Dimensionamento e Detalhamento de Elementos de Fundações

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Dimensionamento e detalhamento

de Elementos de Fundações.
Investigações do Subsolo - Sondagem
O conhecimento das características físicas do solo é mutio
importante, não só para a escolha do tipo de fundação e seu
dimensionamento, como também para a determinação do
“acidentes”, tais como a existência de água, de matacões e de
vazios que possam influenciar o próprio processo construtivo.

A sondagem é um procedimento que objetiva conhecer as


condições naturais do solo, visando reconhecer seu tipo,
características físicas e principalmente sua resistência.
Investigações do Subsolo - Sondagem
A sondagem possibilita ainda a determinação da profundidade
do lençol freático (água no subsolo).

Apesar de não ser o mais perfeito processo de sondagem, o


denominado Ensaio de Penetração Normal – ou SPT, inicias do
termo inglês “Standard Penetration Test”´- é o mais
comumente usado tanto no Brasil como no mundo todo. Este
método de sondagem, pela forma como é executado, é
também conhecido com sondagem a percussão.
Sondagem SPT
Trata-se de um processo de sondagem padronizado
internacionalmente. Na norma brasileira, é regulamentada
pela NBR 6484. A sondagem é realizada por um
equipamento composto de um “tripé”, do qual se deixa
cair – de uma altura padrão de 75cm – um peso, também
padrão de 65 Kgf. O peso faz penetrar no solo um tubo
de aço padronizado, que recebe o nome de amostrador
Terzaghi.
Sondagem SPT
Sondagem SPT
Várias informações são obtidas com este tipo de sondagem: o
nível da água do lençol freático, o tipo de solo e sua
resistência. Após o término da sondagem, é determinada a
cota do furo em relação a um nível de referencia fixo, como
por exemplo a cota de nível de um ponto calçada ou guia da
rua.
Conta-se quantidade de golpes necessários para cravar o
amostrador a uma profundidade de 45cm, contando-se
intermediariamente o número de golpes dos últimos 30cm de
cada metro perfurado: esse valor recebe o nome de SPT.
Sondagem SPT
Com esse número, pode-se determinar a resistência, a
consistência, a compacidade e a coesão do solo. A cada metro
perfurado, são recolhidas amostras de solo retido dentro do
amostrador. Com essas amostras, solo recebe uma
classificação visual, identificando– quanto à granulometria.
Sempre que se detectar a presença de lençol freático, deve-se
esperar o nível da água se estabilize para medir e anotar a sua
profundidade. O nível do lençol freático deve ser datado, para
que se acompanhe a suas oscilações ao longo do ano em
consequências do regime de chuvas.
Sondagem SPT
Todas as informações obtidas durante a sondagem são
registradas em uma caderneta de campo. Essas informações
são, depois, colocadas sob a forma de uma planilha denominada
perfil de sondagem.
O perfil de sondagem é graduado de metro em metro. Nele
são colocados os números de golpes a cada 15cm, de um total
de 45cm penetrado pelo amostrador. A cada metro de
profundidade, é explicado o tipo de solo, assim com suas
características de cor, consistência e compacidade; a cota de
nível d’água e respectiva data.
Sondagem SPT
É importante lembrar que alguns perfis de sondagem
apresentam diretamente o numero de golpes para os
últimos 30cm, ou seja, o SPT, pelo qual se poderá
determinar a resistência do solo.
Sondagem SPT
Sondagem SPT

NBR 6484 – Item 6.4.1:

•quando, em 3 metros sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos


15 cm iniciais do amostrador padrão;

•quando, em 4 metros sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos


30 cm iniciais do amostrador padrão;

•quando, em 5 metros sucessivos, se obtiver 50 golpes para a penetração dos


45 cm do amostrador – padrão.

NBR 6484 – Item 6.4.2:


•Dependendo do tipo de obra, das cargas a serem transmitidas às fundações e da
natureza do subsolo, admite-se a paralisação da sondagem em solos de menor
resistência à penetração do que aquela discriminada acima, desde que haja uma
justificativa geotécnica ou solicitação do cliente.
NÚMERO MÍNIMO DE SONDAGENS
▪ NBR 8036 – Item 4.1.1.2:
• Uma para cada 200 m2 de área da projeção em planta do
edifício, até 1200 m2 de área;

• Entre 1200 m2 e 2400 m2 deve-se fazer uma sondagem para


cada 400 m2 que excederem de 1200 m2 ;

• Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser fixado


de acordo com o plano particular da construção.
NÚMERO MÍNIMO DE SONDAGENS
 NBR 8036 – Item 4.1.1.2:

 Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve


ser:
• dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2;
• três para área entre 200 m2 e 400 m2

 NBR 8036 – Item 4.1.1.3:

 Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos


edifícios, como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local, o
número de sondagens deve ser fixado de forma que a distância
máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três
sondagens.
NBR 6502 – ROCHAS E SOLOS:

Categoria Diâmetro
Bloco de rocha Ø>1m
ROCHA Matacão 200 mm <Ø<1m

Pedra de mão 60 mm < Ø < 200 mm


Pedregulho 2 mm < Ø < 60 mm

Areia 0,06 mm < Ø < 2 mm


SOLO
Silte 0,002 mm < Ø < 0,06 mm

Argila Ø < 0,002 mm


NBR 6502 – ROCHAS E SOLOS:
SPT
Determinação da Resistência do solo em função do SPT.
Fundações Rasas (Sapatas / corridas, isoladas e radier)
Realização de prova de carga
Formulas teóricas (Terzaghi, Skempton)
Ensaios de laboratório
Com base no valor médio do SPT (na profundidade de ordem de
grandeza igual a duas vezes a largura estimada para a fundação,
contando a partir da cota de apoio), pode-se obter a tensão
admissível por:
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑜𝑙𝑝𝑒𝑠 (𝑆𝑃𝑇)
𝜎𝑎𝑑𝑚 = (kgf/cm²)
5
SPT
Determinação da Resistência do solo em função do SPT.

Fundações Profundas (Tubulões e Estacas)


Formulas teóricas (Aoki – Velloso, Decourt Quaresma)

Ensaios de laboratório

Com base no valor médio do SPT (na profundidade de ordem de


grandeza igual a duas vezes o diâmetro da base, a partir da cota de
apoio da mesma), pode-se obter a tensão admissível por:

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑔𝑜𝑙𝑝𝑒𝑠 (𝑆𝑃𝑇)


𝜎𝑎𝑑𝑚 = (kgf/cm²)
3 𝐴𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑜𝑢 4 𝑆𝑖𝑙𝑡𝑒 𝑜𝑢 5 (𝐴𝑟𝑔𝑖𝑙𝑎)
Fundações Diretas ou Rasas
Define-se como fundação direta ou rasa aquela em que as
cargas da edificação (superestrutura) são transmitidas ao solo
logo nas primeiras camadas. Para isto ocorrer, obviamente é
necessário que o solo, logo nessas primeiras camadas, tenha
resistência suficiente para suportar essas cargas.
A decisão pelo tipo de fundação requer o conhecimento do
solo, propiciado pela sondagem. Para efeito prático, considera-
se técnica e economicamente adequado o uso de fundação
direta quando o número de golpes do SPT for maior ou igual a
8 e a profundidade máxima não ultrapassar 2m.
Fundações Diretas ou Rasas
O primeiro limite indica a resistência mínima necessária
para uso de fundação direta; o limite de profundidade se
deve ao custo da escavação e reaterro necessário para a
execução da fundação direta, acima do qual o uso da
fundação direta torna-se antieconômico.
Fundações Diretas ou Rasas
NBR 6484 – Anexo A:
Fundações Diretas ou Rasas
Sapata Isolada
Denomina-se sapata isolada uma placa de concreto armado
cujas dimensões em planta são da mesma ordem de grandeza.
A sapata isolada é usada quando as cargas transmitidas pela
superestrutura são pontuais ou concentradas, como as cargas
de pilares e as reações cintas (vigas) na fundação. As dimensões
da sapata isolada são determinadas pelas cargas aplicadas e
pela resistência do solo, de forma que as tensões no solo
sejam no máximo iguais à sua tensão admissível (taxa do solo).
Sapata Isolada
Dimensionamento
Dimensões sapata quadrada

𝑃
A=B=
𝜎𝑠𝑜𝑙𝑜.

Dimensões da sapata retangular

𝑏−𝑎 𝑏−𝑎
B= + ² + 𝐴𝑠𝑎𝑝
2 4

𝐴𝑠𝑎𝑝
A . B = 𝐴𝑠𝑎𝑝 A=
𝐵
Sapata Isolada
Dimensionamento
Alturas útil, total e do tronco de cone da sapata
𝐴−𝑎
4

𝐵−𝑏
Altura útil: d >
4

1,4 .𝑃 𝑓𝑐𝑘
1,44. 𝑓𝑐 = 0,85 .
𝑓𝑐 1,4
Sapata Isolada
Dimensionamento
Altura da sapata : h = d + 5 cm
Altura do tronco de cone : H = h – 10 cm
Armação das sapatas
𝑃 .(𝐴−𝑎)
Direção A Força:T = 8.𝑑

𝑃 .(𝐵−𝑏)
Direção B Força:T = 8.𝑑

𝑌𝑓 .𝑇
Armação : 𝐴𝑠 = 𝑓𝑦𝑑

Cálculo do volume de concreto da sapata Isolada:


ℎ − ℎ0
V= . (A . B + a . b + 𝐴 . 𝐵 . 𝑎 . 𝑏 + A . B . ℎ0 )
3
Sapata Corrida
Sapata corrida é uma placa de concreto armado em que
uma das dimensões, o comprimento, prevalece em relação
à outra, a largura. A função da sapata corrida é distribuir
pelo solo, cargas lineares distribuídas. São exemplos de
cargas distribuídas linearmente as cargas de paredes,
sejam elas estruturais ou não.
Sapata Corrida
Sapata Corrida
Radier
 Denomina-se radier à placa única de concreto armado
que se estende por toda a área da fundação e sobre se
apoiam todos os pilares ou paredes estruturais, cujas
cargas são transmitidas ao solo ao longo de toda a área
desse radier.
 O radier é uma fundação direta e pode ser vista como
uma grande sapata.
 A soma de todas as cargas sobre o radier dividida pela
área do radier deve resultar em uma tensão inferior à sua
tensão admissível .
Radier - DIMENSIONAMENTO

• Dimensionad
as como
lajes maciças

• Armação
dupla

• Viga nas
bordas
externas
FUNDAÇÃO RASAS – QUANTO NÃO USAR
 Aterro não compactado

 Argila mole

 Areia fofa ou muito fofa

 Existência de água, onde o rebaixo do lençol d`água é


caro
Dimensionamento e detalhamento
de Elementos de Fundações.
Fundações Profundas (Estacas / Tubulões)
Tubulões
Tubulões
 Tubulões são fundações profundas, normalmente verticais,
empregadas para transmitir ao solo cargas de médio a grande
valor. Geralmente tem sua seções transversais circulares mas
não é obrigatório, podendo ser ovaladas pro exemplo.
 Essas fundações podem ser de concreto simples ou armado,
em função dos esforços solicitantes as que estão submetidas.
No caso de existir apenas cargas verticais, este tipo de tubulão
não é armado, colocando-se apenas uma ferragem de topo
para ligação com o bloco de coroamento.
 As bases dos tubulões podem ser alargadas para distribuírem a
carga com pressões compatíveis com as tensões admissíveis
dos solos na cota de assentamento.
Tubulões
Tubulões
 Dimensões
 O fuste, normalmente, é de seção circular, adotando-se
70cm como diâmetro mínimo. Através de uma portaria
do ministério do trabalho, o diâmetro mínimo do fuste é
de 80 cm, podendo usar 70cm caso seja garantido a
estabilidade da escavação. A projeção da base poderá ser
circular ou em forma de falsa elipse. Neste caso, a relação
𝑎Τ deverá ser menor ou igual a 2,5.
𝑏
Tubulões
 Dimensões
𝑃
 Área da base do tubulão: 𝐴𝑏 =
𝜎𝑠
4.𝑃
 Diâmetro da base circular: ∅𝑏 =
𝜋 .𝜎𝑠
𝜋 .𝑏2 𝑃
 Diâmetro da base falsa elipse: + b .x =
4 𝜎𝑠
𝑃 0,85 .𝑓𝑐𝑘 0,85 .𝑓𝑐𝑘
 Área do fuste do tubulão: 𝐴𝑓 = onde: 𝜎𝑐 = = ≈
𝜎𝑐 𝛾𝑐 .𝛾𝑓 1,4 . 1,8
0,337 𝑓𝑐𝑘
4.𝑃
 Diâmetro do fuste: ∅𝑓 =
𝜋 .𝜎𝑐
 O valor do ângulo α, no caso de tubulões a céu aberto, adota-se α =
60°. Assim o valor de H será:
∅𝑏 − ∅𝑓
 H= . tg 60° ∴ 𝐻 = 0,866. (∅𝑏 − ∅𝑓 ) ou H = 0,866 . ( a - ∅𝑓 )
2
quando a base for falsa elipse.
Tubulões
 Dimensões
 O valor de H deverá ser no máximo de 1,80m, a não ser que sejam
tomados cuidados especiais para garantir a estabilidade do solo.

 Ferragem Mínima
 No item 8.6.2, tabela 4 da NBR6122 de 2013 é prescrito que a
armação mínima dos tubulões é de 0,5% da área da seção
transversal do fuste.
 NBR 6122 (para fuste de 70cm) → 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑚 = 0,5 % . 𝐴𝑐 = 0,5% .
𝜋 .702
= 19,24 cm² → 10 ∅ 16,0
4
 Antes da NBR 6122:2010 → Na compressão pode-se adotar 1 cm²
de aço para cada 400 cm² da área do fuste.
 Exemplo: Para fuste de 70cm → 3.848/400 = 9,62cm² → 8 ∅ 12,5.
Tubulões
 Ferragem Mínima
 valor prático não normalizado: Na compressão adota-se
1cm² de aço para cada 400cm² da área da seção
transversal do fuste.
Estacas / Tubulões
 Obviamente, a fundação profunda é adotada quando a
fundação direta não for aconselhada, ou seja, quando o número
de golpes da sondagem (SPT) maior ou igual a 8 estiver a
profundidades superiores a 2m.

 ESTACAS
 As estacas transmitem cargas ao solo por dois mecanismos:
pelo atrito lateral entre o seu corpo e o solo e pela reação de
ponta. Em estacas muito curtas, prevalecem a reação de ponta,
ocorrendo o inverso em estacas mais longas.
Estacas / Tubulões
 Obviamente, a fundação profunda é adotada quando a
fundação direta não for aconselhada, ou seja, quando o número
de golpes da sondagem (SPT) maior ou igual a 8 estiver a
profundidades superiores a 2m.

 ESTACAS
 As estacas transmitem cargas ao solo por dois mecanismos:
pelo atrito lateral entre o seu corpo e o solo e pela reação de
ponta. Em estacas muito curtas, prevalecem a reação de ponta,
ocorrendo o inverso em estacas mais longas.
Estacas / Tubulões
 As fundações profundas podem ser classificadas em fundações
moldadas in loco ou pré-moldadas. As primeiras são
executadas furando-se o solo com um equipamento adequado
e depois preenchendo o furo com concreto, podendo ou não
ser armadas. Na pré-moldadas, o elemento de fundação –
denominado estaca – executado na indústria, sendo cravada no
solo por equipamento apropriado, o bate estaca.
Estacas / Tubulões
 CRITÉRIO PARA AVALIAÇÃO DO COMPRIMENTO DAS
ESTACAS
 Método Empírico
 Segundo YOPANAN (Guia Prático de Projeto, Execução e
Dimensionamento), para calcular o comprimento provável da estaca,
procede-se da seguinte forma: somam-se os números
correspondentes aos golpes da sondagem, o SPT, até que o valor
obtido seja igual ou superior a 60. A profundidade em que esse valor
for atingido deve ser o provável ponto de apoio da estaca. Esse
critério deve ser complementado verificando se, nesse ponto, o SPT
é no mínimo igual a 15. Adota-se como provável comprimento da
estaca o maior valor entre o obtido pelo método da soma 60 e que
expressa o SPT.
Estacas / Tubulões
 CRITÉRIO PARA AVALIAÇÃO DO COMPRIMENTO DAS
ESTACAS

 Ainda segundo ao próprio autor este método empírico cujos


resultados são bastante próximos da realidade, com erros que
não extrapolam 10%.
 Criticas a este método empírico:
1. Independe do tipo de solo;
2. Independe do tipo da estaca;
3. Independe da carga submetida à estaca.
Estacas / Tubulões
 Método Semi-Empírico

 Método de AOKI e Veloso (1975)


𝑃𝑈 = 𝑃𝐿 + 𝑃𝑃 (em toneladas)
Estacas
 Estaca Broca
A estaca broca é uma fundação profunda executada manualmente por
intermédio de um trado rotativo que também recebe o nome de broca
Estacas
 Estaca Broca
Quando o furo atingir um solo resistente – normalmente
assim definido por avaliação empírica, ou seja, quando dois
operários já não puderem aprofundar a broca – procede-se
ao seu preenchimento com concreto. Após o
preenchimento do furo com concreto, é colocada uma
armação adicional, não estrutural, cuja função é ligar a
superestrutura à broca.
Para brocas submetidas apenas a esforços de compressão,
não há necessidade de colocar a armação em toda a sua
extensão. Normalmente, são colocadas 4 barras de 6.3mm
de diâmetro, com comprimento aproximado de 2m e sem
estribo.
Estacas
 Estaca Broca

Nas borcas submetidas a flexão e a tração, as armações deverão


ser colocadas ao longo de todo o seu comprimento. A quantidade
e o diâmetro das armações devem ser adequadamente calculados.
A tabela mostra a capacidade de carga de cada broca em função
do seu diâmetro.
Diâmetro (cm) 20 25 30
Capacidade (tf) 5 7 10
Restrições ao uso:
▪ Profundidade máxima igual a 3m
▪ Não deve ser executada abaixo do N.A.
Estacas
 Estaca Strauss

A estaca Strauss é executada mecanicamente. A escavação


do furo é feita com um equipamento denominado Balde
Strauss. Após a concretagem, a estaca é armada com 6
barras de 10 ou 12,5mm de diâmetro e com 2m de
comprimento, apenas para ligação da estaca aos demais
elementos da fundação.
Estacas
 Estaca Strauss

Em princípio, não é recomendável o uso de estaca Strauss


abaixo do nível d’água. Entretanto, pode-se aceitar a sua
aplicação nessas condições desde que a execução seja
bastante cuidadosa; recomenda-se considerar a capacidade
da estaca um pouco abaixo (cerca de 30%) do valor nominal.
A estaca Strauss transmite a carga ao solo principalmente
pelo atrito de sua parede como o solo, tornando secundária
a transmissão através da ponta.
Atingindo o solo resistente, a capacidade de carga da estaca
Strauss depende apenas do seu diâmetro, conforme
apresentado na tabela a seguir.
Estacas
 Estaca Strauss

Diâmetro (cm) 32 42 52
Capacidade (tf) 35 55 85

Outras características da estaca Strauss são a facilidade de


transporte e de deslocamento do equipamento de execução
dentro da obra e a possibilidade de atingir profundidades até
25m, mais do que suficiente para a grande maioria dos casos.
Dentre as estacas com boa capacidade de carga, a Strauss é
a de menor custo.
Estacas
 Estaca escavada trado helicoidal
Este tipo de estaca assemelha-se muito à estaca Strauss, quanto à
capacidade e ao comportamento; entretanto, difere bastante na
forma de ser executada. A execução do furo é feita por uma haste
metálica montada sobre uma base incorporada a caminhões ou a
chassi metálico sobre rodas. O furo é executado fazendo-se girar
a haste helicoidal.
Estacas
 Estaca escavada trado helicoidal
Estacas
 Estaca escavada trado helicoidal

Se o equipamento utilizado apresenta esse tipo de haste em


toda a sua extensão, o furo e feito continuamente até a cota
prevista. A cada 2m a haste é posta a girar no sentido
contrário, para retirar o solo. A retirada total da haste é
realizada sem giro. Após alcançar a cota de apoio da estaca,
o furo é concretado em camadas de aproximadamente
50cm.
Como na Strauss, usa-se uma armação adicional para ligação
aos outros elementos da fundação. Pela forma como é
executada, o uso deste tipo de estaca fica restrito a solos
estáveis e isentos de lençol freático.
Estacas
 Estaca escavada trado helicoidal

Alcançando o solo resistente, a carga de trabalho da estaca


varia com o seu diâmetro, conforme mostrado na tabela a
seguir:

Diâmetro (cm) 25 30 35 40 45 50
Capacidade (tf) 20 30 40 50 60 80
Estacas
 Estaca hélice contínua

A estaca hélice contínua executada pela rotação de um tubo


metálico em torno do qual é fixada uma chapa em forma de
hélice. A extremidade do tubo central apresenta dentes que
facilitam a escavação.
Ao se alcançar a cota de apoio da estaca, inicia-se a concretagem
simultaneamente à retirada da hélice. A hélice pode ser retirada
sem rotação ou com uma lenta rotação no sentido da perfuração.
A concretagem é feita através do tubo central.
A retirada do tubo concomitante à concretagem evita a
possibilidade de confinamento do solo, o que poderia provocar
estrangulamento da seção da estaca, inviabilizando-a.
Estacas
 Estaca hélice contínua
A armação é colocada após completada a concretagem da estaca.
Ela é mergulhada na massa de concreto por gravidade ou com
auxílio de um pilão de pequena carga. Se a estaca for submetida
apenas a compressão, o comprimento da armação não ultrapassa
5m. O comprimento máximo da armação é o possível para uma
barra inteira, ou seja, 12m.
Estacas
 Estaca hélice contínua

A estaca hélice contínua apresenta, além de alta


produtividade, um elevado grau de qualidade. A sua
execução é monitorada eletronicamente. Outra vantagem
deste tipo de estaca é sua possibilidade de execução bem
próxima à divisa, diminuindo com isso as excentricidades
entre as cargas dos pilares e o centro das estacas.
Pelas características de sua execução, a estaca hélice
contínua pode atingir comprimento máximo de 30m e ser
executada abaixo do nível da água.
Estacas
 Estaca hélice contínua
Estacas
 Estaca hélice contínua
Estacas
 Estaca hélice contínua

Esta estaca apresenta como inconveniente a necessidade de


locais planos para locomoção do equipamento de execução.
As cargas nominais são apresentadas na tabela a seguir:
Estacas
 Estaca hélice contínua
Diâmetro
25 30 35 40 50 60
(cm)
Capacidade (tf) 30 45 60 80 130 190

𝐴𝑐 - é a área da seção transversal das estacas;


𝑓𝑐𝑘 - é resistência característica máxima do
concreto permitida pela NBR 6122:2010, ou seja,
20 Mpa (200 kgf / cm²);
ɣ𝑓 - é o coeficiente de majoração das cargas= 1,8
ɣ𝑐 - é o coeficiente de majoração da resistência
do concreto = 1,4.
Estacas
 Estaca Franki

Este tipo de estaca é executado mecanicamente, utilizando


um equipamento denominado bate-estaca. Este equipamento
é composta de uma torre metálica da qual é lançado um
peso, denominado pilão, cuja função é cravar a estaca no
solo. No caso da estaca Franki, o bate estaca é usado para a
cravação de um tubo metálico. Para que o tubo seja cravado
no solo, é colocado na sua ponta um volume de concreto
bastante seco, que desenvolve grande atrito com a parede
do tubo. O volume de concreto seco é denominado bucha.
Estacas
 Estaca Franki
Ao ser socada pelo pilão, a bucha empurra junto consigo o
tubo metálico, fazendo-o penetrar no solo. Ao atingir a cota
de apoio da estaca, o tubo é preso por cabos de aço ao bate
estaca. A bucha é expulsa pelo pilão, formando a ponta da
estaca. Após a execução da ponta, é colocada a armação e,
em segunda, procede-se à concretagem do fuste.
A concretagem do fuste é feita em camadas da ordem de
50cm, ao mesmo tempo em que o tubo de aço é
paulatinamente sacado.
Pela forma de execução, as estacas Franki podem ser
aplicadas a qualquer tipo de solo e também abaixo do nível
da água. São normalmente usadas para obras com grande
cargas nos pilares. A sua capacidade mínima,
economicamente viável, é de 45 tf.
Estacas
 Estaca Franki

As capacidades normais das estacas Franki em função do seu


diâmetro são apresentada na tabela a seguir. A mesma tabela
apresenta as armações recomendadas assim como as
profundidades máximas.
Estacas
 Estaca Franki
Estacas
 Estaca Franki
Estacas
 Estaca Franki
Estacas
 Estaca Franki
Diâmetro (cm) 30 35 40 52 60
Profundidade
15 18 22 30 35
máxima (m)
Armação a
4 Ø 12.5 4 Ø 16.0 4 Ø 16.0 4 Ø 20.0 4 Ø 22.0
compressão
Armação a tração 4 Ø 16.0 4 Ø 16.0 4 Ø 20.0 4 Ø 25.0 4 Ø 25.0
Carga admissível a
45 55 80 130 170
compressão (tf)
Carga admissível a
8,5 10 13 24 27
tração (tf)
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)
Neste tipo de solução, as estacas são fornecidas prontas,
normalmente já executadas em indústrias e são cravadas no
solo mediante equipamento denominado bate-estaca,
semelhante ao já descrito para as estacas Franki. Podem ser
de madeira, de aço ou de concreto.
 Estacas de madeira
Muito usada até meados do século passado, esta modalidade
de estaca, hoje em dia, é mais utilizada em obras
temporárias. Nessas obras, utiliza-se comumente o tronco
de eucalipto, com diâmetro acima de 15cm.
Durante a cravação, a cabeça da estaca deve ser protegida
por um chapei metálico, para evitar que o peso do pilão a
danifique.
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)

 Estacas de madeira
A carga admissível das estacas de madeira varia em função
da espécie de madeira utilizada.

 Estacas de aço
As estacas de aço são empregadas, principalmente, em
situações em que o uso de estacas de concreto não é
adequado.
A necessidade de diminuir a vibração de cravação, por
exemplo, na execução de estaqueamento próximo a obras
existentes e sensíveis indica o uso de estacas metálicas.
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)
 Estacas de aço
Atravessar camadas de solo que apresentem atrito alto com
a estaca de concreto de concreto é outra situação em que o
uso de estacas metálicas torna-se recomendável. Os perfis
usados nas estacas metálicas são em sua maioria perfis
laminados, perfis de chapas soldadas ou até mesmo trilhos
de trem.
 Estacas de concreto armado e protendido
Estas estacas forma, durante muitos anos, as mais utilizadas.
Hoje, em algumas situações, estão sendo substituídas por
outras soluções mais adequadas tanto técnica quanto
economicamente.
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)

 Estacas de concreto armado e protendido


As estacas de concreto são executadas industrialmente,
moldadas em fôrmas metálicas e são geralmente fornecidas
com comprimento máximo de 12m. Quando houver
necessidade de comprimentos maiores, as estacas deverão
ser emendadas no canteiro. As emendas podem ser feitas de
duas formas: com capuz metálico ou por soldagem.
As estacas vazadas são interessantes para grandes diâmetros,
acima de 40cm, pois apresentam menor peso próprio,
facilitando o seu manuseio.
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)
 Estacas de concreto armado e protendido
As estacas de concreto são armadas apenas para suportar o
seu próprio peso durante o transporte, pois quando estão
na posição horizontal comportam-se como verdadeiras
vigas.
As estacas protendidas, além de resistir melhor aos esforços
de transporte, apresentam também melhor comportamento
durante a cravação, sendo menos suscetíveis a trincas.
A estaca é cravada pela queda de um martelo (pilão) sobre a
cabeça da estaca. Um problema que pode aparecer durante
a cravação da estaca e a ruptura da sua cabeça em
consequência dos esforços provocados pelo choque do
pilão.
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)

Para reduzir este problema, as estacas recebem na sua cabeça


um coxim de madeira para amenizar os efeitos dos choques.
As cargas nominais das estacas são normalmente fornecidas
pelos fabricantes das estacas em função da sua forma e do seu
diâmetro, como pode ser visto nas tabelas a seguir:
Estacas centrifugadas

Diâmetro (cm) 20 23 26 33 38 42 50 60 70

Capacidade (tf) 30 40 50 75 90 115 170 230 300


Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto, madeira ou aço)

Estacas vibradas quadradas

Lado (cm) 15x15 17x17 21,5x21,5 23,5x23,5 26,5x26,5


Capacidade (tf) 32 40 67 82 108

Estacas vibradas circulares

Diâmetro (cm) 38 42 52
Capacidade (tf) 138 158 244
Estacas
 Estacas pré-moldadas (concreto)

É conveniente notar que as cargas acima são nominais; as cargas


reais poderão ser menores em função do solo e do
comprimento das estacas.
As estacas de concreto não são armadas para absorver cargas
horizontais que, no entanto, podem ser aceitas se forem
pequenas, da ordem de 10% da capacidade vertical da estaca.
CAPACIDADE DE CARGA X SEÇÃO TRANSVERSAL

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