NCP 13
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sitos dos contratos de construção conforme especificado ou a receber pela entidade de sua própria conta. As quan-
na NCP 12 — Contratos de Construção. tias recebidas na qualidade de agente ou em representação
7 — O termo “bens” inclui bens produzidos pela enti- de outras entidades (como, por exemplo, a cobrança de
dade para vender (por exemplo, publicações) e bens com- rendas de imóveis do Estado feita pela Direção-Geral
prados para revender (tais como mercadorias ou terrenos do Tesouro e Finanças para entregar ao Estado), não são
e outros imóveis detidos para revenda). benefícios económicos ou potencial de serviço que fluam
8 — A utilização por parte de terceiros de ativos da para a entidade e não resultam em aumentos de ativos
entidade dá origem a rendimento na forma de: ou diminuições de passivos e, por isso, são excluídos do
(a) Juros — débitos pelo uso de caixa ou equivalentes rendimento. De forma similar, num relacionamento como
de caixa ou quantias devidas à entidade; agente, os influxos brutos de benefícios económicos ou
(b) Royalties — débitos pelo uso de ativos a longo de potencial de serviço incluem quantias recebidas pelo
prazo da entidade, por exemplo, patentes, marcas, direitos agente a favor de terceiros que não resultam em aumen-
de autor e software de computador; e tos do património líquido para a entidade. As quantias
(c) Dividendos ou distribuições similares — distribui- cobradas por conta de terceiros não são rendimento. Pelo
ção de resultados a detentores de investimentos de capital contrário, o rendimento é apenas a quantia da comissão
na proporção das suas detenções de uma determinada recebida ou a receber relativa à cobrança ou detenção dos
classe de capital. fluxos brutos.
uma quantia identificável de serviços subsequentes, essa as estimativas de rendimento à medida que o serviço é
quantia é diferida e reconhecida como rendimento ao executado. A necessidade de tais revisões não indicia
longo do período durante o qual esses serviços forem necessariamente que o desfecho da transação não possa
executados. Inversamente, os critérios de reconhecimento ser estimado com fiabilidade.
são aplicados conjuntamente a duas ou mais transações 21 — A fase de acabamento de uma transação pode ser
quando elas estiverem de tal forma ligadas que o efeito determinada por uma variedade de métodos. Uma entidade
comercial não possa ser compreendido sem referência a deve usar o método que mensure com fiabilidade os ser-
essas transações como um todo. viços executados. Dependendo da natureza da transação,
os métodos podem incluir:
6 — Prestação de serviços
(a) Medições do trabalho executado;
17 — Quando o desfecho de uma transação que en- (b) Serviços executados até à data, expressos como uma
volva a prestação de serviços puder ser estimado com percentagem da totalidade dos serviços a executar;
fiabilidade, o rendimento associado à transação deve ser (c) A proporção dos custos suportados até à data face
reconhecido com referência à fase de acabamento da tran- aos custos totais estimados da transação. Apenas os custos
sação à data do relato. O desfecho de uma transação pode que reflitam os serviços executados até à data são incluídos
ser estimado com fiabilidade quando estiverem satisfeitas nos custos suportados até à data. Apenas os custos que
todas as seguintes condições: reflitam os serviços executados ou a executar são incluídos
(a) A quantia de rendimento pode ser mensurada com nos custos estimados totais da transação.
fiabilidade;
(b) É provável que os benefícios económicos ou po- Os pagamentos por conta e os adiantamentos rece-
tencial de serviço associados à transação fluirão para a bidos de clientes não refletem muitas vezes o trabalho
entidade; executado.
(c) A fase de acabamento da transação à data de relato 22 — Para efeitos práticos, quando os serviços são
pode ser mensurada com fiabilidade; e executados por um número indeterminado de tarefas num
(d) Os custos suportados com a transação e os custos período específico de tempo, o rendimento é reconhecido
para completar a transação podem ser mensurados com numa base constante nesse período a menos que haja
fiabilidade. evidência de que algum outro método expresse melhor
a fase de acabamento. Quando uma ação específica for
18 — O reconhecimento do rendimento com referência muito mais significativa do que quaisquer outras tarefas,
à fase de acabamento de uma transação é muitas vezes o reconhecimento do rendimento é adiado até que a tarefa
referido como o método da percentagem de acabamento. significativa seja executada.
Segundo este método, o rendimento é reconhecido nos 23 — Quando o desfecho da transação que envolva a
períodos contabilísticos em que os serviços são presta- prestação de serviços não puder ser estimado com fiabili-
dos. O reconhecimento do rendimento nesta base pro- dade, o rendimento só deve ser reconhecido até à extensão
porciona informação útil sobre a extensão da prestação dos gastos reconhecidos que sejam recuperáveis.
de serviços e o respetivo desempenho em cada período. 24 — Durante a fase inicial de uma transação, é fre-
A NCP 12 — Contratos de Construção exige também quente que o resultado da transação não possa ser estimado
o reconhecimento do rendimento nesta base. Os requi- com fiabilidade. Contudo, pode ser provável que a enti-
sitos da presente Norma são geralmente aplicáveis ao dade venha a recuperar os gastos da transação suportados.
reconhecimento do rendimento e dos gastos associados Por isso, o rendimento só é reconhecido até à extensão dos
relativamente a uma transação que envolva a prestação gastos suportados que se espera que sejam recuperados.
de serviços. Como o resultado da transação não pode ser estimado com
19 — O rendimento apenas é reconhecido quando for fiabilidade, não se reconhece qualquer resultado.
provável que os benefícios económicos ou o potencial 25 — Quando o desfecho de uma transação não puder
de serviço associado à transação fluirão para a entidade. ser estimado com fiabilidade e não for provável que os
Porém, quando surgir uma incerteza acerca da cobrabili- gastos suportados venham a ser recuperados, não é reco-
dade de uma quantia já incluída no rendimento, a quantia nhecido qualquer rendimento e os gastos suportados são
incobrável, ou a quantia a respeito da qual deixou de reconhecidos como um gasto. Quando deixarem de existir
ser provável a cobrança, é reconhecida como um gasto, as incertezas que impediram que o desfecho do contrato
e não como um ajustamento da quantia do rendimento pudesse ser estimado com fiabilidade, o rendimento é
originalmente reconhecida. reconhecido de acordo com parágrafo 17 (com referência
20 — Uma entidade está geralmente em condições de à fase de acabamento) e não de acordo com o parágrafo 23
fazer estimativas fiáveis depois de ter acordado o que se (critério de recuperação dos gastos suportados).
segue com os terceiros envolvidos na transação:
7 — Venda de bens
(a) Os direitos (e, consequentemente, as obrigações)
26 — O rendimento da venda de bens deve ser reco-
de cada uma das partes relativamente ao serviço a ser
nhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as condições
prestado e recebido pelas partes;
seguintes:
(b) A retribuição a ser trocada; e
(c) O modo e os termos da liquidação. (a) A entidade tiver transferido para o comprador os
riscos e vantagens significativos da propriedade dos bens;
É também usualmente necessário que a entidade te- (b) A entidade não mantiver envolvimento continuado
nha um sistema interno eficaz de orçamentação e relato na gestão a um nível usualmente associado à propriedade,
financeiro. A entidade revê, e quando necessário, recalcula nem o controlo efetivo sobre os bens vendidos;
Diário da República, 1.ª série — N.º 178 — 11 de setembro de 2015 7691
(c) A quantia do rendimento puder ser mensurada com Quando esses bens forem fornecidos, a incerteza é remo-
fiabilidade; vida e o rendimento é reconhecido. Porém, quando surgir
(d) For provável que os benefícios económicos ou po- uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma quantia já
tencial de serviço associados à transação fluirão para a incluída no rendimento, a quantia incobrável, ou a quan-
entidade; e tia cuja cobrança deixou de ser provável, é reconhecida
(e) Os gastos suportados ou a suportar relativos à tran- como um gasto, e não como um ajustamento da quantia
sação puderem ser mensurados com fiabilidade. do rendimento originalmente reconhecida.
31 — O rendimento e os gastos que se relacionem com
27 — A avaliação do momento em que uma entidade a mesma transação ou outro acontecimento são reconheci-
transfere os riscos e vantagens significativos da proprie- dos simultaneamente. Este processo é geralmente referido
dade para o comprador exige um exame das circunstâncias como o balanceamento dos rendimentos com os gastos.
da transação. Na maioria dos casos, a transferência dos Os gastos, incluindo garantias e outros custos a suportar
riscos e vantagens da propriedade coincide com a trans- após a expedição, podem normalmente ser mensurados
ferência do título legal ou com a passagem da posse do com fiabilidade quando as outras condições para o reco-
ativo para o comprador. Tal acontece com a maioria das nhecimento tiverem sido satisfeitas. Porém quando os
vendas embora, noutros casos, a transferência de riscos e gastos não puderem ser mensurados com fiabilidade, o
vantagens de propriedade ocorra em momento diferente rendimento não pode ser reconhecido. Em tais circuns-
da transferência do título legal ou da passagem da posse. tâncias, qualquer retribuição já recebida pela venda dos
28 — Se a entidade retiver riscos significativos de bens é reconhecida como um passivo.
propriedade, a transação não é uma venda e não é reco-
8 — Juros, royalties, e dividendos
nhecido o rendimento. Uma entidade pode reter um risco
de propriedade significativo sob diversas formas como 32 — O rendimento proveniente do uso por terceiros
exemplificado nas situações seguintes: de ativos da entidade que geram juros, royalties, e divi-
(a) Quando a entidade retiver uma obrigação relativa dendos ou distribuições similares, deve ser reconhecido
ao desempenho insatisfatório do bem, não coberto por usando os tratamentos contabilísticos estabelecidos no
parágrafo seguinte quando:
cláusulas normais de garantia;
(b) Quando o recebimento do rendimento de uma de- (a) For provável que os benefícios económicos ou po-
terminada venda estiver dependente da obtenção de ren- tencial de serviço associado à transação fluirão para a
dimento pelo comprador a partir da subsequente venda entidade;
desses mesmos bens (por exemplo, quando uma entidade (b) A quantia do rendimento puder ser mensurada com
pública distribui publicações ou material de formação a fiabilidade.
escolas num regime de venda à consignação);
(c) Quando os bens são expedidos sujeitos a instalação 33 — O rendimento deve ser reconhecido usando os
e a instalação for uma parte significativa do contrato que seguintes tratamentos contabilísticos:
ainda não tenha sido concluído pela entidade; e (a) Os juros devem ser reconhecidos numa base pro-
(d) Quando o comprador tiver o direito de anular a com- porcional ao tempo do rendimento real do ativo;
pra por uma razão especificada no contrato e a entidade (b) Os royalties devem ser reconhecidos à medida que
não estiver segura quanto à probabilidade de devolução. são obtidos de acordo com a substância dos acordos re-
levantes; e
29 — Se uma entidade retiver apenas um risco insig- (c) Os dividendos ou distribuições similares devem ser
nificante de propriedade, a transação é uma venda e o reconhecidos quando o direito do acionista ou da entidade
rendimento é reconhecido. Por exemplo, um vendedor de os receber for estabelecido.
pode reter o título legal dos bens apenas para se proteger
na cobrança da quantia devida. Em tal caso, se a entidade 34 — O rendimento real de um ativo é a taxa de juro
tiver transferido os riscos e vantagens significativos da necessária para descontar os fluxos de futuras entradas
propriedade, a transação é uma venda e é reconhecido o de caixa esperadas durante a vida do ativo para igualar a
rendimento. Outro exemplo em que uma entidade apenas quantia inicial registada do ativo. O rendimento de juros
retém um risco insignificante de propriedade, pode ser o inclui a quantia da amortização de qualquer desconto,
caso duma venda em que é assegurado o reembolso do prémio ou outra diferença entre a quantia inicialmente
valor recebido se o comprador não ficar satisfeito com o registada de um título de dívida e a sua quantia na ma-
bem. Nestes casos o rendimento é reconhecido no mo- turidade.
mento da venda na condição do vendedor poder estimar 35 — Quando houver juros acrescidos mas por pagar
com fiabilidade as devoluções futuras e reconhecer um antes da aquisição de um investimento que gera juros, o
passivo para as devoluções baseado na experiência ante- recebimento subsequente dos juros é repartido entre os
rior e em outros fatores relevantes. períodos antes e após aquisição e apenas a parcela pós
30 — O rendimento só é reconhecido quando for prová- aquisição é reconhecida como rendimento. Quando os
vel que os benefícios económicos ou potencial de serviço dividendos ou distribuições similares de títulos de capital
associado à transação fluirão para a entidade. Em alguns próprio forem declarados a partir do resultado líquido
casos, isto só é provável depois de ser recebida a retribui- antes da aquisição, esses dividendos são deduzidos ao
ção ou depois de ser removida a incerteza. Por exemplo, custo dos títulos. Se for difícil fazer tal imputação, a não
o rendimento pode estar dependente da capacidade de ser numa base arbitrária, os dividendos ou distribuições
uma outra entidade fornecer bens como parte do contrato, similares são reconhecidos como rendimento exceto se
e se existir qualquer dúvida de que isto possa ocorrer, o os mesmos representarem claramente uma recuperação
reconhecimento pode ser adiado até que tal tenha ocorrido. de parte do custo dos títulos.
7692 Diário da República, 1.ª série — N.º 178 — 11 de setembro de 2015