Trabalho Filosofia
Trabalho Filosofia
Trabalho Filosofia
Praça pública (da Grécia antiga), onde fervilhava a vida social da cidade grega: nela se situava o
Object 2
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mercado que depois passou a ser o centro político, cívico e religioso da cidade. Ficou célebre a
ágora de Atenas.
2Alienação
Conceito que se refere a um conjunto de situações em que um ser não se reconhece porque
perdeu algo da sua essência. Em Hegel a alienação era uma condição necessária da
realização do Absoluto como Espírito que tudo governa. Em Marx (filósofo alemão-imagem ao
lado) o sujeito da alienação é o homem e a alienação é uma degradação física e moral de que
urge salvá-lo. Para Marx a alienação fundamental é a económica: o trabalhador é obrigado a
vender o seu trabalho para satisfazer necessidades que não são especificamente humanas
(comer, beber...). A exploração do trabalho aliena o trabalhador, isto é, desumaniza-o. Na raiz
da degradação está a propriedade privada dos meios de produção. Só o comunismo, ao abolir
esta situação, poderá salvar o homem.
3Aristoteles
(384-322 a. C.) Um dos mais influentes filósofos de sempre. Nasceu em Estagira, no
norte da Grécia. Foi discípulo de PLATÃO em Atenas e mestre de Alexandre Magno,
na Macedónia. Depois da morte de Platão, fundou em Atenas a sua própria escola,
a que deu o nome de Liceu. Os seus interesses eram os mais variados. Não houve
quase nenhum domínio do conhecimento sobre o qual não tivesse escrito e atribuía
uma grande importância à observação da natureza. Ele próprio procedeu a estudos
minuciosos nos domínios da física, biologia, psicologia e linguagem. Como é típico
nos melhores filósofos, era muito rigoroso na justificação das suas opiniões e
meticuloso na ponderação dos argumentos contrários, evitando chegar a
conclusões precipitadas. Entre as disciplinas filosóficas que desenvolveu contam-se
a LÓGICA, a METAFÍSICA, a ÉTICA, a FILOSOFIA POLÍTICA, e a ESTÉTICA. Pode
mesmo dizer-se que foi o fundador da Lógica, começando o seu estudo
praticamente do nada. Se bem que limitada e com várias deficiências, a teoria
lógica aristotélica foi o resultado de um trabalho notável de inteligência, de tal
modo que, no essencial, se manteve incontestada e estudada até ao final do séc.
XIX. Aristóteles procurou determinar as formas válidas de inferência, isto é, as
inferências cuja forma nos impede de chegar a uma CONCLUSÃO falsa a partir de
premissas verdadeiras (verPREMISSA). E estabeleceu um conjunto de regras para
identificar as boas e evitar as más inferências (ver LÓGICA
ARISTOTÉLICA). Organon é o nome dado ao conjunto das suas obras de lógica.
Na Metafísica, uma das suas obras mais marcantes (assim chamada apenas porque
foi publicada a seguir à Física), Aristóteles descreve esta disciplina como o estudo
do "ser enquanto ser", isto é, o estudo do ser em geral, independentemente do
modo particular como as coisas são. Muitos dos conceitos metafísicos ainda hoje
utilizados foram introduzidos por si. Em Ética a Nicómaco (assim chamada por ter
sido dedicada a seu filho Nicómaco), Aristóteles argumenta, entre outras coisas, a
favor da ideia de que as virtudes morais, como a generosidade e a honestidade,
não são inatas. Só o hábito de evitar excessos de qualquer tipo nos pode tornar
pessoas virtuosas. Por isso, a virtude adquire-se com a prática. Sobre filosofia
política escreveu a Política e sobre estética a Poética, entre outros livros. AA
4 Ciencia
As disciplinas que agrupamos sob a designação "ciência" incluem as
ciências formais e as ciências empíricas (ver EMPÍRICO).
5conhecimento
8 Cosmologia - Parte da filosofia que tem por objeto o estudo do mundo exterior, isto é, da
essência da matéria e da vida.
9 Cosmo - Designa o mundo enquanto ele é ordenado e se opõe ao caos: mundo considerado
como um todo organizado, como uma ordem hierarquizada e harmoniosa.
10 crença
O termo é usado para referir 1) um estado mental disposicional, que tem como
conteúdo uma PROPOSIÇÃO, verdadeira ou falsa (ver VERDADE/FALSIDADE), ou 2)
para referir a proposição que constitui o conteúdo desse estado mental. Quando
tomamos "crença" na segunda acepção, ela é independente de quem quer que a
pense e o estado mental correspondente constitui uma atitude proposicional, uma
atitude de crença numa proposição, que envolve certo grau de confiança
na VERDADE dessa proposição (daí a relação próxima entre crença e verdade). O
facto de as crenças, enquanto estados mentais, serem disposicionais significa que
podemos ter uma disposição para agir de certa forma devido às crenças que temos.
Uma concepção comum de FILOSOFIA, presente, por exemplo, em
Bertrand RUSSELL, vê esta como a análise CRÍTICA das crenças (na segunda
acepção) instintivas, com o objectivo de determinar quais as justificadas e
construir, assim, um sistema coerente de crenças instintivas nas quais todas as
outras se fundem. VerFUNDACIONALISMO. AN
14 DOGMA, DOGMATISMO — Um dogma é uma tese aceita às cegas, por simples crença, sem
crítica, sem levar em conta as condições de sua aplicação. O dogmatismo é característico de todos os
sistemas teóricos que defendem o velho, o caduco, o reacionário e combatem o novo, o progressista.
São dogmáticas as teorias sociais que já não encontram apoio na realidade em vias de
desenvolvimento. Uma tese justa em si mas aplicada de maneira não dialética, sem ter em conta as
mudanças concretas da situação, pode degenerar em dogma. Marx e Engels não cessaram de lembrar
que sua doutrina não era um dogma, mas apenas um jniia para ação.
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Dedução - Raciocínio que nos permite tirar de uma ou várias proposições uma conclusão que
delas decorre logicamente.
12 democracia
Sistema de governação do povo, pelo povo (democracia directa) ou seus
representantes (democracia representativa), e para o povo. PLATÃO defendeu que
a democracia é irracional porque coloca o poder de decisão nas mãos da maioria da
população, que muitas vezes não tem o conhecimento apropriado para tomar as
melhores decisões. Outra crítica relacionada com esta é que a democracia, sem
restrições, é apenas uma injusta ditadura da maioria. Finalmente, discute-se
também se a democracia tem valor em si ou se tem valor apenas porque as suas
consequências são melhores do que as de qualquer outra forma de governação. DM
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empírico
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empirismo
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epistemologia
A justificação das nossas crenças é outro dos problemas epistemológicos que têm
gerado importantes debates. Há filósofos que defendem que por muito boas que
sejam, as nossas justificações nunca conseguem ser inteiramente satisfatórias,
vendo-nos assim permanentemente confrontados com dúvidas insuperáveis. Este
problema é também conhecido por "problema do CEPTICISMO", uma vez que os
cépticos acabam por concluir, aparentemente de forma justificada, que o
conhecimento não é possível. No sentido de evitar o cepticismo, muitos filósofos
procuraram um fundamento para o conhecimento, isto é, um reduzido número de
certezas inabaláveis a partir das quais se estrutura todo o nosso sistema de
crenças. Essas certezas tanto podem pertencer ao domínio da razão como da
experiência, consoante as inclinações racionalistas ou empiristas do filósofo. A este
ponto de vista chama-se FUNDACIONALISMO, e Descartes constitui um dos
exemplos mais conhecidos. Mas há também quem não aceite qualquer tipo de
fundamento último para o conhecimento, sem contudo aderir ao cepticismo. É o
caso dos defensores doCOERENTISMO, para quem as nossas crenças se apoiam
mutuamente umas nas outras sem precisarem que uma delas sustente as
restantes. À maneira de uma rede ou das inúmeras peças de madeira de que é
feito um barco, permitindo-lhe flutuar no mar sem se afundar — esta é a metáfora
de Otto Neurath (1882-1945) —, o importante é que as crenças sejam coerentes
entre si.
Mais directamente ligado ao que se passa com a ciência, embora não só, há o
chamadoPROBLEMA DA INDUÇÃO, a propósito do qual se discute se o tipo de
justificação baseado em inferências indutivas é ou não aceitável. Podemos ainda
encontrar problemas de epistemologia da religião, tratando-se aí da justificação das
crenças religiosas; epistemologia da matemática, etc. AA
Blackburn, Simon, Pense, Capítulo 1 (Lisboa: Gradiva, 2001).
Dancy, Jonnathan, Epistemologia Contemporânea (Lisboa: Edições 70,
1990).
Nagel, Thomas, O Que Quer Dizer Tudo Isto?, Capítulo 2 (Lisboa: Gradiva,
1995).
Russell, Bertrand, Os Problemas da Filosofia (Coimbra: Almedina, 2001).
Warburton, Nigel, Elementos Básicos de Filosofia, Capítulo 4 (Lisboa:
Gradiva, 1998).
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filosofia
O estudo dos problemas de carácter mais geral e conceptual que afectam o nosso
pensamento científico, religioso, artístico e quotidiano, para os quais não há
respostas científicas. Eis alguns exemplos de problemas filosóficos: Será tudo
relativo e mera opinião? Será que temos livre-arbítrio? O que é o conhecimento?
Será o conhecimento possível? Como devemos viver? O que é o bem moral e qual é
o seu fundamento? O que é a justiça? Dizer que os problemas da filosofia são
conceptuais é dizer que não são problemas que se possam decidir recorrendo à
experiência. Neste aspecto, a filosofia é como a matemática, e não como a história
ou a física.
Os primeiros filósofos não faziam uma distinção profunda entre as diferentes áreas
do conhecimento. ARISTÓTELES, por exemplo, dedicou-se não apenas ao que hoje
reconhecemos como filosofia, mas também à física, astronomia, biologia, etc. Para
os primeiros filósofos, o estudo da filosofia tinha muito mais em comum com a
biologia, a matemática ou a história, do que com outras manifestações culturais
como a arte ou a religião. E o que tinha em comum era o estudo racional da
natureza das coisas e a procura da verdade. A filosofia surge assim associada,
juntamente com as outras áreas do conhecimento, à própria ideia de investigação
livre, opondo-se à atitude dogmática que consiste em proclamar pretensas
"verdades" que não se podem colocar em causa.
A filosofia não é coisa do passado. Apesar da sua longa história (ver FILOSOFIA,
HISTÓRIA DA), a filosofia continua viva; na verdade, há talvez mais filósofos hoje
em dia do que ao longo de toda a história da humanidade. E também não é
verdade que não exista progresso em filosofia; sem dúvida que a compreensão
actual dos problemas, teorias e argumentos da filosofia é superior à de qualquer
época do passado. Simplesmente, talvez não haja na filosofia o tipo de progresso
por acumulação de resultados que podemos encontrar na ciência. O progresso da
filosofia é um alargamento da compreensão. Podemos continuar sem conseguir
provar se temos ou não livre-arbítrio, ou se Deus existe ou não, ou sequer como se
pode justificar a nossa crença no mundo exterior; mas a compreensão que temos
hoje destes problemas é mais profunda do que a que se tinha no passado.
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INDUÇÃO
Raciocínio que consiste em tirar conclusões gerais a partir de casos particulares considerados
como portadores de relações gerais. O problema do raciocínio indutivo está no facto de que,
contrariamente à dedução, a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão.
indução
Geralmente usa-se este termo para falar de dois tipos diferentes de argumentos: as
generalizações e as previsões. Uma generalização é
um ARGUMENTO quantificacional (verQUANTIFICADOR) não dedutivo cujas
premissas são menos gerais do que a conclusão. Este tipo de argumentos
apresenta a seguinte FORMA LÓGICA, ou outras formas lógicas análogas: "Alguns F
são G. Logo, todos os F são G". Por exemplo: "Alguns corvos são pretos; logo, todos
os corvos são pretos". Uma previsão é um argumento quantificacional não dedutivo
cujas premissas se baseiam no passado e cuja conclusão é um caso particular. Por
exemplo: "Todos os corvos observados até hoje são pretos; logo, o corvo do João é
preto". É defensável que qualquer argumento não dedutivo se baseia na indução,
nomeadamente qualquer ARGUMENTO DE AUTORIDADE e ARGUMENTO POR
ANALOGIA. Ver PROBLEMA DA INDUÇÃO. DM
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Kant, Immanuel (1724-1804)
A Crítica da Razão Pura (1781) é a sua primeira grande obra. O problema que a
domina é o de saber como é o conhecimento a priori acerca do mundo possível
(ver A PRIORI/A POSTERIORI), ou para usar a sua terminologia, como é o
conhecimento sintético a prioripossível (ver ANALÍTICO/SINTÉTICO). Kant defendeu
que não é possível saber como o mundo é em si, independentemente da nossa
experiência. Sucintamente, a ideia de Kant é que o nosso aparato cognitivo, seja
ele perceptivo ou puramente intelectual (ou teórico), impõe certas estruturas ao
mundo. Kant defendeu que uma metafísica científica deve usar criticamente a
razão na procura dos seus próprios limites: temos de procurar as "formas" que o
nosso aparato cognitivo impõe ao mundo. Esta é a "revolução copernicana" de
Kant: para sabermos o que podemos conhecer, temos de saber como o
conhecemos.
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lógica
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maiêutica
26
método científico
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Mito - Relato fabuloso contando uma história que serve ao mesmo tempo de origem e
justificação de um grupo social.
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Platão (427-347 a. C.)
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POLIS
A polis era o centro de cada um dos estados gregos -- uma cidade rodeada de uma pequena comarca.
Estados autónomos, o seu governo foi inicialmente monárquico, tendo passado depois para as mãos da
aristocracia e, mais tarde, ocupado nalgumas cidades por tiranos apoiados pelo povo.
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POLÍTICA
O termo política deriva do grego polis, que designa "a cidade". Assim, a política é (um conjunto de
três significados):
1) uma arte: a arte de governar a cidade de acordo com um projecto relativo ao
conjunto da cidade (este sentido é utilizado em expressões como "ter uma política");
2) uma actividade: "fazer política" é empenhar-se na acção que pretende a tomada do
poder para fazer triunfar as suas ideias (o seu projecto -- ver significado anterior);
3) um domínio específico (distinto, por exemplo, do poder económico). Neste
significado, o substantivo é masculino: numa entrevista, Paul Ricoeur estabelece a
distinção "entre opolítico, como estrutura da acção em comum e a política, como
actividade gravitando em torno do poder, da sua conquista e do seu exercício".
4)
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pré-socráticos
O termo refere-se aos filósofos que surgiram antes de Sócrates, sendo que muitos
deles procuravam compreender a origem, a constituição e a natureza do mundo
físico, tendo apresentado as primeiras teorias cosmológicas. Os pré-socráticos mais
importantes foram Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes (da escola jónia de
meados do séc. VI a. C.), Pitágoras de Samos (c. 429-347 a. C.), Heraclito de Éfeso
(c. 560-475 a. C.), Empédocles de Agrigento (c. 493-c. 433 a. C.), os eleatas
Parménides (n. c. 515 a. C.) e Zenão (n. c. 490 a. C.), os atomistas Demócrito (460-
370 a. C.) e Leucipo (c. 450 a. C.) e ainda Anaxágoras de Clazómenas (c. 499- 427
a. C.). AA
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razão
35 Reflexão critica, é uma reflexão critica de consciência.Um exame, análise dos fundamentos.Refletindo
criticamente. Uma investigação crítica da própria consciência, sendo necessário ter conhecimento do que é
investigado, com olhar de preconceito de critica.
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SENSAÇÃO
Vivência simples, produzida pela acção de um estímulo (externo ou interno: luz, som, calor, etc.) sobre
um órgão sensorial, transmitida ao cérebro através do sistema nervoso.
Embora por vezes se considere a sensação como o ponto de partida para a construção da experiência
e do saber, ela não é, no entanto, um dado imediato da consciência: a sensação só se apresenta ao
nosso espírito sob uma forma mais complexa -- a forma de percepção. Apenas podemos falar de
sensações nas percepções se as considerarmos em si mesmas, sem considerar o que significam.
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senso comum
O conjunto mais alargado de crenças que uma comunidade tem por verdadeiras e
partilha durante um certo período de tempo. O senso comum é um "saber" que
resulta da experiência de vida individual e colectiva. Os hábitos e costumes, as
tradições e rituais, os "ditos" e provérbios, as opiniões populares, etc., são
habitualmente referidos como manifestações do senso comum. A sua
aprendizagem é uma condição necessária para a socialização de cada membro da
comunidade, funcionando como um mecanismo regulador do seu pensamento e da
sua ACÇÃO. Do ponto de vista da CIÊNCIA e daFILOSOFIA, os processos de
justificação das crenças de senso comum afiguram-se muitíssimo superficiais e
falíveis, e é frequente tais crenças resistirem mal a um exame crítico mais
minucioso, pelo que a sua ampla aceitação não é uma garantia de que sejam
verdadeiras. Alguns filósofos têm discutido
a CONTINUIDADE/DESCONTINUIDADE entre o senso comum e a ciência e a filosofia,
tendo particular relevância, nessa discussão, o problema da
demarcação. Ver CRENÇA, VERDADE/FALSIDADE, CRÍTICA, CRITÉRIO DE
DEMARCAÇÃO. APC
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Sócrates (c. 469-399 a. C.)
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• TEOLOGIA
Ciência que tem Deus por objecto. A teologia dita natural procura mostrar
que Deus existe, partindo apenas dos dados da razão (é o caso, por ex., de Aristóteles). Por
outro lado, ateologia revelada parte dos ensinamentos revelados por Deus na Bíblia para
esclarecer o mundo e a inteligência humana. Ao contrário do primeiro caso, em que se
procura esclarecer Deus através da razão, no segundo busca-se o esclarecimento da razão
através de Deus -- cuja existência, em lugar de (ter que) ser demonstrada, é tida como certa.
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teoria