Manual para A Dispensação de Medicamentos: - Sujeitos A Controle Especial
Manual para A Dispensação de Medicamentos: - Sujeitos A Controle Especial
Manual para A Dispensação de Medicamentos: - Sujeitos A Controle Especial
Ensin
o
CIM
Publicações
Informação
Ass
esso
ria
Centro de Informação
CRF-PR
Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná
CRF-PR
sobre Medicamentos
Centro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Paraná
AUTORES
Rafaela Grobe
Farmacêutica do CIM/CRF-PR
COLABORADORES
Edivar Gomes
Farmacêutico Gerente do
Departamento de Ética do CRF-PR
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Dayane Carvalho
PROJETO GRÁFICO
Gustavo Lavorato
DIRETORIA
CONSELHEIROS
CONSELHEIROS FEDERAIS
Apresentação..........................................................................................................5
Introdução..............................................................................................................6
Guarda e responsabilidade..........................................................................................7
Análise do receituário................................................................................................7
Tipos de receituário..................................................................................................7
Validade do receituário..............................................................................................8
Quantidades máximas para dispensação..........................................................................9
Carimbo de identificação do prescritor...........................................................................11
Prescrição por cirurgiões-dentistas e médicos veterinários..................................................12
Autoprescrição.......................................................................................................12
Intercambialidade...................................................................................................12
Carimbo informativo da quantidade dispensada...............................................................13
Devolução de medicamentos......................................................................................13
Solicitação remota para dispensação............................................................................13
Fracionamento.......................................................................................................13
Escrituração..........................................................................................................14
Balanços..............................................................................................................15
Manipulação..........................................................................................................16
Antimicrobianos.....................................................................................................18
Resumo do receituário, prescrição e balanços de medicamentos sujeitos a controle especial.........23
Modelos de receita e notificações de receita...................................................................24
Referências...........................................................................................................31
Endereços eletrônicos úteis........................................................................................34
D
úvidas relacionadas a medicamentos sujeitos a controle especial
sempre foram frequentes ao longo dos 20 anos de existência do
CIM/CRF-PR. Esta constatação não causa estranheza, já que há
muitas regras gerais e várias exceções espalhadas por diferentes normas.
Além disso, existe uma grande preocupação por parte dos farmacêuti-
cos em fazer cumprir a legislação e impedir o acesso indiscriminado a
medicamentos que podem causar dependência, malformações fetais ou
aumento do risco cardiovascular, entre outros efeitos associados ao uso
indevido destas substâncias.
MANUAL
MANUAL PARA
PARA AA DISPENSAÇÃO
DISPENSAÇÃO DE
DE MEDICAMENTOS
MEDICAMENTOS SUJEITOS
SUJEITOS AA CONTROLE
CONTROLE ESPECIAL
ESPECIAL 55
INTRODUÇÃO
A Portaria no 344 de 12 de maio de 1998 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde (SVS/MS) é a principal legislação nacional sobre o comércio de medicamentos sujeitos a con-
trole especial. Nela, as substâncias estão distribuídas em listas que determinam a forma como devem
ser prescritas e dispensadas (Quadro 1).
Estas listas (Anexo I da Portaria no 344) são atualizadas através de Resoluções de Diretoria
Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem ser acessadas por todos
os profissionais que trabalham com substâncias sujeitas a controle especial (veja na página anterior
como obter a lista atualizada).
Quadro 1
Denominações das listas de substâncias sujeitas a controle especial
LISTA DENOMINAÇÃO
A1 Lista das substâncias entorpecentes
Lista das substâncias entorpecentes de uso permitido somente
A2
em concentrações especiais
A3 Lista das substâncias psicotrópicas
B1 Lista das substâncias psicotrópicas
B2 Lista das substâncias psicotrópicas anorexígenas
C1 Lista das outras substâncias sujeitas a controle especial
C2 Lista das substâncias retinoicas
C3 Lista das substâncias imunossupressoras
C4 Lista das substâncias antirretrovirais
C5 Lista das substâncias anabolizantes
D1 Lista das substâncias precursoras de entorpecentes e/ou psicotrópicos
Lista de insumos químicos utilizados para fabricação e
D2
síntese de entorpecentes e/ou psicotrópicos
Lista de plantas proscritas que podem originar substâncias
E
entorpecentes e/ou psicotrópicas
LISTA F - Lista das substâncias de uso proscrito no Brasil
F1 Substâncias entorpecentes
F2 Substâncias psicotrópicas
F3 Substâncias precursoras
F4 Outras substâncias
Fonte: Portaria SVS/MS no 344/1998
ANÁLISE DO RECEITUÁRIO
O farmacêutico é responsável por analisar as prescrições e só pode aviar ou dispensar os
medicamentos quando todos os itens da receita e da Notificação de Receita estiverem devidamente
preenchidos.
A Receita de Controle Especial e a Notificação de Receita devem estar preenchidas de forma
legível, com a quantidade escrita em algarismos arábicos e por extenso, sem emenda ou rasura. Tam-
bém devem estar preenchidos o nome e o endereço completo do paciente e a data de emissão.
DICA
Para evitar informações incorretas, deve-se solicitar o documento de identificação do compra-
dor para o preenchimento dos dados na Receita de Controle Especial ou Notificação de Receita.
TIPOS DE RECEITUÁRIO
As prescrições de substâncias sujeitas a controle especial devem ser realizadas em Receita de
Controle Especial ou Notificação de Receita.
A Receita de Controle Especial é utilizada para a prescrição de substâncias das listas C1 e C5
e adendos das listas A1, A2 e B1. Ela deve ser preenchida em duas vias, manuscrita, datilografada ou
informatizada e apresentar em destaque os dizeres: “1a via – Retenção da Farmácia ou Drogaria” e “2a
via – Orientação ao Paciente”.
IMPORTANTE
Em certos casos, uma substância está presente em determinada lista, mas é prescrita
com receituário diferente do padrão. Isto ocorre quando há previsão nos adendos que constam
ao final de cada lista.
O zolpidem, por exemplo, pertence à lista B1 e, como regra geral, deveria ser prescri-
to através de receita e Notificação de Receita B. O adendo da lista B1, porém, estabelece que
medicamentos contendo zolpidem em quantidade de até 10 mg por unidade posológica devem
ser prescritos em Receita de Controle Especial em duas vias.
Portanto, apesar de o zolpidem pertencer à lista B1, comprimidos de zolpidem con-
tendo até 10 mg devem ser prescritos em Receita de Controle Especial em duas vias e não em
Notificação de Receita B.
VALIDADE DO RECEITUÁRIO
Prazo: Excetuando-se as prescrições de medicamentos da lista C3, as demais têm validade por
até 30 dias a partir da data do preenchimento.
QUANTIDADES MÁXIMAS
PARA DISPENSAÇÃO
Como regra geral, medicamentos contendo substâncias das listas A, B2 (exceto sibutramina)
e C2 podem ser dispensados em quantidade de até cinco ampolas (no caso de formulações injetáveis)
ou quantidades suficientes para até 30 dias de tratamento (no caso de outras formas farmacêuticas,
incluindo as formas líquidas).
Medicamentos contendo substâncias das listas B1, C1 e C5 podem ser dispensados em quanti-
dade de até cinco ampolas (no caso de formulações injetáveis) ou quantidades suficientes para até 60
dias de tratamento (no caso de outras formas farmacêuticas, incluindo as formas líquidas).
IMPORTANTE
Medicamentos antiparkinsonianos e anticonvulsivantes podem ser prescritos em quantidades
suficientes para até seis meses de tratamento.
Quadro 2
Doses máximas diárias permitidas para substâncias psicotrópicas anorexígenas.
DICA
Para o cálculo da duração de um frasco de medicamento em gotas, deve-se levar em considera-
ção a dose e a posologia que constam na receita e a concentração e o volume da apresentação
farmacêutica.
Exemplo:
Informações da receita:
Fluoxetina gotas (20 mg/ml): utilizar 20 gotas uma vez ao dia.
Informações do produto:
Frasco contendo 20 ml, em que 20 gotas correspondem a 1 ml.
Cálculo:
O paciente utilizará 20 gotas ao dia, portanto se 20 gotas equivalem a 1 ml, então o paciente
utilizará 1 ml/dia. Como o frasco contém 20 ml, um frasco será suficiente para 20 dias de tra-
tamento.
Exemplo:
Informações da receita:
Carbamazepina comprimidos de 200 mg. Usar dois comprimidos por via oral, duas vezes ao dia
por 60 dias.
Cálculo:
O paciente utilizará quatro comprimidos ao dia por 60 dias, portanto serão necessários 240
comprimidos para atender à prescrição. Caso a farmácia disponha apenas de caixas contendo
20 comprimidos de 200 mg, o paciente poderá receber 12 caixas que serão suficientes para 60
dias de tratamento.
Em grande parte das receitas a quantidade é expressa em número de caixas, o que não permite
saber com exatidão quantas unidades são desejadas pelo prescritor. Neste caso, o mais sensato
é não ultrapassar a quantidade de embalagens prescrita, além de não superar a quantidade
máxima permitida em termos de tempo de tratamento.
CARIMBO DE IDENTIFICAÇÃO
DO PRESCRITOR
O carimbo não é obrigatório na Receita de Controle Especial nem na Notificação de Receita
quando os dados do profissional estiverem impressos no cabeçalho da receita ou no campo do emi-
tente, respectivamente. No caso de o profissional pertencer a uma instituição ou estabelecimento
hospitalar, ele deverá identificar sua assinatura manualmente (desde que legível) ou com carimbo,
constando também a inscrição no conselho profissional.
DICA
Podem ser citados como exemplos de medicamentos utilizados em odontologia: analgésicos
opioides como codeína e tramadol, anti-inflamatórios inibidores seletivos da cicloxigenase-2
como celecoxibe e etoricoxibe e fármacos utilizados no tratamento de dores crônicas na man-
díbula ou face como amitriptilina, carbamazepina e gabapentina.
AUTOPRESCRIÇÃO
O Conselho Federal de Medicina recomenda que os médicos não autoprescrevam entorpe-
centes ou psicotrópicos, entretanto a legislação não veda a autoprescrição de substâncias sujeitas a
controle especial por profissionais habilitados.
INTERCAMBIALIDADE
Aplicam-se aos produtos sujeitos a controle especial as mesmas regras de substituição dos de-
mais medicamentos. Portanto, há intercambialidade entre o medicamento de referência e o genérico
e também entre o medicamento de referência e o similar equivalente (Resolução RDC no 58/2014 da
Anvisa). Também devem ser observadas as as seguintes regras:
• Nas farmácias privadas: A prescrição pode ser realizada pelo nome genérico ou marca co-
mercial. Medicamentos similares não intercambiáveis podem ser dispensados apenas quando prescri-
tos por sua marca comercial, não sendo permitida a sua substituição.
CARIMBO INFORMATIVO
DA QUANTIDADE DISPENSADA
Os estabelecimentos devem possuir carimbo próprio, que será utilizado para anotar no verso
da Receita de Controle Especial retida ou da Notificação de Receita a quantidade dispensada e o nú-
mero do lote. No caso de preparações magistrais, também deve ser anotado o número de registro da
receita no livro de receituário.
DEVOLUÇÃO DE MEDICAMENTOS
Medicamentos sujeitos a controle especial dispensados não podem ser devolvidos ao estabe-
lecimento, exceto nos casos previstos no Código de Defesa do Consumidor (ex: produto com defeito).
SOLICITAÇÃO REMOTA
PARA DISPENSAÇÃO
Medicamentos sujeitos a controle especial não podem ser comercializados por meio remoto.
FRACIONAMENTO
Medicamentos sujeitos a controle especial não podem ser fracionados.
Cadastramento de produtos
A partir da segunda versão do SNGPC, o inventário dos produtos deve ser enviado ao sistema
da Anvisa via transmissão de arquivo.
Para o envio do inventário de medicamentos, devem ser informados: a classe terapêutica a
qual o medicamento pertence (sujeito a controle especial), o número do registro do medicamento no
Ministério da Saúde (que pode ser obtido nas embalagens dos próprios produtos ou ainda consultados
no endereço eletrônico da Anvisa), o número do lote (que diferencia entre letras maiúsculas e minús-
culas e espaço entre os caracteres), a quantidade e a unidade de medida.
Para os insumos, no caso de farmácias de manipulação, devem ser informados: a classe te-
rapêutica a qual o insumo pertence (sujeito a controle especial), o código da Denominação Comum
Brasileira (DCB), o CNPJ da empresa fornecedora, o número do lote, a quantidade e a unidade de
medida do insumo (gramas). Para consultar os códigos DCB, a Farmacopeia Brasileira mantém a lista
atualizada disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/dcb.htm.
Deve-se tomar cuidado com a informação da classe terapêutica. Por exemplo, se um medica-
mento controlado for informado (na entrada do inventário) como sendo um antimicrobiano, sua saída
com receita com data posterior a 10 dias da prescrição não será aceita pelo sistema.
BALANÇOS
Os estabelecimentos devem apresentar balanços com a movimentação de estoques dos me-
dicamentos sujeitos a controle especial para visto e conferência pela Vigilância Sanitária local. Os
balanços contêm duas partes: balanço completo (que resume as quantidades iniciais, quantidades de
entradas, saídas, perdas e saldo final em estoque no período) e balanço de aquisições (que contém a
descrição de todas as aquisições, com número de nota fiscal, identificação do fornecedor e quantida-
de adquirida).
Prazos de entrega
Esses balancetes são trimestrais e anuais. Os trimestrais devem ser entregues até 15 de abril,
15 de julho, 15 de outubro e 15 de janeiro, contendo a movimentação do primeiro, segundo, terceiro
e quarto trimestre, respectivamente. O balancete anual deve ser entregue até 31 de janeiro do ano
subsequente.
BMPO e BSPO
Os Balanços de Medicamentos Psicoativos e Outros Sujeitos a Controle Especial (BMPO) com a
movimentação de estoques de medicamentos industrializados contendo substâncias das listas A, B2 e
C4 devem ser entregues em duas vias por farmácias e drogarias. No Paraná, em cumprimento à Reso-
lução Estadual no 225/1999, farmácias hospitalares e clínicas médicas e veterinárias devem entregar
o BMPO referente aos medicamentos das listas A, B, C1, C2, C4 e C5, também em duas vias.
Arquivamento
Os balanços, assim como documentos referentes às entradas e saídas, contendo substâncias
da lista C2 devem ser arquivados no estabelecimento por cinco anos. Segundo a Lei no 9965/2000,
as receitas contendo anabolizantes também devem permanecer arquivadas por cinco anos. A docu-
mentação referente à movimentação de medicamentos ou substâncias pertencentes às demais listas
precisa ser arquivada por dois anos. Ao fim dos prazos, os documentos podem ser destruídos.
MANIPULAÇÃO
Drogarias, ervanários e postos de medicamentos não podem captar receitas com prescrições
magistrais e oficinais. Somente as farmácias com manipulação poderão receber essas receitas para
aviamento, sendo vedado qualquer tipo de intermediação.
É proibida a manipulação de substâncias da lista C2 (retinoicas) para uso sistêmico. A manipu-
lação de isotretinoína, mesmo para uso tópico, é proibida. As demais substâncias retinoicas para uso
tópico podem ser manipuladas, desde que a farmácia possua certificado de Boas Práticas de Manipu-
lação.
Também é proibida a manipulação de substâncias da lista C3 (imunossupressoras).
Conforme determina a Resolução RDC no 50/2014, a manipulação de formulações contendo
femproporex, anfepramona, mazindol ou sibutramina só é permitida quando a substância estiver pre-
IMPORTANTE
Atualmente não há medicamentos contendo femproporex, anfepramona ou mazindol registra-
dos na Anvisa, portanto sua manipulação não está permitida.
Concentrações máximas
Nas formulações magistrais, deve-se observar as concentrações máximas que constam de lite-
raturas oficialmente reconhecidas. Para as substâncias psicotrópicas anorexígenas, as doses máximas
diárias estão definidas na Resolução RDC no 50/2014 (Quadro 2).
Associações
Não é permitida a associação, com finalidade exclusiva de tratamento de obesidade, de subs-
tâncias anorexígenas entre si ou com ansiolíticos, antidepressivos, diuréticos, hormônios ou extratos
hormonais e laxantes, simpatolíticos ou parassimpatolíticos, bem como quaisquer substâncias com
ação medicamentosa, seja na mesma preparação ou em preparações separadas.
É proibida a associação de substâncias ansiolíticas a substâncias simpatolíticas e parassimpa-
tolíticas.
Ajustes
Será permitida a aplicação do fator de equivalência entre as substâncias e seus respectivos
derivados (base/sal) em prescrições contendo formulações magistrais, sendo necessário que as quan-
tidades correspondentes estejam devidamente identificadas nos rótulos da embalagem primária do
medicamento.
No preenchimento dos Balanços de Substâncias Psicoativas e Outras Sujeitas a Controle Es-
pecial, é vedada a utilização de ajustes utilizando o fator de correção. A aplicação de ajustes dessas
substâncias, que compõem os dados do BSPO, será privativa da autoridade sanitária competente do
Ministério da Saúde.
Modelo de receita
Não existe um modelo específico para o receituário de antimicrobianos. Basta que a receita
seja feita em duas vias, contendo o nome completo, idade e sexo do paciente. Caso o prescritor não
informe a idade e o sexo do paciente, esses dados podem ser preenchidos pelo farmacêutico respon-
sável pela dispensação.
Validade da receita
As receitas têm validade em todo o território nacional, mas só podem ser atendidas em até
10 dias a partir da sua emissão. Portanto, a data de emissão corresponde ao primeiro dia de validade
da receita.
Quantidades máximas
Diferentemente dos medicamentos controlados pela Portaria nº 344/1998, para os antimi-
crobianos não há uma quantidade limite para prescrição e também não há um número máximo de
substâncias que podem ser prescritas na mesma receita. Receitas de antimicrobianos podem, inclu-
sive, conter qualquer outra classe de medicamentos, exceto aqueles controlados pela Portaria nº
344/1998.
Dispensação
Sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade exatamente prescrita para
o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação fracionável. Nos casos em que não for
possível a dispensação da quantidade exata por não haver no mercado apresentação farmacêutica
com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade
Uso prolongado
Em casos de uso prolongado, é possível a aquisição de antimicrobianos dentro de até 90 dias
da emissão da receita. Para isso, ela deverá conter a indicação “uso prolongado” e a quantidade que
será utilizada para ao menos 30 dias. A aquisição poderá ser feita de forma parcelada para cada 30
dias de tratamento (três atendimentos) ou para todo o período (atendimento único para até 90 dias).
A aquisição mensal poderá ser feita em um mesmo estabelecimento ou em locais diferentes. No pri-
meiro caso, o farmacêutico deve reter a segunda via no primeiro atendimento e atestar cada dispen-
sação mensal na parte da frente de ambas as vias. No segundo caso, o farmacêutico deve conferir se a
prescrição é para tratamento prolongado e se já houve uma venda anterior. Ele deve então fazer uma
cópia da via do paciente e atestar o novo atendimento na parte da frente de ambas as vias.
Escrituração
A retenção e a escrituração das receitas são obrigatórias. Farmácias e drogarias privadas de-
vem realizar essa escrituração no SNGPC, porém, unidades de dispensação públicas como Farmácia
Popular do Brasil devem escriturar a movimentação de antimicrobianos em Livro de Registro Especí-
fico para Antimicrobianos ou por meio de sistema informatizado aprovado pela Vigilância Sanitária
local.
Balanços
Não é necessária a apresentação de balanços de movimentação de estoque dessas substâncias
à Vigilância Sanitária local; entretanto, toda a documentação referente à movimentação (receitas,
notas fiscais, comprovantes de devolução ou perda) deve permanecer arquivada por dois anos.
Legenda: NR=Notificação de Receita; Inj: apresentação injetável; BSPO=Balanço de Substâncias Psicoativas e outras Sujeitas a
Controle Especial; BMPO= Balanço de Medicamentos Psicoativos e outros Sujeitos a Controle Especial; RMNRA=Relação Mensal
de Notificações de Receita A; RMNRB2= Relação Mensal de Notificações de Receita B2; *Conforme artigo 7º da Resolução SESA-PR
590/2014, farmácias e drogarias não devem entregar BMPO referente às listas B1, C1, C2 e C5, sendo a entrega ainda necessária
para as listas A, B2 e C4 (art. 69 da Portaria 344/1998).
Notificação de Receita A
Notificação de Receita B
A ser preenchido pela Farmácia de manipulação no caso de o medicamento ter sido prescrito com indicação de ser manipulado:
Eu, Dr.(a) _______________________________________________, registrado(a) no Conselho Regional de Farmácia do Estado sob o número ___________________,
sendo o responsável técnico da Farmácia _________________________________________, situada no endereço _____________________________________________,
sou responsável pelo aviamento e dispensação do medicamento contendo sibutramina para o paciente ___________________________.
Informei ao paciente que:
1. Deve informar à farmácia responsável pela manipulação do medicamento relatos de eventos adversos durante o uso do medicamento; e
2. É responsabilidade do responsável técnico da Farmácia notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, por meio do sistema NOTIVISA, as suspeitas de eventos
adversos de que tome conhecimento.
3. Para viabilizar e facilitar o contato, disponibilizo ao paciente os seguintes telefones, e-mail, fax, ou outro sistema de contato: ______________________________
MANUAL
MANUAL PARA
PARA AA DISPENSAÇÃO
DISPENSAÇÃO DE
DE MEDICAMENTOS
MEDICAMENTOS SUJEITOS
SUJEITOS AA CONTROLE
CONTROLE ESPECIAL
ESPECIAL 29
29
TERMO DE RESPONSABILIDADE DO
PRESCRITOR PARA USO DE MEDICAMENTO
CONTENDO AS SUBSTÂNCIAS ANFEPRA-
MONA, FEMPROPOREX, MAZINDOL
Eu, Dr.(a) _______________________________________, registrado no Conselho Regional de Medicina do Estado sob o número ___________________, sou o responsá-
vel pelo tratamento e acompanhamento do(a) paciente _____________________________, do sexo ___________________, com idade de ______ anos completos, com
diagnóstico de __________________________________, para quem estou indicando o medicamento à base de _________________.
Informei ao paciente que:
1. Não há dados técnicos e científicos que demonstrem a eficácia e a segurança do uso desse medicamento no controle da obesidade.
2. O uso desse medicamento no Brasil foi autorizado e é monitorado pela RDC/ANVISA Nº 50 de 25 de setembro de 2014.
3. O paciente deve informar ao médico prescritor toda e qualquer intercorrência clínica durante o uso do medicamento.
4. É responsabilidade de o médico prescritor notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, por meio do sistema NOTIVISA, as suspeitas de eventos adversos
de que tome conhecimento.
5. Para viabilizar e facilitar o contato, disponibilizo ao paciente os seguintes telefones, e-mail, fax, ou outro sistema de contato: ______________________________.
Assinatura: _____________________________________
Data: ____/____/_____
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota técnica sobre a RDC no 20/2011. Dis-
ponível em: <http://www.anvisa.gov.br/sngpc/documentos%202013/Nota_Tecnica_RD-
C_n_20_2011_24_09_2013_x.pdf>. Acesso em 12 fev. 15.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Nota técnica nº 003/2013 - Versão 2.0 SNGPC. Dis-
ponível em: <http://www.anvisa.gov.br/sngpc/documentos%202013/Nota_Tecnica_n_003-2013_CS-
GPC_NUVIG_ANVISA2.pdf>. Acesso em 12 fev. 15.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Projeto SNGPC para Farmácias e Drogarias. Guia para
geração do padrão de transmissão SNGPC. Versão 2.2. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/
sngpc/Documentos2012/Manual_SNGPC_2.0_2.pdf>. Acesso em 12 fev. 15.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 16, de 2 de março de 2007. Aprova
o regulamento técnico para medicamentos genéricos, Anexo I. Acompanha esse regulamento o Anexo
II, intitulado “Folha de rosto do processo de registro e pós-registro de medicamentos genéricos”. Di-
ário Oficial da União, Brasília, 5 mar. 07.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 17, de 2 de março de 2007. Dispõe
sobre o registro de Medicamento Similar e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
5 mar. 07.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 18 de 13 de maio de 2015. Dispõe
sobre a atualização do Anexo I, Listas de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Ou-
tras sob Controle Especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998 e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 14 mai. 15.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 20, de 5 de maio de 2011. Dispõe
sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso
sob prescrição, isoladas ou em associação. Diário Oficial da União, Brasília, 9 mai. 11.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 44 de 17 de agosto de 2009. Dispõe
sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da
comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 18 ago. 09.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 50, de 25 de setembro de 2014.
Dispõe sobre as medidas de controle de comercialização, prescrição e dispensação de medicamentos
que contenham as substâncias anfepramona, femproporex, mazindol e sibutramina, seus sais e isôme-
ros, bem como intermediários e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 set. 14.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 58, de 5 de setembro de 2007.
Dispõe sobre o aperfeiçoamento do controle e fiscalização de substâncias psicotrópicas anorexígenas
e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 6 set. 07.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 58, de 10 de outubro de 2014.
Dispõe sobre as medidas a serem adotadas junto à Anvisa pelos titulares de registros de medicamen-
tos para a intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência. Diário
Oficial da União, Brasília, 13 out. 14.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 68, de 28 de novembro de 2014.
Dispõe sobre a atualização do Anexo I, Lista de Antimicrobianos Registrados na Anvisa, da Resolução –
RDC nº 20, de 5 de maio de 2011 e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1º dez. 14.
BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução no 357, de 20 de abril de 2001. Aprova o regulamen-
to técnico das Boas Práticas de Farmácia. Diário Oficial da União, Brasília, 21 abr. 01.
BRASIL. Lei no 5991 de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de
drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, 19 dez. 73.
BRASIL. Senado Federal. Decreto Legislativo nº 273/2014, de 04 de setembro de 2014. Susta a Reso-
lução – RDC nº 52, de 6 de outubro de 2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, que
dispõe sobre a proibição do uso das susbtâncias anfepramona, femproporex e mazindol, seus sais e
isômeros, bem como intermediários e medidas de controle da prescrição e dispensação de medica-
mentos que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 05 set. 14.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Resolução no 225 de 15 de abril de 1999. Aprovar Norma
Técnica que determina aos estabelecimentos: farmácias, drogarias, farmácias hospitalares, clínicas
médicas e veterinárias, a obrigatoriedade da apresentação dos Balanços de Medicamentos Psicoativos
e Outros Sujeitos a Controle Especial (BMPO). Diário Oficial do Estado do Paraná, 11 mai. 99.
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LEGISLAÇÃO SANITÁRIA
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