Resumo Expandido - Habitação de Interesse Social
Resumo Expandido - Habitação de Interesse Social
Resumo Expandido - Habitação de Interesse Social
RESUMO:
O presente artigo busca entender conceitualmente o que é uma habitação de interesse social (HIS) e sua
função dentro da sociedade contemporânea. Para isso em primeiro momento propõe-se um entendimento
sobre o que é uma habitação, seguida de um desenvolvimento acerca das HIS no Brasil. Em seguida, uma
análise critica de planos diretores busca aferir a eficacia do Estado ao executar as HIS, conforme as leis
vigentes, possibilitando um esclarecimento sobre a competência do mesmo em proporcionar um sociedade
mais igualitária social, econômica e culturalmente.
ABSTRACT:
This article seeks understanding the concept of social interest housing (SIH) and its function within
contemporary society. For this, at first, an understanding of what a housing is, was proposed, followed by
the development of SIH in Brazil. Then a critical analysis of cities master plans seeks to measure the
effectiveness of the Estate when executing the SIH, in accordance with current laws, enabling clarification on
its competence to provide a more egalitarian society with a social, economical and cultural basis.
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. OBJETIVOS
Este trabalho objetiva entender o conceito e importância das HIS e posteriormente entender a
abordagem que 3 (três) cidades do estado de Minas Gerais possuem sobre o tema, atingindo assim uma
conclusão sobre a eficacia da forma que as mesmas são aplicadas na prática.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
Sendo uma necessidade essencial do ser humano, desde os primórdios da humanidade, o homem
sempre buscou formas de habitação, desde cavernas e cabanas, onde o homem se utilizava de recursos
locais, as técnicas e a complexidade das moradias humanas, se desenvolveram até se atingir o
entendimento moderno da casa, porém sua função primordial de proteger contra intempéries e oferecer um
espaço seguro, ou seja, abrigar (ABIKO, 1995). Ainda segundo Abiko (1995), uma habitação deve fornecer
também salubridade e propiciar que tarefas básicas sejam realizadas de forma adequada, sejam tais
atividades domésticas ou profissionais.
Por outro lado, o entendimento de que a habitação possui uma função mais complexa, devendo
saciar as necessidades não somente físicas, mas também sociais, sendo a forma do homem de transmitir
para seu meio social, suas características e anseios, evidenciando assim as diferenças culturais e
econômicas de diferentes povos e grupos (RAPOPORT, 1984).
Nos dias modernos, a habitação vem ganhando outras características, sendo que adquirir uma
casa, se tornou uma ambição básica da sociedade, principalmente no cenário brasileiro, além de poder ser
estabelecido que a residência em si passou a ser, para uma grande parcela da sociedade, uma etapa do
seu dia, sendo o espeço voltado ao descanso e convívio social na família após a jornada de trabalho,
escola, etc. (ABIKO, 1995).
No entanto, o acesso à moradia própria foi se tornando cada vez mais escasso conforme o
acirramento socioeconômico da sociedade, principalmente após a revolução industrial. No Brasil o mesmo
aconteceu, onde durante o início do período da industrialização brasileira durante a década de 1930, onde
que o grande êxodo rural que gerou uma desproporcionalidade do espaço ofertado e a demanda do povo,
em conjunto com o avanço da especulação imobiliária, tornou o valor da terra cada vez mais alto e menos
acessível. Ainda durante a mesma época o governo brasileiro passou a demonstrar uma certa preocupação
com o assunto, onde a cada período, um novo programa que visava ofertar habitações à população de
baixa renda foi criado.
Atualmente, a moradia de qualidade é considerada um direito básico, conforme a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, documento publicado pelas Nações Unidas em 1948, e igualmente
reconhecida pela Constituição Brasileira de 1988.
No Brasil a gestão dos atuais programas é do Ministério das Cidades, criado em 2003 durante o
governo do ex-Presidente Lula, que recomenda, através de suas diretrizes, a criação de conselho, com
caráter deliberativo, nos estados, municípios e distritos, além de um fundo vinculado a ele. A iniciativa serve
para propiciar apoio institucional e financeiro ao exercício da política local de habitação e desenvolvimento
urbano.
Outra ferramenta que gere o assunto são os Plano Diretores municipais. A elaboração de planos
tem como objetivo apoiar estados, municípios e o Distrito Federal na elaboração de Planos Locais de
Habitação de Interesse Social, conforme requisito previsto na Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005, e na
Resolução nº 2, de 24 de agosto de 2006, do Conselho Gestor do FNHIS, para adesão ao SNHIS.
Segundo a Caixa Econômica Federal, a HIS tem como objetivo reduzir a desigualdade social e
promove uma adequada ocupação urbana, e, segundo Abiko (1995), o termo Habitação de Interesse Social
é definido por soluções que possuem como público-alvo a população de baixa renda, e o mesmo exige que
se estabeleça parâmetros máximos de renda.
No entanto, segundo Abiko (1995), a função da moradia social vai muito além do preceito
estabelecido, já que “a habitação popular não deve ser entendida meramente como um produto e sim como
um processo” bem como o “resultado de um processo complexo de produção com determinantes políticos,
sociais, econômicos, jurídicos, ecológicos, tecnológicos”, além de ser uma fonte de acesso a infraestrutura,
equipamentos públicos e serviços.
Ao analisar os planos das cidades de Bueno Brandão, Pouso Alegre e Belo Horizonte, todas no
estado de Minas Gerais, com 10.991, 152.549 e 2.722 milhões de habitantes respectivamente, onde uma
análise de todos os trechos relevantes ao tema da HIS, um entendimento individual, e através de uma
posterior comparação foram identificados os seguintes pontos:
• Nas três cidades, o conceito de Habitação de Interesse Social é exposto e identificado, bem como
as zonas específicas destinadas ao seu uso. Em seus planos diretores, os municípios reconhecem
a importância das HIS, deixando explícito sua real função constitucional, social e econômica. Além
disso estabelecem ferramentas e programas que buscam reduzir a desigualdade e o acesso
democrático à habitação de qualidade.
• Em ambos os exemplos, os municípios assumem seus papéis de fomentadores e garantidores do
acesso à moradia de qualidade.
• Delimitação de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), destinadas às HIS.
• O entendimento de condicionantes e infraestrutura necessária para a existência de uma habitação
de qualidade.
• A implantação de ferramentas que não somente criam habitações em áreas públicas, mas também
redirecionam parte das áreas em situação irregular ao uso das HIS, e impedindo a alta especulação
mobiliária.
Verifica-se que a produção de moradia social passou a ganhar espaço e um crescimento em nas
cidades. É notório seu planejamento e institucionalização, assim como a grande demanda de programas
habitacionais que financiam esta forma de produção.
A execução desses programas demonstra que as situações de demanda fica reprimida, e com
dificuldades operacionais, restringindo fundos, e ficando nas mãos de poucos para executá-los, como por
exemplo o programa Minha Casa Minha Vida, que é muito presente na região do Sul de Minas. Enquanto,
outros instrumentos públicos de planejamento, gestão e financiamento da habitação, inclusos no Sistema
Nacional de Habitação de Interesse Social, criado em um período mais recente, que poderiam ajudar e
facilitar os processos de construção acabam ficando em desuso.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELO HORIZONTE. Lei nº 11181, de 08 de agosto de 2019. Aprova o Plano Diretor do Município de
Belo Horizonte e dá outras providências. Acesso em: 01 de Outubro de 2021.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado
Federal: Centro Gráfico, 1988.
BUENO BRANDÃO. Lei nº 1798, 2009. Dispõe sobre a criação do Plano Diretor do Município de Bueno
Brandão - MG. Acesso em: 01 de Outubro de 2021.
CARDOSO, L.R.A.; ABIKO, A.K. “Construção habitacional por mutirão: gerenciamento e custos”.
Boletim Técnico BT/PCC/111, 1995.
RAPOPORT, A. Origens Culturais da Arquitetura. Introdução à Arquitetura. Rio de Janeiro: Campus, 1984.
POUSO ALEGRE. Lei nº 4707, de 30 de junho de 2008. Dispõe sobre o Plano Diretor do Município de
Pouso Alegre. Acesso em: 01 de Outubro de 2021.