Resumo
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Resumo
Ou seja, temos menos tempo ainda do que imaginávamos para reduzir emissões
e frear o avanço do aquecimento global. Um aumento de 1,5°C não deixa de ter
impactos significativos sobre o clima — tanto é que as mudanças climáticas já estão em
curso e causando problemas gravíssimos em todo o planeta —, mas especialistas
consideram que este é um limite minimamente seguro, no sentido de evitar mudanças
climáticas mais severas, e minimamente factível, do ponto de vista das ações políticas e
econômicas que precisam ser tomadas para o seu cumprimento. O objetivo do Acordo
de Paris, firmado em 2015 (com base nas conclusões do último relatório do IPCC), é
justamente manter o aquecimento global “bem abaixo de 2°C” e, preferencialmente, até
um limite máximo de 1,5°C.
Um ou dois graus a mais de temperatura pode parecer pouca coisa, mas é algo
que altera profundamente o funcionamento do sistema climático do planeta como um
todo. As consequências práticas, segundo os cientistas, não são nada agradáveis:
aumento na ocorrência e na intensidade de tempestades, secas, ondas de calor e outros
eventos climáticos extremos; derretimento acelerado de geleiras e da calota polar do
Ártico; aumento do nível e da temperatura do mar; mudanças drásticas nos padrões de
precipitação (chuvas) ao redor do mundo; e várias outras. Tudo isso, claro, com
implicações imensas para a produção de alimentos, a segurança hídrica, a conservação
da biodiversidade, a qualidade de vida nas cidades, a saúde, a produção de energia e
várias outras atividades essenciais à sobrevivência da espécie humana no planeta Terra.
<<<<<GRÁFICO>>>>
O aquecimento da Terra nos últimos 120 anos é um fato inequívoco, como
mostram os gráficos. O gráfico da esquerda (a) mostra como a temperatura da superfície
do planeta variou ao longo dos últimos dois mil anos, com base em registros
paleoclimáticos extraídos de rochas, gelo e sedimentos marinhos. Notem que a
temperatura oscila para cima e para baixo, mas não se descola muito da média
observada entre 1850 e 1900, que é a linha de base do gráfico (representada pelo 0.0 na
barra vertical do gráfico), usada como referência de temperatura normal do planeta,
antes do início da interferência humana no clima.
O gráfico à direita (b) mostra uma simulação de como a temperatura superficial
do planeta teria se comportado ao longo desses últimos 170 anos com base apenas em
fatores naturais (faixa verde), como atividades vulcânicas e incidência de radiação solar.
Já a faixa marrom mostra uma simulação de como a temperatura teria se comportado
com a somatória de fatores naturais e humanos. Notem como as duas faixas se descolam
uma da outra a partir do início do século 20 (ano 1900), e como a faixa da simulação
marrom se encaixa perfeitamente com a linha preta, que representa as temperaturas
reais, registradas a cada ano desse período — o que indica que a simulação está correta
e corresponde à realidade, tanto daquilo que aconteceu quanto daquilo que poderia ter
acontecido.
Agora passo a palavra pra colega Edmárcia que irá dar continuidade a
apresentação e irá falar sobre os impactos das mudanças climáticas sobre os Recursos
Hídricos.