Álgebra Linear e Vetorial
Álgebra Linear e Vetorial
Álgebra Linear e Vetorial
2016
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Grazielle Jenske
Prof. Leonardo Garcia dos Santos
Prof. Luiz Carlos Pitzer
512
J51a Jenske; Grazielle
245 p. : il.
ISBN 978-85-7830-956-5
1.Álgebra.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
Impresso por:
Apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)! Bem-vindo(a) à disciplina de Álgebra Linear
e Vetorial. Este é um ramo da matemática que surgiu do estudo minimalista
de sistemas de equações lineares. Conceitos, definições, propriedades e
representações gráficas farão parte dos seus estudos nesta disciplina, que tem o
intuito de aprimorar seus conhecimentos da matemática algébrica, relembrando
e ampliando os tópicos já vistos em sua vida de estudante do Ensino Médio.
III
Você, aluno da Educação a Distância, deve saber que, além da
curiosidade, existem outros fatores importantes para um bom desempenho: a
disciplina, a organização e um horário de estudos predefinido são essenciais
para que se obtenha sucesso nesta trajetória.
Bons estudos!
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
UNI
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – MATRIZES E SISTEMAS LINEARES ................................................................... 1
VII
2.1 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES ................................................................................... 76
2.2 FORMA MATRICIAL . ................................................................................................................. 77
2.3 MATRIZES ASSOCIADAS A UM SISTEMA LINEAR . .......................................................... 77
2.4 CLASSIFICAÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR . ...................................................................... 78
3 RESOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR .................................................................................. 81
3.1 REGRA DE CRAMER .................................................................................................................. 80
3.2 SISTEMAS EQUIVALENTES ...................................................................................................... 84
3.2.1 Propriedades dos sistemas equivalentes . ........................................................................ 84
3.3 SISTEMAS ESCALONADOS – MÉTODO DE GAUSS ........................................................... 85
4 DISCUSSÃO DE UM SISTEMA LINEAR .................................................................................... 91
5 APLICAÇÕES DE SISTEMAS LINEARES ................................................................................... 94
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 96
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 100
VIII
4 COMBINAÇÕES LINEARES .......................................................................................................... 161
5 DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR ........................................................................ 165
6 SUBESPAÇOS GERADOS ............................................................................................................... 168
7 DIMENSÃO DE UM ESPAÇO VETORIAL ................................................................................. 172
8 BASE ..................................................................................................................................................... 173
8.1 BASE ORTOGONAL . .................................................................................................................. 174
8.2 BASE ORTONORMAL ................................................................................................................ 175
8.3 PROCESSO DE ORTOGONALIZAÇÃO DE GRAM-SCHMIDT . ........................................ 176
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 180
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 184
IX
5 MATRIZES SEMELHANTES E DIAGONALIZAÇÃO DE OPERADORES ......................... 233
5.1 MATRIZES SEMELHANTES ...................................................................................................... 233
5.2 DIAGONALIZAÇÃO .................................................................................................................. 233
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 236
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 242
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 243
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
• entender vetores;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que reforçarão seu aprendizado.
TÓPICO 1 – MATRIZES
TÓPICO 2 – DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
TÓPICO 3 – SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
Assista ao vídeo
desta unidade.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
MATRIZES
1 INTRODUÇÃO
A história da matemática retrata que os estudos das matrizes tiveram seu
início por volta do século II a.C., presentes em textos chineses sobre aplicação de
sistemas lineares. O livro chinês intitulado “Nove capítulos da arte matemática”
apresenta, em seu capítulo VII, 19 problemas que apresentam o método de
matrizes para resolver equações lineares.
Assim, foi somente há pouco mais de 150 anos que as matrizes tiveram
sua relevância reconhecida. Atualmente, consideramos imprescindível estudar
essas formas através da notação e metodologia matricial e não as encontramos
apenas no estudo da matemática, mas também na engenharia, na informática, em
tabelas financeiras etc.
3
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
E
IMPORTANT
É importante destacar que o objetivo deste tópico é dar uma visão geral
do conteúdo de matrizes, ou seja, pretende-se definir o que é uma matriz, alguns
tipos de matrizes, suas operações aritméticas, como também estabelecer algumas
de suas propriedades algébricas.
2 DEFINIÇÃO
Segundo Paiva (2013, p. 95), denomina-se "matriz do tipo m x n (lê-se m
por n) toda tabela de números dispostos em m linhas e n colunas. Tal tabela deve
ser representada entre parênteses ( ) ou colchetes [ ]".
1 5 - i
83 7 - 5 9 cos ( x ) sen ( x )
A= B= C= D= 4i 1
54 6 3 0 - sen ( x ) cos ( x ) - 2 - 5i
4
TÓPICO 1 | MATRIZES
• Semana 1 - 5, 2, 7, 8, 6.
• Semana 2 - 10, 7, 6, 8, 9.
• Semana 3 - 4, 7, 3, 8, 6.
5 2 7 8 6
A= 10 7 6 8 9
4 7 3 8 6
3x5
Concluindo, a matriz acima será 3x5, pois tem três linhas e cinco colunas.
É importante lembrar que sempre escrevemos primeiro o número de linhas e
depois o número de colunas.
5 2 7 8 6
A= 10 7 6 8 9
4 7 3 8 6 3x5
5
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
• Para representar o elemento de uma matriz usamos uma letra com dois índices: o
primeiro indica em que linha o elemento se encontra, e o segundo, em que coluna.
Por exemplo: a23 é o elemento que está na segunda linha e na terceira coluna.
• O elemento genérico de uma matriz A será indicado por aij, em que i representa
a linha e j representa a coluna na qual o elemento se encontra; ele é chamado de
ij-ésimo elemento da matriz.
a 11 a 12 a 13
a 1n
a a 22 a 23
a 2n
A = 21
a am 2 am 3 amn mxn
m1
ATENCAO
6
TÓPICO 1 | MATRIZES
83
A= matriz de ordem 2x2 ( dois por dois ) .
54
7 - 5 9
B= matriz de ordem 2x3 ( dois por três ) .
6 3 0
cos ( x ) sen ( x )
C= matriz de ordem 2x2 ( dois por dois ) .
- sen ( x ) cos ( x )
1 5 - i
D= 4i
1 matriz de ordem 3x2 ( três por dois ) .
- 2 - 5i
Assim:
a11 e b11 são correspondentes.
a12 e b12 são correspondentes.
a13 e b13 são correspondentes.
amn e bmn são correspondentes.
7
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
a = - 1
b = 4
.
c = 3
d = 5
Matriz Coluna
E
IMPORTANT
8
TÓPICO 1 | MATRIZES
Matriz Linha
Matriz Nula
0 0 0 0 0
0 0
=A =0 0 B = C 0 =
0 0 D (0 0 0 0)
0 0 0 0 0 0 0
Matriz Transposta
2 4 t 2 8
a) A transposta
= de A = éaA .
8 6 4 6
Observe que:
a11 = 2 = a’11
a21 = 8 = a’12
a12 = 4 = a’21
a22 = 6 = a’22
1 4
1 2 3
b) A transposta
= de B = é B 2 5 .
4 5 6 3 6
a b c a d g
c) A transposta
= de C =d e f é Ct b e h .
g h i c f i
9
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
E
IMPORTANT
Matriz Oposta
Dada uma matriz A = (aij)mxn, a sua matriz oposta será definida por – A
= (– aij)mxn. Isso significa que a matriz oposta da matriz A é aquela que possui
elementos opostos correspondentes ao da matriz A. Vejamos os exemplos:
2 - 4 - 2 4
a) A matriz oposta de A= é - A= .
8 6 - 8 - 6
Observe que:
1 - 2 3 - 1 2 - 3
b) A matriz oposta de B = é - B = .
4 5 - 6 - 4 - 5 6
a b c - a - d - g
c) A matriz oposta de C = d e f é - C = - b - e - h .
g h i - c - f - i
Matriz Quadrada
10
TÓPICO 1 | MATRIZES
3 5
A= é uma matriz quadrada de ordem 2 ( m = n = 2)
2 6
5 3 10
B = - 1 -4 6 é uma matriz quadrada de ordem 3 ( m = n = 3)
1
2 0 -
2
E
IMPORTANT
Numa matriz quadrada de ordem n, os elementos a11, a22, a33, ... ann formam a
diagonal principal da matriz, isto é, onde os elementos aij possuem i = j.
3 2
A= diagonal principal
- 1 6
1 3 10
B= - 3 0 8 diagonal principal
5 -1 6
3 2
C = diagonal secundária
- 1 6
1 3 10
D =- 3 0 8
5
diagonal secundária
-1 6
11
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Matriz Triangular
7 0 0
A = 8 1 0 todos os elementos acima da diagonal principal da matriz A
são nulos.
2 9 - 5
1 4 76
0 3 8 5 todos os elementos abaixo da diagonal principal da matriz B
B=
0 0 0 3 são nulos.
0 0 04
ATENCAO
Em uma matriz triangular, temos aij = 0 para i > j ou aij = 0 para i < j.
Matriz Diagonal
1 0 00
2 0 0
0 5 00 6 0
A= B = 0 1 0 C =
0 0 9 0 0 -3
0 0 8
0 0 0 2
12
TÓPICO 1 | MATRIZES
ATENCAO
Matriz Identidade
1 0 00
1 0 0
0 1 00 1 0
=I5 = I =0 1 0 I2
0 0 10 3 0 0 1 0 1
0 0 01
ATENCAO
Matriz Simétrica
1 2 69
1 4 5
2 3 72 a c
=A = B =4 2 6 C
6 7 71 5 6 3 c b
9 2 14
13
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
ATENCAO
a ij =i + 2 j , para i ≥ j
A= .
= ij a 0, para i < j
Resolução: Como a matriz é 2x2, ela deverá ter quatro elementos, conforme
a matriz genérica:
a a12
A = 11
a 21 a 22 2 x 2
14
TÓPICO 1 | MATRIZES
3 0
Portanto, a matriz A será igual a: A =
4 5 2 x 2
2 2
Agora, basta aplicar a fórmula cij= i + j para definir o valor de cada
elemento, levando em consideração sua posição na matriz. Lembre-se de que o i
representa a posição do elemento em relação à linha e o j representa a posição do
elemento em relação à coluna.
cij= i 2 + j2
c11 = 12 + 12 = 1 + 1 = 2
c 21 = 22 + 12 = 4 + 1 = 5
c31 = 32 + 12 = 9 + 1 = 10
c12 =12 + 22 =1 + 4 =5
c 22 = 22 + 22 = 4 + 4 = 8
c32 = 32 + 22 = 9 + 4 = 13
c 23 = 22 + 32 = 4 + 9 = 13
c33 = 32 + 32 = 9 + 9 = 18
2 5 10
C = 5 8 13
10 13 18
3x3
15
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
ATENCAO
1 2 3
Exemplo 3: A matriz A = x y z admite a transposta
2 1 z
1 x 2
A= x − 2
t
y 1 . Nestas condições, calcule x, y e z.
3 y 6 − y z
a11 = a'11
a 21 = a'12
a 31 = a'13
a12 = a'21
a 22 = a'22
a 32 = a'23
a13 = a'31
a 23 = a'32
a 23 = a'33
16
TÓPICO 1 | MATRIZES
ATENCAO
a11= a'11 ⇔ 1= 1
a 21 = a'12 ⇔ x = x
a 31 = a'13 ⇔ 2 = 2
a12 = a'21 ⇔ 2 = x − 2 ⇔ x = 4
a 22 = a'22 ⇔ y = y
a 32= a'23 ⇔ 1= 1
a13 = a'31 ⇔ 3 = 3y ⇔ y = 1
a 33 = a'33 ⇔ z= z
Portanto, x = 4, y = 1 e z = 5.
2 1
Exemplo 4: Dadas as matrizes A =a ij ( ) , a ij =−
3i j e B =
,
determine x e y sabendo que A = B.
2x 2
x x + y
a ij= 3i − j a a12
A = 11
a11 = 3 ⋅1 − 1 = 2 a 21 a 22 2 x 2
a 21 = 3 ⋅ 2 − 1 = 5
a12 = 3 ⋅1 − 2 = 1
a 22 = 3 ⋅ 2 − 2 = 4
17
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
2 1
Assim, a matriz A é: A =
5 4 2 x 2
Sabemos que A = B, para isso, seus elementos também devem ser iguais.
Desta forma, temos que:
a11 = b11 ⇔ 2 = 2
a 21 = b 21 ⇔ 5 = x
a12 = b12 ⇔ 1= 1
a11 = a'11
a 21 = a'12
a12 = a'21
a 22 = a'22
Neste caso:
a11= a'11 ⇔ 1= 1
a 21 = a'12 ⇔ a = a 2
a12 = a'21 ⇔ a 2 = a
a 22 = a'22 ⇔ 2= 2
18
TÓPICO 1 | MATRIZES
Agora vamos determinar uma matriz C, tal que seus elementos sejam
resultantes da soma dos elementos de A com os elementos de B, da seguinte
forma: cij = aij + bij. Portanto, os seis elementos de C (2x3 = 6) serão calculados a
partir da mesma posição dos elementos em A e B. Vejamos como ficará a adição
dessas duas matrizes.
19
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
3 5 -2 1 - 4 - 1 3+1 5+ ( - 4 ) ( - 2 ) + ( - 1) 4 1 -3
+ = =
4 7 -6 6 3 2 4+6 7+3 ( - 6 ) +2 10
10 - 4
E
IMPORTANT
ATENCAO
3 5 -2 1 -4 -1
A = B =
4 7 -6 6 3 2
20
TÓPICO 1 | MATRIZES
D = A − B = A + ( −B ) ⇔ d ij = aij + ( −bij )
d 21 = a21 + ( −b21 ) = 4 + ( – 6) = 4 – 6 = – 2
d 22 = a22 + ( −b22 ) = 7 + ( – 3) = 7 – 3 = 4
3 5 - 2 - 1 + 4 + 1 3 + ( - 1) 5 + ( + 4 ) ( - 2 ) + ( + 1)
D= + = =
4 7 - 6 - 6 - 3 - 2 4 + ( - 6 ) 7 + ( - 3) ( - 6 ) + ( - 2 )
3 - 1 5 + 4 - 2 +1 2 9 -1
⇔ÛD =
4 - 6 7 - 3 - 6 -2 - 2 4 - 8
(A + B) + C = A + (B + C)
21
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
A+B=B+A
0+A=A
A + (-A) = 0
DICAS
22
TÓPICO 1 | MATRIZES
5 8 -1 5 8 -1 5+5 8+8 ( - 1) + ( - 1)
A+A= + = -4 + -4 3+3
- 4 3 6 - 4 3 6 ( ) ( ) 6+6
10 16 - 2
A+A= .
- 8 6 12
5 8 -1 2.5 2 · 8 2 · ( - 1) 10 16 - 2
2·A=2· = 2· -4 2·3 2·6 =
- 4 3 6 ( ) - 8 6 12
1) Se A = ( 2 5 8 ) , então 3 · A = (6 15 24 ) .
2 4
4 8 1
2) Se B = , então ·A= 5 .
5 10 2 5
2
3 -2 3 -6 4 - 2 3
3) Se C = - 1 5 7 , então ( -2 ) · C = 2 - 10 - 14 .
4 1 0 -8 -2 0
23
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
( A+B ) = x . (a ij ) )
+ bij ) = x . (aij + bij = x . aijx+. k(a.ij b+ij bij ==x . xaij. aij+ + xk . bij ] = x . aij + x . bij ]
⇒ x. aij + x. bij =
x. A + x.B
)
x . (aij + bij = x . aij + k . bij = x
)
. (aij + bij = x . aijOnde
+ k . bij foi
= xutilizada
. aij + x . a
bij ]distributividade da multiplicação com relação à
adição dos números reais. c.q.d.
(x + y) · A = x·A + y·A
) .A= ( x+y ) . a ij
= ( x + y
) . a ij ( )
= ( x + y ) . aij = x . aij + y . aij
( ) ( )
( ) ( )
⇒ x . aij + y . aij = x . aij + y . aij = x . A + y . A
c.q.d.
24
TÓPICO 1 | MATRIZES
( ) ( )
Seja A = aij . Então, 1 . A = 1 . aij = 1 . aij = aij = A
c.q.d.
UNI
ATENCAO
Para calcular a média final da disciplina, o professor deve fazer uma média
ponderada, onde a avaliação 1 tem peso 1, a avaliação 2 tem peso 1, a avaliação
3 tem peso 4,8 e a avaliação 4 tem peso 3,2. Assim, a média de cada aluno será
determinada pela fórmula:
25
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
( Avaliação 1×1 ) + ( Avaliação 2×1 ) + ( Avaliação 3×4,8 ) + ( Avaliação 4×3,2 ) o que equivale a escrever:
1 + 1 + 4,8 + 3,2
A ideia utilizada para obter a matriz C será usada agora para definirmos
matematicamente a multiplicação de matrizes.
Definição: Dada uma matriz A = (ajj) do tipo mxn e uma matriz B = (bjj)
do tipo nxp, o produto da matriz A pela matriz B é a matriz C = (cij) do tipo
mxp, tal que o elemento cij é calculado multiplicando-se ordenadamente os
elementos da linha i, da matriz A, pelos elementos da coluna j, da matriz B, e
somando-se os produtos obtidos. Para dizer que a matriz C é o produto de A
por B, vamos indicá-la por AB.
26
TÓPICO 1 | MATRIZES
ATENCAO
1 2
1 1 2 2
A= 2 3 eB=
3 4 2 3 3 2
Sabemos que a matriz C terá ordem 3x4 devido à definição, pois a ordem
da matriz é resultado da multiplicação de duas matrizes, onde herda o número
de linhas da primeira e o número de colunas da segunda. Observe:
1
c11 = 1 2 ⋅ = 1 ⋅ 1 + 2 ⋅ 2 = 1 + 4 = 5
2
1ª Linha A
1ª Coluna B
1
c12 = 1 2 ⋅ = 1 ⋅ 1 + 2 ⋅ 3 = 1 + 6 = 7
3
2
c13 = 1 2 ⋅ = 1 ⋅ 2 + 2 ⋅ 3 = 2 + 6 = 8
3
2
c14 = 1 2 ⋅ = 1 ⋅ 2 + 2 ⋅ 2 = 2 + 4 = 6
2
1
c 21 = 2 3 ⋅ = 2 ⋅ 1 + 3 ⋅ 2 = 2 + 6 = 8
2
1
c22 = 2 3 ⋅ = 2 ⋅ 1 + 3 ⋅ 3 = 2 + 9 = 11
3
28
TÓPICO 1 | MATRIZES
2
c 23 = 2 3 ⋅ = 2 ⋅ 2 + 3 ⋅ 3 = 4 + 9 = 13
3
2
c 24 = 2 3 ⋅ = 2 ⋅ 2 + 3 ⋅ 2 = 4 + 6 = 10
2
1
c 31 = 3 4 ⋅ = 3 ⋅ 1 + 4 ⋅ 2 = 3 + 8 =11
2
1
c 32 = 3 4 ⋅ = 3 ⋅ 1 + 4 ⋅ 3 = 3 + 12 = 15
3
2
c 33 = 3 4 ⋅ = 3 ⋅ 2 + 4 ⋅ 3 = 6 + 12 = 18
3
2
c34 = 3 4 ⋅ = 3 ⋅ 2 + 4 ⋅ 2 = 6 + 8 = 14
2
E
IMPORTANT
29
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
ATENCAO
Analisando a definição, é possível perceber que a matriz inversa nem sempre existe.
Quando existir a matriz inversa de A, dizemos que A é uma matriz invertível ou não singular.
1 -1
Acadêmico(a), observe que a matriz A = é invertível e sua matriz
inversa é: 2 0
E
IMPORTANT
1 2
Exemplo 1: Sendo a matriz A = ,vamos determinar a matriz
inversa de A, se existir. -2 1 2x2
1 2 a b 1 0
A ⋅ A- 1 = In ⇒ ⋅ = ⇒
- 2 1 2x2 c d 2x2 0 1 2x2
30
TÓPICO 1 | MATRIZES
1.a+2.c 1.b+2.d 1 0
⇒ = ⇒
- 2 . a + 1 . c - 2 . b + 1 . d 2x2 0 1 2x2
a+2c b+2d 1 0
⇒ =
-2a+c - 2 b + d 2x2 0 1 2x2
2a+4c=2
a + 2 c = 1 ( -2 )
⇒ - 2 a + c = 0
- 2 a + c = 0 ↵ ⊕
__________________
2
5c=2 ⇒c=
5
-2a+c=0
2 1
-2a+ =0 ⇒ a=
5 5
2b+4d=0
b+2d=0 (-2)
⇒ -2b+ d=1
- 2 b + d = 1 ↵⊕
__________________
1
5d=1 ⇒ d=
5
-2b+d=1
1 2
-2b+ =1 ⇒ b=-
5 5
Assim temos:
1 - 2
a b
A -1
= = 5 5
c d 2 x 2 2 1
5 5 2 x 2
31
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 - 2
5 5 1 2
A ⋅ A -1
= ⋅
2 1 - 2 1 2x2
5 5 2 x 2
=
1 .1+ -2
5 (
5
. ( -2 ) ) 1 .2+ - 2
5 (
5
..1 )
=
1 +4
5 5
2
5
5
-2
=
2 .1+ 1 . ( -2 ) 2 .2+ 1 .1 2 - 2 4 +1
5 5 5 5 5 5 5 5 2 x 2
2x2
5 0 1 0
= 5 = = I2
0 5 0 1
5 2x2
1 -2
A- 1 = 5 5
2 1
5 5 2 x 2
a b
Resolução: Seja X a matriz quadrada de ordem 2 procurada, isto é: X = .
c d
5 8 a b 1 0 5a+8c 5
Pela definição, inicialmente devemos ter: . = ⇒
2 3 c d 0 1 2a+3c 2
1 0 5a+8c 5b+8d 1 0
⇒ =
0 1 2a+3c 2b+3d 0 1
5a+8c=1
(I) 2 a + 3 c = 0 que resolvido nos dá a = -3 e c = 2.
32
TÓPICO 1 | MATRIZES
5b+8d=0
( II ) 2 b + 3 d = 1 que resolvido nos dá b = 8 e d = - 5.
DICAS
- 3 8 5 8 -3 8
podemos dizer que é a matriz inversa de ou seja: A =
-1
.
2 -5 2 3 2 -5
DICAS
33
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
s s
r
( )
Temos que: ( ( A.B ) . C )ij = ∑ ( A.B )ik . ckj = ∑ ∑ ( ail blk ) . ckj ( )
=k 1 =
k 1 =l 1
r
s r
( )
⇒ ∑ ( ail ) . ∑ bik c kj = ∑ ( ail ) . ( B.C )lj = A . ( B.C ) ( ) ij
=l 1 = k 1 = l1
c.q.d.
n n
Temos que: ( A + B ) . C = ( bik + cik ) .
=k 1=k 1
∑ ( ) ∑ (c )(a
c kj = kj ik
+ bik )
n n n
=k 1
(
⇒ ∑ c kj aik + c kj bik =
=k 1=
) ∑c a + ∑c b
kj ik
k 1
kj ik
= A.C ij + B.C ij
n n
Temos que: A . ( B + C ) =
=
ik
k 1=
kj
k 1
∑ ( a ) B + C = ∑ (a )(b ik kj
+ c kj )
n n n
=k 1
(
⇒ ∑ aik bkj + aik c kj =
=k 1=
) ∑a b + ∑a c
ik kj
k 1
ik kj
= A.B ij + A.C ij
c.q.d.
Importante:
• Em geral, A·B ≠ B·A, para A e B duas matrizes quaisquer, isto é, não é válida a
propriedade comutativa da multiplicação para matrizes.
34
TÓPICO 1 | MATRIZES
E
IMPORTANT
2 0 0 - 3 0 0
Com isso teremos A ⋅ B = ⋅ =
0 5 1 0 0 0
1 2 3 -2 0 1
2A + 3B = 2 ⋅ + 3 ⋅
2 1 -1 3 0 1
35
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
D ⋅ ( 2A + 3B ) = 2 ⋅ ( - 4 ) + ( - 1 ) ⋅ 13 2 ⋅ 4 + ( -1 ) ⋅ 2 2 ⋅ 9+ ( -1 ) ⋅ 1
1x3
D ⋅ ( 2A + 3B ) = - 8 - 13 8 - 2 18 - 1 1x3
D ⋅ ( 2A + 3B ) = - 21 6 17 1x3
Matriz A
a a12
Como é uma matriz 2x2, sua genérica é: A = 11
a 21 a 22
Conforme orienta o enunciado, cada elemento aij será determinado por aij
= 2i – j2.
a ij = 2i - j 2
a 11 = 2 ⋅ 1 - 1 2 = 2 - 1 = 1
a 21 = 2 ⋅ 2 - 1 2 = 4 - 1 = 3
a 12 = 2 ⋅ 1 - 2 2 = 2 - 4 = - 2
1 -2
A=
3 0
2
a 22 = 2 ⋅ 2 - 2 = 4 - 4 = 0
Matriz B
b b12
Como é uma matriz 2x2, sua genérica é: B = 11
b21 b22
36
TÓPICO 1 | MATRIZES
b ij = a ij - 1
b 11 = 1 - 1 = 0
b 21 = 3 - 1 = 2
Este valor (aij) você irá buscar na
b 12 = - 2 - 1 = - 3 matriz A.
b 22 = 0 - 1 = - 1
0 -3
B=
2 -1
DICAS
X – 2A + B =0
X = 2A – B
1 - 2 0 - 3
X=2 ⋅ -
3 0 2 - 1
2 ⋅ 1 2 ⋅ ( - 2 ) 0 - 3 Lembre-se: resolvemos
X= - a subtração de matrizes
2 ⋅ 3 2 ⋅ 0 2 - 1 somando a matriz oposta!
2 -4 0 -3
X= -
6 0 2 -1
2+0 -4+3
X=
2 -4 0 3
X= 6 + ( - 2 ) 0+1
+
6 0 - 2 1
2 -1
X= Essa é a matriz X.
4 1
37
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Exemplo 3: Seja A = (aij) a matriz 2x2 real definida por aij = 1 se i ≤ j e aij =
-1 se i > j. Calcule A2.
Conforme orienta o enunciado, cada elemento aij será determinado por aij
= 1 se i ≤ j e aij = -1 se i > j.
a 11 = 1
a 21 = - 1
a 12 = 1 1 1
A=
a 22 = 1 - 1 1
ATENCAO
1 1 1 1 1 ⋅ 1+1 ⋅ ( -1 ) 1 ⋅ 1+1 ⋅ 1
A2 = ⋅ =
- 1 1 - 1 1 ( - 1 ) ⋅ 1 + 1 ⋅ ( - 1 ) ( -1 ) ⋅ 1 + 1 ⋅ 1
1-1 1+1 0 2
A2 = =
- 1 - 1 - 1 + 1 - 2 0
38
TÓPICO 1 | MATRIZES
5 0 2
A = 0 1 3
4 2 1
39
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
a) LUTE
b) FOGO
c) AMOR
d) VIDA
e) FUGA
E
IMPORTANT
40
TÓPICO 1 | MATRIZES
a b 2 3 -1
D= ,C= e D=C ⇒
c d 1 2
2 3 a b 2 a + 3 c 2 b + 3 d 1 0
. = =
1 2 c d a + 2 c b + 2 d 0 1
2a+3c=1 2 b + 3 d = 0
⇒ e
a + 2 c = 0 b + 2 d = 1
⇒ a=2;b=-3;c=-1;d=2
21 9
=
4 1
41
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu:
42
AUTOATIVIDADE
8 3 1 4 -1 8
A= 2 4 , B= 5 3 , C= -2 -4
1 5 8 5 -3 -5
Calcule:
a) A + B d) A + B + C
b) A + C e) A - B - C
c) B + C f) A + C - B
2 Dadas as matrizes:
2 -3 0 1 -2 8
A= , B= e C=
4 -1 2 3 1 -3
Calcule:
a) 5A + 3B c) A + 5B - 2C
b) 6A - 4B d) 2B - C
2 2 -3 1 34 5
c) .
a) (1 -3 4 ) . 1 0 3 -3 21 4
5
1 0 2 3
d) .
-1 2 3 8 3 0 1 7 0
b) .
3 -4 1 2 4
43
4 Dada a matriz mostrada adiante:
1 2 3
A= 0 1 2
-1 1 -1
Determine:
a) A 2 b) A . A t c) 2A . 3A t
7 Dadas as matrizes
0 3
6 -5 4
A= calcule ( A . B ) t e B t . A t .
e B = 7 10 , calcule
- 3 2 - 1 8 11
9 Seja A uma matriz quadrada de ordem 3 cujos elementos são dados por
0, se i ≠ j
aij = .
i + j, se i = j
Calcule:
3 A + I 3 e 2 A - I 3.
x 3 10
a) y - - 1 = 2
z 5 5
44
x y x 3 10 - 1
b) + =
3 2 z t z 4 18
x -5 1 -1 1 -6
c) y - 1 + -3 2 = 2 1
z 0 -4 -5 -5 -5
5 3 3 5 3 5
5 5 3 3 4 5
a) 5 4 b) c) d) 4 5 e) 5 4
3 5 3 4 5 5 5 3 5 3 5 3
12 (UFMT) Sejam as matrizes A = (aij)2x3 tal que aij = j – 3i; B = (bij)3x2 tal que
bij = 2i + j2; e C = (cij)2x2 tal que cij = ij. O elemento de maior módulo dentre
os que formam a diagonal principal da matriz P, em que P = AB + 20C, é:
a) 20 d) -12
b) 9 e) 0
c) -16
Assista ao vídeo de
resolução da questão 12
45
13 Leia atentamente as sentenças a seguir:
a) ( ) I e III
b) ( ) Apenas I
c) ( ) Apenas III
d) ( ) Apenas II
e) ( ) I e II
( )
14 (UEL-PR) Dadas as matrizes A = a ij 3x2 , definida por a ij = i - j ; B = ( b ij ) 2x3 ,
definida por b ij = j, C = (c ij ) , definida por C = A . B, é correto afirmar que o
elemento c 23 é:
c .
a) ( ) Igual ao elemento 12
b) ( ) Igual ao produto de a 23 por
por b 23 .
c) ( ) O inverso do elemento c 32 .
d) ( ) Igual à soma de a 12 com
com b 11 .
e) ( ) Igual ao produto de a 21 por
por b 13 .
2 2 1
3 - 3 3
1 1 0
1 2 1
15 Prove que a matriz A - 1 = - é inversa de A = 0 1 1
3 3 3
1 0 2
- 1 1 1
3 3 3
1 1 0
16 Determine a matriz inversa da A = 0 1 1 .
1 0 2
46
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Na história da matemática, a ideia de determinante aparece em soluções
de sistemas lineares pelo menos um século antes do matemático inglês Arthur
Cayley criar as teorias das matrizes. Apesar de hoje estudarmos primeiro matrizes,
depois determinantes e, em seguida, sistemas lineares, a ordem histórica foi:
sistemas lineares, determinantes e, somente mais tarde, as matrizes.
NOTA
Até 1858, quando o conceito de matriz aparece pela primeira vez, não se falava
a b ax + by = e
em determinante de uma matriz , mas sim em determinante de um sistema cx + dy = f .
c d
47
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
2 O CÁLCULO DO DETERMINANTE
O determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. É
importante destacar que cada matriz possui um único determinante.
a11 a12 a13 a1n
a a 22 a 23 a 2 n
Dada a matriz A = 21 indicaremos o seu determinante
… … ……
por
a m1 a m 2 a m 3 a mn mxn
a11 a12 a13 a1n
a 21 a 22 a a
det A = 23 2 n
… … ……
a m1 a m 2 a m 3 a mn mxn.
Exemplos:
48
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
a a12
Resolução: Partimos da matriz genérica A = 11 para determinar
os elementos da matriz. a 21 a 22
Matriz A
a ij = i + 2j, se i ≥ j
a 11 = 1 + 2 · 1 = 1 + 2 = 3
a 21 = 2 + 2 · 1 = 2 + 2 = 4
a 22 = 2 + 2 · 2 = 2 + 4 = 6
a ij = i 2 - j, se i < j
a 12 = 1 2 – 2 = 1 – 2 = – 1 .
3 -1
Logo, A = .
4 6
a 11 a 12 a 13 a 11 a 12
a 21 a 22 a 23 a 21 a 22 = ( a 11a 22 a 33 + a 12 a 23a 33 + a 13a 21a 32 )
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32
paralelas
diagonal principal
a 11 a 12 a 13 a 11 a 12
a 21 a 22 a 23 a 21 a 22 = ( a 13a 22 a 31 + a 11a 23a 32 + a 12 a 21a 33 )
a 31 a 32 a 33 a 31 a 32
paralelas
diagonal secundária
det A = ( a 11 a 22 a 33 + a 12 a 23 a 32 + a 13 a 21 a 32 ) - ( a 13 a 22 a 31 + a 11 a 23 a 32 + a 12 a 21 a 33 )
50
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
ATENCAO
Sempre que tivermos uma matriz dentro de barras simples, estaremos tratando
3 1
de cálculo de determinante. Por exemplo, = 19 estamos indicando que o determinante
da matriz é 19. 5 8
3 4 2
Exemplo 1: Calcule o determinante da matriz B = 2 1 5 .
0 7 4
Det B = (3 · 1 · 4 + 4 · 5 · 0 + 2 · 2 · 7) - ( 2 · 1 · 0 + 3 · 5 · 7 + 4 · 2 · 4)
Det B = (12 + 0 + 28) - (0 + 105 + 32)
Det B = 40 - 137
Det B = - 97
2 3 -2
Exemplo 2: Resolver a equação: 0 1 x = 2
2 x - 3
2 3 -2 2 3
0 1 x 0 1 =2
2 x - 3 2 x
Assim:
51
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
2·1· ( –3 ) + 3·x·2 + ( – 2 ) · 0 · x – ( – 2 ) ·1·2 + 2·x·x + 3·0· ( – 3 ) = 2
( –6 + 6x + 0 ) – ( –4 + 2x 2
+ 0 )= 2
– 6 + 6 x + 4 – 2 x2= 2
Não se esqueça de realizar
– 2 x2 + 6 x – 4 = 0 a propriedade distributiva,
devido ao sinal de negativo.
2.4 COFATOR
*
Dada uma matriz A=[aij], quadrada de ordem n ≥ 2 e n ∈ N , denominamos
cofator de aij o produto de (-1) i + j pelo determinante da matriz (Dij) que se obtém
de A, suprimindo a linha de ordem i e a coluna de ordem j. Notação: cij.
( -1 )
i+j
C ij = ⋅ D ij
a 11 a 12 a 13
Assim, se considerarmos a matriz quadrada A = a 21 a 22 a 23 de terceira
ordem, temos: a 31 a 32 a 33
a 22 a 23
( -1 ) ( -1 )
1+1 1+1
C 11 = ⋅ D 11 = ⋅
a 32 a 33
a 11 a 12
( -1 ) ( -1 )
2+3 2+3
C 23 = ⋅ D 23 = ⋅
a 31 a 32
52
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
Exemplos:
2 3 c 11 = ( - 1 ) 1+1 . 5 = 5
1) A =
- 1 5 c 12 = ( -1) 1+2 . - 1 = 1
c 21 = ( - 1 ) 2+1 . 3 = - 3
c 22 = ( - 1 ) 2+2 . 2 = 2
1 3 4
1 4
2) A = - 2 0 5 c 32 = ( - 1 ) 3+2 . = - 1 . ( 5 + 8 ) = - 13
-2 5
7 6 8
Teorema de Laplace
ATENCAO
Exemplos:
1 3 4
1) A = - 2 0 5 det A = 3 . C 12 + 0 . C 22 + 6 . C 32
7 6 8
-2 5
c 12 = ( - 1 ) 1+2 . = - 1 . ( - 51 ) = 51
7 8
53
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 4
c 32 = ( - 1 ) 3+2 . = - 1 . ( 5 + 8 ) = - 13
-2 5
2 3 1 0
0 2 0 3
2) = 0 . c 41 + 0 . c 42 + 0 . c 43 + 6 . c 44 = 6 . 6 = 36
5 -1 4 0
0 0 0 6
2 3 1
4+4
C 44 = ( - 1 ) . 0 2 0 =1.6=6
5 -1 4
E
IMPORTANT
Pierre Laplace era filho de um pequeno trabalhador rural ou talvez um empregado de fazenda
e ficou a dever a sua educação ao interesse de alguns vizinhos abastados, graças às suas
habilidades e presença atrativa. Parece que, de pupilo, se tornou professor-assistente na escola
em Beaumont; mas, tendo procurado uma carta de apresentação a Jean le Rond d’Alembert,
foi a Paris tentar sua sorte. Um artigo sobre os princípios da mecânica instigou o interesse de
d’Alembert e, sob sua recomendação, foi oferecido um lugar na escola militar a Laplace.
Seguro das suas competências, Laplace dedicou-se, então, a pesquisas originais e, nos 17
anos seguintes, entre 1771 e 1787, produziu uma boa parte dos seus trabalhos originais em
astronomia. Tudo começou com uma memória, lida perante a Academia Francesa em 1773,
em que mostrava que os movimentos planetários eram estáveis, levando a prova até ao
54
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
ponto dos cubos das excentricidades e das inclinações. Isso foi seguido por vários artigos
sobre tópicos em cálculo integral, diferenças finitas, equações diferenciais e astronomia.
Laplace tinha um amplo conhecimento de todas as ciências e dominava todas as discussões
na Académie. De forma razoavelmente única para um prodígio do seu nível, Laplace via
os matemáticos apenas como uma ferramenta para ser utilizada na investigação de uma
averiguação prática ou científica.
Laplace passou a maior parte de sua vida trabalhando na astronomia matemática, que
culminou na sua obra-prima sobre a prova da estabilidade dinâmica do sistema solar, com a
suposição de que ele consistia num conjunto de corpos rígidos movendo-se no vácuo. Ele
formulou independentemente a hipótese nebular e foi um dos primeiros cientistas a postular
a existência de buracos negros e a noção do colapso gravitacional.
Ele é, nos dias de hoje, lembrado como um dos maiores cientistas de todos os tempos (às
vezes, chamado de Newton francês ou Newton da França), com uma fenomenal capacidade
matemática natural sem par entre os seus contemporâneos. Parece que Laplace não era
modesto sobre as suas capacidades e realizações e ele provavelmente não conseguia
reconhecer o efeito de sua atitude sobre seus colegas. Anders Johan Lexell visitou a Académie
des Sciences em Paris, em 1780-81 e relatou que Laplace deixava claro que se considerava o
melhor matemático da França. O efeito sobre os seus colegas só seria relativamente atenuado
pelo fato de que Laplace muito provavelmente estaria correto.
a b
Definição: Seja uma matriz A= onde a, b, c e d são números reais
c d d -b
det ( A ) det ( A )
tais que det (A) ≠ 0. Então a inversa de A será dada por A = -1
-c a
det ( A ) det ( A )
- 2 4
Exemplo 1: Calcule a inversa de A = .
5 -1
55
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
d -b
det ( A ) det ( A )
Resolução: Pela definição, temos: A - 1 =
-c a
det ( A ) det ( A )
det ( A ) = ( - 2 ) ⋅ ( - 1 ) - 5 ⋅ 4
det ( A ) = 2 - 20
det ( A ) = - 18
-1 -4
A -1 = - 18 - 18
-5 -2
- 18 - 18
1 4
A- 1 = 18 18
5 2
18 18
ATENCAO
Veja como é rápido efetuar essa inversa, porém a generalização é difícil. Portanto,
é importante aprender os outros métodos.
- 2 9
Exemplo 2: Calcule a inversa da matriz A =
1 3
d -b
det ( A ) det ( A )
Resolução: Novamente, pela definição, temos: A - 1 =
-c a
det ( A ) det ( A )
56
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
det ( A ) = ( - 2 ) ⋅ 3 - 1 ⋅ 9
det ( A ) = - 6 - 9
det ( A ) = - 15
d -b
det ( A ) det ( A )
A- 1 =
-c a
det ( A ) det ( A )
3 -9
A- 1 = - 15 - 15
-1 -2
- 15 - 15
3 9
-
A- 1 = 15 15
1 2
15 15
P1: Se os elementos de uma linha (ou uma coluna) de uma matriz quadrada
forem todos iguais a zero, seu determinante será zero.
Exemplos:
4 9 -8 7
3 0 15
0 0 0 0
1) =0 2) 2 0 -3 =0
3 2 -1 3
-1 0 7
18 12 9 3
57
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Exemplo:
2 5 3 5
4 2 9 8
1) =0 pois, L1 = L 3
2 1 3 5
9 7 4 3
P3: Se uma matriz possui duas linhas (ou colunas) proporcionais, então
seu determinante será nulo.
Exemplo:
1 4 2
1) 2 1 4 = 0 pois C 3 = 2C 1a
3 2 6
P4: Se trocarmos de posição, entre si, duas linhas (ou colunas) de uma
matriz quadrada, o determinante da nova matriz é o anterior com o sinal trocado.
Exemplo:
1 2 3
2 1 -1 =-4
3 2 1
2 1 -1
1 2 3 =+4
3 2 1
Exemplos:
58
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
1 2 3 2 2 3
1) 2 1 -1 = - 4 Multiplicando C 1 por 2, temos: 4 1 -1 =2 ⋅ ( -4 ) =-8
3 2 1 6 2 1
5 - 10 0
1
2) 3 7 4 = - 145 Multiplicando L 1 por , temos:
5
2 0 -1
1 -2 0
1
3 7 4 =
5
⋅ ( - 145 ) = - 29
2 0 -1
Exemplo:
1 2 3 1 2 2
t
Det A = 2 1 2 = 9 Det A = 2 1 4 =9
2 4 3 3 2 3
Exemplo:
1 2 3
1) 2 1 2 =9
2 4 3
C1 + 2C2
1+2×2 2 3 5 2 3
2+1×2 1 2 = 4 1 2 =9
2+4×2 4 3 10 4 3
59
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Exemplos:
a 0 0 x g h
1) d b 0 =a ⋅ b ⋅ c 2) 0 y i =x ⋅ y ⋅ z
e f c 0 0 z
Exemplo:
2 1 1 0 4 2
Se A = , B= e A ⋅ B= , então: det ( AB ) = det A ⋅ det B
3 4 2 2 11 8 5
2
10
Exemplo:
5 8 -3 8 1
Seja: A = = - 1, então A - 1 = = =-1.
2 3 2 -5 -1
DICAS
Crie outras matrizes e verifique passo a passo a validade de cada uma destas
propriedades.
60
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1
, , , , , , , , ,
0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1
DICAS
3 ESCALONAMENTO DE MATRIZES
O escalonamento de matrizes nos auxilia no cálculo de determinantes
de qualquer ordem, no cálculo da inversa de uma matriz de qualquer ordem e
também na resolução de sistemas lineares (tema do próximo tópico). Preste muita
atenção em cada etapa, pois usaremos muito este método!
1 56 4
0 20 1
Exemplo 1: A matriz é uma matriz escalonada.
0 01 0
0 00 3
1 56 4
0 02 1
Exemplo 2: A matriz não é uma matriz escalonada.
0 11 0
0 00 3
61
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 56 4
0 20
A matriz
1 é uma matriz escalonada.
0 00 0
0 0 0 0
• Multiplicar: podemos multiplicar uma linha inteira por uma constante não
nula. Simbolizamos por: L i = a . L i ( a ∈ � * ) .
• Trocar ou permutar: podemos trocar duas linhas inteiras entre si. Simbolizamos
por: L i = LK .
• Somar ou subtrair: um múltiplo de uma linha a outra linha. Simbolizamos por:
L i = L i + a . L k ( a ∈ � * ).
ATENCAO
Preste bem atenção nas operações permitidas, pois não é qualquer operação
que não altera os conjuntos relacionados às matrizes.
62
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
ATENCAO
1 2 2 3
Exemplo 1: Escalonar a seguinte matriz. A = 3 7 5 1
2 4 4 4
Como o pivô está na linha 1, esta linha será usada de base e, nesta primeira
etapa, usaremos ela para zerar os elementos abaixo do pivô.
Para determinar esse escalar k basta dividir o elemento que se deseja zerar
3
pelo oposto do pivô. Ou seja: k = =-3
( - 1)
E
IMPORTANT
Note que dividimos o 3 (elemento que queremos zerar) pelo (-1), que é o oposto
de 1. Essa “troca” de sinal é o que caracteriza o oposto do pivô, e sempre terá que ocorrer para
determinar o escalar c.
63
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Teremos então:
1 2 2 3 1 2 2 3 1 2 2 3
3 7 5 1 ~ 3 - 3 ⋅ 1 7 - 3 ⋅ 2 5 - 3 ⋅ 2 1 - 3 ⋅ 3 ~ 0 1 - 1 -8
2 4 4 4 2 4 4 4 2 4 4 4
L2→ L2 + ( - 3 ) × L1
Continuando o processo:
1 2 2 3 1 2 2 3 1 2 2 3
0 1 - 1 - 8 ~ 0 1 -1 -8 ~ 0 1 -1 -8
2 4 4 4 2-2 ⋅ 1 4-2×2 4-2 ⋅ 2 4-2 ⋅ 3 0 0 0 - 2
L 3 →L 3 + ( - 2 ) × L 1
Nesse caso, ficaria ainda mais fácil se nós permutarmos a linha 3 com a
linha 1, antes de nos preocuparmos em transformar o pivô em valor 1. Isso porque
todos os elementos da linha 3 são pares, enquanto o mesmo não ocorre com os
elementos da linha 1. Logo,
64
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
2 5 1 2 2 0 1 1 0
A = - 5 1 6 ~ - 5 1 6 ~ - 5 1 6
2 2 0 2 5 1 2 5 1
L 1 ↔ L3 1
L1 → ⋅ L1
2
Nosso primeiro pivô então será o elemento a11=1, e teremos que zerar os
elementos a21= -5 e a31= 2.
Então:
1 1 0 1 1 0 1 1 0
A ~ - 5 1 6 ~ - 5 + 5 ⋅ 1 1 + 5 ⋅ 1 6 + 5 ⋅ 0 ~ 0 6 6
2 5 1 2 5 1 2 5 1
L 2 →L 2 + 5 ⋅ L 1
2
Para zerar a31= 2, determinamos o k: k = =-2
( - 1)
Então:
1 1 0 1 1 0 1 1 0
A~ 0 6 6 ~ 0 6 6 ~ 0 6 6
2 5 1 2 - 2 ⋅ 1 5 - 2 ⋅ 1 1 - 2 ⋅ 0 0 3 1
L 3 →L 3 + ( - 2 ) ⋅ L1
A matriz ainda não está escalonada, pois abaixo do pivô a22 = 6 temos um
elemento diferente de zero. Temos que zerá-lo, mas antes podemos fazer nosso
pivô se transformar em 1. Essa transformação é feita no intuito de facilitar os
próximos cálculos. Logo,
65
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 1 0 1 1 0
A~ 0 6 6 ~ 0 1 1
0 3 1 0 3 1
1
L 2 → ⋅ L 2
6
Então,
1 1 0 1 1 0 1 1 0
A~ 0 1 1 ~ 0 1 1 ~ 0 1 1
0 3 1 0 - 3 ⋅ 0 3 - 3 ⋅ 1 1 - 3 ⋅ 1 0 0 -2
L 3 →L 3 + ( - 3 ) ⋅ L2
E
IMPORTANT
Note que a linha base nesta última etapa é a segunda. Isso ocorre porque o pivô
está nesta linha. Note também que não utilizamos o sinal de = entre as matrizes, simplesmente
porque as matrizes não são iguais, apenas conservam propriedades importantes entre si.
1 -1 2 0 1
Exemplo 3: Seja a matriz A = 2 2 5 4 0 , escreva na forma
escalonada. 1 1 3 2 2
66
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
1 - 1 2 0 1 1 -1 2 0 1
A = 2 2 5 4 0 ~ 2-2 ⋅ 1 2-2 ⋅ ( -1 ) 5 - 2 ⋅ 2 4 - 2 ⋅ 0 0 - 2 ⋅ 1 ~
1 1 3 2 2 1 1 3 2 2
L 2 →L 2 + ( - 2 ) ⋅ L1
1 -1 2 0 1 1 -1 2 0 1
~ 0 4 1 4 -2 ~ 0 4 1 4 -2 ~
1 1
3 2 2 1 - 1 ⋅ 1 1 - 1 ⋅
( -1 ) 3 - 1 ⋅ 2 2 - 1 ⋅ 0 2 - 1 ⋅ 1
L 3 →L 3 + ( - 1 ) ⋅ L1
1 - 1 2 0 1 1 -1 2 0 1
~ 0 4 1 4 - 2 ~ 0 2 1 2 1 ~
0 2 1 2 1 0 4 1 4 - 2
L 2 ↔L 3 L 3 →L 3 + ( - 2 ) ⋅ L2
1 -1 2 0 1 1 -1 2 0 1
~ 0 2 1 2 1 ~ 0 2 1 2 1
0 4 - 2 ⋅ 2 1 - 2 ⋅ 1 4 - 2 ⋅ 2 - 2 - 2 ⋅ 1 0 0 -1 0 -4
• Multiplicar: podemos multiplicar uma linha inteira por uma constante não nula.
• Trocar ou permutar: podemos trocar duas linhas inteiras entre si.
• Somar ou subtrair: um múltiplo de uma linha a outra linha.
1 1 2
Exemplo 1: Dada a matriz A = - 2 5 1 , calcular o determinante.
2 2 1
1 1 2 1 1 2 1 1 2
-2 5 1 � 0 7 5 � 0 7 5
2 2 1 2 2 1 0 0 -3
L 2 →L 2 + 2 ⋅ L 1 L 3 →L 3 + ( - 2 ) ⋅ L1
Veja que, nesse caso, não foi necessário fazer nenhuma correção sobre o
valor encontrado, pois não multiplicamos nenhuma linha por uma constante e
nem permutamos duas linhas.
1 2 3
B= 2 2 3 .
- 2 5 0
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
A= 2 2 3 ~ 0 -2 -3 ~ 0 -2 -3 ~ ( -2 ) . 0 1 32 ~ ( -2 ) . 0 1 3
2
-2 5 0 -2 5 0 0 9 6 0 9 6 0 0 - 15
2
L 2 →L 2 + ( - 2 ) ⋅ L1 L 3 →L 3 + 2 ⋅ L 1 1 L 3 →L 3 + ( - 9 ) ⋅ L2
L 2 → - × L 2
2
1 2 3
15 15
Da última matriz, temos que: 0 1 3
2 = 1 ⋅ 1 ⋅ - =-
2 2
0 0 - 15
2
68
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
1 4 1 0 1 4 1 0
| ~ | ~
3 11 0 1 - 3 + 3 - 12 + 11
-3+0 0+1
3
L 2 →L 2 + ⋅ L 1
- 1
1 4 1 0 1 4 1 0 0 + 1 - 4 + 4 - 12 + 1 4 + 0
~ | ~ | ~ | ~
0 -1
- 3 1 0 1 3 -1 0 1 3 -1
L2→ - 1 ⋅ L2 4
L 1 →L 1 + ⋅ L 2
- 1
69
3
L 2 →L 2 + ⋅ L 1
- 1
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 4 1 0 1 4 1 0 0 + 1 - 4 + 4 - 12 + 1 4 + 0
~ | ~ | ~ | ~
0 - 1 - 3 1 0 1
3 -1 0 1 3 -1
L2→ - 1 ⋅ L2 4
L 1 →L 1 + ⋅ L 2
- 1
1 0 -11 4
~ |
0 1 3 -1
UNI
Viu como não é difícil? Basta utilizar operações sobre linhas de matrizes para
chegar na matriz inversa.
1 2 2
A= 3 7 4
1 5 -3
70
TÓPICO 2 | DETERMINANTES E INVERSÃO DE MATRIZES
1 2 2 1 0 0 1 2 2 1 0 0
3 7 4 | 0 1 0 ~ - 3 + 3 - 6 + 7 - 6 + 4 | - 3 + 0 0 + 1 0 + 0 ~
1 5 - 3 0 0 1 - 1 + 1 - 2 + 5 - 2 - 3 - 1 + 0 0 + 0 0 + 1
3
L 2 →L 2 + ⋅ L 1
- 1
1
L 3 →L 3 + ⋅ L 1
- 1
1 0 6 7 -2 0 0 + 1 0+0 -6+6 - 48 + 7 18 - 2 - 6 + 0
~ 0 1 -2 | -3 1 0 ~ 0+0 0+1 2-2 | 16 - 3 -6+1 2+0
0 0 1 8 -3 1 0 0 1 8 -3 1
6
L 1 →L 1 + ⋅ L 3
- 1
-2
L 2 →L 2 + ⋅ L 3
- 1
1 0 0 - 41 16 - 6
~ 0 1 0 | 13 -5 2
0 0 1 8 -3 1
- 41 16 - 6
-1
A = 13 -5 2
8 -3 1
E
IMPORTANT
71
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você aprendeu que:
o Multiplicar: podemos multiplicar uma linha inteira por uma constante não
nula. Simbolizamos por: L i = α . L i ( α ∈ � * ) .
o Trocar ou permutar: podemos trocar duas linhas inteiras entre si.
Simbolizamos por: Li = Lk.
o Somar ou subtrair: um múltiplo de uma linha a outra linha. Simbolizamos
por: L i = Li + α . L k (α ∈ � * ) .
a b
• A matriz inversa da matriz A = pode ser obtida utilizando
determinante. Assim, c d
d -b
det ( A ) det ( A )
A- 1 =
-c a .
det ( A ) det ( A )
72
AUTOATIVIDADE
a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 e) - 4
2 1 3
2 Encontre a solução da equação 4 -1 n - 1 = 12 .
n 0 n
1 0 2 -1
2 1 3 -2
3 (UFBA-90) Calcule o determinante da matriz: A =
0 0 2 3
1 -1 0 2
4 Dadas as matrizes:
1, se i + j ≠ 4 1, se i + j ≠ 4
( )
A = a ij , com a ij = ( )
e B = b ij , com b ij =
3x4
-1, se i + j = 4
4x3
- 1, se i + j = 4
2 3 -2
6 Resolva a equação 0 1 x =2.
2 x -3
x+1 3 x
7 Seja a matriz quadrada A = 3 x 1 Calcule x de modo que det
A=0 x 2 x-1
Assista ao vídeo de
resolução da questão 7
73
8 (Esam-RN) Assinale a proposição verdadeira:
6 3 -9 4 1 1 3 1
6 5 -9 2 2 6 6 4
a) b)
6 2 -9 -1 2 5 3 3
6 0 -9 3 1 1 1 1
1 1 0 3 1 0 0 0
0 -2 1 -2 -1 -2 0 0
12 Sejam as matrizes: A = e B=
0 0 1 0 2 1 51 103
0 0 0 3 - 3 c) 5 3 4x 0 31 = 100
7x 2 1
Então, calcule o det (A B).
2 0 0
74
2
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Você já iniciou os estudos sobre sistemas lineares no Ensino Fundamental
e no Ensino Médio. Reviu estes conceitos na disciplina de Introdução ao Cálculo
e agora vamos ampliá-los, buscando resolvê-los através do escalonamento e dos
determinantes. Saiba que a solução de equações lineares é o problema central da
álgebra linear.
2 EQUAÇÃO LINEAR
E
IMPORTANT
75
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1) 5 x - 2 y + 8 z = 9
2) x + y - 3 z - 2t = 0 ( equação linear homogênea )
3) 3 x + 2 z = 5 t - y + 6
1) x y + 2 z - t = 4
2) x 2 - 2 y = 4 t - 5
3) x -2z=y+7
E
IMPORTANT
Dois sistemas de equações são equivalentes se, e somente se, toda a solução de
qualquer um dos sistemas também é solução do outro.
76
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
a 11 a 12 a 13 a 1n X 1 b1
a a 22 a 23 a 2n X 2 e B = b 2 para o qual:
A = 21 ,X=
… … … …
a m1 a m2 a m3 a mn X n bn
a 11 a 12 a 13 a 1n X 1 b 1
a 21 a 22 a 23 a 2n ⋅ X 2 = b 2
… … … … … …
a m1 a m2 a m3 a mn X n b n
2x+3y-z=0 2 3 -1
4 x + y + z = 7 a matriz incompleta é: A = 4 1 1
-2x+y+z=4 - 2 1 1
2 3 -1 0
B= 4 1 1 7
- 2 1 1 4
77
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
a 21 x 1 + a 22 x 2 = b 2
a 11 x 1 + a 12 x 2 = b 1
a 11 x 1 + a 12 x 2 = b 1
Solução (x 1
, x2)
⇒
a 21 x 1 + a 22 x 2 = b 2
78
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
a 21 x 1 + a 22 x 2 = b 2
Qualquer ponto
da reta é solução
a 11 x 1 + a 12 x 2 = b 1 do sistema
⇒
a 21 x 1 + a 22 x 2 = b 2
a 11 x 1 + a 12 x 2 = b 1
Como o próprio nome diz, são os sistemas que não têm soluções, ou
seja, não há combinação possível para x1, x2, x3,…, xn de modo a satisfazer,
simultaneamente, todas as m equações do sistema.
As retas que compõem o sistema são paralelas entre si, ou seja, não há
ponto em comum entre elas. Logo, não há solução possível.
a 11 x 1 + a 12 x 2 = b 1
a 21 x 1 + a 22 x 2 = b 2
a 11 x 1 + a 12 x 2 = b 1 Não há solução
⇒
a 21 x 1 + a 22 x 2 = b 2
x+y=8
Exemplo 1: O sistema tem solução única: o par ordenado (3,5).
2x-y=1
Portanto, o sistema linear é possível e determinado.
79
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
x+y=8
Exemplo 2: O sistema tem infinitas soluções. Algumas são
2 x + 2 y = 16
dadas pelos pares ordenados: (0, 8), (1, 7), (2, 6), (3, 5), (4, 4), (5, 3),.... Portanto, o
sistema é possível e indeterminado.
x + y = 10
Exemplo 3: O sistema não tem um par ordenado que satisfaz
- x - y = 10
simultaneamente as equações. Portanto, o sistema é impossível.
80
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
Dx - 24
Obtemos o valor da incógnita x dividindo Dx por D . x = = =3
D -8
Dy -8
E agora, obtemos o valor da incógnita y dividindo Dy por D . y = = =1
D -8
Desta forma, o sistema linear tem como solução {(3, 1)}, sendo um sistema
possível determinado (SPD) e tem como representação geométrica duas retas
concorrentes.
2x+3y=5
Exemplo 2: Resolver o sistema utilizando a regra de Cramer:
3x -2y=1
Resolução:
2 3
D= = ( - 4 ) - ( 9 ) = -13
3 -2
5 3
Dx = = ( - 10 ) - ( 3 ) = - 13
1 -2
2 5
Dy = = ( 2 ) - ( 15 ) = -13
3 1
Dx - 13
x= = =1
D - 13
Dy - 13
y= = =1
D - 13
81
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Desta forma, o sistema linear tem como solução {(1, 1)}, sendo um sistema
possível determinado (SPD) e tem como representação geométrica duas retas
concorrentes.
x-y=3
Exemplo 3: Resolver o sistema , utilizando a regra de Cramer:
3 x - 3 y = 6
Resolução:
1 -1
D= =(-3)-(-3)=0
3 -3
3 -1
Dx = =(-9)-(-6)=-3
6 -3
1 3
Dy = =(6)-(9)=-3
3 6
Dx -3
x= = → SI
D 0
Dy -3
y= = → SI
D 0
x+2y-z=2
Exemplo 4: Calcular os valores de x, y e z, no sistema 2 x - y + 3 z = 9 .
3x+3y-2z=3
82
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
1 2 -1 1 2
D= 2 -1 3 2 -1 = ( 2 + 18 - 6 ) - ( 3 + 9 - 8 ) = 14 - 4 = 10
3 3 -2 3 3
2 2 -1 2 2
Dx = 9 -1 3 9 -1 = ( 4 + 18 - 27 ) - ( 3 + 18 - 36 ) = - 5 + 15 = 10
3 3 -2 3 3
Dx 10
x= = =1
D 10
1 2 -1 1 2
Dy = 2 9 3 2 9 = ( - 18 + 18 - 6 ) - ( - 27 + 9 - 8 ) = - 6 + 26 = 20
3 3 -2 3 3
Dy 20
y= = =2
D 10
1 2 2 1 2
Dz = 2 -1 9 2 -1 = ( - 3 + 54 + 12 ) - ( - 6 + 27 + 12 ) = 63 - 33 = 30
3 3 3 3 3
Dz 30
z= = =3
D 10
TURO S
ESTUDOS FU
83
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
x + y + 2 z = 1 (I) x - z = 3 (II)
Exemplo: Sendo, S 1 = x - z = 3 (II) e S2 = y + z = 2 (III)
y + z = 2 (III) x + y + 2 z = 1 (I)
temos, S 1 ~ S 2 .
x + 2 y = 3 ( I )
Exemplo: Dado S 1 = , multiplicando a equação (II) por
x - y = 0 ( II )
x+ 2y=3 x+2y=3
3, obtemos: S 2 = ⇒ S2 =
(x- y=0) ⋅ 3 3 x - 3 y = 0
84
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
-x-2y=-4
' ( x + 2 y = 4) ⋅ (-1) ' x+2y=4
S1 = ⇒ S1 = x-y=1 . Logo: S 2 =
x- y=1 -3y=-3 -3y=-3
4x-8y+z=-5
x-y+2z=-2
2x-3y+3z=-4
4 -8 1 -5
1 -1 2 | -2
2 -3 3 -4
4 -8 1 -5 1 -1 2 -2
1 -1 2 | -2 ~ 4 -8 1 | -5
2 -3 3 - 4 2 - 3 3 -4
L 1↔ L 2
85
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 -1 2 -2 1 -1 2 -2
4 -8 1 | -5 ~ 0 -4 -7 | 3
2 -3 3 - 4 0 - 1 - 1 0
L 2 →L 2 + ( - 4 ) ⋅ L1
L 3 →L 3 + ( - 2 ) ⋅ L1
1 -1 2 -2 1 -1 2 - 2
Permutando as linhas 2 e 3: 0 - 4 - 7 | 3 ~ 0 -1 -1 | 0
0 -1 -1 0 0 -4 -7 3
L2 ↔ L3
1 -1 2 -2 1 -1 2 -2
0 -1 -1 | 0 ~ 0 -1 -1 | 0
0 -4 -7 3 0 0 -3 3
L 3 →L 3 + ( - 4 ) ⋅ L2
Por fim, façamos a leitura das linhas das matrizes, iniciando pela última linha:
3ª linha:
-3z=3
3
z=
-3
z=-1
2ª linha:
z=-1
-y-z=0
-y- ( -1 ) =0
-y+1=0 -y = - 1
y=1
86
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
1ª linha:
x-y+2z=-2
x- ( 1 ) +2 ⋅ ( -1 ) =-2
x-1-2=-2
x=-2+1+2
x=1
ATENCAO
3 x 1 - 2 x 2 + 5 x 3 = 10
Exemplo 2: Resolva o sistema: x 1 + x 2 + 2 x 3 = 12
- 4 x - 3 x + x = - 34
1 2 3
3 -2 5 10 1 1 2 12
1 1 2 | 12 � 3 - 2 5 | 10
- 4 - 3 1 - 34 - 4 - 3 1 - 34
L 1 ↔L 2
87
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Usando o elemento a11 = 1 como pivô para zerar os elementos a21 = 3 e a31
= -4, teremos:
1 1 2 12 1 1 2 12
3 - 2 5 | 10 ~ 3 - 3 -2-3 5 - 6 | 10 - 36
- 4 - 3 1 - 34 - 4 + 4 -3+4 1+8 - 34 + 48
3
L2 →L2 + ⋅ L1
- 1
-4
L3 → L3 + ⋅ L1
- 1
1 1 2 12
Logo, 0 - 5 - 1 | - 26
0 1 9 14
1 1 2 12 1 1 2 12
.
0 - 5 - 1 | - 26 ~ 0 1 9 | 14
0 1 9 14 0 - 5 - 1 - 26
L 2 ↔L 3
1 1 2 12 1 1 2 12
0 1 9 | 14 ~ 0 1 9 | 14
0 - 5 - 1 - 26 0 + 0 - 5 + 5 - 1 + 45 - 26 + 70
- 5
L 3 →L 3 + ⋅ L 2
- 1
1 1 2 12
Efetuando as operações chegamos à matriz escalonada: 0 1 9 | 14
0 0 44 44
88
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
3ª Linha:
1 y + 9 z = 14
1y+9 ⋅ ( 1 ) = 14
1 y + 9 = 14
y = 14 - 9
y=5
2ª Linha:
1 y + 9 z = 14
1y+9 ⋅ ( 1 ) = 14
1 y + 9 = 14
y = 14 - 9
y=5
1ª Linha:
x + y + 2 z = 12
x+ ( 5 ) + 2 ⋅ ( 1 ) = 12
x + 5 + 2 = 12
x + 7 = 12
x = 12 - 7
x=5
3 x - y + z = - 1
Exemplo 3: Resolver o sistema
x + 2 z = 0
89
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
Resolução: Acadêmico(a), perceba que essa matriz tem duas equações e três
incógnitas, logo, a matriz A será de ordem 2x3. Como a matriz completa tem uma
coluna a mais (a coluna dos resultados), teremos uma matriz 2x4 como ampliada.
3x-y+z=-1 3 -1 1 -1
⇒
x+2z=0 1 0 2 0
Escalonando a matriz:
3 -1 1 -1 1 0 2 0 1 0 2 0
~ ~ ~
1 0
2 0 3 -1 1 -1 3-3 ⋅ 1 -1-3 ⋅ 0 1-3 ⋅ 2 - 1 - 3 ⋅ 0
L 1 ↔L 2 L 2 →L 2 + ( - 3 ) ⋅ L1
1 0 2 0
~
0 -1 -5 -1
Notem que esta matriz já está escalonada e lendo as linhas dessa matriz
teremos duas equações:
1 0 2 0 x+2z=0
⇒
0 -1 -5 -1 -y-5z=-1
Portanto, existem infinitas soluções para esse sistema: para cada valor de
z que considerarmos, teremos valores x e y diferentes associados a ele, a solução
geral é representada por um ponto de três coordenadas (-2z, 1-5z, z) ou por um
-2z
vetor 1 - 5 z .
z
90
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
para z = 0 teremos ( 0 , 1 , 0 )
para z = 1 teremos ( - 2 , - 4 , 1)
3x+y=2
Exemplo 4: Resolver o sistema x - y = 4 .
2x-3y=6
3 1 2 1 -1 4 1 -1 4 1 -1 4
1 - 1 4 ~
3 1 2 ~
3 - 3 ⋅ 1 1 - 3 ⋅ (-1) 2-3 ⋅ 4 ~ 0 4 10 ~
2 - 3 6 2 - 3 6 2 - 2 ⋅ 1 - 3 - 2 ⋅ ( - 1 ) 6 - 2 ⋅ 4 0 - 1 - 2
L 1 ↔L 2 L 2 →L 2 + ( - 3 ) ⋅ L1 L2 ↔ L3
L 3 →L 3 + ( - 2 ) ⋅ L1
1 - 1 4 1 -1 4 1 -1 4
~ 0 - 1 -2 ~ 0 -1 -2 ~ 0 -1 -2
0 4 10 0 4 + 4 ⋅ ( - 1 ) 10 + 4 ⋅ ( - 2 ) 0 0 2
L 3 →L 3 + 4 ⋅ L 2
91
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
No caso de Di ' s , o sistema poderá ser SPI ou SI. Para identificarmos se ele
é SPI ou SI teremos que encontrar todos os Di ’s para saber se o sistema é possível
e indeterminado ou impossível. De que forma?
x-y+z=3
Exemplo 1: Discutir o sistema: 2 x + y - 3 z = 4 .
3x-y+2z=6
1 -1 1
D= 2 1 -1 =3 ≠ 0
3 -1 2
x+2y+z=1
Exemplo 2: Discutir o sistema: 2 x + y - 3 z = 4 .
3 x + 3 y -2 z = 0
Resolução: Calcular D.
1 2 1
D= 2 1 -3 =0
3 3 -2
92
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
1 2 1
Dx = 4 1 -3 = 35 ≠ 0
0 3 -2
x+3y+2z=1
Exemplo 3: Discutir o sistema: - 2 x + y + z = - 2
-x+4y+3z=-1
1 3 2
Resolução: D = -2 1 1 =0
-1 4 3
1 3 2
Dx = -2 1 1 =0
-1 4 3
1 1 2
Dy = -2 -2 1 =0
-1 -1 3
1 3 1
Dz = -2 1 -2 =0
-1 4 -1
93
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
10 x + 30 y = 90
30 x + 20 y = 102
10 x + 30 y = 90 10 x + 30 y = 90
�
30 x + 20 y =102 70 y = 168
3 L1 - L2
168
Assim, y = = 2,4 Substituindo na 1ª equação, temos:
70
90 - 30 ( 2,4 ) 18
x= = = 1,8 .
10 10
2 x + 3 y = 5,40
5 x + 2 y = 9,10
94
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
2 x + 3 y = 5,40 2 x + 3 y =5,40
�
5 x + 2 y = 9,10 11 y = 8,80
5 L 1- 2 L 2
x + y + z = 92 2 x + y = 92
⇒
x + 5 y + 10 z = 500 11 x + 5 y = 500
Escalonando, temos:
2 x + y = 92 2 x + y = 92
�
11 x + 5 y = 500 y = 12
11 . L 1 - 2 . L 2
Escalonando o sistema:
x + y = 14 x + y = 14
� ⇒ x=1
40 x - 40 y = 240 80 y = 320 ⇒ y = 4
40 . L 1 - L 2
Resposta: Logo, o valor do cheque era (10). (R$ 10,00) + (4). (R$ 50,00) = R$
300,00.
LEITURA COMPLEMENTAR
MATRIZES E CRIPTOGRAFIA
3 1 1 -1
A= B=
2 1 - 2 3
A B C D E F G H I J
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
96
TÓPICO 3 | SISTEMAS LINEARES E SEU ENSINO
K L M N O P Q R S T
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
U V W X Y Z . ! #
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
EU#ACREDITO#NA#EDUCACAO.
5 21 29 1 3 18 5 4 9 20 15 29 14 1 29 5 4 21 3 1 3 1 15 27
5 21 29 1 3 18 5 4 9 20 15 29
M=
14 1 29 5 4 21 3 1 3 1 15 27
3 1 5 21 29 1 3 18 5 4 9 20 15 29
N= .
2 1 14 1 29 5 4 21 3 1 3 1 15 27
Assim;
29 64 116 8 13 75 18 13 30 61 60 114
N=
24 43 87 7 10 57 13 9 21 41 45 85
97
UNIDADE 1 | MATRIZES E SISTEMAS LINEARES
1 -1 29 64 116 8 13 75 18 13 30 61 60 114
BN = .
- 2 3 24 43 87 7 10 57 13 9 21 41 45 85
5 21 29 1 3 18 5 4 9 20 15 29
BN =
14 1 29 5 4 21 3 1 3 1 15 27
5 21 29 1 3 18 5 4 9 20 15 29 14 1 29 5 4 21 3 1 3 1 15 27
EU#ACREDITO#NA#EDUCACAO.
98
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
• Um sistema linear pode ser resolvido através da regra de Cramer, a qual afirma
que todo sistema normal tem uma única solução dada por:
D xi
Xi =
D
99
AUTOATIVIDADE
2x1 + 3x2 - x3 = 0
1 Seja o sistema S1 : x1 - 2x2 + x3 = 5
-x +x +x =-2
1 2 3
x + 2y = 5 3x - 4y = 1
a) b)
2x - 3y = - 4 x + 3y = 9
x+y+z=-1
x+z+t=5
y+z+t=7
x + y + t = 4
2x-y+z=1
4 (UFBA) Dado o sistema x + 2 y - z = - 3 , qual o valor de x + y + z?
3 x + 4 y + 2 z = - 5
a+y+z=7
5 (ACAFE) Considerando o sistema 2 x + y - z = 9 , qual o valor da
incógnita z? x - 2 y + 2 z = 2
100
x-y+2z=2
6 O sistema linear 2 x + 3 y + 4 z = 9
x+4y+2z=7
3 x + my = 2
8 Discuta o sistema
x-y=1
x-y=2
9 Determine m, de modo que o sistema x + my + z = 0 seja impossível.
-x+y-z=4
3x-2y=0
10 Verifique se o sistema é determinado ou indeterminado.
x+y=0
2x-y+3z=0
11 Determine m para que o sistema x + 4 y - 5 z = 0 tenha única solução.
3 x + my + 2 z = 0
2x+3y+z=1
a) 3 x - 3 y + z = 8
2y+z=0
x+2y+z=7
c) 2 x + 7 y + z = 21
-3x-5y+2z=-8
x+y+z=6
b) 4 x + 2 y - z = 5
x + 3 y + 2 z = 13
Assista ao vídeo de
resolução da questão 11
101
13 (UERJ) Observe a tabela de compras realizadas por Mariana.
a) 11 c) 13
b) 12 d) 14
2 x ( x - 1 ) + y ( x - 1 ) = 4 ( x - 1 )
2
x + y = 7
a) 1 c) 3
b) 2 d) 4
15 (UERJ) Jorge quer distribuir entre seus filhos os ingressos ganhos para um
show. Se cada um de seus filhos ganhar 4 ingressos, sobrarão 5 ingressos; se
cada um ganhar 6 ingressos, ficarão faltando 5 ingressos. Podemos concluir
que Jorge ganhou o número total de ingressos correspondente a:
a) 15 c) 29
b) 25 d) 34
a) 12 b) 28 c) 40 d) 92
102
17 (UERJ) Numa granja há patos, marrecos e galinhas num total de 50 aves. Os
patos são vendidos a R$ 12,00 a unidade, as galinhas a R$ 5,00 e os marrecos
a R$ 15,00. Considere um comerciante que tenha gastado R$ 440,00 na
compra de aves desses três tipos e que tenha comprado mais patos do que
marrecos. O número de patos que esse comerciante comprou foi igual a:
a) 25 c) 12
b) 20 d) 10
a) 4 b) 5 c) 6 d) 7
a) R$ 1658,00 c) R$ 2340,00
b) R$ 1568,00 d) R$ 1348,00
II- Considere agora o Quadro III, que indica a quantia arrecadada na venda
de certa quantidade dos livros A e B (valores em reais). Utilizando esses
dados e os apresentados no Quadro II, a quantidade vendida do livro A (ao
preço regular, edição de luxo) e a quantidade vendida do livro B (ao preço
de oferta, edição de bolso) foram, respectivamente.
ESPAÇOS VETORIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você estará apto a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que reforçarão seu aprendizado.
TÓPICO 1 – VETORES
TÓPICO 2 – OPERAÇÕES VETORIAIS
TÓPICO 3 – ESPAÇO VETORIAL
Assista ao vídeo
desta unidade.
105
106
UNIDADE 2
TÓPICO 1
VETORES
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), até o momento você desenvolveu conhecimentos
que serão de grande serventia para o nosso estudo de vetores. Por esse motivo,
quando houver necessidade, retorne aos estudos do tópico anterior.
2 DEFINIÇÃO DE VETOR
Geometricamente, vetores são representados por segmentos de retas
orientados no plano ou no espaço. A ponta da seta do segmento orientado é
chamada ponto final ou extremidade (B) e o outro ponto extremo é chamado de
ponto inicial ou origem (A) do segmento orientado. O seu comprimento indica a
magnitude do vetor e sua seta orienta a direção e o sentido.
107
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
FIGURA 1 - VETOR
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
108
TÓPICO 1 | VETORES
Dado um vetor: v = (v 1
, v2 , v3 ) ⇒ v = v1 x + v2 y + v3 z
FONTE:O autor
109
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
↑
3
1
↑
0 1 2 3 x
Ligue o ponto inicial com a intersecção do ponto do vetor com uma reta e
uma seta na intersecção.
110
TÓPICO 1 | VETORES
↑
3
2
↑
z
1
↑
0 1 2 3 x
3 ↑
2
1
↑
1 2 3 y
1
↑
2
x
Agora que a ligação dos pontos dados foi encontrada e podemos observar
os três retângulos formados, basta desenhar o restante de um paralelepípedo que
se forma com linhas tracejadas.
111
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
↑
3
↑
1 2 3 y
1
↑
2
x
↑
3
2
υ
↑
1
↑
1 2 3 y
1
↑
2
x
112
TÓPICO 1 | VETORES
3 ↑
2 B
↑
1
A
↑
0 1 2 3 x
FONTE: O autor
Resolução:
AB =B-A AC BC = - B= C - B
C=BC
C=-==C
ACC- -A-A A
AB
= - A
AB
AB =BB = -BA- A ACAC =AC
BC BC C
=C - B- B
= ( 3,1 ) - ( 1,2 )
= (=BC 2( ,2=5, ()52-), (-53(),31- , ()13) , 1 )
AB
=( 3(=3, (1, 31) ,-)1(-)1(-1, (2, 12) , )2 ) ACC=-==C
ACC- -A-A A
AB BCBC
AB=AB ACAC =AC
BC = ( 2 , 5 ) - ( 3 , 1 )
= ( 3-1,1-2 ) AC=2==-((1222,- -1-511,-,,2555- -2-22 ))
BC (= 2( -2(3- ,35, -5)1- )1 ) )
BC = (=BC
AB
=( 3(=3- (1-31, -1, 11- ,2-12) - )2 )
AB
AB=AB ACAC =AC( (
) ) BC
2 - =3 , 52 - 13 , 5 - 1
= ( 2,-1 )
AC=1==, ((1311, ,,333 ))
BC (= -(1-(,1)4, )4 ) )
AB AB
=( 2(=2, (-, 21- ,1) - )1 )
AB=AB ACAC =AC( ( ) ) BCBC = (=BC - 1 =, 4 - 1 , 4
113
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
v1
v
v= 2 ⇒ v=
(v ,v
1 2
, , vn )
vn
Podemos constatar, com tudo o que já foi visto, que as principais características
que definem os vetores são: orientação por meio de uma seta, que indicará sua
direção e sentido; comprimento, que mostrará a amplitude de sua magnitude; e
demonstração por meio algébrico, uma matriz ou, ainda, de forma geométrica.
FONTE: O autor
• Exemplo 1: podemos notar que os vetores não são iguais, pois possuem mesmo
comprimento, mesma direção, mas em sentidos opostos.
• Exemplo 2: os vetores também não são equivalentes, pois apresentam mesma
direção e mesmo sentido, mas ao verificarmos seu comprimento notamos que
são diferentes.
• Exemplo 3: foge de quase todos os três quesitos que deveriam ser comtemplados.
A única igualdade está em seu comprimento, direção e sentido são diferentes.
Não são iguais.
114
TÓPICO 1 | VETORES
E
IMPORTANT
Propriedade da norma:
α . v = ( α . v ) ( α . v ) = α 2 ( v . v ) = α ( v . v ) = α . v . (ou não
existe comprimento, ou ele será maior que zero).
115
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resolução:
v = 4 2 + 32 = 5
z = 1 2 + 42 = 10
w = 1 2 + 3 2 + 52 = 35
↑
k
↑
↑
j y
↑
i
↑
116
TÓPICO 1 | VETORES
i = (1, 00 ) ,
j = ( 0 ,1, 0 )
k = ( 0 , 0 ,1)
v = ( -4 ) 2
+ 3² = 5
1
Como ele não é unitário, aplicaremos a fórmula: u = ⋅ v
v
1
Trocando os dados: u =
5
⋅ ( -4,3 )
Aplicando a distributiva:
1
u=
5
⋅ ( -4,3 )
1 1
u= ⋅ ( -4 ) , ⋅ 3
5 5
4 3
Fazendo as multiplicações: u = - ,
5 5
Este novo vetor terá mesma direção e sentido com seu comprimento igual
a 1 u.c.
117
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
3.1 ADIÇÃO
Ao fazer a soma de vetores podemos observar geometricamente de duas
formas o que acontece.
FONTE: O autor
Então: z + v = (z 1
+ v1 ) , ( z2 + v2 ) ,… , ( zn + vn )
I . z + v = v + z ( comutativa )
Seja z (=
2 , 3) e v )(1, 5 ) (1, 5)
= 2, 3 e v
Seja z (=
=
z+v=v+z
z+v=v+z
( 2, 3) +((21,,35))+=((11,,55))=+((12, 5, 3))+ ( 2, 3)
( 2 + 1, 3 + 5 = (1 + 2 , 5( + 3)
( 2 + 1, 3 + 5 = 1 + 2 , 5 + 3)
E
IMPORTANT
A leitura da quarta propriedade é: dado o vetor v existe um vetor −v� tal que
o vetor v somado pelo vetor −v� resulta no vetor nulo.
a) z + t
Resolução:
z+t= ( 3, 2 ) + ( - 2, 3 )
= ( 3+ ( -2 ) ,2+3 ) Visão geométrica
da soma pela
= ( 1,5 )
z+t
t regra do
Paralelogramo
z
119
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
b) z + υ + t
t
Visão
z + v + t = ( 3, 2 ) + (1, 5 ) + ( - 2, 3 ) geométrica
= (3 + 1 + ( - 2 ) , 2 + 5 + 3 ) da soma pela
z+υ+t
regra do
= ( 2, 10 ) υ
Poligonal
( - 2)
2
z = + 2² = 8= 2 2
v = 1² + 3² = 10
z + v =
2 2 + 10
120
TÓPICO 1 | VETORES
( - 2, 2 ) + (1, 3) =
( - 1 + 5)
( -1+ 5 ) ( -1 )
2
= + 5² = 26
z = ( z1 , z2 ,… , zn ) ,
v = ( v1 , v2 ,… , vn )
z+ ( - v ) = ( z + ( - v ) ) , ( z + ( - v ) ) ,… , ( z
1 1 2 2 n
+ ( - v ))
n
z + ( - v ) = ( z - v ) , ( z - v ) ,… , ( z - v )
1 1 2 2 n n
Resolução:
z+ ( -v ) = ( z -v ) , ( z -v )
1 1 2 2
z + ( - v ) = (( 3 - ( - 2 )) , ( 2 - 3 )
z+ ( -v ) = ( 5,-1 ) z-t
t
z
Seja:
= v (v , v
1 2
,… , vn ) e α um escalar
α ⋅ v = α ⋅ ( v1 , v2 ,…,vn )
α ⋅ v = ( α ⋅ v1 , α ⋅ v2 ,…, α ⋅ vn )
122
TÓPICO 1 | VETORES
Seja α = 2, β = - 3 e v = ( 1, 2 )
( α ⋅ β ) ⋅ v = α ⋅ ( β ⋅ v)
(2⋅ ( - 3 ) ) ⋅ ( 1, 2 ) = 2 ⋅ ( ( - 3 ) ⋅ ( 1, 2 ) )
( - 6 ) ⋅ ( 1, 2 ) = 2 ⋅ ( - 3 , - 6 )
( - 6 , - 12 ) = ( - 6, - 12 )
Podemos notar que para cada coeficiente do vetor, todos os mesmos serão
multiplicados pelo escalar (número real) e, como resultado, um vetor que sempre
apresentará as características geométricas abaixo:
• Sempre terá mesma direção (exceto quando multiplicado por 0, pois teremos
um vetor nulo).
• Pode mudar seu sentido quando multiplicado por um número negativo.
• Será alterado seu comprimento quando multiplicado por um número diferente
de 1 ou -1.
o vetor z
Exemplo 10: Dado= (=
- 2 , 4 ) e v (1, 2 ) , determine:
a) 3 . z ₌
123
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resposta:
= 3 ⋅ ( - 2 , 4)
= ( 3 ⋅ ( - 2 ), 3 ⋅ 4 )
= ( - 6 , 12 )
b) ( z + υ ) . 2 ₌
Resposta:
= ( ( - 2 , 4 ) + ( 1, 2 ) ) ⋅ 2
= (( - 2 ) + 1 , 4 + 2 ) ⋅ 2
= ( -1,6 ) ⋅ 2
= (( - 1 ) ⋅ 2 , 6 ⋅ 2 )
= ( - 2 , 12 )
c) ( -2 ) ⋅ z+v ⋅ z=
( -1,6 ) ( -1 )
2
= + 6² = 37
Então z + v = 37
( -2 ) ⋅ z+v ⋅ z
= ( -2 ) ⋅ 37 ⋅ z
-2 37 ⋅ ( -2,4 )
= (( - 2 37 ) ⋅ ( -2 ) , ( -2 37 ) ⋅4)
= (4 37 , ( -8 37 ))
124
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos que:
z+v= ( z + v ) , ( z + v ) ,… , ( z + v )
1 1 2 2 n n
z + ( - v ) =( z + ( - v ) ) , ( z + ( - v ) ) ,… , ( z + ( - v ) )
1 1 2 2 n n
125
AUTOATIVIDADE
a) v = ( 2,-1 ) c) w = ( 3, 2)
b) t = ( 1, 2, 2 ) d) z = ( 2,1,1 )
2 Dados os pontos A ( 2 , 3 ) , B ( - 1 , 2 ) , C ( 4 , - 2 ) , D ( 1 , - 1 ) e
E ( - 2 , - 1 ) determine os vetores formados pelos segmentos:
a) CB = c) EA =
b) DB = d) AC =
a) 2 z + 3t =
d) -t-v =
b) z - v =
e) 3 t - 2 v =
c) z - v + t =
a) v+t =5
b) t =6
Assista ao vídeo de
resolução da questão 5
126
UNIDADE 2 TÓPICO 2
OPERAÇÕES VETORIAIS
1 INTRODUÇÃO
Com os conceitos estudados no tópico anterior, começamos agora o
estudo de outras operações envolvendo vetores. Estas operações nos ajudarão
a dar entendimento do comportamento dos vetores no que se refere às suas
relativas posições.
Poderemos notar que para cada operação, a mesma estará ligada a pelo
menos uma aplicação na resolução de problemas, como: o ângulo formado entre
os vetores, se os vetores são paralelos, para o cálculo de área de triângulos e
paralelogramos e o cálculo do volume de tetraedros e paralelepípedos.
2 PRODUTO ESCALAR
O produto escalar (ou produto interno) é a multiplicação entre dois
vetores cujo resultado é um escalar (um número real), podendo ser denotado por:
z ⋅ v ou z , v
Sendo:
z= ( z , z ,… , z )
1 2 n
v = ( v , v ,… , v )
1 2 n
z ⋅ v = z1 ⋅ v1 + z2 ⋅ v2 + … + zn ⋅ vn
I . z ⋅ v = v ⋅ z ( comutativa )
127
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
II . z ⋅ ( v + t ) = z ⋅ v + z ⋅ t ( distributiva )
III . α ⋅ (z ⋅ v)=(α ⋅ z ) ⋅ v=z ⋅ (α ⋅ v ) ( associativa com escalar )
Seja: z ⋅ (v⋅t)=(z⋅v) ⋅ t
Não faz nenhum sentido multiplicar dois vetores para ter um escalar, o
resultado seria um outro vetor.
z ⋅ v=1 ⋅ ( -2 ) +2 ⋅ 3
z ⋅ v=-2+6=4
z ⋅ v= z ⋅ v ⋅ cos θ
128
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
z-v
θ
z
FONTE: O autor
2 2 2
z-v = z + v -2 ⋅ z ⋅ v ⋅ cos θ
z- v = ( z ,z ) - ( v , v ) = ( z - v ) , ( z -
1 2 1 2 1 1 2
v2 )
z- v = ( z - v ) + ( z - v )
2 2
1 1 2 2
z = u 12 + u 22
v = v 12 + v 22
( ) +( ) -2 ⋅
2 2 2
( ) ( )
2 2
z1 - v1 + z2 - v2 = z12 + z 22 v12 + v 22 z ⋅ v ⋅ cos θ
129
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Desenvolvendo os quadrados:
z 12 - 2 ⋅ z 1 ⋅ v 1 + v 12 + z 22 - 2 ⋅ z 2 ⋅ v 2 + v 22 = z 12 + z 22 + v 12 + v 22 - 2 ⋅ z ⋅ v ⋅ cos θ
- 2 ⋅ z1 ⋅ v1 - 2 ⋅ z2 ⋅ v2 = - 2 ⋅ z ⋅ v ⋅ cos θ
z ⋅ v = z ⋅ v ⋅ cos θ
FONTE: O autor
130
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
z ⋅ v
cos θ =
z ⋅ v
cos θ =
( 1, 1, 2 ) ⋅ ( 2, - 1, 1 )
( 1, 1, 2 ) ⋅ ( 2, - 1, 1 )
2-1+2
cos θ =
2 2
1 + 1 + 2² ⋅ 22 + ( - 1 ) ² + 1²
3
cos θ =
6 ⋅ 6
3
cos θ =
6
1
cos θ = ⇒ θ = 60°
2
Para que dois vetores sejam perpendiculares, basta que o produto escalar
entre eles seja zero.
Resposta:
z ⋅ v= ( 2,-3,1 ) ⋅ ( -2,-1,1 )
z ⋅ v=2 ⋅ ( -2 ) + ( -3 ) ⋅ ( -1 ) +1 ⋅ 1
z ⋅ v= -4+3+1=0
Exemplo 14: Qual o valor que x pode assumir para que o ângulo entre
os vetores z = ( - 1 , 2 ) e v = ( 4 , x ) seja agudo?
131
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resposta:
z ⋅ v= ( -1,2 ) n ( 3,x )
z ⋅ v= ( -1 ) ⋅ 2+2 ⋅ x
Para formar um ângulo agudo, basta que o produto escalar seja maior
que zero.
( -1 ) ⋅ 4+2 ⋅ x>0
-4+2 ⋅ x>0
2 ⋅ x>4
4
x> =2
2
3 PRODUTO VETORIAL
O produto vetorial é de grande utilidade para a física para analisar o
comportamento no eletromagnetismo, mecânica de corpos rígidos e dos fluidos.
Na matemática, o produto vetorial aplica-se a vetores em R³ resolvendo problemas
na geometria, onde o produto entre dois vetores tem como solução um novo
vetor, simultaneamente ortogonal aos outros dois. A representação do produto
vetorial entre dois vetores é denotada por z × u , veja a ilustração:
z×u
z×u
z×u
132
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
i× j =k i × k =- j j×k =i
j × i =- k k × i =j k × j =- i
i×i = j× j = k×k =0
Observe o macete que pode ser utilizado para decorar os produtos entre
os vetores.
133
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Agora que já definimos como deve ser o produto vetorial, basta vermos
como se calcula este produto. Uma das formas é por coordenadas cartesianas.
w = ( w1 , w2 ,w3 )
Observe que as coordenadas de x, y e
v = ( v1 , v2 ,v3 ) z foram trocadas pelos vetores unitários (i,j e
k) apresentados na regra da mão direita que
i j k seguem respectivamente os eixos.
w × v = det w1 w2 w3
v1 v2 v3
134
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
w w3 w1 w3 w1 w2
w × v = det 2 , - det , det
v2 v3 v1 v3 v1 v2
i j k i j
w1 w2 w3 w1 w2
v1 v2 v3 v1 v2
w = ( w1i + w2 j + w3 k )
v = ( v1i + v2 j + v3 k )
= w1 ⋅ v1 ( i × i) +w ⋅ v ( i×j ) +w ⋅ v ( i×k ) +
1 2 1 3
135
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
= 0 + w1 ⋅ v2 ( k ) +w 1
⋅ v3 ( - j
)+
w2 ⋅ v1 ( - k ) +0+w 2
⋅ v (i)+
3
w3 ⋅ v1 ( j ) +w 3
⋅ v2 ( -i ) +0
Juntando os mesmos valores de i , j e k
w×v= (w 2
⋅ v3 - w 3 ⋅ v2 ) i- (w
1
⋅ v3 - w3 ⋅ v1 ) j+ (w
1
⋅ v2 - w2 ⋅ v1 )k
I . z × v = - v × z ( anticomutativa )
Seja z = ( 2 , 0 ,1) e v = ( 3, 2 , 2 )
z×v = - v× z
i j k i j k
det 2 0 1 = - det 3 2 2
3 2 2 2 0 1
( 0 - 2 ) i - ( 4 - 3) j + ( 4 - 0 ) k = - ( 2 - 0 ) i- ( 3 - 4 ) j + ( 0 - 4 ) k
- 2i - j + 4 k = - 2i + j - 4 k
- 2i - j + 4 k = - 2 i - j + 4 k
II . z×( v + w ) = z × v + z ×w ( distributiva )
III . α ⋅ ( z×v ) = (α ⋅ z ) ×v=z× (α ⋅ v ) ( associativa por escalar )
IV . z × v = 0 ( somente quando z e v forem múltiplo escalar umdo outro )
136
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
i j k
z × v = det z1 z2 z3
v1 v2 v3
i j k
z × v = det - 1 0 2
3 1 -2
0 2 -1 2 -1 0
z × v = det , - det , det
1 -2 3 -2 3 1
z×v = ( -2,4,-1 )
i j k i j
z × v = det - 1 0 2 -1 0
3 1 -2 3 1
Fazendo as multiplicações: z × v = 0 + 6 ⋅ j - k - (0 + 2 ⋅ i + 2 ⋅ j )
z×v=6 ⋅ j - k -2 ⋅ i - 2 ⋅ j
Juntando os termos:
z×v= -2 ⋅ i + 4 ⋅ j-k
z×v= ( -2,4,-1 )
137
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
z z
z . sen θ z
θ θ
v v
z ⋅ v ⋅ sen θ
A= A= z ⋅ v ⋅ sen θ
2
ou ou
z×v
A= A= z×v
2
138
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
i j k
z × v = det 1 1 2
- 2 1 2
1 2 1 2 1 1
z × v = det , - det , det
1 2 - 2 2 - 2 1
z×v= ( 0, - 6, 3 )
( -6 )
2
z×v = 02 + + 32
z×v = 45
A= 45 u . c .
z
h
z × v
A=
2
i j k
z × v = det 4 -5 0
0 4 -3
139
- 5 0 4 0 4 -5
z × v = det , - det , det
z × v = det 4 -5 0
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
0 4 - 3
- 5 0 4 0 4 -5
z × v = det , - det , det
4
4 -3 0 -3 0
z × v = (15,12 ,16 )
Então:
25
A=
2
A = 12 , 5 cm2
Note que temos três incógnitas na fórmula acima: área, base e altura. A
área do triângulo sabemos, a base é possível encontrar a partir do vetor v e
posteriormente encontramos a sua altura. Calculando a norma do vetor v .
( - 3)
2
v = 02 + 42 +
v = 16 + 9
v = 5 cm
A C
Para desenvolver o cálculo da área por produto vetorial devemos optar por
dois segmentos que têm o mesmo vértice em comum para transformá-los em vetor.
AB = B - A AC = C - A
AB = ( - 1, - 3, 3) - ( 2 , - 1, 4 ) C= ( 1, - 2,1) - ( 2, - 1, 4 )
AB = ( - 3, - 2 , - 1) AC = ( - 1, - 1, - 3)
AB × AC
A=
2
i j k
AB × AC = det - 3 - 2 - 1
- 1 - 1 - 3
AB × AC = ( 5, - 8,1 )
( -8 )
2
AB × AC = 52 + + 12
AB × AC = 90
141
( -8 )
2
AB × AC = 52 + + 12
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
AB × AC = 90
AB × AC = 3 10
Então:
AB × AC 3 10
A= = u.a.
2 2
4 PRODUTO MISTO
O produto misto tem este nome por envolver duas operações entre
vetores ao mesmo tempo, o escalar e o vetorial. O resultado obtido sempre será
um número real e a denotação é feita por: z ⋅ ( w × v ) ou ( z , w , v).
w w3 w1 w3 w1 w2
Já sabemos que: w × v = det 2 , - det , det
v2 v3 v1 v3 v1 v2
Então:
w w3 w1 w3 w1 w2
z ⋅ ( w×v ) = ( z 1
, z2 ,z3 ) ⋅ det 2
, - det , det
v2 v3 v1 v3 v1 v2
w w3 w1 w3 w1 w2
= det 2 ⋅ z1 - det ⋅ z2 + det ⋅ z3
v2 v3 v1 v3 v1 v2
z1 z2 z3
Com isso definimos que: z ⋅ ( w×v ) = det w1 w2 w3
v1 v2 v3
Resposta:
142
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
z1 z2 z3
z ⋅ ( w×v ) = det w1 w2 w3
v1 v2 v3
1 2 3
= det 2 3 --1
0 -2 1
1 2 3 1 2
= det 2 3 -1 2 3
0 -2 1 0 -2
= 3 + 0 - 12 - ( 0 + 2 + 4 )
z ⋅ ( w × v ) = --15
15
z1 z2 z3 z1 z2 z3
1
A = det w1 w2 w3 A= ⋅ det w1 w2 w3
6
v1 v2 v3 v1 v2 v3
ou ou
1
A= z ⋅ ( w × v) A= ⋅ z ⋅ (w × v)
6
Paralelepípedo Tetraedro
143
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
zew z1 z2 z3
det w1 w2 w3 = 0
v1 v2 v 3
z = aw
então :
aw = az
aw1 aw2 aw3
det w1 w2 w3 = 0
v1 v2 v3
144
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
Resposta:
z1 z2 z3
A = det w1 w2 w3
v1 v2 v3
x 5 0
24 = det 1 1 -1
3 - 2 1
24 = - x - 20
- x - 20 = 24
x = - 44
ou:
- x - 20 = - 24
x=4
Portanto:
x = - 44 ou x = 4
145
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
1
A=
6
⋅ z ⋅ (w × v )
6 2 2
z ⋅ (w × v ) = det 3 4 1 = 36
3 1 3
1
Portanto, temos que o volume é: A = ⋅ 36 = 6 u . v .
6
v = ( v1 , v2 , v3 )
w = ( w1 , w2 , w3 )
Então:
v=k ⋅ w
(v , v
1 2
, v3 ) = k ⋅ ( w1 , w2 , w3 )
(w , w
1 2
, w3 ) = (k ⋅ w1 , k ⋅ w2 , k ⋅ w3 )
v1 = k ⋅ w1
v2 = k ⋅ w 2
v3 = k ⋅ w3
v1 v v
= 2 = 3 =k
w1 w2 w3
146
TÓPICO 2 | OPERAÇÕES VETORIAIS
Resposta:
v1 v v
= 2 = 3 =k
w1 w2 w3
2 -3 4 1
= = = k ⇒ k =
4 -6 8 2
Ou seja:
1
v= ⋅ w
2
( 2,1) = ( n , 2 ⋅ n ) + ( - n , n )
1 1 2 2
n1 - n2 = 2
Pela igualdade de vetores, teremos o sistema:
2 ⋅ n1 + n2 = 1
147
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Logo, temos:
w = n1 ⋅ AB + n2 ⋅ v
w = AB - v
Resposta:
a -1 4 -4
= =
-3 3 2b + 2
a -1 4
=
-3 3
e
4 -4
=
3 2b + 2
5
−3
a= e b=
−
2
148
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
• O produto escalar entre vetores possui este nome, pois após esta operação o
resultado é um escalar, denotado e definido por: z ⋅ v = z1 ⋅ v1 + z2 ⋅ v2 + … + zn ⋅ vn
oz ⋅ v= 0 (vetores perpendiculares).
o z ⋅ v ≥ 0 (vetores formando um ângulo agudo).
o z ⋅ v ≤ 0 (vetores formando um ângulo obtuso).
• Com o produto escalar é possível encontrar o ângulo entre dois vetores por:
z⋅v
cos θ = .
z ⋅ v
• O produto vetorial possui este nome devido a que o resultado após a operação
é um vetor, ortogonal aos outros dois vetores. É denotação e definido por:
w2 w3 w1 w3 w1 w2
w × v = det , - det , det .
v2
v2 v3 v1 v3 v1
• Caso o produto vetorial seja igual a zero, então os vetores são colineares.
149
• A norma do produto misto é o volume de um paralelepípedo definido pelos
vetores do produto. Um sexto deste valor é o volume do tetraedro definido
pelos mesmos.
150
AUTOATIVIDADE
a) u = ( 4i + j +6k ) e v= ( -3j + 2k )
1 -1
b) u = 1 e u = 0
1 0
7 - 8
c) u = 3 e u = 4
5 2
151
8 Determine o volume do paralelepípedo determinado pelos vetores
= u ( 3=
, - 1, 4 ) , v (=
2 , 0 ,1) e w ( - 2 ,1, 5 ) .
a) A ( 3, 0, 0 ) , B ( 0, 3, 0 ) e C ( 0, 0, 2)
b) A ( 2, 3, 0 ) , B ( 0, 2, 1) e C ( 2, 0, 2)
11 O vetor v = ( - 1, - 1 , - 2 ) forma um ângulo de 60° com o vetor AB ,
onde A ( 0, 3, 4 ) .e B ( m, - 1, 2 ) . Calcular o valor de m.
Assista ao vídeo de
resolução da questão 11
152
UNIDADE 2
TÓPICO 3
ESPAÇOS VETORIAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico da Unidade 2 estudaremos os Espaços e Subespaços
Vetoriais e as bases. Um exemplo simples é o plano em ao traçarmos uma reta
que passa pela origem do plano, esta reta pode ser vista como um Subespaço
Vetorial do � 2 . Para verificar se um conjunto de � 2 vetores é um Espaço
ou Subespaço Vetorial, iremos recorrer a duas operações: a adição de vetores e a
multiplicação por escalar.
2 DEFINIÇÃO
Espaços como � 2 e � 3 estão bem definidos e podemos facilmente
entender sua dimensão em operações que realizamos. Estas operações, como
igualdade, soma, multiplicação por escalar, se aplicarão também para espaços em
dimensões em � n .
Seja um conjunto V, não vazio, sobre o qual estão definidas duas operações:
adição e multiplicação por escalar, isto é: ∀u, v ∈ V , u + v ∈ V (Para todo vetor
u e v pertencente ao conjunto V, a soma dos vetores u e v deve pertencer ao
conjunto V).
153
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
UNI
A
A)) Em relação à adição :
A11)) u + ( v + w ) = ( u + v ) + w, ∀u, v , w ∈ V
A
A
A2)
2) u + v = v + u, ∀u, v ∈ V
A
A33)) ∃0 ∈ V, ∀u ∈ V ,u + 0 =u
A 4) ∀u ∈ V, ∃( - u ) ∈ V,u + ( - u ) =
A4) 0
154
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Prove que V é um Espaço Vetorial, caso contrário, diga qual dos axiomas
não está compreendido.
A1) u + ( v + w ) = ( u + v ) + w
u + ( v + w ) = (u + v ) + w
( x , y ) + ( ( x , y ) + ( x , y ) ) =( ( x , y ) + ( x , y ) ) + ( x , y )
1 1 2 2 3 3 1 1 2 2 3 3
( x , y ) + (( x + x ) + ( y + y )) = (( x + x ) + ( y + y )) + ( x , y )
1 1 2 3 2 3 1 2 1 2 3 3
(x + x + x ,y + y + y ) = (x + x + x ,y + y + y )
1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
A1 verificado
A 2) u + v = v + u
u+v =v+u
(x ,y ) + (x ,y ) = (x
1 1 2 2 2
, y2 ) + ( x1 , y1 )
(x + x ) + (y + y ) = (x
1 2 1 2 2
+ x1 ) + ( y2 + y1 )
A2 verificado
A3) u + 0 =u
u+0=u
( x , y ) + ( 0, 0 ) =
1 1 (x ,y ) 1 1
(x ,y ) = (x ,y )
1 1 1 1
A3 verificado
155
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
A 4) u + ( - u ) =
0
u + ( - u) =
0
( x , y ) + ( - x ,- y ) =
1 1 ( 0, 0 ) 1 1
( x - x , y - y ) = ( 0, 0 )
1 1 1 1
( 0, 0 ) = ( 0, 0 )
A4 verificado
M1) (αβ ) ⋅ u = α ⋅ ( β ⋅ u )
(α β ) ⋅ u = α ⋅ ( β ⋅ u )
(α β ) ⋅ ( x , y ) = α ⋅ ( β ⋅ ( x , y ) )
1 1 1 1
(α β x , α β y ) = α ⋅ ( β x , β y )
1 1 1 1
(α β x , α β y ) = (α β x , α β y )
1 1 1 1
M1 verificado
M2) (α + β ) ⋅ u = α ⋅ u + β ⋅ u
(α + β ) ⋅ u = α ⋅ u + β ⋅ u
(α + β ) ⋅ ( x , y ) = α ⋅ ( x , y ) + β ⋅ ( x , y )
1 1 1 1 1 1
( (α + β ) x , (α + β ) y ) = (α x , α y ) + ( β x , β y )
1 1 1 1 1 1
(α x + β x ) , (α y + β y ) = (α x + β x ) , ( α y + β y )
1 1 1 1 1 1 1 1
M 2 verificado
M3) α ⋅ ( u + v ) = α ⋅ u + α ⋅ v
α ⋅ (u + v ) = α ⋅ u + α ⋅ v
α ⋅(( x , y ) + ( x , y )) = α ⋅ ( x , y ) + α ⋅ ( x , y )
1 1 2 2 1 1 2 2
α ⋅ (( x + x ) + ( y + y )) = ( α x , α y ) + ( α x , α y )
1 2 1 2 1 1 2 2
α ⋅ (( x + y ) , ( x + y )) = ( α x + α x ) , ( α y + α y )
1 1 2 2 1 2 1 2
( α x1 + α x2 ) , ( α y1 + α y2 ) = ( α x1 + α x2 ) , ( α y1 + α y2 )
M 3 verificado
156
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
M4) 1 ⋅ u = u
1 ⋅ u=u
1 ⋅ (x 1
, y1 ) = (x 1
, y1 )
(x1
, y1 ) = (x 1
,y1 )
M 4 verificado
• ( a, b ) + ( c , d ) = ( a + c , b + d )
• β ( a, b ) = ( β a, b )
Prove que V é um Espaço Vetorial, caso contrário diga qual dos axiomas
não está compreendido.
M1) (α β ) ⋅ u = α ⋅ ( β ⋅ u )
(α β ) ⋅ u = α ⋅ ( β ⋅ u )
(α β ) ⋅ ( a , b ) = α ⋅ ( β ⋅ ( a , b ) )
(α β a , b ) = α ⋅ ( β a , b )
(α β a , b ) = (α β a , b )
M1 verificado
157
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
M2) (α + β ) ⋅ u = α ⋅ u + β ⋅ u
(α + β ) ⋅ u = α ⋅ u + β ⋅ u
(α + β ) ⋅ ( a , b ) = α ⋅ ( a , b ) + β ⋅ ( a , b )
( (α + β ) a , b ) = (α a , b ) + ( β a , b )
( (α a + β a ) , b ) = ( (α a + β a ) , ( b + b ) )
M 2 não verificado
M3) α ⋅ ( u + v ) = α ⋅ u + α ⋅ v
α ⋅ (u + v ) = α ⋅ u + α ⋅ v
α ⋅ (( a , b) + (c , d )) = α ⋅ ( a , b) + α ⋅ (c , d )
α ⋅ ( ( a + c ) , ( b + d ) ) = (α a , b ) + (α c , d )
α ⋅ ( ( a + c ) , ( b + d ) ) = (α a + α c ) , ( b + d )
( α a + α c ) , ( b + d ) = (α a + α c ) , ( b + d )
M 3 verificado
M4) 1 ⋅ u = u
1 ⋅ u=u
1 ⋅ ( a , b) = ( a , b)
( a , b) = ( a , b)
M 4 verificado
3 SUBESPAÇOS VETORIAIS
Podemos pensar nos subespaços vetoriais como os subconjuntos. Os
subconjuntos possuem elementos que estão contidos num determinado conjunto;
por outro lado, subespaços vetoriais são espaços contidos num determinado
espaço. Por esse motivo, os subespaços devem seguir a regra dos oito axiomas
para serem definidos como espaços vetoriais, mas sendo eles Subespaços, haverá
a necessidade de verificar apenas as condições:
158
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
I . Na adição :
(u + v ) ∈ S
I I. Na multiplicação por escalar ∀α ∈ R :
αu∈S
Resolução:
I . Na adição : Na adição :
(u + v ) ∈ S (u + v ) ∈ S
(u + v )
( ( x , 2x ) + ( x , 2x ) )
1 1 2 2
( x + x ) , ( 2x + 2x )
1 2 1 2
( x + x ) , ( 2 ( x + x ))
1 2 1 2
αu∈S αu∈S
αu
α ( x1 , 2x1 )
(α x 1
, α 2 x1 )
II verificado ( a segunda é o dobro da primeira )
{ }
Exemplo 29: Seja V = R 2 e S = ( x, y ) ∈ R 2 |y = 2 - 2x i s t o é , S é o
conjunto de vetores do plano que tem a segunda componente igual a: duas
unidades menos o dobro da primeira.
159
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resolução:
Na adição :
I . Na adição :
(u + v ) ∈ S
(u + v ) ∈ S (u + v )
( ( x , 2 - 2x ) + ( x , 2 - 2x ) )
1 1 2 2
( x + x ) , ( 2 - 2x + 2 - 2x )
1 2 1 2
( x + x ) ,( 4 - 2 ( x + x ))
1 2 1 2
αu∈S αu∈S
αu
α ( x1 , 2 - 2x1 )
(α x , α 2 - α 2 x )
1 1
Resolução:
Na adição :
I . Na adição :
(u + v ) ∈ S
(u + v ) ∈ S (u + v )
a1 b1 a2 b2
+
0 0 0 0
a1 + a2 b1 + b2
0 0
I verificado ( a segunda linha permanece nula )
160
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
a1 b1
β
0 0
β a1 β b1
0 0
II verificado ( a segunda linha permanece nula )
2
• Qualquer reta do � 2 que passa pela origem é um Subespaço Vetorial do � .
3 3
• Qualquer reta do � que passa pela origem é um Subespaço Vetorial do � .
• Qualquer plano do � 3 que passa pela origem é um Subespaço Vetorial do � 3 .
4 COMBINAÇÕES LINEARES
Determinar novos vetores a partir de vetores dados é uma das características
mais importantes de um Espaço Vetorial. Para isso, dizemos que um vetor ( v ) é
a combinação linear de outros vetores ( v1 , v2 , , vn ) de um Espaço Vetorial V , se
existem os números reais ( a1 , a2 , , an ) tais que: v = a1 v1 + a2 v2 + an vn
Exemplo 31: Escrever o vetor v V v = ( - 4, - 18, 7 ) como combinação
linear (CL) dos vetores v1 = (1, - 3, 2 ) e v2 = ( 2 , 4 , - 1) .
Resolução:
161
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
v = a1 v1 + a2 v2
( - 4, - 18, 7 ) = a (1, - 3, 2 ) + a ( 2, 4, - 1)
1 2
( - 4, - 18, 7 ) = ( a , - 3a , 2a ) + ( 2a , 4a ,
1 1 1 2 2
- a2 )
- 4 = a1 + 2a2
Pela igualdade de dois vetores temos o seguinte sistema: - 18 = - 3a1 + 4a2
7 = 2a - a
1 2
a1 = 2
a2 = - 3
E
IMPORTANT
Esta solução pode ser encontrada com o auxílio de matrizes, pois fica bem clara
a verificação da existência ou não da combinação linear.
Resolução:
v = a1 v1 + a2 v2
( 4,1, - 2 ) = a ( 2, - 1, 5) + a (1, - 2, - 1)
1 2
( 4,1, - 2 ) = ( 2a , - a , 5a ) + ( a , - 2a , - a )
1 1 1 2 2 2
4 = 2a1 + a2
Pela igualdade de dois vetores temos o seguinte sistema: 1 = - a1 - 2a2
- 2 = 5a - a
1 2
162
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Observe que este sistema não admite solução, portanto v não pode ser
escrito como combinação linear de vetores.
Resolução:
v = a1 v1 + a2 v2
( )
7 x + 11x - 26 = a1 5x 2 - 3x + 2 + a2 - 2 x 2 + 5x - 8
2
( )
7 x 2 + 11x - 26 = 5x 2 a1 - 3xa1 + 2a1 - 2 x 2 a2 + 5xa2 - 8a2
7 x 2 = 5x 2 a1 - 2 x 2 a2
Pela igualdade de dois vetores temos o seguinte sistema: 11x = - 3xa1 + 5xa2
- 26 = + 2a - 8a
1 2
7 = 5a1 - 2a2
Eliminando os coeficientes: 11 = - 3a1 + 5a2
- 26 = + 2a - 8a
1 2
a1 = 3
a2 = 4
163
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
z z
v2 v3
v2
v1 v1
y y
{v1
, v2 } é LD {v 1
, v2 , v3 } é LD
x x
z z
v2
v2
v3
v1 v1
y y
{v 1
, v2 } é LI {v 1
, v 2 , v3 } é LI
x x
Vetorial e A
Definição: Sejam V um Espaço = {v , v
1 2
, , vn } ⊂ V
Considere a equação a1 v1 + a2 v2 + + an vn =
0
164
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resolução: a1 v1 + a2 v2 + + an vn = 0
4v1 - 3v2 - v3 = 0
4n ( - 1 , 0 , -2 ) - 3 n ( -2 , 2 , -3 ) - ( 2 , -6 , 1 ) = ( 0 , 0 , 0 )
Resolução:
a1 v1 + a2 v2 + + an vn =
0
a1 ( - 1, 2 ) + a2 ( 2 , 0 ) = ( 0 , 0 )
( -a ,1
2a1 ) + ( 2a2 , 0 ) = ( 0 , 0 )
- a1 + 2a2 = 0
2a1 = 0
165
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
1 - 1 2 0 0 1
A = , ,
2 - 3 1 - 1 - 1 2
Resolução:
a1 v1 + a2 v2 + + an vn = 0
1 -1 2 0 0 1 0 0
a1 + a2 + a3 =
2 -3 1 -1 - 1 2 0 0
a1 - a1 2a2 0 0 a3 0 0
+ + =
2a1 - 3a1 a2 - a2 - a3 2a3 0 0
a1 + 2a2 - a1 + a3 0 0
=
2a1 + a2 - a3 - 3a1 - a2 + 2a3 0 0
a1 + 2a2 = 0
- a1 + a3 = 0
2a1 + a2 - a3 = 0
- 3a1 - a2 + 2a3 = 0
Portanto, é LI .
1 1 0 1 - 2 - 4
A= , ,
3 0 - 3 1 0 - 2
166
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resolução:
a1 v1 + a2 v2 + + an vn = 0
1 1 0 1 - 2 - 4 0 0
a1 + a2 + a3 =
3 0 - 3 1 0 - 2 0 0
a1 a1 0 a2 - 2a3 - 4a3 0 0
+ + =
3a1 0 - 3a2 a2 0 - 2a3 0 0
a1 - 2a3 a1 + a2 - 4a3 0 0
=
3a1 - 3a2 a2 - 2a3 0 0
a1 - 2a3 = 0
a1 + a2 - 4a3 = 0
3a1 - 3a2 = 0
a2 - 2a3 = 0
det= 0 ⇒ LD
det ≠ 0 ⇒ LI
Você pode estar pensando: por que isso funciona? Imagine três vetores no
R 3 , ao calcular o volume do paralelepípedo produzido pelos vetores e obtendo
como resposta zero, é porque há um vetor que é: ou múltiplo escalar do outro ou
está contido no mesmo plano.
167
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
-1 2 3
Resposta: det 2 0 - 2 = 10
4
1 1 - 1
- 3 ) e v2 = (
Portanto LI
Resposta:
2 -3
det =0
- 6 9
Portanto: LD.
6 SUBESPAÇOS GERADOS
Definição: Seja V um Espaço Vetorial e um subconjunto A = {v1 , v2 , , vn } ⊂ V , A ≠ 0
, vn } ⊂ V , A ≠ 0 O conjunto S de todos os elementos de V que são combinação linear
dos vetores de A é um Subespaço Vetorial de V .
v1 , v2 , , vn = {a
1
v1 + a2 v2 + + an vn ; a1 , a2 , an ∈ R }
Todos os vetores que podem ser escritos como combinação linear dos
vetores v1 , v2 , , vn , formam também um Espaço Vetorial que é chamado
Subespaço gerado. Os vetores v1 , v2 , , vn são chamados geradores do
Subespaço de S , enquanto A é o conjunto gerador de S .
w + v = ( a1 + b1 ) v1 + ( a2 + b2 ) v2 + + ( an + bn ) vn
α w = ( α a1 ) v1 + ( α a2 ) v2 + + ( α an ) vn
168
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Resolução: ( x , y , x ) ∈ W ⇔ x - 3z = 0
x - 3z = 0
x = 3z
Portanto temos:
( x , y , x ) = ( 3z , y , z )
Pode-se perceber que o vetor de W possui duas letras. Por esse motivo
escreveremos ele como sendo a soma de dois vetores, uma em função de z e a
outra em função de y .
( 3z , y , z ) = ( 3z , 0, z ) + ( 0, y , 0 )
Em função de z Em função de y
( 3z , y , z ) = z ( 3, 0,1) + y ( 0,1, 0 )
W = ( 3, 0 ,1) , ( 0 ,1, 0 )
ATENCAO
169
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
x-y=0
x=y
como:
x = 2z
x-y=0
e x = y , temos:
y = 2z
Portanto temos:
( x , y , x ) = ( 2z , 2z , z )
Pode-se perceber que o vetor de W possui apenas uma letra. Por esse
motivo escreveremos como sendo multiplicação de um escalar por vetor.
( 2z , 2z , z ) = z ( 2, 2,1)
W = ( 2 , 2 ,1)
a) v = (1, 2 , 4 )
Resolução:
Temos que:
( x , y , z ) = a (1, 2, 4 )
170
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Com isso:
x=a
y = 2a
z = 4a
Donde:
y = 2x
z = 4x
Logo:
= v {( x, 2x, 4x ) ; x ∈ R}
ou
{
v = ( x , y , z ) ; x ∈ R ƒ y =2 x e z =4 x
3
}
{
b) A = (1, - 2 , - 1) , ( 2 ,1,1) }
Resolução: ( x , y , z ) = a1 (1, - 2 , - 1) + a2 ( 2 ,1,1)
a1 + 2a2 = x
Da igualdade apresentada acima temos: - 2a1 + a2 = y
-a +a =z
1 2
Você notará que a única forma do sistema apresentar uma solução será
quando x + 3y - 5z = 0 . (Exercite para a verificação).
{
Logo: v =( x , y , z ) ; x ∈ R ƒ x + 3y - 5z =
3
0 }
- 1 2 3 - 1
Exemplo 43: Seja V = M ( 2 , 2 ) e o subconjunto: A = ,
- 2 3 1 1
Determine o Subespaço G ( A )
x y - 1 2 3 -1
Resposta: = a1 + a2
z t - 2 3 1 1
171
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
- a1 + 3a2 = x
2a1 - a2 = y
Da igualdade apresentada acima temos:
- 2a1 + a2 = z
3a1 + a2 = t
- 2y + t y
Terá solução: G ( A )
= ; y e t ∈ R
- y t
E
IMPORTANT
Você deve notar que não há uma única solução possível, pois poderíamos isolar
outras incógnitas que também gerariam o Subespaço.
172
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
8 BASE
Um =
conjunto B {v , v
1 2
, , vn } ⊂ V é uma base do Espaço Vetorial V se:
I . B é LI (linearmente independentes)
II. B gera V
1 0 0 1 0 0 0 0
• , , , é uma base canônica de M ( 2 , 2 )
0 0 0 0 1 0 0 1
{
Exemplo 45: Verifique se B = (1,1) , ( - 1, 0 ) } é base de R 2
I . B é LI?
a (1,1) + b ( - 1, 0 ) = ( 0 , 0 )
a - b = 0
Pela igualdade:
a=0
II . B gera R 2 ?
( x , y ) = a (1,1) + b ( - 1, 0 )
173
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
a - b = x
Pela igualdade: =
, onde temos: a y=
e b x-y
a=y
Portanto:
( x , y ) = a (1,1) + b ( - 1, 0 )
( x , y ) = y (1,1) + ( x - y )( - 1, 0 )
Isto é: B gera R 2
{ }
Exemplo 46: Verifique se B = (1, 2 ) , ( 2 , 4 ) é base de R 2
I . B é LI?
a (1, 2 ) + b ( 2 , 4 ) = ( 0 , 0 )
a + 2b = 0
Pela igualdade:
2 a + 4b = 0
Resposta:
(1, 2, - 3) ⋅ ( 3, 0,1) =
0
(1, 2, - 3) ⋅ (1, - 5, - 3) =0
(1, 2, - 3) ⋅ (1, - 5, - 3) =0
174
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Como todos os vetores são ortogonais uns com os outros, é uma base
ortogonal de R 3 .
2
3 1 2 3 1
=v1 += =+ 1
2 2 4 4
2 2
1 3 1 3
=v2 - +=
=+ 1
2 2 4 4
175
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
(v 2
- α w1 ) ⋅ w1 =
0
v2 ⋅ w1 - α w1 ⋅ w1 =
0
v2 ⋅ w1
α=
w1 ⋅ w1
v ⋅ w1
Isto é: w2 v2 - 2
= ⋅ w1
w1 ⋅ w1
( v3 - a2 w2 - ca1w1 ) ⋅ w1 =0
( v3 - a2 w2 - a1w1 ) ⋅ w2 =
0
v3 ⋅ w1 - a2 ( w2 ⋅ w1 ) - a1 ( w1 ⋅ w1 ) =
0
v3 ⋅ w2 - a2 ( w2 ⋅ w2 ) - a1 ( w1 ⋅ w2 ) =0
v ⋅ w1 - a1 ( w1 ⋅ w1 ) =0
0 , temos : 3
Como w1 ⋅ w2 =
v3 ⋅ w2 - a2 ( w2 ⋅ w2 ) = 0
v3 ⋅ w1 v3 ⋅ w2
Então: a1
= = ; a2
w1 ⋅ w1 w2 ⋅ w2
Ficando assim:
176
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
w3 = v3 - a2 w2 - a1 w1
v ⋅ w2 v3 ⋅ w1
w3 = v3 - 3 w2 - w1
w
2 ⋅ w 2
w
1 ⋅ w1
w1 = v1
v ⋅ w1
=w2 v2 - 2 ⋅ w1
w1 ⋅ w1
v ⋅ w2 v3 ⋅ w1
w3 = v3 - 3 ⋅ w2 - ⋅ w1
w
2 ⋅ w 2
w
1 ⋅ w1
} , onde v1 (=
Exemplo 49: Seja uma base B = {v1 , v2 , v3= 0 , 1,1) , v2 (1,1,1)
e v3 = ( 0 , 0 ,1) formam uma base não ortogonal. Usando o processo de Gram-
Schmitd, determine uma base ortogonal de R 3 .
Resposta:
w1 = v1
w1 = ( 0, 1, 1)
v ⋅ w1
w 2 = v2 - 2 ⋅ w1
w1 ⋅ w1
( 1, 1, 1) ⋅ ( 0, 1, 1)
w 2 = ( 1, 1, 1) - ⋅ ( 0, 1, 1)
( 0, 1, 1) ⋅ ( 0, 1, 1)
0 + 1 + 1
w 2 = ( 1, 1, 1) - ⋅ ( 0, 1, 1)
0 + 1 + 1
w 2 = ( 1, 1, 1) - 1 ⋅ ( 0, 1, 1)
w 2 = ( 1, 1, 1) + ( 0, - 1 , - 1)
w 2 = ( 1, 0, 0 )
177
w2 = ( 1, 0, 0 )
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
v ⋅ w2 v3 ⋅ w1
w 3 = v3 - 3 ⋅ w2 - ⋅ w1
w2 ⋅ w2 w1 ⋅ w1
( 0, 0, 1) ⋅ ( 1, 0, 0 ) ( 0, 0, 1) ⋅ ( 0, 1, 1)
w3 = ( 0, 0, 1) - ⋅ ( 1, 0, 0 ) - ⋅ ( 0, 1, 1)
( 1, 0, 0 ) ⋅ ( 1, 0, 0 )
( 0, 1, 1) ⋅ ( 0, 1, 1)
0 + 0 + 0 0 + 0 + 1
w3 = ( 0, 0, 1) - ⋅ ( 1, 0, 0 ) - ⋅ ( 0, 1, 1)
1 + 0 + 0 0 + 1 + 1
1
w3 = ( 0, 0, 1) - 0 ⋅ ( 1, 0, 0 ) - ⋅ ( 0, 1, 1)
2
1 1
w3 = ( 0, 0, 1) + 0, - , -
2 2
1 1
w3 = 0, - ,
2 2
1 1
Com isso nossa base ortogonal ficará: B ' = ( 0 ,1,1) , (1, 0 , 0 ) , 0 , - ,
2 2
Caso necessitemos que uma base, além de ser ortogonal, seja ortonormal,
basta pegar os vetores encontrados no processo de ortogonalização de Gram-
Schmidt e normalizar.
v1 = 02 + 12 + 12 = 2
v2 = 12 + 02 + 02 = 1
2 2
1 1 1 1
v3 = 0 + - + =
2
=
2 2 2 2
178
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
Normalizando os vetores:
1
u1 = ⋅ v1
v1
1
u1 = ⋅ ( 0 ,1,1)
2
1 1
u1 = 0 , ,
2 2
1
=u3 ⋅ v3
v3
1 1 1
u3
= ⋅ 0, - ,
1 2 2
2
1 1
u3
= 2 ⋅ 0, - ,
2 2
2 2
u3 = 0 , - ,
2 2
1 1 2 2
=B' 0 , , , (1, 0 , 0 ) ,
0 , − ,
2 2
2 2
179
UNIDADE 2 | ESPAÇOS VETORIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
180
TÓPICO 3 | ESPAÇOS VETORIAIS
181
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico vimos que:
• Um vetor será combinação linear de outros se houver números reais tais que:
v = a1v1 + a2 v2 + + an vn
• Sobre dependência e independência linear a1 v1 + a2 v2 + + an vn = 0
o O conjunto A diz-se linearmente independente ( LI ) , ou os v1 , v2 , , vn
vetores são LI caso a equação admita apenas a solução trivial.
o Se existirem soluções an ≠ 0 , diz-se que o conjunto A é linearmente
dependente ( LD ) , ou que os v1 , v2 , , vn vetores são LD .
dim R n = n
dim M ( m , n ) = m × n ( matrizes )
dim Pn = n + 1 ( polinômios )
182
• Uma base ortogonal possui todos os vetores ortogonais entre si.
w1 = v1
v ⋅ w1
=w 2 v2 - 2 ⋅ w1
w1 ⋅ w1
v ⋅ w2 v3 ⋅ w1
w3 =v3 - 3 ⋅ w2 - ⋅ w1
w2 ⋅ w2 w1 ⋅ w1
183
AUTOATIVIDADE
1 Verifique quais deles são espaços vetoriais. Para aqueles que não são espaços
vetoriais, cite os axiomas que não verificam.
a) R 3
( x,y,z ) + ( a,b,c ) = ( x+a,y+b,z+c )
k ( x , y , z ) = ( 0, 0, 0 )
c) R 2
( x,y ) + ( z,w ) = ( x+z,y+w )
β ( a , b ) = ( βa , βb )
d) R 2
( x,y ) + ( z,w ) = ( x+z,y+w )
β ( x , y ) = ( βx , 0 )
2 Verifique quais conjuntos abaixo são subespaço vetorial.
a) S
= {=
( x , y ) / y - x} no R 2
b) S = {( x , x ) ; x ∈ R} no R
2 2
c) S = {( x , y , z ) / z = 2 x - y} no R 3
d) S = {( x , y , z ) / y = x + 2 e z = 0} no R 3
a b
e) S = ; c = a + b e d = 0
c d
3
3 Classifique os seguintes subconjuntos do R em LI ou LD
{
a) ( 2 , - 1, 3) }
b) {(1, - 1,1) , ( - 1,1, - 1)}
{
c) ( 2 , - 1, 0 ) , ( - 1, 3, 0 ) , ( 3, 50 )}
d) {(1, 2 , - 1) , ( 2 , 4 , - 2 ) , (1, 3, 0 )}
184
4 Seja o Espaço Vetorial M ( 2 , 2 ) e os vetores v1 , v2 e v3 . Escreva o vetor w
como combinação linear dos vetores v1 , v2 e v3 .
1 0 - 1 2 0 -1 1 8
v1 = , v2 = e v3 = w=
1 1 0 1 2 1 0 5
a) {( 0, 0 ) ,( 2,3)}
b) {(1,1, - 1) ,( 2, - 1, 0 ) ,( 3, 2, 0 )}
c) {(1, 2 ) , ( - 1, 3)}
f) {( 3, - 6 ) , ( - 4 , 8 )}
Assista ao vídeo de
resolução da questão 5
185
186
UNIDADE 3
OPERADORES DE
TRANSFORMAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que reforçarão seu aprendizado.
Assista ao vídeo
desta unidade.
187
188
UNIDADE 3
TÓPICO 1
TRANSFORMAÇÕES LINEARES
1 INTRODUÇÃO
Vimos até então, neste estudo acerca da Álgebra Linear e Vetorial, uma
série de conceitos básicos que culminaram nas ideias de Espaços e Subespaços
Vetoriais. Nestes conceitos podemos perceber que, a partir de conjuntos LI
(linearmente independentes) temos a chance de reescrevê-los de modo mais
elementar a partir de geradores: as bases!
Sendo assim, com estes conceitos bem fixados e com formas diferentes
para representá-los, nosso próximo passo é desenvolver funções que possuem
domínio em um espaço vetorial, e imagem em outro espaço vetorial.
Você já deve estar imaginando que ao invés de números, estas funções irão
ter como valores de entrada e saída, vetores. Elas também devem manter as mesmas
propriedades das funções escalares, ou seja, conservam as operações de soma e de
produto por um escalar, para poderem ser ditas como Transformações Lineares.
2 DEFINIÇÃO
Definição 1: Sejam U e V espaços vetoriais. Definimos a função T : U → V
como sendo uma transformação linear, se, e somente se, forem verdade as
seguintes condições:
a) T ( u + v =
) T ( u) + T ( v ) , ∀u, v ∈U ;
b) T ( k ⋅ u ) = k ⋅ T ( u ) , ∀k ∈ R , ∀u ∈ U .
189
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
( )
T ( u + v )= T ( a , b ) + ( c , d ) = T ( a + c , b + d ) , que utilizando a lei de
formação indicada no
Exemplo 1, segue:
( 2 ⋅ ( a + c ) , 0 , ( a + c ) + (b + d)) =
( 2 a + 2c , 0 , ( a + b ) + ( c + d ) ) =
( 2 a , 0 , ( a + b ) ) + ( 2c , 0 , ( c + d ) ) =
T ( a, b ) + T ( c , d ) =
T (u) + T ( v ) .
b) T ( k ⋅ u ) = T ( k ⋅ ( a , b )) = T ( k ⋅ a , k ⋅ b )
E pela lei de formação, segue:
(2 ⋅ (k ⋅ a ) , 0,k ⋅ a + k ⋅ b = )
k ⋅ (2 ⋅ a , 0 , a + b )=
k ⋅ T (u)
190
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES LINEARES
Conceitos importantes:
• A Transformação Linear T : U → V , tal que dadou ∈ U ⋅ T ( u ) =0 ∈ V , é dita
Transformação Nula.
NOTA
Cuidado! Para provar que uma transformação é linear não basta verificar que ,
()
T 0 = 0 deve-se realizar o procedimento tal qual o Exemplo 1. Tente com a transformação
T : R 3 → R 2 , tal qualT ( x , y ) =
( x , y + 4, z ) .
Teorema 1: Sejam dois espaços vetoriais U e V , e uma base não nula e finita
de U ,{u1 , , un } . Tomemos elementos quaisquer do domínio V . Sendo assim,
que T ( u1 ) v=
existe uma transformação linear T : U → V , tal= 1
, , T ( un ) vn . E ainda
se u = a1 ⋅ u1 + + an , ⋅podemos
un escrever:
191
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
T ( u ) = a1 ⋅ T ( u1 ) + + an ⋅ T ( un ) =
a1 ⋅ v1 + + an ⋅ vn
T ( a1 ⋅ u1 + + an ⋅ un ) =
T ( a1 ⋅ u1 ) + + T ( an ⋅ un ) =
a1 ⋅ T ( u1 ) + + an ⋅ T ( un ) =
a1 ⋅ v1 + + an ⋅ vn
T ( x , y=
, z ) T ( x ⋅ (1, 0 , 0 ) + z ⋅ ( 0 , 0 ,1)
T ( ) ( ) (
x ⋅ (1, 0 , 0 ) + T ( y ⋅ ( 0 ,1, 0 ) + T z ⋅ ( 0 , 0 ,1) ) =
x ⋅ T (1, 0 , 0 ) + y ⋅ T ( 0 ,1, 0 ) + z ⋅ T ( 0 , 0 ,1) =
x ⋅ (1, 0 ) + y ⋅ (1,1) + z ⋅ (1, - 1)
192
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES LINEARES
Simbolicamente: Im (T ) = {
v ∈ V , tal queT ( u ) =
v , para algumu ∈ U }.
Exemplo 4: Seja a transformação T : R 2 → R 3dada por: T (= x , y ) ( 2 x , x + y , x - y ),
determine a imagem dos vetores
= u (1=, - 2 ) , v ( 0 , 3) e w = ( - 1,1) , quando
aplicados na transformação indicada.
• T ( u ) = T (1, - 2 ) = ( 2 ⋅ 1,1 + ( - 2 ) ,1 - ( - 2 ) ) = ( 2, - 1, 3 )
• T ( v ) =T ( 0 , 3) =( 2 ⋅ 0 , 0 + 3, 0 - 3) =( 0 , 3, - 3)
• T ( w ) = T ( - 1,1) = 2 ⋅ ( ( - 1) , - 1 + 1, - 1 - 1) = ( - 2,1, - 2 )
A ideia por detrás do cálculo acima pode ser analisada no diagrama a seguir:
R2 R3
(1, - 2 ) ( 2, - 1, 3)
( 0 , 3) ( 0 , 3, - 3 )
( - 1,1) ( - 2,1, - 2 )
FONTE: O autor.
193
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
NOTA
{ }
Vejamos: Im (T ) = ( x + 2 y , y - z , x + 2 z ) , x , y , z ∈ R , e este conjunto pode
{ }
ser reescrito da seguinte forma: Im (T ) = x ⋅ (1, 2 , 0 ) + y ⋅ ( 0 ,1, - 1) + z ⋅ (1, 0 , 2 ) , x , y , z ∈ R
}
(1, 0, 2 ) , x , y , z ∈ R .
Porém, note que o vetor (1, 2 , 0 ) = (1, 0 , 2 ) + 2 ⋅ ( 0 ,1, - 1) . Logo, como ele é
combinação linear dos outros componentes, podemos excluí-lo e aferir a seguinte
base geradora para a imagem da transformação: (1, 0 , 2 ) , ( 0 ,1, - 1) .
Isto significa que todos os vetores da imagem podem ser gerados pela
base acima.
x + 2 y - 3z = 0
- 2x - 4 y + 6z = 0
Ora, veja que o sistema acima possui duas linhas de sua matriz aumentada
proporcionais, logo, possuímos um caso de um sistema com infinitas soluções,
vejamos, isolando x na primeira equação (poderia ser a segunda equação): ou
x = - 2 y + 3z seja, o conjunto= { }
S ( - 2 y + 3z , y , z ) , ∀y , z ∈ R é solução para o
sistema. E assim temos, por exemplo, fazendo y = 1 e z = 2 , o vetor (4,1,2) que
também implicará na imagem nula.
U V
u
v 0
w
FONTE: O autor
195
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
{
N (T ) ( - y , y ) , ∀y ∈ R
Assim sendo, o núcleo da transformação é dado por: = }
}
y , y ) ,∀y ∈ R . Este conjunto também pode ser expresso pelo subespaço gerado pela base
( - 1,1) .
Observação 2: Note que N (T ) ≠ ∅ . Ou seja, existe pelo menos um vetor
do domínio T : U → V possui imagem nula. Pois 0 ∈ N (T ),
datransformação que
( )
U
já que T 0U = 0V .
NOTA
2x - y + z =0
3x + y − 2 z =0
196
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES LINEARES
que possui dimensão 2. Portanto, para determinar uma base para a imagem, esta
não pode ser ( 2 , 3) , ( - 1,1) , (1, - 2 ) , pois veja que este conjunto é formado por
três vetores, logo, de dimensão 3. Porém, note que o vetor ( - 1, 2 ) é LD com os
outros dois vetores do conjunto, e, por este fato, podemos descartá-lo e gerar a
base para a imagem tal como: ( 2 , 3) , ( - 1,1) .
Definição
4: Seja U um espaço vetorial com uma basefinita de elementos.
{} {}
Se U = 0 ,dizemos que a base deste espaço é 0. Se U = 0 ,dizemos que a
dimensão deste espaço é igual à quantidade de elementos de uma base qualquer
de U .
Simbolicamente:
= dim N (T ) 1=
e dim Im (T ) 2 .
Outros exemplos:
197
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
0 então T (α1v1 + + α m vm ) =
Se α1T ( v1 ) + + α nT ( vm ) = 0 . Isto é
α1v1 + + α m vm Desta forma, existem β1 , , β m ∈ R , tais que α1v1 + + α m vm = β1u1 + + β nun
α m vm = β1u1 + + β nun isto é, como {u1 , u2 , , un , v1 , v2 , , vm } formam uma base de U,
segue que α= 1
= α m= β= 1
= β=n
0 e, portanto,T ( v1 ) , , T ( vm ) são linearmente
independentes.
{ }
Mostremos agora que T ( v1 ) , , T ( vm ) geram T (U ) . Seja v ∈ T (U ) .
Logo existe u ∈ U ,tal que T ( u ) = v. Como {u1 , u2 , , un , v1 , v2 , , vm } formam
uma base de U, existem α1 , ,α n , β1 , , β m ∈ R , tais que, u= α1u1 + + α nun + β1vm + + β num
+ α nun + β1vm + + β num e daí, v= T ( u= ) T (α1u1 + + α nun + β1vm + + βnum =) α1T ( u1 ) + + α nT ( un ) +
α1T ( u1 ) + + α nT ( un ) + β1T ( vm ) + + β nT ( um =
) β1T ( vm ) + + βnT ( um ) ,já que u1 , u2 , , un ∈ N (T ) .
u2 , , un ∈ N (T ) . Como queríamos demonstrar.
198
TÓPICO 1 | TRANSFORMAÇÕES LINEARES
{
Escolhendo agora uma base para N (T ) = (1, 0 , 0 ) (note que escolhemos o }
primeiro termo da base canônica, por termos de facilidade), podemos completá-
3
la a fim de atingir uma base de R , como sendo {(1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)} (base
canônica).
T ( x, y, z ) =
x ⋅ T (1, 0 , 0 ) + y ⋅ T ( 0 ,1, 0 ) + z ⋅ T ( 0 , 0 ,1) ⇒
T ( x , y , z ) = x ⋅ ( 0 , 0 , 0 , 0 ) + y ⋅ (1,1, 2 ,1) + z ⋅ ( 2 ,1, 0 ,1) ⇒
T ( x , y , z ) = ( 0, 0, 0, 0 ) + ( y , y , 2y , y ) + ( 2z , z , 0, z ) ⇒
T ( x , y , z ) = ( y + 2z , y + z , 2 y , y + z )
T : R ³ → R ³ , dada porT ( x , y , z ) =
Exemplo 10: Seja ( z, x − y, z ).
a) Indique o núcleo de T, uma base e sua dimensão.
b) Determine a dimensão da imagem da transformação.
199
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
Resultados Importantes:
{}
1) Se uma Transformação T, possui N(T) = 0 , T é injetiva.
2) Se uma Tranformação T : U → V é tal que dim U = dim V , temos que T é
injetiva e sobrejetiva.
= dim R 3 dim N (T ) + dim Im (T )
3= 1 + dim Im (T )
dim Im (T ) = 2.
NOTA
200
RESUMO DO TÓPICO 1
• Para uma transformação ser dita linear, ela necessita conservar as operações de
adição e multiplicação por escalar, tais que:
a) T ( u + v =
) T ( u) + T ( v ) , ∀u, v ∈U ;
b) T ( k ⋅ u ) = k ⋅ T ( u ) , ∀k ∈ R , ∀u ∈ U .
• A Transformação Linear T : U → V , tal que dadou ∈ U ⇒ T ( u ) =0 ∈ V , é dita
Transformação Nula.
V , T então
• Seja uma Transformação Linear T : U → V . Se U = é dito um
Operador Linear.
201
AUTOATIVIDADE
2 Seja uma transformação linear tal que T(1,1) = (1,-2) e T(-1,1) = (2,3).
Detemine a lei de formação desta transformação.
a) u = (-1, 2)
b) v = (-3, 2)
c) w = (-2, -1)
Assista ao vídeo de
resolução da questão 6
202
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Uma alternativa muito importante de se representar uma transformação
linear é a forma matricial. Através dela teremos mais facilidade em compreender
algumas transformações especiais. Iremos verificar que toda matriz m × n e s t á
associada a uma transformação T : R m → R n . A seguir, iremos perceber que boa
parte do estudo das transformações lineares podem ser reduzidos ao estudo das
matrizes, estabelecendo o recíproco da primeira parte, onde fixando bases α e
β , dos espaços vetoriais U e V , respectivamente, a toda transformação linear
T : U → V , estará associada uma única matriz.
203
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
T (u + v ) = A ⋅ (u + v ) =
A ⋅ u+ A ⋅ v =
T (u) + T ( v )
T (α ) =A (α ⋅ u )
⋅ u
=α ⋅ ( A ⋅ u )
=α ⋅ T ( u )
Logo, T ( u ) é linear. E sendo assim, está provado que toda matriz A m×n
pode ser utilizada para definir uma transformação T : R n → R m , onde a imagem
TA ( u ) é o produto da matriz A , pelo vetor coluna un×1 .
m×n
2 -1 1
2 3
=A = 3 1 ,B , C = 1 2 - 3 0 , D = 0
4 - 1
2 0 - 5
2 -1
x
TA =
3 1 ⋅ = ( 2 x - y , 3x + y , 2 x )
y
2 0
2 3 x
TB = ⋅ = ( 2 x + 3y , 4 x - y )
4 - 1 y
204
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
x
como combinação linear dos vetores da base α , ou seja: u = 1 .
x2
α
y1
como: T ( u ) = y2 .
β
y3
Simbolicamente: T (=
u ) β T β ⋅ u α
α
Observações:
α
• A matriz T β é um operador linear que transforma u α (coordenadas de
u na base α em T ( u ) , coordenadas da imagem de u na base β ).
β
α
• Sendo T : U → V , com= dim U n= e dim V m , temos T β com ordem
m×n .
α
• As colunas de T β são, respectivamente, o vetor das coordenadas das
imagens de T dos vetores da base α em relação a β .
205
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
α 1 1 0
Assim sendo, T β =
1 0 -1
2
1 1 0
seja: T ( 2,1, - 3) = ⋅ 1 onde, realizando a multiplicação das
β
1 0 - 1 - 3
3
matrizes chegamos em T ( 2 ,1, - 3) =
β
4
NOTA
α
É importante destacar que em muitos casos procura-se por uma matriz T β
que represente uma transformação linear T de uma forma simples, tipo diagonal ou triangular.
Com escolhas adequadas das bases α e β isso, em muitos casos, é possível, como veremos
no estudo de diagonalização de operadores, mais adiante.
206
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
Representação Geométrica:
(x,y)
f
0 x
(x,-y)
Geometricamente:
2
u
u'
Expressão: T ( x , y ) = ( - x , y )
Forma matricial (matriz A): Podemos escrever ( - x , y ) = x ⋅ ( - 1, 0 ) + y ⋅ ( 0,1) ⇒ A=
−11 00
1, 0 ) + y ⋅ ( 0 ,1) ⇒ AA == .
00 11
Representação Geométrica:
(-x,y) f (x,y)
0 x
208
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
Geometricamente:
y
3
u u'
x
-2 2
Representação Geométrica:
209
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
v =(x,y)
0 f(v)=(x,0) x
Geometricamente:
y
4
u' x
2
210
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
Representação Geométrica:
f(v)=(0,y) v =(x,y)
0 x
Geometricamente:
y
3
x
u' u
-4
211
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
Representação Geométrica:
f(v)
v
0 x
Geometricamente:
212
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
y
6
u'
u
x
1 3
Observações:
1
x , y
2 ( x,y ) ( 2x , y )
0 1 x 2x x
x
2
213
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
2 0 2 4
=
Para α 2: , ou seja, obtemos o vetor u′ = ( 4 , 2 ) , que é
⋅=
0 1 2 2
a dilatação em 2 vezes com relação à u , na direção do eixo X.
1
1 0 2 1
Para
= α : 2 =
⋅ , ou seja, obtemos o vetor u′′ = (1, 2 ) ,
2 2 2
0 1
que é a contração em 2 vezes com relação à u , na direção do eixo X.
Geometricamente:
u' u u'
0 1 2 4 x
214
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
2y (x,2y)
y (x,y)
1 y 1
2 (x, y)
2
0 x
Geometricamente:
y
6
u'
3
x
1
215
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
Representação Geométrica:
y' Rθ ( v)
y v Rθ y
θ
α α
x
x' x
y
c) senα =
v
x
d) cosα =
v
216
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
y′ y′ y′ y′ y′ y′
I) sen (I)α sen
I) sen (+αθ ()+α=θ )+ =vθ ) =v⋅ senv⋅ αsen⋅ αsen
cos⋅θαcos
+⋅θsen
+θθsen
cos +⋅ θcos
⋅α
sen θcos
=⋅ αcos
=α =
v v v
y y y x x yx′ y′ y′
⇒ ⇒ ⇒⋅ cos⋅θcos +θθsen
+⋅θsen
cos +θsenθ= = =
v v v v v v v v
⇒ y⇒ y′ =⋅ yycos
′ = y⇒ ′ =⋅θycos +⋅ θxsen
+⋅θxcos +⋅ θxsen⋅ θsenθ
′ ′ x′ x′ x′ x′
II) cos
II) cos
II) (+αθ (+)αθ=+) θx=v ) x=v⋅ cos
( α cos v
⋅ αcos⋅ αcos⋅α
θcos
-⋅ θsen
-αθsen-⋅αsen
cos ⋅αθsen
sen =⋅ θsen
=θ =
v v v
x x x x xy x ′ x′ x′
⇒ ⇒ ⇒ ⋅ cos⋅ θcos +– θsen
+⋅ θsen
cos +θsenθ= = =
v v v v v vv v v
x′ =⋅ xxcos
⇒ x⇒′ =x⇒ ′ =⋅ θxcos +–⋅ θysen
+⋅ θycos +⋅ θysen
⋅ θsenθ
cosθ −senθ
A=
senθ cosθ
3 1 3 3-4
cos30° - sen30° 3 - 3
⋅ ⇒ 2 2 ⋅ ⇒ 2 ≈ 0,6
sen30° cos30° 4 1 3 4 4 3+3 5 ou seja,
2 2 2
obtemos o vetor u′ = ( 0 , 6; 5 ) , que é o vetor u , após uma rotação de 30o.
217
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
y
v
FONTE: O autor
am1 am 2 amn
218
TÓPICO 2 | MATRIZ DE UMA TRANSFORMAÇÃO LINEAR
α
onde cada elemento aij de I β é coordenada de β em relação à α . E, a partir daí,
α
podemos realizar a transformação mencionada, utilizando: u Ʒβ = I β ⋅ u α
β
ou ainda, u = I ⋅ u
α α β
Exemplo
= 22: Sejam β {=
( 2,1) , ( - 1,1)} e α {(1, 0 ) , ( 0,1)} (base cannônica
do R ).
2
β
a) Determine a matriz de mudança de base I .
α
b) Transforme o vetor u = (1, 3) , da base β para a base α .
Resolução:
2a - b = 1 1 1
(1, 0 ) = a ⋅ ( 2 ,1) + b ⋅ ( - 1,1) ⇒ ⇒ a = e b = -
a + b = 0 3 3
2c - d = 0 1 2
( 0,1) = c ⋅ ( 2 ,1) + d ⋅ ( - 1,1) ⇒ ⇒ c = e d=
c+d= 1 3 3
β
b) Para realizar a transformação, basta utilizar a relação, =u α I α ⋅ u β
1 1
3 - 3 1
e utilizar o vetor u β na forma matricial, logo:
= u α ⋅
2 1 2 3
- 2 7 3 3
u α = 3 , ou ainda u α = - , .
7 3 3
3
3
Exemplo 23: Considere R com as operações usuais. Tomemos duas de
{ } {
(1, 0,1) , (1, 2,1) , ( 0, 0,1) e β (1,1,1) ; (1, 0,1) , (1,1, 0 ) .
suas bases, são elas: α =
= }
219
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
Resolução:
a+b=1
(1,1,1) = a ⋅ (1,0,1) + b ⋅ (1,2,1) + c ⋅ ( 0,0,1) ⇒ 2b = 1 ⇒ a = 12 , b = 12 e c = 0
a + b + c = 1
d+e=1
(1,0,1) = d ⋅ (1,0,1) + e ⋅ (1,2,1) + f ⋅ ( 0,0,1) ⇒ 2 e = 0 ⇒ d = 1, e = 0 e f = 0
d + e + f = 1
g+h=1
1 1
( )
1,1,0 = g ⋅ ( )
1,0,1 + h ⋅ ( )
1,2,1 + i ⋅ ( )
0,0,1 ⇒ 2h = 1 ⇒ g= , h=
2 2
e i=-1
g + h + i = 0
1 1
0
2 2
α
e sendo assim, temos que I = 1 0 0
β
1 1
-1
2 2
1 1 5
0 2
2 2 2
α
u β I β ⋅ u α , segue
b) Utilizando = = que u β 1 0 0 ⋅ 3 = 2 .
1 1 1 3
5 3 -1
O que significa que, u = , 2 , . 2 2 2
2 2
β
NOTA
220
RESUMO DO TÓPICO 2
• Toda matriz A m×n poder ser utilizada para definir uma transformação
T : R n → R m , onde a imagem TA ( u ) é o produto da matriz A m×n , pelo vetor
coluna un×1 .
221
AUTOATIVIDADE
- 1 0
a) A = - 3 - 1
0 1
1 3 -2
b) B = 2 0 - 1
0 1 - 1
c) C = 0 - 2 3 1
2
d) D = 1
- 1
a) v1 = ( 2 , - 1)
b) v2 = ( 0 , - 3)
c) v3 = ( - 1, - 2 )
Assista ao vídeo de
resolução da questão 4
222
5 Com relação ao exercício anterior, transforme os vetores, por meio da
matriz encontrada.
a) v1 = ( - 2 , - 1, 0 )
b) v2 = (1,1, - 4 )
c) v3 = ( - 1, 2 , - 1)
a) Sobre o eixo X:
b) Sobre o eixo Y:
223
11 Determine a matriz que gera um ponto do plano em torno da origem um
ângulo de:
a) 450
b) - 600
13 Sejam β
= {=
( 4, 2 ) , ( - 2, 2 )} e α {(1, 0 ) , ( 0,1)} 2
(base cannônica do � ).
β
a) Determine a matriz de mudança de base I α
b) Transforme o vetor u = (1, - 3) , da base β para a base α .
3
14 Considere � com as operações usuais. Tomemos duas de suas bases, são
elas: α = { } {
( 3, 0, 3) , ( 3, 6, 3) , ( 0, 0, 3) e β (1,1,1) ; (1, 0,1) , (1,1, 0 ) }
a) Obtenha a matriz de mudança de base de α para β .
b) Calcule as coordenadas do vetor u = ( - 2 ,1, 0 ) na base β .
2
15 Sabendo que A = {(1,2),(- 3,- 5)} e B = {(1,1),(1,0)} são base do � , determine:
224
UNIDADE 3
TÓPICO 3
AUTOVALORES E AUTOVETORES
1 INTRODUÇÃO
Em muitos problemas, principalmente os encontrados nas áreas de
Mecânica Quântica, Processamento de Imagens, Análise de Vibrações, Mecânica
dos Sólidos e Estatística, onde são apresentados operadores lineares T : V → V ,
para os quais a equação T ( u=) λ ⋅ u , possuem soluções não nulas. O uso dos
autovalores e autovetores é muito importante, por se tratar de uma possibilidade
de encontrar mudanças de referencial que possibilitam identificar a relação entre
figuras geométricas e suas equações no plano e no espaço.
2 DEFINIÇÃO
Seja Ŷ : → , uma transformação linear (operador linear). Se existirem
v ∈ V , com v ≠ 0 e λ ∈ R , tais que T ( u=
) λ ⋅ u , então λ é um autovalor e v é
um autovetor de T associados à λ .
Observação: Note que λ pode ser o número 0, porém v não pode ser o
vetor nulo.
225
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
T (v)
T (v) = λ ⋅ v
v
Na prática:
Interpretação Geométrica:
T(v)
226
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
NOTA
T (v) = λ ⋅ v ⇔ A ⋅ v = λ ⋅
⇔A ⋅ v - λ ⋅ v= 0
⇔A ⋅ v - λ ⋅ I ⋅ v= 0
⇔ (A - λ ⋅ I) ⋅ v =
0
det ( A - λ ⋅ I ) = 0 ⇒
- 3 4 1 0
det - λ⋅ = 0 ⇒
- 1 2
0 1
- 3 4 - λ 0
det - = 0 ⇒
-1 2
0 - λ
- 3 -λ 4
det = 0 ⇒
-1 2 -λ
( - 3 -λ ) ⋅ ( 2 - λ ) + 4 ⇒
λ 2 + λ - 2 =⇒
0 polinômio característico de T .
227
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
são λ 1 -=
Cujas raízes (e portanto, os autovalores)= 2 e λ1 1
Agora, para cada um dos autovalores encontrados, existe(m) autovetor(es)
associado(s). Sabemos também que a expressão ( A - λ ⋅ I ) ⋅ v = 0 calcula os
autovetores de uma transformação, então, pelo que foi resolvido antes temos que:
- ü - λ x
⋅ = .
-ü -λ y
- 3 - ( - 2) 4 x 0
a) Substituindo λ 1 = Ŷ 2 na expressão acima, temos que: ⋅ = ⇒
-1 2 - ( - 2 ) y 0
4 x 0 - 1 4 x 0 - x + 4y =
0
⋅ = ⇒ ⋅ = ⇒ ⇒x=
4y
- 2 ) y 0 - 1 4 y 0 - x + 4y =
0
- 3 - 1 4 x 0 - 4 4 x 0 - 4x + 4 y = 0
⋅ = ⇒ ⋅ = ⇒ ⇒x=y
-1 2 - 1 y 0 - 1 1 y 0 -x +y=0
3 -1 1
A = - 1 5 1
1 -1 3
228
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
3 -1 1 1 0 0
det ( A - λ ⋅ I ) = 0 ⇒ det - 1 5 1 -λ ⋅ 0 1 0 = 0
1 -1 3 0 0 1
3 -1 1 - λ 0 0
⇒ det - 1 5 1 + 0 -λ 0 = 0
1 -1 3 0 0 - λ
3 - λ -1 1
⇒ det - 1 5 - λ 1 =0
1 - 1 3 - λ
⇒((33−- λ ) ⋅.( 5
⇒ ( 5−-λλ))⋅ .( 3( 3−-λλ))−-((55−- λλ) +- ((33 −- λ ) −+ ( 3 −- λλ)) ==
00
⇒ (3 − λ ) ⋅ (5 − λ ) ⋅ (3 − λ ) − (5 − λ ) = 0
⇒ - λ + 11λ - 36λ + 36 = 0
3 2
⇒ ( 5 − λ ) ⋅ ( ( 3 − λ ) ⋅ ( 3 − λ ) − 1) =
0
(
⇒ ( 5 − λ ) ⋅ λ 2 − 6λ + 8 =
0 )
⇒ (5 − λ ) ⋅ ( 4 − λ ) ⋅ ( 2 − λ ) =
0
1 -1 1 x 0 x -y+z = 0
a) Para λ 1 2 : - 1
= 3 1 ⋅ y = 0 ⇒ - x + 3y + z = 0 , onde, desta
1 -1 1 z 0 x -y+z = 0
1 - 1 1 1 - 1 1 11 0- 1
vez, resolvendo por escalonamento recorre que: - 1 3=1 ~ 0 λ21 02 : -~10 1 3
1 - 1 1 0 0 0 10 0- 1
⇒ 2 y + 2 z =⇒
0 y= − z;
⇒ x − y − z = 0 ⇒ x = 2 z.
229
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
−1 −1 1 x 0 − x − y + z = 0
0 ⇒ − x + y + z= 0
b) Para λ2= 4 : −1 1 1 ⋅ y = , onde,
1 −1 −1 z 0 x − y − z = 0
−1 −1 1 −1 −1 1
resolvendo por escalonamento recorre que: −1 1 1 ~ 0 2 0
1 −1 −1 0 0 0
⇒ 2 y =0 ⇒ y =0;
⇒ − x − y + z = 0 ⇒ x = z.
Logo, quaisquer vetor que possuir a forma v = (z, 0, z) ou v = (x, 0, x) é um
autovetor de λ2 = 4. Isto quer dizer que, qualquer vetor múltiplo de (1, 0 1) é um
autovetor associado ao autovalor 4.
−2 −1 1 x 0 −2 x − y + z = 0
c) Para onde, desta vez, λ3= 5 : −1 0 1 ⋅ y = 0 ⇒ − x + z= 0 , onde,
1 −1 −2 z 0 x − y − 2 z =0
−2 −1 1 −2 −1 1
resolvendo por escalonamento recorre que: −1 0 1 ~ 0 1 −3
1 −1 −2 0 0 −6
⇒ x = y = z = 0.
5
26: Se u
Exemplo= (=
- 1,1) e v ,1 são autovetores de T, com relação
2
aos autovalores λ 1 = - 1 e λ 2 = 6 respectivamente. Determine T(x,y) e a imagem
do vetor v = (1,4) nesta transformação.
230
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
a b 1 0 - 1 0
- ( - 1) . . = ⇒
c d 0 1 1 0
a b - 1 0 - 1 0
- . = ⇒
c d 0 - 1 1 0
a + 1 b - 1 0
. = ⇒
c d + 1 1 0
- a - 1 + b 0 - a+b= 1
= ⇒ ⇒ b = a +1 e d = c - 1
- c + d + 1 0 - c + d = -1
5
Para
= e u ,1 , temos:
λ 2 6=
2
a b 5
1 0 0
- ( 6) . . =2 ⇒
c d 0 1 1 0
a b 6 0 5 0
- . 2 = ⇒
c d 0 6 1 0
a - 6 5
b 0
. 2 = ⇒
c d - 6 0
1
5a 5a
2 - 15 + b 0 2 + b = 15 5a 5c
= ⇒ ⇒ b= - + 15 e d = - +6
5c + d - 6 0 5c + d = 6 2 2
2 2
231
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
5a 7a
a +1 = - + 15 ⇒ = 14 ⇒ a = 4
2 2
5c 7c
c -1= - +6 ⇒ =7 ⇒ c=2
2 2
Porfim,paracalcularaimagemdovetor(1,4)nestatransformação,bastasubstituí-
lo na fórmula encontrada, ou multiplicá-lo pela matriz correspondente. Vamos utilizar
4 5 1 24
o segundo processo: . = . O vetor transformado é v’ = ( 24 , 6 ) .
2 1 4 6
232
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
1 2 1 0
Exemplo 26: Verifique se as matrizes A = e B=
0 -1 -2 -1
1 -1
são semelhantes. (Dica: utilize a matriz P = para realizar a verificação).
1 1
Resolução: Vamos verificar o que foi solicitado, utlizando a definição, que
diz que inicialmente a matriz P deve possuir inversa. Vamos verificar pelo cálculo
de seu determinante.
1 -1
det P = det = 1 + 1 = 2 > 0 logo, a matriz P possui inversa.
1 1
1 2 1 -1 1 -1
Agora, vamos verificar o fato que A . P = P . B : . =
0 -1 1 1 1 1
1 -1 1 -1 1 0 3 -1 3 -1
= ⋅ =
1 1 1 1 - 2 - 1 - 1 - 1 - 1 - 1
5.2 DIAGONALIZAÇÃO
Para trabalhar com conceitos e aplicações de operadores lineares temos
a melhor situação possível quando uma matriz quadrada é semelhante a uma
matriz diagonal. Para uma matriz ser diagonalizável, como veremos logo a seguir,
a possibilidade de isso ocorrer está fortemente relacionada com a semelhança de
matrizes, bem como com os autovalores e autovetores da matriz.
233
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
NOTA
Para explicar este teorema, temos que imaginar que A só será diagonalizável
se as colunas da matriz P forem compostas por n autovetores linearmente
independentes de A, e os elementos da diagonal de D forem os autovalores
correspondentes aos autovetores.
a) T : R 3 → R 3 ,T ( x , y , z ) = ( y , z , 2x - 5 y + 4 z )
b) T : R 3 → R 3 ,T ( x , y , z ) = ( - x + z , 3x - 3z , x - z )
Resolução:
234
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
ü
Representando o operador na forma matricial, segue: A = ü
ü -
0 1 0 1 0 0
det ( A - λ ⋅ I ) = 0 ⇒ det 0 0 1 - λ ⋅ 0 1 0 = 0
2 - 5 4 0 0 1
0 1 0 - λ 0 0
⇒ det 0 0 1 + 0 -λ 0 =0
2 - 5 4 0 0 -λ
0 - λ 1 0
⇒ det 0 0-λ 1 =0
2 - 5 4 - λ
⇒ ( - λ ) . ( - λ ) . ( 4 - λ ) + 2 - 5λ = 0
⇒ -λ 3 + 4λ 2 - 5λ + 2 = 0
⇒ λ 1= λ 2 = 1 e λ 3 = 2
- 2 1 0 x 0 - 2x + y = 0
Para λ 3 = 2 : 0 - 2 1 ⋅ y = 0 ⇒ - 2 y + =z 0 y 2x e =
⇒ = z 4x
2x - 5y + 2z =
2 - 5 2 z 0 0
o que implica em autovetores da forma ( x , 2 x , 4 x ) = x . (1, 2 , 4 ) . Ou seja, vetores
múltiplos de (1,2,4).
Ora, verificamos que não é possível existirem nestas condições três vetores
LI para formarem a matriz P. E pelo teorema anterior, A não é diagonalizável.
235
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
Observação: λ= 1
λ=2
1 tem multiplicidade algébrica igual a 2 e λ 3 = 2
tem multiplicidade algébrica igual a 1. Cada autovalor gera somente um autovetor,
portanto, a multiplicidade geométrica é 1, para qualquer autovalor.
- 1 0 1 1 0 0
det ( A - λ ⋅ I ) = 0 ⇒ det 3 0 - 3 - λ ⋅ 0 1 0 = 0
1 0 -1 0 0 1
- 1 0 1 - λ 0 0
⇒ det 3 0 - 3 + 0 -λ 0 =0
1 0 -1 -λ
0 0
- 1 - λ 0 1
⇒ det 3 0-λ -3 =0
1 0 - 1 - λ
⇒ (1 - λ ) . ( - λ ) . ( - 1 - λ ) + λ = 0
⇒ λ 3 + 2λ 2 = 0
⇒ λ1 = λ 2 = 0 e λ 3 = - 2
1 0 1 x 0 x+z= 0
Para λ 3 = - 2 : 3 2 - 3 ⋅ y = 0 ⇒ 3x + 2 y - 3z = 0 ⇒ x = - z e y = - 3z
1 0 1 z 0 x+z= 0
236
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
1 0 -1
P= 0 1 - 3 , onde P é a matriz que diagonaliza A. Agora, a forma diagonal
1 0 1
D, como colocado anteriormente, é formada pelos autovalores em sua diagonal.
0 0 0
Como λ= λ= 0 e λ=
2 , segue que: D = 0
1 2 3 0 0
0 0 - 2
Observação: λ= 1
λ=2
0 tem multiplicidade algébrica igual a 2 e tem
multiplicidade algébrica igual a 1. Temos que, λ=
1
λ=2
0 gera dois autovetores
LI, portanto, possui multiplicidade geométrica igual a 2, enquanto que λ 3 = - 2
que gera apenas um autovetor, tem multiplicidade geométrica 1.
Teorema da Diagonalização
a) A é diagonalizável.
b) A união de todos os autovetores gerados pelos autovalores contém n vetores
LI.
c) A multiplicidade algébrica de cada autovalor é igual a sua multiplicidade
geométrica.
237
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
II) “Para determinar uma curva de ordem n são necessários e suficientes n(n +
3)/2 pontos”.
238
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
1) A2²+ B² + C² = 1
2) D² + E² + F² = 1
3) G² + H² + I² = 1
4) AB + DE + GH = 0
5) AC + DF + GI = 0
6) AB + DE + GH =0
7) A2 + D2 +G2 = 1
8) B2 + E2 + H2 = 1
9) C2 + F2 + I2 = 1
10) AD + BE + CF = 0
11) AG + BH + CI = 0
12) DG + EH + FI = 0
239
UNIDADE 3 | OPERADORES DE TRANSFORMAÇÃO
Y = Dx + Ey + Fz;
Z = Gx + Hy + Iz;
o que é equivalente à afirmação: X² + Y² + Z² = x² + y² + z²
Então, mostrou que as seis primeiras relações implicam nas seis últimas.
Euler não se preocupou com a questão da independência destas equações, pois seu
raciocínio era intuitivo, mas mostrou que n² coeficientes têm n(n + 1)/2 condições
e que essa transformação ortogonal irá depender de n(n - 1)/2 parâmetros. Assim
sendo, Euler caracterizou as transformações ortogonais para n = 2 e 3, mas, a
principal contribuição de Euler para o avanço deste conceito foi que ele não se
limitou a n = 3. Seu raciocínio puramente algébrico permitiu que ele obtivesse
soluções para n = 4 e 5 e generalizasse para todo valor de n. Isto não ocorria
na geometria, pois resolver essas equações para n maior que três significava se
aventurar por espaços de dimensão maior que três.
240
TÓPICO 3 | AUTOVALORES E AUTOVETORES
FONTE: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, A história da álgebra Linear. Disponível em:
<http://www.fat.uerj.br/intranet/disciplinas/Algebra%20Linear>. Acesso em: 6 fev. 2016.
241
RESUMO DO TÓPICO 3
242
AUTOATIVIDADE
5 Se u (=
= 2 , - 5 ) e v ( - 3, 7 ) , são autovetores de T, com relação aos
autovalores λ 1 = -1 e λ 2 = 0 Determine T(x,y).
Assista ao vídeo de
resolução da questão 4
243
y
u
x
-2 2 4
T(u)
-2
a) ( ) É dada por T ( x , y ) = ( - x , y )
b) ( ) Tem autovetor (0,-1) com autovalor associado igual a 2.
c) ( ) Tem autovetor (2,0) com autovalor associado igual a 1.
d) ( ) Tem autovetor de multiplicidade 1.
e) ( ) Não é inversível.
2 1
a) A =
0 1
1 0 0
b) B = - 7 1 0
4 -3 1
0 -1
11 Considere a matriz A = , uma representação de um operador
m m + 1
linear T, onde m é um número real.
244
REFERÊNCIAS
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra Linear com Aplicações. 8. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
BOLDRINI, José Luiz. Álgebra Linear, 3. ed. São Paulo: Harbra, 1984.
FACCHINI, Walter. Matemática para a escola de hoje: volume único. São Paulo:
FTD, 2006.
GIOVANNI, José Ruy; BONJORNO, José Roberto; GIOVANNI JR., José Ruy.
Matemática Fundamental: uma nova abordagem. São Paulo: FTD, 2002.
LIPSCHUTZ, Seymour. Álgebra Linear, 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
245