NCP 24 - Acordos Conjuntos

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Diário da República, 1.ª série — N.

º 178 — 11 de setembro de 2015 7745

35 — Se uma associada ou um empreendimento con- das operações da associada ou empreendimento conjunto


junto tiver ações preferenciais em circulação que sejam e os recebimentos da alienação final do investimento; ou
detidas por partes diferentes da entidade e classificadas (b) O valor presente dos fluxos de caixa futuros que se
como capital próprio, a entidade calcula a sua quota-parte estima provenham de dividendos ou distribuições simi-
nos resultados depois de efetuar ajustamentos para ter lares a receber do investimento, e da sua alienação final.
em conta os dividendos de tais ações, quer os dividendos
tenham ou não sido declarados. Segundo pressupostos apropriados, ambos os métodos
36 — Se a quota-parte de uma entidade nas perdas de conduzem ao mesmo resultado.
uma associada ou empreendimento conjunto igualar ou 42 — A NCP 9, na parte relativa aos ativos não gera-
exceder o seu interesse na associada ou empreendimento dores de caixa, determina que se a quantia recuperável de
conjunto, a entidade deixa de reconhecer a sua quota-parte serviço de um ativo for inferior à quantia escriturada, esta
de perdas adicionais. O interesse numa associada ou num deve ser reduzida para a quantia escriturada de serviço. A
empreendimento conjunto é a quantia escriturada do in- quantia recuperável de serviço é a maior de entre o justo
vestimento na associada ou empreendimento conjunto, valor de um ativo menos os custos de vender e o valor
determinada com base no método da equivalência patrimo- de uso. O valor de uso de um ativo não gerador de caixa
nial, juntamente com quaisquer interesses de longo prazo é definido como o valor presente do potencial de serviço
que, em substância, façam parte do investimento líquido remanescente do ativo. O valor presente do potencial de
da entidade na associada ou empreendimento conjunto. serviço remanescente pode ser calculado utilizando uma
Por exemplo, um item cuja liquidação não esteja planeada das seguintes abordagens: pelo custo de reposição depre-
nem seja provável num futuro previsível constitui, em ciado, pelo custo de restauro ou das unidades de serviço,
substância, uma extensão do investimento da entidade conforme apropriado.
nessa associada ou empreendimento conjunto. Tais itens 43 — A quantia recuperável de um investimento numa
podem incluir ações preferenciais e empréstimos ou contas associada é avaliada para cada associada, a menos que
a receber a longo prazo, mas não incluem contas de clien- esta não tenha influxos de caixa pelo uso continuado,
tes ou quaisquer contas a receber a longo prazo para as que sejam substancialmente independentes dos de outros
quais existam garantias adequadas, tais como empréstimos ativos da entidade.
garantidos. As perdas reconhecidas segundo o método da
equivalência patrimonial que excedam o investimento 7 — Demonstrações Financeiras Separadas
da entidade em ações ordinárias são aplicadas aos outros
componentes do interesse da entidade numa associada 44 — Um investimento numa associada ou num empre-
ou empreendimento conjunto pela ordem inversa da sua endimento conjunto deve ser contabilizado nas demons-
antiguidade (isto é, da prioridade na liquidação). trações financeiras separadas da entidade de acordo com
37 — Depois de o interesse da entidade ser reduzido o parágrafo 10 da NCP 21 — Demonstrações Financeiras
a zero, as perdas adicionais apenas devem ser considera- Separadas.
das, sendo reconhecido um passivo, na medida em que
a entidade tenha assumido obrigações legais ou constru- NCP 24 — Acordos Conjuntos
tivas ou feito pagamentos por conta da associada ou do 1 — Objetivo
empreendimento conjunto. Se posteriormente a associada
ou empreendimento conjunto registar lucros, a entidade 1 — O objetivo desta Norma é prescrever os princí-
retoma o reconhecimento da sua quota-parte nesses lucros pios de relato financeiro das entidades com interesses
apenas após essa quota-parte igualar a parte das perdas em acordos controlados conjuntamente (ou seja, acordos
não reconhecidas. conjuntos).
2 — Para realizar o objetivo previsto no parágrafo 1, a
6.5 — Perdas por imparidade presente Norma define controlo conjunto e exige que uma
entidade que seja parte num acordo conjunto determine o
38 — Após aplicar o método da equivalência patrimo- tipo de acordo conjunto no qual está envolvida avaliando
nial e reconhecidas as perdas da associada de acordo com os respetivos direitos e obrigações e contabilize esses
o parágrafo 36, o investidor aplica os requisitos da NCP 18 direitos e obrigações de acordo com esse tipo de acordo
para determinar se é necessário reconhecer qualquer perda conjunto.
por imparidade adicional com respeito ao investimento
líquido do investidor na associada. 2 — Âmbito
39 — O investidor também aplica os requisitos da
NCP 18 para determinar se deve ser reconhecida qual- 3 — Esta Norma deve ser aplicada por todas as enti-
quer perda por imparidade adicional, com respeito à sua dades que sejam parte num acordo conjunto.
participação na associada que não constitua parte do in-
vestimento líquido, e avaliar a quantia dessa perda. 3 — Definições
40 — Se a aplicação dos requisitos da NCP 18 indicar 4 — Os seguintes termos são utilizados nesta Norma
que o investimento pode estar em imparidade, uma enti- com os significados indicados:
dade aplica a NCP 9 — Imparidade de Ativos.
Acordo vinculativo é um acordo que confere direitos
41 — A NCP 9 orienta uma entidade na determinação
executórios e obrigações às partes. Incluem direitos de-
do valor de uso de um ativo gerador de caixa. Com base
rivados de contratos e outros direitos legais.
nessa Norma, uma entidade estima:
Acordo conjunto é um acordo em relação ao qual duas
(a) A sua quota-parte no valor presente dos fluxos de ou mais partes exercem controlo conjunto.
caixa futuros que se estima sejam gerados pela associada Controlo conjunto é a partilha contratualmente acor-
ou empreendimento conjunto, incluindo os fluxos de caixa dada do controlo sobre um acordo vinculativo, que apenas
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existe quando as decisões relativas às atividades relevantes coletivamente o acordo, o controlo conjunto existe ape-
exigem o consentimento unânime das partes que partilham nas nos casos em que as decisões acerca das atividades
o controlo. relevantes requerem o consentimento unânime das partes
Operação conjunta é um acordo conjunto pelo qual que controlam coletivamente o acordo.
as partes que exercem controlo conjunto do acordo têm 12 — Num acordo conjunto, nenhuma parte controla
direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos rela- por si só o acordo. Uma parte que detenha o controlo con-
cionados com esse acordo. junto de um acordo pode impedir que qualquer uma das
Operador conjunto é uma parte numa operação que outras partes ou grupo de partes controlem o acordo.
exerce controlo conjunto sobre essa operação conjunta. 13 — Um acordo pode ser um acordo conjunto ainda
Empreendimento conjunto é um acordo conjunto em que nem todas as partes do mesmo detenham o controlo
relação ao qual as partes que exercem o controlo conjunto conjunto do acordo. A presente Norma distingue entre par-
têm direitos sobre os ativos líquidos do acordo. tes que detêm o controlo conjunto de um acordo conjunto
Empreendedor conjunto é uma parte num empreendi- (operadores conjuntos ou empreendedores conjuntos) e
mento conjunto que exerce controlo conjunto sobre esse partes que participam num acordo conjunto mas não detêm
empreendimento conjunto. o controlo conjunto do mesmo.
Parte num acordo conjunto é uma entidade que participa 14 — Uma entidade terá de aplicar o seu julgamento
num acordo conjunto, independentemente de deter ou não ao apreciar se todas as partes, ou um grupo das partes,
o controlo conjunto sobre esse acordo. detêm o controlo conjunto de um acordo. As entidades
Veículo separado é uma estrutura financeira identificá- devem fazer esta apreciação tendo em consideração todos
vel separadamente, incluindo entidades jurídicas separadas os factos e circunstâncias.
ou entidades reconhecidas por estatuto, independente- 15 — Se os factos e as circunstâncias se alterarem, a
mente de essas entidades terem ou não personalidade entidade deve reapreciar se ainda detém ou não o controlo
jurídica. conjunto do acordo.
3.1 — Acordo vinculativo 4.2 — Tipos de acordos conjuntos
5 — Os acordos vinculativos podem ser evidencia- 16 — Uma entidade deve avaliar o tipo de acordo con-
dos de várias formas. Um acordo vinculativo é muitas junto no qual está envolvida. A classificação de um acordo
vezes, mas não sempre, reduzido a escrito, na forma de conjunto como uma operação conjunta ou um empreen-
um contrato ou de documentação que revela os direitos e dimento conjunto depende dos direitos e obrigações das
obrigações criados. Outros mecanismos, como a legisla- partes no acordo.
ção ou normas administrativas criam também obrigações 17 — Uma entidade aplica o seu julgamento ao apreciar
entre as partes, semelhantes a acordos contratualizados, se um acordo conjunto é uma operação conjunta ou um
por si só, ou em conjugação com contratos celebrados empreendimento conjunto. Uma entidade determina o tipo
entre as partes. de acordo conjunto no qual está envolvida tendo em con-
sideração os direitos e obrigações decorrentes do acordo.
4 — Acordos conjuntos Uma entidade aprecia os seus direitos e obrigações tendo
6 — Um acordo conjunto é um acordo relativamente ao em consideração a estrutura e a forma legal do acordo,
qual duas ou mais partes têm o controlo conjunto. os termos acordados pelas partes no acordo contratual e,
7 — Um acordo conjunto tem as seguintes caracte- quando relevantes, outros factos e circunstâncias.
rísticas: 18 — Uma operação conjunta é um acordo conjunto
pelo qual as partes que detêm o controlo conjunto do
(a) As partes estão vinculadas por um acordo contratual; acordo têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos
(b) O acordo contratual confere a duas ou mais dessas passivos relacionados com esse acordo. Estas partes são
partes o controlo conjunto do acordo (ver os parágrafos 9 denominadas operadores conjuntos.
a 15). 19 — Um empreendimento conjunto é um acordo con-
junto pelo qual as partes que detêm o controlo conjunto
8 — Um acordo conjunto é uma operação conjunta ou do acordo têm direitos sobre os ativos líquidos do acordo.
um empreendimento conjunto. Estas partes são denominadas empreendedores conjuntos.
20 — Por vezes, as partes estão vinculadas por um
4.1 — Controlo conjunto
acordo-quadro que define os termos contratuais gerais para
9 — O controlo conjunto consiste na partilha contra- realizar uma ou mais atividades. O acordo-quadro poderá
tualmente acordada do controlo sobre um acordo, que só definir que as partes estabeleçam outros acordos conjuntos
existe quando as decisões sobre as atividades relevantes para lidar com atividades específicas que fazem parte do
requerem o consentimento unânime das partes que par- acordo. Ainda que esses acordos conjuntos estejam rela-
tilham o controlo. cionados com o mesmo acordo-quadro, o seu tipo poderá
10 — Uma entidade que seja parte num acordo deve ser diferente se os direitos e obrigações das partes forem
apreciar se o acordo contratual confere a todas as partes, diferentes conforme as atividades a realizar no âmbito do
ou a um grupo das partes, o controlo coletivo do acordo. acordo-quadro. Por conseguinte, as operações conjuntas
Todas as partes, ou um grupo das partes, controlam o e empreendimentos conjuntos podem coexistir quando as
acordo coletivamente quando têm de agir em conjunto partes empreendem diferentes atividades abrangidas por
para dirigir as atividades que afetem de forma significativa um mesmo acordo-quadro.
o retorno do acordo (ou seja, as atividades relevantes). 21 — Se os factos e as circunstâncias se alterarem, a
11 — A partir do momento em que seja determinado entidade deve reapreciar se o tipo de acordo conjunto no
que todas as partes, ou um grupo das partes, controlam qual está envolvida mudou ou não.
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5 — Demonstrações financeiras das partes num acordo conjunto mas não detém o controlo conjunto contabiliza o seu
interesse:
5.1 — Operações conjuntas
(a) Numa operação conjunta de acordo com o pará-
22 — Um operador conjunto reconhece, relativamente grafo 24;
ao seu interesse numa operação conjunta: (b) Num empreendimento conjunto de acordo com a
(a) Os seus ativos, incluindo a sua parte de qualquer NCP 18, a menos que a entidade tenha uma influência
ativo detido conjuntamente; significativa sobre o empreendimento conjunto, caso em
(b) Os seus passivos, incluindo a sua parte em quaisquer que aplica o parágrafo 10 da NCP 21.
passivos assumidos conjuntamente;
(c) O seu rendimento proveniente da venda da sua parte NCP 25 — Relato por Segmentos
da produção decorrente da operação conjunta; 1 — Objetivo
(d) A sua parte dos rendimentos decorrentes da venda
da produção por parte da operação conjunta; e 1 — O objetivo desta Norma é estabelecer princípios
(e) Os seus gastos, incluindo a sua parte de quaisquer para relatar informação financeira por segmentos. A di-
gastos suportados em conjunto. vulgação desta informação:
(a) Ajudará os utilizadores das demonstrações finan-
23 — Um operador conjunto é responsável pelos ati- ceiras a melhor compreenderem o desempenho passado
vos, passivos, rendimentos e gastos relacionados com o da entidade e a identificarem os recursos disponibilizados
seu interesse numa operação conjunta de acordo com as para suportar as suas principais atividades; e
NCP aplicáveis a esses ativos, passivos, rendimentos e (b) Aumentará a transparência do relato financeiro e
gastos em concreto. fará com que a entidade cumpra melhor as suas obrigações
24 — Uma parte que participe numa operação conjunta de prestação de contas.
mas não detenha o controlo conjunto contabiliza também o
seu interesse no acordo em conformidade com os parágra- 2 — Âmbito
fos 22 e 23, se tiver direitos sobre os ativos e obrigações
pelos passivos relacionados com a operação conjunta. 2 — Esta Norma deve ser aplicada a conjuntos comple-
Se uma parte que participa numa operação conjunta não tos de demonstrações financeiras que cumpram as NCP.
detém o controlo conjunto da mesma nem tem direitos 3 — Um conjunto completo de demonstrações financei-
nos ativos e obrigações pelos passivos relativamente a ras inclui um balanço, uma demonstração dos resultados,
essa operação conjunta, contabiliza o seu interesse na uma demonstração de fluxos de caixa, uma demonstração
operação conjunta de acordo com as NCP aplicáveis a que mostre alterações no património líquido e um anexo,
esse interesse. conforme previsto na NCP 1.
4 — Se tanto as demonstrações financeiras consoli-
5.2 — Empreendimentos conjuntos dadas de um subsetor das administrações públicas ou de
outro grupo público como as demonstrações financeiras
25 — Um empreendedor conjunto reconhece o seu separadas da entidade mãe forem apresentadas conjun-
interesse num empreendimento conjunto como um in- tamente, a informação por segmentos somente necessita
vestimento e contabiliza esse investimento utilizando ser apresentada na base das demonstrações financeiras
o método da equivalência patrimonial de acordo com a consolidadas.
NCP 23 — Investimentos em Associadas e Empreendi-
mentos Conjuntos a menos que a entidade esteja isenta 3 — Definições
da aplicação do método da equivalência patrimonial con-
forme especificado nessa Norma. 5 — O termo que se segue é usado nesta Norma com
26 — Uma parte que participa num empreendimento o significado indicado:
conjunto mas não detém o controlo conjunto contabi- Um segmento é uma atividade ou grupo de atividades
liza o seu interesse no acordo em conformidade com a distinguíveis de uma entidade relativamente às quais é
NCP 18 — Instrumentos Financeiros, a menos que tenha apropriado relatar informação financeira separada com a
uma influência significativa sobre o empreendimento finalidade de avaliar o desempenho passado da entidade
conjunto, caso em que contabiliza o mesmo de acordo para atingir os seus objetivos, e tomar decisões acerca da
com a NCP 23. futura alocação de recursos.
6 — As entidades públicas controlam recursos públicos
6 — Demonstrações financeiras separadas significativos e operam para proporcionar uma grande
variedade de bens e serviços aos cidadãos em diferen-
27 — Nas suas demonstrações financeiras separadas, tes regiões geográficas e em regiões com características
um operador conjunto ou um empreendedor conjunto socioeconómicas diferentes. Exige-se a estas entidades
contabiliza os seus interesses: que usem esses recursos de forma eficiente e eficaz para
(a) Numa operação conjunta, de acordo com os pará- atingirem os objetivos. As demonstrações financeiras con-
grafos 23 e 24; solidadas do Estado proporcionam uma visão conjunta:
(b) Num empreendimento conjunto, de acordo com o (a) Dos ativos controlados e dos passivos suportados
parágrafo 10 da NCP 21 — Demonstrações Financeiras pela entidade que relata;
Separadas. (b) O custo dos serviços proporcionados; e
(c) Do rendimento de impostos, alocações orçamentais
28 — Nas suas demonstrações financeiras sepa- e recuperações de custos gerados para financiar a prestação
radas, uma parte que participa num acordo conjunto desses serviços.

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