Técnicas Da Logoterapia

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Técnicas da Logoterapia

A intenção paradoxal
Trata-se de propor ao paciente que alimente o seu sintoma, que
fantasie da maneira mais dramática possível e até fazendo certo
deboche de si mesmo, que esteja apresentando uma crise nunca
vista por ninguém. Se, por exemplo, o paciente for um fóbico, que
esteja diante de seu objeto de medo irracional, numa situação de
morte iminente; se for medo de avião e, estando em vôo, imaginar
que o avião está em chamas, que terá de usar para-quedas sem
nunca tê-lo feito na vida, que irá cair em alto mar cheio de tubarões
etc. Se for um hipocondríaco, que está tendo um infarto fulminante,
e que nem adianta avisar os outros, não há nada a se fazer para
salvá-lo.

Se for um caso de disfunção erétil, o terapeuta poderá proibir


terminantemente, como início de tratamento, que o paciente tenha
relações amorosas por cinco ou dez dias, sob pena de pôr tudo a
perder. Ou, se for um insone, proibir duramente de dormir por uma
semana, e mesmo que ele tenha sonolência, que use de qualquer
estratagema para não dormir, saindo, tomando estimulantes, banho
frio etc. Nestes casos, que são os mais freqüentes, o paciente não
consegue seguir a orientação terapêutica e acaba transgredindo as
regras no sentido de sua cura. O remédio é o próprio sintoma, uma
espécie de psicohomeopatia.

A derreflexão
Ela pode ser descrita como uma tentativa de distrair a atenção do
analisando, deslocando-a do foco de seu sintoma para algo mais
importante no contexto de sua vida futura. Comumente são
dificuldades para vivenciar o prazer da esfera da sexualidade. A
derreflexão atua rompendo o círculo retroalimentado formado pela
hiperintenção (a busca exagerada) de conseguir o prazer que
desencadeia uma hiperreflexão (a atenção exagerada) no mesmo
sentido, fechando-se um ciclo obsessivo que anula toda e qualquer
espontaneidade impedindo o evento tão desejado. Com a
derreflexão, mobiliza-se a atenção do paciente, que está
rigidamente presa ao alvo do sintoma, deslocando-a para algo
pleno de significado em sua existência, minimizando assim a
importância do evento em si, naquele aqui e agora, e quebrando-se
o circuito fechado descrito.
Apelação
Consiste em apelar-se para a porção sadia do paciente, a qual
sempre existe, pois nunca um mal psíquico nos atinge totalmente.
Assim, é um recurso técnico pelo qual reavivamos, como um fole na
lareira, as emoções e sentimentos do cliente em estado de
transtorno psíquico, resgatando-lhe sua capacidade de sentir, sua
humanidade oculta pela mal-estar, seu estrato noético, o mais
elevado de todos da personalidade. Se o paciente chorar ou sorrir,
enaltecemos estas demonstrações como sendo as mais adequadas
possíveis àquela sua situação existencial, que por si já mostram sua
coragem diante de todo o sofrimento vivido.

Diálogo socrático
É oferecer condições ao analisando de ampliar seu
autoconhecimento, permitindo-lhe que entre em contato com sua
mais pura humanidade, seu estrato noético, resgatando seu
potencial no sentido de atingir a direção que pretenda dar à sua
existência.

Essa é a essência substancial da logoterapia, que afasta o cliente


de seus sintomas, fortalece-o para criar e assumir novas posturas
diante de sua existência, denuncia o fato de que ele está superando
suas queixas, e permite que o ato terapêutico promova o reencontro
do sentido de vida daquele paciente.

Técnica de ganhos e perdas


Em cada situação-limite do cliente, situações estas que são
irremediáveis e inadiáveis, e que em geral o deixam paralisado,
como no caso de um divórcio, um aborto, abrir uma falência, romper
uma amizade antiga, confessar uma falta cometida, abandonar os
estudos, mudança de cidade, de país, de profissão, de preferência
sexual etc., enfim, situações que exigem decisões de grande porte,
esta técnica pede ao terapeuta que examine cada situação,
fazendo, junto com o analisando, um criterioso balanço de livro-
caixa existencial, em termos de perdas e ganhos, para promover ao
cliente condições de tomada de decisão consciente quanto às
possíveis conseqüências, a menos nociva a si e aos outros, e,
acima de tudo, com total compromisso de responsabilidade.

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