CT Damec 2019 1 03
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CT Damec 2019 1 03
CAMPUS CURITIBA
(TCC2)
CURITIBA
2019
RAMON BRUNOW GOMES
CURITIBA
2019
TERMO DE APROVAÇÃO
Gostaria de prestar agradecimento ao orientador deste trabalho, Prof. Dr. Eng Carlos
Henrique da Silva, juntamente com o coorientador Prof. Dr. Eng Tiago Cosseau, pelo
apoio prestado e também por se disponibilizarem com o intuito de passar
conhecimento a mim no decorrer de minha formação, sendo por meio de matérias
cursadas, como por meio desta monografia. Também agradeço ao companheiro de
laboratório Eng. Fernando Souza Roker da Silva por compartilhar bons momentos no
decorrer dos dias no laboratório e assim contribuir grandemente com conhecimento
adquirido de forma conjunta. Por último e não menos importante, agradeço
grandemente aos meus pais, Jonaiber Lima Gomes e Mariusa Brunow Gomes, por
me darem a oportunidade de me afastar de moradia para poder assim cursar essa
maravilhosa jornada de conhecimento durante os anos de formação na UTFPR,
mesmo que tenha sido com grande dificuldade.
RESUMO
Os ensaios feitos no tribômetro FZG possuem diversos fins, dentre eles está a
caracterização dos mecanismos de desgaste que uma engrenagem pode sofrer. O
presente trabalho visa então buscar correlações entre os tipos de mecanismos de
desgastes presentes no flanco de dentes de engrenagens ensaiadas e os perfis de
rugosidade apresentados tanto antes quanto após os ensaios através da comparação
entre tensões macroscópicas e microscópicas no contato. As engrenagens utilizadas
são fabricadas em aço AISI 4320, temperado e revenido. A caracterização foi feita por
meio do estudo das tensões de Hertz que leva em conta a geometria macroscópica e
além disso, para que a geometria microscópica seja considerada, as asperezas da
superfície foram medidas em regiões características. Este estudo apresenta, para o
contato macroscópico, tensões máximas por volta de 1,5MPa, podendo ser maiores.
No caso da consideração microscópica, que leva em conta rugosidades Ra, foram
considerados os estados de fabricação e pós ensaio. Encontraram-se picos de tensão
na faixa de 19x109MPa na região adendo do pinhão quando avaliada a engrenagem
com o flanco dos dentes em estado de fabricação e quando considerada a medida
após os ensaios, as tensões máximas tiveram uma mudança de localização do
adendo para o diâmetro primitivo, atingindo valores na ordem de 21x109MPa enquanto
que a região que anteriormente apresentou maior pico de tensão, ou seja, o adendo
mostrou uma queda dos valores de tensão para cerca de 50% do valor inicial.
Palavras-chave:
Gomes, Ramon. Macroscopic and microscopic analysis of gears contact stress. 84p.
Undergraduate Thesis, Mechanical Engineering, Academic Mechanical Engineering
Department, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2019.
FZG tests have a lot of purposes, among them is the characterization of the
mechanisms of wear that a gear can suffer. This thesis aims to look for correlations
between the types of wear mechanisms at gear teeth that were tested and the
roughness profile presented before and after the tests by means of comparation
between macroscopic and microscopic stresses on the contact. The gears used are
made with AISI 4320 steel, quenched and tempered. The characterization was done
by means of the study of the Hertz’ stress that consider the macroscopic geometry and
so that the geometry ware considered, the superficial roughness was measured at
characteristic zones. That study presents for the macroscopic contact, maximum
stress about 1,5MPa or more. In the case of the microscopic consideration, that
consider Ra roughness, were considered the manufacturing state and after test. Were
found stress peaks about 19x109MPa at the pinion addendum when it was evaluated
the gear with a manufacturing state and when was considered the after test state, the
maximum stress change the location to primitive diameter, reaching in order of
21x109MPa while the addendum showed a drop in stress values to about 50% of the
initial value.
Keywords:
Figura 27 - Posição sobre a face dos dentes onde foram feitos os cálculos ............. 55
Figura 29 - (A) Método de seleção de áreas utilizado por KODA, (B) Método adotado
no trabalho ......................................................................................................... 61
Figura 43 - (A) Coeficiente de atrito por distância diametral, (B) Parâmetro de filme por
posição diametral ............................................................................................... 72
Figura 49 - (A) Tensões cisalhantes (B) Tensões cisalhantes com zoom na parte
selecionada ........................................................................................................ 77
EHD - Elasto-Hidrodinâmico
ECDR - Engrenagem Cilíndrica de Dentes Retos
FZG - Forschungsstelle für Zahnräder und Getriebebau - Instituto
Técnico para o Estudo de Engrenagens e Mecanismos de
Acionamento
1 INTRODUÇÃO 16
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 16
1.2 OBJETIVOS 17
Objetivo geral 17
Objetivos Específicos 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19
2.1 PERFIL DE DENTE DE ENGRENAGENS 19
2.2 TENSÕES DE CONTATO PARA ECDR 25
2.3 VELOCIDADES NO CONTATO 29
2.4 LUBRIFICAÇÃO EM ENGRENAGENS 31
2.5 RUGOSIDADE 34
2.6 COEFICIENTE DE ATRITO PARA ENGRENAGENS 36
2.7 TENSÕES DE CONTATO CONSIDERANDO A RUGOSIDADE 37
2.8 MECANISMOS DE DESGASTE 39
Pitting 39
Scuffing 40
Abrasão / deformação plástica 42
3 MATERIAIS E MÉTODOS 44
3.1 CARACTERÍSTICAS DAS ENGRENAGENS 44
3.2 ENSAIOS DE DESGASTE FZG 47
3.3 MEDIÇÃO DE RUGOSIDADE 50
3.4 ANÁLISE MACROSCÓPICA 53
3.5 CÁLCULO DE TENSÕES DE CONTATO 58
3.6 MÉTODO DE QUANTIFICAÇÃO DA SUPERFÍCIE DESGASTADA 60
Funcionamento do Software 61
Definição da área de interesse 62
Seleção de zonas de desgaste 62
Avaliação computacional das cores 63
Definição do cluster para arquivamento da zona selecionada 64
Geração do relatório em formado de texto 65
Fotografias 66
Evolução do desgaste 67
3.7 CÁLCULO DE TENSÕES MICROSCÓPICAS 68
4 RESULTADOS 69
4.1 ANÁLISE MACROSCÓPICA 69
Quantificação do desgaste 69
Resultados do EngCalc 70
4.2 ANÁLISE MICROSCÓPICA 72
Considerações para pinhão e coroa lisos 72
Pinhão em estado de fabricação (rugoso) e coroa lisa 75
Pinhão ensaiado (rugoso) e coroa lisa 78
Correlação entre resultados obtidos 79
5 CONCLUSÕES 82
REFERÊNCIAS 83
16
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
Objetivo geral
Objetivos Específicos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Essa geometria faz com que haja o mínimo de deslizamento no contato das
engrenagens, potencializando o rolamento que é puro no diâmetro primitivo, o que faz
com que o atrito seja menor e a transmissão de velocidades seja dada de forma
contínua e suave.
De acordo com Koda (2009), existem modificações que podem ser feitas com
o intuito de corrigir a distância entre os eixos de um par de engrenagens em contato
e também para evitar a interferência entre os dentes, porém ao passo que estas
modificações geram melhorias, também fazem com que as engrenagens deixem de
ser ideais aumentando assim o nível de ruído e diminuindo a eficiência. Logo, por se
tratar de um ensaio com o princípio de recirculação de potência/torque (ensaio tipo
FZG) visando o objetivo de averiguar os danos causados, as engrenagens sofreram
modificações no adendo com o intuito de acelerar os fenômenos de desgaste.
24
Coeficiente geral
de modificação do 𝑥 ± 𝑥 .𝑚
adendo
Coeficiente de 𝑥𝑝 ou 𝑥𝑐
modificação cada p (pinhão), 𝑥 = 𝑥𝑝 + 𝑥𝑐
engrenagem c (coroa)
Distância de
𝑎𝑣 𝑎𝑣 = 𝑎0 + (𝑥𝑝 + 𝑥𝑐 ). 𝑚
centros corrigida
Ângulo de pressão 𝑎0
para engrenamento 𝛼𝑤 cos(𝛼𝑤 ) = . cos(𝛼)
𝑎𝑣
V
2𝑎𝑣
Módulo Modificado 𝑚𝑣 𝑚𝑣 =
𝑍𝑝 + 𝑍𝑐
Diâmetro
𝐷𝑏 𝐷𝑏 = 𝐷𝑝. cos(𝛼𝑤 )
de base
Diâmetro
𝐷𝑘𝑣1 𝐷𝑘𝑣1 = 𝑚(𝑍1 + 2 + 2. 𝑋1 )
externo
Diâmetro primitivo
𝐷𝑝𝑣 𝐷𝑝𝑣 = 𝑚𝑣 . 𝑍
modificado
2 2
√𝑟 2 𝑘𝑣1 − 𝑟𝑏𝑝 + √𝑟 2 𝑘𝑣2 − 𝑟𝑏𝑔 − 𝑎. 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑤 )
Razão de contato 𝐶𝑅
𝐶𝑅 =
𝑝𝑏
Raio de curvatura
𝐷𝑝𝑣.𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 . 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑤 )
do pinhão 𝑟𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 𝑟𝑝𝑖𝑛ℎã𝑜 =
(região do 𝑑𝑝 ) 2
Raio de curvatura
𝐷𝑝𝑣.𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 . 𝑠𝑒𝑛(𝛼𝑤 )
da coroa 𝑟𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 𝑟𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 =
(região do 𝑑𝑝 ) 2
2𝑇
Força Tangencial 𝑊𝑡 𝑊𝑡 = , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑇 = 𝑡𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒
𝐷𝑝𝑣
𝑊𝑡
Força Normal 𝑊 𝑊=
cos(𝛼𝑤 )
Relação de 𝐷2 𝑛2
𝑢 𝑢= =
transmissão 𝐷1 𝑛1
Fonte: Adaptado de (MAITRA, 2001)
25
gerado entre duas curvas involutas é não conforme podendo ser aproximado como
sendo o contato entre dois cilindros (ver Figura 5). Isso faz com que a região de
contato seja dada por um retângulo e permite que a teoria de Hertz possa ser utilizada.
Levando em conta esta região formada entre cilindros, nota-se que a área
inicial de contato, no caso da ausência de deformações seria uma linha, porém, com
a aplicação de uma força sobre o cilindro em contato, esta área é modificada e passa
a ser um retângulo (de largura 2b e comprimento L) e a tensão antes pontual se torna
uma distribuição de tensões de natureza tridimensional (SHIGLEY, MISCHKE e
BUDYNAS, 2008).
𝑏 = 𝐾𝑏 √𝑊 (1)
onde:
𝑊 = Força aplicada;
2𝑊
𝑝𝑚𝑎𝑥 =
𝜋𝑏𝑙 (2)
(3)
(4)
(5)
(7)
31
(8)
(9)
saída. Assim, para que o fluxo seja mantido e haja uma compensação da perda de
viscosidade, na saída do contato se forma uma constrição como pode ser visto na
Figura 9 (STACHOWIAK e BATCHELOR, 2001).
0,68 −0,073
ℎ0 𝑈 𝑤
= 3,63 (𝐸′ 𝑅0′ ) (𝛼𝐸′)0,49 ( ′2
) (1 − 𝑒 −0,068𝑘 ) (10)
𝑅′ 𝐸 ′𝑅
onde:
1 1 1 − 𝐴2 1 − 2𝐵
= [ + ] (11)
𝐸′ 2 𝐸𝐴 𝐸𝐵
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵
𝑅′ =
𝑅𝐴 𝑅𝐵 (12)
responder a esta questão, um parâmetro, pode ser usado para avaliar a variação da
espessura de filme como uma função da rugosidade composta de duas superfícies no
local desejado. Este parâmetro é definido como:
(13)
onde:
2.5 RUGOSIDADE
Para que superfícies mantenham contato é necessário que uma força seja
aplicada de forma a pressionar uma contra a outra. Foi visto que a área geométrica
de contato é facilmente calculada, mas a área real de contato é grandemente afetada
35
𝑭 𝑭 (14)
𝑨𝒓 ≅ ≅
𝑺𝒑 𝟑𝑺𝒚𝒄
onde:
Segundo Krantz (2015), para que a vida em fadiga de engrenagens possa ser
aumentada, a espessura do filme deve aumentar ou a rugosidade composta
(apresentada no item 2.3) deve diminuir ou ainda, se possível, as duas alterações
devem ser feitas ao mesmo tempo. Tal resultado foi constatado por meio de um estudo
feito por HOYASHITA et al. (apud Krantz, 2015), que comparou os resultados de vida
em fadiga de rolos que passaram pelo processo de shot peening e posteriormente por
polimento com elementos que passaram apenas pelo shot peening. O processo de
polimento gera uma superfície de menor rugosidade e como resultado final foi
encontrado que a durabilidade da superfície dos rolos que foram polidos foi
significantemente melhorada se comparada com os rolos que não foram polidos. Eles
encontraram que a tensão máxima suportada para que fosse possível 10 7 ciclos sem
que houvesse pitting no elemento foi de 2,45 GPa para os componentes que foram
polidos e 2,15 GPa para os que não foram polidos. O que representou um aumento
de aproximadamente 12% na carga suportada somente por conta de uma melhor
rugosidade.
(15)
(16)
Para o cálculo das tensões de Hertz mencionado no item 2.2 admitiu-se que
as engrenagens são sólidos com superfícies contínuas em um contato não conforme,
que seus raios de curvatura são conhecidos e que as superfícies são perfeitamente
lisas. Estas abstrações da teoria permitem que as dimensões da área de contato e a
distribuição de pressão sobre os sólidos em contato sejam calculadas.
Para que a rugosidade seja levada em conta nos cálculos, são considerados
valores do comprimento de onda e da amplitude da ondulação, além de outros fatores
correspondentes a rugosidade que são utilizados para se definir parâmetros
adimensionais característicos da ondulação da superfície, da geometria do contato e
da carga aplicada.
Este perfil foi filtrado para que as ondulações fossem levadas em conta.
Desgaste é um termo amplo que abrange diversos tipos de falhas que alteram
a superfície de uma peça. Para este trabalho, espera-se encontrar três tipos básicos
de falha por desgaste de dentes de engrenagens: pitting, scuffing e abrasão. Estes
mecanismos são os mais comuns quando se trata de fadiga em elementos de contato
de rolamento, deslizamento ou combinação de ambos.
Pitting
Fonte: (o autor)
Scuffing
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
44
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta seção apresenta os procedimentos que foram usados neste trabalho por
meio da apresentação dos materiais utilizados, seguido dos tipos de ensaios feitos e
em seguida o método de análise de resultados que visam constatar a relevância do
parâmetro avaliado.
Fonte: (o autor)
Pinhão Coroa
Fonte: (o autor)
46
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
47
Fonte: (o autor)
48
Tabela 4 - Relação entre torques necessários para os estágios de carga e torque obtidos por
meio das massas disponíveis
Estágio de Torque
Massa requerida Massa obtida Torque obtido
carga requerido
1. Pinhão de teste;
2. Coroa de teste;
3. Caixa de engrenagens escravas;
4. Embreagem de carga;
5. Pino de trava (ver observação);
50
(RADZEVICH, 2012)
As seis posições nas quais foi medida a rugosidade são divididas em duas
direções, sendo estas as direções axial e radial, onde o arranjo axial é composto por
uma posição localizada próximo ao dedendo, outra na altura do diâmetro primitivo e
por último na região do adendo. Já a direção radial tem uma medição feita em cada
51
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
Da mesma forma que na direção axial, para a direção radial o bloco magnético
teve a função de elevar a engrenagem, porém desta vez com o diferencial de que a
superfície utilizada como apoio foi a em forma de “V” , pois esta proporcionou um
melhor posicionamento da engrenagem em relação ao instrumento de medição, uma
vez que o apalpador deve ser posicionado de forma que este esteja o mais paralelo
possível com a superfície para que o seu campo de medição vertical máximo (400m)
não seja ultrapassado por conta da curvatura do dente. A Figura 25 mostra a
disposição do bloco e os demais elementos.
53
Fonte: (o autor)
O posicionamento foi garantido por meio do contato dos dentes inferiores com
o vértice do bloco magnético.
Para que a análise macroscópica fosse feita de forma mais rápida e com
menor chance de erros de cálculos, foi utilizado um software desenvolvido por Muraro
e Junior (2010), na linguagem Visual Basic. Este software foi chamado EngCalc e visa
apresentar e resolver os cálculos relacionados ao contato entre engrenagens através
de uma interface simples e intuitiva e com grande confiabilidade, uma vez que estes
resultados foram validados através de ensaios de laboratório e dados de literatura.
Figura 27 - Posição sobre a face dos dentes onde foram feitos os cálculos
Fonte: (o autor)
56
Nota -se que o raio de curvatura equivalente não varia com a carga, visto que
é um parâmetro puramente geométrico e o módulo de Young também é constante
com o carregamento por ser uma propriedade do material.
Fonte: (o autor)
de análise de tensões utilizado neste trabalho. Vale ressaltar que mesmo que a
rugosidade seja um parâmetro medido e consequentemente um resultado, é de suma
importância que os seus valores sejam mostrados neste momento, pois estes são
utilizados no cálculo das tensões, que são os resultados buscados.
Diâmetro
09 29,02 mm 9,31 mm 0,4 – 0,88 0,050 0,064 0,636m 0,381m
primitivo
Diâmetro
09 62,50 mm 20,04 mm 1,36 – 1,84 0,050 0,064 0,540m 0,323m
primitivo
Assim, as tensões serão calculadas nas mesmas regiões que forem medidas
as rugosidades, de acordo com o método presente no capítulo 2.2 (início na página
25) que fala das tensões de contato em engrenagens cilíndricas de dentes retos e
estes resultados de tensão, juntamente com a área percentual de desgaste serão
relacionados com a rugosidade encontrada.
A escolha da utilização deste código foi motivada pelo fato de que os métodos
presentes até a atualidade não se mostraram eficientes na aplicação em questão. A
Figura 29 exemplifica o método utilizado por Koda (2009) em comparação com
escolhido para esta pesquisa.
61
Figura 29 - (A) Método de seleção de áreas utilizado por KODA, (B) Método adotado no
trabalho
(A) (B)
Fonte: Adaptado de (KODA, 2009)
Para que o resultado obtido por meio das quantificações tenha sempre a
mesma qualidade independente do operador do software, procurou-se exemplificar a
ordem das operações que devem ser executadas tanto na aquisição da imagem
quanto em sua quantificação.
Funcionamento do Software
Para que o resultado obtido por meio das quantificações tenha sempre a
mesma qualidade independente do operador do software, procurou-se exemplificar a
ordem das operações que devem ser executadas tanto na aquisição da imagem
quanto em sua quantificação.
definição do cluster que a imagem será salva e por fim geração do relatório em forma
de texto contendo a descrição das áreas em unidades percentuais e o tamanho total
da imagem em pixels.
Fonte: (o autor)
que sejam selecionadas zonas automaticamente (não funciona como desejado por
conta das grandes distorções causadas pelo ensaio), seleção manual entre outros. A
seleção manual é a mais utilizada pois o operador deve selecionar somente o tipo de
desgaste que deseja salvar em um cluster específico. Este tipo de seleção é
exemplificado na Figura 31.
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
64
Na Figura 33 é possível ver o resultado obtido pela seleção feita na Figura 31,
mostrando assim a eficiência do método adotado para este trabalho.
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
Este relatório acima foi gerado para a engrenagem com o código interno F01
(mesma engrenagem utilizada nos exemplos anteriores) e como dito anteriormente,
apresenta os valores das áreas em unidades percentuais e o tamanho total da imagem
em pixels.
66
Fotografias
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
67
Evolução do desgaste
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
As 4 horas de ensaio aplicadas a esta engrenagem compreendem 1 hora de
ensaio com carregamento K9, parada de ensaio e posteriormente mais 3 horas
ininterruptas. O fato de se passar várias horas em ensaio fez com que a engrenagem
deformasse consideravelmente, fazendo com que seu regime de lubrificação fosse
mudado o que poderia explicar o desaparecimento do fenômeno de scuffing, porém
este tópico não será abordado no presente trabalho.
A partir dos dados obtidos por meio do EngCalc, das medições de rugosidade
e das quantificações de desgaste foram feitas análises do contato entre pinhão e
coroa. Um código programado em MatLab pelo Prof. Dr. Eng. Tiago Cosseau, também
coorientador deste trabalho, foi utilizado para gerar a análise microscópica deste
contato. Este código foi desenvolvido segundo a metodologia aplicada por SEABRA
et al para avaliar a influência das ondulações e da rugosidade da superfície na
distribuição de pressão para um contato hertziano. Este modelo de análise foi feito
pois as tensões de contato são um dos parâmetros mais importantes no
desenvolvimento de engrenagens e a superfície de contato se torna muito pequena
quando consideradas as imperfeições da superfície (SEABRA e BERTHE, 1987). Uma
simplificação foi feita considerando que o pinhão seja rugoso e a coroa lisa para que
fique mais visível a influência da rugosidade medida em conjunto com a apresentação
das imagens da superfície desgastada. O programa necessita, como parâmetros de
entrada, dos raios de curvatura do pinhão e da coroa, a força aplicada por meio do
torque no ensaio e a largura de contato das engrenagens além do perfil de
rugosidades medido. Onde, destes parâmetros de entrada, todos são calculados com
o auxílio do EngCalc e apenas o perfil de rugosidades foi medido.
69
4 RESULTADOS
Quantificação do desgaste
Resultados do EngCalc
Fonte: (o autor)
71
Fonte: (o autor)
É interessante notar que fica evidente nesta figura que o valor mínimo da
velocidade de deslizamento ocorre ao chegar no diâmetro primitivo confirmando o que
é encontrado na literatura ao afirmar que no diâmetro primitivo existe rolamento puro.
Figura 43 - (A) Coeficiente de atrito por distância diametral, (B) Parâmetro de filme por posição
diametral
Fonte: (o autor)
Nota-se aqui que quando o parâmetro de filme encontra seus menores valores
como consequência do carregamento aplicado (representado na Figura 41), o
coeficiente de atrito apresenta um comportamento inverso, apresentando seus picos,
mostrando assim que o filme lubrificante é de suma importância no que diz respeito
ao atrito entre corpos.
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
Figura 46 - (A) Tensão cisalhante segundo Tresca para consideração sem atrito, (B) Tensão
cisalhante considerando o atrito médio
(A) (B)
Fonte: (o autor)
encontrado a z/a aproximadamente 0,8 da superfície. No caso (A) este valor encontra-
se centralizado sob a superfície do dente, porém, ao considerar um fator de atrito de
aproximadamente ocorre uma distorção nas curvas de nível iniciais, deslocando assim
o ponto de máxima tensão para a direita e aumentando sua área.
Fonte: (o autor)
76
(A) (B)
Fonte: (o autor)
Figura 49 - (A) Tensões cisalhantes (B) Tensões cisalhantes com zoom na parte selecionada
(A)
(B)
Fonte: (o autor)
Nota-se que, em comparação com a Figura 46, o ponto de maior tensão foi
modificado, se deslocando para a superfície do contato tendo seu valor máximo
78
Por fim, foi considerado o estado de tensões causado pela topografia do dente
da engrenagem em seu estado de pós ensaio. A Figura 50 apresenta novamente a
simplificação dos dados. Porém outro dado interessante pode ser retirado desta
imagem que em comparação com a Figura 47 apresenta picos de aspereza menores
(18e-7 contra 6e-6) mesmo após horas de ensaio.
Fonte: (o autor)
Fonte: (o autor)
Todos estes dados mostrados nas seções anteriores foram gerados para os
dentes 1, 7 e 10 e estão apresentados a seguir na Tabela 11 para os pontos 7 e 9 do
pinhão que compreendem ao adendo e diâmetro primitivo, respectivamente.
80
1 9,67
7
7 19,18 13,1 ± 4,5
(Adendo)
10 11,33
Fabricação
1 8,52
9
1 8,01
7 8,5 ± 2,5
7 11,17
(Adendo)
10 6,33
Ensaiado
1 16,75
9
Assim, estas tensões altas indicam que a rugosidade está alta, pois a
superfície fica imperfeita devido à ação dos mecanismos de desgaste e uma vez que
as tensões começam a subir, tendem a desgastar cada vez mais a engrenagem.
82
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
GERDAU. Aços finos Piratini. Manual de aços, São Paulo, n. 2 (atualizada), p. 105,
2003.
HOEHN, B.-R. et al. Test Methods for Gear Lubricants. Fuels and lubricants: Journal
for tribology lubrication, application of liquid and gaseous fuels and combustion
engineering , v. 47, p. 141-152, Abril 2008.
KRANTZ, T. L. On the Correlation of Specific Film Thickness and Gear Pitting Life.
Gear Technology, Janeiro 2015.
MICHALCZEWSKI, R. et al. New Scuffing Test Methods fot the Determination of the
Scuffing Resistance of Coated Gears. In: ______ Tribology fundamentals and
advanccements. [S.l.]: [s.n.], 2013. Cap. 6.
WULPI, D. J. Understanding How Components Fail. 3°. ed. [S.l.]: ASM International,
2013.