Midia e Cotidiano - Uma Cartografia de Pesquisas
Midia e Cotidiano - Uma Cartografia de Pesquisas
Midia e Cotidiano - Uma Cartografia de Pesquisas
MÍDIA E COTIDIANO:
uma cartografia de pesquisas
Copyright © Larissa Morais, Pablo Nabarrete Bastos,
Renata Rezende e Renata Tomaz (Orgs.), 2020
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os
meios empregados, sem a autorização prévia e expressa do autor.
Apresentação................................................................................... 9
Prefácio.......................................................................................... 17
Uma obra, uma vida, uma história
Marialva Barbosa
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Referência
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de cartógrafo. São Paulo: Loyola, 2004.
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Prefácio
Marialva Barbosa1
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Professora titular de Jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
foi presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
(2014 a 2017). Publicou diversos livros, entre eles, História da Comunicação no Brasil
(Vozes, 2013), História Cultural da Imprensa - 1900-2000 (MAUADX, 2007), Escravos
e o Mundo da Comunicação (MAUAD, 2016) e Os Manuscritos do Brasil. Uma rede de
textos no longo século XIX (EDUFF, 2018).
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Não apenas para “matar a curiosidade” dos possíveis leitores, mas também
para revelar, ainda que brevemente vínculos duradouros, relembro o passado.
Adilson Cabral foi meu aluno de graduação na UFF; Flávia Clemente de Souza
foi minha aluna no mestrado em Comunicação da UFF, do qual sua mãe,
Tania Clemente foi uma das primeiras docentes e, sobretudo, voz importante
na construção do programa; Rachel Bertol foi minha aluna no doutorado em
Comunicação e Cultura da UFRJ; Carla Baiense Felix foi minha orientanda de
monografia de graduação, no Curso de Comunicação da UFF, no final dos anos
1980; e Renata Rezende, a quem conheci como uma jovem repórter recém-
saída da graduação na Universidade Federal do Espírito Santo, no primeiro
ano do século XXI, foi minha aluna do mestrado em Comunicação da UFF
e minha orientanda de doutorado no mesmo programa. Além disso, Renata
Tomaz, também uma das organizadoras do livro, foi minha aluna de mestrado
e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura
da UFRJ. Todos ainda hoje me chamam de professora. Já o docente a quem
faço menção é Alexandre Farbiarz, de quem ainda hoje lembro o dia em que
ingressou no então Departamento de Comunicação e Artes da Universidade
Federal Fluminense, no início da década de 1990.
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Políticas, ativismos e competências
de uma comunicação emergente
Adilson Cabral
Andrea Medrado
Marco Schneider
1. O EMERGE
Criado junto ao Departamento de Comunicação em
março de 2005, foi credenciado junto ao Diretório de Grupos
de Pesquisa do CNPq logo em seguida e posteriormente incor-
porado ao PPGMC, desde o início do seu funcionamento. Seu
objetivo é realizar projetos de ensino, pesquisa e extensão que
fomentem debates, articulações e encontros envolvendo grupos
e organizações sociais e acadêmicas, interessados na implemen-
tação de processos comunicacionais em suas atividades, permi-
tindo consolidar formas interativas e compartilhadas de atuação.
No que tange à área da Comunicação, trata-se de conceber
processos comunicacionais emergentes, capazes de se apro-
priar socialmente das TICs, aproveitando-se de espaços dispo-
níveis e a se conquistar, no sentido de afirmar a comunicação
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3. Pensar o cotidiano
O cotidiano é trabalhado de formas distintas, porém articu-
ladas e complementares, nas pesquisas dos autores, sendo dire-
tamente relacionadas aos campos de conhecimento nos quais
se filiam as reflexões trabalhadas. Desde o entendimento do
conceito alinhado a estudiosos de suas articulações com a teoria
social à sua dimensão operativa na construção de identidades e
produções de sentido em diversas atividades e setores sociais,
articulados fundamentalmente à apropriação social das TICs e
ao ativismo midiático e digital por parte das populações vulne-
rabilizadas.
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5. Perspectivas acadêmicas
As áreas de atuação em orientações dos autores são comple-
mentares às suas pesquisas e reforçam as linhas de pesquisa do
EMERGE e a inserção do grupo de pesquisa no PPGMC. Sendo
os três autores integrantes da linha de Políticas, Discursos e
Sociedade do PPG, seus objetos de interesse são alinhados com
o fortalecimento de análise dos processos hegemônicos, contra-
-hegemônicos e não hegemônicos da comunicação midiatizada
e seus dispositivos, a partir de uma perspectiva crítica sobre o
cotidiano, a sociedade civil e o Estado.
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Mídia, Ludicidade e Design no cotidiano
de contextos contemporâneos de ensino-
aprendizagem1
Alexandre Farbiarz
Introdução
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Nossas reflexões
As pesquisas do grupo educ@mídias.com resultam em
análises, discussões e proposições sobre/de contextos, práticas
e mídias analógicas e/ou digitais, interativas e/ou colabora-
tivas, inscritas em diferentes dispositivos e suportes, ancoradas
em questões de linguagem, comunicação, ludicidade, interação
e construção de sentidos que compõem o referencial teórico do
grupo e são base de nossas reflexões.
Partimos da compreensão de que o mundo contemporâneo
está dominado pelo fluxo constante de informações e pelas
mudanças tecnológicas (SODRÉ, 2013), na mesma medida em
que ocorrem disputas hegemônicas (MORAES, 2009; 2010)
que penetram no cotidiano escolar. Assim, avaliando as poten-
cialidades dos usos das mídias nas práticas docentes, compreen-
demos que nossos dias são marcados pelo acesso naturalizado
a elas, o que propicia um campo aberto ao debate acadêmico
sobre como reconhecer/propor/aprimorar/resistir/combater
de forma crítica sua presença dentro das escolas.
Por essa perspectiva, concordamos com Kellner e Share
(2008, p. 688) quando afirmam que mudanças na sociedade
contemporânea têm possibilitado alterações também na forma
como os sujeitos usam as mídias e aprendem a partir delas.
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“[...] the ability to access, understand and create communications in a variety
of contexts.”
4
“Media Education, then, is the process of teaching and learning about media;
Media Literacy is the outcome – the knowledge and skills learners acquire.”
5
“[...] is a basis for enhancing access to information and knowledge, freedom
of expression, and quality education. It describes skills, and attitudes that
are needed to value the functions of media and other information providers,
including those on the Internet, in societies and to find, evaluate and produce
information and media content; in other words, it covers the competencies that
are vital for people to be effectively engaged in all aspects of development.”
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A ludificação no ensino
No que tange à ludificação nos contextos de ensino-apren-
dizagem, concordamos com Fardo (2013) que a educação resiste
em atender às demandas da cultura digital por várias razões,
dentre elas o fato de os educadores terem dificuldades em aderir
às mídias digitais (ALVARENGA, 2011) e à falta de recursos das
instituições de ensino. Mas, segundo o autor, essa barreira precisa
ser rompida, pondo em foco não só as relações entre educandos
e educadores, mas, em especial, a formação desses educandos
para uma sociedade cada vez mais digitalizada.
Nesse sentido, o uso de jogos, em especial de videogames,
vem se inserindo como uma estratégia de aproximação dos
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O anticipation Design
O conceito de anticipation, ou anticipatory, Design, não
é propriamente recente, mas certamente é pouco difundido,
especialmente fora do campo do Design. Zamenopoulos e
Alexiou (2004) sustentam que mudanças rápidas e constantes
em diversos âmbitos da sociedade mundial têm estabelecido
contextos complexos de incertezas, que se entrelaçam como
futuros possíveis da humanidade, como também destaca Morin
(1990). Compreender suas ramificações e permanente mutabili-
dade torna-se imperativo para dar sentido aos futuros próximos
e aos distantes, e podermos traçar caminhos possíveis para nossa
sobrevivência.
O conceito anticipation Design é abrangente em relação às
atividades humanas, à geopolítica, economia e, especialmente,
à sustentabilidade humana. Ele afirma o papel do Design como
domínio produtivo, crítico e avançado de pesquisa e realização,
indo além de soluções para problemas e estética superficial,
buscando na transdisciplinaridade os meios para enfrentar o
futuro, de forma produtiva, interpretativa, imaginativa, coletiva
e inspiradora, com base na antecipação e por meio dela.
O processo de imaginar e revelar futuros possíveis, poten-
ciais e projetados perpassa pesquisadores do Design e também
da Comunicação e, sem dúvida, da Educação. Questões presentes
nos estudos de antecipação, como cultura, tempo-espaço, não
linearidade, formações de redes, processos de ensino-apren-
dizagem e, notadamente, alfabetização crítica de futuros, esta-
belecem fortes conexões com questões postas e presentes nas
pesquisas do grupo educ@mídias.com, e especialmente, em
nossa parceria com o LINC-Design da PUC-Rio.
Esse campo, ainda que não muito presente em nossos refe-
renciais teóricos é, contudo, presente em nossas reflexões, parti-
cipando das discussões e entremeando nossas propostas no
âmbito das pesquisas. Certo é que temos experimentado pensar
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As pesquisas do grupo
As pesquisas realizadas pelo grupo Educação para as Mídias
em Comunicação (educ@mídias.com) apresentam como foco
a análise, a discussão e a proposição de contextos, práticas e
mídias interativas e/ou colaborativas, inscritas em diferentes
dispositivos e suportes, com foco nas questões de linguagem,
comunicação, ludicidade, interação e produção de sentidos que
perpassam os contextos de ensino-aprendizagem. A docente
Maira Gonçalves Lacerda, do Curso de Comunicação Social
da UFF, passou a integrar este grupo recentemente, trazendo
sua pesquisa “Design para educação multimodal: Design em
parceria/participativo, letramento midiático”, no qual ela se
dedica a analisar os processos restritivos ao acesso às ordens dos
discursos e ao capital simbólico, e suas consequentes formas de
interações para, por meio do design em parceria/participativo,
do letramento crítico midiático, da ludicidade e da pedagogia
da multiliteracia, ofertar objetos, sistemas, práticas, processos,
tecnologias e serviços que combinem diferentes modos de repre-
sentação e favoreçam a autoria/autonomia dos sujeitos sociais,
oportunizando, assim, não apenas o reconhecimento das inteli-
gências múltiplas como também, e principalmente, a produção/
leitura crítica de gêneros midiáticos e práticas multimodais.
Sobre nossos discentes, a primeira pesquisa orientada no
grupo, “A mediação do consumo midiático no universo escolar:
estudo de caso do projeto GENTE”, apresentada por Wagner
da Silveira Bezerra em 2015, tinha como foco discutir uma
nova abordagem educacional proposta pela então Prefeitura do
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Considerações
Tendo como ponto de partida a interconexão entre a Mídia
e o Cotidiano, podemos refletir que o educador “[...] não vai
pensar dogmaticamente o que deve ser a educação, mas vai,
pouco a pouco, refletir a educação a partir dos problemas que
já existem na ação” (FURTER, 1966, p. 26). Isso se dá, segundo
Baccega (2009), pelos meios ocuparem lugares privilegiados na
sociedade contemporânea.
Mas, diante de um cenário de constantes incertezas, estamos
preparados para desembaraçar o “futuro presente” e para traba-
lhar com as necessidades e os desafios de amanhã? Como os
meios e métodos orientados para o futuro podem ser adotados
e remodelados, por meio da Comunicação, da Educação e do
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Referências
ALVARENGA, Cacilda Encarnação Augusto. Autoeficácia de professores
para utilizarem tecnologias de informática no ensino. Tese de douto-
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MULTIS – narrativas e imaginários
que nos atravessam e definem
Denise Tavares
Renata Rezende
Introdução
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Grifo do autor.
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Grifos do autor.
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O termo é assumido, hoje, como uma expressão positiva da identidade
social do grupo a que se refere.
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conceitos e abordagens
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Marco conceitual
O primeiro documento internacional ressaltando a impor-
tância de uma educação para as mídias foi a Declaração de
Grünwald, produzido em 1982. Assinado por educadores, comu-
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bemos uma nova pesquisa cujo objetivo era não apenas observar,
mas também intervir sobre os níveis de competência midiática
da amostra. Também optamos por trabalhar com um grupo mais
juvenil e com menos conhecimento das estruturas midiáticas.
Iniciamos, assim, a pesquisa “Juventude e midiatização: usos
e apropriações das mídias a partir do cotidiano escolar”, também
desenvolvida em duas etapas. A primeira teve como campo o
Colégio Pedro II, unidade Niterói (na área metropolitana do Rio
de Janeiro), uma escola pública de referência, que atende exclu-
sivamente a jovens do Ensino Médio, em dois turnos. O fato de
congregar esses dois aspectos – gratuidade e ensino de qualidade
– atrai estudantes de diferentes origens sociais e localizações,
embora funcione numa zona periférica da cidade.
Nossa estratégia investigativa compreendeu três tipos de
técnicas: a pesquisa documental, o questionário e a pesquisa
empírica qualitativa. Pretendíamos complexificar o referencial
europeu para a avaliação dos níveis de letramento midiático
(CELOT; PEREZ-TORNERO, 2009), correlacionando variáveis
de ordem demográfica e cultural aos parâmetros definidos no
mapa conceitual. Partindo do arcabouço teórico europeu, inves-
tigamos como os alunos enxergam os conteúdos e as estruturas
midiáticas e o que essa percepção nos diz sobre a relação entre
mídia e democracia.
O principal instrumento de coleta de dados qualitativos foi
a observação participante, a partir de uma oficina de produção
e leitura crítica da mídia oferecida gratuitamente aos alunos da
unidade, e realizada em oito encontros no contraturno das aulas,
entre outubro e novembro de 2018. A partir do convite, feito
através de cartazes, obtivemos mais de 20 inscrições por e-mail,
mas apenas 15 alunos se apresentaram para a atividade, dos
quais 13 a concluíram.
A investigação contou com a participação de 11 pesqui-
sadores, que atuaram na condução da oficina e na observação
dos informantes, produzindo notas de campo. Nossa estratégia
foi estruturada para a ação: enquanto debatíamos exemplos de
notícias, gêneros jornalísticos e processos de produção, encami-
nhávamos o trabalho de reportagem, propriamente, que os estu-
dantes realizaram como culminância da oficina. O formato esco-
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Laccops:
caminhos metodológicos para uma
construção teórica a favor da vida
e da transformação social
Patrícia Gonçalves Saldanha
Pablo Nabarrete Bastos
1. Introdução
1
Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade
Social.
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3
O grupo era formado por professores e estudantes de graduação do Curso
de Publicidade da UFF.
4
Conceito guarda-chuva com a seguinte tipificação: Publicidade Social
Afirmativa, Publicidade Social Comunitária, Publicidade Social de Causa,
Publicidade Social de Interesse Público e Publicidade Social Transversal.
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Edital 14/2019 – Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa do Estado do Rio
de Janeiro. Processo nº E-26/010.002166/2019.
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“Grupo de Estudos do Laccops”, geralmente vinculado a uma disciplina de
tópicos especiais que é ministrada pelos professores em sistema de rodízio e,
portanto, dá oportunidade aos alunos de dialogar com as propostas do grupo
de pesquisa e conhecer as diversas perspectivas de investigação, atendendo
graduação e pós-graduação.
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Apropriação ideológica de causas sociais
na sociedade de consumo midiatizada:
confrontos entre as lógicas do capital
e a luta política
Ana Paula Bragaglia e Lorena Campos Rui
Introdução
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ela diz que deixou de fazer muitas coisas triviais por não se achar
merecedora de ser uma mulher.
Após a declaração de Lívia, entra em cena “Consuelo”, a
personagem que dá a dica: “Você tem que se amar (...)”. A atriz
explica que a personagem fala o que a intérprete, fora do perso-
nagem, não teria coragem de falar. Segundo ela, “Consuelo”
funciona como um escudo para o silenciamento cotidiano ao
qual ela está suscetível. Em seguida, o plano passa para um trecho
do vídeo de “Consuelo” sobre assédio em transporte público, no
qual ela mostra um desenho pueril para demarcar que “o trans-
porte é público, mas o corpo da mulher, não[18]”. Ela diz de
forma didática, como se ensinasse a uma criança. Retornando
à narrativa do vídeo documental, por alguns segundos a infor-
mação de que “86% das mulheres brasileiras sofrem assédio no
transporte público[19]” é exibida na tela. A atriz explicita sua
preferência por tratar de assuntos difíceis sob a ótica do humor,
porque, segundo ela, reforçada pelo lettering na tela, “O riso
ecoa”. Ela encerra o seu testemunhal com uma ode ao amor
próprio e a todas as características que compõem o seu corpo e
diz se sentir representada por todas as mulheres que se aceitam.
O quarto vídeo[20] trata de racismo e traz o relato de
quatro mulheres negras: Samantha Cristina, adjetivo “guerreira”;
Beatrice Oliveira, “resiliente”; Carol Silvana: “persistente” e Stella
Yeshua, “idônea”. O vídeo aborda um acontecimento que elas
experienciaram enquanto estavam na praça de alimentação em
um shopping, no qual uma mulher branca recusa a ajuda de Stella
para recolher uma bandeja e presume que ela trabalha no local.
Elas decidiram ir ao banheiro do shopping e registrar o relato em
um vídeo, chamado de Se é negro tem que me servir[21], que vira-
lizou na Internet. Além disso, elas compartilham experiências
sobre como o racismo afetou a percepção da mulher negra em
geral sobre si própria. Stella conta sobre o que sofreu quando
criança, por parte dos próprios colegas; Carol complementa o
relato falando da contradição, que pode ser fonte de angústia, de
uma criança negra que cresce em um lar que preza por cultivar
a autoestima, mas que fora de casa encontra outras reações.
Samantha expõe seu apelido de infância: “Samantha bicho do
mato” e diz que já antecipava as “zoações” que receberia, como
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Considerações finais
É importante ressaltar que o objetivo deste trabalho não é de
forma alguma criticar a representação cultural de sujeitos antes
invisibilizados pelas normas hegemônicas. Graças à influência da
mídia na formação de subjetividades, cabe avaliar os aspectos
positivos da publicidade contraintuitiva. Porém devemos pensar
a ambivalência desses signos e a necessidade em se criticar as
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[1] Fonte: Nielsen Homescan, citado por AVON (2019). Disponível em:
https://www.avon.com.br/avon-responde. Último acesso em 23/07/19
às 17h30min.
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Terceira Onda data do fim dos anos 1980 e início dos 1990, trazendo
visibilidade às questões de representação de gênero, além da crítica às
falhas representativas da Segunda Onda (BUTLER, 2017). Há teóricas
que defendem que estamos vivendo uma Quarta Onda do feminismo,
potencializada pelo alcance da Internet e que traz reivindicações contra
a violência de gênero e a chamada cultura do estupro.
[7] Davis (2016) traz em seu livro uma análise histórica da segregação
racial nos Estados Unidos, desde o período escravagista. A autora
conclui que o racismo e a segregação estão conectados de forma indis-
solúvel à supremacia masculina (branca). Ela ainda aponta contradições
ao decorrer da história da luta das mulheres negras, como o machismo
enfrentado dentro do próprio movimento negro e as alianças solidárias
e estratégicas com mulheres brancas dispostas a lutar contra a segre-
gação racial.
[8] Em 2011, Pereira et al. observaram inserções publicitárias no
horário nobre da TV baiana, e apesar de amparado por dados demográ-
ficos que apontavam a maioria negra da população do Estado da Bahia,
observaram que a distribuição de personagens com cor de pele diversa
à cor branca encontrava-se desproporcional. O resultado mostrou que
a maioria das inserções publicitárias era estrelada por pessoas brancas.
[9] Disponível em: https://www.avon.com.br/aavon/historia-da-avon.
Acesso em: 09/09/2019.
[10] IDEM.
[11] Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TCP6zQb67
KU&list=PLhvsTEowxBg-fjGiU6xK3PApJAUyM3Q9b&index=3. Acesso
em: 12/09/2019.
[12] “Mulher trans é a pessoa que se identifica como sendo do gênero
feminino embora tenha sido biologicamente designada como perten-
cente ao sexo/gênero masculino ao nascer” (MANUAL DE COMUNI-
CAÇÃO LGBTQI+, 2018, p. 30).
[13] Sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Inter-
sexuais e mais. (Idem)
[14] Fonte: Grupo Gay da Bahia, citado por AVON (2018)
[15] Vídeo disponível em : https://www.youtube.com/watch?v=TDWW
pZ631b4&list=PLhvsTEowxBg-fjGiU6xK3PApJAUyM3Q9b. Acessado
em: 12/09/19, às 13h12min.
[16] Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rp1covIfY-
-8&list=PLhvsTEowxBg-fjGiU6xK3PApJAUyM3Q9b&index=5. Acessado
em: 12/09/19, às 13h13min.
[17] A personagem de Lívia é a estrela do canal do Youtube “Consuelo
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Comunicação Institucional
e suas Interfaces
Reflexões sobre a práxis emergente das relações
entre teoria e prática na construção dos
conhecimentos do campo de pesquisa
1. Introdução
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2. Vertentes teóricas
O referencial teórico que interpela as discussões do grupo de
pesquisa “Comunicação Institucional e suas Interfaces” passa por
diversos autores com estudos no campo da Comunicação Insti-
tucional, Memória Institucional, Comunicação Pública, Susten-
tabilidade e demais temáticas que dialoguem com a construção
de uma comunicação construída no seio das instituições. Kunsch
(2003, passim) vincula a Comunicação Institucional às relações
públicas, no sentido de desenvolver confiança sólida e construir
reputação positiva em uma organização a partir dos seus interlo-
cutores e dos dispositivos midiáticos. Entretanto, esse conceito
não se limita à manutenção da imagem para fins mercadológicos,
pois, ainda na definição de Kunsch (2003), entende-se por Comu-
nicação Institucional aquela que, no composto organizacional é
responsável direta pela:
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4. Conclusão
Neste artigo buscou-se reunir o momento atual das pesquisas
do grupo “Comunicação Institucional e suas Interfaces”, assim
como trazer reflexões teóricas sobre esse campo de pesquisas e
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Um outro tempo é possível
Rachel Bertol
Primeiro ano
“
T empos – Temporalidades dos Meios Comunicacionais,
Linguagem e Cotidiano”, até o momento, é o mais novo
grupo de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Mídia e
Cotidiano (PPGMC-UFF): completamos em dezembro de 2020
um ano de existência, atravessando um período bastante atípico,
no contexto da pandemia de Covid-19. Ainda assim, apesar da
situação complexa, temos a sensação de ter conseguido abrir
caminhos produtivos. Sobretudo a partir das reuniões que
passamos a realizar periodicamente a partir de maio (sempre de
forma remota), pudemos nos conhecer em dois sentidos: seja em
termos de interesses de pesquisa e perspectiva teórica, seja em
termos pessoais. Um “grupo” de pesquisa, afinal, é composto de
ideias e gente: que graça haveria de nos reunirmos se não pudés-
semos trocar, aprendendo com o diferente, num ambiente em que
buscamos o acolhimento das inquietações e a alegria dos entendi-
mentos? Assim, Tempos encontra-se em início de construção – e
vamos torcer para que essa “construção” nunca se esgote (pois o
sentido do conhecimento não é sempre o da descoberta?). Mas
o fato de sermos muito novos certamente nos situa num ponto
peculiar no mapa dos grupos já mais consolidados no PPGMC.
Podemos começar a nos apresentar, portanto, pela palavra
que nos nomeia – “tempo”, no plural. A proposição remete,
como indica o subtítulo, à temporalidade – formas de viver ou
perceber o tempo – que experimentamos a partir das mídias.
Mas qual seria o interesse dessa temática, ou melhor, que tipo de
abordagem estamos propondo e qual sua relevância no âmbito
de um programa de pós-graduação voltado para o estudo da
mídia e do cotidiano?
Para início de conversa, não precisamos ir longe: basta olhar
à nossa volta, relembrando algo do que passamos nos últimos
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é “a arte que pensa”, e esta é sempre uma arte que “tem consci-
ência e revela sua interação com a mídia” – no caso, a câmara
obscura (além do suporte que a acolhe). “Acolhida pelas mídias,
[a arte] permite que a physis se desvele. Desde Picasso, Warhol e
companhia, chamamos todo o resto de valor de mercado, pois
o mercado descarta o Sol./No entanto, ‘não há coisa mais linda
sob o Sol que estar sob o Sol’ (Ingeborg Bachmann)” (KITTLER,
2016, p. 13).
Não é seu objetivo discutir o valor de mercado da arte –
ele apenas pontua, brevemente, uma oposição clássica, porém
não superada –, como se houvesse uma liberdade para além do
mercado. Sua atenção, antes, gostaria de se voltar para o Sol.
“Se nos orientássemos pela verdade pura e sincera, todo curso
sobre mídias ópticas deveria começar com um louvor ao astro
que revela aos olhos aquilo que é visível” (2016, p. 15). O Sol
propicia a visibilidade – seria uma mídia mater. “Porém, num
mundo cujo dia a dia não é determinado pelo Sol, mas pelas
ciências e as técnicas, as aulas, desde o início, sempre estão do
outro lado da luz. Todas as mídias ópticas do meu título agem e
procedem naquela sombra que, segundo Leonardo [da Vinci], o
Sol não vê” (2016, p. 15). Assim, se a Comunicação quer muitas
vezes entender aquilo que tem visibilidade, na luz dos holofotes,
sua proposta de estudo é justamente dar atenção àquilo que
não se encontra visível, mas propicia a visibilidade. Por isso, ele
quer estudar a câmara obscura, que, mesmo oculta na pintura
de Veermer e dos artistas de seu tempo, foi fundamental como
mídia para a arte do Renascimento e para uma determinada
visão de mundo. Essa “perspectiva”, entretanto, ele não adota
somente para as mídias óticas e, por isso, quer escarafunchar a
técnica e percorre as fontes primárias, desvendando até aspectos
da vida (e dos sonhos) dos pensadores e artistas de diferentes
tempos. Descartes, lembra ele, era “um amante que costumava
dormir até tarde, era tudo menos racionalista já no que dizia
respeito a fumar tabaco ou haxixe” (2016, p. 11); Nietzsche, com
seus problemas de visão, se tornou um dos primeiros entusiastas
da máquina de escrever, o que teve impacto não apenas na sua
vida, mas em sua filosofia e, portanto, no Ocidente (KITTLER,
1990; 2019); poderíamos citar muitos outros casos nos quais se
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2. Temporalidades do cotidiano:
Investiga, em seu alcance nos meios a partir do cotidiano
e da historicidade, os projetos de temporalidades que contri-
buem para arranjos em torno de memórias sociais (como de
repórteres, efemérides, vozes testemunhais, arquivos etc.) e
das temporalidades relacionadas às ideias de catástrofe, revo-
lução, nostalgia, formações utópicas (e distópicas), entre outras.
Trata-se de compreender como as mídias, em suas redes, geram
perspectivas temporais e, por conseguinte, formas de poder.
Essa linha se relaciona ainda ao projeto de extensão “Reconfigu-
rações Jornalísticas”, no qual realizamos um estudo de história
oral para a memória dos meios jornalísticos nativos digitais. É
preciso lembrar ainda que questões de raça e gênero encontram
no estudo das temporalidades do cotidiano um campo fértil de
análise, especialmente no que se refere aos estudos de memória.
3. Práticas jornalísticas:
Investiga as disputas sobre a definição da prática jornalís-
tica em processos cotidianos. Leva em conta experimentações e
a construção de práticas que buscam ampliar e reafirmar o papel
do jornalismo, em meio a outras formas de difusão de informação
nas mídias. As investigações compreendem perspectiva sincrô-
nica (redes contemporâneas) e diacrônica (perspectiva histórica),
a partir de múltiplas linguagens e questões técnicas (em torno de
texto, som, imagem, visualização, arquivo, codificação etc.). Dá-se
ênfase às condições de produção a partir das mídias digitais, com
suas diferentes linguagens, levando em conta seus dilemas sociais
e técnicos (como fazemos no projeto de extensão “Reconfigura-
ções Jornalísticas”). Também se dá atenção a questões históricas
(como de história da imprensa).
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4. Circuitos editoriais:
Nessa linha investigamos os circuitos editoriais em perspec-
tiva comunicacionais, o que inclui a literatura, o próprio jorna-
lismo, a edição de livros, objetos editoriais, a crítica, a produção
cultural e as formas de leitura, além da socialização em torno
dessas práticas. Trata-se ainda de observar esses circuitos nas
transformações que ocorrem nos ambientes das mídias digitais e
em perspectiva histórica.
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Sobre os autores e autoras
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Links dos grupos de pesquisa
do programa de pós-graduação em mídia e
cotidiano/PPGMC-UFF
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Índice remissivo
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Mídia e cotidiano: uma cartografia de pesquisas
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Larissa Morais, Pablo Nabarrete Bastos, Renata Rezende e Renata Tomaz
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Mídia e cotidiano: uma cartografia de pesquisas
Narrativas - p.7, 11, 14, 31, 35, 132, 138, 139, 145, 178, 180,
36, 70, 75, 79, 80, 84, 87, 88, 188, 192
89, 92, 96, 97, 98, 129, 152, Rede discursiva - p.187, 190, 198
162, 163, 180
Redes digitais - p.104
Paradigma da complexidade -
Redes educativas - p.54
p.53
Regime de historicidade - p.199
Pedagogia - p.54, 58, 63, 66, 69,
72, 87, 90 Representações - p.9, 10, 37, 49,
76, 87, 91, 92, 99, 132, 149,
p. Da comunicação - p.54, 72
150, 152, 153, 169, 170, 181,
p. Da multiliteracia - p.66 183, 193
p. Do silêncio - p.54 Representatividade - p.149, 165
Práticas pedagógicas - p.63, 65 Romantismo - p.82, 189, 190,
Periferias - p.142 204
Pesquisa-ação - p.132 Ribeiro, Renata Rezende - p.3, 4,
Pesquisa participativa - p.132, 7, 11, 18, 75, 88, 89, 98, 208,
140 211, 212
Pesquisa brasileira de mídia - Schneider, Marco - p.7, 10, 11,
p.102, 107, 112, 120 23, 27, 32, 38, 43, 45, 46, 47,
209
Políticas culturais - p.25, 35
Saldanha, Patrícia - p.7, 12, 124,
Políticas de comunicação - p.11,
128, 129, 130, 143, 210, 211
24, 26, 27, 41, 45, 73, 178
Silenciamento - p.53, 158
Pós-verdade - p.45, 47
Simbólico - p.51, 63, 66, 85, 93,
Práxis - p.11, 27, 39, 49, 58, 125,
119, 195
168, 171, 181
Sociedade contemporânea - p.48,
Produção de sentidos - p.14,
50, 69, 76, 96
49, 58, 61, 66, 67, 74, 76, 87,
92, 104, 169, 170, 180, 181, Sociedade de consumo - p.7, 13,
183 148, 150, 207, 213
Publicidade contra-hegemônica - Souza, Flávia Clemente - p.8, 14,
p.141 18, 168, 181, 183, 209
p. Participativa - p.138 Suicídio - p.12, 79, 86, 87, 88, 89,
90, 208, 209
p. Popular - p.139
Sul global - p.27, 43, 45
p. Social afirmativa - p.127,
143 Sustentabilidade - p.65, 66, 174
p. Social comunitária - p.127 Tavares, Denise - p.7, 11, 75, 78,
88, 90, 98, 208, 212
p. Social de causa - p.127
Técnica - p.95, 104, 139, 175, 186,
p. Social de interesse
192, 194
público - p.127
Temporalidade - p.14, 15, 18, 89,
p. Social transversal - p.127
184, 185, 186, 188, 189, 196,
Realidade - p.9, 14, 29, 32, 36, 37, 199, 200, 201, 203, 204, 205,
43, 44, 48, 64, 85, 105, 108, 211, 213
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Larissa Morais, Pablo Nabarrete Bastos, Renata Rezende e Renata Tomaz
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