 DO CURSO DE HOMILETICA

DEFINIÇÃO

1) Homilética ou Retórica Sagrada, é um ramo da eloquência, que por sua


vez, é um ramo das Belas-Artes; tem por finalidade convencer, persuadir, agradar
e firmar doutrinas nos ouvintes.
2) “Homilética é a ​teoria da prédica​, ou a ​arte​ de pregar.”
3) “É a ciência que trata da natureza, da classificação e da composição do
sermão.”
4) É o conjunto de regras empregadas na arte de pregar as verdades
doutrinárias das Escrituras Sagradas, sob o ponto de vista de convencer mediante
o meio empregado pelo orador para levar seus ouvintes a concordarem com suas
razões ou opiniões e depois induzi-los a tomarem uma decisão na mesma linha de
pensamento. A Homilética é igualmente a arte de que se serve o pregador para
transmitir a quem ouve as verdades eternas da palavra de Deus, a fim de que os
pecadores aceitem a Jesus Cristo como Salvador pessoal, creia, no Evangelho, e
procurem viver de modo digno e feliz. Tem por fim também, instruir, confortar e
corrigir.

ORIGEM DA HOMILÉTICA
A retórica sagrada foi introduzida com o nome de Homilética do grego
(​οµιλεω)​, nas escolas, no século XVII, quando os principais ramos da
Enciclopédia Religiosa tomaram nomes gregos, por exemplos: “Dogmática,
Apologéticas, Hermenêutica, Polêmica, etc.”
A palavra sermão vem do latim “sermo”; conversar. Também o vocábulo
“eratione”, oração, é equivalente a discurso ou sermão.
O vocábulo retórica (do gr. “rhetor”, - orador numa assembléia), tem sido
interpretado como a arte de falar bem a arte de oratória, isto é, a arte de usar todos os
meios e recursos da linguagem com o objetivo de provar determinado efeito nos
ouvintes.
Os gregos sofistas a dividem em três grupos:
● Política;
● Forense;
● Epidítica (demonstrativa).
A retórica ensinada na Grécia antiga pelos sofistas, fundamentada em
princípios disciplinares de condutas, teve origem na Sicília, no V século A.C., através
de siracusano Córax e seu discípulo Tísias.

OS GRANDES MESTRES DA ORATÓRIA

➢ CÍCERO​ – Orador Romano. Nascido no ano 106 a.C.


➢ QUINTILIANO​ – Nascido na metade do primeiro século da Era Cristã.
➢ DEMÓSTENES

SUA IMPORTÂNCIA

Sendo o conjunto de regras aplicadas ao discurso, a Homilética constitui uma


das modalidades mais interessantes e imprescindíveis ao trabalho do obreiro
evangélico na entrega da mensagem divina aos pecadores, a fim de compreenderem a
necessidade de sua própria salvação, mediante reconciliação com Deus por Cristo
Jesus, e arrependimento de seus pecados para que sejam novas criaturas, alcancem os
objetivos supremos da vida espiritual e cumpram alegres e conscientemente a sua
missão no mundo como testemunhas de Cristo. A pregação deve ser considerada a
mais nobre tarefa que existe na terra.

RAZÕES
1) Sempre foi o meio mais eficaz usado por Deus para transmitir aos homens e aos
povos a sua vontade e seus planos de amor e misericórdia em favor dos mesmos
homens. “aprouve a Deus salvar o mundo pela loucura da pregação.”
2) Na História Eclesiástica e na Civilização, vemos a confirmação da tese própria.
3) A nossa própria experiência confirma essa grande realidade. Pregadores foram
Enoque e Noé. Pregadores foram todos os profetas. Pregadores foi João Batista.
Jesus foi o maravilhoso pregador que a todos atraía.
Os apóstolos foram excelentes pregadores, a começar por Pedro. Eloqüentes foram
Estevão, Apolo, Barnabé. Pregador cintilante foi Paulo. Reformadores dos séculos
XVI e XVII e até em nossos dias tem abalado as nações adormecidas e
escravizadas aos erros, e ao despotismo eclesiástico e civil.

FONTES DE HOMILÉTICA

Quais são as fontes para Homilética? Sem dúvida, que tudo deve construir
ricas fontes para a prática pastoral. Porém existem fontes específicas:

I. BÍBLIA
As Escrituras do V.T. e do N.T., constituem um poderoso arsenal de onde todos
os verdadeiros pregadores tiram munição para os seus combates. A palavra de Deus é
chamada “Espada do Espírito.” Não há no mundo elementos tão poderosos e eficazes
para o combate ao erro, ao pecado, à hostes de Satanás, como as Doutrinas da Palavra
de Deus que é verdade eterna, luz infuscável do infinito e da eternidade. A Bíblia
contém argumentos, respostas, exemplos, doutrinas, ciência para todos os casos, todos
os tempos e para todos os homens.
Jesus usou a Bíblia contra seus adversários e até contra Satanás. Os discípulos
e a Igreja Cristã fizeram o mesmo. Ela é um manancial de águas frescas – (Jo. 4.13; II
Tm. 3.16-17). Só a Palavra de Deus dá certeza da salvação e vida eterna em Jesus
Cristo.
II. PATRÍSTICA
Também chamado o período dos pais da Igreja. O período apostólico até o
Concílio de Nicéia foi muito fecundo para as letras cristãs.
Compõe-se Epístolas como as de Clemente de Roma, de Barnabé de Inácio, a
Pasta de Hermes de Policarpo, de Aplogias, como as de Aristides, as de Justino
Mártir, as polêmicas, como as de Irineu, de Hipólito, de Tertuliano que também foi
Teólogo e Orador, e as obras de cunho científico como as de Clemente de Alexandria,
Orígenes, Tc...
De 867 até a divisão da igreja ou primeiro cisma, temos as controvérsias com
relação às pessoas da Trindade e muitos outros aspectos como se pode ver em História
Eclesiástica.

III. OBRAS ESPECIALMENTE RELIGIOSAS

Já é um tanto vasta, especialmente, quando se pode ler as obras em mais de um


idioma.

IV. LITERATURA NÃO RELIGIOSA

Literatura geral, poesia, peças dramáticas, etc.

V. FATOS TIRADOS DA OBSERVAÇÃO DIRETA

● É uma rica fonte (fora da Bíblia), a mais rica.


● Os mais hábeis pregadores muito se valem dela.
● Apenas precisamos saber ver, mas ver o que?
● Sermão em pedras e em tudo.

CARACTERÍSTICAS DE UM BOM SERMÃO

➢ Fidelidade ao Texto
É simplesmente detestável o hábito de certos pregadores que tomam um ou
mais textos para seus sermões e depois se esquecem deles; falam de tudo, vagueiam
por diferentes setores do saber humano e nem de leve tocam no assunto apresentado.
Tais sermões, além de falhos, são nulos quanto aos fins em vista e ainda constituem
numa zombaria à Palavra de Deus e uma desconsideração aos ouvintes. O pregador
portanto deve cingir-se aos textos, não fugindo nunca do seu sentido, suas doutrinas
em harmonia com o espírito Santo.
O fracasso do Romanismo, do espiritismo e de outros credos pseudo cristãos,
está justamente no afastamento dos textos sagrados ou da falsa interpretação dos
mesmos. Milhões de pessoas vivem iludidas, desorientadas, infelicitadas devido aos
erros que os falsos mestres lhes inculcaram em matéria religiosa.
Todas as ciências, todas as artes, todas as indústrias, tem os seus métodos
peculiares. A Metodologia é uma ciência indispensável à instrução progressiva e
racional. Nada se faz a esmo ou sem método, sem ciência, sem experimentação. O
mesmo acontece com a ciência da pregação. Desprezar o método científico,
comprovado, experimentado na pregação da pessoa, de interpretação por idéias
simplistas, é zombar da decência do bom senso, da experiência do passado e do
presente. Pregadores, sede fiéis aos textos sagrados da palavra do Senhor!
Lembrai-vos das maldições para falsificadores da Palavra!

➢ Unidade

O sermão é a parte que se compõe de partes e essas partes devem obedecer a


um plano, a um esquema, de modo a se constituir em um corpo ajustado e
harmonioso, belo e indestrutível. Há sermões que possuem mais colchas de retalhos,
miscelâneas, amontoados de idéias e doutrinas. Peca pela falta de plano, de unidade,
de beleza. Quando o pregador fala de modo a introduzir na mente dos ouvintes, pelo
menos os pontos fundamentais de seus discursos tem conseguido grande parte de seus
objetivos.
Entra aqui o conhecimento de Homilética, para a estruturação da peça de
modo a haver nas partes, proporções adequadas do material distribuído e o acerto da
distribuição por parte do material empregado no sermão.
➢ Movimento

O sermão deve ser movimentado, como rio, ora suave, manso como favônio
(vento manso, brando do poente, vento próspero), melodioso como os acordes de um
órgão, ora vibrante como clarinete, trasbordante como a cachoeira, arrebatador como
o entrecho de forças em combate.

➢ Unção Evangélica

O sermão deve ser piedoso, porque a piedade para tudo é proveitosa no dizer
do apóstolo Paulo (I Tm. 4.8). sendo o sermão por sua natureza oração Religiosa,
Evangélica e Bíblica, exige a unção espiritual. Sermão sem unção do Espírito Santo,
ainda que erudito, eloqüente e perfeito em sua estrutura não converte os pecadores
nem conforta os fiéis. Que disseram os discípulos no caminho de Emaús? Era o
Senhor que lhes aparecera após a ressurreição.
A palavra ungida é como o sol que derrete o gelo dos corações, é como o
martelo que despedaça a pedra da incredulidade, é como luz que espanta as trevas da
noite; é o remédio para todos os males. A solução para todos os males e problemas, o
poder para vencer todos os inimigos do bem; até os demônios fogem espavoridos.

➢ Finalidade

O pregador deve levar seus ouvintes para o terreno sério da responsabilidade


diante de Deus. (Mulle em seu sermão: “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, fez
com que ouvintes se agarrassem aos pilares do templo). Zaqueu quando Jesus entrou
em sua casa que fez? Não se compreende pregação sem finalidade.

➢ Ponte
Todas as coisas tem princípio e fim. A preocupação deve ser:
❖ Começar bem e acabar bem.
Um sermão bem terminado é produtivo. É preferível que os ouvinte fiquem
querendo mais, a bocejarem de cansaço ou enjoados. “Não é por muito falar”,
mais por falar pouco e bem.

MATERIAIS ESPECÍFICOS DO SERMÃO

ARGUMENTOS

Nem sempre a prédica deve ser uma declaração dogmática da verdade


evangélica. Às vezes, o pregador precisa provar as doutrinas que prega. E a razão
disso é que nem todos os ouvintes aceitam as declarações doutrinárias do pregador
como verdades já provadas e infalíveis. Daí a necessidade de robustecer a pregação
por meio de argumentos lógicos e seguros que não deixam dúvidas.
Há muitas variedades de argumentos. Entretanto, mencionarei somente os que
mais freqüentemente são usados no púlpito. São eles:

1) ARGUMENTO APRIORI – ​Consiste este argumento em partir das causas e


dos princípios gerais para descer aos efeitos e as conseqüências finais​.
Dá-se-lhe também o nome de Dedução ou Argumento da Causa para o Efeito, do
Geral para o Particular. Conhecendo uma causa, um princípio ou uma lei geral,
podemos logicamente inferir ou deduzir os efeitos que ele produz.
Examinemos alguns efeitos deste argumento:

(a) “Tudo que o homem semear, isso também ele ceifará.”


➢ Causa ou princípio geral: a semente, ou a ação;
➢ Efeito ou princípio particular: a ceifa, ou resultado da ação.

(b) “Toda alma que pecar, essa morrerá.”


➢ Causa ou princípio geral: o pecado;
➢ Efeito ou princípio particular: a morte.

(c) “No princípio criou Deus o céu e a terra.”


➢ Causa ou princípio geral: Deus;
➢ Efeito ou princípio particular: terra e o céu.

(d) “Todo aquele que crer no Filho, tem a vida eterna.”


➢ Causa ou princípio geral: fé em Jesus;
➢ Efeito ou princípio particular: vida eterna.

“Deus é amor.” Se Deus é amor logo é bom, misericordioso, compassivo, justo,


Tc... Ora se Ele tem estes atributos, logo pode amar o homem, se pode amar o homem
logo também pode salvá-lo.

ARGUMENTO A POSTERIORI – ​Consiste este argumento em partir dos Efeitos


das conseqüências, ou dos princípios particulares para subir até às causas,
princípios ou leis gerais​. Chama-se também a este Argumento INDUÇÃO, ou
Efeito para a causa, do particular para o geral. Ex.: deste argumento:

(a) “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos.”
➢ Efeito conseqüência ou princípio particular: os céus, as obras de Deus;
➢ Causa ou princípio geral: a glória de Deus, ou Deus mesmo.

(b) “Quando vejo os teus céus, obras de teus dedos, a luz e as estrelas que preparastes,
que é o homem mortal para que te lembres dele, e o filho do homem, para que o
visites? (Sl. 8.34).
➢ Efeito conseqüência ou princípio particular: os teus céus, a lua e as estrelas;
➢ Causa ou princípio geral: Deus.

(c) “Porquanto o que de Deus se pode conhecer, nele se manifesta, porque Deus lhe
manifestou. Porque as coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu poder
eterno, como a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que
estão criadas”... (Rm. 1.20).
➢ Efeito conseqüência ou princípio particular: as coisas criadas;
➢ Causa ou princípio geral: Deus, as coisas invisíveis, o seu eterno poder, a sua
divindade.

ARGUMENTO ANALÓGICO – Analogia significa primariamente proporção.


Consequentemente, analogia não significa semelhança real entre as coisas
encomparadas, mas semelhanças ou correspondência proporcional entre as relações
dos objetos comparados. Vejam alguns exemplos de argumento analógico:

(a) Jesus é a cabeça da Igreja. Tiago era uma coluna da Igreja Primitiva. A Igreja é o
corpo de Jesus, o crente é o templo de Deus.

(b) “O campo é o mundo.” A semente é a palavra de Deus. (Lc 8.1). “O reino dos céus
é semelhante a uma rede lançada ao mar... (Mt. 13.5). “O reino dos céus é
semelhante a um tesouro escondido no campo” (Mt. 3.44). “Eu sou a porta dos
céus” (Jo. 10.9). “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo. 14.6). “Isto é o meu
corpo que é partido por vós...” (Lc. 22.19).

DILEMA – ​Este argumento consiste em silogismo duplo contendo uma única


conclusão​. ​O adversário é colocado entre duas alternativas, mas para qualquer que
se INCLUIR enfrentará a mesma conclusão.
Tal foi o argumento que Gamaliel lançou mão para evitar que os apóstolos fossem
perseguidos pelo Sinédrio.

(a) “Daí de mão a estes homens, se desfará, mas, se é de Deus, não poderes desfá-la
para que não aconteça serdes achados também combatendo contra Deus. (At.
5.38-39).

(b) Dilema é também o que Jesus propôs aos fariseus quando estes lhes perguntaram
com que autoridade curava e ensinava, visto que o Sinédrio não lhe autorizava. Foi
assim que Jesus respondeu: “Eu também vos digo...” (Mt. 21.23-26).

No começo deste curso, demos uma definição do que é a Homilética. Esta por
sua vez abrange tudo o que tem a ver com a preparação e apresentação de prática
religiosas. Falamos de Homilética no seu contexto técnico, agora estaremos analisando
a variedade de
sermões; classificação do sermão confecção; postura; gesticulações; etc.

VARIEDADE DE SERMÕES
Os autores da Homilética tem dedicado muito tempo nesta área, ou seja, na
preparação de sermões. Um pregador pode produzir sermões doutrinários,
evangelísticos, exortativos, avivalísticos, devocionais, inspiracionais, de núpcias,
natalícios, fúnebres, cívicos, etc. Mas a rigor, só há um tipo de sermão: ​O
DOUTRINÁRIO​, que é dirigido especialmente para crentes, pois todo sermão tem o
propósito de doutrinar. Porém, como numa platéia temos normalmente 2 tipos de
ouvintes: ​CRENTE E NÃO CRENTE​, em circunstâncias e situações diferentes, os
sermões podem então ser divididos em:

1) DOUTRINAL OU DOUTRINÁRIO. É quando enfoca doutrina e é dirigido à


crentes, visando exclusivamente o ensino da palavra de Deus, a fim de que seja
conhecida aceita e obedecida. ​O SERMÃO DOUTRINÁRIO visa redimir os
conhecimentos e a fé dos crentes. Visa assumir o tom de exortação, de conforto,
para aconselhar, advertir e corrigir.
2) EVANGELIZANTE OU EVANGELÍSTICO. ​É quando enfoca doutrina e é
dirigido a não crente, visando sua conversão a Cristo. Qualquer sermão se torna
evangelístico quando resulta em Salvação.

Assim, os chamados sermões nupciais, natalinos, fúnebres, etc., podem ser


tanto doutrinários como evangelísticos dependendo apenas da aplicação do pregador,
ou seja, se o objetivo é levar à conversão ou apenas doutrinar a Igreja, ou os dois:
Doutrinar e converter.

CLASSIFICAÇÃO DE SERMÃO

Existem 3 principais em uso:

➢ Sermão Temático ou Tópico;


➢ Sermão Temático Textual;
➢ Sermão expositivo.

1) SERMÃO TEMÁTICO OU TÓPICO​. É aquele que deriva, inicia a partir do


TEMA​. O sermão todo depende do ​TEMA, e todo o sermão recebe no texto a sua
idéia central. Logicamente ​TEMA e TEXTO devem estar relacionados em uma
forma bem definida. O ​TEMA deverá ser uma verdadeira representação do
TEXTO.
Este tipo de sermão é o mais comum entre os pregadores por alguns motivos:

➢ O sermão temático não fica preso ao que está escrito;


➢ Brinda o pregador com a liberdade do desenrolar do sermão, e em uma
pregação, a liberdade de expressão é ponto culminante;
➢ Tem a tendência de abordar assuntos atuais e imediatos.
Porém, como nem tudo é céu, ele também possui seus perigos; e todo
pregador que optar por este tipo de sermão deverá tomar cuidado para não
cair nestas armadilhas.
➢ Obscurece a palavra escrita (Bíblia), ou seja, aquilo que a palavra de Deus
diz. Não é destacado, apenas os pensamentos do pregador possuem evidência.

➢ Pode não haver muita variedade de temas. E isto leva o pregador a repetir
sermões e repetidos sermões cai-se na mesmice havendo portanto desinteresse
geral.

➢ Pode acontecer de não haver unidade, ligação entre ​TEMA X TEXTO X


ESPOSIÇÃO (DIVISÕES) Em outras palavras, corre-se o perigo do pregador
falar de um assunto ou tema, o texto lido falar sobre outra coisa, e na exposição o
tema proposto ficar na pregação ou quando isto acontece, é porque o pregador
está completamente perdido na pregação ou não se preparou como deveria. É
muito comum vermos este tipo de acidente, principalmente entre aqueles que
acham que não há necessidade de preparo porque o Espírito falará. Geralmente
este tipo de pregador começa o seu sermão falando tomates e termina em
abobrinhas, fazendo assim uma verdadeira salada. CUIDADO!

2) SERMÃO TEXTUAL
Este sermão procede de um ​texto​,. Deve-se Ter um ​texto​. Um Tema e Divisões.
Um sermão ​TEXTUAL é aquele que tanto o Tema como as divisões são a partir do
TEXTO​.
Alguns pregadores acham que o sermão Textual deveria Ter um certo limite
De versículos para ser Textual, pois, afirmam que se o texto lido for muito
Extenso, este estará comprometido a ser Expositivo.
Sermão textual temas va tagens do sermão Temático e ainda os benefícios de
contar com os pensamentos futuros, sem necessariamente usar as palavras e
colocações do sermão anterior. Sendo assim, não haverá o risco de sermão repetitivo.
3) SERMÃO EXPOSITIVO

Para muita gente este é um sermão por excelência. Ouve-se com freqüência
Declarações que todos os sermões deveriam ser expositivos, ou seja, explicações
e aplicações das Escrituras. Há certa confusão com este assunto devido que muitas
vezes se descuida da clara definição dos termos que se usam. Todo sermão expositivo
se com ele você que significar qualquer classe de explicações de uma parte da escrita,
trata-se de uma só palavra, de uma oração, um parágrafo, um capítulo ou todo um
livro. Porém, no sentido técnico de Homilética, este termo ​EXPOSITIVO tem um
significado muito mais delimitado. Sermão Espositivo é características próprias.
Talvez a definição mais simples poderia ser: “Sermão Expositivo é o tratamento
Textual de uma passagem Bíblica Extensa”.
O sermão Temático deriva de um Tema com unidade à um Texto. O sermão
Textual deriva de um texto com unidade em suas Divisões. Já o Expositivo recebe
tanto o Texto como as divisões e ainda um vasto material de sustento da unidade a ser
considerada.

Os sermões expositivos são sem dúvida os mais difíceis de se preparar. Todas


as perícias são necessárias para prepará-lo.
Ele tem que estar totalmente atado à porção em consideração e isto cria
dificuldades de aumentar o tamanho da unidade. Normalmente deve-se haver
habilidade de encontrar e concertar a unidade e a habilidade de se usar somente o
material já previamente selecionado.
Muitos fracassos acontecem com pregadores deste sermão, porque as falhas
estão no fator seletivo do texto. Quando se pode usar um número ilimitado de textos,
cria-se também um acumulo grande de detalhes irrelevantes e desorientados. É claro
que isto só acontecerá se o pregador não estiver seguro naquilo que irá expor ao
público.
Este tipo de sermão em si traz alguns benefícios:

➢ Apresenta um maior conhecimento da Bíblia, tanto pelo pregador como também


dos ouvintes
➢ Provê uma grande variedade de idéias;
➢ Provê a liberdade de falar sobre assuntos normalmente evitados e ignorados à luz
das Escrituras.
➢ Redime e reduz a tentação de distorção das escrituras (isto para pregadores que
sempre querem provar que suas idéias são Bíblicas).

PARTES FUNDAMENTAIS DE UM SERMÃO

O primeiro passo para a preparação de um sermão deverá ser o estudo


cuidadoso da passagem Bíblica. O Segundo passo deverá ser:

(a) Qual o pensamento central do sermão, ou o que “Eu” pretendo com o meu sermão?
Mesmo quando se deseja fazer uma análise de texto, é “bom”, é aconselhável
que se faça a escolha de um pensamento para que o pregador não se perca, e este
pensamento deverá ser seguido até o fim.

I. INTRODUÇÃO

A introdução deverá estar intimamente relacionada com o pensamento central


do sermão. Deverá ser encontrada uma maneira que ajude o ouvinte a entrar na trilha
do sermão e se interesse em seguí-lo até o fim. Em outras palavras, é na introdução
que você vai Ter o público na Mão. Depois partiremos para as divisões do sermão.

II. DIVISÕES

O texto poderá Ter quantas divisões o pregador quiser, porém, quanto mais
divisões, mais facilidade o pregador terá para se perder e para fazer o ouvinte
perder-se. Recomenda-se neste caso que o sermão tenha 2 ou 3 divisões, por exemplo,
vamos pegar um texto: Gl. 2.20.
I. DIVISÃO ABORDANDO POUCOS PONTOS (2 ou 3).
1. TRANSFORMAÇÃO​: “não era, mas agora sou crucificado com Cristo...”
2. JUSTIFICAÇÃO​: “não era mais agora sou “... porque Ele me amou e se entregou
a si mesmo por mim...”
3. COMPROMISSO​: Não tinha, mas agora tenho “... e a vida que agora vivo, vivo-a
(e sempre viverei), na fé no Filho de Deus.”

II. DIVISÕES COM VÁRIOS PONTOS


1. Crucificado com quem?
2. Antes não era?
3. Se não sou eu quem vivo, quem é então?
4. que ele é viver na fé do Filho de Deus?
5. Por que ele me amou a ponto de se entregar?
6. Ele só se entregou por mim? E os outros?

Quanto mais divisões houver, mais desordenada ficará a explanação do sermão


e muito mais confuso, a não ser que o pregador tenha muita técnica e muita facilidade
em expor suas divisões, mas é difícil para o ouvinte guardar várias divisões, em sua
mente e colocá-las todas em prática em sua vida, ou lembrar-se de todas nos dias que
se seguirão.
As divisões devem possuir ordem e lógica.

III. CONCLUSÃO

A conclusão deverá ser o ponto alto do pensamento principal. Ela deverá ser
um micro resumo do sermão e principalmente deverá sempre levar a uma tomada de
posição (decisão e compromisso), da parte de quem ouve.
ILUSTRAÇÕES DE SEMÕES

Ilustrar é iluminar. É fazer com que a luz se enfoque no lugar onde precisamos
ver melhor. É como que querendo ver algo num quarto escuro, abre uma janela ou
acende a luz. Na imprensa popular, a ilustração muitas vezes é substituída por uma
foto introduzida no texto, e esta ilustração tem a finalidade de mostrar ao leitor, a
realidade, ou a idéias central do escritor.
Ilustrar também é fazer com que o pregador respire um pouco, ou seja, que ele
pense um pouco no que ele já pregou, no que irá pregar; se precisa mudar de
estratégia para atrair o público, para que ele se solte um pouco, como diz
popularmente “um tempo para soltar a gravata e relaxar”, isto é, se ele estiver
convicto de si mesmo, como segurança, e se a ilustração for apropriada para aquele
momento do sermão.
Ilustrar também é dar um tempo para o povo relaxar, folgar nas cadeiras,
principalmente se o assunto abordado no sermão for muito difícil de ser entendido e
estiver exigindo muita atenção dos ouvintes.

Podemos dizer que existem 5 tipos de ILUSTRAÇÕES:

1. CONCEITUAL – Quando se cita o pensamento e opinião de outra pessoa. Ex.:


Disse Jesus: “vai, a tua fé te salvou”. (Mt. 10.52). Disse Dom Pedro I às margens
do Ipiranga: “Independência ou morte”.

2. TÉCNICA – Quando se explica um princípio científico, um processo


técnico-industrial, etc., um costume, uma situação Geográfica, climática.
3. Ex.: “A lei da gravidade; como era feito o pão asmo; o óleo da unção; como era o
casamento; como era o clima da palestina; etc.
4. ESTÓRICA – Quando se conta uma lenda, uma fábula, uma parábola ou uma
anedota, desde que esta seja imaginária.

5. HISTÓRIA – Quando se narra um fato passado, registrado pela imprensa,


(revistas, jornais, livros), transmitido pelo rádio ou televisão, ou ouvido de
testemunhas.

6. PESSOAL ​– Quando se testemunha fatos, e estes são relatados pelo pregador que
foi a testemunha​, ou fatos em que foi a ator principal da ilustração. Quando a
ilustração for pessoal, devem ser seguido alguns pessoal muito importantes:

(a) Diga sempre a verdade​: analise o fato, mas a narração deverá ser fiel ao
acontecimento;

(b) Certifique-se bem dos fatos​: quando estes envolverem outras pessoa, pois estas
poderão Ter outras versões dos fatos;

(c) Fuja da auto-exaltação​: evite destacar-se afinal, quem deve ser adorado no sermão
não é você;

(d) Evite a declaração​: ou seja, não delate ninguém, fatos confidenciais não podem se
usados de púlpito, pois, isto pode constranger os envolvidos. Às vezes você não
pode identificar o nome, mas o caso é tão evidente que todos descobrirão.

É claro que as ilustrações, se bem usadas, trazem algumas vantagens ao


sermão. Ela quebra a monotonia, revigora a atenção, diminui a tensão do ouvinte,
descontrai, desperta o interesse, marca o sermão, enriquece o ouvinte, valoriza o
pregador, convence e emociona.
Mas como tudo tem o seu lado perigoso, a ilustração também não poderia ficar
de fora. Ela pode ser uma benção ou uma maldição. Portanto, existem alguns
cuidados a serem tomados:
ADEQUAÇÃO – Cada ilustração tem que Ter uma relação direta com o fato que se
quer ilustrar. A ilustração é um “gancho” para clarear melhor um assunto abordado
naquele momento. A ilustração funciona como um pingente do assunto, e um
pingente, não se segura sem gancho. A ilustração também, se não for um bom gancho
não será uma Bênção, mas um terrível desastre e com certeza estragará todo sermão.

OBJETIVIDADE – Evite detalhes que não estão diretamente ligados ao texto, pois,
estes poderão retratar outras verdades que não interessam, e que com certeza
ofuscarão ou desviarão os ouvintes do gancho.

HONESTIDADE – Evite citar conceitos vagos, “por alto” sem corresponder ao exato
pensamento do autor. Evite “passar” como verdade, fatos duvidosos, cujas fontes são
indeterminadas.

SERIEDADE – Evite ilustrar verdades sérias com anedotas. As ilustrações aparecerão


no nosso dia-a-dia, mas caso haja necessidade de uma para esclarecer um fato no seu
sermão, você poderá recorrer a livros de ilustrações (alguns são muito bons, outros
não valem nada).

A própria Bíblia é uma fonte inesgotável de ilustrações. É por meio da


literatura que ampliamos nosso conhecimento e nosso vocabulário. Nada ilustra a vida
melhor do que a vida mesmo. Por ela vem grandes riquezas para nossos sermões.

A PERSONALIDADE DO PREGADOR

Há sete (07) fatores que o pregador tem em sua personalidade que precisam ser
analizados, pois, eles serão fundamentais para o sucesso de uma pregação/estudo.

1. PERFIL ESPIRITUAL - ​O pregador tem que ser um homem de fé​. Ele vai pregar e
ensinar a fé. Fé na existência de Deus, no interesse de Deus pelo homem, na
relação do homem com Deus, fé na oração, fé, fé, fé, fé,... e o ponto fundamental
desta fé será a fé na ressurreição de Cristo, na morte de Cristo, na vida eterna, na
volta de Cristo, no Espíirito Santo, no juízo. Em outras palavras, fé em tudo que
envolve Deus. A vida espiritual é uma vida permeada pela fé. ​Como pode um
pregador falar de vida espiritual se ele não há tem? Chega-se ao ponto de dizer que
se você não é um homem ou uma mulher de fé, nem suba para pregar, porque pois
mais bela que seja a tua mensagem, ela na convencerá.

2. PERFIL MORAL ​- A fé cristã não é apenas uma crença, ou uma aceitação mental,
mas acima de tudo uma transformação de vida. O pregador deverá ser o exemplo
de uma nova vida. O ditado popular “faça o que eu mando, mas não faça o que eu
faço”, jamais poderá ser usado como referencial pelo pregador, mas com
autoridade ele deverá dizer: “faça o que eu faço, porque eu faço o que Cristo
manda”. Jamais pregue o que você não consegue vivier. Lembre-se que a vida
sempre fala mais alto. ​Pregue à si mesmo, ante de pregar a outros.

3. PERFIL INTELECTUAL - A pessoa que abraça a carreira de pregador deverá


estar consciente que escolheu uma função intelectual. Ele irá trabalhar mais com o
cérebro do que com as mãos, isto para quem escolheu a função de pregador. Para
quem pregará esporadicamente, de vez em quando, não é o caso. Por isto requer
que o pregador seja inteligente, amante de livros, crisativo, culto e cheio de
vontade. Também, jamais se esquecendo de ser uma pessoa sempre atualizada com
os assuntos atuais, sendo quais forem (esportes, religião, política, social, etc.

4. PERFIL PSICOLÓGICO ​- O pregador tem que ser uma pessoa equilibrada


mental e emocionalmente. E através de suas palavras ele revelará este equilíbrio.
As palavras não são portadoras apenas de idéias, mas de emoções, temperamento,
motivação, etc.
Há pregadores que transmitem mais de sua personalidade quando pregam, do
que propriamente idéias, portanto, em muitos casos, o púlpito se torna num divã de
psicanalista, mas aos pregadores, muito cuidado​: o púlpito pode oferecer uma fonte de
orientação sadia (se o pregador equilibradoe ponderado em sua personalidade), como
poderá ser uma fonte de ensinamentos vazios e sem vida (quando o pregador falar de si
mesmo, e os seus ensinamentos não revelarem algo consistente e convicente).
5. PERFIL FÍSICO - O púlpito não é uma passarela onde só desfilam os mais bonitos
e mais cultos, além de elegantes e ricos. O pregador deverá ter um porte atraente,
não em beleza física, mas em postura diante da platéia.
Para o ouvinte, e principalmente para Deus, o pregador não se destacará por
ser alto ou baixo, gordo ou magro, feio ou bonito, negro ou branco, mas sim pela
forma com que se impõe ao auditório, assim sendo, não recomendamos ao pregador,
mascar chicletes, balançar mãos desnecessariamente, cruzar os braços, coçar o nariz,
cutucar a orelha, limpar os dentes, etc.

6. PERFIL SONORO - A voz como veículo de pregação é essencial para o sucesso do


pregador, para isso, dosi elementos são necessários:
a) TIMBRE - É a qualidade distintiva do som, que se apresenta sempre na mesma
altura e intensidade. O timbre ideal para pregação é médio, isto é, nem agudo,
nem grave, nem rouco, nem nasal (fanhoso).
b) DICÇÃO - É a emissão correta dos sons da voz. A dicção exige a pronúncia
correta da palavra, firmeza e clareza. A pessoa “gaga” terá sérios problemas para
ser um pregador de sucesso.

7. PREFIL SOCIAL - Ninguém gosta de passar vexame em púplico, por isso o medo
que muitos tem de falar em público. Este medo pode ser chamado de timidez ou
inibição. Sua causa fundamental é a inseguranção, insegurança emocional
decorrente de sua falta de experiência em se relacionar com o auditório,
insegurança intelectual decorrente da falta de cultura, de conhecimento. O
pregador tem que dominar a matéria que vai expor, é tão importante como
dominar a matéria é dominar o emocional.

Para estes pregadores, daremos algumas dicas de como ter sucesso em suas
exposições, pregações:
✓ Orar muito - Tanto pedindo paz, tranquilidade, como pedindo sabedoria, revelação
do Espírito pedindo esclarecimento do sermão.
✓ Analisar a grandeza de sua posição - ou seja, você está tendo o privilégio de estar ali
naquele momento, Deus quis assim, e isto deverá motivá-lo a se sentir superior.
✓ Aproveitar todas as oportunidades - É natural que o medo leve todas as pessoas à
fuga. Fugir do problema não é a solução, apenas tente ignorá-lo. Os problemas
fogem quando nós o encaramos de frente.
No caso do tímido, falar em público, é desafiar o problema e dizer: Eu não tenho
medo de você porque eu sou mais forte.
É só pregando que ficaremos aptos para a tarefa.
‘pregador, domine bem a matéria sobre a qual vai pregar (conhecimento intelectual)
domine bem mesmo. Não seja um pregador estúpido que ​sempre prega o que vier na
cabeça (na hora), e ainda dizer que faz assim porque o Espírito Santo sabe a
necessidade da igreja, e é melhor deixar o Espírito falar como ele quiser.

Domine bem as emoções (conhecimento psicológico), observe o seu corpo, suas


pernas, sua voz, etc. daí para frente deixe o Espírito Santo falar, porque na verdade,
todo sermão deveria ter dois atores: ​o figurante​, que é o pregador, e o ​protagonista da
história que é o Espírito Santo.

É muito comum encntrarmos pessoas dizendo que não é necessário interpretar


a Bíblia, mas apenas seguir o que ela diz. Isto em parte é verdade e em parte não é. É
claro que existem versículos que não requerem interpretação, mas tão somente o
desejo de seguir o que está escrito, como por exemplo: Fl. 2.14 “Fazei tudo sem
murmurações e sem contenda...”. Mas eu não posso me apegar a uma afirmação tão
simplista e achar que toda a Bíblia é assim. Existem passagens que somente com um
estudo mais detalhado chegaremos à sua compreensão clara. Neste caso, correremos o
risco de encaixar nossa Bíblia em nossas vidas e o correto é obviamente o inverso, nós
é que temos de encaixar nossas vidas à luz das verdades Bíblicas.

Quero deixar algo bem claro, ante de passarmos para a parte seguinte:
procurar texto para pregar não é fechar os olhos e onde cair eu leio, ou é resposta de
Deus para minha pregação ou meu problema. Este pode ser um processo perigoso. É
bom manter uma leitura sistemática e interpretações corretas.

TEXTO & CONTEXTO


TEXTO​ - é o versículo que você está estudando.
CONTEXTO - é o que passa ​ANTES e ​DEPOIS do texto. Ex.: em Jo. 10.11 Jesus
disse: “Eu sou o bom pastor.” O texto é Jo. 10.11, mas o contexto começa no versículo
1 e vai até o versículo 18. Este é o ​contexto imediato (ou próximo)​. Mas também existe o
contexto geral (remoto) que é o ensino Geral da Bíblia sobre um determinado assunto.
É necessário que entendamos isto, pois afinal de contas, cada versículo da Bíblia faz
parte de um todo, ou em outras palavras, de um texto maior (contexto). Texto e
Contexto não podem se contradizer. Podemos tirar lições de versículos isolados da
Bíblia, mas estas não podem tirar lições do contexto. Ex.: Mt. 12.5 “... ou não tendes
lido na lei que aos sábados os sarcedotes no templo violam o sábado e ficam sem
culpa?”. Se ficarmos apenas com este versículo teremos a falsa ilusão de que devemos
guardar um dia santificando. Mas, considerando textos que são os contextos
próximos, Mt. 12.1-8, veremos que Jesus estava ensinando que não há dia nem hora
para se fazer o bem. Salmo 14 diz: “... não há Deus... pois o povo tem se
corrompido...” Porém, se formos analisar todo o contexto deste texto, perseberemso
que há um Deus, e é o néscio quem diz que não há, o incrédulo que diz que não há.

CONTEXTO BÍBLICO E CONTEXTO HISTÓRICO

Quanto ao contexto, temos que levar em conta:


A. CONTEXTO BÍBLICO: É o ensinamento do parágrafo, do capítulo, do livro
estudado e da Bíblia toda.

B. CONTEXTO HISTÓRICO: Temos que levar em conta a época que o autor


escreveu. Se não fizermos assim, poderemos chegar à conclusões errôneas. Por
exemplo: “A poligamia (vários casamentos), ato este praticado pelos patriarcas,
não justificado à luz do Novo Testamento. Jacó teve duas esposas e várias
concubinas, porém, naquela época a situação e o contexto histórico era outro. É
incoveniente aplicarmos textos como Gn. 16.1-6; 19.30-38; Rt. 3 e 4 em nossos dias.
Os livros proféticos ‘so poderão ser entendidos à luz dos acontecimentos daquela
época, e depois passá-los para os nossos dias e tirarmos lições para nós. No Novo
Testamento há passagens que só entenderemos se conhecermos os costumes do
primeiro século do cristianismo, por exemplo: “a questão do véu, do cabelo, da
mulher não falar em público, costumes estes do primeiro século e que Paulo
aborda no seu livros de I Corítios.

Fica claro portanto que, para entendermos um texto, é necessário ​observá-lo


com atenção, ​examiná-lo com cuidado, tanto no seu todo (contexto), quanto na sua
particularidade (texto-versículo).

Quando examino um texto Bíblico, estou preocupado primeiro em considerar o


seu todo, ou seja, o que na verdade ele quer dizer e não aquilo que quero que ele diga.
Quando tentamos descobrir um ensinamento geral de um texto, estamos preocupados
com o seu ​contexto​.

Para examinar no seu todo, ou em partes, você deverá ler cuidadosamente e


várias vezes o texto escolhido. Além de escrever observações feitas e colocando ao lado
destas o versículo onde encontrou a dúvida.

Por tudo que está acima, você percebe que deverá:


a) Deixar a preguiça de lado;
b) Ter Bíblia e caneta na mão;
c) Ter persistência, vontade, perspicácia.

Observar um texto é praticamente copiá-lo novamente. A diferença é que é


uma copia inteligente, onde você descobrirá verdades, ensinamentos e aprenderá
separar assuntos podendo assim estudá-los sem confusão.

Existem 5 perguntas que ajudam na boa observação:


1. QUEM - Quando perguntamos ​quem​, descobrimos o nome da pessoa, que o texto
fala.
2. QUANDO - Quando perguntamos ​quando​, estaremos nos preocupando com a
época do acontecimento e logicamente tomaremos conhecimento da realidade da
época em que foi escrito.
3. ONDE - Quando perguntamos ​onde​, descobriremos os lugares onde estavam os
crentes, o autor, lugares, etc.
4. POR QUE​? - Quando perguntamos ​por que​, descobrimos o motivo, a causa do que
acontece.
5. COMO - Quando perguntamos ​como, de que modo​, estaremos descobrindo os
caminhos que tomaram os acontecimentos até a sua conclusão.

APLICAÇÃO PRÁTICA DOS SERMÃO (EM DATAS ESPECIAIS)

✓ Sermão de casamento (abordar futuro, cuidados, cumplicidade, etc.)


✓ Sermão de morte (abordar conforto, segurança, providência, etc.)
✓ Sermão de aniversário (abordar alegria, doação de Deus, etc.)

“... é importante que ​todo sermão​, tenha uma veia “​evangelística​”.

ORATÓRIA E GESTICULAÇÃO

I. VÓZ, OLHOS, ROSTO DO PREGADOR

A. Vóz alta, baixa: (vai depender do momento);


Vóz mutável: (um pregador não deverá pregar no mesmo tom);
Vóz lenta, corrida: (engolir palavras, não terminar freses).

B. Olhos baixos, dispersos: (prejudica a credibilidade do pregador);


Olhos lendo: (evitar fazer isto “o tempo todo”);
Olho no olho: (este seria o mais corretos, porém o pregador não poderá olhar só
para um.
Olho livre: (óculos não pode tapar, franja de cabelo, etc.).
C. Rosto do pregador: (evitar caretas, mexer exageradamente sombracelhas, morder
ou lamber a boca, lingua para fora. O correto é sorrir ou estar sério conforme o
momento, com exceção defeitos físicos.

II. POSICIONAMENTO FÍSICO E ESTÉTICO

A. Corpo​: evitar corpo deitado ou cabeça inclinada.


B. Braços:​ evitar acima da cabeça, evitar movimentos drásticos/rudes. Não apontar
pessoas, mão no bolso corretamente. Os movimentos dos braços deverão desenhar,
expressar exatamente o que o pregador estará dizendo no exato momento em que
diz.
C. Penas​: abertas ou fechadas, como estar fora de estética, pés levantados,
tremulando, etc.
D. Sentado​: como sentar corretamente.
E. Roupas​: discretas, cores discretas e combinando “se possível”.

III. TIQUES (CACOETES, TREJEITOS)

A. Coçar a cabeça, arrumar cabelo, acertar óculos, virar a cabeça, coçar a orelha,
coçar o nariz, coçar qualquer outra parte do corpo, limpar dentes ou gengivas com
a lígua, etc. “... veja bem: isto ​não deverá​ ser feito em ​exagero​, fora de controle”.
B. Não avise que ​não está​ preparado...
Não avise que ​não é​ pregador.
Não avise​ antes que vai tossir, espirrar, soar o nariz, etc.
C. Não cuspa, não escarre, não limpe o nariz com a mão, não mascar chicletes, não
chupar balas, não fale com palitos de dentes ou fio dental na boca, etc.
IV. EVITAR SE POSSÍVEL

A. Dentes podres, cores chamativas, cabelos despenteados, barba por fazer, etc.
B. Erros gritantes de português como: “Nóis somo, agente temo, etc.
C. Nunca diga: “A Bíblia Diz” se você não tem certeza. (as vezes é ditado popular e
nem você sabia).
D. Nunca diga: “Ninguém aqui faz nada...
Ninguém aqui é fiel...
Ninguém nesta igreja é fiel nos dízimos...
Todos nós somos do Senhor...
Vocês estão roubando o Senhor...

“... as pessoas que alí estarão e que fazem, que contribuem ou são fiés, poderão se
ofender”. Generalizações não fazem bem no sermão”.

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