Aula 2 - COMPORTAMENTO PVT PARA MISTURAS GASOSAS

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COMUNIDADE EVANGÉLICA LUTERANA “SÃO PAULO”

CREDENCIADO PELO DECRETO DE 26/03/2001 - D.O.U. DE 27/03/2001

COMPORTAMENTO P-v-T
P PARA MISTURAS GASOSAS: GASES
REAIS E IDEAIS
Um gás ideal é definido como um gás em que as moléculas são espaçadas de modo que
o comportamento de uma molécula não influencia pela presença de outras moléculas –
esta situação é encontrada em gases com baixa densidade. O gás real se aproxima deste
comportamento quando eles estão em baixa pressão ou altas temperaturas relativas ao
seu valor no ponto crítico.

O comportamento P-v-T de um gás ideal é expresso pela relação simples que


é chamada de equação de estado do gás ideal. O comportamento P-v-T para gases reais
é expresso por equações mais complexas ou por , onde Z é o fator de
compressibilidade.

A predição do comportamento P-v-T de uma mistura gasosa é usualmente baseada em


dois modelos: lei de Dalton das pressões adicionais e lei de Amagat dos volumes
adicionais.

Lei de Dalton das pressões adicionais:


adicionais a pressão de uma mistura gasosa osa é igual a
soma das pressões quee cada gás exerceria se ele estivesse sozinho na temperatura e
volume da mistura.

Lei de Amagat dos volumeses adicionais:


adicionais o volume de uma mistura gasosa osa é igual a
soma dos volumes quee cada gás ocuparia
ria se ele estivesse sozinho na temperatura e
pressão da mistura.

Mistura de gás ideal

Então:
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Mistura de gás real

O fator de compressibilidade da mistura pode ser expresso em termos do fator de


compressibilidade dos gases individuais da mistura, como:

PROPRIEDADES DE MISTURAS GASOSAS: GASES IDEAIS E REAIS

Para saber as propriedades extensivas de uma mistura basta saber as propriedades de


cada composto.

Se nós temos uma mistura de 2 kg de N2 e 3 kg de CO2 . A massa total do sistema será 5


kg.

Então a energia interna, entalpia e entropia de uma mistura gasosa pode ser expr
expressa,
como:

k k k
U m = ∑ U i = ∑ mi u i = ∑ N i u i (kJ )
i =1 i =1 i =1

k k k
H m = ∑ H i = ∑ mi hi = ∑ N i h i (kJ )
i =1 i =1 i =1

k k k
S m = ∑ S i = ∑ mi s i = ∑ N i s i (kJ K )
i =1 i =1 i =1

De forma similar as mudanças na energia interna, entalpia e entropia (gradiente) de uma


mistura gasosa durante um processo pode ser expresso, como:

k k k
∆U m = ∑ ∆U i = ∑ mi ∆u i = ∑ N i ∆ u i (kJ )
i =1 i =1 i =1
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k k k
∆H m = ∑ ∆H i = ∑ mi ∆hi = ∑ N i ∆h i (kJ )
i =1 i =1 i =1

k k k
∆S m = ∑ ∆S i = ∑ mi ∆si = ∑ N i ∆ s i (kJ K )
i =1 i =1 i =1

Agora considerando a mesma mistura, e assumindo que N2 e CO2 estão na temperatura


de 25 ºC. A temperatura (uma propriedade intensiva) da mistura é, também é esperada,
também ser 25 ºC.

Nota-se que não podemos somar a temperatura dos componentes para determinar a
temperatura do sistema (mistura).

k k
u m = ∑ wi ui e u m = ∑ wi u i (kJ / kg ) ou (kJ / kmol )
i =1 i =1

k k
hm = ∑ wi hi e h m = ∑ wi h i (kJ / kg ) ou (kJ / kmol )
i =1 i =1

k k
sm = ∑ wi si e s m = ∑ wi s i (kJ / kg .K ) ou (kJ / kmol.K )
i =1 i =1

De similar modo, os calores específicos de mistura gasosa pode ser expresso como:

k k
Cv, m = ∑ wi Cv, i e C v , m = ∑ yi C v, i (kJ / kg .º C ) ou (kJ / kmol.º C )
i =1 i =1

k k
C p , m = ∑ wi C p , i e C p , m = ∑ yi C p , i (kJ / kg .º C ) ou (kJ / kmol.º C )
i =1 i =1

Exemplo:

Um tanque isolado rígido é dividido em dois compartimentos por uma parede. Um


compartimento contém 7 kg de O2 a 40 ºC e 100 kPa, e outro compartimento 4 kg de
N2 a 20 ºC e a50 kPa. Com a remoção da parede, os dois gases são misturados.
Determinar (a) a temperatura da mistura e (b) a pressão da mistura após o equilíbrio ser
estabelecido.
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Resolução:

- Ambos os compartimentos são sistemas fechados.

- Sistema fechado não troca de massa através das vizinhanças durante processo.

- o tanque é rígido, por isso o volume é constante.

Assume-se:

- Os gases são ideais, então a mistura será ideal.

- Os gases estão abaixo de suas temperaturas e pressões críticas.

- O tanque é isolado, por isso não a troca de calor.

- Não trabalho envolvido.

(a) Não mudança na energia interna do sistema, então pode-se expressar:

∆U = Q + W

Q = 0,W = 0

∆U = 0
E entra − E sai = ∆E sistema

0 = ∆U = ∆U N 2 + ∆U O2

[mCv (Tm − T1 )]N 2 + [mCv (Tm − T1 )]O2 =0

Cv (O2 ) = 0,743 kJ kg ; Cv ( N 2 ) = 0,658 kJ kg

Tm = 32,2º C

(b)

N m RuTm
PmVm = N m RuTm ⇒ Pm =
Vm

N O2 = ?; N N 2 = ?; N m = ?

VO2 = ?;VN 2 = ?;Vm = ?

Ru = 8,314 kPa.m 3 kmol .K


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AR ATMOSFÉRICO E AR SECO

Ar atmosférico = oxigênio + nitrogênio + vapor d’água (umidade)

Ar seco = oxigênio + nitrogênio

A faixa de temperaturas do ar para aplicações de condicionamento está entre -10 ºC e 50


ºC. Nesta faixa o ar seco pode ser tratado como gás ideal com um valor da constante
C p de 1,005 kJ/kg.ºC (0,240 Btu/lbm.R).

Tomando como temperatura de referência 0 ºC, a entalpia e mudança de entalpia do ar


seco pode ser determinado como:

har seco = C pT = (1,005 kJ kg .º C )T (kJ/kg )


∆har seco = C p ∆T = (1,005 kJ kg.º C )∆T (kJ/kg )
Onde T é a temperatura do ar em ºC e ∆T é a mudança de temperatura.

A 50 ºC a pressão de saturação da água é 12,3 kPa. Em temperaturas abaixo deste valor,


o vapor d’água pode ser tratado como gás ideal.

O vapor d’água no ar comporta-se como se ele existisse sozinho e obedecesse a relação


Pv = RT .
Então o ar atmosférico pode ser tratado como mistura de gás ideal onde a pressão do ar
atmosférico é a soma das pressões parciais do ar seco Pa e vapor d’água Pv :

P = Pa + Pv (kPa)

A pressão parcial do vapor d’água é usualmente referido como pressão de vapor.

A entalpia do vapor d’água é função da temperatura, isto é, h = h(T ) . Isto pode ser
observado pelo diagrama T-s da água dado na figura abaixo, onde a linhas constantes de
entalpia coincide com as linhas de temperatura constante em temperaturas abaixo de 50
ºC.

Então, a entalpia do vapor d’água no ar é igual a entalpia do vapor saturado na mesma


temperatura. Isto é,
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hv (T , ↓ P ) ≅ hg (T )

A entalpia do vapor d’água a 0 ºC é 2501,3 kJ/kg. O valor médio de C p do vapor


d’água na faixa de temperatura -10 a 50 ºC pode ser igual 1,82 kJ/kg.ºC.

Então a entalpia do vapor d’água pode ser determinado aproximadamente por

h g (T ) ≅ 2501,3 + 1,82T (kJ / kg ) , T em ºC.

ou

h g (T ) ≅ 1061,5 + 0,435T (Btu / lbm ) , T em ºF.

na faixa de temperatura -10 a 50 ºC (ou 15 ºF a 120 ºC.

Vapor d’água

h g , kJ / kg

T, ºC Tabelado Equação Diferença, kJ/kg

-10 2482,9 2483,1 -0,2

0 2501,3 2501,3 0,0

10 2519,8 2519,5 0,3

20 2538,1 2537,7 0,4

30 2556,3 2555,9 0,4

40 2574,3 2574,1 0,2

50 2592,1 2592,3 -0,2

UMIDADE RELATIVA E ESPECÍFICA DO AR

A quantidade de vapor d’água no ar pode ser especificada de várias maneiras.


Provavelmente o modo mais lógico é especificar diretamente a massa de vapor d’água
presente em unidade de massa de ar seco. Esta representação é chamada de umidade
específica ou absoluta (razão de umidade), ω :
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mv
ω= (kg de vapor d’água/kg de ar seco)
ma

A umidade específica pode ser também expressa

mv PvV (RvT ) Pv Rv P
ω= = = = 0,622 v
ma PaV (Ra T ) Pa Ra Pa

Ou

0,622 Pv
ω= (kg de vapor d’água/kg de ar seco)
P − Pv

Em que P é a pressão total do sistema.

(
Ar a 25 ºC, 100 kPa Psat , H 2O @ 25ºC = 3,169kPa )
Pv = 0 → ar sec o
Pv p 3,169kPa → ar insaturado
Pv f 3,169kPa → ar saturado

Considerando 1 kg de ar seco. Por definição, ar seco não contém vapor d’água, e então
sua umidade específica é zero. Agora vamos adicionar algum vapor d’água a este ar
seco. A umidade específica aumentará. Quanto mais vapor ou umidade é adicionado, a
umidade específica continuará aumentando até o ar não segurar mais umidade. Neste
ponto, o ar é dito estar saturado com umidade (ar saturado). Qualquer umidade
introduzida no ar saturado condensará. A quantidade de vapor d’água no ar saturado em
temperatura e pressão especificada pode ser determinada pela equação acima mudando
de Pv para Pg , a pressão de saturação da água nesta temperatura.

A quantidade de umidade no ar tem um efeito definido sobre como nos sentimos


confortáveis em um ambiente. Entretanto, o nível de conforto depende mais da
quantidade de umidade que o ar segura ( mv ) relativa quantidade máxima de umidade
que o ar pode segurar na mesma temperatura ( m g ). A razão destas duas quantidade é
chamada de umidade relativa φ

mv P V (Rv T ) Pv
φ= = v =
(
m g Pg V R g T Pg )
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Onde

Pg = Psat @ T

Combinando as duas equações acima, nós podemos expressar a umidade relativa como

ωP 0,622φPg
φ= eω=
(0,622 + ω )Pg P − φPg

As faixas de umidade relativa vão de 0 para ar seco e de 1 para ar saturado. Note que a
quantidade de umidade que o ar pode segurar depende de sua temperatura. Portanto, a
umidade relativa do ar muda com a temperatura, mesmo quando sua umidade específica
permanece constante.

O ar atmosférico é uma mistura de ar seco e vapor d'água e, portanto, a entalpia do ar é


expressa em termos de entalpia do ar seco e vapor de água.

Em muitas aplicações práticas, a quantidade de ar seco na mistura de ar-vapor d’água


permanece constante, mas a quantidade de vapor d’água muda. Portanto, a entalpia do
ar atmosférico é expressa por unidade de massa de ar seco.

A entalpia total (propriedade extensiva) do ar atmosférico é a soma das entalpias do ar


seco e vapor d’água.

H = H a + H v = m a ha + mv hv

Dividindo por ma dá

H m
h= = ha + v hv = ha + ωhv
ma ma

Ou

h == ha + ωhg ((kJ kgdear sec o )

Desde que hv ≅ h g

Observe também que a temperatura normal do ar atmosférico é frequentemente referida


como a temperatura de bulbo seco para diferenciá-lo de outras formas de temperaturas
que devem ser discutidos.

Exemplo: a quantidade de vapor d’água no ar ambiente


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Uma sala de 5 x 5 x 3 m contém ar a 25 ºC e 100kPa e uma umidade relativa de 75 %.
Determine (a) pressão parcial do ar seco, (b) a umidade específica, (c) a entalpia por
unidade de massa de ar seco e (d) as massas de ar seco e vapor d’água no ambiente.

TEMPERATURA DE PONTO DE ORVALHO

A temperatura do ponto de orvalho Tdp é definida como a temperatura em que a


condensação começa quando o ar é resfriado a pressão constante. Em outras palavras,
Tdp , é a temperatura de saturação da água corresponde a pressão de vapor:

Tdp = Tsat @ pv

Exemplo:

TEMPERATURAS DE BULBO ÚMIDO E DE SATURAÇÃO ADIABÁTICA

A umidade relativa e umidade específica são frequentemente usadas em engenharia e


ciências atmosféricas, e é desejável relaciona-las para quantidade facilmente
mensuráveis como temperatura e pressão. Um modo de determinar a umidade relativa é
determinar a temperatura do ponto de orvalho. Conhecendo a temperatura do ponto de
orvalho, nós podemos determinar a pressão de vapor Pv e assim a umidade relativa.
Esta aproximação é simples, mas não muito prática.

Outra maneira de determinar a umidade relativa ou absoluta é relacionada para um


processo de saturação adiabática como mostrado no esquema acima.
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O sistema consiste de um canal longo isolado que contém uma piscina com água. Uma
corrente permanente de ar insaturado que tem uma umidade específica de ω1
(desconhecida) e uma temperatura T1 é passada através deste canal. Como o ar escoa
sobre a água, alguma água evaporará e se misturará com a corrente de ar.

O conteúdo de umidade do ar aumenta durante este processo, e sua temperatura


diminuirá, desde que parte do calor latente de vaporização da água que evapora seja
proveniente do ar. Se o canal é longo suficiente, a corrente sairá como ar saturado
(φ = 100% ) na temperatura T2 , que é a temperatura de saturação adiabática.
Se a água de reposição é fornecida para o canal a uma taxa de evaporação a temperatura
T2 , o processo de saturação adiabática descrito acima pode ser analisado como um
processo de escoamento permanente. O processo não envolve interações de calor ou
trabalho, e a as mudanças de energia cinética e potencial podem ser negligenciadas.
Então as relações de conservação de massa e energia para este sistema de escoamento
permanente de duas entradas e uma saída reduz-se ao seguinte:

Balanço de massa:

m& a1 = m& a2 = m& a (a taxa de escoamento de massa do ar seco permanece constante)

m& w1 + m& f = m& w2 (a taxa de escoamento de massa do vapor no ar aumenta por uma
&f.
quantidade igual a taxa de evaporação m

m& a ω1 + m& f = m& a ω 2

& f = m& a (ω 2 − ω1 )
Assim: m

Balanço de energia:

E& entra = E& sai (desde Q & = 0)


& = 0; W

m& a h1 + m& f h f2 = m& a h2

Ou

m& a h1 + m& a (ω 2 − w1 )h f2 = m& a h2

& a dá
Dividindo por m
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h1 + (ω 2 − w1 )h f2 = h2

Ou

(C pT1 + ω1hg1 ) + (ω2 − ω1 )h f2 = (C pT2 + ω 2 hg2 )


Rearranjando

C p (T2 − T1 ) + ω 2 h fg 2
ω1 =
hg1 − h f2

Onde

0,622 Pg 2
ω2 =
P2 − Pg 2

Desde que φ 2 = 100%

Exemplo:

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