O Populismo No Brasil

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Tema: Populismo no Brasil

O que é populismo?

Populismo é um termo utilizado para explicar um conjunto de práticas associadas a políticos, sobretudo da América
Latina, durante boa parte do século XX. No caso do Brasil, essa expressão é utilizada como forma de explicar as
características dos governantes do Brasil do período entre 1930 e 1964. A definição populismo fez, inclusive, com que
o período de 1946 a 1964 ficasse conhecido como “República Populista”. De acordo com a definição clássica desse
termo, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram exemplos práticos de políticos
populistas no Brasil. Características do populismo. Com base na definição básica de populismo, o historiador Marcos
Napolitano listou as seguintes características:

1. Relação direta e não institucionalizada entre o líder e as massas: apresenta-se aqui a clássica definição do “líder
carismático”, aquele que cria uma relação de proximidade com as massas sem passar por nenhuma instituição política,
mas unicamente por seu carisma.

2. Forte nacionalismo econômico e defesa da união das massas: relaciona-se à tendência dos políticos populistas a
adotarem medidas econômicas nacionalistas. Além disso, o discurso é sempre voltado para a conciliação das
diferentes classes sociais. Assim, o líder não fala por uma classe específica, mas pela nação.

3. Liderança política baseada no carisma pessoal e na rede de clientelismo: o poder do líder político é centralizado no
seu carisma e na rede de troca de favores desenvolvida a partir dessa liderança.

4. Frágil sistema partidário: as instituições políticas das nações com regimes populistas eram frágeis. Além disso,
apresentava-se um sistema partidário muito embrionário (ou inexistente), uma vez que o poder era concentrado na
figura do líder e não no sistema político institucionalizado. Essa caracterização do populismo não está relacionada
somente à realidade brasileira do período citado (1930-1964), mas é usada também para explicar as experiências
históricas de outros países da América Latina, como o peronismo (Argentina), o cardenismo (México) e o aprismo
(Peru). No Brasil, o grande símbolo do populismo foi Getúlio Vargas, sobretudo durante o período da Era Vargas de
1930 a 1945. Além disso, essa explicação levanta a hipótese de que o populismo teria sido um estágio intermediário
enfrentado por sociedades “atrasadas” em processo de desenvolvimento e modernização da sua sociedade. Essa ideia
fala que, por essas sociedades enfrentarem tensões muito fortes à medida que se urbanizavam, o populismo teria sido o
estágio político responsável por mediar esse conflito de interesses na transição para um estágio de maior
desenvolvimento.

Críticas

O uso do termo populismo como explicação para os fenômenos políticos do Brasil e da América Latina foi muito
forte durante grande parte do século XX. No caso do Brasil, essa expressão perdeu parte de sua importância a partir da
década de 1990, quando historiadores e cientistas políticos começaram a levantar hipóteses de que o populismo não
era capaz de explicar toda a experiência histórica do Brasil do período em questão. A primeira ideia questionada foi de
que as massas eram manipuladas pelo discurso do líder carismático. Os novos estudos ressaltam que, na verdade, as
massas não eram manipuladas pelo líder político, mas enxergavam-no como o responsável por satisfazer suas
demandas. Esses historiadores também questionam elementos centrais do populismo, como a ideia de que a relação do
líder com o povo não era institucionalizada. Em relação a essa questão, considera-se o fato de que todos os presidentes
do período de presidentes que assumiram o governo do Brasil durante esse período, recomendamos o acesso a este
texto.

Populismo de direita

Recentemente, surgiu na ciência política o populismo de direita, conceito utilizado para definir práticas consideradas
populistas utilizadas por políticos que estão à direita no espectro político ou que apresentam discursos conservadores.
Segundo estudiosos da área, o crescimento do populismo de direita é um fenômeno que acontece há,
aproximadamente, 30 anos e que está relacionado com crises sociais e políticas, bem como com mudanças causadas
pela globalização. Os cientistas afirmam que, no populismo de direita, os políticos assumem práticas consolidadas do
populismo, como a personificação das vontades do líder como vontade do povo, aliadas a outras práticas, como o
discurso antielite e os ataques contra o intelectualismo. Outra característica muito forte do populismo de direita
apontada pelos analistas é o discurso anti-imigração.

Agora é sua vez! Responda as questões a seguir:

01. A definição de populismo defendida por uma série de historiadores e cientistas sociais comporta algumas
características específicas na forma de governar. Sobre as características do populismo, assinale abaixo se cada uma
das alternativas está CERTA ou ERRADA.

a. O populismo entrou em crise no momento em que não conseguiu mais negociar os interesses – muitas vezes
antagônicos – das elites econômicas e das classes trabalhadoras. ( ) Certo ( ) Errado

b. Os governos populistas também eram marcados pela desarticulação das oposições políticas e pela troca dos
“favores ao povo” pelo apoio incondicional ao grande líder responsável pela condução do país. ( ) Certo ( ) Errado

c. A política populista era marcada pela ascensão de partidos políticos que buscavam sustentar sua atuação no interior
do Estado através do amplo apoio das maiorias. ( ) Certo ( ) Errado

d. A tendência populista priorizava o atendimento das demandas das classes menos favorecidas, colocando tal opção
como uma necessidade urgente frente aos “inimigos da nação”. ( ) Certo ( ) Errado

e. A ascensão dos regimes populistas sempre foi estimulada por determinados grupos políticos internos ou
estrangeiros, que não se importavam com o discurso nacionalista dos líderes. ( ) Certo ( ) Errado

02. O populismo não foi um fenômeno restrito ao Brasil, pesquise e anote em seu caderno quais outros países da
América Latina experimentaram o populismo como forma de governar, na primeira metade do século XX?

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