Boas Praticas Na Gestao de Ucs Edicao 3 2018
Boas Praticas Na Gestao de Ucs Edicao 3 2018
Boas Praticas Na Gestao de Ucs Edicao 3 2018
PRÁTICAS
NA GESTÃO DE
UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO
CONHEÇA AS INICIATIVAS QUE BUSCAM SOLUÇÕES PARA
GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL
Michel Temer
Edson Duarte
BOAS
Paulo Henrique Marostegan e Carneiro
COMITÊ EDITORIAL
Ângela Pellin, Carla Guaitanele, Cibele Tarraço Castro, Danúbia Melo, Fabiana Prado, Letícia
PRÁTICAS
Braga, Roberta Barbosa, Rosana Lordêlo de Santana Siqueira e Thais Ferraresi Pereira
COLABORADORES
Camilla da Silva, Debora Lehmann, Fernanda Boaventura, Fernando Mendes, Gilceli Menezes,
Isis de Freitas, Larissa Diehl e Marcia Muchagata
NA GESTÃO DE
UNIDADES DE
ORGANIZAÇÃO, TEXTO E REVISÃO
Essa edição do Seminário também entrou para a história pela realização conjunta Todas as práticas contêm uma ficha com o propósito de relacionar os principais
com o I Fórum Internacional de Parcerias na Gestão de Unidades de Conservação, profissionais e instituições envolvidas, mas sabemos e reconhecemos que cente-
uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) - mais nas de atores sociais contribuíram com cada trabalho, por isso sintam-se todos,
uma forma de parceria, que reforça as convicções do ICMBio de que somar esforços por meio dessa publicação, aqui representados.
é sempre a melhor estratégia.
19 Política Pública
aperfeiçoam interpretação ambiental orientam parceria no Parque Nacional da Tijuca de visitante ao custo de R$ 135,00
A diversidade das formas de parcerias das 76 Boas Práticas registra as múlti- de um país de dimensões continentais. “Considero o Seminário muito valioso por
plas faces desse instrumento, desde o conhecimento tradicional até o científico reconhecer os esforços feitos pelos gestores. O evento estimula uma visão sistemá-
dos centros de pesquisa – em alguns casos somando esforços – passando pelo tica – as UCs não são esforços isolados ou locais da conservação da biodiversidade,
voluntariado e o aporte de recursos. Pedro de Castro da Cunha e Menezes, elas pertencem a um sistema. Por esse motivo, o Seminário fortalece a consolida-
chefe da Coordenação Geral de Uso Público e Negócio, destaca o Seminário ção do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), também apoiado
como a oportunidade para obter escala na divulgação das Boas Práticas. “Como pelo Governo Alemão junto ao Ministério de Meio Ambiente do Brasil na iniciativa
instituição pulverizada, estamos em vários locais do cenário nacional, se não internacional para a Proteção do Clima”, diz.
fosse pelo Seminário como espaço de discussão de iniciativas locais, que são
A terceira edição registrou recorde de público com cerca de 300 participantes -
replicáveis, as experiências não chegariam ao conhecimento das equipes de
entre servidores, representantes governamentais, comunidades locais, empresá-
outras Unidades de Conservação (UCs). Por exemplo, uma iniciativa em Roraima
rios, voluntários, pesquisadores e lideranças de organizações da sociedade civil
dificilmente seria do conhecimento das equipes do Rio Grande do Sul ou em
- aumento superior a 450% em relação ao evento de estreia. Os motivos de tal
Minas Gerais. O seminário cumpre esse papel e ao mesmo tempo valoriza os
crescimento, segundo Fabiana Prado, coordenadora de projetos do IPÊ, envolvem
gestores que conseguem durante o evento divulgar iniciativas já desenvolvidas,
o comprometimento desde o início do projeto em criar de fato um espaço de dis-
mas que até então pela falta de visibilidade muitas vezes perdiam inclusive o
cussão. “A qualidade do evento repercutiu e a cada ano, o número de interessados
valor para o gestor”.
aumenta. O sucesso de público é o resultado do trabalho dos anos anteriores. Pro-
Para Jens Brüggemann, diretor do projeto Consolidação do Sistema Nacional de vavelmente no próximo evento teremos ainda mais participantes. Uma conquista
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) - LifeWeb pela Deutsche Gesells- muito grande dessa edição foi envolver também os Estados, além das UCs federais.
chaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, o crescimento expressivo do Isso sempre esteve no nosso horizonte e conseguimos isso por meio dessa impor-
evento reforça o interesse no compartilhamento das informações entre os gestores tante parceria com o Ibam”, afirma ela.
http://bit.ly/parcerias_recursos
MODELAGEM DE UM CONTRATO DE GESTÃO PARA A
ACADEMIA NACIONAL DA BIODIVERSIDADE – ACADEBIO
SILVANA CANUTO – DIPLAN/ICMBIO
ARRANJOS DE PARCERIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO
DE TRILHAS DE LONGO PERCURSO (EXPERIÊNCIA DA
O projeto busca transformar a escola corporativa do ICMBio em uma instituição de
PACIFIC CREST TRAIL) ESTADOS UNIDOS
ensino do Sisnama e do Snuc, além de oferecer certificação do MEC para os cursos
de pós-graduação e promover o intercâmbio de alunos e professores nacionais e JENNIFER TRIPP – PACIFIC CREST TRAIL ASSOCIATION E JIMMY GAUDRY –
internacionais. Com o Chamamento Público para o contrato de gestão, o objetivo é SERVIÇO FLORESTAL DOS ESTADOS UNIDOS
escolher um parceiro que compartilhe dos mesmos interesses do Instituto, nesse O comprometimento dos voluntários que retribuem os serviços ambientais das
caso, por meio da educação e da conservação da biodiversidade. A ideia é repassar áreas naturais com atividades de manutenção das trilhas é o ponto central dessa
no contrato os blocos da Acadebio, o sítio histórico para que ele possa ser poten- boa prática. O estímulo às atividades ao ar livre está na identidade desse projeto
cializado na visitação e na conservação, assim como três trilhas, centro de visitan- que tem na experiência do usuário na natureza o principal aliado para engajar
tes, casas da vila, viveiro e a área de lazer do lago.
mais pessoas na defesa e na criação das áreas protegidas. A aliança entre o Servi-
ço Florestal dos Estados Unidos (USFS) e as organizações não governamentais foi
http://bit.ly/modelagem_contrato_gestao
apontada como o caminho para administrar o manejo das trilhas e mobilizar ainda
mais a sociedade.
http://bit.ly/arranjos_parcerias_trilhas
OBJETIVOS
Fortalecer a pesquisa nas áreas de
gestão e da biodiversidade, por meio de
chamadas de projetos com recursos de
compensação ambiental. Obter conhe-
cimento científico e tecnológico especí-
fico de aplicação prática sobre cada UC
e favorecer a inserção da área prote-
gida no contexto regional. Contribuir
para formação de recursos humanos
nas áreas relacionadas à proteção da
biodiversidade e do patrimônio cultural.
BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Foto: Marcelo Guena
22
PROJETO COM A MARACANÃ-VERDADEIRA RESULTADOS METODOLOGIA
23
SUBSIDIARÁ A REINTRODUÇÃO DA ARARINHA- ࡿࡿ Realização do primeiro levantamento de
mamíferos e aves terrestres por armadilhamento
Curaçá integra o polígono da seca e possui baixo Ín-
dice de Desenvolvimento Humano (IDH), 0,581. O por-
AZUL NA NATUREZA fotográfico na área de ocorrência histórica da centual da população acima de 18 anos com ensino
Coordenação geral e executiva: Camile Lugarini (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves ararinha-azul. 2.250 câmeras-dias registraram 15 fundamental completo é de 30,05% e a renda per ca-
Silvestres - Cemave/ICMBio). Gestão dos recursos e gerenciamento: Fundo Brasileiro para a Biodiversidade espécies de mamíferos e três de aves terrestres pita média chegou a R$ 236,77 em 2010. Os dados são
(Funbio). de médio e grande porte. Cinco destas espécies do Atlas do Desenvolvimento Humano – uma iniciati-
Foto: Marco Sarti
são consideradas ameaçadas de extinção: gato- va do Programa das Nações Unidas para o Desenvol-
do-mato-pequeno, puma, jaguarundi, mocó e vimento (Pnud), do Instituto de Pesquisa Econômica
jacucaca. Duas espécies estão quase-ameaçadas: Aplicada (Ipea) e da Fundação João Pinheiro (FJP).
caititu e ema.
Diante da realidade local com alta dependência de
ࡿࡿ 82 árvores e mais de 25 ninhos monitorados programas socais, especialmente Bolsa Família e
somente na temporada reprodutiva de 2016-2017. Garantia-Seguro Safra, o projeto Maracanã foi es-
A análise da saúde dos filhotes de maracanã truturado em três vertentes: 1. Produzir informações
demonstrou a inexistência de risco de doenças necessárias à conservação do habitat e da fauna
na região que possam afetar as populações associada com o auxílio de instituições de ensino
reintroduzidas. superior e pesquisas locais; 2. Envolvimento e enga-
jamento comunitário para apropriação do Projeto,
ࡿࡿ Instalação de gravadores automáticos em 150
como forma de garantir a continuidade das práticas
pontos na área proposta para a criação da Unidade
conservacionistas; 3. Capacitação com o objetivo de
de Conservação federal. A medida permite identificar
promover uma nova oportunidade de emprego, o
as áreas mais ocupadas pelas maracanãs e outras
turismo de observação de aves.
aves. A presença constante de pesquisadores em
campo e a participação de comunitários do local A produção de informações sobre a maracanã mobi-
inibiram a retirada de filhotes de maracanãs dos lizou pesquisadores, profissionais, estudantes de gra-
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) integra a lista dos PERFIL
ninhos, prática comum na região. duação e Ensino Médio Técnico da região. A equipe
animais criticamente ameaçados de extinção do Minis-
O município de Curaçá, no submédio São buscou conhecer o comportamento reprodutivo da
tério do Meio Ambiente. Em todo mundo, existem apro- ࡿࡿ Identificação da necessidade de um trabalho
Francisco, tem como característica a pre- maracanã, dados ecológicos sobre o habitat, poten-
ximadamente 160 indivíduos em cativeiro, concentrados contínuo de educação ambiental, a partir de 169
sença abundante de maracanãs e de mais ciais predadores, nas áreas de mata ciliar da Caatinga
na Alemanha, no Brasil e em Cingapura. O último macho entrevistas em 83 localidades, entre fazendas e
quatro espécies de psitacídeos. No total, de Curaçá e Juazeiro (Bahia) e as características socio-
de ararinha-azul registrado em vida livre no Brasil for- comunidades, na área da proposta da Unidade de
são 204 espécies de aves, de 50 famílias, culturais da região, por meio de seis subprojetos:
mou par com uma maracanã, mas desde 2000 ele não Conservação.
sendo 28 endêmicas da Caatinga. A área é
é visto. A ararinha azul e a maracanã (Primolius mara- Foto: Tatiane Alves Foto: Damilys Oliveira
considerada altamente prioritária para a
cana) compartilham habitat, cavidades de nidificação e
conservação de remanescentes de Caatinga.
itens alimentares na região de Curaçá, (Bahia). Diante de
tantas similaridades, as ações de conservação da arari- OBJETIVOS
nha-azul são desenvolvidas utilizando a maracanã como
Levantar informações científicas sobre a
referência. “O Projeto Maracanãs buscou com atividades
maracanã para subsidiar a reintrodução da
de campo conhecimento sobre a maracanã, no âmbito do
ararinha-azul e a implementação de Unida-
Projeto Ararinha na Natureza. Os resultados vão emba-
de de Conservação federal; despertar nas co-
sar a implementação da Unidade de Conservação fede-
munidades o orgulho da região e o senso de
ral, que deve ser criada ainda em 2018 e as atividades
pertencimento à causa; desenvolver ativida-
de reintrodução da ararinha-azul com início previsto até
des que gerem renda às comunidades, como
2022”, reforça Camile Lugarini, analista ambiental no Cen-
o turismo ecológico, com destaque para a
tro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silves-
observação de aves.
tres/ICMBio.
BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
1. Impacto da captura e tráfico de maracanãs e ou- 6. Acessar o deslocamento diário, sazonal e o uso de vulgação do projeto com base em ações e práticas INSPIRE-SE!
24 tros psitacídeos em Curaçá (Bahia) priorizou a apli- área da maracanã, por meio de telemetria e testar em rede de contatos e estimulou a troca de saberes 25
cação de questionários socioambiental, econômico se o equipamento pode ser utilizado nos eventos com base em ações de Educação Ambiental. O ví-
e fundiário nas fazendas e nas comunidades, assim de reintrodução de maracanãs e ararinhas-azuis. deo produzido foi selecionado no Circuito Tela Ver- ࡿࡿ O engajamento da comunidade fortale-
como a obtenção de informações a respeito da cap- Nessa etapa a equipe testou radiocolares VHF em de 2018. ce os projetos e pode auxiliar em uma série
tura das maracanãs e de outros psitacídeos. A ini- maracanãs em semicativeiro (mantidas por um co- de atividades de campo, em especial na cole-
O Projeto Maracanãs no âmbito do Projeto Ararinha
ciativa registrou a opinião dos moradores a respeito munitário, mas com acesso ao voo diurno) e em um ta de dados. Invista na capacitação de acordo
na Natureza foi financiado pela Vale.
da criação de uma ou mais Unidades de Conserva- filhote no ninho. com as demandas atuais e agregue parceiros
ção. Na região, cerca de 43% dos moradores man- nessa missão.
têm psitacídeos em cativeiro, o mais frequente é o PERÍODO ࡿࡿ Desenvolver programa de educação am-
papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE biental em comunidades, onde a captura de
Setembro de 2016 – em andamento.
2. Avaliar o estado sanitário de psitacídeos adul- Para mobilizar especialmente jovens estudantes e aves é disseminada, desponta entre as estra-
tos e filhotes encontrados nas casas das fazendas comunitários-chave, por conta do conhecimento tégias para reverter essa realidade. Durante
da área proposta como Unidade de Conservação. que possuem sobre os animais da região, o projeto PARCEIROS DO PROJETO o Projeto Maracanã, pequenos proprietários
instituiu o Programa de Voluntariado. deixaram de criar maracanãs ilegalmente,
Durante as visitas às fazendas e comunidades, a Al Wabra Wildlife Preservation; Association for the
após envolvimento na iniciativa.
equipe examinou os psitacídeos mantidos em ca- A coordenadora de campo do projeto, professora no Conservation of Threatened Parrots; Fazendo Ca-
tiveiro e colheu material biológico (sangue, suabes Ensino Médio Técnico de Curaçá, estimulou a par- choeira; Universidade Federal de Pernambuco ࡿࡿ Comunique a proposta de transformar
cloacal e oral) para análise. Todos os animais fo- ticipação dos estudantes dos cursos de Zootecnia, (UFPB); Universidade Federal do Rio Grande do Nor- determinada área em Unidade de Conser-
ram microchipados e os resultados vão embasar Agropecuária e Agroecologia do Colégio Estadual te (UFRN); Centro de Conservação e Manejo de Fau- vação, antes da consulta pública, organize
as estratégias de soltura, especialmente quanto à na da Caatinga, da Universidade Federal do Vale do encontros nas associações e nas proprie-
José Amâncio Filho. Os interessados passaram por
presença ou ausência de determinados microrga- dades que integram a área em questão e con-
capacitação que incluiu cursos de monitoramento São Francisco (Univasf-Cemafauna); Universidade
nismos. verse com os moradores sobre a importância
de psitacídeos, ascensão vertical em árvores, além Federal de Minas Gerais (UFMG); Universidade Fede-
da preservação. Transforme esse momento
3. Probabilidade de ocupação da maracanã em de apresentações sobre o Projeto Ararinha-azul e os ral do Rio de Janeiro (UFRJ); Instituto de Pesquisas
em oportunidade para estabelecer canal de
Curaçá, Brasil mensurada a partir da instalação, em desafios dos pesquisadores e da comunidade para Espaciais (Inpe); Parque das Aves; Instituto Arara-
comunicação com os moradores e esclareça
mais de 70 km, de gravadores que registraram as vo- a reintrodução da espécie. -azul; Escola Estadual José Amâncio Filho (Cejaf). todas as dúvidas.
zes das maracanãs. Dessa forma, os pesquisadores Após os treinamentos, a equipe selecionou os co-
tiveram condições de conhecer e observar as carac- munitários que auxiliariam nas atividades em cam- Foto: Mercia Milena Foto: Wanderly
terísticas dos ambientes que concentram o maior po dos subprojetos, na coleta de dados científicos,
número de maracanãs. monitoramento de filhotes e adultos de maracanãs,
4. Probabilidade de ocupação de mamíferos e aves aplicação de questionários, divulgação de eventos
ameaçados, quase ameaçados e predadores na re- do projeto, tabulação de dados, dentre outros.
gião de Curaçá foi analisada com a instalação de A partir dessa aproximação, o interesse pelo estu-
armadilhas fotográficas que registraram mamíferos do aumentou, moradores buscaram participar das
e aves. Dessa forma, a equipe identificou as locali- atividades e passaram a cobrar a valorização das
dades que deveriam ser incorporadas à Unidade de comunidades no contexto do projeto.
Conservação.
A etapa referente ao curso Ararinha na natureza
5. Ecologia reprodutiva da maracanã para embasar e a comunidade na cena: o encontro da Educação
a soltura de ararinhas-azuis, de dezembro a abril Ambiental com o cinema, em Curaçá (Bahia) teve
(período reprodutivo) foi possível monitorar casais como objetivo produzir de maneira colaborativa fil-
de maracanãs e a atividade nos ninhos. A equipe mes ambientais que reforçassem a sinergia entre a
retirou temporariamente ovos e filhotes do ninho conservação da ararinha-azul e de outras aves e a
para a coleta de dados e medidas, anilhamento, mi- participação da comunidade de Curaçá. Durante a
crochipagem e coleta de material biológico. atividade, a equipe destacou a importância da di-
26
PROJETO MAArE DESENVOLVE AÇÃO RESULTADOS INSPIRE-SE!
27
PREVENTIVA DIANTE DE EXPLORAÇÃO ࡿࡿ As descobertas científicas vão subsidiar a
construção do Programa de Monitoramento
PETROLÍFERA Ambiental da Reserva Biológica Arvoredo e Entorno
ࡿࡿ Parcerias com Universidades possi-
bilitam, de fato, a obtenção de resultados
Coordenação geral: Adriana Carvalhal Fonseca (Reserva Biológica Marinha do Arvoredo/ICMBio). Coordenação que deve ser executado de forma sistemática e
práticos voltados à gestão da Unidade de
executiva: Drª. Bárbara Segal e Drª. Andrea Freire (Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade contínua.
Conservação (UC).
Federal de Santa Catarina - UFSC). Gestão dos recursos e gerenciamento: Marcio Soldatelli (contratado pela ࡿࡿ Elaboração de um documento com as Diretrizes
Fapeu/UFSC). ࡿࡿ Workshops com a comunidade científica
para Monitoramento Ambiental e Socioeconômico
trazem novos pontos de vista com diferen-
de Áreas Marinhas Protegidas no Brasil. As
tes abordagens no sentido de aperfeiçoar a
O licenciamento ambiental dos campos petrolíferos de Baúna e Pi- PERFIL recomendações podem ser utilizadas como gestão.
racaba, na Bacia de Santos, teve como condicionante, indicada pelo subsídio para o desenvolvimento de um Programa
Unidade de proteção integral
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a de Monitoramento Ambiental nas UCs Marinhas do ࡿࡿ Publicação de resultados científicos em
formada pelas Ilhas do Arvo- linguagem acessível à sociedade possibilita
realização de projeto de monitoramento ambiental na Reserva Bio- ICMBio.
redo, Galé, Deserta, Calhau de disseminar o conhecimento e aumentar o in-
lógica Marinha do Arvoredo e entorno, localizada na costa de San-
São Pedro e pela área mari- ࡿࡿ Lançamento do livro MAArE - Monitoramento teresse da população pelas áreas protegidas.
ta Catarina, a cerca de 300 quilômetros da atividade licenciada em
nha relativa ao arquipélago. Ambiental da Rebio Arvoredo e Entorno nas
questão. “O intuito principal foi obter uma caracterização ambiental ࡿࡿ Inclusão de empresas locais como pres-
Localizada no litoral do Estado versões impressa e digital com os resultados e
detalhada da área marinha, de forma a facilitar a identificação de po- tadoras de serviço (operadoras de mergulho
de Santa Catarina, entre os as experiências do projeto www.maare.ufsc.br/
tenciais impactos da atividade petrolífera, principalmente no que se e serviços náuticos, por exemplo) fortalece
municípios de Florianópolis produtos/livro-projeto-maare. A publicação gerou
refere à introdução de espécies exóticas”, destaca Adriana Carvalhal, a relação entre a população e a UC. Treina-
e Bombinhas, possui 17.600 grande repercussão na mídia local.
analista ambiental na unidade. mento e capacitação da equipe potenciali-
hectares de superfície com ࡿࡿ Desenvolvimento do Portal de Monitoramento zam a aplicação de novas ações. Saiba mais
Foto: João Paulo Krajewski
remanescentes de Mata Atlân- Marinho que armazena e sistematiza os dados. A sobre o projeto em www.maare.ufsc.br
tica, locais de reprodução de plataforma pode ser absorvida pelo ICMBio para
aves marinhas, além de sítios ser utilizada em UCs marinhas e terrestres.
arqueológicos e elevada biodi-
versidade marinha.
METODOLOGIA
OBJETIVOS
A equipe da Rebio Arvoredo convidou pesquisadores de científica e gestores. Durante o evento, os par-
Levantar e acompanhar os do Departamento de Ecologia e Zoologia da Univer- ticipantes discutiram abordagens, metodologias e
indicadores biológicos e sidade de Santa Catarina (UFSC) para a elaboração indicadores a serem utilizados, além das perspec-
parâmetros oceanográficos, conjunta do projeto de monitoramento ambiental, tivas de longo prazo.
incluindo o monitoramento de viabilizado por um contrato tripartite entre Petro-
contaminantes (hidrocarbone- bras, UFSC e a Fundação de Amparo à Pesquisa e
tos, esteróis e metais pesados) Extensão Universitária (Fapeu).
PERÍODO
para subsidiar a construção Junho de 2013 a junho de 2017.
De 2014 a 2016, o Projeto MAArE realizou mais de
de um programa de monitora-
130 expedições, promoveu o treinamento e a ca-
mento ambiental, sistemático e
pacitação da equipe de mais de 120 pessoas, en-
contínuo na Reserva, como es- PARCEIROS DO PROJETO
tre pesquisadores, técnicos e pessoal de apoio, da
tratégia preventiva a potenciais Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a
UFSC, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali)
impactos da atividade petrolí- Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Univer-
e da Universidade Federal do Rio Grande (Furg). A
fera na Bacia de Santos. sitária (Fapeu).
Boa Prática incluiu como produto do projeto a re-
alização do workshop Monitoramento para apoio à
gestão de UCs Marinhas do Brasil com a comunida-
28
MORADORES DE COMUNIDADES REALIZAM RESULTADOS
29
AÇÃO NO CONTROLE DE ZOONOSES ࡿࡿ Ampliação do conhecimento das comunidades
sobre zoonoses, hábitos e atividades que podem
da Bahia em cerca de 15 dias resultou na autuação da
pesca predatória nos bancos de corais em área não
EMERGENTES favorecer a transmissão de doenças. O sistema, monitorada pelo Projeto Tamar.
em setembro de 2017, contava com 3.222 registros ࡿࡿ O SISS-Geo disponibiliza aos gestores a obtenção
Coordenação geral: Marcia Chame (Fundação Oswaldo Cruz). Coordenação executiva: Marcia Chame e Maria
de animais, enviados por mais de 1.400 usuários, de relatórios a partir da escolha das informações
Lucia de Macedo Cardoso (Fundação Oswaldo Cruz). Gestão dos recursos e gerenciamento: Fundação para o
Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec). de 19 Estados. Uma ferramenta de validação desejadas na Plataforma SISS-Geo webservice.
dos dados analisa a pertinência dos registros Informações do sistema também contribuem com
que são abertos, inseridos no Google Maps e os Planos de Ação de Espécies Ameaçadas e com
A extensão territorial nacional, assim como as dimensões PERFIL
podem ser visualizados, em tempo real, em o monitoramento da Lista Vermelha de espécies
das UCs e os limites quanto ao número de servidores, tanto
Unidades de Conservação Federais e www.biodiversidade.ciss.fiocruz.br
da saúde quanto do setor ambiental, representam desafios ameaçadas.
Estadual. Parque Nacional da Serra dos
que precisam ser superadas para o monitoramento da saú- ࡿࡿ Notificações de macacos mortos durante a recente ࡿࡿ Em 2017, a plataforma SISS-Geo obteve a
Órgãos/RJ; Reserva Extrativista Tapajós-A-
de silvestre e humana nas Unidades de Conservação (UCs) epizootia (doença ou morte de animal ou de grupo de certificação Tecnologia Social, pela Fundação
rapiuns/PA; e Parque Estadual da Serra do
e entorno, com foco no controle e prevenção de zoonoses animais que possa apresentar riscos à saúde pública) Banco do Brasil. O projeto foi o vencedor da
Conduru/BA.
emergentes e na conservação das espécies. de Febre Amarela geraram alertas para a tomada de categoria Órgãos Públicos do Prêmio Nacional de
OBJETIVOS decisão da vigilância em saúde e conservação de Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio
“As alterações ambientais crescentes e intensas têm fa-
primatas. O alerta de tartarugas mortas no litoral sul Ambiente.
vorecido o aumento na distribuição da transmissão e o Identificar riscos e a percepção de risco
rompimento de barreiras biológicas favorece a circulação das comunidades sobre doenças que cir-
de doenças, causando impacto considerável tanto nos culam entre animais silvestres e pessoas
Foto: André Telles
animais quanto nas pessoas”, afirma Marcia Chame, co- e são potencializadas pelo modo de vida
ordenadora do Centro de Informação em Saúde Silvestre e produção; qualificar multiplicadores e
e da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde, da comunidades para a compreensão da rela-
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). ção da biodiversidade com a saúde huma-
Em resposta a esse cenário que inspira atenção, o investi- na; implementar o uso do SISS-Geo para
mento em tecnologia alinhado à participação da sociedade, o monitoramento participativo de animais
em especial de moradores de comunidades tradicionais, silvestres e potenciais riscos de emergên-
indígenas, gestores de UCs e especialistas representa um cias de zoonoses; elaborar materiais de
caminho de oportunidades. boas práticas em saúde, qualidade de vida
e conservação da biodiversidade.
34
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BUSCAM RESULTADOS INSPIRE-SE!
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NA CIÊNCIA OS SUBSÍDIOS PARA O ࡿࡿ Refinamento do mapa de limites da Área de
Proteção Ambiental de Guaraqueçaba. O processo
PLANEJAMENTO INTEGRADO está em análise na Divisão de Consolidação de
ࡿࡿ Para as Universidades, Centros de
Pesquisa e Ensino, as demandas das Uni-
Coordenação geral e executiva: Caio Pamplona (Núcleo de Gestão Integrada Antonina – NGI/ ICMBio) e Eduardo Limites (Dcol), do ICMBio. Produção de mapas
dades de Conservação permitem aplicar a
Vedor de Paula (Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná). temáticos como ferramentas de apoio à gestão. teoria na prática, o que também contribui
ࡿࡿ Base de dados geográficos integrando questões para a formação de profissionais mais
ambientais e sociais relevantes para a gestão das capacitados e integrados às reais necessi-
O litoral norte do Estado do Paraná abriga quatro Unidades de Conserva- PERFIL
Unidades de Conservação (UCs), com cerca de 300 dades de gestão das áreas protegidas.
ção federais que compartilham biodiversidade, atores sociais e ameaças,
Área de Proteção Ambiental camadas de informações para a área de abrangência
mas até pouco tempo não trabalhavam a gestão de maneira integrada ou ࡿࡿ A formalização de parcerias permite
de Guaraqueçaba; Parque das Unidades de Conservação estudadas.
sequer colaborativa. Na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, os desenvolver trabalhos de médio e longo
Nacional Superagui; Estação
diagnósticos que subsidiaram o Zoneamento e o Plano de Gestão são da ࡿࡿ Elaboração de documento que subsidia o prazo com garantia de mais segurança a
Ecológica de Guaraqueçaba;
década de 90. Já o Parque Nacional Superagui está na fase final da trami- diagnóstico da área de abrangência das UCs do todos os envolvidos.
Reserva Biológica Bom Jesus.
tação do Plano de Manejo realizado entre 2012 e 2015. A Estação Ecológica litoral norte do Paraná, com informações ambientais
de Guaraqueçaba, criada em 1982 e a Reserva Biológica Bom Jesus, que é ࡿࡿ A definição prévia dos desafios de
e socioeconômicas compiladas e atualizadas.
gestão, a identificação de lacunas que
de 2012, não dispõem de Planos de Manejo. “Considerando o contexto local,
OBJETIVOS ࡿࡿ 120 alunos de graduação e 40 de pós- devem ser respondidas sobre a biodiver-
há o entendimento de que o planejamento da gestão das unidades deve
graduação da Universidade Federal do Paraná sidade e o reconhecimento das ameaças
ser efetuado com integração de ações e atividades para otimizar recursos Conciliar os objetivos de
capacitados na temática da gestão de Unidades aos atributos da UC ajudam a direcionar,
humanos e logísticos. No entanto, a grande demanda de atividades de ro- atividades acadêmicas (como
de Conservação, até então um campo inexplorado de maneira mais efetiva, os esforços da
tina, notadamente na fiscalização e licenciamento, aliada à redução das elaboração de monografias, equipe gestora e dos parceiros.
pelo curso. Contratação de estudantes como
equipes dificulta o avanço na elaboração do planejamento, especialmen- teses e dissertações) aos
gestores ambientais no Ministério Público, em
te nas etapas iniciais de coleta e sistematização de informações”, destaca esforços de gestão das áreas
consultorias especializadas e em organizações não
Alan Yukio Mocochinski, perito no Ministério Público Federal, em exercício protegidas, gerando subsídios
governamentais. Reconhecimento da gestão do
provisório no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ao planejamento integrado e
ICMBio no território.
relator da prática. Nesse sentido, subsidiar o planejamento de ações das propiciando a capacitação de
Unidades de Conservação preconizava mobilizar parceiros. futuros profissionais.
Foto: Alan Yokio Mocochinski
Foto: Victor Carvalho
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METODOLOGIA PROJETO ALINHA CONHECIMENTOS E 37
As equipes gestoras das Unidades de Conserva-
ção (UCs) da região procuraram o Departamento
tão Ambiental do Território, no Programa de Pós-
-Graduação.
IDENTIFICA ESPÉCIES DA FLORA PRIORITÁRIAS
de Geografia da Universidade Federal do Paraná
No total foram três disciplinas de graduação e duas
PARA CONSERVAÇÃO
(UFPR), que possui uma linha de estudos na área
de pós-graduação entre o segundo semestre de Coordenação geral: Paulo Fernando Maier Souza (Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe/ICMBio).
de planejamento ambiental, liderada pelo Profes- Coordenação executiva: Flavia Regina Domingos (Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe/ICMBio) e
2014 e o segundo semestre de 2016. Temas rela-
sor Eduardo Vedor de Paula. Os gestores buscavam Bruna Vieira de Sousa (Fundação Araripe).
cionados às Unidades de Conservação apareceram
a execução de um Plano de Trabalho que pudesse
nas monografias de conclusão de graduação e nas
integrar as atividades acadêmicas da graduação e
dissertações de mestrado. O envolvimento da Uni-
pós-graduação com as necessidades de subsídio Na Área de Proteção Ambiental Chapada do Araripe, o uso PERFIL
versidade propiciou melhor diálogo entre o ICMBio,
ao planejamento de ações das Unidades de Con- da flora nativa pelas comunidades tradicionais é conhe-
lideranças do MST e comunidades locais, que tra- Mais de 970 mil hectares constituem a Área
servação. cido, há dados sistematizados de algumas espécies, mas
dicionalmente possuem certas reservas em relação de Proteção Ambiental Chapada do Araripe
que não pontuam o aspecto da conservação. “O novo Có-
Após uma série de reuniões sobre o planejamento ao órgão. na divisa entre Ceará, Pernambuco e Piauí.
digo Florestal publicado em 2012 estabeleceu a previsão
da parceria e das atividades específicas, a Coorde-
Todas as etapas do Plano de Trabalho da Unidade de lista de espécies da flora nativa com uso comercial de
nação Regional do ICMBio em Florianópolis/ICMBio OBJETIVOS
de Conservação, do planejamento à execução, esta- produtos não madeireiros com dispensa de controle de
e a UFPR firmaram Termo de Reciprocidade junto a Propiciar troca de experiência entre pes-
vam integradas às atividades acadêmicas dos cur- origem gerando preocupação pelo desconhecimento so-
um Plano de Trabalho entre a gestão das UCs e o quisadores, extrativistas e técnicos com
sos de graduação e pós-graduação da UFPR. bre as espécies utilizadas pelos extrativistas e seu estado
Departamento de Geografia da Universidade. atuação na Chapada do Araripe. Obter lista
de conservação”, destaca Paulo Maier, chefe da unidade.
O Plano de Trabalho considerou a realização de de espécies da flora nativa da região com
disciplina optativa – Práticas em Planejamento e
PERÍODO A tentativa de obter esse banco de dados previu o tra- Produtos Não Madeireiros Comercializados
balho conjunto entre dois saberes distintos, mas com- (PNMC) e identificar as espécies que neces-
Gestão Ambiental - no curso de bacharelado em Maio de 2014 a dezembro de 2017.
plementares. “A proposta consistiu em construir coleti- sitam de ações de conservação, propondo
Geografia. Os servidores do ICMBio realizaram pa-
vamente - com o saber acumulado pelas comunidades medidas práticas.
lestras e orientaram a execução das atividades.
Cada aluno executou Plano de Trabalho sobre de-
PARCEIROS DO PROJETO extrativistas e o gerado na academia - uma lista de es-
pécies de uso comercial de produtos não madeireiros
terminado tema do diagnóstico ambiental da região Departamento de Geografia da Universidade Federal
na região de forma a estabelecer aquelas com necessi-
de abrangência das UCs. Ao final, os resultados fo- do Paraná (UFPR); Sociedade de Pesquisa em Vida
dade de ações de conservação”, ressalta Maier.
ram apresentados em reunião do Conselho da Área Selvagem e Educação Ambiental (SPVS); Fundação
de Proteção Ambiental e em eventos com parceiros Grupo Boticário de Proteção à Natureza; Ministério
na gestão das UCs. Público do Estado do Paraná; Centro de Estudos do
Mar/UFPR; Observatório de Conservação Costeiro
RESULTADOS
No ciclo acadêmico seguinte, UCs e Universidade
do Paraná (OC2); Associação de Defesa de Meio Am- ࡿࡿ 173 espécies da flora nativa da Chapada do ࡿࡿ Pesquisadores estimaram a produção anual
buscaram complementar as informações de subsí-
biente de Antonina (Ademadan). Araripe com PNMC identificadas. Desse total, da Fava D’Anta de 2012 a 2017 e identificaram as
dio ao diagnóstico, com a disciplina Geografia Ges-
52 necessitam de ações de conservação, sendo principais comunidades produtoras, empresas
25 para recuperar a população e 35 demandam compradoras e atravessadores. Aumento das
melhoria do manejo. Quatro espécies são relações institucionais e aproximação entre a gestão
prioritárias: Pequi, Fava D’Anta, Aroeira e Sucupira da Unidade de Conservação e as comunidades
Branca. tradicionais extrativistas.
38
METODOLOGIA INSPIRE-SE! RESERVA FORTALECE CONSERVAÇÃO DA 39
A equipe gestora da Área de Proteção Ambiental
Chapada do Araripe desenvolveu lista preliminar
BIODIVERSIDADE COM PROGRAMA DE
das espécies da flora nativa da unidade, indicando
ࡿࡿ Conhecimentos tradicionais e acadêmi-
cos articulados preenchem lacunas e ofere-
MONITORAMENTO
tipo de uso e ambiente de ocorrência. Reuniões das
cem resultados de aplicação prática. Coordenação geral: Marcelo Marcelino (Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade -
Câmaras Técnicas Setoriais do Conselho, contribui- Dibio/ICMBio). Coordenação executiva: Kátia Torres Ribeiro (Coordenação Geral de Pesquisa e Monitoramento
ções de especialistas e consultas à bibliografia con- ࡿࡿ Faça da interação entre os diferentes - CGPEQ/ICMBio). Gestão dos recursos e gerenciamento: Tatiana Chaves de Souza (Coordenação de
feriram detalhamento à lista. Extrativistas, técnicos atores sociais uma dinâmica de aprendizado Monitoramento da Biodiversidade - Comob/ICMBio).
e pesquisadores validaram o material durante dois de culturas. Alinhar saberes permite inovar
Encontros de Saberes. em soluções mesmo com poucos recursos.
A Reserva Biológica do Tapirapé está localizada a INSPIRAÇÃO
Em seguida as espécies que precisaram de algum ࡿࡿ Monitore a produção e o estado de cerca de 200 km da cidade de Marabá, no Pará, por
controle no uso foram pré-selecionadas e organi- conservação de espécies-chave de uso das Cursos de capacitação do Programa Nacional de
via terrestre. “Dois caminhos levam à sede da Unida-
zadas em diagrama com informações básicas que populações extrativistas. Monitoramento da Biodiversidade, organizados
de de Conservação, o primeiro por terra e o segundo
permitiram pontuar as características de ameaça. pela Coordenação de Monitoramento da Biodi-
caminho tem origem na cidade de Parauapebas com
versidade (Comob).
ࡿࡿ Pontuação mínima de 50%: prioritárias para 100 km de estrada até a passagem da balsa, no rio
Itacaiúnas. A viagem segue via fluvial e é completa-
conservação. PERFIL
PERÍODO da com mais 80 minutos. Devido à grande distância
ࡿࡿ Qualquer pontuação quanto à situação de de- Única unidade de proteção integral da região, no
entre as cidades de apoio e a Base do Bacaba, fi-
clínio: restringir a supressão e estimular o plantio. Março de 2014 – em andamento. sudoeste do Pará, a Reserva Biológica do Tapira-
cou claro o grande desafio para a gestão da Reserva.
ࡿࡿ Pontuação quanto ao mercado: aperfeiçoar o Nesse cenário, o envolvimento das comunidades e pé conta com cerca de 100 mil hectares.
manejo. dos moradores do entorno de forma voluntária apa-
PARCEIROS DO PROJETO OBJETIVOS
recia como estratégico na ampliação das iniciativas
Pequi, Fava D’Anta, Aroeira e Sucupira Branca inte-
Fundação Araripe; Universidade Regional do Cariri de monitoramento e apoio à pesquisa na Unidade Tornar a gestão da Unidade de Conservação
graram a lista de prioritárias para conservação. As
(Urca); Associação de Pesquisa e Preservação de de Conservação. A confiança das comunidades nas mais participativa; aderir e contribuir com o
quatro espécies impulsionaram a criação de Grupos
Ecossistemas (Aquasis); Associação dos Agricultores ações governamentais estava fragilizada e alguns Programa Nacional de Monitoramento; monitorar
de Trabalho para elaboração de propostas de me-
Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia). paradigmas deveriam ser rompidos com o intuito a biodiversidade; incentivar a pesquisa científica
lhoria do manejo destas espécies.
Foto: Marcia Crato de aproximar a relação entre as comunidades e o na unidade; fortalecer parcerias.
As Boas Práticas de manejo propostas para o Pequi ICMBio”, afirma Raimundo Façanha Guedes, chefe da
(Caryocar coriaceum), por exemplo, foram submeti- Reserva Biológica do Tapirapé.
das à avaliação de oito comunidades extrativistas,
em quatro municípios. Esse processo resultou na
proposta apresentada em reunião do Arranjo Pro-
Foto: Acervo ICMBio Foto: Acervo ICMBio
dutivo Local (APL) do Pequi e Babaçu, em 2015, com
acordo de aprovação apenas das propostas unâni-
mes entre os atores. A partir dessa dinâmica, uma
série de medidas de conservação foram inseridas
nos processos de gestão da Unidade de Conservação.
40
RESULTADOS INSPIRE-SE! MONITORAMENTO APONTA NOVAS 41
ࡿࡿ Implantação do Programa de Monitoramento
com oito campanhas viabilizadas pela mobilização
ESTRATÉGIAS PARA OS PERÍODOS COM
de comunitários e acadêmicos. Conservação da ࡿࡿ Aplicar o Programa de Monitoramento
da Biodiversidade aprimora a conservação e
EXCEDENTE DE PESCADO E DE ENTRESSAFRA
biodiversidade fortalecida.
reforça a importância do envolvimento da co- Coordenação geral: Ronaldo Borges Barthem (Museu Paraense Emilio Goeldi – MPEG). Coordenação executiva:
ࡿࡿ Aumento no número de pesquisas desenvolvidas Luciano Fogaça de Assis Montag (Universidade Federal do Pará – UFPA). Gestão dos recursos e gerenciamento:
munidade. Confira as publicações na Biblio-
pela Universidade. Monitores locais, comunitários Cláudia Cristina Lima Marçal (Reserva Extrativista Maracanã/ICMBio).
teca de Monitoramento do ICMBio
e acadêmicos já participam de outras ações da
http://bit.ly/monitoramentoICMBio
Unidade de Conservação.
ࡿࡿ Aproximação entre a equipe gestora e as
ࡿࡿ Capacitar os moradores que vivem no A pesca artesanal é a principal fonte de renda e alimento na PERFIL
entorno para o Programa é o ponto de parti- Reserva Extrativista Maracanã, 35% dos beneficiários praticam
comunidades do entorno. O programa agregou valor A Reserva Extrativista Maracanã pro-
da para desenvolver novas ações. a técnica de curral. “Apesar da importância dessa arte de pes-
à participação social. tege 30 mil hectares de baía, dunas,
ca havia uma lacuna de conhecimento acerca da identificação
ࡿࡿ A experiência das trilhas amostrais contribuiu para ࡿࡿ Parcerias com Universidades e institutos praias e manguezal no município de
e quantidade de espécies capturadas, além do período de
a qualidade dos dados apresentados no Programa de pesquisa, que são referência na região, aju- mesmo nome da unidade, no Pará.
dam a desmistificar percepções equivocadas funcionamento dos currais na região. A prática foi constru-
Nacional de Monitoramento da Biodiversidade.
sobre Unidades de Conservação e o ICMBio. ída após a indagação aos comunitários da reserva sobre o OBJETIVOS
Aumento da divulgação da Unidade de Conservação
quanto era pescado. Em resposta informaram saber apenas
e da visibilidade positiva do ICMBio na região. Aprofundar o conhecimento da
individualmente sobre a ictiofauna capturada. Dessa forma,
exploração da pesca praticada pela
foi considerado pertinente efetuar o monitoramento da pesca
população tradicional da Reserva
METODOLOGIA de curral no estuário da Baía de Maracanã, na Reserva Extra-
Extrativista Maracanã, em diferentes
tivista Maracanã, a fim de gerar subsídios para o ordenamento
A participação da equipe gestora da Reserva Biológi- A prática foi apresentada no II Seminário de Educa- épocas do ano, como forma de con-
na região”, afirma Cláudia Cristina Lima Marçal, analista am-
ca Tapirapé no curso de capacitação sobre o Programa ção e Pesquisa pela Conservação da Biodiversidade tribuir no desenvolvimento sustentá-
biental na unidade.
Nacional de Monitoramento da Biodiversidade refletiu e do Desenvolvimento Socioambiental (SECBIO), da vel da região.
em ações práticas, com o início do planejamento da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará mar-
unidade para adesão ao programa. A primeira etapa cando o encerramento das atividades do Programa
para viabilizar as trilhas amostrais contou com a contri- de Educação, Agricultura Familiar e Conservação da Foto: Claudia Cristina Lima Marçal
48
CONTRATO DE CONCESSÃO DE DIREITO REAL RESULTADOS INSPIRE-SE!
49
DE USO BENEFICIA QUASE 1,5 MIL FAMÍLIAS ࡿࡿ 1.468 famílias beneficiadas pela homologação
dos Contratos de Concessão de Direito Real de
Coordenação geral: Aílton Dias (Instituto Internacional de Educação do Brasil - IEB). Coordenação ࡿࡿ Conheça a publicação: Fórum Diálogo
Uso (CCDRUs) de seis Unidades de Conservação:
executiva: André Tomasi e Josinaldo Aleixo (Instituto Internacional de Educação do Brasil - IEB). Gestão Amazonas: Regularização Fundiária Urgente!
Reservas Extrativistas: Médio Juruá, Baixo Juruá,
dos recursos e gerenciamento: Aílton Dias e André Segura Tomasi (Instituto Internacional de Educação Mobilização Social e Inovação Processual
Auati-Paraná, Rio Jutaí, Rio Unini e Médio Purus,
do Brasil - IEB). para Garantia dos Direitos Territoriais de
pelo governo do Estado do Amazonas.
Comunidades Tradicionais do Amazonas. De-
ࡿࡿ Acesso de comunidades tradicionais às políticas senvolvida pelo IEB, que traz uma sistemati-
A falta de regularização fundiária nas Unidades PERFIL públicas, já que o entrave ao fomento da produção zação da experiência com lições aprendidas,
de Conservação segue na contramão dos objeti- contextualização e resultado da iniciativa
Reservas Extrativistas: Arapixi, Médio Purus, Aua- agroextrativista era a regularização fundiária.
vos e do conceito atual desses territórios e assim http://bit.ly/forumdialogoamazonas
tí-Paraná, Baixo Juruá, Rio Jutaí, Lago do Capanã, Garantia de segurança fundiária impedindo a
compromete o desenvolvimento das comunidades
Grande Resex Médio Juruá, Ituxi e Rio Unini. disputa de territórios entre supostos proprietários ࡿࡿ A construção de soluções jurídicas ino-
tradicionais, impacta na geração de renda e nas
Florestas Nacionais: Purus, Tefé, Mapiá-Inauiní, ou grileiros de terras públicas e as populações vadoras permite novas respostas a antigos
atividades econômicas praticadas por estas popu-
Humaitá. Todas localizadas no Sul do Amazonas. tradicionais residentes nas UCs. problemas.
lações. “Apesar dos muitos esforços e conquistas
importantíssimas, o Brasil ainda não conta com ࡿࡿ A regularização fundiária trouxe também a ࡿࡿ Parte das soluções encontradas para os
OBJETIVOS
regimes de propriedade, documentação e regu- consolidação territorial, o estabelecimento de impasses não estava pronta e foi desenvolvi-
Promover a regularização fundiária das Uni- mosaicos e corredores ecológicos, a produção da durante as reuniões da equipe.
larização oficial das terras de forma que possam
dades de Conservação de Uso Sustentável do extrativista, o uso sustentável dos recursos naturais
garantir a efetividade e cumprimento dos direitos ࡿࡿ Estar aberto a novas sugestões, novos
Amazonas, por meio da implementação de e a implementação de políticas públicas específicas.
de populações tradicionais ocupantes de vastas pontos de vista é de extrema relevância para
políticas públicas específicas, garantindo a seus
extensões do território amazônico nacional”, re- ࡿࡿ Construção de uma política pública para articulação dos conhecimentos em busca
moradores a plenitude de seus direitos sociais,
força André Tomasi, assessor do Programa Sul do regularização fundiária que pode ser replicada de soluções que muitas vezes são, inclusive,
econômicos e ambientais e contribuindo assim
Amazonas do Instituto Internacional de Educação em outros Estados. O Conselho Nacional das inovadoras.
para a proteção e manutenção da cultura dessas
do Brasil (IEB). Populações Extrativistas (CNS) está analisando e
populações extrativistas.
promovendo ensaios de replicação da experiência
em outros Estados da Amazônia (Amapá e Pará) com
UCs de Uso Sustentável em situações fundiárias
semelhantes.
METODOLOGIA
52 No final de 2015, tiveram início oficinas nas quatro Ter-
Gestão Socioambiental (CGSA) – curso de capacita- 53
ção do ICMBio – tal ideia foi desenvolvida, com in-
ras Indígenas para elaboração participativa dos Planos
centivo ao aprimoramento da leitura crítica da reali-
de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA’s). A conclusão
dade do parque. A visibilidade da iniciativa resultou
do documento está prevista para 2018. No planejamen-
no apoio de Desireé C. Barbosa da Silva, servidora
to do Parque Nacional do Pico da Neblina já constava
da Coordenação de Elaboração e Revisão do Plano
o ordenamento do ecoturismo, por meio das ações da
de Manejo (Coman).
Câmara Temática, vinculada ao Conselho Consultivo da
unidade e a participação da equipe gestora na constru- A partir desse momento, a equipe gestora do parque
ção dos PGTA’s das 4 TI’s em sobreposição. nacional acrescentou no planejamento atividades
voltadas ao processo do Plano de Manejo e reforçou
De janeiro de 2015 a agosto de 2016, a equipe gesto-
a continuidade dos trabalhos já desenvolvidos. A res-
ra do Parque participou de 18 eventos relacionados
peito do Plano foram realizadas reuniões de plane-
aos Planos de Gestão dos Territórios Indígenas (PG-
jamento e alinhamento institucional entre a equipe
TA’s), entre eles três reuniões da Câmara Temática
do Parque Nacional, representantes da Coman e de
do Ecoturismo e a Assembleia das Associações Ya-
diversos macroprocessos do ICMBio em Brasília.
nomami (Ayrca e Kumirayoma).
O processo foi monitorado pelos proponentes ao longo
A Divisão de Gestão Participativa e Educação Am-
das etapas indicadas, com o objetivo de acompanhar
biental (DGPEA), a Coordenação Geral de Gestão de
a construção de instrumentos de gestão, segundo o
Conflitos em Interfaces Territoriais (COGCOT) e a Co-
cronograma proposto, visando assegurar a ampliação
ordenação Geral de Gestão Socioambiental do Insti-
e a qualificação da construção participativa.
tuto Chico Mendes (CGSAM/DISAT/ICMBio) apoiaram
com recursos financeiros algumas das atividades re- Na Oficina de Organização do Planejamento, úni-
A iniciativa é parte de um processo mais amplo, que abrange a gestão de um complexo mosaico de áreas
lacionadas aos PGTA’s e a gestão da UC. O Gabinete ca atividade realizada em Brasília e apoiada pela
protegidas que, entre outras ações, apresenta como proposta: a participação do ICMBio na elaboração dos
da Presidência do ICMBio apoiou financeiramente a Coordenação de Elaboração e Revisão do Plano de
PGTA’s das TI’s em sobreposição à UC e a construção participativa do Plano de Manejo do Parque Nacional
expedição de Etnomapeamento do Pico da Neblina, Manejo (Coman), foram identificadas as sete etapas
do Pico da Neblina.
uma atividade da Câmara Temática do Ecoturismo. para a elaboração do Plano de Manejo: organização
do planejamento; diagnóstico da unidade de con-
Inicialmente, a equipe identificou a necessidade
RESULTADOS de elaborar o Plano de Manejo coincidindo com a
servação; análise e avaliação estratégica da infor-
da Neblina, com registro das histórias, locais sagrados, mação; planejamento estratégico; planejamento tá-
ࡿࡿ Aproximação com instituições parceiras: construção dos PGTA’s para evitar futuros conflitos
sítios antigos, caminhos feitos pelos ancestrais e tico; conclusão do documento; aprovação do plano.
Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto na área de interface territorial. Durante o II Ciclo de
levantamento dos pontos críticos de acesso.
Socioambiental (ISA), Secretaria Municipal de Foto: Flávio Bocarde Foto: Flávio Bocarde
54
INSPIRE-SE! PERÍODO MAIOR ARTICULAÇÃO ENTRE SECRETARIA 55
Janeiro de 2015 a outubro de 2016.
ESTADUAL E FUNAI TRANSFORMA RELAÇÕES
ࡿࡿ Construir canais de diálogo com o
Estado e as organizações da sociedade civil PARCEIROS DO PROJETO
ENTRE MORADORES DE COMUNIDADES E
pode possibilitar a criação de articulações
intersetoriais, somando esforços em prol de Associações e lideranças indígenas do Rio Negro;
INDÍGENAS
objetivos compartilhados. Compreender a Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma; Coordenação geral e executiva: Flavia Dinah Rodrigues de Souza (Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas
dinâmica dos atores envolvidos, respeitar a Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes do Acre - Seanp-AC, vinculado ao Departamento de Áreas Protegidas e Biodiversidade da Secretaria do Meio
cultura e o modo de vida dos povos e realizar Ambiente do Acre - Sema-AC). Gestão dos recursos e gerenciamento: Jesus Domingos Rodrigues de Souza
(Ayrca); Fundação Nacional do Índio (Funai); Federa-
leitura crítica da realidade são imprescindí- (Parque Estadual de Chandless/Secretaria do Meio Ambiente do Acre - Sema-AC).
ção das Associações Indígenas do Rio Negro (Foirn);
veis para planejar ações de gestão. Instituto Socioambiental (ISA); Secretaria de Meio
Ambiente e Turismo de São Gabriel da Cachoeira Vinte e uma Unidades de Conservação (UCs) estão no Acre, PERFIL
ࡿࡿ Novas atitudes e posicionamentos são
(Sematur/SGC). sendo que 14 possuem limites territoriais ou mesmo so-
os primeiros passos na direção de agendas Localizado no sudoeste do Acre, o parque
breposição a Terras Indígenas (TIs). O Parque Estadual
positivas como forma de responder a anti- estadual conta com 695.303 hectares. Do
Chandless (PEC), por exemplo, conta com 20 km de linha
gas demandas, mas com novas estratégias lado brasileiro está circundado pela Re-
e em um novo cenário. Em relação à prática seca com o Peru (Parque Nacional Alto Purus e a Reserva
serva Extrativista Cazumbá Iracema e por
apresentada, por exemplo, entendendo a Comunal Alto Purus), além disso é circundado pela Reser-
duas Terras Indígenas (TIs): Alto Rio Purus
sobreposição de UCs e TIs como dupla pro- va Extrativista Cazumbá Iracema e por duas TIs (Mamoada-
e Mamoadate.
teção de área. Foto: Flávio Bocarde te e Alto Rio Purus), do lado brasileiro.
ࡿࡿ O ecoturismo pode ser um instrumento “Nesse cenário, as relações da gestão com os indígenas OBJETIVOS
com potencial de incrementar a renda das vizinhos inexistiam depois de 10 anos de criação da UC, e Fortalecer as relações interinstitucionais
comunidades tradicionais, como alternativa com a Fundação Nacional do Índio (Funai), limitavam-se entre Funai e a Secretaria de Estado do
a práticas não sustentáveis, como o garimpo, aos pequenos momentos de reuniões do Conselho gestor. Meio Ambiente do Acre (Sema-AC), por
a caça e a pesca ilegais. O empoderamento De um lado, a Funai acusava moradores do PEC de explo- meio da gestão integrada entre o Parque
feminino, inclusive nas comunidades indíge- rarem as margens do Chandless pertencente a TI Alto Rio Estadual Chandless e a Terra Indígena
nas, favoreceu a diversificação das atividades Purus, com base em denúncias dos indígenas, e de outro, Alto Rio Purus, a favor da construção de
geradoras de renda nas comunidades, nesta os moradores ressentiam a coleta de tracajás e jabutis diálogo com indígenas da TI Alto Rio Purus
Boa Prática. O primeiro passo foi estimular
e dos respectivos ovos do lado pertencente ao parque”, e moradores do Parque Chandless para a
a participação das mulheres em ambientes
explica Flavia Dinah Rodrigues de Souza, chefe da divisão proteção conjunta do território.
tradicionalmente masculinos como as assem-
do Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas do Acre
bleias das Associações.
(Seanp-AC), vinculado ao Departamento de Áreas Protegi-
ࡿࡿ Estimule a formação e a participação Foto: Flávio Bocarde das e Biodiversidade da Secretaria do Meio Ambiente do Foto: Acervo Sema-AC
ࡿࡿ O fortalecimento da relação interinstitucional ࡿࡿ Rodas de conversa que busquem Iniciativas construídas a partir das demandas da PERFIL
com a Funai entre 2014 e 2015 foi um marco que deu mostrar a proximidade dos interesses dos base, com os principais interessados, de fato, pos-
início a uma série de outras parcerias entre 2016 diversos atores sociais podem diminuir os Reservas Extrativistas Médio Purus e Ituxi; Flores-
suem uma força de mudança que muitas vezes
e 2017, incluindo definições de agendas conjuntas conflitos e gerar cumplicidade. tas Nacionais Humaitá e Purus localizadas no sul
supera as expectativas das lideranças envolvidas
aumentando assim a eficiência de recursos, por do Amazonas; Terras Indígenas. Mais de 25 povos
ࡿࡿ Estratégias bem-sucedidas contam com no processo. “A gestão integrada no sul do Amazo-
exemplo. indígenas e mais de 100 comunidades tradicionais
amplo amparo institucional. Tal característica nas não foi imposta de fora para dentro, ela partiu
extrativistas e ribeirinhas vivem nas calhas dos
pode, por exemplo, garantir fluidez da ação das demandas da região”, pontua Luciene Pohl,
rios Madeira e Purus.
independente da mudança de servidores. assessora do Programa Povos Indígenas do Ins-
METODOLOGIA tituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). OBJETIVOS
A partir da abertura de edital para desenvolvimento
A necessidade de construir um espaço de diálogo Implementar o Plano de Ação de Gestão Integra-
de planos de ação comunitários no âmbito do Arpa,
A utilização dos mapeamentos e das abordagens sobre a relação entre Terras Indígenas (TIs) e Uni- da de forma que oriente as instituições parceiras
componente 2.3, Funai e Sema elaboraram proposta
sobre gestão territorial e ambiental do Acre em re- dades de Conservação (UCs) apareceu como con- quanto às ações prioritárias no avanço desse
conjunta para materialização das ações de campo
lação à política indigenista foi substancial para a senso entre extrativistas, indígenas e gestores do modelo de gestão territorial no sul do Amazonas.
necessárias à operacionalização do ciclo de reuni-
discussão de pertencimento territorial, indígena e ICMBio e da Fundação Nacional do Índio (Funai) já Gerar acordos de gestão integrada, de uso com-
ões e oficinas programadas, entre 2014 e 2016, na
não indígena. em 2012, durante o Seminário Gestão Participativa partilhado e de convivência territorial; promover e
Terra Indígena e no Parque Estadual.
de Unidades de Conservação no Sul do Amazo- fortalecer espaços de diálogo e governança (comi-
Em cinco oficinas foram discutidas as relações de nas, Nordeste de Roraima e Norte de Mato Grosso, tês regionais e conselhos de UCs); formar e capa-
uso, mapeamentos dos territórios, a questão do PERÍODO promovido pelo Instituto Internacional de Educa- citar lideranças e gestores sobre gestão integrada
pertencimento territorial; na intenção de não coibir Junho de 2013 a dezembro de 2017. ção do Brasil (IEB). “Em 2015, esta demanda, com do território; fortalecer as ações estratégicas de
os usos tradicionais, mas sim práticas ilegais levan- expressiva participação indígena e contando com vigilância do território; incrementar as atividades
tadas nas oficinas. gestores da Funai e ICMBio foi acentuada durante econômicas e cadeias de valor regionais; realizar
PARCEIROS DO PROJETO o curso Formar Política Nacional de Gestão Terri-
Indígenas foram recebidos na sede da UC e gestores ações de fiscalização e controle do território.
Fundação Nacional do Índio (Funai); Assessoria de torial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI),
da unidade estiveram nas aldeias escolhidas para
Assuntos Indígenas do Acre; Centro de Trabalho In- também realizado pelo IEB. Diante desse contexto,
as reuniões. Moradores do parque também perce-
digenista; Associações Huni kui e Madijá da TI Alto no mesmo ano, com apoio da Fundação Moore, Na região, o desmatamento é um dos “inimigos comuns”
beram a maior aproximação da gestão do parque.
Purus e famílias do parque. o IEB iniciou o projeto Gestão Integrada de Ter- de indígenas, moradores das Unidades de Conservação
A partir da alocação orçamentária de ambos os ras Indígenas e Unidades Conservação no Sul do e servidores do ICMBio e Funai, mas não o único. Vio-
Foto: Acervo Sema-AC
órgãos, Funai e Sema, em 2016 e 2017, uma série de Amazonas, por meio de um processo formativo”, lação de direitos, como privação da posse, violência no
ações foi planejada e executada de forma conjunta. esclarece Luciene Pohl. campo e grilagem de terras são recorrentes.
O nível de planejamento consistia na implementa-
ção dos encaminhamentos gerados de maneira co-
letiva nas reuniões com a comunidade do parque
e com indígenas, com a inserção dessas atividades
nos planejamentos orçamentários de ambos.
gia, critérios de seleção dos participantes, perfil dos Todas essas ações (articulação política, reuniões, ofi-
instrutores, materiais didáticos, estrutura (módulos cinas para realização do curso e do Seminário e o pró-
presenciais e não presenciais) e a data. prio evento) reuniram diferentes parceiros de 19 insti-
tuições, sendo mais de 16 da sociedade civil (além do
IEB) e duas governamentais, dispostos a transformar
a realidade. O resultado desse trabalho está regis-
trado no Plano de Ação de Gestão Integrada, constru-
ído especialmente durante o curso e complementado
durante o Seminário, que busca minimizar conflitos
socioambientais na região e estreitar o diálogo com
apoiadores da iniciativa. Governo, sociedade civil or-
ganizada e cooperação internacional tiveram a opor-
tunidade de conhecer o Plano e visualizar como cada
instituição pode contribuir na implementação das
ações que promovam a melhor gestão territorial e o
enfrentamento de conflitos comuns.
BOAS PRÁTICAS NA GESTÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
ARTICULAR E CAPACITAR
62
PERÍODO INSPIRE-SE! MAIS DE 70% DOS VISITANTES ANALISAM A 63
2006 a 2017.
EXPERIÊNCIA COMO ÓTIMA EM UNIDADE ONDE
PARCEIROS DO PROJETO
ࡿࡿ Explicar os motivos que levaram à
criação das Unidades de Conservação, a
ÓRGÃO ESTADUAL E OSCIP SOMAM ESFORÇOS
importância dessas áreas para a sociedade Coordenação geral: Carlos Alberto Cassini (Instituto do Meio Ambiente - IMA, que substituiu a Fundação do
Fundação Pró Natureza (Funatura); WWF Brasil; Meio Ambiente - Fatma). Coordenação executiva: Vilmarice Silva (Parque Estadual Fritz Plaumann/Instituto
e organizar a gestão de forma integrada são
membros do Conselho Consultivo do Mosaico Ser- desafios permanentes a serem superados. do Meio Ambiente - IMA). Gestão dos recursos e gerenciamento: Gilberto Morsch (Áreas Naturais Protegidas/
tão Veredas Peruaçu; Instituto Estadual de Florestas Instituto do Meio Ambiente -IMA).
(IEF/MG); Caixa Econômica Federal (Fundo Socio- ࡿࡿ O envolvimento de atores sociais,
ambiental); Fundação Banco do Brasil, do Banco do como ONGs, fundações, universidades, as-
Brasil; Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA);
sociações e cooperativas de produtores, por A criação do Parque Estadual Fritz Plaumann, em 2003, está entre as PERFIL
exemplo, agrega conhecimentos e torna a medidas de compensação ambiental relativas à instalação da Usina
Agência Nacional das Águas (ANA); WWF Brasil; Co- Localizado no município de
dinâmica mais fluída. Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai, em Santa Catarina. O Consórcio Itá
munidade Europeia; Instituto Sociedade População Concórdia, às margens do
- atualmente formado pela Companhia Siderúrgica Nacional, Engie e Ci-
e Natureza (ISPN); Governo Francês; Universidade ࡿࡿ O estímulo à formação de associações lago formado pela barragem
que representam as diferentes comunidades mento Itambé - adquiriu e doou ao Governo do Estado, para a finalidade
Estadual de Montes Claros (Unimontes); Instituto da Usina Hidrelétrica Itá, no
pode favorecer o desenvolvimento da gestão. de criação de Unidade de Conservação, do grupo de proteção integral,
Federal do Norte de Minas/Campus Arinos e Cam- rio Uruguai, o parque esta-
área remanescente da Floresta Estacional Decidual. “Além da aquisi-
pus Januária; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dual conta com mais de 740
ࡿࡿ A gestão integrada encontra na co- ção das terras, a Usina, administrada pelo Consórcio Itá, também ficou
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Prefei- municação uma forte aliada. O Conselho hectares. A unidade preserva
responsável pela elaboração do Plano de Manejo e implementação de
turas dos 12 municípios do Mosaico e recentemente do Mosaico, por exemplo, desenvolveu com remanescentes da Floresta
estruturas para o uso público, como o Centro de Visitantes devidamente
o Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF) que parceiros o Jornal do Mosaico, site, folders, Estacional Decidual, perten-
ambientado, pórtico, quatro trilhas com pontes, mirantes, passarelas e
está apoiando três Projetos no território, sendo: um matérias, vídeos tanto para mobilizar os di- cente à Zona Núcleo da Re-
uma ponte pênsil entre outras estruturas”, afirma Carlos Alberto Cassini,
da Funatura, outro do WWF-Brasil e o terceiro da versos públicos da comunidade quanto atrair serva da Biosfera de Domínio
chefe de parque do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA),
Cooperativa dos Agricultores Familiares e Agroextra- turistas à região. Confira http://mosaicosvp. da Mata Atlântica.
com.br/o-mosaico/ órgão estadual que substituiu a Fundação do Meio Ambiente (Fatma),
tivistas do Vale do Peruaçu (Cooperuaçu).
desde dezembro de 2017.
Foto: Paulo Henrique G. de Souza Foto: Paulo Henrique G. de Souza Durante os estudos para a elaboração do Plano de Manejo, foi constata- OBJETIVOS
da a necessidade de desenvolver estratégias como forma de obter mão
Garantir o pleno funciona-
de obra qualificada para o funcionamento do parque, diante das dificul-
mento de toda a estrutura
dades encontradas pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), órgão am-
da unidade, por meio da
biental estadual de Santa Catarina – atual Instituto do Meio Ambiente
incubação de uma Organi-
de Santa Catarina (IMA). “Ficou evidente que a Fatma não teria pessoal
zação da Sociedade Civil de
suficiente para manter toda essa estrutura pública em funcionamento.
Interesse Público (Oscip)
A empresa responsável pela elaboração do Plano de Manejo sugeriu
para atuar como cogestora
então a incubação de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse
da unidade nas áreas de uso
Público (Oscip) para a cogestão do parque, bem como o envolvimento
público e envolvimento com
com as comunidades do entorno do parque. A necessidade de fazer a
comunidades do entorno. A
incubação decorreu do fato de não existirem organizações não governa-
estratégia surgiu em respos-
mentais nem Oscip da área ambiental na região. A proposta foi aprova-
ta a um cenário onde não
da por ambos, Fatma e Consórcio Itá e o projeto colocado em prática”,
existiam ONGs ou Oscip da
completa Cassini.
área ambiental.
Gestores da Área de Proteção Ambiental do Lago de Mosaico Lago de Tucuruí; construção da infraestru-
ࡿࡿ Levantamentos e estudos que revelam
Tucuruí; da Reserva de Desenvolvimento Susten- tura e a aquisição de equipamentos para os portos
números sobre a importância de determinada
tável Alcobaça e da Reserva de Desenvolvimento de monitoramento, esta última em andamento.
atividade para a região ganham força na esfe-
Sustentável Pucuruí Ararão que juntos contataram
A prática é monitorada por portos localizados pró- ra executiva e podem contribuir para investi-
a Gerência da Região Administrativa do Mosaico do
ximos à sede administrativa do Ideflor-bio. Técnicos mentos no setor via políticas públicas. Busque
Lago de Tucuruí (GRTUC), do Instituto de Desenvol- articular nos estudos as informações sociais,
visitam semanalmente os pontos de desembarque
vimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do biológicas, econômicas e institucionais.
para acompanhar a rotina de coleta de informações
Pará (Ideflor-bio) com uma demanda que pode ser
e recolher os formulários preenchidos. Nos por-
sintetizada na aplicação da Gestão Ecossistêmica ࡿࡿ Unidades de Conservação que compar-
tos mais distantes, a visita técnica ocorre no míni- tilham a macrorregião e onde as comunida-
dos Recursos Pesqueiros e Aquícolas.
mo uma vez ao mês, os formulários são recolhidos des desenvolvem a mesma atividade também
A gestão apoiou a iniciativa. Visitas de campo para mensalmente, e toda a semana é feito contato tele- podem somar esforços na elaboração de
traçar um diagnóstico das condições de funciona- fônico com os coletores. estudos.
mento dos portos marcaram o início do projeto,
Os recursos utilizados no desenvolvimento do Sis- ࡿࡿ Atividades tradicionais e artesanais reco-
com o acompanhamento dos representantes do
tema de Monitoramento vieram de compensação nhecidas pelo poder executivo local valorizam
setor da pesca da região. Após os levantamentos,
ambiental. O controle é realizado por comunitários os profissionais envolvidos em toda a cadeia
as problemáticas foram sistematizadas permitindo
sob responsabilidade das entidades representati- produtiva. Analise suas oportunidades de con-
a busca por soluções mais estruturadas. A etapa tribuir com o trabalho das comunidades.
vas do setor da pesca nos municípios.
seguinte consistiu em traçar um planejamento com
previsão das ações, incluindo as etapas de discus- ࡿࡿ Apresentar os resultados obtidos a par-
são, adaptação e implantação. PERÍODO tir do monitoramento, na forma de boletins
ou relatórios, por exemplo, com a forte utili-
O Plano de Ordenamento dos Recursos Pesqueiro Abril 2016 – em andamento. zação de números, demonstra transparência,
e Aquícola do Mosaico Lago de Tucuruí tem como o que pode atrair parceiros e patrocínio.
proposta melhorar as condições de trabalho dos
pescadores e usuários dos portos de desembarque PARCEIROS DO PROJETO
e possibilitar a inserção do Sistema de Monitora-
mento do Desembarque Pesqueiro e Aquícola do Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustenta-
Mosaico Lago de Tucuruí. bilidade do Pará (SEMAS); Secretaria de Estado de Foto: Acervo Ideflor-bio
Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap); Tucuruí; Colônia de Pescadores de Breu Branco; Co-
O documento elaborado pela Gerência da Região Ministério Público do Estado do Pará – Comarca de lônia de Pescadores de Novo Repartimento; Colônia
Administrativa Lago de Tucuruí em parceria com os Tucuruí; Conselho Gestor da Área de Proteção Am- de Pescadores de Itupiranga; Colônia de Pescadores
três Conselhos Gestores do Mosaico teve como base biental Lago de Tucuruí; Conselho Gestor da Reserva de Goianésia do Pará; Colônia de Pescadores de Ja-
as demandas dos usuários dos recursos pesqueiros de Desenvolvimento Sustentável Alcobaça; Conse- cundá; Colônia de Pescadores de Marabá; Sindicato
e as pesquisas sobre biologia, ecologia e a atual si- lho Gestor da Reserva de Desenvolvimento Susten- dos Pescadores Artesanais e Aquicultores de Tucu-
tuação das espécies de pescado exploradas nesse tável Pucuruí-Ararão; Prefeitura Municipal de Tucu- ruí e Região (Sinpaatur); Sindicato dos Pescadores
ambiente. 60% da produção do pescado está con- ruí; Prefeitura Municipal de Breu Branco; Prefeitura de Jacundá (Sidjac).
centrada em duas espécies. Municipal de Novo Repartimento; Prefeitura Muni-
A implantação do Sistema pode ser dividida em cipal de Itupiranga; Prefeitura Municipal de Nova
três etapas: levantamentos preliminares e início do Ipixuna; Prefeitura Municipal de Jacundá; Prefeitura
monitoramento do desembarque pesqueiro (com Municipal de Goianésia do Pará; Central das Colô-
acompanhamento dos técnicos do Ideflor-bio); nias de Pescadores da Bacia Hidrográfica do Ara-
construção do sistema de monitoramento informa- guaia-Tocantins (Cecoat); Colônia de Pescadores de
70
TERMO DE RECIPROCIDADE E PLANO DE RESULTADOS METODOLOGIA
71
TRABALHO ORIENTAM PARCERIA NO PARQUE ࡿࡿ A Associação Amigos do Parque investe cerca de
R$ 200 mil/ano no Programa Permanente de Apoio
Um pequeno grupo da sociedade civil disposto a
mobilizar outros cidadãos cariocas fundou, em ar-
NACIONAL DA TIJUCA Administrativo e na Manutenção, nas áreas de gestão, ticulação com a equipe gestora da unidade, a Asso-
Coordenação geral, executiva, gestão dos recursos e gerenciamento: Ernesto Viveiros de Castro (Parque proteção, pesquisa, manutenção, voluntariado, ciação dos Amigos do Parque Nacional da Tijuca, em
Nacional da Tijuca/ICMBio); Roberto Nascimento (Amigos do Parque Nacional da Tijuca). comunicação, entre outras. 1999, com atuação nas seguintes frentes:
OBJETIVOS
Formar instrutores/multiplicadores desenvolvendo capaci-
dade institucional em duas frentes: Planejamento e manejo
de trilhas terrestres; Interpretação ambiental. Na primeira,
com o propósito de elaborar projetos específicos, efetuar
ações de manejo e coordenar equipes de execução. Já no
segmento de interpretação ambiental, elaborar planos
interpretativos para UCs e desenvolver produtos, como
trilhas interpretativas.
86
RESULTADOS INSPIRE-SE! ESTRATÉGIA BUSCA COMUNICAR DE FORMA 87
ࡿࡿ Maior senso de pertencimento dos prestadores
de serviço, em especial condutores, em relação à
MAIS EFETIVA SOBRE AS UNIDADES DE
Unidade de Conservação.
ࡿࡿ Antes de qualquer capacitação, faça um
diagnóstico dos principais desafios da UC
CONSERVAÇÃO E MELHORAR A EXPERIÊNCIA
ࡿࡿ Melhora na relação entre os condutores e suas na relação com os condutores e o perfil dos DO VISITANTE
associações com a gestão da UC. envolvidos.
Coordenação geral: Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (ICMBio) e Serviço Florestal dos Estados
ࡿࡿ Para o diagnóstico é importante co- Unidos (USFS) - práticas realizadas em áreas demonstrativas no âmbito da parceria. Coordenação executiva:
ࡿࡿ Maior interação entre os próprios condutores e
nhecer o histórico da unidade e ouvir toda a Antônio César Caetano, Josângela da Silva Jesus, Serena Turbay dos Reis, Beatriz Nascimento Gomes, Lílian
suas organizações (associações/cooperativas).
equipe (servidores, parceiros, prestadores de Vieira Miranda Garcia, Cristina Batista, Maria Carolina Alves de Camargos (ICMBio). Gestão dos recursos e
ࡿࡿ Aumento no interesse de moradores das serviço, voluntários). gerenciamento: Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/ICMBio); Serviço Florestal dos Estados
comunidades em trabalhar como condutores de Unidos (USFS).
ࡿࡿ Estratégias para avaliar a qualidade
visitantes, no caso específico da Floresta Nacional
da experiência do visitante na UC são fun-
do Tapajós. Comunicar os objetivos das Unidades de INSPIRAÇÃO
damentais. Vale investir em questionários,
fichas, e-mails, busque trabalhar com amos- Conservação (UCs) pode parecer simples à primeira
A partir das capacitações em Interpretação
tragens para validar a informação. vista, mas a prática traz uma série de lacunas
METODOLOGIA Ambiental realizadas no âmbito da parceria
que precisam ser preenchidas pela gestão. “De
ࡿࡿ Diante de elogios dos visitantes, com- do ICMBio com o Serviço Florestal dos Estados
A partir das capacitações de Interpretação Am- forma geral, as equipes gestoras têm dificuldade
partilhe a informação com toda a equipe. Unidos (USFS).
biental ministradas pelos instrutores do Serviço em comunicar adequadamente a finalidade
Sucesso no trabalho é mérito da harmonia
Florestal dos Estados Unidos (USFS) e da Natio- e os objetivos da Unidade de Conservação à PERFIL
entre o grupo.
nal Association for Interpretation (NAI), pela con- sociedade. As ações de comunicação que visam a
Floresta Nacional do Tapajós/PA, Parque Na-
trapartida institucional, foram feitas adaptações sensibilização do público, normalmente, não estão
cional de Anavilhanas/AM; Parque Nacional da
das estratégias de capacitação voltadas aos pres- integradas em um planejamento abrangente,
Chapada dos Veadeiros/GO; Parque Nacional
tadores de serviços para o contexto brasileiro. Os PERÍODO assumem caráter pontual e são pouco efetivas,
Marinho dos Abrolhos/BA.
recursos vieram da Agência dos Estados Unidos apesar do esforço despendido. O principal
Novembro de 2015 a abril de 2017. desafio a ser superado pela elaboração de Planos
para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e do OBJETIVOS
ICMBio. Interpretativos, portanto, é tornar organizadas e
mais efetivas as ações de sensibilização”, afirma Identificar, organizar e priorizar os assuntos-
A equipe ampliada de Interpretação Ambiental do PARCEIROS DO PROJETO -chave por meio da Interpretação Ambiental;
Josângela Jesus, analista ambiental do ICMBio.
ICMBio ministrou as capacitações para os presta- Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS); Coope- planejar as estratégias de comunicação voltadas
dores de serviço. Nas UCs da Amazônia (Floresta Em determinadas Unidades de Conservação de
rativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona); Asso- à sensibilização para diferentes públicos; orien-
Nacional do Tapajós e Parque Nacional de Ana- diferentes categorias, a elaboração dos Planos In-
ciação dos Agentes Ambientais do Vale do Peruaçu tar ações de aprimoramento da qualidade da
vilhanas), contaram também com o acompanha- terpretativos é utilizada como instrumento no pla-
(AAVP); Associação dos Transportes Turísticos de experiência de visitação; sensibilizar os diferen-
mento de um instrutor da Universidade Estadual nejamento das estratégias de comunicação, como
Novo Airão (Attuna); Associação Novo Airãoense de tes atores sobre a importância da UC e o papel
do Colorado. principal recurso capaz de sensibilizar. Na prática, os
Turismo (Anatur). de cada público diante dos objetivos da gestão;
Planos integram um conjunto de ações que buscam
Recursos da parceria com o Serviço Florestal dos
Foto: Beatriz Gomes melhorar a comunicação entre os diferentes
oferecer uma experiência de visitação mais qualifi-
Estados Unidos (USFS) viabilizaram os cursos na públicos envolvidos com a gestão da unidade.
cada e ao mesmo tempo estreitar o relacionamento
Floresta Nacional do Tapajós e no Parque Nacional
entre os gestores e os moradores do entorno.
de Anavilhanas. No Parque Nacional Cavernas do
Peruaçu, a capacitação foi realizada com recursos
da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios
(CGEUP/ICMBio) e no Parque Nacional Marinho dos
Abrolhos, os recursos vieram do Projeto Áreas Mari-
nhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar).
90
10 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO OBTÊM DADOS RESULTADOS METODOLOGIA
91
INÉDITOS DE VISITAÇÃO COM ACESSO EM ࡿࡿ Instalação de placas nas trilhas e atrativos de
10 Unidades de Conservação, com dados inéditos
Com o objetivo de implantar o sistema em determi-
nadas áreas protegidas estaduais, servidores do Ins-
TEMPO REAL sobre o número de visitantes e os locais mais tituto do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) buscaram
Coordenação geral: Manuela Tambellini e Deise de Oliveira Delfino (Instituto Estadual do Ambiente do Rio frequentados. O Parque Estadual da Serra da Tiririca soluções nas experiências internacionais. Para os
de Janeiro (Inea). Coordenação executiva: Márcio Beranger, Geisy Leopoldo, Tercius Barradas e Felipe Queiroz registrou 98 mil visitantes entre novembro de 2016 servidores do Estado do Rio de Janeiro, um sistema
(Inea). Gestão dos recursos e gerenciamento: Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). e junho de 2017, com média de 13 mil visitantes/ produzido na França, que utiliza placas equipadas
mês, picos aos sábados e segundas entre 08:00 com sensores piezoelétricos, foi a alternativa com a
e 11:00 / 20:00 e 23:00, com destaque para cultos melhor relação entre custo e benefício. As placas são
Números são informações valiosas para PERFIL religiosos no horário noturno. enterradas no lugar a ser monitorado, o que garante
gestão e nas áreas protegidas não é dife- a invisibilidade da tecnologia no ambiente, vedação
Unidades de Conservação Estaduais do Rio de Janeiro ࡿࡿ Monitoramento 24 horas permite identificar
rente. Conhecer o fluxo de visitantes, por contra as intempéries e certa segurança contra van-
atendidas: Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio fluxos de visitação até então não imaginados,
exemplo, abre um caminho de oportunida- dalismo. A autonomia da bateria é de 10 anos.
Macacu, Parque Estadual dos Três Picos, Parque Es- como a circulação noturna de grupos em trilhas na
des. No entanto, o contexto nacional ain-
tadual da Pedra Branca, Parque Estadual da Costa do Área de Proteção Ambiental Cachoeiras do Macacu. A aquisição e instalação das placas foi viabilizada
da está repleto de desafios com recursos
Sol, Parque Estadual do Desengano, Parque Estadual Nesse caso, diligências da Unidade de Policiamento por recursos de Compensação Ambiental via Insti-
e equipes insuficientes e uma demanda
Cunhambebe, Parque Estadual do Mendanha, Parque Ambiental (UPAm) foram até o local. tuto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea),
crescente da população por qualidade nos
Estadual da Pedra Selada, Parque Estadual da Serra da Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e
serviços públicos. “Nesta situação, com in- ࡿࡿ A partir da análise dos dados e da identificação
Tiririca, Parque Estadual da Ilha Grande. Instituto Terra de Preservação Ambiental (ITPA). A
tuito de coletar dados de maneira eficien- do público, a equipe gestora da unidade tem
instalação do equipamento ficou por conta do Inea
te, precisa, comparável entre as Unidades OBJETIVOS condições de desenvolver ações mais assertivas.
e da empresa Soluções Ambientais com Inovação
de Conservação (UCs) e em longo prazo, Equipes que possuem mais informação têm
Criar rede de monitoramento automático das UCs e Sustentabilidade (Sacis), parceira e distribuidora
buscamos nas experiências internacio- subsídios para investir em estratégias de
Estaduais do Rio de Janeiro, a partir da instalação de das placas no Brasil.
nais uma solução capaz de desonerar os fiscalização, no controle nos locais monitorados e
sensores automáticos de contagem de visitantes de
recursos humanos e agregar tecnologia à na otimização dos recursos. Toda a transmissão de dados é feita pelo aplicativo
longo prazo e com bom custo-benefício; aumentar a
visitação. Na prática são duas questões di- Eco-Visio no celular. A plataforma de análise padro-
eficiência de consulta aos dados; elaborar análises do ࡿࡿ Entre janeiro de 2016 e outubro de 2017,
retamente relacionadas ao alcance de me- nizada entre as UCs em português permite organizar
fluxo de visitantes de cada ponto monitorado; estimular com o auxílio da tecnologia foram registrados
lhores resultados, incluindo na aplicação análises e consultas. É possível acessar a plataforma
o fluxo de informações entre os gestores e parceiros, automaticamente 365.879 visitantes em 10 Unidades
de recursos e utilizando as informações ao mesmo tempo que as UCs e obter informações
com aumento das análises em conjunto; estimular o de- de Conservação estaduais do Rio de Janeiro, com
para orientar de forma precisa as ativida- sobre a sistemática adotada, compartilhar pontos de
senvolvimento científico sobre visitação; disponibilizar possibilidade de extração de dados referentes a
des em campo e de planejamento”, afirma contagem entre as UCs, inclusive criando uma conta
informações ao público em geral, incentivar o desen- dia e horário de maior visitação.
Manuela Tambellini, coordenadora da Ge- com todos os pontos monitorados.
volvimento de pesquisas científicas, assim como gerar
rência de Visitação, Negócios e Sustenta-
subsídios para prestadores de serviços e empreendedo-
bilidade do Instituto Estadual do Ambiente
res locais e regionais.
do Rio de Janeiro (Gevins/Inea).
92
Durante a prática, a análise dos dados das Unida-
des de Conservação do Estado do Rio de Janeiro foi
INSPIRE-SE! RESULTADOS SUBSIDIAM A CRIAÇÃO DE NOVA 93
feita pelas equipes do Inea e do Sacis. A gerência TRILHA E MOSTRAM VISITAÇÃO ACIMA DAS
do Inea, com base nos dados, definiu as estraté-
gias relativas à visitação. O órgão estadual também
ࡿࡿ O uso da tecnologia automatiza a
contagem dos visitantes, mas essa ainda é
EXPECTATIVAS
disponibilizou as informações, assim como abriu a a exceção no Brasil por conta do alto custo. Coordenação geral: Alexandre Lorenzetto (Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade - Sacis/
possibilidade de consulta a toda equipe. Novas tecnologias já estão em desenvolvi- Eco Contadores/Brasil). Coordenação executiva: Galiana da Silveira Lindoso (Soluções Ambientais com
mento. Enquanto isso, busque outras formas Inovação e Sustentabilidade - Sacis/Eco Contadores/Brasil). Gestão de recursos e gerenciamento: Galiana
No Estado do RJ, com a utilização dos sensores,
de obter essa informação. A contagem na da Silveira Lindoso (Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade - Sacis/Eco Contadores/Brasil);
após a coleta de dados pelo gestor, a informação Leandro Goulart e Jorge Luiz do Nascimento (Parque Nacional da Serra dos Órgãos/ Instituto Chico Mendes de
portaria segue como o método mais utiliza-
automaticamente fica disponível para a Gerência Conservação da Biodiversidade – ICMBio); Ivan Monteiro e Frederico Pimentel (Concessionária Rio Teresópolis
do, mas considere outras possibilidades.
de Visitação, Negócios e Sustentabilidade do Inea, - CRT/ Parque Nacional da Serra dos Órgãos).
por meio da plataforma online de análise de da- ࡿࡿ A contagem de visitantes pode ser feita
dos (Eco-Visio). É recomendada a leitura mensal dos por mais de 10 instrumentos divididos em Implementar ações de monitoramento do uso pú- PERFIL
equipamentos pela UC. quatro grupos, com os mais diversos custos:
blico em Unidades de Conservação (UCs) auxilia
contagem direta (controle de portaria, conta- Localizado na região serrana do Rio de Janeiro,
Após um ano do início das atividades, a empresa na readequação de trilhas e atrativos turísticos. A
dores automáticos, sistemas de agendamen- o Parque Nacional da Serra dos Órgãos abrange
parceira ministrou capacitação e curso de recicla- contagem de visitantes nas portarias, sem dúvida,
to); contagem indireta (dados de visitação os municípios de Petrópolis, Guapimirim, Magé
gem para guarda-parques e gestores (sem custo). revela dados valiosos aos gestores das unidades e à
obtidos por número de desembarques em e Teresópolis, é a terceira Unidade de Conser-
aeroportos, rodoviárias, portos, ocupação na sede do ICMBio, porém como o próprio nome já diz
vação mais antiga do Brasil e possui a maior
rede hoteleira); estimativa (dados obtidos ela fica restrita à entrada, não permitindo a valida-
rede de trilhas do país com mais de 200 Km.
PERÍODO por meio de estatísticas, amostras); autorre- ção dos principais atrativos, por exemplo. “Em rela-
Janeiro de 2016 a outubro de 2017. gistro (livro de visita, formulários, totens). ção às trilhas isso é essencial para conhecer a carga OBJETIVOS
turística e os potenciais impactos da visitação. Os
ࡿࡿ Gestores de Unidades de Conservação Monitorar e quantificar os visitantes que per-
dados são importantes para atrair investimentos,
PARCEIROS DO PROJETO federais devem escolher o método e validá- correm as trilhas do parque. Elaborar análises
elaborar parcerias com empresas para execução de
-lo com a Coordenação Geral de Uso Público do fluxo de visitantes de cada ponto monitora-
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio); Insti- serviços turísticos, além de orientar estudos de via-
e Negócios, com apresentação da proposta do por: quantificação total, perfil diário, perfil
tuto Terra de Preservação Ambiental (ITPA); Soluções bilidade econômica para a delegação de serviços de
via Sistema Eletrônico de Informações (SEI). horário, horários de picos de visitação, sazona-
Ambientais com Inovação e Sustentabilidade (Sacis). Os números são importantes para a unidade apoio à visitação para a iniciativa privada”, afirma
lidade (meses/estações). Desenvolver projeto-
e a sede, por isso compartilhe, se possível, Alexandre Lorenzetto, biólogo e consultor da Solu-
Foto: Galiana Lindoso -piloto com contador automático de visitantes
mensalmente, as informações pelo SEI. ções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade
(Eco-Contador) em trilhas.
(Sacis/Eco Contadores/Brasil).
ࡿࡿ Em 2017, 102 Unidades de Conservação Foto: Galiana Lindoso
(UCs) enviaram os dados ao ICMBio pelo SEI
e revelaram um recorde, 10,7 milhões de visi-
tantes. O número representa um marco e sig-
nifica que, desde 2012, o ICMBio mais do que
dobrou a performance do alcance de monito-
ramento da visitação, quando apenas 48 UCs
comunicavam o indicador à sede. Os dados
de 2017 comparados a 2016 - com 8,3 milhões
de visitantes em 71 UCs - trazem 20% como a
estimativa real de aumento. Os outros 10% se
referem ao aprimoramento metodológico.
98
to de energia com o uso de pilhas e/ou baterias e
desenvolvendo circuito próprio para a transição da
INSPIRE-SE! GESTÃO RECUPERA PRAIAS PROTEGIDAS DE 99
fase de protótipo à solução comercial. EMPREENDIMENTOS PRIVADOS IRREGULARES
ࡿࡿ Sistemas automáticos de contagem ain- Coordenação geral: Francisco Livino (ICMBio). Coordenação executiva, gestão dos recursos e gerenciamento:
da precisam de expressivos investimentos, Thiago Rabello (ICMBio).
PERÍODO mas é possível levantar os números da visita-
Fevereiro a novembro de 2017. ção de outras formas. O Roteiro Metodológico A apropriação irregular de áreas públicas ainda PERFIL
para Manejo dos Impactos de Visitação, por
é realidade em muitas Unidades de Conserva-
exemplo, do ICMBio, conta com informações Localizado entre os Estados do Rio de Janeiro e São
ção. No Parque Nacional da Serra da Bocaina
PARCEIROS DO PROJETO práticas para começar o seu planejamento. Paulo, o Parque Nacional da Serra da Bocaina protege
até pouco tempo, empreendimentos irregula-
http://bit.ly/roteirovisitacaoICMBio áreas contínuas de Mata Atlântica, desde altitudes su-
Centro Universitário da Serra dos Órgãos (Unifeso) e res dominavam a paisagem da praia com in-
Parque Nacional da Serra dos Órgãos/ICMBio. periores a 2.000 metros até praias, costões rochosos
ࡿࡿ Consulte as publicações da International tensa visitação desordenada. “A Praia do Meio
e uma baía (Caixa d’Aço). Os mais de 100 mil hectares
Union for Conservation of Nature (IUCN) que estava integralmente sob domínio privado de
trazem conhecimento e ferramentas sobre abrangem Paraty e Angra dos Reis, no Estado do Rio
proprietários de bares e de estacionamentos,
gestão das áreas protegidas. www.iucn.org/ de Janeiro e São José do Barreiro, Ubatuba, Cunha e
que promoviam visitação extremamente degra-
http://bit.ly/IUCNbest-practice-guidelines Areias, no Estado de São Paulo. A unidade é reconhe-
dante e incompatível com os objetivos da Uni-
cida como Reserva Mundial da Biosfera, pela Organi-
ࡿࡿ Inovações que buscam solucionar de- dade de Conservação (UC)”, esclarece Francisco
zação das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
mandas nacionais têm grande potencial de Livino, gestor da unidade de 2008 a 2017.
e a Cultura (Unesco), desde 1992 e compreende a área
mobilizar parceiros. Antes de qualquer ação, A remoção desses empreendimentos era o núcleo da proposta da candidatura de Paraty a Patri-
avalie se aquela potencial alternativa seria
primeiro passo para recuperar as áreas, a mônio Mundial, na categoria de Sítio Misto.
do interesse das demais UCs e contate a área
biodiversidade, ordenar, formalizar e qualifi-
responsável do ICMBio assim a demanda
car o uso público. “Trata-se, na verdade, de OBJETIVOS
ganha ainda mais força.
uma prática que engloba uma grande gama Resgatar ao domínio público as áreas ocupadas
de procedimentos, indo desde a mediação de irregularmente, visando consolidar a Unidade de
conflitos, fiscalização até o planejamento da Conservação, qualificar a atividade turística e com-
UC, com a materialização de seu uso público partilhar responsabilidades e benefícios com a
e a regularização fundiária”, completa Livino. comunidade local.
Foto: Acervo ICMBio
PERFIL
104
PUBLICAÇÃO SISTEMATIZA TURISMO DE BASE 105
COMUNITÁRIA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Coordenação geral: Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/DIMAN/ICMBio), Coordenação
Geral de Populações Tradicionais (CGPT/DISAT/ICMBio) e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da
Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais (CNPT/DISAT/ICMBio). Coordenação
executiva: Grupo de Trabalho do Turismo de Base Comunitária (GT-TBC), coordenado pela Coordenação
Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/DIMAN/ICMBio): Carolina Mattosinho de Carvalho Alvite – ICMBio,
Denise Arantes de Carvalho Manso – ICMBio, Ivan Machado de Vasconcelos – ICMBio, Josângela da Silva
Jesus – ICMBio, Juciara Elise Pelles – ICMBio, Lílian Lindoso – ICMBio, Marcelo Derzi Vidal – ICMBio, Marília
Falcone Guerra – ICMBio, Mateus Sônego – ICMBio, Neuza Maria Gonçalves Pereira – ICMBio, Rafael Pereira
Pinto – ICMBio, Thiago do Val Simardi Beraldo Souza – ICMBio (coordenador do GT), Ana Cristina Alves
Penante - Associação de Moradores da Resex Soure, Conceição Fonseca Pantoja - Associação Comunitária
Jamaraguá (ASMORJA) / Flona do Tapajós, Maria José Nunes da Silva - Associação de Moradores do Rio
Unini / Resex de Unini.
106
Em 2013, os membros do Grupo de Trabalho par-
ticiparam do III Congresso de Natureza, Turismo e
INSPIRE-SE! ESTRATÉGIA REFORÇA O CONCEITO DA TRILHA 107
Sustentabilidade (Conatus). A primeira versão do TRANSCARIOCA E GARANTE VISIBILIDADE
caderno Turismo de Base Comunitária em Unidades
de Conservação: princípios e diretrizes foi elabora-
ࡿࡿ O caderno Turismo de Base Comunitária:
princípios e diretrizes traz os princípios e as
EXTRA À INICIATIVA
da no mesmo ano. diretrizes para o desenvolvimento da ativi- Coordenação geral: Adriano Melo (Conservação Internacional - CI-Brasil). Coordenação executiva: Adriano
dade, além do conceito de TBC a ser adotado Melo, Bruno Coutinho, Fernando Ribeiro, Maurício Bianco, Priscila Steffen e Alan Camargo (Conservação
Em 2016, o GT passou a contar com nova composi- Internacional – CI Brasil); Paula Rascão e Marcos Ferreira (E-Trilhas). Gestão de recursos e gerenciamento:
no âmbito do ICMBio. As diretrizes para o
ção que deu sequência ao trabalho com a revisão e Conservação Internacional.
TBC estão divididas em três blocos: diretri-
conclusão do caderno Turismo de Base Comunitária.
zes para a participação social e organização
Atores sociais que estudam a temática também cola-
comunitária, diretrizes para a qualificação da De 2012 a 2017, o Mosaico Carioca de INSPIRAÇÃO
boraram na elaboração do documento, por meio de
experiência e diretrizes para gestão da UC. Áreas Protegidas conectou seis Unidades
reuniões presenciais ou ainda conferências online. Confira: http://bit.ly/cadernoTBC O livro Transcarioca - todos os passos de um sonho, de Pe-
de Conservação do Rio de Janeiro, entre
dro da Cunha e Menezes, Sextante Artes (2000) foi o ponto
Os recursos para as reuniões presenciais e a partici- a Barra de Guaratiba e o Morro da Urca,
ࡿࡿ Quando o assunto é Turismo de Base de partida do projeto que teve como inspiração trilhas de
pação nos seminários vieram do Projeto Pnud-BRA formando a Transcarioca, oficialmente
Comunitária (TBC) não há fórmula pronta, longo percurso, como Appalachian Trail (Estados Unidos),
08/023, com a complementação de recursos orça- mas conhecer as experiências já desenvol- a maior trilha urbana da América
Huella Andina (Argentina), Hoerikwaggo Trail (África do Sul)
mentários. O documento foi lançado no Seminário vidas nas Unidades de Conservação sempre Latina com 180 km de amplo corredor
e Te Araroa Trail (Nova Zelândia).
Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social agrega conhecimento. Contate os gestores e ecológico. A fase seguinte buscou
(Sapis), em outubro de 2017. esclareça suas dúvidas. estimular a colaboração de uma série de
PERFIL
atores sociais, empresas e instituições
Com esta etapa concluída, o próximo desafio do GT- ࡿࡿ O TBC não deve ficar restrito entre a Inaugurada com 180 km e 90% de sinalização, a Trilha
diante de mais essa conquista e para
-TBC em andamento é construir um Caderno de Ex- equipe de gestão e a comunidade, envolva Transcarioca integra o planejamento e a gestão de seis
isso foi preciso focar em uma área que
periências. O documento apresentará metodologias os parceiros, contate institutos, centros de Unidades de Conservação (UCs): Parque Nacional da Tijuca;
articula mais do que informação, a do
para o alcance dos princípios e diretrizes almejados pesquisa e inicie um projeto participativo,
conhecimento. “Fortalecer a estratégia de Parque Estadual da Pedra Branca e na esfera municipal,
e será pautado em experiências práticas considera- respeitando o protagonismo comunitário na
comunicação era realmente necessário Parque Natural da Catacumba; Parque Natural Paisagem
das fontes significativas de aprendizado e com po- tomada de decisões.
para dar identidade e mais unidade à Carioca; Parque Natural de Grumari e ainda o Monumento
tencial de replicação em outros cenários, a partir de
ࡿࡿ O contexto do Turismo de Base Comu- trilha e ao movimento social associado Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca.
adequações, por conta de cada realidade. nitária é a Unidade de Conservação, busque ao mesmo. Acreditamos que é preciso
criar roteiros que agreguem as diferentes OBJETIVOS
não apenas apoiar a iniciativa com o
dimensões indissociáveis do território: natu-
PERÍODO rais, sociais e histórico-culturais. Integração
desenvolvimento de peças e produtos Promover a Trilha Transcarioca como ferramenta de con-
de divulgação, mas também fazer parte servação e estímulo ao cuidado, à inovação e à colabora-
Dezembro de 2011 a outubro de 2017. aqui é a palavra-chave.
dela, participar ativamente”, pontua ção nas Unidades de Conservação e entorno. Divulgar e
Adriano Melo, coordenador de Projetos engajar comunidades, instituições, voluntários, visitantes,
PARCEIROS DO PROJETO da Conservação Internacional do Brasil por meio do turismo ecológico na trilha.
(CI-Brasil).
Representantes de povos e comunidades tradicionais. Foto: Marcello Cavalcanti
118
os participantes sobre a importância de preservar
a região. O contexto da escassez hídrica do Distri-
INSPIRE-SE! PARQUE ESTADUAL DO PICO DO ITAMBÉ 119
to Federal reforçou o papel que a Área de Proteção AUMENTA A VISITAÇÃO E FORTALECE ALIANÇAS
Ambiental exerce na proteção aos mananciais e na
conservação da biodiversidade.
ࡿࡿ Termos de parceria fortalecem os vín-
culos institucionais entre governo e a socie-
NA ESFERA MUNICIPAL
dade civil em busca da melhor governança e Coordenação geral: Silvia Jussara Duarte (Parque Estadual do Pico do Itambé /Instituto Estadual de Florestas
O projeto avaliou a degradação das trilhas já exis-
gestão dos recursos naturais. - IEF). Coordenação executiva: Silvia Jussara Duarte (Parque Estadual do Pico do Itambé /IEF) e Flávia Oliveira
tentes, implementadas pelas comunidades de ci-
(área de monitoria ambiental prestadora de serviço ao IEF). Gestão dos recursos e gerenciamento: Silvia
clistas e caminhantes. Grupos comunitários “adota- ࡿࡿ Definir responsabilidades de cada ins- Jussara Duarte (Parque Estadual do Pico do Itambé /Instituto Estadual de Florestas - IEF).
ram” as trilhas e passaram a alertar as demandas tituição e órgão público participante otimiza
emergentes de cuidados. Os eventos contaram com processos e resultados.
ampla cobertura fotográfica. Quando a servidora estadual Silvia Jus- INSPIRAÇÃO
ࡿࡿ O desenvolvimento de atividades sara Duarte assumiu a gerência do Par-
O processo comunitário de sinalização das trilhas, práticas em conjunto entre sociedade civil e Curso de pós-graduação em Administração e Manejo de
que Estadual do Pico do Itambé, em
incluindo relacionar a biodiversidade, viabilizou a servidores também estreita parcerias. Unidade de Conservação (Amuc), realizado no Estado de
2013, ela encontrou um cenário pareci-
formação de um roteiro com cinco trilhas: Pedra dos Minas Gerais em Unidades de Conservação sob jurisdição
ࡿࡿ Áreas de Conservação são ótimos espa- do com a experiência que teve na ges-
Amigos, Caliandra, Bom Tempo, Península do Lago do Instituto Estadual de Florestas (IEF) 2010. O Amuc é re-
ços para aprender, estimule que as aulas das tão do Parque Estadual Serra do Inten-
Norte e Pamonhas. A Administração do Lago Norte alizado desde 1992 e tem como parceiros a Fundação Facul-
redes de ensino pública e privada incluam vi- dente, em Minas Gerais, onde o déficit
disponibilizou trabalhadores, maquinários e apoio dade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola (FAFILE/
sitas à UC e articulem assim teoria e prática. de investimentos compromete ações e
na divulgação regional. UEMG), a Fundação Biodiversitas e o apoio financeiro da
projetos com as comunidades do entor-
U.S. Fish and Wildlife Service, do Programa de Proteção da
Edital do Programa de Voluntariado do Banco do no, escolas, associações etc. “A falta de
Mata Atlântica de Minas Gerais (Promata/MG).
Brasil viabilizou financeiramente o Projeto Ecotri- recurso financeiro por parte do Governo,
lhas Serrinha. Os parceiros contribuíram com a ca- ocasionava (e ainda ocasiona) fragilida- PERFIL
pacidade técnica das equipes de forma voluntária. des na gestão, desmotivando a equipe.
A continuidade do Ecotrilhas encontrará suporte e
PERÍODO Inserido na Serra do Espinhaço, considerada a única cordi-
Tenho buscado com outras ferramentas
apoio no Comitê Gestor Permanente já constituído. Março a outubro de 2017. lheira brasileira, o Parque Estadual do Pico do Itambé com
garantir o mínimo de aplicabilidade dos
6.520 hectares fica entre os municípios de Santo Antônio do
Planos de Ação alinhados ao Plano de
Itambé, Serro e Serra Azul de Minas.
Manejo. O desafio maior foi mostrar para
PARCEIROS DO PROJETO os prefeitos que investir recursos finan-
OBJETIVOS
Instituto Brasília Ambiental (Ibram); Secretaria do Gavião Real; Grupo de Escoteiros Lis do Lago; Insti- ceiros na Unidade de Conservação traz
Meio Ambiente do Distrito Federal; Administração tuto Salvia Soluções Socioambientais (ISSA); Espaço benefícios para todo um contexto local Realizar atividades em regime de integração e cooperação
Regional do Lago Norte; Fundação Banco do Brasil de Cultura Ecologia e Educação Holística (Ilumina); com aumento no fator de qualidade, na mútua com as prefeituras, estabelecer regras/condições
- Voluntariado Banco do Brasil; Corpo de Bombeiros, Instituto de Permacultura (Ipoema); Comitê de Ba- medida do investimento”, destaca. para a cooperação técnica e a gestão compartilhada dos
Conselho Regional de Desenvolvimento Rural Susten- cia do Lago Paranoá; Ateliê Anjico – Arte e Educação recursos florestais e das ações no parque.
tável – Lago Norte; Movimento Salve o Urubu; Vivei- Ambiental; Batom Bikers; Conexão Bikers Cerrado;
ro Comunitário Lago Norte; Fundação Mais Cerrado; Rodas da Paz; Jornal do Lago Norte; Guia do Lago
Grupo de Caminhadas Brasília/DF; Rebas do Cerrado Norte – O Guia da Cidade; Península FM; Colégio do
Brasília/DF; Amigos da Quebra da Treze; Raia Norte; Sol; Escola Classe Aspalha; Grupo de Trabalho Serri-
Grupos Escoteiros da Lago Norte; Grupo de Escoteiros nha do Paranoá.
Foto: Mariane Gervasio Ferreira Foto: Mariane Gervasio Ferreira PARCEIROS DO PROJETO
Conselho Consultivo do Parque Estadual do Pico
do Itambé; Câmara Municipal de Santo Antônio do
Itambé; Prefeitura de Santo Antônio do Itambé.
124
PARCEIROS DO PROJETO INSPIRE-SE! PARQUE NACIONAL DAS ARAUCÁRIAS ABRE 125
Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação
Veracel; Reserva Particular do Patrimônio Natural
PARA USO PÚBLICO COM APOIO DO CONSELHO
ࡿࡿ Parcerias que apoiam Unidades Coordenação geral, executiva, gestão dos recursos e gerenciamento: Juliano Rodrigues Oliveira (Parque
Rio do Brasil; Associação Despertar Trancoso; Mo-
de Conservação com fundos fiduciários Nacional das Araucárias/ICMBio).
vimento Arte Manha; Conselho de Turismo da Costa
garantem a longevidade de projetos, por
das Baleias.
meio dos rendimentos das aplicações.
Trabalho colaborativo é mais do que a As restrições no efetivo da equipe ampliam os desafios das PERFIL
soma das partes, na prática ele transfor- Unidades de Conservação. No Parque Nacional das Araucárias,
Localizado na região oeste do Estado
ma pequenas ações em grandes impactos essa característica foi intensificada em 2008, quando apenas
de Santa Catarina, o Parque Nacional
positivos. Amplie parcerias locais e regio- um servidor continuou na unidade. Mas em nenhum momento
das Araucárias abrange nos 12 mil
Foto: Jailson Souza nais, invista nessa direção. esse cenário foi sinônimo de trabalho solo, ao contrário. “Por
hectares áreas dos municípios de
isso, realizar parcerias e fortalecer o Conselho Consultivo são
ࡿࡿ A publicação Observação de Aves Ponte Serrada e Passos Maia.
as prioridades da gestão”, pontua Juliano Rodrigues Oliveira,
na Costa do Descobrimento - educação,
chefe do parque. A unidade foi criada em 2005 e até 2013 es-
conservação e sustentabilidade traz as OBJETIVOS
lições aprendidas incluindo um Plano de teve fechada à visitação. Nesse período o tema não estava na
pauta. Planejar, administrar, avaliar a im-
Ação com orientações gerais para implan-
plantação do uso público no parque e
tação da atividade e um guia de aves da Até que em assembleia do Conselho, a implantação do uso
garantir a participação da sociedade
região. http://bit.ly/Aves_Costa_do_Des- público passou a ser o principal objetivo. “No mesmo momen-
cobrimento local no processo.
to, o Conselho se posicionou como principal parceiro e assu-
ࡿࡿ Conheça o site da CI-Brasil sobre o miu participação efetiva no planejamento e na implantação
projeto Observação de Aves https://www. do processo”, destaca Oliveira.
conservation.org/global/brasil/Pages/
Observacao-de-Aves.aspx Foto: Acervo ICMBio
126
RESULTADOS INSPIRE-SE! PARQUE NACIONAL DE ANAVILHANAS E CNPT 127
ࡿࡿ Abertura do Parque Nacional das Araucárias à
visitação, mediante agendamento por e-mail. Na
APLICAM PLANO DE AÇÃO E AUMENTAM
unidade, é possível pedalar, praticar esporte, fazer
ࡿࡿ Planejar é essencial, mas reconhecer as
adaptações necessárias também. O planeja-
SEGURANÇA DE BOTOS E TURISTAS
piquenique, trilhas noturnas e claro, caminhar mento precisa fazer parte do dia a dia, orientar Coordenação geral: Marcelo Derzi Vidal (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversidade
muito. O parque estimula as visitas organizadas a direção mas, em nenhuma fase, deve ser visto Associada a Povos e Comunidades Tradicionais - CNPT/ICMBio). Coordenação executiva: Priscila Maria da
de escolas e universidades. Os voluntários como obstáculo. Ao contrário, ele é um aliado. Costa Santos (Parque Nacional de Anavilhanas/ICMBio).
contabilizam o fluxo de visitantes.
ࡿࡿ Visitas agendadas despontam como es-
ࡿࡿ Estudos para criação do Plano Municipal de Turismo tratégia nas Unidades de Conservação onde as O turismo interativo com botos vermelhos (Inia geoffren- INSPIRAÇÃO
e da Rota das Araucárias, com atrativos do entorno restrições no número de servidores represen-
sis), baseado na oferta de alimentos, está entre os prin-
tam certos limites. Nesses casos, vale a pena Cursos para instrutores do ICMBio e
e do interior da Unidade de Conservação estão em cipais atrativos do Parque Nacional de Anavilhanas. No
reforçar essa informação em todos os materiais para facilitação de PANs.
andamento. A iniciativa é da prefeitura de Passos Maia, entanto, a falta de monitoramento da atividade colocava
de comunicação e diante de todo e qualquer
que contratou consultoria junto ao Sebrae-SC. contato feito pela mídia, pontue a importância em risco o bem-estar dos botos e a segurança dos turistas. PERFIL
ࡿࡿ Fortalecimento do Conselho Consultivo, de divulgar os contatos para o agendamento. “As interações entre botos e turistas eram realizadas sem
controle. A falta de normas levava a um excesso de pes- Com cerca de 350 mil hectares, o Par-
representando a comunidade do entorno. ࡿࡿ Busque parcerias em diversos setores.
soas em interação com os botos, provocando um estresse que Nacional de Anavilhanas abrange
ࡿࡿ Potenciais novos parceiros, como Sebrae, Sesi/SC e Investir no relacionamento com as esferas
desnecessário aos animais. Os turistas tinham permissão parte dos municípios de Manaus e
municipais tem potencial capaz de fazer a
Fundação Grupo Boticário, se aproximaram da unidade Novo Airão, no Estado do Amazonas. A
diferença no impacto da Unidade de Con- para nadar com os botos, o que frequentemente ocasiona-
após a divulgação da abertura do parque pela mídia. servação para a população. Organizações unidade preserva o arquipélago fluvial
va comportamentos inadequados, como subir nos animais
não governamentais, institutos de pesquisa, e segurar as nadadeiras. Outra situação preocupante era o de Anavilhanas, diversas formações
voluntários... as oportunidades são inúmeras. florestais e fauna terrestre e aquática.
METODOLOGIA oferecimento de alimentos que não faziam parte da dieta
Implemente esforços e amplie parcerias: esse
natural dos botos, como salgadinhos, cerveja, salsichas e
Com a equipe do Parque Nacional das Araucárias é um caminho estratégico para mobilizar a OBJETIVOS
sociedade e atrair visitantes. pães”, destaca Marcelo Vidal, analista ambiental do Centro
restrita ao gestor, o Conselho Consultivo assumiu Nacional de Pesquisa e Conservação da Sociobiodiversida- Implementar programa-piloto de
o papel de parceiro estratégico e criou o Grupo de ࡿࡿ Mantenha relacionamento com jornalis- ordenamento participativo do turismo
de Associada a Povos e Comunidades Tradicionais/ICMBio.
Trabalho (GT) de Uso Público para aprofundar os tas e comunicadores da mídia local, identifi- interativo com botos no Parque Nacio-
Dessa forma, implementar melhorias para a manutenção
debates e tornar as assembleias mais produtivas, que aqueles que cobrem temas relacionados
dessa prática de uso público na Unidade de Conservação nal de Anavilhanas.
às Unidades de Conservação e uso público e
com o encaminhamento de propostas. O GT apoiou era uma necessidade.
envie informações sobre a unidade. Pesqui-
as atividades, incentivou o trabalho voluntário, rea- sas, números de visitação e a programação
valiou o planejamento, e, em 2017, foi incorporado à do mês podem virar pauta.
Foto: Marcelo Vidal Foto: Marcelo Vidal
Comissão Permanente da unidade.
130
REABERTURA DE TRILHAS EM CARÁTER RESULTADOS INSPIRE-SE!
131
EXPERIMENTAL GARANTE VITÓRIA DA ࡿࡿ Reabertura das Trilhas da Nascente do Rio
Pelotas e da Pedra Furada em caráter experimental
SOCIEDADE com consequente aumento no número de visitantes.
ࡿࡿ Estimule a gestão compartilhada,
valorize a integração dos conselheiros e dos
Coordenação executiva: Grupo de Trabalho do Conselho Consultivo (CC). Coordenação geral: Conselho ࡿࡿ Em 2017, 346 pessoas percorreram a trilha comunitários. A mobilização desses grupos
Consultivo (CC). Gestão dos recursos e gerenciamento: equipe do Parque Nacional de São Joaquim/ICMBio. da Pedra Furada, algumas repetiram o percurso. aumenta o senso de pertencimento da socie-
Questionadas se fariam a trilha novamente, dade em relação às áreas protegidas, o que
Durante mais de 50 de anos, o uso público do Parque Nacional PERFIL todas responderam que sim. 100% dos visitantes contribui com o trabalho de gestão.
de São Joaquim – entre os 10 mais visitados do país – an- aprovaram a quantidade de pessoas na trilha
Localizado na região Serrana de San- ࡿࡿ Parcerias com institutos de pesquisa
tecedeu a regulamentação oficial de 2012 e a publicação do simultaneamente. e observatórios conferem subsídios para a
ta Catarina, o Parque Nacional de São
primeiro Plano de Manejo. “Em janeiro de 2015, o ICMBio - por gestão nas mais diversas frentes.
Joaquim, com cerca de 50 mil hecta- ࡿࡿ Formação de Câmara Técnica de Uso Público.
conta do posicionamento mais restritivo no período - optou
res, protege o bioma Mata Atlântica, Aprimoramento na relação da equipe gestora da UC ࡿࡿ O uso público dos parques federais
pelo fechamento das trilhas à visitação, diante da falta de ins-
com expressiva presença de rema- com o Conselho, visitantes, sociedade. Visibilidade favorece a visitação no município e no Estado.
trumentos como o Plano de Manejo. A ação repercutiu negati-
nescentes de matas de araucárias. do movimento pela reabertura das trilhas na mídia. Busque estreitar relacionamentos e trabalhar
vamente no trade turístico e em toda a sociedade, culminando
A unidade é formada por áreas dos ࡿࡿ Aumentar a proteção do Parque Nacional de São a divulgação do parque com as Secretarias de
com reuniões em Brasília, cartas e protestos em rede social,
municípios de Urubici, Bom Jardim Joaquim contra caçadores. Fortalecer o Conselho e as Turismo.
sem naquela época, sensibilizar a instituição. Os problemas de
da Serra, Grão Pará, Lauro Müller e parcerias com as prefeituras de Urubici, Grão Pará e
gestão para a equipe começaram a aparecer, como a entrada
Orleans. Bom Jardim da Serra, em Santa Catarina e o Comando
de pessoas não autorizadas e até caçadores, a mesma histó-
ria conhecida em outras situações”, pontua Michel Tadeu R. N. da Aeronáutica.
OBJETIVOS A equipe gestora da UC reavaliou as trilhas com o
de Omena, analista ambiental da unidade. Nesse contexto de
Integrar a sociedade na gestão da uso de indicadores NBV (número balizador da visi-
mobilização social, servidores da unidade buscaram alternati-
Unidade de Conservação; refletir so- METODOLOGIA tação) e VIM (gerenciamento do impacto da visita-
vas e contaram com o apoio de uma série de instituições.
bre os objetivos das áreas protegidas. ção). A Coordenação de Planejamento, Estruturação
O fechamento das trilhas mobilizou uma série de
da Visitação e do Ecoturismo (Coest/ICMBio) ana-
Foto: Sérgio Sachet parceiros locais: Instituto Serrano de Conservação
lisou os dados e permitiu a reabertura das trilhas
da Natureza (Isecon); Comando da Aeronáutica (DT-
Nascentes do Rio Pelotas e da Pedra Furada. No
CEA-MDI); proprietários de áreas rurais não regula-
momento, visitantes interessados nos percursos
rizadas; Fundação do Meio Ambiente (Fatma), órgão
devem efetuar agendamento.
estadual de meio ambiente substituído pelo Insti-
tuto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), a
partir de dezembro de 2017. PERÍODO
Durante reuniões do Conselho Gestor do Parque Novembro de 2016 – em andamento.
Nacional de São Joaquim, o tema foi avaliado, le-
vando em consideração os prós e contras e equipe
disponível para monitorar e prezar pela segurança PARCEIROS DO PROJETO
dos visitantes e a integridade dos recursos naturais.
Conselho do Parque Nacional de São Joaquim; Ins-
Parceiros ficaram responsáveis pela avaliação das tituto Serrano de Conservação da Natureza (Isecon);
trilhas, verificação de impactos; identificando neces- Destacamento de Controle do Espaço Aéreo - Mor-
sidade de melhoria. Após o levantamento, os dados ro da Igreja (DTCEA MDI); proprietários de áreas ru-
justificavam a abertura experimental de duas trilhas. rais não regularizadas; Fundação do Meio Ambiente
Assim os servidores da Unidade de Conservação po- (Fatma) - órgão estadual de meio ambiente - subs-
deriam concentrar esforços nos trechos. O trabalho tituído pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa
voluntário na manutenção das trilhas foi essencial. Catarina (IMA), a partir de dezembro de 2017.
ࡿࡿ Na Floresta Nacional de Tefé/AM: a principal 3. No eixo operacional, foram definidas as ações es- Foto: Equipe DEA
leção de estudantes e a escolha dos professores dades dos estudantes. Já Alternância do Ato Edu- Associação de Moradores e Conselhos Gestores das
formadores. Os estudantes tinham que ser mora- cativo contempla dois momentos: o tempo-escola, Três UC’s envolvidas; Universidade Federal do Pará/
dores das Reservas Extrativistas e áreas adjacentes que consiste em estudos desenvolvidos nos centros Campus de Altamira; Escola de Aplicação da Uni-
interessados e referenciados pela comunidade. Já de formação; e o tempo-comunidade, que oportu- versidade Federal do Pará; Secretaria Municipal de
a seleção dos professores formadores trouxe como niza o desenvolvimento de estudos na comunidade. Educação de Altamira; Secretaria Municipal de Saú-
condições para inscrição o licenciamento nas di- de de Altamira; Instituto Socioambiental; Fundação
Após a formação em nível médio, os professores es-
ferentes áreas do conhecimento, aptidão e dispo- Viver, Produzir e Preservar.
tavam aptos a ministrar aulas na educação infantil,
nibilidade para desenvolver o trabalho. Os 75 edu-
ensino fundamental/séries iniciais e Educação de
cadores selecionados passaram por processos de
Jovens Adultos (EJA), articulados com os conheci-
formação (oficinas de afinação) por conta da pro-
mentos e as necessidades dessa população.
posta diferenciada em uma realidade peculiar.
Os educandos não concluem séries, mas oito mó-
Os princípios curriculares do projeto estão de acor-
dulos constituídos por 2.915 horas, sendo 1.685 ho-
do com a legislação educacional vigente, são eles:
ras de tempo escola/presenciais e 1.230 horas de
Flexibilidade; Interdisciplinaridade; Pluralidade de
tempo-comunidade. Em 2017, 79 jovens estavam for-
Saberes e Linguagens; Trabalho como princípio edu-
mados, sendo: 26 estudantes da Reserva Extrativista
cativo; Pesquisa como eixo estruturante; Práxis. A In-
146
RECURSO AUDIOVISUAL FAVORECE RESULTADOS
147
APROXIMAÇÃO ENTRE GESTÃO ESTADUAL E A ࡿࡿ A aproximação entre a gestão do Parque e as
comunidades possibilitou a criação de um canal
conversa nas comunidades sobre temas sugeridos
pelos moradores ou seguindo o Calendário Ecoló-
COMUNIDADE de diálogo permanente. gico do Semiárido desenvolvido pela Associação
Coordenação geral: Paulo César Lyra (Secretaria do Meio Ambiente do Ceará - Sema-CE). Coordenação Caatinga. O calendário traz os dias comemorativos
ࡿࡿ Identificação dos anseios, conflitos e
executiva: Cecília Licarião Barreto Luna (Secretaria do Meio Ambiente do Ceará - Sema-CE). Gestão dos relacionados à natureza, como por exemplo, 22 de
dificuldades dos moradores, suas formas de
recursos e gerenciamento: Fátima Viviane Carneiro Bezerra (Secretaria do Meio Ambiente do Ceará - março/Dia Mundial da Água; assim como ações de
organização e aspectos socioambientais.
Sema-CE). prevenção, 11 de janeiro/Dia do Controle da Po-
ࡿࡿ Formação de cidadãos mais conscientes luição por Agrotóxicos; e celebra cada profissional
sobre a importância do parque, os objetivos da envolvido nessa missão, 06 de fevereiro/Dia do
A permanência das comunidades tradicionais que PERFIL unidade e as particularidades dos ecossistemas Agente de Defesa Ambiental.
já viviam na área demarcada como o Parque Esta-
Localizado em Fortaleza, é o maior parque ali presentes.
dual do Cocó, em 2017, está prevista no decreto de Durante o projeto, os moradores sugeriram a re-
natural urbano do Norte/Nordeste, com 1.571 ࡿࡿ Ampliação das ações ambientais no território.
criação da unidade, assim como a continuação das alização de passeios de barco pelo rio Cocó. Para
hectares. O rio Cocó percorre toda a extensão da Parceria voluntária para a fiscalização das áreas
atividades econômicas desenvolvidas pelos mora- os servidores da Secretaria essa prática permitiu
unidade que tem como principal ecossistema o do entorno.
dores e o uso dos recursos naturais, com base no abordar questões voltadas aos recursos hídricos
manguezal.
Plano de Manejo. A partir desse panorama, o esta- em um contexto de maior apelo. Oficinas de plan-
belecimento de uma relação próxima entre a Se- OBJETIVOS tio e horta orgânica, em menor escala, também
cretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará e as
METODOLOGIA
constituíram a prática.
comunidades era mais do que necessário. “O pro- Ampliar o alcance das práticas educativas no A Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará
jeto foi desenvolvido como forma de identificar as parque; criar agentes multiplicadores de ações selecionou duas comunidades como público-alvo:
comunidades tradicionais e associações de mora- ambientais; despertar o interesse pelas causas Associação de Nativos e Moradores da Sabiaguaba PERÍODO
dores na área de abrangência do Parque Estadual ecológicas; fortalecer práticas ambientais de- e a Comunidade do Tancredo Neves. Julho de 2016 a janeiro de 2017.
do Cocó e assim buscar a aproximação das mesmas senvolvidas pelas associações de moradores das
O projeto foi desenvolvido em três locais: nas
com a gestão do Parque por meio da educação am- comunidades locais; proporcionar momentos de
duas comunidades e no Centro Cocó, que integra
biental”, esclarece Paulo César Lyra, gestor do Par- lazer para os envolvidos. PARCEIROS DO PROJETO
o Centro de Referência Ambiental do parque.
que Estadual do Cocó. Associação de Nativos e Moradores da Sabiaguaba;
Uma vez por semana, às quartas à noite, 15 mora-
Comunidade Tancredo Neves; Associação Caatinga.
Fotos: Sabrina Soares e Eduardo Barbosa dores escolhidos pela Associação e pela Comuni-
dade participavam de dinâmicas relativas às ques-
tões ambientais. No Cine Cocó, as práticas tinham
início com jogos de tabuleiro que faziam referência
Fotos: Sabrina Soares e Eduardo Barbosa
à temática, como uso racional da água e prevenção
ao mosquito da dengue, por exemplo. Na sequên-
cia, os moradores assistiam a produções audio-
visuais pré-selecionadas (filmes, documentários,
curtas-metragens, manifestos, comerciais) sob as
diversas faces do assunto. Após a exibição, edu-
cadores do Parque Estadual do Cocó conduziam
rodas de conversa sobre o assunto abordado, com
o propósito de aguçar o senso crítico dos partici-
pantes a partir de questionamentos.
148
INSPIRE-SE! CONCILIAÇÃO PERMITE A PESCA EM UNIDADE 149
DE PROTEÇÃO INTEGRAL RECÉM-CRIADA PELO
Fotos: Sabrina Soares e Eduardo Barbosa ࡿࡿ Selecionar filmes sobre a temática
ambiental que dialoguem com os desafios
PODER LEGISLATIVO
da Unidade de Conservação pode ser um Coordenação geral: João Augusto Madeira (Coordenação de Gestão de Conflitos em Interfaces Territoriais
caminho para iniciar rodas de conversa. Coordenação Geral de Gestão Socioambiental - COGCOT/CGSAM/DISAT/ICMBio) e Bryan Renan Müller (Núcleo
de Estudos sobre Sistemas Pesqueiros e Áreas Marinhas Protegidas, vinculado ao Centro de Estudos do Mar,
ࡿࡿ Fotografias são instrumentos que da Universidade Federal do Paraná - Nespamp/CEM/UFPR). Coordenação executiva: João Augusto Madeira
permitem também novas abordagens como (COGCOT/CGSAM/DISAT/ICMBio); Bryan Renan Müller, Rodrigo Pereira Medeiros, Ana Clara Giraldi (Nespamp/
ponto de partida nas conversas sobre ques- CEM/UFPR); Jocemar Mendonça (Instituto de Pesca - IP/SP); Carolina Alvite (Centro Nacional de Pesquisa e
tões ambientais. Valem fotos de fotógrafos Conservação da Sociobiodiversidade Associada a Povos e Comunidades Tradicionais - CNPT/ICMBio); Walter
reconhecidos, imagens do próprio ICMBio, Steenbock (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul -
da comunidade e dos visitantes, uma vez CEPSUL/ICMBio); Fabio Moreira Correa (Parque Nacional Marinho das Ilhas Currais - PNMIC/ICMBio). Gestão
que é possível rastreá-las pelas hashtags. dos recursos e gerenciamento: COGCOT/CGSAM/ICMBio; Coordenação Regional de Florianópolis (ICMBio);
Nespamp/CEM/UFPR.
ࡿࡿ Oficinas que estimulem os moradores
das comunidades a fotografar os motivos de
Fotos: Sabrina Soares e Eduardo Barbosa
orgulho e os desafios da Unidade de Conser- A falta de consultas públicas e de INSPIRAÇÃO
vação e do entorno também podem produzir estudos técnicos – na contramão
Ciclo de Gestão Participativa, um investimento feito anualmente
registros surpreendentes. A análise desse do que preconiza o Sistema Nacio-
pelo ICMBio, desde 2010, na capacitação de turmas do quadro
material pode funcionar como eixo central nal de Unidades de Conservação
de uma série de rodas de conversa. de servidores em diversas técnicas voltadas a lidar com as
da Natureza (SNUC) – fez com que
comunidades que interagem com as UCs, inclusive relativas à
ࡿࡿ A análise conjunta da equipe gestora a Lei 12.829, de 2013 que instituiu
gestão de conflitos.
nos bastidores é interessante, mas a con- o Parque Nacional Marinho das
clusão final deve ser participativa. Organizar Ilhas dos Currais, pelo Poder Legis- PERFIL
uma mostra com a revelação de pelo menos lativo, desde o início colecionasse
Localizado no litoral do Paraná, próximo aos municípios de
uma foto de cada participante tem potencial críticas. “A proibição imediata da
de estabelecer nova dinâmica de trabalho. Pontal do Paraná e Matinhos, o Parque Nacional Marinho das
pesca nas Ilhas Currais, decorren-
Ilhas dos Currais conta com 1.359 hectares. É o terceiro parque
te da criação da Unidade de Con-
nacional marinho do país, ao lado das unidades de Abrolhos/BA
servação (UC) de proteção integral,
e de Fernando de Noronha/PE.
acarretou na instalação de conflito
socioambiental entre o Instituto
OBJETIVOS
Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) e os pes- Fazer a gestão do conflito, assumindo a existência da colisão de
cadores artesanais da região, di- direitos; melhorar a relação entre a equipe gestora do Parque
ficultando, consequentemente, a Nacional Marinho das Ilhas dos Currais e a comunidade local;
gestão da UC”, declara João Augus- enfrentar um problema que atinge, em maior ou menor grau,
to Madeira, analista ambiental da 70% das UCs federais de proteção integral; desenvolver uma
Coordenação de Gestão de Confli- prática que funcione como bom exemplo para as UCs que apre-
tos Territoriais (Cogcot/ICMBio). sentam situação semelhante.
152
sobre a pescaria no momento de chegada das em-
barcações); registros dos diários de pescaria dos
Currais, houve apenas a captura da cavala. A avalia-
ção do ICMBio e dos parceiros é a de que um acordo
DIÁLOGO E INTERAÇÃO SOCIAL APOIAM A 153
barcos (preenchimento de relatório diário de pro- com maior vigência viabilizará uma avaliação mais IMPLEMENTAÇÃO DO PARQUE ESTADUAL DO
dução e descrição da pescaria); observação das
pescarias a bordo da embarcação, com acompanha-
adequada sobre as necessidades dos pescadores,
a aceitabilidade dos impactos e possíveis soluções
JALAPÃO
mento de pesquisadores e estudantes (com registro permanentes. Participaram do estudo a Coordena- Coordenação geral: Angélica Beatriz Corrêa Gonçalves (Parque Estadual do Jalapão/Naturantins); Rejane
da atividade de captura, além das informações bio- ção de Gestão de Conflitos em Interfaces Territoriais Ferreira Nunes (Área de Proteção Ambiental Jalapão/Naturantins). Coordenação executiva: Maurício José
lógicas). O estudo relacionou dados sobre pescas (COGCOT/ICMBio), o Centro Nacional de Pesquisa e Alexandre de Araújo (Coordenação de Manejo e Proteção Parque Estadual do Jalapão/Naturantins); Cassiana
Moreira (Coordenação de Atividades de Educação Ambiental Parque Estadual do Jalapão/Naturantins). Gestão
dentro e fora da unidade como forma de avaliar a Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudes-
dos recursos e gerenciamento: Emivaldo Campos de Farias e José Santana (Naturantins).
participação dos pesqueiros localizados dentro da te e Sul (CEPSUL/ICMBio), Coordenação Regional de
UC na renda da comunidade. Florianópolis (ICMBio) e o Parque Nacional Marinho
das Ilhas dos Currais (ICMBio). Novas Unidades de Conservação represen- INSPIRAÇÃO
Apenas a etapa final do monitoramento embarca-
do da pesca realizada pelo CEM/UFPR contou com tam uma conquista da sociedade, geral-
A experiência de gestão do Parque Estadual do Can-
aporte do Projeto Pnud/BRA/08/23. Prefeituras e mente acompanhada de inúmeros desafios.
PERÍODO Com o Parque Estadual do Jalapão não foi
tão entre 2000 e 2002 e dos aprendizados no Curso de
Câmaras de Vereadores apoiaram a iniciativa, mas Administração e Manejo de Unidades de Conservação,
Maio de 2016 a dezembro de 2017. diferente. “Tínhamos um cenário de uma
sem participação direta. do Instituto Estadual de Florestas, de Minas Gerais, em
Monitoramento: Maio a agosto de 2017. unidade recém-criada, com pouco ou quase
Os resultados do monitoramento das atividades, 2001 (mesmo ano de criação do parque).
nenhum conhecimento acerca de sua reali-
realizado pelo Nespamp/CEM/UFPR e pelo Instituto dade por parte do próprio órgão gestor (que
da Pesca (IP-SP), com parceria da Fundepag, confir-
PERFIL
PARCEIROS DO PROJETO não participou do processo de criação da
maram os dados preliminares de 2016, mostrando a mesma) e com uma problemática social que Localizado na porção leste do Tocantins, na divisa com
baixa taxa de fauna acompanhante e a viabilidade Colônias de Pescadores de Matinhos e de Pontal do
envolvia pequenos produtores e extrativis- Maranhão, Piauí e Bahia, o Parque Estadual do Jalapão
de garantir a sequência ao acordo. A previsão é a de Paraná; Nespamp/CEM/UFPR; Instituto de Pesca (IP-
tas que sobreviviam da exploração direta (com mais de 158 mil hectares) está na área nuclear
que ele seja novamente firmado ainda em maio de -SP); Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do
dos recursos naturais na região, em especial da macrorregião do Jalapão. É envolvido pela Área de
2018, desta vez com vigência de três anos. Agronegócio (Fundepag).
nas áreas do parque”, lembra Angélica Bea- Proteção Ambiental Jalapão (de 467 mil hectares), e
triz Corrêa Gonçalves, inspetora de Recursos próximo a outras Unidades de Conservação, como a Es-
Em 2017, a pesca da tainha não ocorreu nas Ilhas dos
Naturais, do Instituto Natureza do Tocantins tação Ecológica Serra Geral do Tocantins ao sul, com 716
Foto: Acervo ICMBio
(Naturatins), responsável pela gestão da mil hectares e o Parque Nacional das Nascentes do Rio
unidade, no período de 2003 a 2007. Parnaíba à nordeste, com quase 730 mil hectares.
RESULTADOS METODOLOGIA
154 ࡿࡿ Mais do que visibilidade institucional, o grande No primeiro ano, os dois técnicos alocados na uni-
155
marco foi a construção do relacionamento com dade trabalharam na elaboração do planejamento
a comunidade urbana e rural, a princípio, dos como caminho capaz de levá-los aos objetivos. A
municípios de Mateiros e São Félix e na sequência ampliação da equipe, no ano seguinte, foi come-
dos municípios de Novo Acordo, Lizarda e Ponte morada, já que o trabalho ficou mais dinâmico e
Alta do Tocantins. permitiu avanços na implementação das ativida-
des. O planejamento contou com cinco frentes:
ࡿࡿ A experiência do Parque Estadual do Jalapão
influenciou a adoção da Boa Prática, com as devidas Por exemplo, para ampliação do Conhecimento
adaptações, na Área de Proteção Ambiental Jalapão Regional, foi essencial visitar proprietários rurais
e no Parque Estadual do Lajeado. e povoados do entorno do parque, assim como
realizar o georreferenciamento dos atrativos tu-
ࡿࡿ Elaboração do Plano de Manejo do parque e da
rísticos na região. Conversas informais, entrevistas
área de proteção ambiental com ativa participação
semiestruturadas e a técnica da Travessia, também
das comunidades. Elaboração de norma de controle
conhecida como Caminhada Transversal, permiti-
do manejo e coleta para uso do capim dourado, além
ram obter informações sobre as características lo-
da criação e instalação do Conselho Gestor da unidade.
cais espaciais.
ࡿࡿ Apoio ao desenvolvimento de pesquisas
Desenvolver a Orientação para o controle de vi-
autorizadas. Uma com o Instituto Nacional de
sitação pelo proprietário presumiu reuniões de do Parque do Jalapão e da Área de Proteção Am- comunidades extrativistas e pesquisa) contribu-
Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto Brasileiro
trabalho com os proprietários das áreas onde es- biental Jalapão, além de ter sido palco de discus- íram para os resultados alcançados. Os produtos
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
tão os atrativos turísticos com o intuito de planejar sões produtivas sobre o manejo do fogo. como farinha de jatobá, doces, óleos (pequi e bu-
Renováveis (Ibama); Pesquisa e Conservação do
ações preventivas. Entre as ferramentas utilizadas riti), castanhas e utilitários ornamentais ganharam
Cerrado (Pequi) e a Empresa Brasileira de Pesquisa A Otimização na administração de recursos con-
destaque para a elaboração do mapa temático. logomarca e mercado. As parcerias com o Instituto
Agropecuária (Embrapa) sobre o capim dourado e sistiu em buscar celeridade com a Coordenação de
Sociedade População e Natureza (ISPN) e a Asso-
o buriti. Outra com a Birdlife Internacional/Biota, A divulgação da normativa estadual sobre a Orien- Unidades de Conservação diante de encaminha-
ciação Onça D´água de Apoio à Gestão das UCs do
relativa ao inventário de avefauna na área do tação aos visitantes auxiliou no ordenamento da mentos de pedidos de compra de combustível e na
Tocantins também foram decisivas para a implan-
parque. A terceira é uma iniciativa da Universidade visitação nos atrativos da Área de Proteção Ambien- manutenção do veículo, por exemplo, garantindo
tação da Rede Jalapão.
Federal do Tocantins em parceria com a Fundação tal do Jalapão. A diversidade de plataformas esco- a realização das atividades sem interrupção dos
Boticário sobre os impactos provenientes da lhidas garantiu a entrega da mensagem, começan- compromissos com a comunidade. As parcerias com o Corpo de Bombeiros de Pal-
visitação turística nos atrativos do parque. do pela imprensa regional, veiculação institucional, mas/TO garantiu ainda treinamento e apoio à
A gestão da unidade anualmente discutiu e avaliou
instalação de placas de identificação nos atrativos formação da primeira Brigada Civil de Prevenção
ࡿࡿ Instituição da Rede Jalapão de Produtos o planejamento de ações, tendo em vista compor
turísticos nas duas Unidades de Conservação. e Combate a Incêndios Florestais do município
Artesanais é sinônimo de progresso. Os produtos o Plano Operativo Anual do Parque Estadual do
de Mateiros, também conhecida como Associação
são comercializados no Centro de Visitantes do Já a Orientação junto à comunidade urbana e rural Jalapão. As reuniões foram divididas em três mo-
Fogo Apagou. Posteriormente, por meio de parce-
Parque Estadual do Jalapão, em pousadas, hotéis dos municípios do entorno do parque trouxe como mentos, a primeira interna e preparatória entre os
ria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o
e feiras nos municípios de Mateiros, São Félix do atividades-chave a organização de reuniões anuais membros da equipe técnica; a segunda externa,
Parque Estadual do Lajeado foi obtido apoio para
Tocantins e Novo Acordo e no comércio da capital com as comunidades dos municípios de Mateiros e com a participação do Conselho Gestor, parceiros e
implementação da Brigada Civil do município de
do Estado, Palmas. Os produtos também são São Félix do Tocantins. Em um primeiro momento voluntários; e a terceira interna institucional, com
São Félix do Tocantins. A articulação também per-
fornecidos para o programa de merenda escolar esse encontro teve como objetivo a apresentação a consolidação e compartilhamento do Plano Ope-
mitiu complementar a orientação e o treinamento
dos municípios do entorno. do Plano de Trabalho semestral do parque e da rativo Anual na sede do Naturatins, com as equipes
dos proprietários do entorno do Parque Estadual
legislação referente às Unidades de Conservação das demais UCs estaduais.
ࡿࡿ A parceria com o Corpo de Bombeiros de Palmas/ do Jalapão e elaborar o Calendário Anual de Quei-
(UCs). Com o tempo e o amadurecimento da equipe A estruturação da equipe do parque e o estabele-
TO relativa ao treinamento e apoio à formação dos ma Controlada.
essa oportunidade se transformou em um evento cimento de parcerias para diversas ações da ges-
brigadistas do parque representou o início de uma
estratégico para a elaboração do Plano de Manejo O Naturatins e a ONG Conservation International (CI
série de ações no combate ao fogo. tão (proteção e fiscalização, projetos de apoio às
156
do Brasil) também estabeleceram Termo de Coope-
ração Técnica. A medida resultou na aquisição de
INSPIRE-SE! 42 JOVENS DESENVOLVEM AGENDA 21 157
provisões para os três postos de fiscalização do Par- LOCAL E CONQUISTAM CERTIFICAÇÃO EM
que Estadual do Jalapão e suporte à telefonia/rede
de comunicação da sede e de veículos da unidade.
ࡿࡿ No momento de comunicar os significa-
dos e desafios das Unidades de Conservação
SUSTENTABILIDADE
aos moradores locais, desenvolva um plane- Coordenação geral: Ana Carolina Saupe (Floresta Nacional do Assungui/ICMBio) e Priscila Cazarin Braga
jamento a respeito e dose as informações. (Associação Miríade). Coordenação executiva: Rômulo Macari da Silva (Associação Miríade). Gestão dos
PERÍODO Sobrecarregar na quantidade de dados, nas recursos e gerenciamento: Associação Miríade.
Fevereiro de 2003 a junho de 2007. primeiras reuniões, pode ter o efeito con-
trário e afastar quem estava interessado. Aproximar a comunidade das Unidades de Conservação requer PERFIL
Respeite o tempo deles, às vezes isso signifi- planejamento, ações de mobilização e uma série de outras ini-
Localizada no município de Campo
PARCEIROS DO PROJETO ca ir com mais calma e em outros momentos ciativas. Quando esses lugares têm a conotação de temporários
Largo/PR, a Floresta Nacional do As-
é possível, sim, acelerar. para os jovens, em especial, por conta do alto índice de êxodo
Fátima Costa e Patrícia Oliveira (Associação Onça sungui conta com 718 hectares, sendo
rural, como no município de Campo Largo, Paraná, onde está a
D’água, apoio à Gestão das UCs do Tocantins); ࡿࡿ Da teoria à prática, na elaboração da mais da metade da área formada por
Floresta Nacional do Assungui/PR, a identificação com o lugar
Adriana Valentim, Luciano Moulin Pelição, Adria- meta Conhecimento Regional, os servidores floresta de araucárias.
diminui e a relação com ele, o senso de pertencimento em al-
no Feltrin (Rede Jalapão de Produtos Artesanais); do parque utilizaram, entre outras referên-
guns casos sequer existe. “O projeto Agenda 21 do Cerne teve OBJETIVOS
Cristiano Nogueira (Conservação Internacional do cias, o livro Participação Comunitária no
Manejo de Unidades de Conservação: Manual como objetivo contribuir com o despertar e a formação dos
Brasil/CI do Brasil); Rejane Ferreira Nunes (Escola Fortalecer o vínculo entre as comunida-
de Técnicas e Ferramentas, Instituto Terra jovens para a conservação e a valorização da região da Estrada
Estadual Estefânio Telles das Chagas); Paulo Cé- des e a Floresta Nacional do Assungui,
Brasilis. Belo Horizonte (2002). do Cerne (PR-090) nos setores econômico, político, ambiental,
sar (Estação Ecológica Serra Geraldo Tocantins); com ênfase nos jovens; desenvolver de
social e cultural. A ideia de executar o projeto na região partiu
Corpo de Bombeiros de Palmas/TO; Instituto So- ࡿࡿ Visitar os atores envolvidos no espaço forma participativa um documento que
da observação das riquezas e potencialidades dos três distritos
ciedade População e Natureza (ISPN); Prefeituras deles, no sítio, na comunidade, costuma ser possa guiar a criação de políticas públi-
localizados ao redor da unidade, muitas vezes ignoradas pelos
de Mateiros e São Félix do Tocantins; Brigada Civil mais produtivo. Em especial, quando o mo- cas para a região, bem como fornecer
próprios moradores que, em diversas oportunidades, migram
de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do tivo é compreender a realidade dos mora- subsídios para o próprio planejamen-
para outras cidades em busca de estudo, trabalho e emprego”,
Município de Mateiros (Associação Fogo Apagou); dores, ao invés de convidá-los à Unidade de to da unidade; implantar estruturas
Conservação. pontua Ana Carolina Saupe, analista ambiental na unidade.
Conselho Gestor do Parque Estadual do Jalapão; sustentáveis com finalidade pedagógica
Pesquisa e Conservação do Cerrado (Pequi); Flávia A Floresta Nacional do Assungui tem como destaque a pre- (agroflorestas experimentais, jardim
ࡿࡿ Conversas informais com os moradores
Rodrigues (psicóloga/voluntários). sença de Araucárias em mais de 50% da área. “A região pos- nativo, sinalização da trilha ecológica
das comunidades sempre contam pontos no
sentido de aproximá-los da gestão da unida- sui rico potencial para a sustentabilidade, mas se encontra interpretativa e espiral de ervas); pro-
de. Valorize esses momentos e esteja atento desarticulada de um projeto efetivo de desenvolvimento e mover a reflexão sobre a sustentabili-
às oportunidades. conservação. O que demonstra vulnerabilidade aos riscos dade da floresta de Araucária; valorizar
socioambientais e culturais e a falta de perspectivas para a a região da Estrada do Cerne (PR-090)
permanência dos jovens, com poucas alternativas para gera- nos setores econômico, político, am-
Foto: Acervo GESTO Foto: Acervo GESTO
ção de renda e a ausência de políticas públicas incisivas que biental, social e cultural.
favoreçam sua autonomia.”, reforça Ana Carolina.
Foto: Acervo ICMBio Foto: Acervo ICMBio
160
SECRETARIA ESTADUAL LANÇA PROGRAMA E 161
MELHORA A EXPERIÊNCIA DO VISITANTE NAS
UNIDADES
Coordenação geral: Hermógenes Henrique Oliveira Nascimento (Secretaria do Meio Ambiente do Estado
do Ceará - Sema-CE). Coordenação executiva: Andréa de Sousa Moreira (Sema-CE). Gestão dos recursos e
gerenciamento: Hermógenes Henrique Oliveira Nascimento (Sema-CE).
162
A versão final do documento foi apresentada ao
Secretário que aprovou a iniciativa. A partir dessa
INSPIRE-SE! PARCERIA ENTRE SEMA E SESC-CEARÁ 163
conjuntura, os servidores buscaram as fontes para IMPLEMENTA PROJETO AFLORAR EM ÁREA
viabilizar o projeto, incluindo auxílio no transporte,
por exemplo. Uma vez alinhadas questões de logís-
ࡿࡿ Valorize o trabalho voluntário realiza-
do na Unidade de Conservação em que você
PROTEGIDA
tica, foi elaborado edital que contou com o apoio atua, a equipe da instituição também precisa Coordenação geral: Izaura Lila Lima Ribeiro (Sema-CE) e Clarice Araújo (Sesc-Ceará). Coordenação executiva:
de parceiros da Sema para divulgação, com desta- estar comprometida com o voluntário. Izaura Lila Lima Ribeiro (Sema-CE), Clarice Araújo (Sesc-Ceará) e Janet Girão (Instituto Natureza Viva). Gestão
que para ações nas mídias sociais. dos recursos e gerenciamento: Clarice Araújo (Sesc-Ceará).
ࡿࡿ Converse com os voluntários sobre as
Para emissão do certificado, o voluntário deve par- atividades, os motivos, desafios e as expec-
ticipar do programa por no mínimo nove meses, tativas, afinal eles são membros da equipe As atividades promovidas na Área de Relevante Interesse PERFIL
o período máximo é de um ano, sem renovação. e precisam de informação. Somente assim Ecológico do Sítio Curió sempre tiveram como eixo a edu-
terão condições de perceber o valor do pró- Localizada em Fortaleza, a Área de Rele-
Entre as atividades previstas do Programa AVA para cação ambiental, mas a participação dos moradores esta-
prio trabalho para a instituição, isso para os vante Interesse Ecológico do Sítio Curió
os voluntários estão: prestação de informações aos va abaixo do esperado. “Percebíamos que a comunidade
voluntários é resultado. foi a primeira Unidade de Conservação
visitantes; desenvolvimento de projetos de Educa- ainda não tinha desenvolvido senso de pertencimento em
nessa categoria no Ceará.
ção Ambiental e pesquisa; manutenção de trilhas ࡿࡿ Servidores do ICMBio também devem relação à unidade, o que representava um grande desafio.
e instalações; apoio às populações no entorno das divulgar a abertura do edital de voluntariado Observamos também que o público da Floresta do Curió, OBJETIVOS
UCs; trabalhos administrativos nas sedes; brigadas nas redes sociais da unidade em questão, como a unidade é popularmente conhecida, era composto
de incêndio; busca e resgate; recuperação de áreas encontre o link específico em http://www. Promover o desenvolvimento comunitá-
predominantemente por adultos e crianças, os jovens do
degradadas/manejo de exóticas; auxiliar na imple- icmbio.gov.br/portal/sejaumvoluntario . rio sustentável; contribuir para a preser-
entorno não participavam das atividades e muitos deles
mentação de projetos de manejo. A carga horária Vale também imprimir o edital e fixá-lo em vação e ampliação da cobertura vegetal,
não se interessavam pelas questões ambientais”, pontua
mínima é de 20h/semanais. pontos-chave da cidade, como na sede de Izaura Lila Lima Ribeiro, servidora da Secretaria do Meio
favorecendo a presença de plantas
parceiros, por exemplo. Voluntários pre- nativas nas áreas verdes da cidade de
Estão aptos a concorrer pessoas maiores de 18 Ambiente do Ceará (Sema-CE).
cisam ter fácil acesso à unidade, em geral Fortaleza e região metropolitana; cola-
anos. No processo de seleção têm preferência mo- são moradores das proximidades, estão nos A implementação de um novo projeto em parceria, diver- borar para a preservação da biodiversi-
radores do entorno da Unidade de Conservação, municípios do entorno da unidade e por isso sificando as abordagens e com foco em um público que dade da flora e fauna do Ceará.
estudantes universitários a partir do terceiro se- a comunicação local, incluindo na imprensa é pouco frequentava a unidade, aparecia como caminho a
mestre, graduados e pós-graduados nas áreas de tão importante. ser trilhado.
turismo, ciências biológicas, ciências da terra, ci-
ࡿࡿ Estabelecer o período máximo de par- Foto: Jr. Panela
ências sociais, ciências agrárias etc.
ticipação do trabalho voluntário favorece o
O Programa atraiu potenciais parceiros. O Instituto engajamento, já que aquela é uma oportuni-
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ce- dade única e dá a chance de mais pessoas se
ará (IFCE do Campus de Paracuru/CE) apresentou envolverem com a causa, o que é sempre um
interesse em contribuir, enquanto o Departamento aprendizado.
de Educação Ambiental, da Universidade Federal
do Ceará (UFC) busca estabelecer um convênio, por
meio dos cursos de biologia e geografia. PERÍODO
O monitoramento das atividades dos voluntários Maio de 2017 a maio de 2018.
foi feito com relatórios mensais das atividades re-
alizadas e em andamento. A cada três meses, vo-
PARCEIROS DO PROJETO
luntário e gestor responderam questionário com
aspectos gerais e específicos sobre o Programa. Casa Civil; Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará (Campus Fortaleza); Universi-
dade Federal do Ceará (UFC); O Estado do Ceará (Jor-
nal); Universidade de Fortaleza (Unifor).
166
ZONEAMENTO AMBIENTAL PARTICIPATIVO RESULTADOS
167
FORTALECE COMUNIDADE DA RESERVA ࡿࡿ Viabilização de um conjunto de demandas
sociais analisadas, discutidas e mapeadas
encontros aconteceram na Associação de Pescado-
res da Prainha do Canto Verde (associação velha).
EXTRATIVISTA DA PRAINHA DO CANTO VERDE por atores sociais que consideram a Reserva A primeira oficina priorizou a apresentação da meto-
Coordenação geral: Karina de Oliveira Teixeira e Alexandre Caminha de Brito (ICMBio). Coordenação executiva: Extrativista Marinha da Prainha do Canto Verde uma dologia, dos principais objetivos e cronograma. A se-
professora Dra. Adryane Gorayeb e Nátane de Oliveira da Costa (Universidade Federal do Ceará - UFC). Gestão importante conquista para a manutenção do modo gunda dinâmica correspondeu ao Diagnóstico Partici-
dos recursos e gerenciamento: Karina de Oliveira Teixeira (ICMBio). de vida tradicional comunitário e a conservação pativo (DP) e permitiu que a comunidade, a partir de
dos recursos naturais. um conjunto de técnicas e ferramentas, estabelecesse
A especulação imobiliária e a pesca predatória ࡿࡿ Mapeamento Social nas esferas das uma análise territorial, subsidiando as ações voltadas
INSPIRAÇÃO
da lagosta, antigos problemas que afligem a Re- potencialidades, problemas, pesca e propositiva ao autogerenciamento. Ações de educação ambiental,
serva Extrativista da Prainha do Canto Verde, ga- Um novo olhar sobre a gestão e os conflitos, fruto (com propostas/sugestões). As principais lideranças comunicação social, capacitações com foco na gera-
nharam nos últimos tempos uma nova estratégia da concepção dos gestores e analistas ambientais destacaram que a prática favoreceu a melhor gestão ção de renda também fizeram parte da ação.
de desdobramento. “A pressão por marcação e que formavam a equipe da Reserva Extrativista da comunidade. O material subsidiou as discussões do A oficina sobre os problemas trouxe a espacialização
ocupação de novas áreas no interior da Reser- Prainha do Canto Verde e que acreditaram no Acordo de Gestão da Reserva Extrativista e foi a base como eixo condutor. Os participantes utilizaram ima-
va, por parte de alguns moradores, se intensifi- estabelecimento de parcerias para a construção da proposta de Zoneamento Ambiental da unidade. gens de satélites e a técnica do overlay que prioriza a
cou. Paralelamente a esse processo, a gestão da coletiva dos instrumentos de gestão da UC - o
ࡿࡿ Fortalecimento das relações comunitárias, complementaridade entre os módulos. No encontro
Unidade de Conservação (UC) passou a receber caminho mais eficiente para consolidar a Reserva
durante o processo de construção dos mapas. sobre as potencialidades ficou evidente a força da
constantes denúncias por parte das lideranças Extrativista e minimizar os efeitos negativos do
Autorreconhecimento da comunidade diante dos beleza paisagística e a necessidade de um desenvol-
comunitárias, alertando que a maioria dessas conflito. O I Seminário de Práticas Inovadoras do
resultados do processo e dos desdobramentos vimento local comunitário mais justo e participativo.
demarcações e novas construções tinha por ob- ICMBio (2014) incentivou a releitura da prática, por
meio do ato de registrar e relatar as experiências positivos para a Unidade de Conservação. Na construção do mapa da pesca, os participan-
jetivo alimentar uma demanda por compra de
terras e imóveis por parte de pessoas não be- de gestão vivenciadas pelos gestores. ࡿࡿ Participação efetiva de vários grupos (mulheres, tes trabalharam cinco temáticas divididas em gru-
neficiárias da UC, contrariando os objetivos de pescadores e jovens). Pesquisadores da graduação pos. Um integrante de cada equipe compartilhou
PERFIL e da pós-graduação que acompanharam o processo as constatações com os outros grupos, de forma a
criação da reserva”, revela Alexandre Caminha de
Brito, chefe da unidade. Localizada no município de Beberibe/CE, a Reser- publicaram a experiência em artigos científicos, permitir que todos tivessem as mesmas informa-
va Extrativista Prainha do Canto Verde conta com compartilhando assim o projeto. ções. Durante a atividade, os participantes utiliza-
Em resposta à ameaça, a equipe gestora da Re- ram imagens de satélite em A1, na escala de 1:2.000
mais de 29 mil hectares. Apenas 600 hectares são
serva Extrativista da Prainha do Canto Verde da área marinha da Reserva, além de marcadores
destinados à ocupação dos moradores tradicio-
convocou reunião extraordinária com o Conse-
nais. As 389 famílias beneficiárias têm como princi-
METODOLOGIA (caneta e pincel, por exemplo) para inserção e orga-
lho Deliberativo. “Por ampla maioria o Conselho nização dos dados.
pal fonte de renda a pesca artesanal. A parceria entre a Reserva Extrativista Prainha do
decidiu que, enquanto o perfil da família bene-
Canto Verde e o Laboratório de Cartografia Social do Cinco temas trabalhados na oficina mapa da pesca
ficiária da Reserva Extrativista e o Zoneamento OBJETIVOS Departamento de Geografia, da Universidade Federal
Ambiental Participativo não fossem definidos e ࡿࡿ Mapa temático: identificação dos recursos
Estabelecer parcerias institucionais que possibi- do Ceará (UFC), se tornou ainda mais evidente a par-
publicados, obras e cercamentos não seriam au- pesqueiros naturais e artificiais por profundidade,
litassem a construção do Zoneamento Ambiental tir de 2014 com a aprovação do Projeto Cartografia
torizados. Esse momento marcou a instituição do ocorrência de espécie por pesqueiro, profundidade
Participativo da Reserva Extrativista Prainha do Canto Social dos Territórios Tradicionais do Litoral Nordes-
grupo de trabalho, com a meta de desenvolver e época do ano, artes de pesca utilizadas por pes-
Verde, otimizando recursos e utilizando metodologias tino e Amazônico junto ao edital Universal do CNPQ.
estratégias e metodologias para construir os ins- queiro, por profundidade e espécies que capturam.
participativas, a exemplo da Cartografia Social. O levantamento dos dados necessários para a ela-
trumentos de gestão necessários.”, afirma Brito.
ࡿࡿ Problemas: conflitos internos entre os
boração dos quatro mapas temáticos (potencialida-
beneficiários da Reserva Extrativista, conflitos
des, problemas, pesca e propositivo) foi feito com
externos entre beneficiários e pescadores não
base em oito oficinas. Em média, cada oficina teve
beneficiários.
a adesão de 45 participantes, entre grupos de pes-
cadores, mulheres, professores, artesãos, jovens, ࡿࡿ Plano de proteção: formas de fiscalização
profissionais do turismo e da educação. Todos os atual e ideal, possíveis contribuição dos benefi-
168
ciários da reserva nas ações de fiscalização. INSPIRE-SE! ECOFOLIA DESENVOLVE PESQUISAS NAS 169
ࡿࡿ Manejo e potencialidades: verificação dos
peixes capturados (jovens ou adultos) relacio-
COMUNIDADES COM PARTICIPAÇÃO DE
nando com a época do ano outras possibilidades ࡿࡿ Oficinas temáticas permitem trabalhar
com mais profundidade os assuntos rela-
VOLUNTÁRIOS DURANTE O CARNAVAL
de pesca, citando espécies, aparelhos de pesca,
cionados à Unidade de Conservação, em Coordenação geral: Alex Luiz Amaral Oliveira (Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais). Coordenação
embarcações e certificações da pesca na reserva.
especial nos momentos de enfrentamento de executiva: Frederico Mendes (Negrito Comunicação e Faculdade Pitágoras); Fernanda Oliveira (moradora do
ࡿࡿ Ordenamento da pesca: em discussão as me- ameaças. Os resultados obtidos vão mui- entorno do Parque); Cibele Alvarenga e Flávia Pantuza (Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira);
didas de ordenamento por espécie, por aparelho to além das informações e mapeamentos Amanda Oliveira (estudante da Universidade Federal de Itajubá); Diuly Mesquita (estudante da Universidade
de pesca, por área e época do ano. realizados nas oficinas, eles fortalecem as Federal de Itajubá). Gestão de recurso e gerenciamento: Alex Luiz Amaral Oliveira (IEF-MG); Negrito Comunicação;
relações comunitárias e aproximam os mora- moradores das comunidades do entorno do parque.
Na última oficina houve a verificação das informa-
dores da gestão da UC.
ções incluídas e as correções técnicas de escala e Mobilizar a população do entorno, aumentar a PERFIL
legenda. Ficou acordado entre comunidade, ICMBio ࡿࡿ Dividir as oficinas é um recurso ca-
equipe do parque, levantar uma série de infor-
e a equipe Labocart que os mapas fossem levados paz de atrair diferentes públicos para cada Localizado na Serra do Espinhaço, em Itabira/MG, o
mações sobre a comunidade, como forma de
para correções em laboratório, utilizando as ferra- iniciativa, o que pelas múltiplas perspectivas Parque Estadual Mata do Limoeiro está a cerca de
promover melhorias capazes de impactar na
mentas SIG e impressos em formato de banner para fortalece o projeto. sete quilômetros do Parque Nacional da Serra do Cipó
qualidade de vida, o Programa Ecofolia, ini-
a cerimônia de entrega, em audiência pública, aber- e conta com mais de 2 mil hectares divididos entre
ࡿࡿ O conhecimento dos moradores e de ciativa do Parque Estadual Mata do Limoeiro,
ta à participação comunitária. Mata Atlântica e Cerrado.
suas práticas é de extremo valor no momento sintetiza todas essas demandas desde 2014. “A
As equipes que promoveram as oficinas destacaram de traçar estratégias que preservem o patri- prática surgiu a partir de uma necessidade de OBJETIVOS
que na cartografia social não existem mapas aca- mônio natural de onde vivem e a cultura. pesquisas para identificação e conhecimento
Realizar ações de educação ambiental que aproximem
bados, todos são passíveis de melhorias e atualiza- ࡿࡿ A parceria com universidades tem po- da dinâmica e do comportamento das comuni-
a comunidades do entorno, voluntários e turistas da
ções. Assim, os mapas podem ser atualizados, sem- tencial de contribuir no desenvolvimento das dades do entorno a respeito da própria percep-
Unidade de Conservação; estimular as pesquisas no
pre que os moradores considerarem conveniente. mais diversas iniciativas de proteção socio- ção, dos hábitos de caça, pesca, corte de lenha,
parque e nas proximidades; sensibilizar os morado-
ambiental. uso da água, renovação de pastagens, além de
Durante a oficina de entrega dos mapas, as equipes res, a partir da criação do senso de pertencimento;
questões sobre saneamento, lazer e existência
do ICMBio e do Labocart apresentaram mapeamentos mobilizar a população para que participe da busca
da área protegida”, esclarece Alex Luiz Amaral
de outras comunidades, como forma de compartilhar por soluções; articular comunitários e pesquisadores
Oliveira, gerente do parque/Instituto Estadual
as experiências de outras situações organizacionais. Foto: Acervo ICMBio na implementação de atividades no parque; levantar e
de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG).
trabalhar em conjunto com os moradores no enfreta-
mento das principais dificuldades.
PERÍODO
Foto: Acervo IEF-MG Foto: Acervo IEF-MG
PARCEIROS DO PROJETO
Associação de Moradores da Prainha do Canto Ver-
de; Laboratório de Cartografia Social (Labocart);
Laboratório de Geoecologia da Paisagem e Plane-
jamento Ambiental (Lageplan) - ambos do Depar-
tamento de Geografia da Universidade Federal do
Ceará (UFC).
PARCEIROS DO PROJETO
Em âmbito nacional, o programa conta com institui-
ções que apoiam a estruturação do programa, como
o IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, WWF-Brasil
e Serviço Florestal dos Estados Unidos UFSF/Usaid.
Em nível local, porém, o programa ocorre em parce-
ria com uma grande variedade de instituições como
clubes de montanhismo, ciclismo e caminhadas,
associações de moradores, associações de amigos
do parque, Conselhos Gestores das unidades, orga-
nizações não governamentais e empresas privadas
com atuação local, órgãos públicos de outras esfe-
ras de governo, tais como Batalhão Ambiental e Pre-
feituras, entre outros.
Foto: Marco Sarti
184
GESTÃO DO PARQUE NACIONAL DAS RESULTADOS INSPIRE-SE!
185
ARAUCÁRIAS IMPLEMENTA ATIVIDADES COM ࡿࡿ Em três anos, os voluntários realizaram mais de
15 atividades no parque, com dedicação superior a
ADOLESCENTES 200 horas. Com o trabalho dos jovens foi possível
contabilizar a visitação. Mais de 500 pessoas tiveram o
ࡿࡿ Investir na formação dos voluntários
antes do início de qualquer atividade aumen-
Coordenação geral, executiva, gestão dos recursos e gerenciamento: Juliano Rodrigues Oliveira (ICMBio). acompanhamento dos voluntários durante as visitas. ta o senso de pertencimento à causa e valori-
za o trabalho que será desenvolvido. Adapte
ࡿࡿ Aumento da visibilidade regional do parque. Os
o conteúdo de acordo com o público e faça
Com apenas um servidor público, desde 2008, PERFIL voluntários passaram a divulgar os conceitos sobre dessa oportunidade um momento de troca,
o Parque Nacional das Araucárias precisou as Unidades de Conservação nos diversos ambientes reserve um período para responder dúvidas.
Localizado na região oeste do Estado de Santa Cata- por onde circulam, começando pela escola.
descobrir outros caminhos para que a Unida- ࡿࡿ Durante o planejamento das atividades
rina, nos municípios de Ponte Serrada e Passos Maia,
de de Conservação cumprisse com os objetivos ࡿࡿ Os jovens voluntários são cidadãos mais críticos de voluntariado considere as habilidades de
o Parque Nacional das Araucárias conta com mais de
que caracterizam esse perfil de área protegida. e atuantes, com melhor rendimento escolar nos cada participante e otimize os resultados. Os
12 mil hectares.
“Desde 2009, parcerias são prioritárias no par- temas ambientais. A comunicação entre o gestor da recursos materiais de parceiros muitas vezes
que. Um dos desafios propostos pelo Conselho OBJETIVOS unidade, pais dos jovens e comunidade escolar foi já são capazes de permitir a realização de
Consultivo da unidade foi a implantação do uso ampliada e aperfeiçoada. uma série de ações.
Implantar o voluntariado no Parque Nacional das
público – até 2015 o parque estava fechado à ࡿࡿ Parceria com a Polícia Militar Ambiental de ࡿࡿ Parcerias são fundamentais, apesar das
Araucárias para apoiar as atividades de Uso Público;
visitação – e nesse contexto, o voluntariado Santa Catarina fortalecida. restrições no número da equipe, apoie e par-
incentivar a participação social nas atividades, espe-
tornou-se uma opção capaz de viabilizar esse ticipe dos eventos de outras instituições.
cialmente por parte dos jovens; intensificar a parce-
objetivo”, revela Juliano Rodrigues Oliveira, che-
ria com a Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina. METODOLOGIA ࡿࡿ Jovens e crianças mobilizadas desper-
fe do parque.
tam também o interesse dos pais e da comu-
A Polícia Militar Ambiental (PMA) de Santa Catarina
nidade escolar, busque aprimorar a comuni-
desenvolveu o curso Protetores Ambientais para es-
cação com esses dois públicos e aumente as
timular uma percepção mais consciente e crítica nos
chances de conquistar novos parceiros.
adolescentes. Durante um ano, jovens na faixa dos
Foto: Acervo ICMBio 13 anos participaram de atividades de formação nas
áreas de Meio Ambiente e Turismo ministradas pelos
membros da PMA e parceiros. aspectos positivos, negativos e sugestões
As Unidades de Conservação também estavam in- O trabalho teve como base a horizontalidade entre
cluídas no programa e a PMA convidou o gestor do o gestor e os voluntários, em uma relação de parce-
Parque Nacional das Araucárias para ser o instrutor ria. O projeto foi desenvolvido sem recursos extras e
de uma das turmas. Após a apresentação, um pe- a Prefeitura de Ponte Serrada/SC apoiou a iniciativa
queno grupo dos adolescentes manifestou interes- com o transporte dos jovens à unidade.
se em realizar atividades voluntárias no parque. No momento, o Parque Nacional das Araucárias
O gestor complementou a formação dos jovens com possui cadastro de interessados pelo Programa de
palestras sobre ICMBio, Sistema Nacional de Unidades Voluntariado do ICMBio. Investimentos podem am-
Conservação (SNUC), as características do Parque Na- pliar e consolidar o Programa.
cional das Araucárias, além da importância da visita-
ção e do estímulo ao turismo. Os jovens passaram a PERÍODO
guiar e orientar os visitantes, contabilizando o fluxo.
Abril de 2014 a outubro de 2017.
Com o uso de aplicativo de mensagens instantâne-
as (WhatsApp), o gestor planejou as ações com os
jovens, esclareceu dúvidas e, dessa forma, manteve PARCEIROS DO PROJETO
um canal para a comunicação com os voluntários. Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina e Prefei-
Conversas após as atividades permitiram identificar tura de Ponte Serrada/SC.
186
VALORIZAÇÃO E VISIBILIDADE DE PESCADORES RESULTADOS
187
GARANTEM AVANÇOS NO ACORDO DE GESTÃO ࡿࡿ Conquista de um espaço de diálogo sobre
os usos dos recursos pesqueiros que permite
Para compreender melhor o uso dos recursos
pesqueiros na Unidade de Conservação, seis pes-
Coordenação geral: Laci Santin (Reserva Extrativista Marinha de Pirajubaé/ICMBio), Guilherme Tebet identificar as demandas, problemas, dificuldades cadores participaram de entrevistas individuais
(Conselho da unidade pelo Coletivo UC da Ilha), Eloisa Vizuete (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação e potencialidades relacionadas à pesca na reserva. em que assinalaram em mapas as atividades rea-
da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul - Cepsul/ ICMBio) e Silvane Dalpiaz (Fundação Municipal de Meio lizadas em cada ponto da reserva, enquanto des-
Ambiente de Florianópolis - Floram). Coordenação executiva: Guilherme Tebet (Conselho da unidade pelo ࡿࡿ Mapeamento dos principais locais, espécies
creviam o sistema de pesca (petrecho, intensida-
Coletivo UC da Ilha), Eloisa Vizuete (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha pescadas, artes e períodos de pesca na unidade
de, dificuldades). Após essa etapa, os membros
do Sudeste e Sul - Cepsul/ ICMBio) e Silvane Dalpiaz (Fundação Municipal de Meio Ambiente de Florianópolis e no entorno.
do projeto e a equipe gestora sistematizaram e
- Floram). Gestão dos recursos e gerenciamento: Karina Dino (extinta Coordenação de Educação Ambiental –
ࡿࡿ Aumento da integração entre os pescadores digitalizaram os mapas.
Coedu/CGSAM/ICMBio.)
durante a etapa que antecede a elaboração
A atividade dos mapas teve como sequência uma
qualificada do Acordo de Gestão. Fortalecimento
Com mais de 25 anos, a Reserva Extrativista Marinha sequência dessa dinâmica ocorre a discriminação oficina com dez mestres de pesca locais, onde
da identidade dos pescadores artesanais como
do Pirajubaé tem a história atrelada à extração do da atividade extrativista, a invisibilidade do territó- foi construída, de forma conjunta e por con-
beneficiários e usuários da reserva.
berbigão (Anomalocardia brasiliensis), bivalve que rio e das atividades tradicionais de pesca; perda de senso, uma maquete com os usos dos recursos
ocorre nos bancos arenosos e lamosos da Baía Sul de espaços de socialização entre os beneficiários; de- ࡿࡿ Inserção da Reserva Extrativista Marinha de pesqueiros na Reserva Extrativista Marinha do
Florianópolis, em sobreposição às demais atividades. sagregação da comunidade; aumento das disputas Pirajubaé no Projeto SocMon Brasil, que incentiva Pirajubaé. A equipe transformou a maquete em
“Dos mais de 100 beneficiários da Reserva, apenas 25 internas prevalecendo interesses individuais nas a criação de estratégias de monitoramento mapas digitais.
têm permissão para a extração comercial de berbigão, decisões sobre o território e recursos; desinteresse, socioambiental participativo orientado para a
O projeto intensificou a integração da equipe da
sendo que a maioria não pesca regularmente. Os ins- em especial dos jovens, pela atividade pesqueira/ gestão costeira.
unidade com o Coletivo UC da Ilha, membro do
trumentos de gestão existentes (Planos de Utilização, extrativa, pela falta de atrativos econômicos e even-
Conselho Deliberativo, que assim ampliou a pre-
Instruções Normativas e Portaria) apenas considera- tual possibilidade de empregos em outras áreas”,
ram a regulamentação da extração do berbigão, o que
METODOLOGIA sença na gestão. Ao mesmo tempo, a iniciativa
comenta a analista ambiental.
estreitou a colaboração e o intercâmbio de infor-
evidencia a invisibilidade dos demais beneficiários Três alunos do II Curso de Formação em Gestão So-
mações com a Fundação Municipal de Meio Am-
(pescadores artesanais e coletores de caranguejo)”, PERFIL cioambiental, na Academia Nacional de Biodiversi-
biente de Florianópolis (Floram).
destaca Laci Santin, analista ambiental e orientadora dade ACADEBio, sendo dois servidores públicos –
Localizada na região urbana da Ilha de Santa Internamente, a medida fortaleceu a articulação
pedagógica na unidade/ICMBio. um do ICMBio, outro da Fundação Municipal de Meio
Catarina, em Florianópolis, a Reserva Extrativista no ICMBio, entre a unidade e o Cepsul, criando
Ambiente de Florianópolis (Floram), e o terceiro, um
A crise aumentou em 2015 com a mortandade gene- Marinha do Pirajubaé abrange com 1.700 hectares
conselheiro da unidade e integrante do Coletivo UC oportunidades de pesquisas conjuntas e de ges-
ralizada do molusco na região. “O recurso entrou em ecossistemas marinhos e manguezais.
da Ilha - analisaram o contexto da Reserva Extrativa tão pesqueira. O projeto criou possibilidades para
colapso por causas naturais ainda não totalmente
Marinha do Pirajubaé e formaram uma equipe de integrar as ações de monitoramento participativo
esclarecidas – apesar de pesquisas da Universidade OBJETIVOS
trabalho com foco em qualificar a participação dos da pesca na reserva ao Projeto SocMon, coorde-
Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Contribuir para qualificar a participação dos pescadores na construção do Acordo de Gestão, a nado pelo Centro de Estudos do Mar, da Universi-
do Vale do Itajaí (Univali) – agravando ainda mais a pescadores artesanais na construção do Acor- partir do mapeamento participativo, por meio de dade Federal do Paraná (CEM/UFPR).
situação dos extrativistas que aumentaram a pressão do de Gestão da Unidade de Conservação (UC), um processo de educação ambiental crítico. A prática foi conduzida como atividade integrante
sobre recursos pesqueiros, como a pesca de peixes e uma vez que esses beneficiários historicamente
do camarão. A única organização formal dos benefi- O grupo, em parceria com a equipe gestora da do II Curso de Formação em Gestão Socioambien-
possuem pouca voz ativa nas tomadas de deci-
ciários era a Associação Caminhos do Berbigão (ACB), unidade, buscou identificar os principais pesca- tal, na linha de Educação Ambiental na Gestão
são da reserva. Incentivar o diálogo sobre o uso
atualmente desarticulada por disputas internas pós- dores beneficiados para realizar o levantamento Pública da Biodiversidade, realizado na ACADEBio,
dos recursos pesqueiros, fortalecer a identidade
-mortandade do molusco”, complementa Laci. das artes de pesca e dos recursos pesqueiros uti- pela extinta Coordenação de Educação Ambiental
dos pescadores artesanais, como beneficiários
lizados no território. Após algumas reuniões entre (Coedu), da Coordenação Geral de Gestão Socio-
A localização da unidade também traz agravantes. e usuários da reserva. Estimular o mapeamento
os servidores da unidade e os autores do Criando ambiental (CGSAM) e pela Coordenação Geral de
“A Reserva fica a cerca de 5 km do centro de Flo- das artes de pesca para incluir as demandas do
Redes, 10 pescadores foram identificados como Gestão de Pessoas (CGGP).
rianópolis/SC, o que resulta em impactos sobre a setor nos marcos legais, no acordo de gestão;
informantes-chave.
área protegida pelo adensamento populacional no ampliar a participação dos pescadores artesanais
entorno e das obras de infraestrutura. “Como con- na gestão.
188
PERÍODO INSPIRE-SE! EU AMO CERRADO INVESTE NA ESTRATÉGIA 189
Novembro de 2015 a maio de 2016.
CONHECER PARA PROTEGER
ࡿࡿ A valorização dos atores locais em pro- Coordenação geral: Luiz Henrique Caixeta Gatto (Instituto Brasília Ambiental - Ibram-DF). Coordenação
PARCEIROS DO PROJETO cessos educativos planejados e integrados à executiva: Marcus Vinicius Falcão Paredes (Instituto Brasília Ambiental - Ibram-DF). Gestão dos recursos e
gestão fortalece as comunidades, o modo de gerenciamento: Coordenação de Educação Ambiental e Difusão de Tecnologias – Codea/Ibram-DF.
Coletivo UC da Ilha; Fundação Municipal de Meio
vida local e aumenta a integração. A aborda-
Ambiente de Florianópolis (Floram); Centro Nacio- gem contribui para reforçar a identidade da
nal de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade O desconhecimento sobre a flora e a fauna do INSPIRAÇÃO
população tradicional e o sentido de perten-
Marinha do Sudeste e Sul (Cepsul/ ICMBio). cimento ao território. Cerrado pela população que vive na área do bio-
Cartaz Aves Comuns nos Parques do Distrito Fede-
ma foi o ponto de partida dessa prática. A ne-
ࡿࡿ Pesquisas desenvolvidas em conjunto ral, como parte do trabalho de conclusão de curso
cessidade de conhecer para valorizar, motivou a
por diferentes órgãos públicos, de esferas de um servidor.
observação dos servidores do Instituto Brasília
distintas e com a participação de organiza- Ambiental (Ibram) sobre quais e como as infor-
Foto: Acervo ICMBio
ções não governamentais têm alto poder de PERFIL
mações sobre o Cerrado são divulgadas à popu-
impacto, uma vez que sintetizam múltiplas Unidades de Conservação do bioma Cerrado.
lação. “No Instituto Brasília Ambiental (Ibram) não
perspectivas.
havia nenhum material gráfico que contemplasse
OBJETIVOS
ࡿࡿ A parceria entre diferentes órgãos de forma lúdica a biodiversidade do Cerrado”, re-
também permite integrar mais profissionais vela Marcus Vinicius Falcão Paredes, gerente de Ampliar o conhecimento da população sobre a
ao processo, aumentando a capilaridade e Educação Ambiental em Unidades de Conserva- fauna e a flora do Cerrado, como estratégia de
apropriação de cada órgão sobre o projeto. ção do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e re- valorização; desenvolver material decorativo com a
lator da prática. Na tentativa de responder a essa temática Cerrado para ambientes, fonte de pesqui-
ࡿࡿ Estimule os processos participativos,
demanda, os servidores do Ibram desenvolveram sa estudantil e material de promoção institucional.
especialmente diante de situações onde falte
integração. Os resultados concretos e os programa específico para difundir conhecimento.
instrumentos são importantes, mas a cons-
?????
trução coletiva reforça identidade e parcerias
que abrem caminho para outros projetos. Foto: Acervo Ibram-DF
Foto: Acervo ICMBio
dos materiais envolveu a elaboração das listas de trabalhadas: Coleção Eu Amo Cerrado e EcoSapiens.
espécies do Cerrado, inicialmente de Aves e na se- O projeto EcoSapiens segue na mesma direção de
quência de Frutos, Mamíferos e Árvores. A edição contribuir com a difusão de conhecimento. Nele, jo-
do conteúdo é feita pelos servidores do Ibram. Os vens que atuam no Instituto Brasília Ambiental ela-
recursos para impressão vieram de duas fontes, do boram perguntas e respostas sobre a temática do
orçamento da Educação Ambiental do Ibram e das Cerrado para a formação de um banco de dados. O
conversões de penas ambientais. resultado pode ser aplicado em uma série de pro-
A relação das espécies e a cessão de fotos para a pu- dutos. O primeiro material previsto é um jogo am-
blicação contaram com a mobilização de parceiros biental sobre biodiversidade do bioma, mudanças
que contribuíram desde a primeira edição de cada climáticas, Unidades de Conservação, entre outros.
produto. A Polícia Ambiental de São Paulo cedeu as O programa reconhecerá em premiação os jovens
fotos dos mamíferos. Enquanto a Universidade de com o maior número de questões selecionadas
Brasília, por meio do professor Manoel Cláudio da para compor a estratégia.
INSPIRE-SE! PERÍODO
196 2015 – em andamento
197
ࡿࡿ Fortalecimento interinstitucional entre Funai A primeira edição da Feira dos Povos foi realizada
e ICMBio beneficia extrativistas e indígenas que em 20 e 21 de junho de 2015. O objetivo é que o
vivem na região, com destaque para as associações evento seja realizado a cada dois anos, assim a pró-
de moradores das Unidades de Conservação e das xima edição está prevista para 2019.
Terras Indígenas.
204
PROGRAMA CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS RESULTADOS
205
BIOLÓGICOS DA AMAZÔNIA AVANÇA E ࡿࡿ Cinco projetos-piloto implementados, sendo
três no Acre e dois em Santarém/PA. Consolidação de
vida nos arranjos apresentou contrapartidas consi-
derando as próprias fontes de recursos específicas,
IMPLEMENTA PROJETOS-PILOTO documentos sistematizados de contextualização das como por exemplo, Banco Nacional de Desenvolvi-
Coordenação geral: ICMBio, Funai, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), cadeias de valor da madeira, castanha e pirarucu. mento Econômico e Social (BNDES), Fundação Moo-
Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS). Coordenação executiva: ICMBio e USFS. Gestão dos recursos e re, Fundo Vale, Climate and Land Use Alliance (Clua).
ࡿࡿ Arranjo produtivo e de comercialização cons-
gerenciamento: ICMBio e USFS. tituído no Estado de Rondônia, considerando Uni- A estratégia tem favorecido a aproximação entre as
dades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs) organizações da sociedade civil com expertises di-
com interface direta com o governo do Estado (Pro- versas e as organizações comunitárias das Unida-
Sessenta e uma mil famílias vivem nas PERFIL
grama de Aquisição de Alimentos - PAA Estadual, des de Conservação e das Terras Indígenas. Até o
Unidades de Conservação (UCs) de Uso
14 Reservas Extrativistas e Florestas Nacionais apoiadas por exemplo). final do projeto de execução o objetivo é criar am-
Sustentável, segundo dados do ICMBio
diretamente com investimentos e/ou ações, Reservas bientes de articulações e construções que se de-
de 2016. Trezentas mil pessoas estão ca- ࡿࡿ Realização do curso Formar Castanha em
Extrativistas: Alto Juruá/AC, Cazumbá-Iracema/AC, Chico senvolvam ao longo do tempo. Reuniões periódicas
dastradas em 77 unidades. “São peque- mais de 10 áreas protegidas. Construção de estrutu-
Mendes/AC, Médio Purus/AM, Ituxi/AM, Auati-Paraná/AM, são realizadas entre os parceiros como forma de
nos agricultores, extrativistas, pescado- ras de pré-beneficiamento (lavagem e evisceração)
Rio Unini/AM, Médio Juruá/AM, Rio Cautário/RO (federal), avaliar e monitorar as atividades e estabelecer as
res artesanais e ribeirinhos fortemente de pirarucu na Reserva Extrativista Auati Paraná/AM
Rio Cautário/RO (estadual), Rio Ouro Preto/RO, Tapajós- próximas etapas.
dependentes dos recursos naturais nos e na Terra Indígena Paumari, em andamento.
-Arapiuns/PA, Verde para Sempre/PA; Floresta Nacional
aspectos econômico e cultural. Dessa Mais de 15 áreas protegidas são beneficiadas indi-
do Tapajós/PA; e as Terras Indígenas Paumari/AM e Rio ࡿࡿ Cinco Planos Operacionais Anuais (POAs) em
forma o uso direto da biodiversidade retamente com diagnósticos e capacitações sobre o
Branco/RO. execução, com ciclo de exploração de 25 a 30 anos,
amazônica é uma realidade inserida nas Pirarucu Manejado: Reserva Extrativista do Rio Jutaí/
na Reserva Extrativista Verde/AM para Sempre.
comunidades e cidades da região. Ape- OBJETIVOS AM; Floresta Nacional de Tefé/AM; Reservas de De-
sar de avanços, as dificuldades seguem senvolvimento Sustentável estaduais no Amazonas:
Promover o desenvolvimento sustentável na região Amazô-
presentes na estruturação da cadeia METODOLOGIA Amanã, Mamirauá, Piagaçu-Purus. Terras Indígenas
nica Brasileira; contribuir com o ordenamento da ocupação no Amazonas: Acapuri de Cima, Espírito Santo, Es-
produtiva, na demanda pelo fortaleci-
do território e do uso dos recursos naturais; fortalecer as Inicialmente, o Instituto Chico Mendes de Conserva-
mento das organizações comunitárias, tação, Macarrão, Deni, Lago Aiapuá, Itixi-Mitari, Pau-
organizações sociais para o uso sustentável dos recursos ção da Biodiversidade (ICMBio) e o Serviço Florestal
passando pelo acesso aos mercados mari do Cuniuá, Paumari do Lago do Paricá, Paumari
naturais, as atividades extrativistas e o manejo realizado dos Estados Unidos (USFS) convidaram, para as três
até políticas públicas relativas à inclu- do Lago Manissuã.
pelas comunidades; estruturar cadeias de valor de pro- primeiras oficinas (madeira, castanha e pirarucu),
são social”, afirma João da Mata Nunes Comunidades de mais de 10 áreas protegidas parti-
dutos da sociobiodiversidade como estratégia de conser- instituições de governo, como Serviço Florestal Bra-
Rocha, coordenador da Coordenação de ciparam do curso Formar Castanha, com a presen-
vação priorizando madeira, castanha do Brasil, pirarucu sileiro (SFB), Companhia Nacional de Abastecimento
Produção e Uso Sustentável (Coprod) do ça dos gestores do ICMBio e da Funai, entre elas
manejado e açaí. (Conab), Fundação Nacional do Índio (Funai) e or-
ICMBio e relator da prática. seis Unidades de Conservação federais: Reservas
ganizações da sociedade civil. Nesse momento, foi
sistematizado um diagnóstico geral com a identifi- Extrativistas: Rio Ouro Preto/RO, Rio Cautário/RO,
Foto: Miguel Arantes/AAPA Foto: João da Mata cação de gargalos e das ações necessárias. Médio Purus/AM, Ituxi/AM, Lago do Capanã Grande/
AM, Rio Unini/AM e a Reserva de Desenvolvimento
A partir desse panorama, ICMBio e USFS propuseram
Sustentável Piagaçu-Purus/AM (Estadual). Além de
uma lógica de construção conjunta de estratégias
seis Terras Indígenas (TIs): Igarapé Lourdes/RO, Ya-
para implementação das ações de forma participa-
nomami/AM, Rio Branco/RO, Paumari/ AM, Caititu/
tiva e ampliada, considerando algumas instituições
AM, Lago Itixi-Mitari/AM.
como “chave” com complementaridade e colabora-
ção entre elas.
206
INSPIRE-SE! PARCEIROS DO PROJETO PARQUE NACIONAL BUSCA DIVERSIFICAR 207
Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimen-
to Internacional (Usaid); Serviço Florestal dos Esta-
RENDA DAS COMUNIDADES EXTRATIVISTAS DO
ࡿࡿ Fortalecer as organizações comuni-
tárias é o primeiro passo para construir a
dos Unidos (USFS); Serviço Florestal Brasileiro (SFB); ENTORNO
Fundação Nacional do Índio (Funai); Universidade Coordenação geral: Wilhan Rocha Cândido Assunção e Antonio Elson Portela (ICMBio). Coordenação executiva:
cadeia de valor de produtos do extrativismo.
Federal do Pará (UFPA); Instituto Floresta Tropical Antonio Elson Portela (Parque Nacional Mapinguari/ICMBio) e Raimundo Cajueiro Leandro (Núcleo de Apoio
Se a comunidade não tiver formalizado a
(IFT); Instituto Internacional de Educação do Brasil à Pesquisa em Rondônia - Napro/Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Inpa). Gestão dos recursos
Associação e/ou Cooperativa, esse deve ser
o início. A partir desse momento, busque (IEB); Pacto das Águas, Operação Amazônia Nativa e gerenciamento: Wilhan Rocha Cândido Assunção, Antonio Elson Portela, Tatiane Rodrigues Lima e Cláudia
junto com os demais atores sociais enten- (Opan); Fundação Vitória Amazônica (FVA); Conser- Barbosa de Lima Sacramento (ICMBio).
der as oportunidades e os desafios. Oficinas vação Estratégica (CSF Brasil); Instituto de Manejo
de diagnóstico e de planejamento podem e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora); Insti-
A coleta de castanhas no Parque Nacional Mapinguari PERFIL
ampliar a perspectiva. tuto Socioambiental (ISA); Instituto de Desenvolvi-
era uma atividade praticada por comunidades extrati-
mento Sustentável Mamirauá; Instituto de Pesquisa Localizado nos municípios de Canutama/AM
ࡿࡿ A qualificação das atividades produti- vistas que residem no entorno da unidade. “Os coletores
Ambiental da Amazônia (Ipam); Cooperativa Mista e Lábrea/AM e Porto Velho/RO, possui cerca
vas representa a segunda etapa, identifique que são moradores do entorno do Rio Umari acessavam
da Flona do Tapajós (Coomflona); Organização das de 1.800.00 hectares.
em quais áreas do processo é preciso in- os castanhais alocados nas cabeceiras de rios que ocor-
vestir. Reúna os parceiros e some esforços. Associações da Reserva Extrativista Tapajós Ara-
rem em território sobreposto aos limites do parque”, OBJETIVOS
O projeto pode atrair novos atores sociais, piuns (Tapajoara), Associação Agroextrativista de
explica Tatiane Rodrigues Lima, analista ambiental na
afinal muitas parcerias têm início diante de Auati-Paraná (AAPA); Associação dos Trabalhadores Implantar sistemas produtivos sustentáveis
unidade e relatora da prática.
um projeto concreto. Agroextrativistas do Médio Purus (Atamp); Coopera- na comunidade do Rio Umari, no entorno
tiva Mista de Agroextrativismo do Rio Unini (Coo- Em 2013, a coibição da atividade mobilizou associações do Parque Nacional Mapinguari. Capacitar
ࡿࡿ Participar de reuniões sobre o desen- de castanheiros que justificavam a importância da prá- membros da comunidade em práticas agro-
maru); Associação dos Produtores da Assembleia de
volvimento regional também pode ser um tica para geração de renda dessas comunidades. “Em
Deus do Rio Ituxi (Apadrit); Cooperativa Mista Agro- ecológicas, a partir do aproveitamento de
caminho interessante, ainda que seja para reunião com os castanheiros e organizações não gover-
extrativista Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do resíduos agrícolas. Habilitar produtores para
levantar o tema e identificar potenciais
Rio Arimun; (Coomnspra); Associação São Bento do namentais, a gestão do parque expôs a inviabilidade de implantação e manejo de sistemas agroflo-
apoiadores.
Inumbi; Associação Rio Curuminim; Associação Ita- abertura do parque para coleta de castanha - atividade restais. Treinar produtores para práticas de
ࡿࡿ Contatar Observatórios que articulam peua; Associação Deus Proverá; Associação do Baixo ilegal diante da legislação e categoria da UC, com base viveiro e produção de mudas de espécies
organizações da sociedade civil, centros Acari; Associação Aguapé; Associação de Seringuei- nas orientações da Procuradoria Federal Especializada frutíferas e florestais. Promover treinamento
de pesquisa e comunidades também é uma ros do Rio Ouro Preto (Asrop); Associação de Serin- junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio- de produtores e familiares para Boas Práti-
possibilidade para trocar experiências e for- diversidade (PFE/ICMBio) e do Plano de Proteção”, com- cas no extrativismo, identificar e beneficiar
gueiros e Agroextrativistas do Baixo Rio Ouro Preto
talecer a iniciativa. Divulgar a evolução dos plementa Tatiane Lima.
(Asaex); Comitê de Desenvolvimento Sustentável de produtos não madeireiros; capacitar mem-
programas em que a Unidade e os parceiros
Porto de Moz. Associações de castanheiros recorreram ao Ministério bros da comunidade para o associativismo,
estão envolvidos é uma atitude com capa-
Público Estadual do Amazonas e solicitaram a mediação visando agregação de valores e captação de
cidade de facilitar a trajetória que tantas
do órgão. “O Parque Nacional Mapinguari reconheceu a mercado para a produção; verificar a viabili-
comunidades ainda buscam trilhar. Foto: João da Mata
210
PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS RESULTADOS
211
VEADEIROS APROXIMA A SOCIEDADE DA ࡿࡿ Desenvolvimento da técnica de semeadura
direta para restauração de vegetações savânicas
lizaram as primeiras experiências de restauração e
os treinamentos com os coletores de sementes. A
CONSERVAÇÃO e florestais do Cerrado, incluindo 80 espécies iniciativa recebeu apoio da Fundação Grupo Boticá-
entre árvores, arbustos e gramíneas nativas. Até rio de Proteção à Natureza e da Rede de Sementes
Coordenação geral: Alexandre Bonesso Sampaio (Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade
o momento, o projeto conta com 105 hectares em do Cerrado, por meio de projeto apoiado pela Petro-
e de Pesquisa e Conservação do Cerrado - CBC/ICMBio). Coordenação executiva: Alba Cordeiro (Rede
de Sementes do Cerrado). Gestão dos recursos e gerenciamento: Camila Motta (Rede de Sementes do processo de restauração, com 25 toneladas de bras Ambiental.
Cerrado). sementes coletadas e semeadas. Durante o estudo, os pesquisadores desenvolveram
ࡿࡿ Rede de coletores de sementes estabelecida, técnica de restauração por semeadura direta, que
Unidades de Conservação do Cerrado geral- mobilizada e organizada para fornecimento a possibilita substituir a cobertura de gramíneas exó-
INSPIRAÇÃO
mente contam com áreas degradadas com outras regiões. Proprietários rurais mobilizados ticas por espécies nativas do estrato herbáceo-ar-
A visita técnica ao projeto Y Icatú Xingu em Canara- pela prática recuperaram áreas degradadas do bustivo do Cerrado, o que aumenta a possibilidade
histórico de pasto, onde a disseminação de
na/MT, em 2015, que envolve a coleta de sementes entorno. de sucesso em longo prazo.
gramíneas invasoras impede a regeneração
por indígenas e a restauração das nascentes dos
natural e torna os incêndios mais severos. ࡿࡿ 60 famílias de agricultores tradicionais Em seis meses, espécies do estrato herbáceo-arbus-
rios das Terras Indígenas localizadas em grandes
“O maior problema da restauração de áreas beneficiadas. As comunidades locais receberam R$ tivo já florescem e frutificam atraindo a fauna nativa
propriedades do entorno. Em 2017, essa iniciativa
degradadas no Cerrado é a questão das gra- 170 mil pelo trabalho de coleta e beneficiamento de polinizadores e dispersores. O custo da seme-
foi premiada como o melhor projeto de restauração
míneas invasoras usadas como pastagem, de sementes. Criação da Associação Cerrado de Pé adura de 80 espécies nativas de árvores, arbustos
por votação dos participantes durante a conferên-
como as braquiárias, que geralmente não são de Coletores de Sementes. A Rede de Sementes e ervas, com aproximadamente 200kg de sementes
cia bianual da Sociedade de Restauração Ecológica
adequadamente controladas. Além disso, os do Cerrado permite que os coletores de forma por hectare, produzindo cobertura de até 50% de
(SER). A troca de experiências durante o evento e a
esforços de restauração do Cerrado focam autônoma disponibilizem sementes no mercado gramíneas nativas e em torno de aproximadamen-
premiação serviram de inspiração para continuar e
exclusivamente no plantio de árvores, sen- além dos limites da Chapada dos Veadeiros. te 6.000 plântulas de árvores, palmeiras, arbustos e
ampliar o projeto.
do que a maior parte da biodiversidade do trepadeiras/ha é pelo menos a metade do custo de
ࡿࡿ Ampliação de parcerias entre instituições
Cerrado está no estrato herbáceo-arbustivo. plantar 1.111 mudas/ha de árvores produzidas por
PERFIL locais, como UnB Cerrado, Secretarias de Educação
Associado a este problema, temos um bai- sementes e espécies de outros locais.
Localizado no nordeste do estado de Goiás, entre e de Meio Ambiente da Prefeitura de Alto Paraíso,
xo conhecimento e valorização das espécies
os municípios de Alto Paraíso e Cavalcante, protege OCA Brasil, Associações de Assentamentos Rurais. A restauração das áreas aumentou a biodiversidade
herbáceo-arbustivas do Cerrado pelas pesso-
diversas formações vegetais, rochas com mais de um O projeto foi tema de uma série de produções local em todos os estratos e contribui para o res-
as em geral, o que favorece a conversão da
bilhão de anos, além de centenas de nascentes. Des- científicas, com nove pesquisas autorizadas, cinco tabelecimento do regime natural de fogo, já que as
vegetação nativa em atividades agropecuá-
de 2001, a unidade é reconhecida como Patrimônio trabalhos de mestrado e um de doutorado, além gramíneas exóticas alteram esse equilíbrio e tor-
rias”, explica Alexandre Sampaio, analista am-
Mundial da Humanidade pela Unesco. de diversos resumos de congresso e artigos em nam assim os incêndios mais severos em compara-
biental do Centro Nacional de Avaliação da
preparação. ção com aqueles que ocorrem na vegetação nativa.
Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação
OBJETIVOS Em 2015, o desmatamento para construção da linha
do Cerrado (CBC/ICMBio).
Desenvolver técnicas de restauração com melhor de transmissão de energia que liga Araraquara/SP
Para colocar em prática um plano de restau- METODOLOGIA
custo benefício aplicáveis em larga escala para áreas a Porto Velho/RO teve entre as medidas compensa-
ração, que privilegiasse a vegetação herbá- As equipes do parque e do Centro Nacional de Ava-
degradadas do Parque Nacional da Chapada dos tórias, a reposição florestal nativa no Parque Nacio-
ceo-arbustivo, onde está a maior parte da liação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conserva-
Veadeiros e entorno. Mobilizar a comunidade local nal da Chapada dos Veadeiros. Por interferência do
biodiversidade, gestores do ICMBio buscaram ção do Cerrado (CBC/ICMBio) trabalharam em con-
durante a prática e estabelecer assim a aproximação ICMBio, a ação foi realizada com as técnicas desen-
apoio nas parcerias de ensino e com a comu- junto na elaboração e execução do projeto.
com a equipe gestora da Unidade de Conservação. volvidas no projeto de pesquisa, priorizando mão
nidade local.
A prática teve início como projeto de pesquisa no de obra local para coleta, preparo do solo e plantio
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV) das sementes.
com financiamento do ICMBio em 2011. Pesquisado- O trabalho das comunidades locais é essencial já
res da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária que a técnica depende da coleta de grande volume
(Embrapa) e da Universidade de Brasília (UnB) rea- de semente e beneficiamento. Para os moradores,
aliança de uma série de fatores, desde a redução de combate e confecção de aceiros negros, com lar- Ministério Federal do Ambiente, da Proteção da Natu-
do tamanho do incêndio que permite medidas mais gura preestabelecida de até 100m. reza e da Segurança Nuclear da Alemanha (BMU, sigla
estratégicas e pelo direcionamento do fogo para em alemão); Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Re-
Em 2014, na missão técnica à Austrália, representan-
cicatrizes das queimas prescritas mais próximas. cursos Naturais Renováveis (Ibama/Prevfogo); Instituto
tes de instituições federais e estaduais brasileiras
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); governo do Es-
puderam conhecer as características do Manejo Inte-
tado do Tocantins; cooperação alemã para o desenvol-
grado do Fogo em uma região que possui similarida-
METODOLOGIA vimento sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft
des com o Cerrado brasileiro. A missão incluiu visitas
A avaliação crítica dos resultados da política de fogo für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
aos Territórios Indígenas, parques nacionais, realiza-
zero e o início do Projeto Prevenção, Controle e Mo- ção de queimas prescritas e confecção de aceiros.
Foto: Aurelice Vasconcelos
nitoramento de Queimadas Irregulares e Incêndios
No mesmo ano, os gestores da Estação Ecológica Serra
Florestais no Cerrado, mais conhecido como Projeto
Geral do Tocantins elaboraram o primeiro plano de MIF,
Cerrado-Jalapão estão na base dessa prática.
o que marcou a ampliação do uso do fogo, incluindo
O projeto Cerrado-Jalapão que teve como objetivo além da confecção de aceiros, as queimas prescritas
aprimorar a prevenção e o controle de queimadas (ou queimas controladas para fins ecológicos).
irregulares e incêndios florestais na região, subsi-
Em 2015 e 2016, quando os maiores incêndios atingi-
diou ações do Manejo Integrado do Fogo (MIF) na
ram respectivamente 25 mil e 32 mil hectares, havia
Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins de 2013
combustível acumulado e contínuo suficiente para
até 2017. Para os gestores e brigadistas, o projeto
sustentar a propagação de incêndios de mais de 100
representa um marco na gestão do fogo na Unidade
mil hectares no fim da estação seca. Os gestores ob-
de Conservação (UC) pela quebra de paradigma de
tiveram esses dados analisando os mapas de risco
combate em defesa do manejo do fogo.
de fogo e de acúmulo de combustível. No entanto,
Em 2013, a equipe da unidade participou do I Semi- as ações de manejo fragmentaram o combustível,
nário Internacional sobre Manejo Integrado do Fogo o que bloqueou a possibilidade de ocorrência de
em Áreas Protegidas no Brasil e na sequência pro- grandes incêndios. Dessa forma, os gestores conse-
224
PRODUÇÃO DE TV E WEB BUSCA POPULARIZAR 225
O CONHECIMENTO SOBRE A BIODIVERSIDADE
Coordenação geral: Luciana Alvarenga (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz) e Carlos Sanches (TV Brasil/EBC)
226
PERÍODO INSPIRE-SE! SERVIDORES DO ICMBIO TÊM PAPEL CENTRAL 227
2014 – em andamento.
EM NOVO MODELO PARA A DEMARCAÇÃO DE
Expedição para a primeira temporada da série Par-
ques do Brasil: Outubro de 2016 a outubro de 2017.
ࡿࡿ As informações de muitas Unidades
de Conservação estão restritas ao site do
ÁREAS
ICMBio e às redes sociais do Instituto, mas Coordenação geral: Carla Michelle Lessa (Coordenação de Compensação de Reserva Legal e Incorporação
é possível aumentar os canais de comu- de Terras Públicas/ICMBio). Coordenação executiva: Tiago Juruá Damo Ranzi (Reserva Extrativista do
PARCEIROS DO PROJETO nicação, com planejamento e escolha de Cazumbá-Iracema/ICMBio). Coordenação técnico-pedagógica: Marcio Costa (consultor). Gestão dos recursos
uma plataforma para começar (alguma e gerenciamento: Coordenação geral de Consolidação Territorial (CGTER/ICMBio) e Reserva Extrativista
Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz; TV Brasil/EBC; Ins-
rede social, por exemplo). Os interessados Cazumbá-Iracema/ICMBio.
tituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi-
dade (ICMBio). A prática conta com a colaboração em visitar a Unidade ou apenas obter mais
informações agradecem. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio- Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa); de compensa-
de pesquisadores de universidades e institutos de
pesquisa como: o Jardim Botânico do Rio de Janei- ࡿࡿ Invista nas fotografias quando o assun- diversidade (ICMBio), em pouco mais de 10 anos ção ambiental e em menor escala em parceria com
ro (JBRJ); a Universidade do Estado do Rio de Janei- to é Unidade de Conservação, afinal é preciso de história, georreferenciou 42 Unidades de Con- o Exército Brasileiro e com o Terra Legal, no Pará.
ro (UERJ); a Universidade Federal do Espírito San- mostrar o que está protegido. Aproveite e servação (UCs)*, o que representa 12% das áreas “O custo desses serviços, com base nos contratos
tos (UFES); a Universidade Estadual de Santa Cruz compartilhe essas imagens com a equipe protegidas sob a gestão do órgão. Nessa trajetó- firmados, é de aproximadamente R$ 1.000,00 por
(UESC); entre outras. central do ICMBio pelo e-mail ria, o ICMBio buscou com diversos esforços avan- quilômetro de perímetro demarcado e sinalizado,
ascomchicomendes@icmbio.gov.br. çar nessa demanda, mas as limitações são seve- variando para mais ou menos conforme a dimen-
Foto: Carlos Sanches (TV Brasil)
ras. “Identificamos três grandes desafios que nos são, a cobertura vegetal e a dificuldade de acesso.
ࡿࡿ Conversas entre as equipes gestoras de
Unidades de Conservação sobre as estra- impedem de ganhar a escala necessária e alcan- Considerando a extensão das nossas UCs, estamos
tégias de comunicação já aplicadas e pers- çar 100% das UCs georreferenciadas, demarcadas falando de um custo considerável, caso não envolva
pectivas são sempre proveitosas. Considere e sinalizadas. São eles: especificidades técnicas a instalação de placas, pode cair para cerca de R$
também ações conjuntas sobre a região, por (dificuldade de georreferenciamento em áreas de 600,00/o quilômetro, mas ainda é um serviço caro”,
exemplo. proteção ambiental, de enormes dimensões ter- pontua a coordenadora.
ritoriais, em locais remotos e de difícil acesso); a
ࡿࡿ Crie uma campanha na Unidade de Con- Diante dessa realidade, o ICMBio - que já possui ser-
necessidade de um corpo técnico especializado
servação para estimular o compartilhamento vidores com conhecimento em geoprocessamento,
de profissionais da casa, não apenas para execu-
da experiência do visitante nas redes sociais. mas a maioria com pouca ou nenhuma prática na
tar esse tipo de serviço, mas principalmente para
aplicação do georreferenciamento, conforme a Nor-
avaliar e fiscalizar o trabalho realizado por par-
ma Técnica de Georreferenciamento vigente - de-
ceiros e ou empresas contratadas, além do alto
senvolveu uma experiência na Reserva Extrativista
custo da contratação dos serviços”, reforça Carla
Foto: Carlos Sanches (TV Brasil) Cazumbá-Iracema que representou um novo cami-
Michelle Lessa, coordenadora da Coordenação de
nho na demarcação de terras das UCs, ao mesmo
Compensação de Reserva Legal e Incorporação de
tempo em que levou a capacitação dos próprios
Terras Públicas/ICMBio.
servidores e de instituições parceiras às últimas
Em geral, as demarcações são feitas principalmen- fronteiras da prática, literalmente.
te via contratação de empresas especializadas, com
*Vale ressaltar que algumas Unidades de Conser-
aporte de recursos do Banco de Desenvolvimento
vação foram georreferenciadas antes da criação do
da Alemanha (KfW); do Programa das Nações Unidas
ICMBio, mas para atender aos novos padrões, vão
para o Desenvolvimento (Pnud); do programa de
precisar de atualização nas coordenadas.
OBJETIVOS
Promover a consolidação territorial das Unida-
des de Conservação, por meio da inclusão de
um novo modelo, mais ágil e de menor custo,
como alternativa ao georreferenciamento desses
territórios; identificar, treinar e capacitar de
forma prática servidores do ICMBio e de insti-
tuições parceiras como especialistas em georre-
ferenciamento de imóveis, incluindo na função
de fiscal, em especial nas UCs que apresentam
sobreposição; fortalecer a parceria com o Incra;
publicar um manual com orientações técnicas e
de logística de campo para a execução direta e/
ou fiscalização de contratos de georreferencia-
mento de imóveis e demarcação de Unidades de
Conservação; agilizar o processo de emissão das
Concessões de Direito Real de Uso (CCDRU) da
Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema.
do Rio Mamanguape; Área de Relevante Interesse termo solar em áreas, setores ou populações vulne- Fundo Nacional Sobre Mudança do Clima (MMA) e
Ecológico Manguezais da Foz do Rio Mamanguape, ráveis aos efeitos da mudança do clima.” O analista Centro de Energias Alternativas e Renováveis (Cear/
incluindo as bases do Projeto Peixe Boi. ambiental Fabiano Gumier Costa e o analista admi- UFPB).
nistrativo Joseilson de Assis Costa escreveram um
ࡿࡿ A visitação ao projeto também é uma realidade. projeto que foi aprovado na primeira fase do edital. Foto: Carlos Alberto Cavalcanti Soares Foto: Carlos Alberto Cavalcanti Soares
Em 2007, cerca de 1.000 visitantes estiveram na
unidade para participar de atividades de Educação A etapa seguinte, exigiu maior detalhamento téc-
Ambiental e conhecer os detalhes da iniciativa. nico sobre o tipo de sistema a ser instalado e a
equipe do ICMBio contou com apoio de professo-
* Os sistemas estão divididos em on grid e off grid ou
res do Centro de Energias Alternativas e Renováveis
mistos. On grid não possuem baterias e não armazenam
da Universidade Federal da Paraíba (CEAR/UPFB). O
a energia gerada, o excedente produzido (não utilizado
apoio técnico do CEAR permitiu à equipe do ICMBio
pelo usuário) é injetado na rede de distribuição elétrica
ter mais clareza e segurança sobre o tipo de sistema
e torna-se crédito em kWh. Esse bônus pode ser utilizado
mais adequado para as necessidades.
para pagar outras contas de unidades consumidoras em
nome do mesmo titular e atendidas pela mesma distri- O projeto foi aprovado pelo Fundo Clima/MMA com
buidora, na mesma região ou Estado. Os sistemas off grid orçamento total aproximado de R$ 1,3 milhão, pre-
234
12 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MARINHAS E RESULTADOS METODOLOGIA
235
DA MATA ATLÂNTICA JÁ RECEBEM APORTES ࡿࡿ Mais de 10 Unidades de Conservação possuem
fundos específicos que apoiam a implementação
Fundos pró-Unidades de Conservação da Mata
Atlântica e Marinhas apresentam duas modalida-
PARA GESTÃO do Plano de Manejo, o uso público e aumentam a des: de Perpetuidade e de Caixa. Ambos envolvem
Coordenação geral: Márcia Hirota (Fundação SOS Mata Atlântica). Coordenação executiva: Erika Guimarães, visibilidade institucional. parceria tripartite, entre ICMBio, SOS Mata Atlântica
Diego Igawa e Camila Keiko Takahashi (Fundação SOS Mata Atlântica). Gestão dos recursos e gerenciamento: e o patrocinador, que pode ser Pessoa Física, Jurí-
ࡿࡿ Investimentos em infraestrutura para pesquisa
Olavo Garrido, Aislan Silva e Ítalo Sorrilha (Fundação SOS Mata Atlântica). dica ou Pool.
e gestão nas Unidades de Conservação. Na Reserva
Biológica Marinha Atol das Rocas, por exemplo, o O grande desafio dessa prática é a mobilização
fundo também foi utilizado para a construção da do patrocinador para aliviar o déficit financei-
Fortalecimento institucional, elaboração e execu- PERFIL
ção do Plano de Manejo, investimentos em infra- nova base para receber pesquisadores. Em outras ro das Unidades de Conservação. Muitos fundos
ࡿࡿ Reservas Biológicas Marinhas: Atol das Ro- UCs, pequenos reparos na sede, centro de visitantes são mantidos com doações de pessoas físicas. A
estrutura, fiscalização e pesquisa, além de ações
cas/RN e Arvoredo/SC e casa de pesquisador têm sido feitos com o recurso. escolha da área protegida que contará com fun-
que estimulem o uso público ordenado e compa-
tível com o perfil de cada Unidade de Conserva- ࡿࡿ Áreas de Proteção Ambiental: Cairuçu/RJ; do de apoio é feita em conjunto entre as par-
ࡿࡿ A prática trouxe também novos doadores e
ção constituem as ações prioritárias da parceria Costa dos Corais/PE; Guapimirim/RJ tes. Três documentos celebram e formalizam a
ampliou as parcerias com associações locais,
entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da parceria: o Acordo de Cooperação (instrumento
ࡿࡿ Estações Ecológicas: da Guanabara/RJ e Tupi- universidades e outras instituições que atuam nas
Biodiversidade e a Fundação SOS Mata Atlântica - jurídico) e os Planos de Trabalho e de Execução.
nambás/SP áreas protegidas e no entorno. A medida também
via fundos pró-Unidades de Conservação (UCs) da As Unidades de Conservação têm autonomia no
aperfeiçoou o relacionamento entre as equipes das
ࡿࡿ Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de desenho e implementação dos projetos. Metas
Mata Atlântica e Marinhas. “A criação dos Fundos UCs e o poder público local.
Alcatrazes/RJ e indicadores dos Planos de Trabalho são moni-
de Apoio às UCs foi desenhada como uma estra-
ࡿࡿ O Fundo Guanabara (Área de Proteção Ambiental torados por meio de relatórios anuais técnicos e
tégia para o fortalecimento do Sistema com me- ࡿࡿ Parques Nacionais: da Tijuca/RJ; da Serra da
Guapimirim e Estação Ecológica da Guanabara) já financeiros, auditoria externa e em alguns casos,
canismos ágeis e engajamento financeiro do setor Bodoquena/MS; da Serra da Bocaina/RJ/SP; do
permitiu também o apoio à Cooperativa Manguezal comitê de finanças que decide sobre os investi-
privado, que não resolvem os desafios financeiros Itatiaia/RJ.
Fluminense em parceria com o ICMBio. No caso mentos. A Fundação SOS Mata Atlântica acompa-
das UCs apoiadas, mas aliviam e podem contribuir
OBJETIVOS da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, nha a execução.
para alavancar outros apoios”, afirma Erika Gui-
além da gestão da UC, outras cinco organizações
marães, gerente de Áreas Protegidas da SOS Mata Contribuir para implementar Unidades de locais são apoiadas diretamente, em ações que
Atlântica. O histórico apesar de recente, assim Conservação e demonstrar novos arranjos de contribuem para a implementação da unidade.
como tantas conquistas da área socioambiental, já parceira e financiamento.
mostra resultados inspiradores. Foto: Capim Filmes/SOS Mata Atlântica
Essa modalidade foi criada como alternativa em ࡿࡿ Núcleo de Gestão Integrada de Alcatrazes
um cenário desafiador para a captação e a cons- que beneficia o Refúgio da Vida Silvestre de Alca-
tituição de grandes fundos e consiste em inves- trazes e a Estação Ecológica Tupinambá.
240
O projeto conta com um sistema de definição de
metas. O acompanhamento é feito a partir dos indi-
INSPIRE-SE! AÇÃO INSCREVE 425 PROPRIETÁRIOS DA ÁREA 241
cadores de curto e médio prazo. DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE POUSO ALTO NO
ࡿࡿ Parcerias locais somam esforços em
múltiplas frentes, da área de pesquisa até
CADASTRO AMBIENTAL RURAL
PERÍODO as capacitações, passando pela educação e Coordenação geral: Fernanda Marques (Coordenação da Área de Doações Nacionais e Internacionais/Funbio);
Março de 2011 a fevereiro de 2021. monitoramento da biodiversidade. Valorize Daniela Leite (Gerência da Iniciativa TFCA/Funbio); Luciana Valadares (Ministério do Meio Ambiente - MMA)
as iniciativas que estão próximas e contribua e Fernando Tatagiba (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio). Coordenação
quando necessário com a formação dessas executiva: Júlio Itacaramby (consultor Funbio). Gestão dos recursos e gerenciamento: Fundo Brasileiro para a
PARCEIROS DO PROJETO equipes. Biodiversidade - Funbio.
Fundação Toyota do Brasil e Fundação SOS Mata ࡿࡿ Mobilizar as instituições locais favo-
Atlântica. rece a integração da equipe gestora com os Os principais desafios para realização da iniciativa PERFIL
demais atores sociais, investir nessa direção foram as distâncias entre as sedes dos municípios
Área de Proteção Ambiental de Pouso Alto, loca-
é uma das estratégias para mostrar a im- e a área rural, estradas precárias e instabilidade da
lizada na microrregião da Chapada dos Veadei-
portância da conservação das unidades nas cobertura de telefonia móvel. A questão fundiária
esferas socioambiental, no desenvolvimento ros, corresponde a cerca de 2,35% do Estado de
também tornou o processo mais demorado e com-
regional alinhado ao turismo sustentável, na Goiás e abrange os municípios de Alto Paraíso
plexo. “Uma das grandes dificuldades do CAR em ter-
pesquisa científica e no respeito ao modo de de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma,
Foto: Rafael Munhoz ritório nacional é justamente sua aplicação em regi-
vida local. São João D’Aliança e Teresina de Goiás.
ões onde não existe a devida regularização fundiária.
ࡿࡿ A participação social vai além do Conse- Aproximadamente 50% dos imóveis da Unidade de OBJETIVOS
lho Gestor da unidade, profissionais envol- Conservação estão em áreas consideradas glebas de-
vidos nessa área precisam estar atentos e Melhoria da gestão territorial da Área de Pro-
volutas pelo Estado de Goiás, ou seja, são áreas em
contribuir ativamente em outros ambientes, teção Ambiental de Pouso Alto, Goiás, com a
que o Estado está buscando a titulação dos seus res-
como por exemplo nos Conselhos Municipais promoção do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e
pectivos possuidores. Como o CAR não é um registro
do Meio Ambiente e Turismo e demais espa- o planejamento da paisagem para formação de
georreferenciado, existe margem para sobreposições
ços de participação social formais ou não. de imóveis, sendo difícil proceder a análise de qual
corredores ecológicos com a locação de reser-
vas legais. Atualizar a base de dados geográficos
limite deve prevalecer, uma vez que as documenta-
e as informações dos imóveis rurais da região.
ções comprobatórias são frágeis”, afirma Cristiane
Prestar assistência técnica para encaminhamen-
Silva e Souza, gerente de Flora na Secretaria de Meio
to de cadastros dos imóveis rurais à base do
Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades
Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural
e Assuntos Metropolitanos (Secima-GO), responsável
(SiCAR).
pela área de Cadastro Ambiental Rural, em Goiás.
Foto: Acervo ICMBio Foto: Rafael Munhoz
244
Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul,
São João da Aliança, Nova Roma e Teresina de Goiás.
INSPIRE-SE! GRUPO DE TRABALHO ESTABELECE NOVA 245
O atendimento técnico teve como orientação um
DINÂMICA ENTRE EMPREENDEDOR, ÓRGÃOS
protocolo que incluiu: ࡿࡿ Apoiar ações com impacto na vida dos
moradores das Unidades de Conservação e
PÚBLICOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
ࡿࡿ Destacar a responsabilidade do proprietário do entorno é também uma forma de refor- Coordenação geral: Kelly Ferreira Cottens (Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba/ ICMBio). Coordenação
nas informações prestadas, os objetivos do Cadas- çar o posicionamento das áreas protegidas executiva: Luiz Narok (Terminal de Contêineres de Paranaguá - TCP). Gestão dos recursos e gerenciamento:
tro Ambiental Rural (CAR) e a legislação relacionada. quanto à integração dos eixos social, am- Terminal de Contêineres de Paranaguá - TCP.
biental e econômico.
ࡿࡿ Abertura de pasta com os dados do proprie-
tário e inserção das informações preliminares no Os múltiplos usos na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba des- PERFIL
ࡿࡿ O apoio entre as unidades deve ser
software do SiCAR. constante. Se alguma ação impacta os mora- pontam entre as principais características da unidade que concilia preser-
Em cerca de 280 mil hectares
dores da área de conservação mais próxima, vação do modo de vida das comunidades tradicionais com a presença do
ࡿࡿ Delimitação do perímetro do imóvel pelo Google da Área de Proteção Ambien-
some esforços e contribua. complexo portuário de Paranaguá. “O licenciamento ambiental dos em-
Earth. Essa informação também poderia ser fornecida tal de Guaraqueçaba vivem
preendimentos portuários se configura um grande desafio de gestão para
pelo proprietário em via digital, mapas ou pela indica- ࡿࡿ Áreas protegidas que abrangem mais de indígenas, quilombolas e pes-
a equipe da unidade, que busca equilibrar os diferentes usos do território
ção nas próprias imagens de satélite do software. um município precisam implementar ações cadores artesanais caiçaras,
e garantir a proteção da rica biodiversidade local. Tendo em vista que
de comunicação – via parceria – em todos com aproximadamente 30 mil
ࡿࡿ Aplicação dos layers disponibilizados pelo os portos do Paraná já operam há várias décadas, os empreendimentos
eles, considerando estratégias para as áreas hectares em sobreposição ao
SIG para verificar a sobreposição com outros imó- não tiveram sua instalação condicionada pelas regras atuais do processo
rural e urbana. Parque Nacional de Superagui.
veis, hidrografia etc. de licenciamento ambiental. As empresas portuárias estão em processos
A unidade protege diferentes
de regularização dos seus respectivos licenciamentos ou iniciaram esse
ࡿࡿ Entrega do recibo do CAR e esclarecimentos ecossistemas do complexo
ajuste a partir de processos de ampliação”, destaca Kelly Ferreira Cottens,
quanto à necessidade de acompanhar o cadastro estuarino de Paranaguá.
analista ambiental e agente de fiscalização na unidade.
pela Central do Proprietário até a validação do ór-
gão estadual, em Goiás, Secima. Apesar da complexidade da unidade que protege o maior remanes- OBJETIVOS
cente florestal contínuo de Mata Atlântica e ainda é zona de amorteci-
A metodologia utilizada considerou o registro de to- Acompanhar o cumprimento
mento para as Unidades de Conservação do grupo da proteção integral
das as etapas, por meio de fotografias e relatórios das cláusulas ambientais es-
localizadas em seu interior, a comunicação com a equipe do Terminal
técnicos e de prestação de contas, incluindo um re- tabelecidas no licenciamento
PERÍODO de Contêineres de Paranaguá estava repleta de lacunas. “O diálogo
latório final do projeto contendo a compilação de do Terminal de Contêineres de
era insuficiente e as características das Unidades de Conservação da
informações dos relatórios mensais previstos; indi- Paranaguá (TCP), promover a
Novembro de 2016 a julho de 2017. região pouco reconhecidas pelo empreendedor”, pontua Kelly.
cação dos produtos de SIG gerados; quantitativo de aproximação entre as equipes
propriedades rurais e cobertura das áreas cadastra- Até que o processo de ampliação do Terminal de Contêineres de Pa- gestoras das Unidades de Con-
das; indicação dos corredores ecológicos formados PARCEIROS DO PROJETO ranaguá (TCP) representou uma oportunidade. “O ICMBio avaliou os servação (UCs) e as lideranças
pela alocação das reservas legais; conforme orien- estudos de impacto ambiental e propôs condicionantes de caráter da área ambiental do empre-
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, In-
tação da assistência técnica prestada; conclusões, mitigador e compensador dos impactos ambientais negativos gera- endimento.
fraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Se-
lições aprendidas e recomendações. dos pela atividade”, afirma a analista.
cima-GO); Sindicatos Rurais de: Alto Paraíso de Goiás;
Os bons resultados alcançados pelo Projeto CAR re- Cavalcante, Teresina de Goiás, Nova Roma, São João Foto: Acervo ICMBio Foto: Acervo ICMBio
sultaram na aprovação de uma continuidade para a D’Aliança e Colinas do Sul; Empresa de Assistência
iniciativa de melhoria da gestão territorial da Área Técnica e Extensão Rural (Emater); Secretaria Munici-
de Proteção Ambiental de Pouso Alto, pelo reconhe- pal de Turismo e Meio Ambiente em Colinas do Sul;
cimento do Mosaico de Áreas Protegidas da Cha- Secretaria de Agricultura; Secretaria de Educação e
pada dos Veadeiros. Essa nova etapa nos mesmos Gabinete do Prefeito em Cavalcante; Secretaria de
moldes do projeto CAR pretende contribuir para a Agricultura e Secretaria de Regularização Fundiária
consolidação do Mosaico e está prevista para 2018, em Teresina de Goiás; Conselhos Municipais; Parque
com recursos do TFCA. Nacional Chapadas dos Veadeiros/ICMBio.
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