Gestão de Carreiras
Gestão de Carreiras
Gestão de Carreiras
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Júlio Cesar Lopes de Souza
658.312
S729g Souza, Júlio Cesar Lopes de
Gestão de carreiras / Júlio Cesar Lopes de Souza. Indaial :
Uniasselvi, 2012.
197 p. : il.
ISBN 978-85-7830-535-2
1. Desenvolvimento de carreiras.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
Apresentação
O delineamento da trajetória profissional é um assunto que nos
acompanha desde cedo, seja por pressão social, necessidade ou, simplesmente,
porque todos precisamos encontrar nosso próprio caminho.
III
Já na Unidade 2, de posse dos conceitos fundamentais envolvidos na
Gestão de Carreiras, estudaremos os principais modelos de encarreiramento
e entenderemos como a arquitetura organizacional os afetam. Neste ponto
analisaremos o delineamento da carreira, buscando um desenho ideal de
crescimento. Finalmente, ainda na segunda unidade, trataremos dos componentes
que influenciam a carreira: liderança, autoliderança, conflito organizacional.
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E
DESENVOLVIMENTO................................................................................................ 1
VII
UNIDADE 2 – DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO,
EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO........................................................... 49
VIII
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................... 132
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 134
IX
X
UNIDADE 1
CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO
DE CARREIRA: ORIGENS E
DESENVOLVIMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nesta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Gestão de Carreiras é um dos maiores desafios contemporâneos, embora
seja tema de estudo há muitos anos. Conciliar os interesses das organizações com
os de seus colaboradores é um grande desafio, até porque a concepção de carreira,
a forma como ela se desenvolve e a relação das pessoas com o trabalho mudaram,
em virtude das transformações econômicas e sociais que aconteceram nas últimas
décadas. A ideia de empresas que ofereçam carreiras profissionais estáveis e
duradouras, por meio do emprego, deixou de existir. Isso acabou resultando
na necessidade das pessoas procurarem alternativas para a construção de suas
trajetórias profissionais (GUEDES, 2009).
2 A EVOLUÇÃO DO TRABALHO
O trabalho é uma atividade humana básica e a forma como o conhecemos
hoje evoluiu do modelo surgido na Revolução Industrial, a partir do século XVIII,
momento no qual surgiram o emprego formal massivo e as relações trabalhistas.
Mais tarde, no início do século XX, Frederick Taylor propôs os princípios da
Administração Científica, que acabou por fornecer os fundamentos da Gestão
de Carreiras, ao estabelecer um sistema de diferenciação entre os diversos cargos
ligados a postos de trabalho.
3
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
2000
1990
1970
1950
1900
1800
1700
NOTA
4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
DICAS
UNI
Reengenharia:
TQC:
5S:
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
UNI
O que é downsizing?
7
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
10. Downsizing não é uma solução única e rápida para melhorar a competitividade
da empresa. Mais do que isso, o downsizing é visto como parte do processo
de melhoria contínua da empresa.
9
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
NOTA
10
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
11
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
Significado Conceito
Sequência de promoções e outros movimentos (transferências
laterais para posições de mais responsabilidade ou mudança
Carreira como progresso.
para organizações ou unidades “melhores”) em uma
hierarquia durante o curso da vida laboral de uma pessoa.
A ocupação representa a carreira, que está relacionada a um
padrão de progresso sistemático de uma profissão específica.
Esses profissionais passam periodicamente pelo que os
Carreira como profissão.
sociólogos chamam de “transições de status regulares”,
que são movimentos regulares de um status para outro. Por
exemplo: os advogados, os políticos e os médicos.
A carreira da pessoa é a série de posições ocupadas por ela,
Carreira como sequência sem levar em consideração o cargo ou o nível, durante o
de trabalhos. curso de sua vida de trabalho. De acordo com essa definição,
todas as pessoas que trabalham têm uma carreira.
A carreira representa as experiências de trabalho e outras
atividades que constituem o seu trabalho e a vida de uma
Carreira como papéis
pessoa. Incluem-se nessa definição aspirações de mudança,
desempenhados.
satisfação, autoconceito e outras atitudes que influenciarão
o trabalho e a vida como um todo.
FONTE: Guedes (2009, p. 37)
12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
DICAS
15
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
INSATISFAÇÃO NO TRABALHO
Assima Ferreira
Você conhece alguém que está insatisfeito com o trabalho? Sabe aquelas pessoas
que não encontram prazer na profissão, sentem-se infelizes, veem apenas os aspectos
negativos da vida, vão trabalhar todos os dias desanimadas ou acham a rotina da empresa
em que atuam um verdadeiro martírio?
Bem, se você acha que precisa reagir e mudar a maneira como percebe ou
tem se envolvido com seu trabalho, saiba que é possível rever sua vida profissional
e, ainda, seus relacionamentos afetivos. Nesse processo é fundamental que você
invista no autoconhecimento.
Além disso, todos nós temos uma possibilidade que, em várias situações,
não sabemos como aproveitá-la: a capacidade de fazer escolhas. Cabe a nós
mesmos tomar decisões sobre a trajetória que queremos percorrer em nossa vida
e promover as mudanças necessárias em determinados momentos.
16
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À GESTÃO DE CARREIRAS
O importante é não deixar sempre para depois a decisão por mudar. Não
encarar a necessidade de mudança quando se está insatisfeito pode trazer prejuízos
ainda maiores, pois você acaba ficando acomodado, obsoleto e, sobretudo, infeliz.
FONTE: FERREIRA, Assima. Insatisfação no Trabalho. FDC – Fundação Dom Cabral. Disponível
em: <http://www.fdc.org.br/pt/blog_carreiras/Lists/Postagens/Post.aspx?ID=24>. Acesso em: 24
nov. 2011.
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
I- Influência social.
II - Estudo dos traços individuais.
III - Estágios de carreira.
IV- Ciclo de vida das pessoas.
19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Pesquisas feitas pelo Professor Joel Dutra indicam que poucos profissionais
com nível superior de educação têm um projeto de carreira consciente. Este mesmo
autor afirma que menos de 2% deles têm o planejamento de carreira como hábito.
“No Brasil, os profissionais não se apropriaram do desenvolvimento de suas
carreiras, como ocorreu nos EUA e na Europa. Eles esperam que a organização
ofereça chances”, explica o autor.
21
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
Estabelecimento
Autoavaliação de objetivos de Plano de ação Implementação
carreira
FONTE: O autor
2.1 AUTOAVALIAÇÃO
A figura anterior indica que o início do processo do planejamento
de carreira é a autoavaliação, que pode ser entendida como o exercício de
autoconhecimento, algo essencial, porque aponta nossos pontos fortes,
facilidades e dificuldades.
22
TÓPICO 2 | ELEMENTOS ESSENCIAIS NO PLANEJAMENTO DE CARREIRA
ocupação individual;
ocupação exercida dentro da empresa empregadora;
outras ocupações que compõem a empresa empregadora; e
o conjunto de ocupações disponíveis no mercado.
Essa ação, aliás, foi citada por Rezende (2008, p. 105) como a “ponte entre
a intenção e a realização”, e o plano de ação também pode ser entendido como
plano de trabalho.
designação do objetivo;
atividades e etapas envolvidas;
23
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
cronograma;
pessoas responsáveis pela execução de cada atividade e etapas indicadas; e
recursos envolvidos.
Objetivo 1:
PLANO DE AÇÃO
Cronograma Pessoa Atividade
(datas) Recursos concluída?
Atividades responsável
necessários (sim/não)
Início Fim pela atividade
Por favor, responda a seguir cada uma das doze perguntas, escolhendo
uma única alternativa a cada resposta: A, B ou C.
1) Você está certo que o que está fazendo está de acordo com a sua vocação?
A. Sim.
B. Talvez, estou tentando dar o rumo certo para minha carreira.
C. Não.
24
TÓPICO 2 | ELEMENTOS ESSENCIAIS NO PLANEJAMENTO DE CARREIRA
25
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
Entre 25 e 36 pontos: Muito bem! O resultado indica que você sabe como
manter os contatos, como ter destaque no trabalho e está atento às tendências
do mercado. Você tem interesse em tudo que está a sua volta.
26
TÓPICO 2 | ELEMENTOS ESSENCIAIS NO PLANEJAMENTO DE CARREIRA
DICAS
No Brasil foi eleito deputado federal por Goiás, em 2002, e assumiu a presidência do Banco
Central entre 2003 e 2011.
Henrique Meirelles se notabilizou pela constância em se capacitar e buscar desafios. Sob
essa perspectiva ele é um modelo de desenvolvimento de carreira.
Mais informações:
<http://www.bcb.gov.br/pre/quemequem/port/henriqueMeirelles.asp>.
<http://www.istoe.com.br/reportagens/834_
HENRIQUE+MEIRELLES?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage>.
TUROS
ESTUDOS FU
27
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
Antes de tomar uma atitude, é necessário entender as razões para uma mudança
e se planejar.
— Não fique contente por estar com pouco trabalho, isso pode ser sinal
de que você não está agregando inovações à empresa e pode torná-lo pouco
interessante para o mercado – alerta Simoni Missel, diretora da Missel Capacitação
Empresarial.
Para quem gosta de arriscar, este pode ser o momento, avalia a psicóloga
Roberta F. Lopes do Nascimento, diretora executiva do Núcleo Médico Psicológico.
Segundo ela, o mercado está aquecido e ávido por gente qualificada e mudanças
radicais de rumo podem funcionar desde que sejam feitas de modo racional, não
emocional. A especialista alerta que, antes de tomar uma atitude, é necessário
entender as razões para mudar e planejar-se:
28
TÓPICO 2 | ELEMENTOS ESSENCIAIS NO PLANEJAMENTO DE CARREIRA
— Tive de mudar o foco, mas pude apoiar-me em quem sabia que podia
me ajudar: meus colegas próximos, meu superintendente e até meu antigo gestor
me deram muita força.
Saia da acomodação
1ª etapa – Análise
2ª etapa – Planejamento
3ª etapa – Execução
Algumas mudanças
29
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
Na mesma empresa: como primeira opção, esteja certo de que buscou todas
as alternativas para permanecer na empresa. Muitas vezes, as oportunidades
podem estar no local em que você trabalha. Planejamento e tranquilidade para
perceber oportunidades que surgem podem favorecer seu desenvolvimento.
FONTE: COMO SABER SE É HORA DE MUDAR: antes de tomar uma atitude, é necessário
entender as razões para uma mudança e se planejar. Jornal de Santa Catarina, Blumenau, 10
dez. 2011. Caderno de empregos e oportunidades, p. 7.
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
1 designação do objetivo;
2 atividades e etapas envolvidas;
3 cronograma;
4 pessoas responsáveis pela execução de cada atividade e etapa indicadas; e
5 recursos envolvidos.
31
Questões Âmbito Respostas
Individualmente
O que você NÃO gosta
de fazer? Socialmente
(esteja ou não sendo
levado a praticar)
Profissionalmente
32
DOCUMENTO 1 – AUTOAVALIAÇÃO
Individualmente
O que você sabe fazer
bem? Socialmente
(forma de concretizar
habilidades e atitudes) Profissionalmente
1. Composição familiar
2. Saúde
OBJETIVOS DE CARREIRA
3. Lazer
33
4. Situação econômica
5. Desenvolvimento cultural do
cônjuge e dos filhos
6. autodesenvolvimento
7. Comunidade
8. Vida espiritual
DOCUMENTO 2 – ESTABELECIMENTO DE SITUAÇÃO ATUAL E
34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
ESCOLHA DA CARREIRA
1 INTRODUÇÃO
Jeremy Rifkin (2004), em sua conhecida obra “O fim dos empregos”, alerta
a respeito de um mundo mais turbulento e instável, com um aumento severo
do desemprego, oriundo do aumento radical da automatização e o “culto da
eficiência”.
DICAS
O que é globalização?
O que chamamos globalização é um processo provocado que, por sua vez, causa um
forte incremento do movimento através das fronteiras de mercadorias, serviços, dinheiro,
informação, tecnologia, pessoas e elementos naturais. Poder-se-ia representar graficamente
esse processo como uma compressão ou encolhimento do mundo, onde a percepção das
distâncias e as barreiras entre os países se reduzem fortemente. O processo se manifestou
através de forte crescimento das correntes comerciais de bens e serviços, crescimento dos
processos de integração, aumento do valor e da velocidade do movimento de capitais e
grande influência das mudanças nas tecnologias da informação e da comunicação, que o
impulsionaram.
FONTE: COBRA, M.; BREZZO, R. O novo marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
35
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
De forma similar, Dutra (1996, p. 31) indica que a escolha de carreira tem
como componentes duas linhas teóricas básicas:
3 ESCOLHA DA CARREIRA
Sem dúvida, o ato da escolha da carreira chama a atenção e é tema de
muitas pesquisas, como as dos professores Eli Ginzberg, William Rothwell e H.
Kazanas (apud DUTRA, 1996), que citam as cinco fases da vida vocacional:
1. crescimento;
2. exploração;
3. estabelecimento;
4. permanência; e
5. declínio.
A seguir, nos próximos itens, cada uma dessas fases será explicada.
3.1.1 Crescimento
Seu período dura até, aproximadamente, 14 anos e compreende a fase do
desenvolvimento do “autoconceito”, através da identificação com figuras-chave
36
TÓPICO 3 | ESCOLHA DA CARREIRA
3.1.2 Exploração
Geralmente acontece entre os 15 e 24 anos e nesta etapa ocorre a autoanálise,
representações de papéis e exploração ocupacional na escola, em atividades de
lazer e no trabalho. As fases da exploração são três: tentativa (15-17) – tentativas de
escolhas são efetuadas e desenvolvidas na imaginação e nas discussões, entre outras
ocasiões; transição (18-21) – acentuam-se as considerações acerca da realidade,
à medida que o jovem entra para o mercado profissional ou para o treinamento
pessoal; a experiência (22-24) – um campo de interesse é definido e experimentado.
3.1.3 Estabelecimento
Fase que ocorre entre os 25 e 44 anos, com a notória concentração de
esforços para permanecer numa área, quando encontrada. Neste ciclo há duas
fases bem distintas de estabelecimento: experiência (25-30) – mudanças antes que
a vida profissional seja definitivamente assumida; e estabilização (31-44) – esforço
para estabelecer um lugar permanente no universo do trabalho.
3.1.4 Permanência
Ciclo de vida entre os 44 e 64 anos, caracterizado pela consolidação de uma
situação profissional e pessoal. Neste momento a tendência é de dar continuidade
nos planos estabelecidos.
3.1.5 Declínio
Etapa da vida a partir dos 65 anos, distinguido pelo declínio da capacidade
física e mental. É o momento em que o indivíduo desenvolve novos papéis e entra
nas duas fases do declínio: enfraquecimento (65-70) e aposentadoria (de 71 em
diante).
37
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
Por favor, analise a seguir cada uma das trinta e nove afirmações e
escolha uma única alternativa: C se concorda com a afirmação e D se discorda.
Por favor, assinale com um “X” sua resposta.
Concordo Discordo
Afirmações
C D
Não importa a minha faculdade, mas sim como vivi e o
1
que aprendi nas experiências acadêmicas.
Sou uma pessoa que sempre aprende com as
2
experiências (viagens, faculdade, estágios).
No dia que vou fazer a dinâmica/entrevista leio os
3
jornais do dia.
Sempre que vou para a dinâmica/entrevista faço várias
4
perguntas para mostrar o quanto estou informado.
Numa dinâmica/entrevista, tento ao máximo conquistar
5
o avaliador.
PROCESSO SELETIVO
38
TÓPICO 3 | ESCOLHA DA CARREIRA
39
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
Análise dos resultados: o ideal é que para cada um dos três fundamentos
se consiga pelo menos sete acertos, pois isso indica que as expectativas têm um
alinhamento positivo.
40
TÓPICO 3 | ESCOLHA DA CARREIRA
8. Seja pontual.
9. Caso aconteça algum imprevisto, ligue e avise. Assim poderá ter outra
oportunidade, caso seja possível.
Não existe receita certa, pois cada grupo é um grupo diferente e cada
empresa tem o seu perfil.
41
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
DICAS
42
TÓPICO 3 | ESCOLHA DA CARREIRA
b)Trainee técnico: este trainee também receberá um treinamento amplo, porém focado na
sua área de atuação. Ele também tem como foco uma posição gerencial, porém numa área
técnica da organização. Algumas empresas não estabelecem critérios de curso para a seleção
do trainee gerencial, enquanto que o trainee técnico necessitará de uma formação específica
da área em questão.
Processo seletivo tem que acontecer dos dois lados. Quanto mais
critérios você considerar (segmento de empresa, área, local do estágio, custo em
relação ao benefício) no seu momento de escolha, maiores serão suas chances
de fazer uma boa escolha.
DICAS
43
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
DICAS
A despeito da situação crítica que o envolveu desde cedo, Clodoaldo foi incentivado a superar
as dificuldades e ele passou a trilhar uma carreira especialmente difícil: ser um atleta. Clodoaldo
quando criança sonhava em ser um jogador de futebol ou mesmo piloto de Fórmula 1, contudo
seguiu o caminho da natação por necessidade, como parte do processo de reabilitação física.
Isso foi em 1996 e dois anos depois ele participou de seu primeiro campeonato brasileiro, no
qual conquistou três medalhas de ouro. Em 1999 Clodoaldo iniciou sua coleção de títulos
internacionais. Em 2000 disputou sua primeira Paralimpíada, em Sidnei, Austrália, e nela ganhou
quatro medalhas, sendo três de prata e uma de bronze.
As conquistas foram se acumulando e somente no âmbito internacional, especificamente em
relação às paraolimpíadas, Clodoaldo Silva participou de quatro edições e nelas conquistou seis
medalhas de ouro, cinco de prata e duas de bronze.
Clodoaldo Silva é um modelo de persistência, dedicação e profunda crença em si mesmo, três
características-chave para o sucesso profissional.
Mais informações:
<http://www.clodoaldosilva.com.br>
<http://clodoaldosilva.blog.terra.com.br/tag/clodoaldo-silva/>
<http://www.deficienteciente.com.br/2010/09/exemplo-de-superacao-clodoaldo-silva.html>
<http://ipc.infostradasports.com/asp/lib/TheASP.asp?pageid=8937&sportid=-1&personid=681216>
44
TÓPICO 3 | ESCOLHA DA CARREIRA
LEITURA COMPLEMENTAR
O que difere, hoje, é o ritmo da mudança. Muitas pessoas que hoje estão
na faixa dos 40 anos ou mais, começaram a trabalhar em empresas que tinham
a mesma política de carreira, comum e simples: “Deixe que nós cuidamos.” Se
fizessem o seu trabalho e fossem leais ao seu empregador, a empresa cuidava de
seus funcionários.
Durante a década de 1980, essa política foi substituída por outra, mais
ameaçadora: “Oferta e aceitação”. A empresa oferecia-lhe uma posição e o
funcionário a aceitava. A ênfase estava na sua aceitação. As demais escolhas
limitavam sua carreira.
45
UNIDADE 1 | CONTEXTUALIZANDO A GESTÃO DE CARREIRA: ORIGENS E DESENVOLVIMENTO
[...]
46
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:
47
AUTOATIVIDADE
I - Fase do crescimento.
II - Fase da exploração.
III - Fase do estabelecimento.
IV - Fase da permanência.
V - Fase do declínio.
48
UNIDADE 2
DESENVOLVENDO A GESTÃO DE
CARREIRA: ENCARREIRAMENTO,
EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nessa unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que em cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
1 INTRODUÇÃO
O executivo brasileiro Alexandre Hohagen, 43, no início de 2011, passou
a ocupar a direção do Facebook na América Latina, após cinco anos dirigindo com
sucesso a operação do Google no Brasil. Em sua coluna mensal, no jornal Folha
de São Paulo, sob o curioso título “Mudanças sem razão”, Hohagen (2011) aborda
a reavaliação da carreira e disposição às mudanças como etapas importantes do
encarreiramento profissional.
2 MODELOS DE CARREIRAS
Estudos sobre o desenvolvimento histórico de carreiras indicam que entre
o final da 2ª Guerra Mundial e a década de 80 havia uma relação estável entre
funcionário e empregador. As empresas cuidavam da carreira do seu colaborador
e sobre ele, funcionário, havia a obrigação de ser produtivo e disciplinado,
obedecendo às diretrizes corporativas.
51
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
52
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
NOTA
O que é Networking?
Networking é um termo também conhecido como rede de relacionamentos. Ao contrário
do que muitas pessoas pensam, não significa resguardar nomes de pessoas de que iremos
precisar futuramente, mas criar e manter uma rede de relacionamentos que vise de uma
maneira ou de outra, à troca de experiências. A rede deve ser interativa, isto é, cada um dos
componentes deve ter em vista o potencial próprio e dos outros, complementando-se.
Questões a serem respondidas por quem quer desenvolver um bom networking:
Quais são as pessoas e empresas do meu relacionamento diário?
Que benefícios podem me trazer?
Que benefícios posso lhes proporcionar?
Quais são os meios de contato?
Qual foi a última reunião (contato, almoço, jantar) efetuada?
Quais os meios para solidificar os relacionamentos?
Que tipos de experiências podem ser trocados?
Como reativar os relacionamentos perdidos?
FONTE: Kuazaqui e Kanaane (2004)
E
IMPORTANT
53
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Esse mito acabou por inspirar o professor Hall (2002) a afirmar, em 1976, que
havia uma espécie de carreira decorrente da nova configuração de mundo. Neste
modelo de carreira, na qual as pessoas eram movidas por uma carreira orientada
pelas necessidades do indivíduo, os propósitos pessoais estão acima das
necessidades da empresa. Neste padrão de carreira há mudanças profissionais
frequentes, grande autonomia e autogerenciamento. Hall (2002) denominou este
tipo de carreira como “Proteana”.
55
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Desafio
Autenticidade
Balanço
Decisões de carreira
NOTA
O que é caleidoscópio?
Caleidoscópio é um instrumento formado por espelhos planos (dois, três ou quatro)
devidamente posicionados para fornecerem repetições perfeitas das imagens de um objeto.
Ele permite a visualização de pavimentações por meio de bases colocadas no seu interior.
Os caleidoscópios atraem pelo fascínio da visualização das imagens que se projetam entre os
espelhos: um ponto no interior multiplica-se indefinidamente, dando margem à criatividade
na construção de visuais que se expandem para o infinito.
FONTE: Bicudo (2010, p. 198-199)
56
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
57
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Categoria Afirmação
Considero que o tempo que dedico ao meu trabalho
é adequado às necessidades da empresa e às minhas
necessidades.
Gosto do trabalho que realizo hoje nesta empresa.
Eu sinto que meu trabalho é importante para que esta
empresa seja bem-sucedida.
Considero que trabalhar nesta empresa vem tornando a
minha vida melhor.
Sabendo por
Tenho orgulho de dizer a parentes e amigos que trabalho
que
nesta empresa.
(knowing why)
Trabalhar nesta empresa dá segurança e tranquilidade para
mim e para minha família.
Conheço e concordo com os objetivos da empresa em que
trabalho.
Os produtos e serviços de minha empresa são muito
importantes para nossa sociedade.
A sensação mais frequente que sinto ao deixar o trabalho é
de realização profissional pelos desafios superados.
Recebo
todas as informações que preciso para fazer bem o
meu trabalho.
Sou estimulado a contribuir para melhorar a forma como é
feito o meu trabalho.
Acredito que trabalhando nesta empresa terei oportunidade
de fazer carreira e crescer.
As solicitações e orientações de minha chefia facilitam a
Sabendo como realização do meu trabalho.
(knowing how) O trabalho que realizo me permite sempre aprender coisas
novas.
Sinto-me estimulado a buscar novos conhecimentos fora da
empresa.
Meu chefe ajuda a decidir o que devo fazer para aprender
mais.
Todos têm oportunidade de participar de atividades de
treinamento nesta empresa.
O ambiente de trabalho da empresa facilita o relacionamento
entre os empregados.
Nesta
empresa as pessoas estão sempre dispostas a ajudar
umas às outras.
Sabendo com As pessoas que trabalham nesta empresa se dão muito bem
quem umas com as outras.
(knowing whom) Nesta empresa a gente pode confiar nos colegas de trabalho.
Meus colegas estão sempre dispostos a compartilhar comigo
o que sabem.
Sou sempre bem atendido quando preciso de um colega de
trabalho.
FONTE: Adaptado de: Dutra et al. (2009, p. 65)
58
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
NOTA
O que é competência?
Habitualmente o conceito de competência está muito próximo do conceito de capacidade.
Isso acontece quando nos referimos à condição que alguém possui para realizar certas
funções ou tarefas. O termo competência também nos remete a uma condição necessária
para o bom desempenho, desenvolvida provavelmente a partir de aptidões já presentes na
pessoa. Um terceiro entendimento acerca da competência está relacionado à qualidade
evidente que a pessoa terá independentemente de como a adquiriu. No entanto, há algo
de especial na competência, em comparação com a capacidade. Competência não significa
apenas capacidade, mas uma capacidade tão elevada e visível, que nos torna únicos em
relação aos demais.
FONTE: Adaptado de: Oliveira (2004)
59
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Categoria Motivação
Realização de um sonho – muitas pessoas optam pelo
empreendedorismo pelo fato de o negócio próprio representar
uma idealização de carreira. É o caso das pessoas que apresentam o
discurso: “eu sempre quis ter o meu negócio próprio”.
Busca de independência e autonomia – nesse caso as pessoas querem
ter o controle sobre o próprio trabalho, não querem mais ter chefe.
São atraídas pela liberdade que o negócio próprio representa.
Busca de propósito – são as situações em que as pessoas procuram
encontrar um significado para seu trabalho e decidem empreender
pela possibilidade de realizarem um trabalho que esteja de acordo
Fatores pull
com as suas ideologias, seus valores e seus princípios.
(atraem)
Busca de desafios – é o caso das pessoas que estão sempre querendo
superar seus limites. Assim, veem o empreendedorismo como uma
oportunidade para colocarem em prática suas habilidades, e os riscos
do negócio, que poderiam ser vistos como inibidores, funcionam
como estímulo.
Busca de flexibilidade – ocorre quando as pessoas querem a liberdade
de trabalhar nos horários que lhes sejam favoráveis, podendo conciliar
a vida pessoal com a vida profissional. Assim, o empreendedorismo
é motivado pela preocupação com o balanço entre trabalho e vida
pessoal/familiar.
60
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
61
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
[...] sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos
nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional
e sujeitos a novas combinações.
1. Apresentam tenacidade.
2. Possuem capacidade de tolerar ambiguidade e incerteza.
3. Fazem bom uso de recursos.
4. Correm riscos moderados.
5. São imaginativos.
6. Voltam-se para resultado.
4. Valorizam a intuição.
62
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
DICAS
63
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Vamos praticar?
64
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
1. não é verdadeira
2. menos verdadeira
3. parcialmente verdadeira
4. verdadeira
5. mais verdadeira
g) Não tenho paciência com gente que não acompanha meu raciocínio
1. não é verdadeira
2. menos verdadeira
3. parcialmente verdadeira
4. verdadeira
5. mais verdadeira
Até 19 pontos: neste momento seu resultado sugere que seu nível de
empreendedorismo é limitado. Talvez ainda não seja a hora de iniciar um
negócio próprio ou procurar novos desafios. Reavalie sua trajetória e aspirações.
65
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
A. Hohafen
Esta é uma coluna especial. Escrevo numa etapa bastante importante da minha
vida. E, desta vez, vou me dedicar menos aos aspectos da tecnologia e compartilhar
com os leitores de um momento único e especial de minha carreira profissional.
Nesta semana comecei uma nova etapa. Uma etapa precedida da mais
fantástica experiência que alguém pode ter sonhado, liderando a empresa que
será sempre referência para outras gerações. Mas, como nosso mundo vive em
constantes transformações, achei que era a hora de partir para outros desafios.
Expliquei a ela que houve uma mudança importante na minha vida e que
era fundamental fazer essa viagem. Obviamente ela não entendeu e praguejou a
tal mudança.
66
TÓPICO 1 | MODELOS DE ENCARREIRAMENTO
67
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, estudamos que:
68
Otermo proteana é oriunda da mitologia grega, da lenda de Proteu, um deus
reconhecido pela capacidade de metamorfose conforme a necessidade. A
carreira proteana se caracteriza pelo seu caráter dinâmico, na qual há curtos
estágios profissionais focados no planejamento das tarefas (projetos), não
necessariamente na projeção formal da carreira.
69
AUTOATIVIDADE
Agora que você estudou os modelos de carreira, debata com seu grupo
as seguintes questões e responda a elas, conforme as orientações de cada
questão.
71
72
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O estudo da administração como ciência remonta ao final do século XIX,
através dos estudos de Frederick Taylor e a partir do início do século XX, com
Henry Fayol. Ambos, e outros autores relevantes daquela época, enfatizaram a
importância de ordenar primeiramente as tarefas colocando-as nos processos
industriais. A grande preocupação era a eficiência da produção, através da
manufatura de produtos de qualidade, em grandes volumes e com custos baixos.
Isso gera um bom motivo para reflexão, certo? Qual é a relação entre
indivíduos e empresas nas organizações modernas? As empresas são boas
gestoras da carreira dos colaboradores? Você sente que sua carreira é realmente
apoiada por sua empresa?
73
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Ainda sobre o desenho organizacional, Lopes (1998) cita em sua obra uma
pesquisa elaborada pela organização Blunt & Jones, “Managing Organizations
in Africa”, na qual há a comparação da arquitetura de empresas de vários
países. O Brasil, segundo a mesma pesquisa, possui empresas com alto grau
de verticalização, alta quantidade de homens em seus quadros e de baixo
74
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
Nadler, Gerstein e Shaw (1993) citam em sua obra que as empresas que
mais têm chance de sobreviver são as que desenvolveram a capacidade de reagir
a desafios, por meio do desenvolvimento de estratégias que são fortalecidas
com cinco qualidades que os autores consideram essenciais (adaptabilidade,
flexibilidade, sensibilidade, decisão e rapidez). E, conceituam a organização
como uma arquitetura com visão “mais abrangente dos elementos do projeto dos
sistemas sociais e de trabalho que formam uma grande empresa complexa [...]
A arquitetura inclui, portanto, a estrutura formal [...] a natureza da organização
informal [...] socialização e desenvolvimento [...]”. (NADLER; GERSTEIN; SHAW,
1993, p. 1).
75
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Os mesmos autores citam que nessa época, o sociólogo alemão Max Weber
formulou um modelo de administração chamado de burocracia, que pode ser
resumido nos seguintes elementos:
Formas Características
São as equipes autoadministradas, responsáveis por todo
Equipes de trabalho
um segmento do trabalho, ou um segmento completo
autônomas.
do processo.
Expressão utilizada para descrever uma abordagem
Sistemas de trabalho
do projeto organizacional que enfatiza a integração
de alto desempenho.
deliberada dos sistemas de trabalho social e técnico.
União de empresas onde a convergência de talentos e
Alianças e Joint
vantagens individuais é convertida em benefício das
Ventures.
empresas envolvidas.
Pessoas ou empresas surgidas a partir da liberação
da criatividade empresarial, com forte tendência de
Spinouts.
independência e que passam a prestar serviços para a
empresa-mãe.
As empresas evoluirão no sentido de uma combinação de
operações sobre as quais têm propriedade local, alianças,
Redes. joint ventures, spinouts e subsidiárias adquiridas não
serão empresas de holding, mas sim ligadas no que será
chamado de redes organizacionais.
Empresas que, acompanhando o ritmo crescente das
mudanças, serão capazes de se reformular e se adaptar às
Organizações
novas situações. Tais organizações serão capazes de criar
autoprojetadas.
rapidamente equipes de projetos, apoiadas fortemente
em tecnologia.
Os limites que definem as organizações se tornarão
Limites imprecisos. menos precisos. Os elementos arquiteturais contribuirão
para essa imprecisão.
Finalmente, com a evolução dessas novas formas,
ocorrerá uma modificação na cúpula das empresas. A
diversidade, incerteza e as múltiplas relações a serem
Trabalho de equipe
administradas criarão maiores exigências em nível
na cúpula.
executivo e, embora continue havendo a figura do diretor
executivo principal, surgirão estruturas de equipes na
cúpula das organizações.
FONTE: Nadler Gerstein Shaw (1993, p. 5-7)
77
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
78
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
Diretor
Gerente de
área
Supervisor
elétrico
Eletricista II
Eletricista I
Eletricista
meio-oficial
Eletricista
auxiliar
Fonte: O autor
79
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
80
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
Área de pesquisa
Área comercial Área administrativa de mercado
7 Chefe da divisão Gestor administrativo
Gerente de mercado
comercial e financeiro
6 Supervisor Coordenador
Analista sênior
comercial Administrativo
5 Especialista de
Escrituário III Analista pleno
vendas
4 Analista de
Escrituário II Analista júnior
vendas II
3 Analista de
Escrituário I Auxiliar de mercado III
vendas I
2
Assistente Assistente Auxiliar de mercado II
1 Auxiliar
Auxiliar de mercado I
Administrativo
Fonte: O autor
81
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
E
IMPORTANT
NOTA
Definições importantes:
Tarefa: é a porção mínima de esforço profissional e que requer certa habilidade mental
ou física. Quando as tarefas se acumulam a ponto de justificar o emprego de uma pessoa
surge, então, a função. Ex.: conferir mensalmente a relação de clientes inativos por região
de atendimento, responder solicitações de informações por e-mail e telefone ou arquivar
documentos.
Função: representa o conjunto de tarefas, deveres e responsabilidades que requerem o
esforço concentrado de um indivíduo. Dessa forma, função é o menor elemento resultante
da divisão do trabalho e funcionário é quem realiza uma ou mais parcelas deste trabalho.
Quando há um conjunto de funções similares forma-se o cargo.
Cargo: é a composição de todas as funções desempenhadas por uma pessoa e que figura
em certa posição formal do organograma da empresa. Exemplo: vendedor, supervisor de
produção ou programador.
FONTE: Adaptado de: Lacombe; Heilborn (2003, p. 277)
82
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
1 tem uma base comum tanto para o braço técnico como para o
gerencial, garantindo maior flexibilidade na alocação dos recursos
humanos nos dois braços da carreira;
2 a base do Y tem característica técnica, permitindo que o profissional
técnico num estágio mais maduro de sua carreira possa efetuar a
opção pela carreira técnica ou gerencial;
3 o formato Y para a carreira paralela dá legitimidade técnica àqueles
que ocupam posições gerenciais, facilitando o diálogo e sua aceitação
como gerente junto àqueles que optaram pelo braço técnico da carreira.
(DUTRA, 1996, p. 87).
Gerente Chefe de
titular serviços
Gerente Sub-chefe
adjunto de serviços
Sub-gerente Tesoureiro
Assistente Chefe de
de gerente setor
Caixa
Escriturário II
BASE
Escriturário I
Estagiário
83
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Item Característica
sua natureza é técnica e compreende o período de início da carreira
do profissional técnico na empresa até sua opção pelo braço técnico ou
gerencial da carreira;
a extensão da carreira neste período varia em função da estratégia
da empresa para a gestão de seus recursos humanos ou do desenho
BASE organizacional adotado para as áreas onde estão alocados os profissionais
técnicos;
o número de posições existentes na base está vinculado às pressões
de mercado sobre os profissionais técnicos ou à necessidade de sua
compatibilização aos instrumentos de carreira adotados para as demais
categorias profissionais existentes na empresa.
as posições no braço técnico devem guardar a mesma relação com a
política de remuneração e benefícios que guarda o braço gerencial;
as posições no braço técnico não precisam ser necessariamente
BRAÇO simétricas com o braço gerencial, conforme ilustra a Figura 6;
TÉCNICO o braço técnico deve oferecer o horizonte profissional necessário para
estimular a permanência do indivíduo na carreira técnica até o final de
sua vida ativa, sob pena de o mesmo visualizar uma posição gerencial
como sendo seu fim de carreira.
as posições no braço gerencial devem ser compatíveis à forma como
os espaços organizacionais estão arrumados nas unidades onde estão
alocados os profissionais técnicos;
estas posições devem estar compatíveis às demais posições gerenciais
BRAÇO
da empresa em termos de remuneração e benefícios;
GERENCIAL
os níveis de exigência, o horizonte profissional e os níveis de
remuneração e benefícios devem estar tão bem definidos quanto para o
braço técnico, sob pena de que os profissionais relutem em optar pelo
braço gerencial.
FONTE: Dutra (1996, p. 89)
84
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
86
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
dos chefes.
Organizar e atualizar toda a informação.
Assegurar o uso eficaz da informação, adotando como procedimentos: (1) projetar os
métodos convenientes para levantamento, análise, interpretação e uso das informações;
(2) monitorar e avaliar a eficácia do processo.
DICAS
Mais informações:
<http://atuarhamorim.blogspot.com/>
<http://revistavocerh.abril.com.br/2011/edicoes/conteudo_638945.shtml>
<http://www.twitter.com/Paulo_Amorim>
88
TÓPICO 2 | CARREIRAS NAS ORGANIZAÇÕES
LEITURA COMPLEMENTAR
As qualidades que tereis que empregar não são exatamente aquelas que
permitem atingir os primeiros postos da escola. Assim, a saúde, a arte de lidar
com os homens, as maneiras, que não fazem parte dos exames têm certa influência
no sucesso do engenheiro. As circunstâncias também são diversas; não é pois de
surpreender o fato dos primeiros e mesmo os superiores não serem sempre os
que triunfam.
89
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
90
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos que:
91
A respeito da gestão de carreira, dentro da perspectiva “Instrumentos
de Gestão”, a correta gestão de carreira é um instrumento poderoso de
desenvolvimento organizacional, capaz de tornar os indivíduos dispersos em
profissionais focados e motivados, mais produtivos e satisfeitos.
92
AUTOATIVIDADE
93
94
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Aprofundando os conceitos vistos no tópico anterior, sobre o delineamento
corporativo de carreiras e processos decisórios, as empresas habitualmente
constroem um sistema de gestão de carreiras. Dentro desse sistema um aspecto
a ser ressaltado é a necessidade de se criar um sistema de valorização ou
diferenciação, cujo objetivo específico é ordenar as expectativas e demandas da
organização, além de valorar as diferentes naturezas de trabalho.
95
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Lawler III (apud DUTRA, 1996) afirma que o job-based (trabalho feito pelas
pessoas) é de fácil aplicação e oferece uma percepção mais rápida de equidade,
porém suas limitações são muito evidentes, induzindo à percepção que: (1) o
cargo é o que importa e a pessoa não é considerada; (2) os cargos devem ser
valorizados em função do nível hierárquico que representam; (3) cargos de
mesmo nível hierárquico devem ter uma mesma valorização e (4) as pessoas são
valorizadas pelo cargo que ocupam.
Por outro lado, ainda segundo Lawler III (apud DUTRA, 1996, p. 73),
“o skill-based (baseado na capacitação das pessoas) oferece uma alternativa
mais harmonizada com as exigências do mundo moderno”. As duas principais
vantagens são: (1) flexibilidade e (2) modelo que estimula o envolvimento das
pessoas com seu desenvolvimento.
96
TÓPICO 3 | DELINEAMENTO DA ESTRUTURA DE CARREIRA
NOTA
3 MODELAGEM DA CARREIRA
O termo “modelar”, conforme esclarece Moore e Weatherford (2005,
p. 535), “é oriundo do termo modelo, portanto, ‘protótipo’. As características
principais de protótipo são: (1) é completo; (2) livre de erros; (3) passível de ser
executado por seu autor; (4) validado com dados de teste; e (5) acredita-se que
transmita valor.
97
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
98
TÓPICO 3 | DELINEAMENTO DA ESTRUTURA DE CARREIRA
4 DESENHO DE CARREIRA
Complementando as informações do item anterior, o delineamento da
carreira, também chamado de desenho de encarreiramento, está baseado em
fatores como espécie de trabalho, sistema de valorização e diferenciação, além
dos tipos de cargos e ocupações.
99
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
assim por diante; (2) trajetórias profissionais limitadas, conduzindo para a alta
gerência; e (3) caminhos preestabelecidos pela empresa, restando à pessoa pouca
ou nenhuma condição de interferência.
ATENCAO
DICAS
Atualmente Fabiula tem duas lojas e passou a fornecer produtos para outras empresas. O
faturamento médio mensal é de R$ 80.000,00 e ela, para adquirir ainda mais competência
em sua carreira, se especializou em finanças corporativas pela Fundação Getulio Vargas de
São Paulo.
Fabiula Bernardes Barbosa é um ótimo exemplo de quem continuamente reavalia sua
trajetória profissional e se dispõe a mudar, correndo os riscos oriundos disso. Esse exemplo,
assim como em outros, mostram que o sucesso depende de capacitação e planejamento.
Mais informações:
< h t t p : / / vo c e s a . a b r i l .c o m . b r / o rg a n i ze - s u a s - f i n a n c a s / m a te r i a / m a te r i a - c a pa -7-
resolucoes-2012-662258.shtml
http://g1.globo.com/videos/jornal-hoje/v/hoje-em-casa-ensina-como-dar-uma-nova-cara-
a-um-movel-antigo/1509286/#/Edi%C3%A7%C3%B5es/20110514/page/1
http://www.ateliecolorart.com.br/
100
TÓPICO 3 | DELINEAMENTO DA ESTRUTURA DE CARREIRA
LEITURA COMPLEMENTAR
C. Hilsdorf
Em qual destes grupos você está? A resposta a esta pergunta define suas
possibilidades futuras.
Suponha que você trabalhe em uma empresa que entre outros benefícios
lhe oferece um excelente plano de carreira. Minha pergunta é:
Será que você não pode aprender mais rápido e ousar posições mais
elevadas dentro da organização? Será que você, ao contrário de seguir um plano
linear não pode dar uma espécie de salto quântico?
Existem muitos planos para a sua carreira: seu marido ou esposa tem
um que consideram o ideal para você. Seu chefe tem outro, seus colegas de
trabalho têm outro, a empresa, institucionalmente, prevê um modelo, e assim
sucessivamente, mas...
101
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Todos podem observar de onde você vai partir, mas pouquíssimos podem
imaginar onde você pode chegar, e isto inclui você!
102
TÓPICO 3 | DELINEAMENTO DA ESTRUTURA DE CARREIRA
Ninguém poderia imaginar aonde ela chegaria, nem mesmo ela. Ela deu
verdadeiros saltos quânticos, e passou por cima de inúmeros homens brilhantes -
que seguiam seu plano de carreira político e acadêmico - e da imensa maioria das
mulheres da sua época.
103
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
104
Planejamento de carreira é uma etapa da administração de carreira que se
procura relacionar a empresa e o indivíduo. A meta é alinhar as expectativas
de ambos os lados, empresa e funcionário, buscando concordância no
delineamento dos objetivos e interesses das partes.
105
AUTOATIVIDADE
106
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Bill George, pesquisador, relacionou alguns questionamentos que ele
ouviu durante sua trajetória profissional e que buscou resposta, o como respondê-
las (GEORGE, 2009, p. 7):
Como me manter fiel aos meus valores quando há tantas pressões para que
eu me desvie deles?
107
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
2 LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA
É importante ressaltar o papel assumido como líder do processo de
desenvolvimento de carreiras, própria ou de outras pessoas, para que haja
condições favoráveis de serem bem-sucedidas em seus desafios.
108
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
E
IMPORTANT
Esteja atento às imagens e diálogos mentais que passam por sua cabeça.
FONTE: Adaptado de: Manz; Sims (1993)
109
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
NOTA
Outro autor que tem a mesma visão a respeito desse assunto é Gretz (1996,
p. 66), que declara que “o líder de hoje deve ser, mais do que tudo, um facilitador;
alguém bastante capaz, para extrair respostas dos outros, inclusive de pessoas
que talvez nem tenham consciência do que sabem”.
DICAS
110
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
111
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Para tornar os sonhos visíveis e para levar as pessoas a aderir a eles, o líder
deve transmitir sua visão. Comunicação e aglutinamento funcionam juntos. A
meta do líder não é meramente explicar ou esclarecer algo, mas criar significado.
112
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
Sem isso, líderes e gerentes trazem mais problemas que soluções, pois a
preocupação é um obstáculo à clareza de raciocínio.
A liderança pode ser sentida ao longo de toda a organização. Ela dá ritmo
e energia ao trabalho e transfere poder à força de trabalho. O empowerment é o
efeito coletivo da liderança. Em organizações com líderes eficientes, esse efeito
fica mais evidente em quatro aspectos (BENNIS, 2000):
1. Faça mais do que esperam – Muitas pessoas fazem o que se espera que
elas façam. Essas pessoas são a multidão que adora ficar reclamando que
as oportunidades não aparecem, que tudo é muito difícil. Já outras pessoas
gostam do que fazem, e fazem mais do que se espera que elas façam. Entregam
mais, trabalham mais, gostam mais, desenvolvem mais, ganham mais e,
consequentemente, têm mais oportunidades. Se você quer se diferenciar,
quer ter sucesso, faça mais do que se espera. Sempre!
2. Lidere – Líderes são pessoas que inspiram com uma clara visão de como
as coisas podem ser melhoradas. Seja aquele que energiza, que excita e que
inspira, ao invés de ser um gerente que irrita, que deprime e que controla.
6. Crie uma visão e atraia a equipe para tornar essa visão realidade – Conseguir
com que as pessoas tenham paixão pelo o que elas fazem. Parece utópico,
mas um bom líder consegue fazer isso, de verdade. Se você energiza e tem
um espírito incentivador, você conseguirá fazer com que sua equipe alcance
resultados antes inatingíveis.
114
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
10. Envolva todos – Uma empresa deve ser capaz de capturar o intelecto de
cada um de seus funcionários de um jeito que permita mais entusiasmo e
mais responsabilidade com mais liberdade.
11. Receba ideias de todos – Novas ideias são o sangue de qualquer organização.
Hoje alguém, em algum lugar, tem uma excelente ideia. A questão é achar
essa pessoa, aprender a ideia e colocá-la em prática rapidamente.
12. Elimine limites – Para ter certeza que as pessoas estão livres para atingir o
impossível, você deve remover qualquer fronteira. Uma empresa aberta,
livre de fronteiras faz com que haja um fluxo constante de ideias, pessoas,
decisões, ações etc.
14. Dê atenção aos valores – Não preste atenção somente nos números. Foque
mais nos valores da empresa, na criação de um time, na troca de ideias, na
cultura de incentivar e envolver a todos.
18. Faça com qualidade – Você não quer ser apenas melhor que os seus
concorrentes. Você quer ser a única opção para os seus clientes. E você
só consegue isso com uma qualidade acima do normal, acima até do
excepcional. Qualidade é tão importante para os seus produtos e serviços,
pois é ela quem pode torná-los únicos.
115
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
DICAS
E
IMPORTANT
116
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
3 CONFLITO
O pesquisador francês Fustier (1982, p. 34), uma autoridade mundial em
conflitos, declarou que é evidente que a abundância atual de conflitos é grande
e evidente, pois “vivemos numa época tensa, isto é, numa sociedade que tem
tensões”. Faz sentido.
NOTA
117
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
NOTA
A importância do consenso
Maggin (1996, p. 53) oferece em sua obra uma curiosa história para ilustrar a importância do
consenso:
O rei, os três sábios e o animal misterioso
Um rei muito rico estava intrigado com o que diziam de um animal estranho que vivia do
outro lado do oceano. Ele decidiu enviar três dos estudiosos mais brilhantes e sábios para visitar
o animal e voltar com uma descrição. Os três viajaram para aquela terra distante, chegando
finalmente à noite a uma floresta densa. Lá ouviram o animal. Cada um que saía partia
rapidamente para dar notícias ao rei.
Ao voltarem ao castelo, o rei perguntou ansiosamente: “como é o animal?” “Tinha um lado
enorme, pelo que pude alcançar, disse o primeiro sábio. “Não, era fino e tinha a cabeça peluda”,
disse o segundo. Não, tinha um pescoço grosso e redondo”, disse o terceiro. Os três começaram
a discutir sobre como era o animal. Cada um tocou o mesmo animal, mas como puderam vê-
lo de maneira tão diferente?
O rei pensando na despesa que tivera para enviar os três homens mais sábios para fazer viagem
tão longa, atirou-os no calabouço. E ele ficou sem saber como era o misterioso animal.
118
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
119
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
120
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
4 CULTURA ORGANIZACIONAL
Tema recorrente nas teorias administrativas, a cultura organizacional tem
suas origens na sociologia e pode ser entendido, pelas palavras de Aguiar (1981,
p. 83) como “o conjunto de valores, expectativas, atitudes, crenças e costumes
compartilhados pelos membros do grupo”. A mesma autora ressalta ainda que a
cultura influencia o desenvolvimento das características individuais.
121
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
Já na visão de Morgan (1996, p. 136) a organização pode ser vista como uma
cultura da representação, pois, em sua opinião, as empresas são essencialmente
“realidades socialmente construídas que estão muito mais nas cabeças e mentes
dos seus membros do que em conjuntos concretos de regras e relacionamentos”.
Por outro lado é notório que existem uma boa variedade de opiniões
a respeito do que é a cultura organizacional. Morgan (1996) menciona
mecanismos que, dentro da estrutura organizacional, se transformam em
rotinas. Exemplo desses mecanismos são as políticas, objetivos, descrições
de cargos e procedimentos diversos. Isso tudo compõe a cultura interna da
organização e apoiam o delineamento do que na realidade existe dentro das
empresas. Dessa forma se torna evidente que as organizações estão repletas de
significado simbólico.
123
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
UNI
0 1 2 3 4 5 6
Nada Alguma Importância Importância Importante Muito Máxima
importante importância quase intermediária importante importância
intermediária
124
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
LISTA II – O que orienta minha vida? (princípios que guiam minha vida)
125
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
LISTA III – O que minha organização valoriza? (Lembre-se bem que não
se trata de avaliar os seus valores pessoais, nem os valores que você gostaria que
existissem na organização, mas sim os valores que, segundo você, orienta a sua
organização).
126
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
1º Analise suas notas nas Listas I e II e observe todos os valores que você atribuiu
as maiores notas.
4º Agora observe todos os valores que você atribuiu nota 0 (zero) e compare com
os valores que a empresa considera essenciais.
LEITURA COMPLEMENTAR
O que fazer? Uma saída é tentar aprender com a prática daqueles a quem
chamo de “líderes cinco-estrelas”. Ao longo de minha carreira tenho tido a
oportunidade de conviver com vários deles.
128
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
O líder do futuro não será aquele que chega aonde anunciou que chegaria.
Não bastará cumprir metas. Será aquele que fará mais do que o combinado,
surpreenderá pelos resultados que conseguir transformar em realidade.
129
UNIDADE 2 | DESENVOLVENDO A GESTÃO DE CARREIRA: ENCARREIRAMENTO, EMPREENDEDORISMO E AUTOGESTÃO
130
TÓPICO 4 | ELEMENTOS INFLUENCIADORES DO DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA: LIDERANÇA E AUTOLIDERANÇA, CONFLITO
E CULTURA ORGANIZACIONAL
Isso implica liderar suas emoções, seus ímpetos, suas deficiências e saber
suplementá-las com pessoas de sua equipe ou com parceiros na sua vida pessoal.
Isso exige elevada dose de autoconhecimento.
131
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, vimos que:
Autolíder, por outro lado, é o indivíduo que, mesmo sem ter um cargo formal de
chefia, efetua ações de autodesenvolvimento e a partir de si busca a motivação
e potencial que necessita.
133
AUTOATIVIDADE
134
UNIDADE 3
AUTOGERENCIANDO A CARREIRA:
PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nessa unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e, em cada um deles, você encon-
trará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 1
AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
1 INTRODUÇÃO
Stephen Pollan e Mark Levine (2005) apresentam uma obra cujo título
é tão curioso quanto instigante: “Demita seu chefe: estratégias para assumir o
controle de sua vida profissional”.
137
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
138
TÓPICO 1 | AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
DICAS
Embora esses três itens tenham muita importância ainda, não suprem
completamente a necessidade atual de outras dimensões, que se harmonizam
melhor com o momento atual do mercado de trabalho.
139
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
Cabe uma diferenciação entre dois termos que à primeira vista parecem
sinônimos: desejo e vontade. Bridges (1998, p. 56) os define como distintos:
3º Passo: transfira os desejos (D) para uma nova lista, juntando os desejos que
lhe pareçam vinculados, aderentes. Por exemplo, “se mudar para um imóvel
próximo ao local de trabalho”, “passar mais tempo com a família” e “reavaliar as
rotinas do escritório, para simplificá-las” podem ser desejos vinculados, e quando
houver um planejamento eles serão tratados em bloco.
4º Passo: volte à lista do 1º passo, a relação original sem os desejos (D), e analise
individualmente as vontades (V) que indicou. Considere os itens um a um e
pergunte-se qual é o desejo que está por trás de cada vontade. Por exemplo, em
relação a ganhar 25 milhões na loteria, o que o levou a considerar isso?
140
TÓPICO 1 | AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
NOTA
1. Capacidade de ler.
2. Capacidade de redigir.
3. Capacidade em informática.
4. Capacidade de expressão.
5. Capacidade de escutar.
6. Capacidade de resolver problemas.
7. Capacidade de gerir a si próprio.
8. Capacidade de saber como aprender.
9. Capacidade de trabalhar como membro de equipe.
10. Capacidade de liderança.
141
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
142
TÓPICO 1 | AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
• Possuir uma boa reserva financeira pode ser um ativo se você estiver
pensando em deixar seu emprego para iniciar um negócio próprio.
1º Passo: preencha uma descrição clara e objetiva a cada uma das dez questões a
seguir. Importante: seja específico.
DESCREVA:
143
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
IDENTIFIQUE:
145
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Equipe InfoMoney
1- Pelo que sou grato? Em primeiro lugar, Richeli sugere que o profissional avalie
os pontos pelos quais ele é grato, profissionalmente falando. A gratidão é um
assunto importante, pois neurologicamente é um sentimento que ajuda a
expandir a consciência e a visão de oportunidade do ser humano.
Na prática, pessoas gratas pelo que fazem e pelas coisas que conquistaram
são mais felizes e mais criativas. Portanto, reflita sobre as suas principais conquistas
profissionais e tente levantar o que você ganhou através do seu trabalho depois
desses 10 anos de carreira.
2- O que minha carreira significa para mim? Richeli lembra que, depois de anos
de carreira, muitos profissionais acabam “ligando o piloto automático”. O
problema aqui é que geralmente as pessoas trabalham muito, podendo até
estar recebendo de forma condizente, mas vão deixando de lado o significado
de tudo isso.
146
TÓPICO 1 | AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
ainda estão por vir, e corrigir os erros do passado será importante para ter mais
sucesso ainda.
Veja também se os caminhos que você tomou atenderam aos seus valores,
se seguiram aquilo que você acredita.
7- Como minhas experiências podem fazer com que eu descubra novas formas
para aumentar meu potencial? Aqui, o profissional deve listar seus pontos
fortes. Isso vai ajudar a levantar sua autoestima. Lembre-se de que suas
qualidades ajudaram-no a chegar aonde chegou, mas não são apenas elas que
o levarão para frente. É preciso desenvolver as competências que ainda não
estão desenvolvidas e melhorar ainda mais seus talentos.
147
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
Selecione alguém da sua área, veja como ele age, como se comporta,
quais são suas qualidades e tente trazer para sua realidade. Assim, você sai do
mundinho em que se colocou e aprende com o outro.
148
RESUMO DO TÓPICO 1
149
Desejos (D) - representam anseios pessoais íntimos e que, embora muitas vezes
difíceis, sabe-se que podem mesmo acontecer.
Importante: desejo não é o mesmo que vontade. Vontade é algo que o indivíduo
gostaria que acontecesse, porém não reúne o mínimo necessário para criar
resultado. É algo distante, improvável e pouco factível. Exemplos: ganhar 25
milhões na loteria, se tornar um astro de cinema ou descobrir a cura do câncer.
150
AUTOATIVIDADE
1º Passo: preencha uma descrição clara e objetiva a cada uma das dez questões
a seguir. Importante: seja específico.
DESCREVA:
151
G. Um serviço inexistente, porém necessário na comunidade a que pertence
(onde vive e desenvolve sua vida, particular e profissional).
H. Um problema novo ou emergente de algum grupo, comunidade ou
organização que você conheça.
I. Um obstáculo, problema, carência ou falha severa em pessoas semelhantes
a você.
J. Ligações possíveis e não percebidas no mercado de trabalho geral
disponível a todos.
152
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Um dos aspectos fundamentais na análise do comportamento individual
é a capacidade de compreensão dos fatores de motivação das pessoas, o que as
leva a agir de uma maneira ou de outra. Isso se torna ainda mais dramático se
posicionarmos o desenvolvimento de carreira como atividade que requer muita
persistência, dedicação, muito “querer”.
A mesma autora indica que motivação é uma das atitudes psicológicas básicas,
assim como autoconhecimento e habilidades interpessoais. O termo motivação
normalmente se refere à direção e intensidade de nossos esforços, podendo ser algo
interno (a automotivação, algo que individualmente move as pessoas) ou externo
(sintetizado pela pergunta “preciso fazer algo para me motivar”).
153
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
Dessler (1996) cita em sua obra que os estudos iniciados por Taylor
vieram a ter um contraponto incisivo nas teorias de Frederick Herzberg, que
investigou as fontes de satisfação e insatisfação que poderiam exercer influências
positivas e negativas nas atitudes do indivíduo diante do próprio trabalho e das
circunstâncias que o cercam.
154
TÓPICO 2 | O PODER DA MOTIVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
• expectância: aquilo que cada pessoa acredita ser capaz de fazer e o que espera
como resultado de seus esforços. Assim, pressupõe, antes de qualquer coisa,
que exista coerência entre os trabalhos efetuados e as competências que as
pessoas reconhecem em si mesmas;
• valência: ligação que se estabelece entre cada trabalhador e cada uma das
possíveis recompensas de trabalho, as quais têm um valor puramente pessoal.
Em 1995 o professor estadunidense Dean Spitzer lançou em seu país
uma obra que viria a se tornar, em poucos anos, referência na área de motivação
humana: Supermotivation: a blueprint for energizing your organization from
top to bottom. A obra foi lançada no Brasil em 1997 e será a base da abordagem
teórica sobre motivação deste estudo.
155
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
156
TÓPICO 2 | O PODER DA MOTIVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
Os seres humanos são motivados pelo que buscam, e não pelo que têm.
O “eu quero” motiva; o “eu tenho” não motiva.
157
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
Todo trabalho, segundo Spitzer (1997), tem dois aspectos: (1) a tarefa -
conteúdo técnico do trabalho; (2) o contexto - é todo o restante.
158
TÓPICO 2 | O PODER DA MOTIVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
Spitzer (1997, p. 83) diz que muitos psicólogos propuseram que, “se for
possível mudar o pensamento das pessoas (em especial as atitudes subjacentes ao
pensamento), será possível mudar sua motivação”. Mas mudar permanentemente
os padrões individuais de pensamento é muito difícil e consome tempo e dinheiro.
Além disso, quando você coloca essas pessoas recém-motivadas novamente em
seus contextos de trabalho desmotivadores, raras vezes a motivação perdura.
159
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
Spitzer (1997) diz que não é segredo que o medo e a raiva, tanto
expressos quanto reprimidos, são abundantes nas atuais organizações: e que os
desmotivadores são responsáveis por grande parte desses sentimentos. Além
disso, cada vez mais os funcionários manifestam suas emoções negativas sob a
forma de comportamento negativo (por exemplo, criticando a gerência, poupando
esforços, sabotando o trabalho dos outros e até adotando um comportamento
desleal contra a empresa).
Esse raciocínio é corroborado por Lins e Zúniga (1998, p. 3), que citam
Frederick Herzberg na afirmação de que “a administração deve perceber que os
fatores de higiene são importantes, mas, uma vez neutralizada a insatisfação,
não geram resultados positivos. Apenas os fatores motivacionais conduzem ao
melhor desempenho”.
NOTA
160
TÓPICO 2 | O PODER DA MOTIVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
Spitzer (1997, p. 83-87) destaca oito etapas para a redução direta dos
desmotivadores:
reconhecer as melhorias.
DICAS
162
TÓPICO 2 | O PODER DA MOTIVAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
LEITURA COMPLEMENTAR
AUTOMOTIVAÇÃO
Benne Catanante
Por que essa equação, que parece tão simples, ainda hoje é um grande
desafio para muitas empresas?
163
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
E não dá para acreditar que apenas um evento seja suficiente para motivar
o pessoal durante todo o ano. Hoje a carga de informações é tão grande que um
evento ocorrido em fevereiro vira uma vaga lembrança alguns meses depois. Não
estou sugerindo mais eventos, mas propondo uma nova postura das lideranças
no dia a dia com suas equipes. As ações motivacionais devem estar presentes
todos os dias. Para isso acontecer em plenitude, os líderes precisam aprender a
se conhecer – o que fazem de bom e o que fazem de ruim (mais difícil de aceitar)
—, pois só assim também conhecerão mais profundamente suas equipes e suas
verdadeiras motivações.
164
RESUMO DO TÓPICO 2
• Frederick Taylor iniciou os estudos sobre motivação ainda no início dos anos
1900, com ênfase no redirecionamento da energia humana para as atividades
de produção. Ele partiu do princípio de que o homem era apenas guiado
especificamente pelo desejo de ganho econômico.
165
• Sobre as emoções negativas (como medo e raiva), elas podem, em um primeiro
momento, mobilizar a força motivacional, porém as emoções negativas são
definitivamente desenergizantes.
• A força do uso dos motivadores deve ser abordada com atenção, critério,
pois se um motivador for utilizado com muita frequência, as pessoas podem
se habituar a ele, fazendo com que perca temporariamente parte de sua força
motivacional.
166
AUTOATIVIDADE
167
168
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Os modelos atuais de encarreiramento, conforme os conteúdos abordados
nas unidades anteriores, valorizam muito o autogerenciamento da carreira. Houve
uma evidente transferência do curso das carreiras aos indivíduos, assim como seu
autodesenvolvimento, aperfeiçoamento e todas as etapas de seu planejamento.
NOTA
169
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
De maneira mais detalhada, essas seis fases serão vistas a seguir, entre os
itens 2.1 e 2.6, com base nos estudos de Fleury (2002).
2.1 AUTOCONHECIMENTO
A construção de um projeto sustentável de carreira exige grande atenção
em relação ao autoconhecimento surgido a partir da autoavaliação, a ponto de
London e Stumpf (apud FLEURY, 2002, p. 104) afirmarem que “é, sem dúvida, a
parte mais importante e difícil” do processo de planejamento de carreira.
170
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
UNI
Vamos praticar?
1º passo: a cada uma das oito linhas (fatores), escolha as palavras que representam
as características típicas mais marcantes em você e sublinhe-as (importante:
considere como você é agora e não como gostaria de ser).
Complacente, atencioso,
compreensivo,
SENSIBILIDADE Consideração, diplomático, amável,
1
Valor: 4 sensibilidade. cuidadoso, receptivo,
dedicado, sensível, pessoa
de tato.
FONTE: O autor
171
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
172
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
Você deve prestar atenção àquelas coisas que você mais necessita.
Além disso, você deve reduzir aquelas coisas de que você não necessita
realmente. Obviamente, terá que buscar uma solução de compromisso,
mas é importante buscar ao máximo o que mais corresponde à sua
personalidade. [...] esse tipo de exercício deve, não obstante, ser visto
como um complemento à sua própria opinião e à das outras pessoas.
Contudo, é possível aumentar a precisão do exercício quando se
preenche o formulário juntamente com outra pessoa que o conhece
bem, ou pedir que várias pessoas preencham o formulário sobre a
mesma pessoa. (KENMO, 2007, p. 60).
NOTA
173
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
UNI
174
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
DICAS
175
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
NOTA
176
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
DICAS
0 1 2 3
177
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
a) percepção imediata.
Costuma confiar b) costumes e tradições.
6
mais em: c) intuição.
d) razão e lógica.
178
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
a) as vantagens imediatas.
Antes de agir, b) as experiências já vividas.
11
você analisa: c) as possibilidades futuras.
d) as condições e consequências.
a) no calor do momento.
Geralmente,
b) com segurança e conforme o costume.
14 você prefere
c) quando está inspirado.
agir:
d) quando um problema o desafia.
179
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
180
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
181
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
Psicólogo Oceanógrafo
Psiquiatra Pesquisador
Sociólogo Químico
Terapeuta ocupacional Músico (regente de orquestra)
Tradutor Urbanista
Zoólogo
182
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS PARA O AUTOGERENCIAMENTO DE CARREIRA
LEITURA COMPLEMENTAR
183
UNIDADE 3 | AUTOGERENCIANDO A CARREIRA: PERFIL, MOTIVAÇÃO E PRÁTICA
conta para detectar aquelas pessoas que são forjadas para o sucesso. Entretanto, o
olho de tigre não é algo que surge casualmente ou que é espontâneo sempre.
3. Ser criativo para transpor os obstáculos que aparecem pelo caminho. O que
distingue o profissional criativo dos outros é sua atitude em relação aos
problemas. O criativo direciona sua energia para a solução. Não fica paralisado,
lamentando o problema.
4. Ter foco ao definir os objetivos e não confundi-los com sonhos, pois objetivos
devem ser coerentes com suas habilidades e limitações. Ao contrário dos
sonhos, objetivos são tangíveis, pertencem à realidade e têm características
muito claras: são específicos, são mensuráveis, são planejados, são flexíveis e
têm prazo para serem atingidos.
6. Desenvolver e manter uma rede de contatos. Se você quiser ficar bem no mundo
corporativo, precisará estar rodeado de aliados. Conhecer pessoas-chave é a
meta final, o alvo do networking.
FONTE: GRINBERG, R. Uma estratégia para vencer. Revista Você S/A, São Paulo, 160 ed., p. 66-
67, out. 2011.
184
RESUMO DO TÓPICO 3
• O teste vocacional pode ser entendido como: instrumento (ou inventário) para
investigação dos interesses, escolha, satisfação e outros fenômenos vocacionais
conexos. Os modelos mais simplificados consideram que o teste vocacional
é o instrumento de autoavaliação pessoal que avalia o indivíduo sob três
perspectivas distintas: (1) os interesses; (2) as competências adquiridas; e (3)
personalidade. O objetivo é identificar o perfil profissional e, a partir disso, ter
mais recursos para decidir as próximas etapas do planejamento.
185
AUTOATIVIDADE
1 Elabore seu próprio plano de ação com base nos exercícios e conteúdos que
vimos, respondendo às questões a seguir:
186
REFERÊNCIAS
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1993. p. 109-115.
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FULGENCIO, P. C. Glossário Vade Mecum: administração, ciências contábeis,
direito, economia, meio ambiente: 14.000 termos e definições. Rio de Janeiro:
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KIYOSAKI, R. T.; LECHTER, S. L. Pai rico, pai pobre: o que os ricos ensinam a
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MACÊDO, G. B. Carreira: que rumo seguir? Saiba tudo o que você deve (e não
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MAGINN, M. D. Eficiência no trabalho em equipe. São Paulo: Nobel, 1996.
NUNES NETO, A. Meta: um significado para a vida. São Paulo: Nobel, 2005.
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PARKER, G. M. Team players & team work: a equipe e seus integrantes: a nova
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ANOTAÇÕES
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