Compilado - Enunciados CAOCRIM - MPSP
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d) entendendo não existir justa causa para a ação penal, manifestar-se pela rejeição do acordo
policial, promovendo o arquivamento da investigação;
O acordo celebrado pela Autoridade Policial não deve impedir ou restringir, direta ou
indiretamente, o direito de ação ou de punir do Estado, ficando vedada a concessão de
imunidade processual, perdão judicial, substituição de pena, regime prisional diverso daquele
ditado pelo art. 33 do CP ou efeitos de eventual condenação.
Não havendo previsão legal do cabimento de recurso em sentido estrito, da decisão que
homologa o acordo policial desafia recurso de apelação, com fundamento no art. 593, II, CPP;
se proferida por Tribunal, agravo interno.
A atribuição do Delegado de Polícia para firmar acordo se limita à fase de investigação, com a
fiscalização do Ministério Público, sob pena de reclamação. Proposta a ação penal, a
Autoridade Policial fica impedida de celebrar acordo de colaboração envolvendo fatos e
pessoas constantes da denúncia-crime, sob pena de violação do art. 129, I, da CF.
Acordo celebrado pela Autoridade Policial versando, direta ou indiretamente, sobre matérias
extrapenais deve ser recusado pelo Ministério Público.
ENUNCIADO N. 6 (COLABORAÇÃO PREMIADA)
Fraude em licitações (art. 90) e superfaturamento (art. 96). Independência típica. Viabilidade
do concurso de crimes. Inaplicabilidade automática do princípio da consunção.
O crime de tráfico de ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre (art. 29, §1º, III, da Lei
9.605/98) pode figurar como antecedente penal da lavagem de capitais, nos termos da Lei n°
9.613/98, alterada pela Lei 12.683/12.
O prazo prescricional da falta grave é o menor previsto no artigo 109 do Código Penal, salvo se
a falta consistir na prática de crime, hipótese em que o referido prazo terá a mesma duração
estabelecida no Código Penal e/ou na Legislação Especial.
ENUNCIADO N.14 (Condenação por crime contra a administração pública – requisito especial
para progressão de regime – constitucionalidade)
ENUNCIADO N.15 (Condenação por crime contra a administração pública – requisito especial
para progressão de regime – alegação de insuficiência de recursos – inafastabilidade)
A exigência contida no §4.º do artigo 33 do Código Penal incide ainda que a sentença penal
condenatória não tenha transitado em julgado e a alegação de falta de recursos não dispensa
o executado de devolver o dinheiro desviado, de forma a reparar previamente o dano causado
ao erário. A reparação do dano deverá ocorrer ainda que beneficiado o executado,
indevidamente, com a progressão de regime, até a data prevista para a extinção da pena.
ENUNCIADO N.16 (Indulto/comutação – ausência de falta grave praticada nos doze meses
anteriores à publicação do decreto – requisito)
Em que pese o teor do disposto no inciso III do artigo 8.º do Decreto Presidencial n.º 9.246/17,
não é cabível indulto e/ou comutação de pena à pessoa beneficiada com a suspensão
condicional do processo, pois o indulto (total ou parcial) constitui causa de exclusão da
punibilidade de condenado pela prática de infração penal, extinguindo os efeitos primários da
condenação, nos termos da Súmula 631 do STJ, pressupondo, portanto, condenação.
ENUNCIADO N. 18 (Preso definitivo – trabalho obrigatório)
O trabalho do preso definitivo, se presente vaga, é obrigatório (artigo 31, parágrafo único, LEP)
e sua ausência autoriza a instauração de apuração disciplinar (artigo 50, VI, LEP) e retira o
mérito para a concessão de benesses.
O artigo 9°A da LEP não ostenta qualquer inconstitucionalidade, até porque visa
precipuamente o estabelecimento do perfil genético do preso definitivo.
Não existe qualquer ilegalidade ou inconstitucionalidade nas requisições fundadas para que os
Policiais averiguem se o executado (submetido ao aberto, sursis, livramento condicional ou
saída temporária) cumpre as condições impostas.
As Portarias que regulam saídas temporárias devem obedecer aos artigos 122 a 125 da LEP,
notadamente quanto aos lapsos mínimos para a concessão, tempo máximo permitido para as
saídas e condições legais e judiciais, vedando-se, inclusive, o trânsito do preso fora da cidade
dada como de sua residência ou da visita, exceto nas hipóteses de conurbação.
Os crimes cometidos ao longo das saídas temporárias, dada sua especial gravidade decorrente
da excepcional oportunidade concedida ao preso, devem ser mais gravemente punidos (59,
CP), devendo o membro do Ministério Público das execuções criminais atentar para a
ocorrência quando da análise da concessão da próxima saída, inclusive para fins de
monitoramento.
O marco inicial do prazo para progressão do regime semiaberto para o aberto é a data em que
o sentenciado, preenchido o requisito subjetivo, completou o lapso temporal de progressão no
regime anterior.
Não se admite a consideração, para fins de remição pelo trabalho, de horas extras, uma vez
que a respectiva contagem é feita em dias e não em horas.
Caso concedida a remição pela aprovação no ENCCEJA, nos termos da Recomendação nº 44/13
do CNJ, não poderá incidir sobre este tempo remido o aumento de 1/3 previsto no artigo 126,
§5º, da LEP, sob pena de dupla valoração benéfica ao executado ou “bis in idem”.
Não é possível a concessão de remição por leitura ao preso sob regime prisional aberto ou no
curso do livramento condicional ou suspensão condicional da execução da pena, posto que o
artigo 1°, inciso V, da Recomendação n° 44, de 26.11.2013, visa estimular, no âmbito das
unidade prisionais estaduais e federais, como forma de atividade complementar, a remição
pela leitura, notadamente para apenados aos quais não sejam assegurados os direitos ao
trabalho, educação e qualificação profissional, nos termos da LEP – artigos 17, 28, 31, 36, 41,
incisos I, VI e VII, observando-se os aspectos previstos nas alíneas “a” a “j” do referido artigo
1°, inciso V, da Recomendação n° 44/2013, o que inviabiliza a possível pretensão daqueles que
cumprem pena extra muros.
O prazo da prescrição da pretensão executória tem início com o trânsito em julgado da decisão
condenatória para ambas as partes.
O uso de atestado médico falsificado por particular se subsume ao crime do art. 304, do CP,
c.c. arts. 297 ou 298 do CP, conforme a natureza pública ou privada do estabelecimento de
saúde ao qual tenha sido atribuída a emissão do documento.
Constitui adulteração de sinal identificador de veículo automotor (CP, art. 311) a alteração dos
sinais alfanuméricos de placas mediante aposição de fita isolante ou expediente similar, pois o
tipo penal não exige que a adulteração ou remarcação tenha caráter permanente.
Nos casos que envolvam lesão corporal cometida contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-
se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, deve o Promotor de
Justiça, observada sua independência funcional, atentar-se que o fato não constitui infração de
menor potencial ofensivo, ainda que não se aplique ao caso a Lei Maria da Penha, pois a pena
máxima cominada no tipo é de três anos de detenção.**
A atribuição para oficiar na execução penal de penas restritivas de direitos e de multa impostas
pelo Juizado Especial Criminal é do Promotor de Justiça oficiante neste Órgão, pois este é o
competente para tais execuções penais (Súmula 81 do TJSP).
Súmula 81 do TJSP: Compete ao Juízo do Juizado Especial Criminal executar seus julgados
apenas quando a pena aplicada é de multa ou restritiva de direitos, sendo irrelevante o fato de
o réu estar preso em razão de outro processo.
Nos termos do Ato Normativo n.º 1.047/17 (GAECO), confere-se preponderância à atuação do
Promotor Natural em detrimento do Grupo, o qual deverá oficiar: a) nos procedimentos
investigatórios criminais por ele instaurados, nos inquéritos policiais por ele requisitados e nas
subsequentes ações penais, até decisão final, mediante atuação integrada com o Promotor de
Justiça Natural; b) nas representações por ele recebidas, nas peças de informações a ele
endereçadas e nas notícias de fato autuadas até a deliberação pela eventual instauração de
procedimento investigatório criminal ou requisição de inquérito policial; c) quanto a inquéritos
policiais em curso, não requisitados pelo Grupo, sua intervenção somente ocorrerá quando
esta se revelar útil ou conveniente a critério de seus integrantes.
A Lei nº 13.491/17 ampliou a competência da Justiça Militar e alcança os crimes militares por
extensão, ou seja, aqueles que, embora não previstos no Código Penal Militar, mas no Código
Penal ou em leis esparsas, sempre que praticados por policiais militares em serviço ou em
local sujeito à Administração Militar, ressalvado que o crime de homicídio praticado por
policial militar contra civil compete ao Tribunal do Júri.
O requerimento do ofendido para a reparação dos danos causados pela infração penal
dispensa qualquer rigor formal.
Com o fim de preservar a sua identidade, imagem e dados pessoais, é possível, nas exceções
legais, que da nota de culpa não conste o nome do condutor, das testemunhas e das vítimas.
A elementar “imóvel” do artigo 22 da Lei de Abuso de Autoridade deve ser conceituada nos
termos do artigo 79 do Código Civil.
O mandado de busca e apreensão deverá ser cumprido durante o dia (art. 5º., XI, CF/88).
Mesmo havendo luz solar, veda-se seu cumprimento entre 21h00 e 5h00, sob pena de
caracterizar abuso de autoridade (art. 22, §1º., inc. III).
O uso da prova derivada da ilícita está abrangido pelo tipo penal incriminador do art. 25 da Lei
de Abuso de Autoridade, devendo o agente ter conhecimento inequívoco da sua origem.
Quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição de agente público para se
eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido pratica abuso de
autoridade (art. 33, parágrafo único) se o comportamento não estiver atrelado à finalidade de
contraprestação do agente ou autoridade. Caso contrário, outro será o crime, como corrupção
passiva (art. 317 do CP).
Os crimes de abuso de autoridade com pena máxima superior a dois anos, salvo no caso de
foro por prerrogativa de função, são processados pelo rito dos crimes funcionais, observando-
se a defesa preliminar do art. 514 do CPP.
ENUNCIADO 67 (art. 39)
A inobservância do disposto no artigo 514 do CPP é causa de nulidade relativa, devendo ser
alegada no tempo oportuno, comprovando-se o prejuízo, sob pena de preclusão.
A formalidade do art. 514 do CPP é dispensável quando a denúncia envolver, além do crime
funcional, delito de outra natureza, ambos em concurso.
ENUNCIADO 70 (ANPP)
Crimes de abuso de autoridade, cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, presentes
os pressupostos do art. 18 da Res. 181/17 do CNMP, admitirão o acordo de não persecução
penal, salvo se a sua celebração não atender ao que seja necessário e suficiente para a
reprovação e prevenção do crime.
A representação indevida por abuso de autoridade contra juiz, promotor de Justiça, delegados
ou agentes públicos em geral, não enseja a suspeição ante a aplicação da regra de que
ninguém pode se beneficiar da própria torpeza, nos termos do que disposto, inclusive, no art.
256 do CPP.
O recurso cabível da decisão que indefere ou revoga medida protetiva de urgência vinculada a
inquérito policial ou processo criminal é o recurso em sentido estrito. Na hipótese de medida
protetiva autônoma ou cível o recurso cabível é o agravo de instrumento.
ENUNCIADO N.75 (Execução Criminal - Art. 112, incisos VII e VIII - Desnecessidade da
reincidência específica)
Para a progressão de regime prisional, o condenado por crime hediondo ou equiparado, desde
que reincidente, deverá cumprir a fração de 60% (crime hediondo ou equiparado sem
resultado morte) ou de 70% (crime hediondo ou equiparado com resultado morte), nos termos
dos incisos VII e VIII do artigo 112 da LEP, independentemente da natureza do crime anterior,
pois o legislador não utiliza o termo “reincidente específico”, contentando-se com o genérico.
Neste momento, os enunciados se concentram nas mudanças ocorridas nos Códigos Penal, de
Processo Penal e de Processo Penal Militar, na Lei de Execuções Penais, e nas Leis ns 8.072/90,
9.296/96, 10.826/03, e 12.850/13.
ENUNCIADO N.76: A legitimidade para a execução da pena de multa perante a Vara das
Execuções Criminais é privativa do Ministério Público.
ENUNCIADO N.80: O art. 3º-A do CPP não revogou os incisos I e II do art. 156 do mesmo
diploma legal, salvo, no caso do inciso I, no que tange à possibilidade de determinar, de ofício,
a produção antecipada da prova na fase de investigação.
ENUNCIADO N.81: Para as audiências públicas e orais previstas nos incisos VI e VII do art. 3ºB
do CPP, poderá o juiz das garantias valer-se da videoconferência para assegurar a participação
do indiciado ou acusado.
ENUNCIADO N.85: Somente haverá necessidade de decisão do juiz das garantias sobre os
meios de obtenção de prova mencionados na alínea “e” do inciso XI do art. 3º-B do CPP
quando a lei especificamente assim o exigir.
ENUNCIADO N.89: O disposto no caput do art. 3º-D do CPP não é aplicável aos casos em que a
denúncia tenha sido oferecida antes da eficácia da Lei n. 13.964/19.
ENUNCIADO N.97: O acordo de não persecução penal é incompatível com crimes hediondos
ou equiparados, uma vez que sua elaboração não atende ao requisito previsto no caput do art.
28-A do CPP, que o restringe a situações em que se mostre necessário e suficiente para a
reprovação e prevenção do crime.
ENUNCIADO N.98: É cabível acordo de não persecução penal em infrações cometidas com
violência contra a coisa, devendo-se interpretar a restrição do caput do art. 28- A do CPP como
relativa a infrações penais praticadas com grave ameaça ou violência contra a pessoa (lex
minus dixit quam voluit).
ENUNCIADO N.99: Rescindido o acordo de não persecução penal por conduta atribuível ao
investigado, sua confissão pode ser utilizada como uns dos elementos para oferta da denúncia.
ENUNCIADO N.100: O Ministério Público somente poderá celebrar acordo de não persecução
penal se o investigado estiver acompanhado de defensor.
ENUNCIADO N.102: Caso o juiz não homologue o acordo de não persecução, nos termos do §
5º do art. 28-A do CPP, e devolva os autos ao Ministério Público, caberá ao órgão ministerial
reiniciar as negociações com o investigado, oferecer denúncia ou providenciar outras
diligências. ENUNCIADO N.103: A concordância do investigado e seu defensor com o juiz na
reformulação da proposta de acordo significa sua retratação da adesão.
ENUNCIADO N.104: A homologação do acordo de não persecução penal a ser realizada pelo
juiz das garantias restringe-se ao juízo de voluntariedade e legalidade da proposta, não
abrangendo a análise da necessidade e suficiência para prevenção e reprovação do crime.
ENUNCIADO N.105: O pedido revisional fundado no §14 do art. 28-A do CPP não terá
seguimento nos casos em que a pena mínima prevista para o delito for igual ou superior a 04
(quatro) anos (art. 28-A, caput e § 1º do CPP) ou quando incidir alguma das vedações previstas
nos incisos I a IV do § 2º do art. 28-A, do CPP.
ENUNCIADO N.106: Aplica-se o artigo 28 do CPP nos casos em que, oferecida a denúncia, o
juiz entenda cabível a proposta de acordo de não persecução penal.
ENUNCIADO N.107: A prova inadmissível a que se refere o § 5º do art. 157 do CPP é apenas a
ilícita, isto é, aquela cujo meio de obtenção viola proibição de natureza material ou preceito
constitucional, não estando inserida na regra do referido dispositivo a prova ilegítima, assim
entendida aquela que desobedeça norma processual infraconstitucional.
ENUNCIADO N.108: O juiz, desembargador ou ministro dos tribunais superiores que conheceu
do conteúdo da prova ilícita não poderá proferir a sentença ou o acórdão, salvo se tiver
declarado a prova inadmissível, logo ao tomar conhecimento de sua ilicitude, pois nesse caso a
imparcialidade do órgão julgador estará preservada.
ENUNCIADO N.109: Nenhuma medida cautelar pessoal poderá ser decretada de ofício pelo
juiz, salvo na hipótese em que ele volte a decretá-la, quando anteriormente a tenha revogado,
nos termos dos §§ 2º e 5º do art. 282, e do caput do art. 316 do CPP.
ENUNCIADO N.110: O contraditório exigido pelo §3º do art. 282 do CPP prescinde da
designação de audiência, salvo no caso de prorrogação de medida cautelar, inclusive prisão
provisória.
ENUNCIADO N.113: A posse ou porte de arma de fogo de uso restrito não é mais definido
como crime hediondo.
ENUNCIADO N.117: Nos termos do §3° do artigo 3º-C, da Lei n 12.850/13, no acordo de
colaboração premiada, o colaborador pode narrar outros fatos de que tenha conhecimento,
ainda que não tenham relação direta com o objeto da investigação, ensejando sua apuração.
ENUNCIADO N.118: O acordo de colaboração premiada homologado nos termos do art. 3º-A
da Lei nº 12.850/13 pelo juiz de garantias é negócio jurídico, considerado ato jurídico perfeito
e vincula o juiz da instrução e julgamento, salvo se descumpridos seus termos.
ENUNCIADO N.119: Os benefícios da Lei nº 12.850/13 não podem ser concedidos de ofício
pelo juiz da instrução e julgamento fora da hipótese de negócio jurídico entre as partes.
ENUNCIADO N.120: O cálculo das frações para benefícios executórios deve ser realizado sobre
o total da pena privativa de liberdade, não se aplicando o limite temporal previsto no artigo 75
do Código Penal.
ENUNCIADO N.122: A vedação ao direito de saída temporária, prevista no §2º do artigo 122 da
Lei de Execuções Penais, se aplica ao condenado que cumpre pena por crime elencado no
artigo 5º, inciso XLIII da Constituição Federal, do qual tenha resultado morte.
ENUNCIADO N.123: As frações exigidas pelo artigo 112 da LEP para progressão de regime
incidirão para os condenados por fato cometido a partir da eficácia da Lei n.º 13.964/19, salvo
se, aplicadas no caso concreto, beneficiarem o sentenciado.
ENUNCIADO N.125: Tendo em vista que o artigo 112 da LEP não utiliza o termo “reincidente
específico”, a aplicação das frações previstas nos incisos IV, VII e VIII se baseia na recidiva,
independentemente da natureza do crime anterior, conforme a seguinte tabela
Reincidente em Sem violência ou Sem violência à pessoa 20% - art. 112, II, LEP
crime sem violência grave ameaça à ou grave ameaça
ou grave ameaça à pessoa
pessoa
Primário Não há Com violência à 25% - art. 112, III, LEP
pessoa ou grave
ameaça
Reincidente em Com violência à Com violência à 30% - art. 112, IV, LEP
crime com violência pessoa ou grave pessoa ou grave
ou grave ameaça à ameaça ameaça
pessoa
condenação pelo
crime atual)
crime hediondo ou
equiparado; ou
- condenado pela
prática do crime de
constituição de milícia
privada;
Reincidente na prática É indiferente Crime hediondo ou 60% - art. 112, VII, LEP
de crime hediondo ou equiparado
equiparado
Reincidente em crime É indiferente Crime hediondo ou 70% - art. 112, VIII, LEP
hediondo ou equiparado, com
equiparado com resultado morte
resultado morte,
vedado o livramento
condicional
ENUNCIADO N.128: A perseguição por parte do agente configura fator de risco para a mulher,
conforme Formulário Nacional de Risco (Resolução Conjunta nº 05 CNJ-CNMP, Lei nº
14.149/2021).
ENUNCIADO N.129: A perseguição iniciada antes da vigência do artigo 147-A CP pode ser
inserida na denúncia do Ministério Público como parte da conduta causal deste crime.
ENUNCIADO N.130: Para se aferir o impacto da ameaça ou perseguição para a vida da vítima
(art. 147 A CP), deve-se atentar para as condições pessoais do ofendido, tais como idade,
condições de saúde, histórico pessoal, histórico de violência, não se aplicando, isoladamente, o
conceito de “pessoa média”.
ENUNCIADO N.131: O contato da vítima com o autor da perseguição não pode ser
interpretado, necessariamente, como ausência de perigo.
ENUNCIADO N.132: Condutas isoladas que não configuram infrações penais podem configurar
crime perseguição em razão de sua repetição e insistência, tais como: encarar a vítima,
abordagens insistentes, seguir a vítima na rua ou local de trabalho, enviar mensagens
repetidamente, telefonemas insistentes, presentes indesejados ou estranhos.
ENUNCIADO N.133: A causa de aumento de pena do artigo 147-A, §1º, II, CP, abrange a
violência contra mulheres trans e travestis.
ENUNCIADO N.134: Se a perseguição provocar danos à saúde da vítima e seu afastamento das
ocupações habituais por mais de trinta dias, haverá o concurso formal impróprio entre os
crimes de perseguição e lesão corporal grave, nos exatos termos do art. 147-A, §2º, CP.
ENUNCIADO N.136: Para os processos em que houve oferecimento de denúncia pelo artigo 65
LCP não há necessidade de se intimar a vítima para oferecimento de representação. A
necessidade de representação somente retroage para alcançar fatos ainda na fase de
investigação.